INTRODUÇÃO
A intercessão deve ser uma das prioridades da vida do cristão. Há pessoas que têm um ministério de intercessão, com uma unção especial para tanto, mas cada crente tem uma vocação de Deus para interceder; é um imperativo, quem não o faz não exerce seu sacerdócio. A intercessão é uma forma de levarmos as cargas uns dos outros, cumprindo, assim, a exortação de Gl 6:2; esta exortação é dirigida a todos os crentes, o que faz com que estejamos todos incluídos neste dever. Paulo é enfático ao dizer: "Antes de tudo, pois, exorto que se use a prática de súplicas, orações e intercessões, ações de graça, em favor de todos os homens” (1Tm 2:1). Estamos intercedendo pelas almas perdidas? Pela obra de Deus(Mt 9:28)? Suplicamos em favor da Igreja de Cristo? Oramos pelas autoridades constituídas(1Tm 2:1,2)? Tem você intercedido pelos maus? Ou limita-se a orar somente pelos bons? Tem implorado por seus desafetos?(vide Mt 5:44). Nossa obrigação é interceder por todos, porque Jesus incessantemente intercede por nós(Rm 8:34). Ou já não damos importância à oração sacerdotal? Sem intercessão nenhum avivamento é possível; a bênção de Deus não é manifestada.
I. A ORAÇÃO INTERCESSÓRIA
1. No Antigo Testamento. Grandes servos de Deus e líderes do povo, no Antigo Testamento, exercitaram a intercessão, alcançando resultados espirituais favoráveis e grandes bênçãos em favor da pessoa por quem intercederam. Observando os relatos bíblicos sobre as experiências de intercessão e as circunstâncias em que ocorreram, vemos que ela foi praticada sob três formas de motivação possíveis: por determinação direta da parte de Deus, indicando o intercessor, a causa da intercessão e o beneficiário; por iniciativa e desejo espontâneo do intercessor, que se compadeceu de alguém necessitado; a pedido da pessoa necessitada, que recorre a um intercessor. Nas três situações encontramos evidências de que Deus se agrada da intercessão e atende a essas petições. Vejamos alguns exemplos.
Em Gn 18, encontramos Abraão intercedendo pelo povo de Sodoma e Gomorra. Tendo sido avisado pelo Senhor, que não ocultou de seu servo a destruição que estava por vir às duas cidades, Abraão se pôs a interceder em favor dos justos que ali vivendo viriam a ser destruídos juntamente com os ímpios. Em Sodoma estava o seu sobrinho, Ló, com sua família. O resultado está em Gn 19 e nós conhecemos: dois anjos foram à Sodoma, deram aviso a Ló do que estava para acontecer e o retiraram dali, com sua família, antes de darem início à destruição da cidade.
No cap. 20, mais uma vez Abraão intercede por alguém e, desta vez, por Abimeleque, rei de Gerar. Ainda que tenha sido ele próprio o causador da situação que atingiu a casa do rei, por ter ocultado que Sara era sua mulher, enquanto homem de Deus ele orou por Abimeleque e Deus atendeu à sua oração.
Moisés intercedeu pelo povo quando do pecado contra o Senhor, ao fazerem o bezerro de ouro. Moisés disse ao povo: "Vós pecastes grande pecado; agora, porém, subirei ao Senhor; porventura farei propiciação por vosso pecado" (Êx 32:30). Moisés clamou e Deus mudou os seus desígnios para com o povo, retirando o mal que dissera havia de fazer (Êxodo 32:11-14); no dia seguinte, novamente Moisés intercedeu com profundidade de alma: "Agora, pois perdoa-lhes o pecado; ou, se não, risca-me, peço-te, do livro que escreveste" (Êxodo 32: 30-25). O salmo 106:23 testifica sobre o resultado destas intercessões de Moisés dizendo: "Tê-los-ia exterminado, como dissera, se Moisés, seu escolhido, não se houvesse interposto, impedindo que sua cólera os destruísse”.
Samuel numa situação de pecado do povo, exorta os filhos de Israel ao arrependimento e depois diz: "Congregai todo o Israel em Mispá, e orarei por vós ao Senhor" (1Sm 7:5).
Até aqui, vimos alguns exemplos em que a intercessão se deu por iniciativa do intercessor, sendo recebida por Deus.
Novamente com Samuel, encontramos um exemplo em que o povo suplica ao profeta que ore por eles, também em conseqüência a uma situação de pecado. Em 1Samuel 12:19 lemos: "E todo o povo disse a Samuel: Roga pelos teus servos ao Senhor, teu Deus, para que não venhamos a morrer; porque a todos os nossos pecados temos acrescentado este mal, de pedirmos para nós um rei". Mais uma vez Samuel os exorta e orienta e, depois, responde: "E quanto a mim, longe de mim que eu peque contra o Senhor, deixando de orar por vós; antes, vos ensinarei o caminho bom e direito" (12:23).
Ainda no Antigo Testamento, encontramos outro exemplo, sendo que, desta vez, foi Deus quem determinou a intercessão. Aconteceu com Jó em relação aos seus amigos. Depois de repreender os três amigos de Jó, o Senhor diz: "e ide ao meu servo Jó, e o meu servo Jó orará por vós; porque deveras a ele aceitarei, para que eu vos não trate segundo a vossa loucura..." (Jó 42:8). Eles assim o fizeram e o texto diz: "e o Senhor aceitou a face de Jó”(42:9).
2. Em o Novo Testamento. Em o Novo Testamento, vamos encontrar a intercessão sendo praticada por servos de Deus, individualmente, e pela Igreja do Senhor Jesus, coletivamente. A partir do livro de Atos e das Epístolas há muitos e variados exemplos de intercessões em oração, nos quais há grandes lições para a nossa vida cristã. A igreja é incentivada a orar uns pelos outros (Tg 5.16; Ef 6.18).
Em certa ocasião, Pedro foi chamado para orar por Dorcas que, tendo adoecido veio a falecer. Ele acompanhou os que vieram buscá-lo, orou por ela, e o Senhor operou o milagre da ressurreição, trazendo Dorcas de volta à vida (At 9:36-40).
Em outra ocasião, Pedro que tão bem experimentara a tarefa espiritual de intercessor, encontrou-se na posição de necessitado, estando preso por ordem de Herodes que estava perseguindo e maltratando a alguns da Igreja. Diante da situação, a Igreja se pôs a interceder por ele. Era a sua vez de receber os benefícios da intercessão. O anjo do Senhor foi à prisão e libertou-o de forma sobrenatural.
O apóstolo Paulo muito fala sobre a intercessão em suas cartas, mencionando as orações feitas por ele em favor dos crentes e da Igreja, ao mesmo tempo em que pede as orações em seu favor.
Não podemos deixar de mencionar o maior de todos os exemplos de intercessão: a oração de Jesus em favor de seus discípulos, registrada em João 17 - a chamada oração sacerdotal (estudada na Aula 08 deste trimestre). Intercedendo por nós, o nosso Salvador e Mestre não apenas nos deu um exemplo a seguir, mas também nos ensinou que a intercessão é um meio espiritual de combatermos o mal em todas as suas esferas.
Por meio da oração intercessória, graves problemas são solucionados e, até mesmo, evitados, quando nos antecipamos em interceder. Em resposta às orações intercessórias, Deus põe em ação a sua graça, que concede perdão ao pecador, cura o enfermo, conforta o aflito, dá livramento ao que está em perigo, levanta o caído, faz justiça ao oprimido, supre as necessidades humanas, etc.
Por isso mesmo, a intercessão muito incomoda ao inferno e Satanás remete as suas setas, procurando criar todo tipo de obstáculo ao trabalho intercessório. Ele conhece a Palavra de Deus e sabe que "a oração feita por um justo pode muito em seus efeitos" (Tg 5:16). Contudo, nós bem sabemos que maior é o que está em nós do que o que está no mundo (1João 4:4).
3. Nos dias atuais. A prática do serviço da oração intercessória, tanto no Antigo Testamento como no princípio da igreja, são exemplos para serem imitados nos dias atuais, últimos dias da Igreja do Senhor. É um mandamento imperativo: “Orai uns pelos outros”(Tiago 5:16). Aquele que persevera em orar pelos outros, Deus levanta intercessores para orar por ele e, assim, todos são abençoados.
Nos dias atuais, somos instados, de forma imperativa, para orar por nós mesmos (Mt 24:20; 26:41; Mc 13:18,33; Lc 22:40), uns pelos outros (Tg 5:16; Cl 1:3), pelos inimigos da Igreja (Mt 5:44; Lc 6:28), pelos ministros do Evangelho e pela obra do Senhor (Ef 6:19; 1Ts 5:25; Hb 13:18), como também pelas autoridades constituídas (1Tm 2:2), como por todos os homens (1Tm 2:1). Portanto, não responder a esse chamado do Trono é estar em falta com Deus. O profeta Samuel, diante do pedido do povo para que clamasse a seu favor, para que não morressem por causa dos seus próprios pecados, fez uma tremenda declaração que deveria ser um desafio para nós também: "E quanto a mim, longe de mim esteja o pecar contra o Senhor, deixando de orar por vós" (1Sm 12:23).
II. CARACTERÍSTICAS DE UM INTERCESSOR
1. Perseverança. "Orando em todo o tempo com toda a oração e súplica no Espírito, e vigiando nisso com toda a perseverança e súplica por todos os santos" (Ef 6.18). Não há ninguém que tenha alcançado algo em Deus para sua vida sem perseverança. Ao longo de toda bíblia observamos como essa atitude é exigida dos filhos de Deus. Creio que um dos motivos mais fortes para se perseverar é porque Deus não pode mentir (Hb 6:18; Nm 23:19); porque Ele é a verdade, sua palavra é verdadeira e eterna; nEle não há engano, dúvida, injustiça. Só isso já é um motivo sólido para crer e perseverar. Na Bíblia Sagrada existem várias promessas para aquele que crê, e a atitude prática para quem crê é ir até o fim, ou seja, perseverar.
A mulher siro-fenícia, apesar de ser ignorada e receber inicialmente um “não” do Senhor, como teste da sua fé, ela insistiu em seu pedido, humilhando-se diante dEle, até que foi atendida em sua petição (Mt 15.22-28).
George Mueller era conhecido por ter muita fé e ser perseverante em oração. Ainda muito jovem, ele orou pela salvação de cinco amigos. Depois de cinco anos, um deles se tornou um cristão. Após dez anos, dois deles aceitaram a Cristo. Vinte cinco anos se passaram e o quarto também foi salvo. Pelo último ele orou até o dia de sua morte, mas nunca o viu tornar-se um cristão. Contudo, três meses depois que Mueller foi enterrado, este homem também entregou seu coração ao Senhor. Por este último, George Mueller orou 52 anos. Nunca devemos desistir da oração.
A vida cristã vitoriosa se firma numa vida de constante oração, não somente por si mesmo, mas, principalmente pelos outros. Sabemos que a oração move a mão de Deus e que é o fortificante indispensável para nosso crescimento espiritual. Um cristão que não ora não vê os milagres acontecerem e enfrenta os dias obscuros sem a perspectiva de ver o brilho do Sol da Justiça sobre sua vida.
2. Altruísmo. A oração intercessória é puramente uma demonstração de amor, porque é desinteressada; ela se concentra nos outros. É através da oração intercessória que demonstramos amor e altruísmo; provamos que o bem-estar do semelhante está acima do nosso. Moisés, por exemplo, chegou a abdicar de sua bem-aventurança eterna ao interceder pelos filhos de Israel: "Agora, pois, perdoa o seu pecado; se não, risca-me, peço-te, do teu livro, que tens escrito" (Êx 32:32). Esta sua intercessão foi tão forte, que levou Deus a poupar os rebelados israelitas. O patriarca Jó livrou-se de seu cativeiro quando intercedia por seus amigos (Jó 42:7-12). O apóstolo Paulo, com profundo amor pelo seu povo e anseio por sua salvação, afirmou que abriria mão de sua própria salvação em favor deles (Rm 9:3). Jesus, cravado no madeiro, sofrendo grandes dores, intercedeu por seus algozes (Lc 23.33,34), e pelo ladrão arrependido crucificado ao seu lado (Lc 23:40-43).
3. Empatia. Empatia significa colocar-se na situação de outrem. Significa comungar, sincera e amorosamente, dos sentimentos de nossos irmãos, conforme enfatiza o apóstolo Paulo: "Alegrai-vos com os que se alegram e chorai com os que choram" (Rm 12.15). Um grande edifício é construído de pedras que possuem arestas que de vez em quando se cortam e arranham umas nas outras, porém quando são rebocadas e pintadas não mais se lembram das diferenças, pois o mais importante é fazer parte do edifício que chega ao céu. No edifício de Deus, a Igreja, os irmãos se perdoam e se amam, procurando esquecer as falhas de cada um e ajudando-se uns aos outros a serem membros deste tão maravilhoso edifício que vai morar no céu. Em 1Pedro 2:5 está escrito: “vós também, quais pedras vivas, sois edificados como casa espiritual para serdes sacerdócio santo, a fim de oferecerdes sacrifícios espirituais, aceitáveis a Deus por Jesus Cristo”.
Interceder, no campo espiritual, é mais do que simplesmente apresentar pedidos em favor de outros diante de Deus. É colocar-se no lugar de outro e pleitear a sua causa, como se fora sua própria. É estar entre Deus e as pessoas, a seu favor, tomando seu lugar e sentindo sua necessidade de tal maneira que luta, em oração, até conseguir a vitória na vida daquele por quem intercede. O intercessor vai a Deus não por causa de si mesmo, mas por causa dos outros. Ele se coloca numa posição de sacerdote, entre Deus e a pessoa, para pleitear a sua causa.
Esdras e Jeremias, em oração apresentaram o povo a Deus, rogando-lhe o seu perdão e implorando por salvação (Jr 14.18-22; Ed 9.6-15). Neemias, o governador, fez a mesma coisa (Ne 9.33,37). Em Jesus esta característica é notória; Ele sentia a dor das pessoas, o que o levava à compaixão (Lc 7.11-13; Mt 9.36; 14.14).
David Brainerd, jovem missionário enviado para pregar no terrível oeste americano, para os sanguinários índios peles-vermelha, morreu com apenas trinta e três anos de idade, tuberculoso, dentro de uma cisterna onde procurava se esconder da friagem, clamando: "Dá-me almas, senão eu morro". Após a sua morte ocorreu um fenômeno: - milhares de índios se converteram por toda parte!
João Oxtoby, orava com tal fervor que passou a ser conhecido como "Joãozinho da oração". O concílio da Igreja Metodista estava para tomar a decisão de fechar o campo missionário de Filey, uma vez que vários pregadores já haviam sido enviados e não estavam alcançando resultados. Joãozinho comovido pediu mais uma chance para aquele povo. O concílio decidiu atender. Como não havia nenhum obreiro disposto a ir, Joãozinho se apresentou e foi! Nas primeiras pregações nada ocorreu... Joãozinho então se embrenhou na mata e, em agonia de alma, orava, mais ou menos assim: "Não podes fazer de mim um palhaço! Eu disse aos crentes lá em Bridlington que tu vivificarias a tua obra, e agora é preciso que assim o faças. De outro modo nunca mais terei coragem de lhes mostrar o rosto... então o que dirá o povo sobre a oração e a fé..." Depois clamou: "Filey está conquistada! Filey está conquistada! E saiu cantando e clamando pelas ruas: "Voltai-vos para o Senhor e buscai a salvação". Milhares se converteram. - transcrito do Livro: Paixão Pelas Almas, de Oswald J. Smith.
John Hyde, conhecido como "O Homem que Orava", foi missionário na Índia. Inicialmente nas suas intercessões pedia a Deus que lhe desse a conversão de uma alma por dia. Deus ouviu e atendeu a sua oração. Passou, então, a solicitar duas almas por dia. Deus lhas deu. Aumentou o número para quatro! Milhares se converteram na Índia. Na sua biografia "O Homem Que Orava", é registrado que John Hyde orava com tamanha intensidade de alma, que uma certa feita, um seu companheiro de oração não suportou permanecer ao seu lado, porque um calor muito forte encheu todo o aposento.
No texto de Ezequiel 22:30 o Senhor diz que não achou intercessores, que se pusessem na brecha do muro e clamassem pelo povo. Esta falta ainda continua sendo sentida em muitas igrejas. Quando há intercessões, almas se convertem.
III. A FORÇA DA ORAÇÃO COLETIVA
1. Nínive. Nínive era uma grande cidade, cujo pecado havia chegado ao limite da paciência de Deus (Jonas 1.1-3). Deus queria dar aos ninivitas uma oportunidade de se arrependerem, antes de desatar seu juízo contra eles, porém, Jonas não queria anunciar a advertência de Deus, pois temia o arrependimento dos ninivitas. Não queria compartilhar a misericórdia de Deus com os demais, pelo contrário, queria monopolizá-la toda para si e seu povo judeu. Deus, porém, não pensava assim. Seu amor e misericórdia estendem-se a todas as nações.
Os habitantes de Nínive, diante da pregação do profeta Jonas, decidiram arrepender-se e humilhar-se diante de Deus, como um só homem, apregoando um jejum que incluía até os animais, clamando a Deus por misericórdia e pela revogação da sentença destruidora que fora motivada por eles mesmos.
Deus respondeu com misericórdia e cancelou sua ameaça de destruição(Jn 3:5-10). Ele afirmou que qualquer nação, sobre a qual tivesse pronunciado seu juízo, seria salva caso se arrependesse (Jr 18:7,8). Deus perdoou Nínive, exatamente como concedera o perdão a Jonas. A finalidade do juízo de Deus é a correção, não a vingança. Ele está sempre pronto a mostrar sua compaixão a qualquer pessoa que esteja disposta a buscá-lo em oração.
2. Israel. Quando a rainha Ester foi desafiada pelo seu tio a tomar uma atitude em relação à perseguição estatal que estava para acontecer contra o seu povo, ela foi obediente e, na obediência está o segredo da vitória. Abandonou o seu indiferentismo (Et 4:11), pediu a intercessão dos judeus e iniciou três dias de oração e jejum, decidida a arriscar a sua vida a fim de obter a salvação do seu povo judeu(Et 4:16). E ela mesma participou desta preparação espiritual.
Após esta preparação espiritual, Ester vestiu-se de vestidos reais, pôs-se no pátio interior da casa do rei, em frente ao seu aposento (Et 5:1). Embora soubesse da importância e prioridade da preparação espiritual, por meio de jejum e oração, Ester não descuidou dos aspectos materiais da questão. Para se apresentar diante do rei, deveria estar bem vestida, realçando a sua beleza natural e se mostrando agradável. Não iria vestir-se de saco, apesar da situação em que estava. Não iria, também, apresentar-se com semblante caído, ainda que tivesse ficado três dias em jejum e oração. Tinha de ter aparência alegre, a fim de alcançar graça aos olhos de Assuero, para que fosse possível a salvação do seu povo.
Foi a grande misericórdia de Deus que fez com que Ele aceitasse a oração coletiva do Seu povo desesperado e o salvasse para a Sua honra(Et 8:7-17). A Sua misericordiosa providencial protegeu o resto do povo do aniquilamento total! A decisão de Hamã de exterminar os judeus e enforcar Mordecai foi frustrada pelo corajoso ato de Ester (Hadassa) - "Se morrer, morrerei"! Com essa decisão corajosa ela não apenas frustrou o plano de Hamã, mas também do rei, agindo em favor do seu povo. E Hamã experimentou o dito: aquele que prepara uma forca para Israel será pendurado nela. Em memória do maravilhoso livramento da mão de Hamã, Israel festeja a cada ano, no dia 14 de adar, a Festa de Purim.
3. Igreja Primitiva. A Igreja Primitiva frequentemente se dedicava à oração coletiva (Atos 1:4;2:42; 4:24-31; 12:5,12; 12:12;13:2). O poder e presença de Deus e as reuniões de oração integravam-se. O livro de Atos dos Apóstolos e as cartas de Paulo trazem lindos relatos de como os cristãos da igreja primitiva perseveravam unidos em encontros de oração, tanto no pátio do templo judaico - local de reuniões inserido na cultura da época (Atos 3:1) - como nas residências (At 12:5;12). Foi na casa de Maria, mãe de Marcos (o autor do Evangelho) que a Igreja costumeiramente se reunia, especialmente em Cultos de Oração, conforme se lê em Atos 12:12. A intenção de Deus é que seu povo do Novo Testamento se reúna para a oração definida e perseverante; note as palavras de Jesus: “A minha casa será chamada casa de oração”(Mt 21:13).
As igrejas que declaram basear sua teologia prática e missão, no padrão divino revelado no livro de Atos e outros escritos do Novo Testamento, devem exercer a oração fervorosa e coletiva como elemento vital da sua adoração - e não apenas um ou dois minutos por culto. Nenhum volume de pregação, ensino, cânticos, música, animação, movimento e entusiasmo manifestará o poder e presença genuínos no Espírito Santo, sem a oração neotestamentária, mediante a qual os crentes “perseveravam unanimemente em oração e súplicas”(Atos 1:14; 2:42).
É somente aos pés do Senhor Jesus que a igreja encontra direção e disposição para o trabalho, bem como forças para não fraquejar diante das dificuldades. Jesus está voltando e a necessidade da igreja se manter fervorosamente unida em oração é cada vez mais premente, pois o adversário de nossas almas está fazendo tudo que está ao seu alcance para desviar o maior número de cristãos dos caminhos do Senhor. O alerta do apóstolo Pedro é vital para a igreja de hoje: “Mas já está próximo o fim de todas as coisas; portanto sede sóbrios e vigiai em oração”(1Pe 4:7).
CONCLUSÃO
Chegou o momento de cultivar o ministério da intercessão. Oremos como Jeremias. Aos pés de Cristo, choremos lágrimas compassivas e misericordiosas. Assim não intercedeu o Senhor Jesus por todos nós? Choremos pelos que sofrem. Supliquemos pelos que perecem. Assim fazendo, além de aprimorar sua vida de comunhão com Deus, o cristão estará cumprindo o mandato divino de amar ao próximo como a si mesmo. Que as nossas orações tenham como fundamento o amor altruísta e desinteressado.
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Elaboração: Luciano de Paula Lourenço – Prof. EBD – Assembléia de Deus – Ministério Bela Vista. E-Mail: luloure@yahoo.com.br. Disponível no Blog: http://luloure.blogspot.com
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Fonte de Pesquisa: Bíblia de Estudo-Aplicação Pessoal. Bíblia de Estudo Pentecostal. Bíblia de Estudo das Profecias. O novo dicionário da Bíblia. Revista Ensinador Cristão – CPAD nº 44. Guia do leitor da Bíblia. A Teologia do Antigo Testamento – Roy B.Zuck. Comentário Bíblico Beacon – CPAD. Comentário Bíblico Popular do Novo Testamento – William Macdonald. Através da Bíblia – Lucas – John Vernon McGee.