4° Trimestre de 2024
SUBSÍDIO PARA A
LIÇÃO 01
Texto Base: Isaias 55:6-13
“E disse-me o Senhor:
Viste bem; porque eu velo sobre a minha palavra para cumpri-la” (Jr.1:12).
Isaías 55:6-13
6.Buscai ao Senhor enquanto se pode achar, invocai-o enquanto está perto.
7.Deixe o ímpio o seu caminho, e o homem maligno, os seus pensamentos e
se converta ao Senhor, que se compadecerá dele; torne para o nosso Deus, porque
grandioso é perdoar.
8.Porque os meus pensamentos não são os vossos pensamentos, nem os
vossos caminhos, os meus caminhos, diz o Senhor.
9.Porque, assim como os céus são mais altos do que a terra, são os meus
caminhos mais altos do que os vossos caminhos, e os meus pensamentos, mais
altos do que os vossos pensamentos.
10.Porque, assim como descem a chuva e a neve dos céus e para lá não
tornam, mas regam a terra e a fazem produzir, e brotar, e dar semente ao
semeador, e pão ao que come,
11.assim será a palavra que sair da minha boca ela não voltará para mim
vazia; antes, fará o que me apraz e prosperará naquilo para que a enviei.
12.Porque, com alegria, saireis e, em paz, sereis guiados; os montes e
os outeiros exclamação de prazer perante a vossa face, e todas as árvores do
campo baterão palmas.
13.Em lugar do espinheiro, crescerá a Faia, e, em lugar da sarça,
crescerá a murta; isso será para o Senhor por nome, por sinal eterno, que nunca
se apagará.
INTRODUÇÃO
No 4º trimestre de 2024,
exploraremos profundamente as “Promessas de Deus” conforme reveladas na Bíblia
Sagrada. As promessas divinas têm o propósito de cumprir os planos de Deus,
exigindo nossa fé total nEle e em Sua Palavra para se realizarem. Ao longo do Trimestre,
analisaremos não apenas o que são essas promessas, mas também como estão
fundamentadas nas Escrituras.
Nesta primeira
Lição, definiremos o que são as “Promessas de Deus” e como elas estão
fundamentadas. Além disso, classificaremos os tipos e os propósitos das Promessas
de Deus, compreendendo seu impacto em nossa vida cristã.
I. UM CONVITE DE DEUS
1. Um convite, uma Promessa
Isaías 55:6-13 é um
dos textos mais ricos da Bíblia em termos de promessa divina e convocação para
a redenção. Neste trecho, Deus convida o povo de Israel a buscar Sua face e a
se arrepender, oferecendo-lhes uma oportunidade de transformação e bênção. Este
convite, no entanto, não é apenas uma simples oferta, mas uma promessa
carregada de poder e propósito.
Em Isaias 55:11,
lemos: “assim será a palavra que sair da minha boca; ela não voltará para mim
vazia; antes, fará o que me apraz e prosperará naquilo para que a enviei”. Este
versículo destaca a soberania de Deus e a eficácia de Sua Palavra. A Palavra de
Deus, quando proclamada, carrega em si a certeza do cumprimento. Ela é viva,
eficaz e sempre alcança o objetivo para o qual foi enviada, seja para a
redenção daqueles que a recebem com fé ou para a condenação daqueles que a
rejeitam.
Este texto de Isaias
sublinha a importância de responder ao convite divino. Deus não apenas convida,
mas garante que Sua Palavra, quando acolhida, trará consigo o cumprimento das Promessas.
No entanto, para que essas Promessas se manifestem na vida do crente, é
necessário um movimento ativo em direção a Deus — buscar ao Senhor enquanto se
pode achar, invocar enquanto está perto (Isaias 55:6).
2. É preciso Buscar ao Senhor
O primeiro passo essencial
para viver as promessas de Deus é buscar ao Senhor de forma ativa e contínua.
Em Isaías 55:6, lemos: “Buscai ao Senhor enquanto se pode achar, invocai-o
enquanto está perto”. Este versículo é um chamado urgente para um relacionamento
profundo e constante com Deus. Ele não é apenas um conselho, mas um imperativo
que destaca a necessidade de uma busca diligente e persistente por Deus.
Buscar ao Senhor
implica em dedicar tempo à oração, meditação na Palavra e em cultivar uma vida
espiritual que reflita um desejo genuíno de conhecer e experimentar a presença
de Deus. No contexto do Antigo Testamento, essa busca era uma resposta ao
convite de Deus para o arrependimento e restauração. Era uma convocação para o
povo de Israel retornar ao Senhor com todo o coração.
O Novo Testamento
reafirma essa necessidade de buscar a Deus, como ensinado por Jesus em Mateus
7:7,8: “Pedi, e dar-se-vos-á; buscai, e encontrareis; batei, e abrir-se-vos-á.
Porque aquele que pede recebe; e o que busca encontra; e, ao que bate, se
abre”. Aqui, Jesus assegura que a busca sincera por Deus não é em vão. Ele
promete que aqueles que O buscam de coração encontrarão Sua presença, Sua
direção e Suas bênçãos.
A busca por Deus,
conforme Jesus ensinou, não é passiva; ela requer esforço, perseverança e fé. É
um processo que envolve pedir com humildade, buscar com determinação e bater
com insistência. Essa busca é uma expressão de dependência total de Deus,
reconhecendo que Ele é a fonte de toda provisão, sabedoria e direção.
Além disso, essa
busca deve ser feita “enquanto se pode achar” e “enquanto está perto”, como
destaca Isaías. Isso sugere que há um tempo oportuno para buscar ao Senhor, que
não deve ser desperdiçado. Deus está sempre acessível, mas é vital que aproveitemos
o momento presente para nos voltarmos a Ele, pois a oportunidade de buscar Sua
face pode não estar disponível para sempre.
Buscar ao Senhor é,
portanto, um ato de fé e obediência, essencial para que as Promessas de Deus se
tornem realidade em nossas vidas. Essa busca deve ser caracterizada por
sinceridade, arrependimento e uma entrega total ao propósito de Deus. Quando
buscamos ao Senhor com todo o coração, não apenas encontramos a realização de
Suas Promessas, mas também experimentamos uma transformação profunda em nosso
relacionamento com Ele.
3. É preciso se Arrepender
O Segundo passo para se viver as Promessas de Deus: “É preciso se
arrepender”. Isaías 55:7 chama ao arrependimento: “Deixe o perverso o seu
caminho, o iníquo os seus pensamentos; converta-se ao Senhor, que se
compadecerá dele, e volte-se para o nosso Deus, porque é rico em perdoar”. Esse
arrependimento é essencial para que as Promessas de Deus se cumpram plenamente.
Deus promete abundância e bênção, mas estas estão condicionadas à obediência e
à transformação do coração.
Além disso, Isaías 55:7 chama ao arrependimento:
“Deixe o perverso o seu caminho, o iníquo os seus pensamentos; converta-se ao
Senhor, que se compadecerá dele, e volte-se para o nosso Deus, porque é rico em
perdoar”. Esse arrependimento é essencial para que as Promessas de Deus se
cumpram plenamente. Deus promete abundância e bênção, mas estas estão
condicionadas à obediência e à transformação do coração.
As Promessas de Deus
muitas vezes vêm com condições que exigem a obediência do Seu povo para que
sejam cumpridas. Aqui estão três exemplos bíblicos de bênçãos que dependiam da
obediência a Deus:
a) A Promessa de vida longa
e prosperidade na Terra Prometida (Êx.20:12 e Dt.5:33)
ü Promessa: Deus prometeu ao povo de Israel que, se
obedecessem aos Seus mandamentos, teriam vida longa e prosperariam na terra que
Ele lhes deu.
ü Condição: A obediência à Lei, especificamente o mandamento
de honrar pai e mãe, é destacada em Êxodo 20:12: "Honra teu pai e tua mãe,
para que se prolonguem os teus dias na terra que o Senhor, teu Deus, te
dá."
ü Cumprimento: Essa promessa de vida longa e prosperidade estava
diretamente ligada à prática da obediência.
b) A Promessa de vitória
sobre os inimigos (Dt.28:1-7)
ü Promessa: Deus prometeu que, se Israel obedecesse
diligentemente à Sua voz e guardasse todos os Seus mandamentos, Ele os
exaltaria sobre todas as nações da terra e garantiria a vitória sobre os
inimigos.
ü Condição: A obediência total a Deus é a chave para receber
essa bênção: "E será que, se ouvires a voz do Senhor teu Deus... o Senhor
entregará os teus inimigos, que se levantarem contra ti, feridos diante de
ti" (Dt.28:1,7).
ü Cumprimento: A vitória sobre os inimigos estava condicionada à
obediência completa aos mandamentos de Deus.
c) A Promessa de ser feito
povo de Deus (Dt.28:9,10)
ü Promessa: Deus prometeu que Israel seria estabelecido como
Seu povo santo, separado para Ele, se obedecessem aos Seus mandamentos.
ü Condição: "O Senhor te confirmará para si por povo
santo, como te tem jurado, quando guardares os mandamentos do Senhor teu Deus,
e andares nos seus caminhos" (Dt.28:9).
ü Cumprimento: Ser reconhecido como povo santo de Deus, com todas
as bênçãos que isso traz, estava ligado à obediência fiel aos caminhos do
Senhor.
Esses exemplos
demonstram que as Promessas de Deus frequentemente exigem uma resposta de fé
expressa em obediência para que sejam plenamente realizadas na vida de Seu
povo.
Portanto, o convite
de Deus em Isaías 55 é uma oferta de redenção fundamentada na veracidade e no
poder de Sua Palavra. As Promessas de Deus não são apenas palavras vazias; elas
são garantias do cumprimento de Seu propósito em nossas vidas, desde que
respondamos com fé, arrependimento e busca contínua por Sua presença.
II. AS PROMESSAS E SEUS FUNDAMENTOS
1. A Promessa na Bíblia
As Promessas de Deus
são um tema central na Bíblia, refletindo o comprometimento divino em realizar
Seu propósito na vida das pessoas. Desde o início das Escrituras, vemos Deus
fazendo Promessas a Seus servos, estabelecendo um relacionamento baseado na
confiança e na fé em Sua Palavra.
No Antigo Testamento,
as Promessas de Deus aparecem de forma implícita e explícita em diversos
momentos. Embora a palavra "promessa" nem sempre seja mencionada
diretamente, o conceito é claramente manifestado nas alianças que Deus fez com
Abraão, Isaque, Jacó e o povo de Israel. Por exemplo, em Gênesis 12:1-3, Deus
prometeu a Abraão que ele seria pai de uma grande nação, que sua descendência
seria abençoada, e que todas as nações da terra seriam abençoadas por meio dele.
Essas Promessas estabeleceram a base do relacionamento de Deus com Israel e
antecipavam o plano de redenção que se desenrolaria ao longo da história
bíblica.
O Novo Testamento,
por sua vez, revela o cumprimento dessas Promessas na pessoa de Jesus Cristo.
Ele é o cumprimento das Promessas messiânicas do Antigo Testamento, trazendo à
plenitude a obra redentora que Deus prometeu realizar. Por exemplo, em Lucas
4:16-21, Jesus lê na sinagoga a profecia de Isaías e declara que ela se cumpriu
nEle. O apóstolo Pedro, em Atos 2:29-31, também afirma que as Promessas feitas
a Davi foram realizadas em Cristo, que foi ressuscitado dos mortos e exaltado à
direita de Deus.
Além disso, o Novo
Testamento introduz novas Promessas que se estendem à Igreja e a todos os crentes.
Essas Promessas incluem a ressurreição dos mortos e a transformação dos corpos
dos fiéis por ocasião do Arrebatamento da Igreja, conforme 1Tessalonicenses
4:13-18. Essas Promessas não são apenas esperanças futuras, mas são fundamentos
da fé cristã, reforçando a certeza de que Deus cumprirá tudo o que prometeu.
Os fundamentos das Promessas
de Deus estão enraizados na Sua natureza imutável e fiel. A palavra
"promessa" na Bíblia refere-se ao ato de Deus comprometer-Se a
realizar algo. E esse compromisso é infalível porque Deus é fiel e justo,
incapaz de mentir ou falhar em Sua palavra. Como declara o autor de Hebreus:
"Guardemos firme a confissão da nossa esperança, sem vacilar, pois quem
fez a promessa é fiel" (Hebreus 10:23).
Portanto, as Promessas
de Deus são mais do que simples declarações; elas são garantias de que Ele
cumprirá Sua vontade no tempo certo. Elas são a base sobre a qual a fé dos
crentes é edificada, oferecendo segurança e esperança inabaláveis. Ao longo da
Bíblia, vemos que Deus é zeloso em cumprir o que promete, e é essa confiança
que sustenta a vida e a fé de todos que nEle confiam.
2. Deus é Infalível
A infalibilidade de
Deus é uma verdade central e confortadora da fé cristã. Ela se fundamenta nos
atributos incomunicáveis de Deus, que O diferenciam de toda a criação e
garantem que Suas Promessas e propósitos jamais falharão. Quando afirmamos que
Deus é infalível, estamos reconhecendo que Ele é absolutamente perfeito em
poder, conhecimento e presença, qualidades que são exclusivas da Sua natureza
divina.
Em primeiro lugar,
Deus é Onipotente — Ele possui todo o poder. Em Sua onipotência, Deus é
capaz de realizar tudo o que deseja, sem limitações. Não há circunstância ou
força no universo que possa frustrar Seus planos ou impedir que Suas Promessas
se cumpram. Isso está claramente refletido em Isaías 43:13, onde Deus declara:
“Ainda antes que houvesse dia, eu sou; e ninguém há que possa fazer escapar das
minhas mãos; operando eu, quem impedirá?”. Essa declaração de poder absoluto
reforça que, quando Deus decide agir, nada nem ninguém pode impedir Sua
vontade.
Em segundo lugar,
Deus é Onisciente — Ele conhece todas as coisas. O conhecimento de Deus
é perfeito e abrangente, abrangendo o passado, o presente e o futuro em sua
totalidade. Ele conhece todos os detalhes do universo e da vida humana, desde o
mais insignificante até o mais grandioso. Como Deus sabe todas as coisas, Ele
nunca é surpreendido ou enganado, e Suas Promessas são feitas com pleno
conhecimento de tudo o que acontecerá. A onisciência de Deus garante que Suas
palavras são verdadeiras e fiéis, pois Ele nunca promete algo sem saber
exatamente como e quando irá cumprir.
Em terceiro lugar,
Deus é Onipresente — Ele está presente em todos os lugares ao mesmo
tempo. Isso significa que não há lugar no universo onde Deus não esteja
plenamente presente. A onipresença de Deus assegura que Ele está sempre perto
de nós, acompanhando cada detalhe de nossa vida e sustentando a criação. Essa
presença constante é um lembrete de que Deus nunca nos abandona, e que Suas Promessas
se aplicam a nós em todos os momentos e circunstâncias.
Esses atributos
incomunicáveis — Onipotência, Onisciência e Onipresença — constituem a base da
infalibilidade de Deus. Diferente dos seres humanos, que são limitados e falíveis,
Deus é absolutamente confiável em todas as Suas ações e palavras. Sua
infalibilidade significa que Ele nunca falha, nunca muda, e nunca deixa de
cumprir aquilo que prometeu. Como o profeta Isaías afirma em Isaías 55:11, a
Palavra de Deus “não voltará para mim vazia; antes, fará o que me apraz e
prosperará naquilo para que a enviei”.
Portanto, quando
confiamos nas Promessas de Deus, podemos ter plena certeza de que elas serão
cumpridas, porque elas são sustentadas pela natureza infalível do próprio Deus.
Ele é imutável e eternamente fiel, e é por isso que Suas Promessas são um
fundamento seguro para a nossa fé e esperança. Ao entendermos a infalibilidade
de Deus, somos levados a uma confiança mais profunda nEle, sabendo que, independentemente
das circunstâncias, Ele jamais falhará.
3. Deus zela por Sua Palavra
A expressão
"Deus zela por Sua Palavra" encapsula uma verdade profunda sobre o
caráter divino: Deus é absolutamente fiel e comprometido com o cumprimento de
tudo o que Ele declara. Sua Palavra não é meramente uma comunicação sem
consequência; ela é viva, eficaz e carregada de poder para realizar exatamente
o que Ele determina.
Em Isaías 55:11,
lemos: “assim será a palavra que sair da minha boca; ela não voltará para mim
vazia; antes, fará o que me apraz e prosperará naquilo para que a enviei”. Este
versículo enfatiza que a Palavra de Deus é enviada com um propósito específico
e infalível. Quando Deus fala, Suas palavras não são ocas nem vazias. Elas
carregam a autoridade e o poder do próprio Deus e, portanto, são irresistíveis
e inalteráveis. O que Deus declara será cumprido, sem exceção.
A fidelidade de Deus
em cumprir Sua Palavra é ilustrada de maneira vívida em Jeremias 1:11,12, onde
o profeta tem uma visão de uma vara de amendoeira. Quando Deus pergunta a
Jeremias o que ele vê, e ele responde corretamente, Deus confirma a visão
dizendo: “Viste bem; porque eu velo sobre a minha palavra para a cumprir”. A
vara de amendoeira, uma árvore que floresce precocemente na primavera,
simboliza vigilância e prontidão. Assim como a amendoeira floresce no tempo
certo, Deus está constantemente vigiando para assegurar que Sua Palavra se
cumpra exatamente como foi proferida.
Esse zelo de Deus por
Sua Palavra revela Sua imutabilidade e integridade. Diferente dos seres
humanos, cujas Promessas podem ser falíveis ou não cumpridas, Deus não pode
mentir, nem Se contradizer. Sua Palavra é um reflexo perfeito de Seu caráter:
fiel, verdadeiro e constante. Quando Deus faz uma promessa, Ele se compromete a
realizá-la com todo o Seu ser, porque Ele é fiel a Si mesmo e à Sua Palavra.
Além disso, o zelo de
Deus por Sua Palavra também nos oferece segurança e confiança. Podemos
depositar nossa fé nas Promessas de Deus, certos de que Ele cumprirá cada uma
delas. Nenhuma circunstância, adversidade ou força contrária pode impedir o
cumprimento daquilo que Deus declarou. Este zelo é um sinal da soberania
divina, mostrando que Deus não apenas decreta, mas também vela atentamente para
garantir que tudo ocorra conforme Seu plano perfeito.
O entendimento de que
Deus zela por Sua Palavra deve impactar profundamente nossa vida de fé. Ele nos
chama a confiar plenamente em Suas Promessas, sabendo que elas são
inquebrantáveis. Em um mundo onde tantas palavras são ditas sem
responsabilidade, a Palavra de Deus se destaca como um alicerce sólido e
imutável. Podemos viver em paz, sabendo que aquilo que Deus disse se cumprirá,
porque Ele mesmo está atento e comprometido com a realização de cada uma de
Suas Promessas.
III. TIPOS E PROPÓSITOS DAS PROMESSAS DE DEUS
1. Promessas incondicionais
As Promessas Incondicionais
de Deus são declarações soberanas que Ele faz, garantindo que Seu propósito se
cumprirá independentemente de qualquer condição ou resposta humana. Essas Promessas
não dependem de circunstâncias, tempo, ou atitudes do destinatário. Elas são
fundamentadas unicamente na vontade imutável de Deus, que, em Sua soberania e
fidelidade, assegura que o que Ele determinou acontecerá de maneira infalível.
Um dos exemplos mais
claros de uma promessa incondicional na Bíblia é a profecia do nascimento de
Jesus Cristo. Isaías 9:6 anuncia: “Porque um menino nos nasceu, um filho se nos
deu; e o governo estará sobre os seus ombros; e o seu nome será: Maravilhoso
Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz”. Esta profecia foi
dada séculos antes de seu cumprimento, independentemente das circunstâncias que
pudessem ocorrer ao longo da história. Deus prometeu e, na plenitude dos
tempos, Ele cumpriu essa promessa ao enviar Seu Filho ao mundo, nascido de uma
virgem, como anunciado em Isaías 7:14.
Outro exemplo é a
promessa do local de nascimento de Jesus. Em Miquéias 5:2, lemos: “E tu, Belém
Efrata, pequena demais para estar entre as milhares de Judá, de ti sairá aquele
que será dominador em Israel, e cujas origens são desde os tempos antigos,
desde os dias da eternidade”. Esta profecia especifica que o Messias nasceria
em Belém, uma pequena e aparentemente insignificante cidade, mas escolhida
soberanamente por Deus para este propósito. Nada que a humanidade pudesse fazer
mudaria essa realidade, pois estava estabelecida pelo decreto incondicional de
Deus.
Além das Promessas já
cumpridas, a Bíblia também apresenta Promessas incondicionais que ainda
aguardam cumprimento. Um exemplo significativo é a promessa do Arrebatamento da
Igreja, conforme descrito em 1Tessalonicenses 4:13-17. Esse evento escatológico
inclui a ressurreição dos que morreram em Cristo e a transformação dos crentes
que estiverem vivos na vinda do Senhor. Não há condições anexadas a essa promessa;
ela ocorrerá no tempo determinado por Deus, independentemente das ações
humanas. Isso reflete a soberania de Deus sobre a história e Seu plano
redentor.
A incondicionalidade
dessas Promessas é uma garantia para os crentes de que o plano de Deus será
realizado de maneira perfeita e imutável. Mesmo quando Promessas parecem
distantes ou quando as circunstâncias parecem contradizer o que foi prometido,
os crentes podem ter plena confiança na fidelidade de Deus. Como Hebreus 10:23
nos exorta: “Guardemos firme a confissão da nossa esperança, sem vacilar, pois
quem fez a promessa é fiel”.
Portanto, as Promessas
Incondicionais são um testemunho do poder soberano e da fidelidade de Deus.
Elas revelam que Deus está no controle absoluto de toda a criação e que Seu
propósito será realizado sem falha. Para os crentes, essas Promessas são uma
fonte de esperança e segurança, lembrando-nos que, independentemente das
circunstâncias, a Palavra de Deus é firme, imutável e digna de total confiança.
2. Promessas Condicionais
As Promessas Condicionais
de Deus, diferentemente das Promessas Incondicionais, requerem uma resposta ou
ação específica por parte do ser humano para que se cumpram. Elas estabelecem
uma relação direta entre a obediência ou cumprimento de certas condições e a
recepção das bênçãos prometidas. Ao longo das Escrituras, essas Promessas são
frequentemente apresentadas como parte de alianças e instruções divinas,
demonstrando que o relacionamento de Deus com Seu povo envolve
responsabilidades mútuas.
Um exemplo clássico
de uma Promessa Condicional é encontrado em Êxodo 15:26, onde Deus faz uma
promessa de saúde plena ao povo judeu, condicionada à obediência às Suas
ordenanças:
"Se ouvires
atento a voz do Senhor, teu Deus, e fizeres o que é reto diante de seus olhos,
e deres ouvidos aos seus mandamentos, e guardares todos os seus estatutos,
nenhuma das enfermidades porei sobre ti, que pus sobre os egípcios; porque eu
sou o Senhor, que te sara".
Aqui, Deus oferece
proteção contra as doenças, mas essa proteção está condicionada à obediência e
fidelidade a Ele.
Outro exemplo de Promessa
Condicional é encontrado em Deuteronômio 28:1,2, onde Deus promete bênçãos
abundantes ao povo de Israel, mas com a condição de que eles obedeçam
cuidadosamente a todos os Seus mandamentos:
"E será que, se
ouvires a voz do Senhor, teu Deus, tendo cuidado de guardar todos os seus
mandamentos que eu hoje te ordeno, o Senhor, teu Deus, te exaltará sobre todas
as nações da terra. E todas estas bênçãos virão sobre ti e te alcançarão, quando
ouvires a voz do Senhor, teu Deus".
Neste capítulo, Deus
detalha tanto as bênçãos pela obediência quanto as maldições que viriam pela
desobediência, enfatizando a natureza condicional das Suas Promessas.
No Novo Testamento,
vemos Promessas Condicionais ligadas ao perdão e à comunhão com Deus. Em Mateus
6:14,15, Jesus ensina que o perdão de Deus está condicionado ao perdão que
oferecemos aos outros:
"Porque, se
perdoardes aos homens as suas ofensas, também vosso Pai celestial vos perdoará;
se, porém, não perdoardes aos homens [as suas ofensas], tampouco vosso Pai vos
perdoará as vossas ofensas".
Esta Promessa
ressalta a importância do perdão na vida cristã, mostrando que a misericórdia
que recebemos de Deus depende de nossa disposição de mostrar misericórdia aos
outros.
Jesus também
condiciona o permanecer no amor de Deus à obediência aos Seus mandamentos. Em
João 14:23, Ele afirma:
"Se alguém me
ama, guardará a minha palavra; e meu Pai o amará, e viremos para ele e faremos
nele morada".
Da mesma forma, em
João 15:10, Ele declara:
"Se guardardes
os meus mandamentos, permanecereis no meu amor; assim como também eu tenho
guardado os mandamentos de meu Pai e no seu amor permaneço".
Nessas passagens, o
vínculo com o amor de Deus e a intimidade com Ele são condicionados à nossa
fidelidade e obediência a Cristo.
Essas Promessas Condicionais
sublinham a importância da responsabilidade humana no relacionamento com Deus.
Elas nos lembram que, embora Deus seja gracioso e desejoso de abençoar, Ele
espera que respondamos à Sua graça com obediência e fidelidade. O cumprimento
dessas Promessas depende de nosso comprometimento em seguir as diretrizes
divinas.
Em resumo, as Promessas
Condicionais são um reflexo da aliança entre Deus e a humanidade, onde as
bênçãos divinas estão ligadas à nossa obediência e à forma como respondemos ao
Seu chamado. Elas nos encorajam a viver de maneira que honre a Deus, sabendo
que nossas escolhas podem influenciar a realização das bênçãos que Ele deseja
derramar sobre nós.
3. O propósito das Promessas de Deus
As Promessas de Deus,
conforme reveladas na Bíblia, carregam propósitos profundos e multifacetados
que envolvem tanto a realização dos planos divinos quanto o desenvolvimento de
um relacionamento íntimo e duradouro com a humanidade. Cada promessa divina é
uma expressão do amor, da graça e da soberania de Deus, e o cumprimento dessas
promessas serve para evidenciar o caráter imutável e fiel de Deus.
-O primeiro propósito
das Promessas de Deus é estabelecer uma aliança com o ser humano. Desde o
início da criação, Deus demonstrou Seu desejo de se relacionar com a humanidade
de maneira íntima e significativa. Em Gênesis 1:27-30, Deus cria o homem à Sua
imagem e semelhança e concede-lhe domínio sobre a terra. Logo depois, em
Gênesis 2:16,17, Deus estabelece um mandamento, formando assim uma aliança
inicial com Adão e Eva. As Promessas associadas a essa aliança refletem o
desejo de Deus de que a humanidade viva em harmonia com Ele, seguindo Suas
direções e desfrutando das bênçãos que Ele preparou.
-Outro propósito
significativo é a reconsideração do destino da raça humana, particularmente
evidente na história de Noé. Após a corrupção generalizada da humanidade, Deus,
em Sua justiça, decide trazer um dilúvio para purificar a terra, mas em meio à
destruição, Ele faz uma promessa a Noé. Em Gênesis 9:11-17, Deus estabelece um
pacto com Noé, prometendo nunca mais destruir a terra por meio de um dilúvio e
dando à humanidade uma nova oportunidade para recomeçar. Esta promessa revela a
graça e a misericórdia de Deus, que, mesmo diante da rebeldia humana, oferece
redenção e uma nova chance de viver segundo os Seus preceitos.
-Além disso, as Promessas
de Deus também servem para mostrar a eleição de um povo específico, Israel,
como parte de Sua aliança com Abraão. Em Gênesis 12:1-3, Deus chama Abraão e
promete fazer dele uma grande nação, através da qual todas as famílias da terra
seriam abençoadas. Essa promessa é reiterada em Êxodo 19:5,6, onde Deus, após
libertar os israelitas da escravidão no Egito, reafirma Seu compromisso de
fazer de Israel um “reino de sacerdotes e uma nação santa”. As Promessas
relacionadas à eleição de Israel mostram que Deus escolhe agir por meio de
pessoas e nações para realizar Seus propósitos redentores no mundo.
-Outro grande propósito
das Promessas de Deus é zelar pela Sua Palavra e aprofundar o Seu
relacionamento com a humanidade. Em Isaías 55:11,12, Deus declara que a Sua
Palavra não voltará vazia, mas cumprirá tudo o que Ele deseja. Quando
experimentamos o cumprimento das Promessas de Deus, percebemos Sua presença
ativa em nossas vidas e Sua fidelidade em cumprir o que foi prometido. Isso nos
dá a certeza de que Deus está intimamente envolvido em nossa jornada,
fortalecendo nossa fé e nos assegurando que não estamos sozinhos no mundo. A
realização das Promessas divinas reforça a confiança de que Deus é um Pai
amoroso e zeloso, comprometido com o bem-estar e a redenção de Seus filhos.
-Em última análise, o
cumprimento das Promessas de Deus visa a demonstrar Sua glória e promover Seu
reino. Cada promessa cumprida aponta para o caráter soberano e fiel de Deus e
nos chama a uma vida de fé e obediência, sabendo que Ele é digno de confiança.
Quando entendemos os
propósitos das Promessas de Deus, somos levados a uma adoração mais profunda e
a um compromisso renovado com Sua vontade, confiando que Ele sempre age para o
nosso bem e para a Sua glória eterna.
CONCLUSÃO
Deus, em Sua
soberania, é fiel e comprometido com a realização de Suas Promessas; essas Promessas
são compromissos profundos que revelam Sua natureza imutável e amorosa.
Aprendemos que existem Promessas incondicionais, como o nascimento de Jesus e a
redenção, que Deus cumprirá independentemente das circunstâncias, e Promessas
condicionais que dependem da nossa obediência e resposta às Suas orientações.
Vimos também que os propósitos das Promessas incluem estabelecer alianças,
oferecer oportunidades de redenção e aprofundar nosso relacionamento com Deus.
O cumprimento dessas Promessas confirma a fidelidade divina e fortalece nossa
confiança de que Deus está constantemente presente em nossas vidas. Somos
chamados a esperar com paciência e fé, sabendo que cada promessa reflete o amor
e a graça de Deus, e que Sua Palavra jamais retorna vazia.
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Luciano de
Paula Lourenço – EBD/IEADTC
Referências
Bibliográficas:
Bíblia de
Estudo Pentecostal.
Bíblia de
estudo – Aplicação Pessoal.
Bíblia de
Estudo – Palavras Chave – Hebraico e Grego. CPAD
William
Macdonald. Comentário Bíblico popular (Antigo e Novo Testamento).
Comentário
do Novo Testamento – Aplicação Pessoal. CPAD.
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Dicionário
VINE.CPAD.
O Novo
Dicionário da Bíblia. VIDA NOVA.
Lawrence
O. Richards. Guia do Leitor da Bíblia. CPAD.