2º Trimestre/2020
Texto Base: Ef.1:1,2; Atos 19:1-7
05/04/2020
“A vós graça e paz, da parte de Deus, nosso Pai, e da do
Senhor Jesus Cristo” (Ef.1:2).
Efésios
1:
1.Paulo,
apóstolo de Jesus Cristo, pela vontade de Deus, aos santos que estão em Éfeso e
fiéis em Cristo Jesus:
2.a
vós graça e paz, da parte de Deus, nosso Pai, e da do Senhor Jesus Cristo.
Atos 19:
1.E
sucedeu que, enquanto Apolo estava em Corinto, Paulo, tendo passado por todas
as regiões superiores, chegou a Éfeso e, achando ali alguns discípulos,
2.disse-lhes:
Recebestes vós já o Espírito Santo quando crestes? E eles disseram-lhe: Nós nem
ainda ouvimos que haja Espírito Santo.
3.Perguntou-lhes,
então: Em que sois batizados, então? E eles disseram: No batismo de João.
4.Mas
Paulo disse: Certamente João batizou com o batismo do arrependimento, dizendo
ao povo que cresse no que após ele havia de vir, isto é, em Jesus Cristo.
5.E
os que ouviram foram batizados em nome do Senhor Jesus.
6.E,
impondo-lhes Paulo as mãos, veio sobre eles o Espírito Santo; e falavam línguas
e profetizavam.
7.Estes
eram, ao todo, uns doze varões.
INTRODUÇÃO
Estamos
iniciando mais um trimestre letivo da Escola Bíblica Dominical, esta que é a
mais icônica instituição discipuladora, ao longo de sua existência, de forma
contínua, das Assembleias de Deus no Brasil, quiçá, do mundo; milhões de
pessoas foram e estão sendo beneficiadas espiritualmente e moldado o seu
caráter nos padrões que o Espírito Santo requer ao um verdadeiro cristão. Sem
dúvida, a EBD tem cumprido cabalmente a grande comissão estabelecida por Jesus
Cristo, antes de Sua ascensão, e que foi registrada por Mateus – “Portanto,
ide, ensinai todas as nações [...]; ensinando-as a guardar todas as coisas que
eu vos tenho mandado[...]” (Mt.28:19,20). Como bem diz o Pr. Caramuru Afonso
Francisco, “A EBD é a igreja reunida, ensinando enquanto evangeliza, e evangelizando
enquanto ensina”.
Neste
Trimestre letivo trataremos do seguinte tema: “A Igreja Eleita – Redimida pelo Sangue de Cristo e selada com o
Espírito Santo da Promessa”. Teremos como base a Epístola aos Efésios, esta
que é considerada pelos estudiosos da Bíblia como uma síntese de todo o
cristianismo. As principais doutrinas básicas da Igreja de Cristo estão
contidas neste inspirado compêndio doutrinário, como a que estudaremos neste
trimestre letivo – a Eleição da Igreja. Nesta obra prima, Paulo é contundente e
claro em suas palavras: a Igreja, o povo de Deus da Nova Aliança, é a Eleita de
Deus em Cristo Jesus. Enfim, Efésios é uma combinação da doutrina cristã
(capítulos 1 a 3) com o dever cristão (capítulos 4 a 6).
Devo
acreditar que os estudos deste trimestre nos trarão revelações espirituais que
devem conduzir-nos à verdadeira adoração, gratidão, e maior maturidade cristã e
espiritual. Nesta primeira Aula trataremos dos aspectos introdutórios da
Epístola, tais como: autoria, data que foi escrita, os destinatários, propósito
e mensagem.
CAPA DO TRIMESTRE
A capa do trimestre traz um rolo selado,
sendo este selo vermelho com uma figura de um leão coroado, a nos mostrar que a
escolha divina foi de salvar o ser humano pelo sangue de Jesus, o Leão da tribo
de Judá, a raiz de Davi (Ap.5:5), bem como que, por meio de Cristo, passamos a
ser propriedade do Senhor (1Co.1:30), sendo, por isso, selados pelo Espírito
Santo, algo que também é afirmado pelo apóstolo nesta Epístola aos efésios
(Ef.1:13).
Além da
cor vermelha do selo, há, também a coroa de espinhos, a nos lembrar o
sacrifício de Cristo, que tomou o lugar do pecador, para satisfazer a justiça
divina e, deste modo, permitir que passasse a existir um povo de Deus na face
da Terra, que se aproxima de Deus pelo derramamento do sangue de Cristo
(Ef.2:13). Na carta aos Efésios é dito claramente que a redenção do homem vem
pelo sangue de Jesus (Ef.1:7) (Fonte: PortalEBD).
DIVISÃO EM BLOCOS
O
trimestre está dividido em três blocos, a saber:
-Primeiro bloco (Lição
01).
Neste bloco é feita a apresentação da Epístola como também uma análise das
saudações iniciais, com a identificação do remetente e dos destinatários.
-Segundo bloco (Lições 2 a 10). As
lições deste bloco dizem respeito à parte doutrinária da Epístola, onde são
registrados os ensinamentos relacionados com o que significa ser Igreja, as
bênçãos de que é alvo, o significado da salvação, a natureza da Igreja, além da
oração que Paulo faz em favor da Igreja.
-Terceiro bloco
(Lições 11 a 13).
As lições deste bloco dizem respeito à parte prática da Epístola, onde é
registrada a conduta que devem ter os salvos em Cristo Jesus em sua
peregrinação terrena (Fonte: PortalEBD).
I.
AUTORIA E DATA
1. Autoria
Sem
dúvida, esta Epístola reclama a autoria paulina de forma explícita (Ef.1:1;
3:1). Praticamente todos os eruditos, desde o primeiro século, apontam o
apóstolo Paulo como o autor de Efésios. Já no segundo século depois de Cristo,
os pais da igreja atribuíram esta Epístola a Paulo de Tarso. Inácio de
Antioquia (martirizado em 115 d.C.) conhecia a Epístola aos Efésios e atribuía
a sua autoria ao apóstolo dos gentios, que também é sustentada por outros
líderes cristãos do segundo século, incluindo Irineu de Lyon, Clemente de
Alexandria e Tertuliano de Cartago. O próprio apóstolo se apresenta como o
remetente de Efésios - “Paulo, apóstolo
de Jesus Cristo, pela vontade de Deus, aos santos que estão em Éfeso e fiéis em
Cristo Jesus” (Ef.1:1).
Muitas
expressões que são comuns em outras Epístolas de sua autoria são encontradas
com frequência em Efésio. A linguagem e o estilo de Efésios são diferentes em
alguns aspectos quando comparadas com outras epístolas/cartas de Paulo; ainda
assim, parecem-se tanto com Paulo que mesmo se a Epístola não tivesse o seu
nome, seria difícil imaginar que a Igreja creditasse sua autoria a qualquer
outra pessoa.
2. A assinatura
apostólica
O
Novo Testamento contém 13(treze) Epístolas/Cartas escritas pelo apóstolo Paulo,
e em todas elas o autor deixou a sua assinatura. Efésios, em alguns sentidos, é
uma Epístola típica de Paulo: contém a saudação, as ações de graça, o
desenvolvimento da doutrina seguida de sua aplicação e as saudações finais. Por
duas vezes, o autor diz que se chama Paulo (Ef.1:1; 3:1), e o conteúdo é tão
parecido com o da Epístola aos Colossenses (em alguns aspectos) que dá a
entender que ambas devem ter sido escritas quase ao mesmo tempo. Portanto, a estrutura
de Efésios é tipicamente paulina e a sua assinatura apostólica é assaz
perceptível e inconfundível.
O
pastor Douglas Baptista chama a nossa atenção para uma curiosidade na saudação
da Epístola aos Efésios, o que ocorre em todas as demais epístolas paulinas: “a
identificação pelo seu nome romano, Paulo, e nunca pelo nome judeu, Saulo,
provavelmente por considerar que Paulo era mais apropriado para evangelizar o
mundo gentílico (Rm.11:13). Outro detalhe relevante é que, em sete das suas Epístolas
(1Coríntios; 2Cocoríntios; Gálatas; Efésios; Colossenses; 1Timóteo e 2Timóteo),
Paulo reivindica explicitamente a sua autoridade apostólica com a ressalva: ‘pela vontade de Deus’. Isso significa
que o seu chamado e apostolado ‘não era da parte dos homens, nem por homem
algum, mas por Jesus Cristo e por Deus Pai, que o ressuscitou dos mortos’
(Gl.1:1)” (Douglas Baptista. A Igreja
eleita).
3. Uma Epístola da
prisão
Pelo
que se percebe pelos próprios escritos de Paulo, ele escreveu 05(cinco)
Epístolas na prisão: sendo 04 (quatro) por ocasião da primeira prisão e 01(uma)
por ocasião da segunda prisão em Roma, sendo esta a última que ele escreveu, na
antessala do martírio.
Paulo
foi preso várias vezes. O Livro de Atos revela sua prisão em Filipos, em
Jerusalém, em Cesaréia e em Roma. Paulo ficou preso boa parte da sua atividade
apostólica. Ele podia estar encarcerado, mas a Palavra de Deus não estava
algemada, como ele mesmo afirmou: “pelo
que sofro trabalhos e até prisões, como um malfeitor; mas a palavra de Deus não
está Presa” (2Tm2:9). Ele era um embaixador em cadeias; jamais se sentiu
prisioneiro de homens, mas sempre prisioneiro de Cristo.
Epístolas da Primeira Prisão, em Roma: Efésios,
Filipenses, Colossenses e Filemom
Depois
de três meses que estava na Grécia, o apóstolo resolveu voltar à Judeia. Nesse
contexto houve uma revolta popular em Jerusalém que culminou na prisão de Paulo
em Cesareia por dois anos (Atos 20:1-24:27). Por ser cidadão romano, Paulo
solicitou uma audiência com o imperador.
Após
apelar para o tribunal de César, o apóstolo foi conduzido a Roma, onde
permaneceu em prisão domiciliar por dois anos inteiros (Atos 28:30). A julgar
pelas condições favoráveis na casa alugada para esse fim, tais como: ausência
de restrições para receber visitas e o não cerceamento da liberdade para
escrever e ensinar (Atos 28:31), ratifica-se que a prisão em Roma foi o local
de redação das chamadas “Epístolas da Prisão”.
Foi
durante esse cárcere em Roma que provavelmente Paulo escreveu as Epístolas aos
Efésios, Filipenses, Colossenses e a Carta a Filemom. Por isso, estas são
chamadas de “epístolas da prisão”. Alguns comentaristas sugerem que pelo menos
uma dessas Epístolas talvez tenha sido escrita durante o tempo de prisão em
Cesareia.
Epístola da Segunda Prisão, em Roma: 2Timóteo
O
texto bíblico não explica exatamente o que aconteceu com Paulo após sua
primeira prisão em Roma, registrada no final do livro de Atos dos Apóstolos.
Provavelmente, ele foi libertado e talvez tenha saído numa nova viagem
missionária; é possível que ele tenha conseguido chegar até a Espanha e depois
visitado as cidades da região do mar Egeu (cf. Rm.15:24; 1Tm.1:3; Tito 1:5;
3:12). Caso isto esteja correto, então é possível que as chamadas epístolas
pastorais (1Timóteo, Tito e 2Timóteo) tenham sido escritas durante esse
período final de seu ministério.
Primeiramente,
ele teria escrito as Epístolas de 1Timóteo e Tito; depois, já encarcerado
novamente em Roma, na metade da década de 60 d.C., conforme afirma a tradição,
ele teria escrito a Epístola de 2Timóteo, pouco antes de ser executado
(cf.2Tm.4:6-18). Certo é que, depois de enxergar tamanha dedicação do apóstolo
à causa do Evangelho, facilmente podemos entender a conclusão que ele próprio
fez acerca de sua vida e ministério, ao dizer: “Combati o bom combate, acabei a
carreira e guardei a fé” (2Tm.4:7).
Este
grande bandeirante do Evangelho, escreveu estas Epístolas de sua prisão em Roma;
mas, antes de chegar à capital do império, Paulo já tinha passado por provas e
tribulações terríveis: ele tinha sido perseguido em Damasco, rejeitado em
Jerusalém e esquecido em Tarso; já tinha sido apedrejado em Listra, açoitado em
Filipos, escorraçado de Tessalônica, enxotado de Beréia, chamado de tagarela em
Atenas e de impostor em Corinto; já tinha sido fustigado três vezes com varas
pelos romanos e recebido 195 açoites dos judeus (2Co.11:24,25); enfrentou feras
em Éfeso, foi preso em Jerusalém e acusado em Cesareia; enfrentou um naufrágio
avassalador ao dirigir-se a Roma e foi picado por uma cobra altamente venenosa
em Malta.
O velho apóstolo chegou a Roma preso e
algemado. Ficou sendo vigiado pela guarda pretoriana - a guarda de elite do
palácio imperial composta de 16 mil soldados de escol. A despeito disso,
encorajou os crentes de Roma e escreveu epístolas/cartas às igrejas das
províncias da Macedônia e da Ásia Menor. Apesar de estar preso em Roma, ele não
se considerava prisioneiro de César, mas prisioneiro de Cristo Jesus (Ef.3:1),
prisioneiro no Senhor (Ef.4:1) e embaixador em cadeias (Ef.6:20).
Como
bem afirma o Rev. Hernandes Dias Lopes, a vida de Paulo foi um milagre; seu
sofrimento, um monumento; suas cicatrizes, seu vibrante testemunho. Ele foi
perseguido, rejeitado, esquecido, apedrejado, fustigado com varas, preso,
abandonado, condenado à morte, degolado; mas, em vez de fechar as cortinas da
vida com pessimismo, amargura e ressentimento, termina erguendo ao Céu um
tributo de louvor ao Senhor: "eu sei
em quem tenho crido, e estou certo de que ele é poderoso para guardar o meu
tesouro até aquele dia" (2Tm.1:12).
Em
Roma, na antessala do martírio, de forma imperturbável, impressionante e com
alegria na alma, Paulo ergue ao Céu sua última doxologia: “combati o bom combate, acabei a carreira e guardei a fé; desde agora,
a coroa da justiça me está guardada, a qual o senhor, justo juiz, me dará
naquele dia; e não somente a mim, mas a todos aqueles que amarem a sua vinda”
(2Tm.4:7,8). "a Ele [o Senhor Jesus
Cristo], glória pelos séculos dos séculos. Amém" (2Tm.4:18b).
Paulo
tombou na terra, pelo martírio, mas ergueu-se no Céu para receber a recompensa,
como o mais vitorioso e destacado bandeirante da fé. Glórias sejam dadas a
Jesus Cristo!
4. Data
Conforme
está registrado no Livro de Atos, Paulo realizou três viagens missionárias.
Após estas viagens e ter implantado várias igrejas por onde passou,
principalmente na Ásia e na Macedônia, ele foi preso em Cesareia por um período
de dois anos, entre 58 e 60 d.C. (Atos 24:27).
Em
razão de as datas serem aproximadas, a estimativa da chegada de Paulo em Roma
fica entre 60 e 62 d.C. Partindo dessa premissa, a data provável da escrita aos
Efésios ocorreu por volta dos anos 61 e 62 d.C. Tíquico foi o portador das
Epístolas aos Efésios e aos Colossenses, que, possivelmente, foram despachadas
na mesma ocasião que a carta a Filemom (Ef.6:21,22; Cl.4:7-9).
5. Contexto e Tema
a) Contexto. John Stott afirmou:
-Efésios
é uma síntese maravilhosamente concisa, mas abrangente, das boas-novas e suas
implicações. Ninguém pode ler Efésios sem ser levado a se maravilhar e adorar,
e desafiado a levar uma vida de santidade e fidelidade. A Epístola concentra-se
no que Deus fez por meio da obra de Jesus Cristo e o que Ele faz por meio do
Seu Espírito, hoje, para edificar sua ‘nova sociedade’ em meio à ‘velha
sociedade’.
-Efésios
conta como Jesus Cristo derramou Seu sangue em uma morte sacrificial pelo
pecado, foi ressuscitado da morte pelo poder de Deus e exaltado, acima de tudo
que competia com Ele, ao lugar supremo, tanto no universo como na Igreja. Mais
do que isso, nós, que estamos ‘em Cristo’, unidos a Ele pela fé, compartilhamos
esses grandes eventos. Fomos ressuscitados da morte espiritual, exaltados ao
Céu e lá nos assentaremos com Ele. Também fomos reconciliados com Deus e uns
com os outros. Consequentemente, por meio de Cristo e em Cristo, somos a nova
sociedade de Deus, a nova humanidade singular que Ele está criando, a qual
inclui judeus e gentios em igualdade de condições. Somos a família de Deus Pai,
o Corpo de Jesus Cristo, seu Filho, e o Templo ou morada do Espírito Santo.
Portanto,
devemos demonstrar clara e visivelmente a realidade desta novidade que Deus
fez: em primeiro lugar, pela unidade e diversidade de nossa vida comum;
segundo, pela pureza e pelo amor de nossa conduta diária; em seguida, pela
submissão mútua e cuidado de nossos relacionamentos em casa; e, por último, pela
estabilidade na luta contra os principados e potestades do mal. Então, na
plenitude do tempo, o propósito de unificação de Deus será completo sob a
liderança de Jesus Cristo” (John Stott.
Lendo Efésios).
b) Tema. Os grandes temas da
fé cristã adornam a coroa de Efésios. Os capítulos mais destacados da
soteriologia e da eclesiologia podem ser encontrados nessa obra-prima. Contudo,
o foco de Efésios é o “mistério”, dantes guardados no coração de Deus, e que
agora fora revelado.
A
verdade sublime que compõe o tema da Epístola aos Efésios é o anúncio de que os
crentes, tanto judeus como gentios, formam agora uma unidade em Cristo Jesus; são
membros lado a lado da mesma Igreja, o Corpo de Cristo. No presente momento
estão assentados em Cristo nos lugares celestiais; no futuro, vão compartilhar
da Sua glória como Cabeça de todas as coisas.
O
tema central, portanto, da Epístola é: “a nova sociedade de Deus”. Eu diria: “A
Igreja, o novo povo eleito de Deus”. Enfim, em Efésios, a Igreja é:
- A nova humanidade
de Deus, uma colônia onde o Senhor da história estabeleceu uma amostra da
unidade e dignidade renovada da raça humana (Ef.1:10-14; 2:11-22:
3:6,9-11; 4:1-6:9).
- Uma comunidade
onde o poder de Deus de reconciliar as pessoas a si próprio é
experimentado e compartilhado através de relacionamentos transformados
(Ef.2:1-10; 4:1-16; 4:32-5:2; 5:22-6:9).
- Um novo templo,
uma construção feita de pessoas, fundada na revelação segura do que Deus
tem feito na história (Ef.2:19-22; 3:17-19).
- Um organismo onde
o poder e a autoridade são exercidos segundo o padrão de Cristo (Ef.1:22;
5:25-27), e a sua mordomia é uma maneira de servi-lo (Ef.4:11-16;
5:22-6:9).
- Um posto avançado
num mundo tenebroso (Ef.5:3-17), buscando o dia da redenção final.
- Acima de tudo, a
Igreja é a Noiva que se prepara para a chegada do seu amado esposo
(Ef.5:22-32).
II.
DESTINATÁRIOS
1. Destinatários
Alguns
eruditos consideram Efésios uma Epístola circular dirigida às igrejas da Ásia,
e não apenas uma Epístola dirigida particularmente à Igreja de Éfeso, uma vez
que Paulo não trata ali de problemas locais como o faz nas outras epístolas.
Mesmo que isso seja um fato, isso em nada deslustra a integridade e a
pertinência de sua mensagem.
Efésios
também é considerada uma Epístola gêmea de Colossenses. Escritas do mesmo
local, no mesmo período e levadas às igrejas pelo mesmo portador, Tíquico,
ambas tratam basicamente das mesmas coisas.
Primeiramente,
a Epístola é endereçada “aos santos que
vivem em Éfeso e fiéis em Cristo Jesus” (Ef.1:1). “Santos e fiéis em Cristo
Jesus”, que excelente reputação! O que seria necessário para que outrem nos
caracterizassem como um santo e fiel seguidor de Cristo Jesus? Certamente,
manter-nos firmes em nossa fé, continuamente. Agindo assim, ficaremos
conhecidos com santo e fiel seguidor do Senhor Jesus Cristo, como os cristãos
de Éfeso.
a)
“Aos santos”. A palavra “santo” não
quer dizer uma pessoa que não peca. Também não são pessoas mortas canonizadas,
mas pessoas vivas separadas por Deus para viver uma vida diferente; são pessoas
que foram separadas do mundo por Deus. A palavra grega hagioi, "santos", quer dizer separados, é um nome que se
aplica no Novo Testamento a todos os que são nascidos de novo, “novas
criaturas” (2Co.5:17).
Basicamente a palavra
se refere à posição do crente “em Cristo”, mais do que ao que ele é em si
mesmo. Em Cristo todos os crentes são “santos”, mesmo quando não se comportam
de maneira santa. Por exemplo, Paulo chama os crentes de Corinto de santos
(1Co.1:2), porém, pelo que há nessa Epístola fica evidente que a vida deles não
era rigorosamente santa. Entretanto, a vontade de Deus é que a vida prática do
crente seja condizente com a sua posição em Cristo: “santos” de vida santa.
Segundo Russell P.
Shedd:
-“Nos dias do Antigo
Testamento, o tabernáculo, o templo, o sábado e o próprio povo eram santos por
ser consagrados, separados para o serviço de Deus. Uma pessoa não é
"santa" nesse sentido por mérito pessoal; ela é alguém separada por
Deus e, por conseguinte, é chamada a viver em santidade.
-“No Novo Testamento,
através do Espírito de santificação, santo é ‘alguém separado para pertencer
exclusivamente a Deus’, são os nascidos de novo. Paulo envia a Epístola aos
Efésios com a pressuposição de que os seus leitores são pessoas realmente
convertidas e separadas para o reino de Cristo”.
b)
Aos “fiéis em Cristo
Jesus”.
“Fiéis”, aqui, significa “aqueles que se comprometeram com Cristo, que
aceitaram o convite de sair do mundo perdido para o reino do Filho do seu amor”;
em outras palavras: significa aqueles que creem, sendo, portanto, uma descrição
dos cristãos verdadeiros. Esse comportamento dos cristãos de Éfeso é uma
decisão definitiva e clara; é uma mudança de posição, não geográfica, mas
mental, quanto a quem é Jesus Cristo e quanto a todos os outros senhorios do
mundo, inclusive o de César. Dando esse passo, tornam-se fiéis. A palavra “fiéis”
também carrega a ideia de fidelidade: eles não apenas deram aquele passo,
quando se batizaram e se identificaram com Cristo, mas continuavam se identificando
permanentemente. É verdade que os crentes também devem ser fiéis no sentido de
fidedignidade, ou seja, devem ser merecedores de confiança. Porém, a ideia principal
é que são pessoas que aceitaram Cristo Jesus como o seu único Senhor e Salvador.
2. Breve painel da
Cidade de Éfeso.
a) A Cidade de Éfeso. A cidade de Éfeso era
uma das cinco maiores cidades do Império Romano, ao lado de Roma, Corinto,
Antioquia e Alexandria. Era um importante centro comercial, político e
religioso de toda a Ásia Menor. Nesta cidade estava situado o templo dedicado
ao ídolo grego Ártemis (Diana para os romanos) - “Então, o escrivão da cidade, tendo apaziguado a multidão, disse: Varões
efésios, qual é o homem que não sabe que a cidade dos efésios é a guardadora do
templo da grande deusa Diana e da imagem que desceu de Júpiter?” (Atos 19:35).
Éfeso
abrangia uma extensa área, ela ficava localizada no território da Lídia entre
as cidades antigas de Esmirna e Mileto. Era uma cidade portuária cujo Porto
desaguava no mar Egeu. Por causa dessas boas instalações portuárias e das
várias estradas que ligavam a cidade ao vasto Império Romano, Éfeso alcançou a
posição de grande metrópole com cerca de 500 mil habitantes; era a sede do
procônsul romano e da confederação de cidades da Ásia Menor.
b) A religiosidade em Éfeso. Esta cidade foi o
centro de culto ao ídolo “Diana”, a chamada deusa da fertilidade, cujo templo,
localizado a cerca de 1.600 metros da cidade, era considerado uma das sete
maravilhas do mundo antigo e constituía o principal motivo de orgulho para Éfeso.
Quatro vezes maior do que o Partenon de Atenas, o templo de Éfeso levou,
segundo a tradição, 220 anos para ser construído. Corria, na época, um dito
popular de que "o Sol nada via mais belo no seu trajeto do que o templo de
Diana”.
No
argumento do Pr. Douglas Baptista, “o livro de Atos informa que a imagem
adorada no templo havia ‘caído do céu’ (Atos 19:35). Provavelmente algum
meteorito fora recolhido e talhado para moldar a imagem. Essa crendice sinaliza
que a religiosidade dos efésios era permeada de superstições. O cortejo do
templo, que abrangia sacerdotes, sacerdotisas, assistentes e escravos eunucos
que cultuavam por meio de atos sexuais, indica o nível de depravação e
imoralidade daquela cidade.
A
maior fonte de renda da cidade era o comércio de nichos de prata do ídolo Diana,
que eram comercializados no templo. A prostituição, a pornografia e as artes
mágicas também auferiam lucros financeiros. Sendo o centro de vários outros cultos
pagãos, inclusive o culto aos imperadores romanos deificados, a cidade era
conhecida como arch paganismi, que
quer dizer ‘o cúmulo do paganismo’”.
O
culto idólatra também era estimulado pela crença e pela prática do ocultismo
referendado por inúmeros livros de artes mágicas, encantamentos, amuletos,
sacrilégios e feitiços. O temor dos fenômenos sobrenaturais ou supranormais,
mantinha a cidade espiritualmente cega e escravizada. Com a mensagem do
Evangelho, muitos dos que receberam a Cristo ‘trouxeram os seus livros e os
queimaram na presença de todos’ (Atos 19:18,19).
John
Stott ressalta que o fato de os recém-convertidos estarem dispostos a jogar
seus livros no fogo, em vez de converterem o seu valor em dinheiro,
vendendo-os, era uma evidência notável da sinceridade de suas conversões, era
um sinal claro de que o povo de Éfeso estava desistindo da magia e abraçando o
Evangelho de Jesus Cristo. Esse exemplo levou a outras conversões, pois “assim
a palavra do Senhor crescia e prevalecia poderosamente” (Atos 19:20).
Segundo
alguns estudiosos, o valor total daqueles livros correspondia a cinquenta mil
denários, ou seja, a 150 anos de salário de um trabalhador comum, levando em
consideração que o salário de um trabalhador era de um denário por dia.
Somente
o Evangelho tem o poder de mudar o caráter do ser humano, a sua cultura
pervertida, a sua religiosidade infame, fazendo com que esse ser humano seja
santo e fiel em Cristo Jesus.
Segundo Simon Kistemaker:
“Éfeso se tornou a
depositaria da literatura sagrada que formou o cânone do Novo Testamento.
Durante o tempo em que Paulo viveu em Éfeso, ele escreveu suas Epístolas aos
Coríntios. Quando Paulo ficou em prisão domiciliar em Roma, ele enviou sua
carta aos Efésios. Nos anos posteriores, quando Timóteo era pastor em Éfeso,
Paulo despachou as duas epístolas que levam o nome de Timóteo. Algumas décadas
mais tarde, o apóstolo João compôs seu Evangelho e suas três epístolas de
Éfeso. De certa maneira, pode-se dizer que assim como o Antigo Testamento fora
confiado aos judeus (Rm.3:2), da mesma forma os efésios se tornaram os
guardiães do Novo Testamento” (KISTEMAKER, Simon. Atos. Vol.2).
3. A Igreja em Éfeso
O
apóstolo Paulo visitou Éfeso pela primeira vez em sua segunda viagem
missionária (Atos 18:19-21). Ela foi a igreja que João pastoreava quando foi
desterrado para a solitária Ilha de Patmos, segundo a tradição Cristã dos
primeiros séculos.
Na
terceira viagem missionária, Paulo permaneceu nessa cidade por quase três anos
(Atos 20:31). Ao chegar em Éfeso, ele encontrou doze discípulos, os quais
batizou nas águas e conduziu-os a receber o batismo com o Espírito Santo (Atos
19:5-7). Em seguida, evangelizou os judeus na sinagoga por um espaço de três
meses (Atos 19:8); e como alguns judeus resistiram ao Evangelho, ele se dedicou
a pregar e a ensinar aos gentios num salão alugado na escola de Tirano (Atos
19:9). Ali, ele plantou uma pujante igreja, que se tornou influenciadora em
todos os rincões da Ásia Menor.
Em
Éfeso, Deus usou Paulo poderosamente. A Bíblia diz que até os lenços e aventais
do apóstolo foram usados para curar os enfermos e expulsar os demônios (cf.
Atos 19:12); e, assim, a Igreja crescia geometricamente. Mais tarde Paulo encontrou-se
novamente com os anciãos da Igreja em Éfeso na cidade de Mileto (Atos
20:16-38).
A
Igreja de Éfeso tem dois endereços: ela é cidadã do mundo (está em Éfeso) e
cidadã do Céu (está em Cristo). O Rev. Hernandes Dias Lopes diz que toda a vida
do cristão deve estar em Cristo Jesus; como a raiz enterrada na terra, o ramo
ligado à videira, como o peixe está no mar e o pássaro, no ar, também o lugar
da vida do cristão é em Cristo Jesus.
A
Igreja de Éfeso foi muito bem estabelecida na doutrina apostólica. Todos os
ensinos básicos lhe foram ministrados. Paulo disse: “porque jamais deixei de vos anunciar todo o desígnio de deus”(Atos 20:27).
Pelo teor e conteúdo da Epístola de Paulo aos Efésios, observa-se que aquela
igreja era bastante espiritual; porém, as severas advertências de Jesus às sete
igrejas da Ásia Menor começaram exatamente pela Igreja em Éfeso (cf.Ap.2:1-7).
1.Escreve ao anjo da igreja que está em Éfeso: Isto diz
aquele que tem na sua destra as sete estrelas, que anda no meio dos sete
castiçais de ouro:
2.Eu sei as tuas obras, e o teu trabalho, e a tua
paciência, e que não podes sofrer os maus; e puseste à prova os que dizem ser
apóstolos e o não são e tu os achaste mentirosos;
3.e sofreste e tens paciência; e trabalhaste pelo meu nome
e não te cansaste.
4.Tenho, porém, contra ti que deixaste a tua primeira
caridade.
5.Lembra-te, pois, de onde caíste, e arrepende-te, e
pratica as primeiras obras; quando não, brevemente a ti virei e tirarei do seu
lugar o teu castiçal, se não te arrependeres.
6.Tens, porém, isto: que aborreces as obras dos
nicolaítas, as quais eu também aborreço.
7.Quem tem ouvidos ouça o que o Espírito diz às igrejas:
Ao que vencer, dar-lhe-ei a comer da árvore da vida que está no meio do paraíso
de Deus.
Esta
era a situação da Igreja de Éfeso logo depois da morte dos apóstolos. Jesus
exortou os crentes dessa igreja a atentar para o que “o Espírito diz às
igrejas” (Ap.2:7). Em seguida, o vencedor recebe uma promessa. Quem é este
vencedor? Será uma pessoa superdotada ou alguém muito diferente? Não; o
vencedor é aquele que ouve e coloca em prática a Palavra de Deus. Afirma o
apóstolo Tiago: “E sede cumpridores da palavra e não somente ouvintes,
enganando-vos a vós mesmos”(Tg.1:22). Quando ouvimos o que o Espírito Santo
fala através da Palavra de Deus, nos tornamos vencedores -“... Ao que
vencer, dar-lhe-ei a comer da árvore da vida, que está no paraíso de Deus” (Ap.2:7).
Em
Éfeso, portanto, o vencedor seria aquele que demonstrasse autenticidade de sua
fé ao se arrepender por haver abandonado o primeiro amor. Quem assim
procedesse, poderia se alimentar “da árvore da vida, que está no paraíso de
Deus”.
O
fato de a pessoa ser vencedora comprova a realidade de sua experiência de
conversão. As pessoas são salvas única e exclusivamente pela graça mediante a
fé em Cristo. Todos os salvos se alimentarão “da árvore da vida”, ou seja, entrarão
na plenitude da vida eterna celestial.
4. A Saudação
Epistolar (Ef.1:2)
Esta
era a saudação costumeira de Paulo a todas as igrejas: “a vós graça e paz, da parte de Deus, nosso Pai, e da do Senhor Jesus
Cristo”.
“Graça
e Paz”, estas eram as palavras usuais de destaque em suas saudações. Na
tradição judaica usava-se apenas a palavra “paz” (shalom, no hebraico), mas Paulo por inspiração divina adicionou a
palavra “graça” a já conhecida “paz” e deu a saudação cristã um sentido muito
especial: “graça e paz”. Os crentes
em Cristo têm agora a “paz” da parte de Deus Pai, mas obtiveram a “graça” por
Jesus Cristo.
Nesta
saudação de Paulo, cada palavra é carregada de significado espiritual,
diferentemente das saudações vazias de hoje.
- “Graça”. É o favor de Deus para nossa vida diária. Os
leitores da Epístola já haviam sido salvos pela graça de Deus, seu favor
imerecido para com os perdidos; porém, agora precisavam da força vinda de Deus
para poder enfrentar os problemas, provações e tristezas da vida. Isto é o que
o apóstolo lhes deseja aqui.
- “Paz”. Esta “paz” descreve um espírito tranquilo em
todas as circunstâncias transitórias da vida. Os “santos” de Éfeso
experimentaram “paz” com Deus quando foram convertidos; porém careciam da “paz”
de Deus no dia-a-dia, isto é, repouso calmo e seguro que independe das circunstâncias
e resulta do hábito de levar tudo a Deus em oração (Fp.4:6,7).
William
Macdonald afirma que “que em primeiro lugar vem a ‘graça’ e depois a ‘paz’. A
ordem é sempre essa. Só depois que a ‘graça’ trata do problema do pecado é que
pode haver ‘paz’; e é somente através da força imerecida, que Deus dá
diariamente, que o crente experimenta ‘paz’, perfeita ‘paz’, em todas as
vicissitudes da vida”.
- “Da parte de
Deus, nosso Pai, e da do Senhor Jesus Cristo”. O apóstolo Paulo não
hesitou em colocar o Senhor Jesus no mesmo pé de igualdade com Deus Pai; ele
honrou o Filho da mesma forma que honrou o Pai. E todo crente deve fazer o
mesmo (João 5:23) – “para que todos
honrem o Filho, como honram o Pai. Quem não honra o Filho não honra o Pai, que
o enviou”.
Na
observação inteligível de William Macdonald, o título completo do nosso
Salvador é: “Senhor Jesus Cristo”.
- Como “Senhor”, Ele é o nosso mestre
absoluto, com autoridade sobre tudo o que somos e temos.
- Como “Jesus”, Ele é o nosso Salvador
que nos livrou do pecado.
- Como “Cristo”, Ele é o nosso Profeta,
Sacerdote e Rei divinamente ungido.
Que
nome precioso é o de nosso “Senhor Jesus Cristo”! Aos crentes de Filipos Paulo profere
esta linda doxologia:
“Pelo que também Deus o exaltou soberanamente e lhe deu um
nome que é sobre todo o nome, para que ao nome de Jesus se dobre todo joelho
dos que estão nos céus, e na terra, e debaixo da terra, e toda língua confesse
que Jesus Cristo é o Senhor, para glória de Deus Pai” (Fp.2:9-11).
III.
PROPÓSITO E MENSAGEM DA EPÍSTOLA AOS EFÉSIOS
1. O Propósito
Analisando
com cuidado o seu conteúdo percebe-se que o propósito da Epístola foi dar aos
crentes da Igreja de Éfeso e das igrejas circunvizinhas ensinos profundos sobre
como manter a unidade do Corpo de Cristo e adverti-los a respeito do propósito
da Igreja. Paulo sentia-se enormemente responsável pela saúde espiritual das
igrejas locais que tinha fundado, e como naquele momento estava preso, a sua
preocupação o motivou a escrever cartas e a enviar outros mestres e líderes para
ajudar os cristãos e fortalecê-los na sua fé em Cristo.
Nas
palavras de despedida de Paulo aos anciãos de Éfeso, no final de sua terceira
viagem missionária, ele os incentivou a permanecerem alertas contra os falsos
mestres (Atos 20:28-31). Paulo sabia que os novos crentes, como ovelhinhas,
seriam presas fáceis para os falsos mestres e pregadores ambiciosos, que
destruiriam o rebanho. Desta feita, Paulo escreveu esta Epístola para fortalecer
e amadurecer os seus irmãos e irmãs cristãos na fé, explicando o objetivo da
Igreja e convocando os crentes à sã doutrina e a uma vida santificada.
Hoje,
muitos cristãos aceitam a fé em Cristo e a sua igreja como algo natural. Mas, com
o passar do tempo, eles começam a criticar os seus irmãos na fé, os cultos de
adoração, e os líderes da igreja local, e frequentemente se tornam suscetíveis às
falsas doutrinas. Ao ler Efésios, devemos examinar as nossas atitudes à luz da
descrição que Paulo faz da igreja, o corpo de Cristo, e consideremos como poderíamos
incentivar e fortalecer outros irmãos na fé.
2. A Mensagem
Alguém
disse que a Epístola aos Efésios alcança um campo mais vasto do que qualquer
outra Epístola do Novo Testamento, com exceção, talvez, da Epístola aos
Romanos. Ela abrange os judeus e os gentios, o céu e a terra, o passado, o
presente e os tempos futuros. A sua mensagem principal é apresentar a Igreja
como o Corpo de Cristo; é mostrar o que Deus fez por meio de Jesus Cristo e que
continua fazendo pelo Seu Espirito Santo ainda hoje, a fim de edificar uma nova
sociedade – a Igreja.
Depois
de uma calorosa saudação (Ef.1:1,2), Paulo afirma a natureza da Igreja: o fato
glorioso de que aqueles que creem em Cristo foram banhados com a bondade de Deus
(Ef.1:3-8), escolhidos para participar da grandeza de Cristo (Ef.1:9-12),
marcados com o Espírito Santo (Ef.1:13,14), cheios do poder do Espírito
(Ef.1:15-23), libertados da maldição e da escravidão do pecado (Ef.2:1-10), e
trazidos para perto de Deus (Ef.2:11-18). Como se dominado pela emoção ao se
lembrar de tudo o que Deus fez, Paulo desafia os efésios a viverem próximos a
Cristo, e inicia espontaneamente uma oração (Ef.3:14-21).
A
seguir, Paulo volta a sua atenção às implicações de fazer parte do Corpo de
Cristo, a Igreja. Os crentes devem ter unidade no seu comprometimento com
Cristo e no uso dos dons espirituais ((Ef.4:1-16). Eles devem ter os padrões
morais mais elevados (Ef.4:17-6:9). Para o indivíduo, isto significa rejeitar
as práticas pagãs (Ef.4:17-5:20); para a família, significa a submissão e o
amor mútuos (Ef.5:21-6:9).
A
seguir, Paulo os lembra de que a igreja está em uma batalha constante contra as
forças das trevas, e que eles devem usar todas as armas espirituais que
estiverem à sua disposição (Ef.6:10-17).
Ele
conclui pedindo as suas orações, dando uma missão a Tíquico, e proferindo uma
bênção (Ef.6:18-24).
“Ora, para que vós também possais saber dos meus negócios
e o que eu faço, Tíquico, irmão amado e fiel ministro do Senhor, vos informará
de tudo, o qual vos enviei para o mesmo fim, para que saibais do nosso estado,
e ele console os vossos corações. Paz seja com os irmãos e amor com fé, da
parte de Deus Pai e da do Senhor Jesus Cristo. A graça seja com todos os que
amam a nosso Senhor Jesus Cristo em sinceridade. Amém!” (Ef.6:21-24).
CONCLUSÃO
Concluímos
esta Aula inicial afirmando que a Epístola de Éfeso é uma magnifica combinação
de doutrina e dever cristãos, fé e vida cristãs, o que Deus fez por meio de
Cristo e o que devemos ser e fazer em consequência disso. “Suas exortações nos
impelem a viver em santidade e, alicerçados em Cristo – a Cabeça da Igreja
(Ef.1:22) -, a batalhar contra as forças das trevas”. Lembrando que: “há um só
corpo e um só Espírito...; um só Senhor, uma só fé, um só batismo; um só Deus e
Pai de todos, o qual é sobre todos, e por todos, e em todos” (Ef.4:4-6).
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Luciano de Paula Lourenço – EBD/IEADTC
Disponível no Blog: http://luloure.blogspot.com
Referências Bibliográficas:
Bíblia de Estudo Pentecostal.
Bíblia de estudo – Aplicação Pessoal.
Comentário Bíblico popular (Novo Testamento) -
William Macdonald.
Comentário Bíblico Pentecostal. CPAD.
Comentário do Novo Testamento – Aplicação
Pessoal. CPAD.
Pr. Douglas Baptista. A IGREJA ELEITA.
Redimida pelo Sangue de Cristo e Selada com o Espírito Santo. CPAD.
Pr. Caramuru Afonso Francisco. PortalEBD.
Rev. Hernandes Dias Lopes. Efésios. Igreja, a
noiva gloriosa de Cristo.
SHEDD, Russel. Epístolas da Prisão: uma
análise. São Paulo: Edições Vida Nova,
2005, p. 15.
STOTT, John. A Mensagem de Efésios. São Paulo:
ABU Editora, 2007.
STOTT, John. Lendo Efésios.