1º Trimestre/2013
Texto Básico: 1Reis 19:2-8
03/02/2013
“Em tudo somos atribulados, mas não angustiados;
perplexos, mas não desanimados; perseguidos, mas não desamparados; abatidos,
mas não destruídos” (2Co 4:8,9)
INTRODUÇÃO
Sempre que realizamos ou estamos
prestes a realizar algo importante para Deus, enfrentamos o ataque do inimigo.
Até ao triunfo do Carmelo quando Elias sozinho enfrentou quatrocentos e
cinquenta profetas de Baal e quatrocentos do poste-ídolo Aserá, não se observa
nele segundo as Escrituras nenhum traço de depressão espiritual. Mas depois do
Carmelo e mais precisamente quando Elias aguardava à entrada de Jezreel boas
notícias que dentro de um prognóstico seu viriam da casa real, tudo mudou
(1Reis 18:46). Elias fez um prognóstico que uma vez exterminados os falsos
profetas de Baal, Deus, de imediato, enviaria o avivamento espiritual sobre
toda a nação. Isto fica mais evidente quando depois da vitória sobre os falsos
profetas, Elias disse a Acabe: “Sobe, come e bebe, porque já se ouve
ruído de abundante chuva” (1Reis 18:41). A chuva era o sinal! Quando
Acabe deu a notícia a Jezabel, ela prontamente enviou um mensageiro dizer a
Elias: “Façam-me os deuses como lhes aprouver se amanhã a estas horas não fizer
eu à tua vida como fizeste a cada um deles” (1Reis 19:2). Elias
esperava uma renovação espiritual na realeza face a presença de Deus incidida
no Monte Carmelo, demonstrando que só Ele é Deus e Senhor em Israel.
Entretanto, ouve uma ferrenha oposição ao profeta de Deus e isto lhe causou
depressão, levando-o a desistir de lutar. Ele tirou os olhos de Deus e
colocou-os nas circunstâncias. Isso pode acontecer com qualquer um de nós, por
isso precisamos ter muito cuidado.
I.
DEPRESSÃO
1. O que é depressão. É uma
doença física como outra qualquer, só que desorganiza as reações emocionais.
Ela é muito complexa e difícil de ser diagnosticada, pois um dos seus
principais sintomas pode ser confundido com tristeza, apatia, preguiça,
irresponsabilidade e em casos crônicos como fraqueza ou falha de caráter. É
muito comum ouvir as pessoas dizer que estão deprimidas, quando apenas estão
chateadas, estressadas ou porque se desentenderam com alguém.
Muitas pessoas, até aquelas
consideradas muita calmas, perderia a paciência ou se chatearia numa briga de
trânsito, invertida profissional, falta de grana, doença na família, perda de
um ente querido, desemprego, crise conjugal, etc. Isto é comum na vida das
pessoas, oscilamos o nosso humor diariamente. Só que depois de um curto período
de tempo voltamos ao normal, sem grandes dramas, correndo atrás do prejuízo. Já
a pessoa deprimida ou com predisposição, às vezes com uma chateação
corriqueira, pode ser nocauteada e cair num abismo sem fim. Porque é assim
mesmo que se sente um deprimido. Uma pessoa sem perspectiva de vida, sem amor
próprio, pessimista, desanimada que não vê graça em nada a não ser no seu
isolamento e luto em vida. Na realidade este desânimo perante a vida não é
falta de atitude e sim um mau funcionamento cerebral. Porque embora muitas
pessoas acham que depressão é tolice, “ela é uma doença, um desequilíbrio
bioquímico dos neurotransmissores (mensageiros químicos do impulso nervoso)
responsáveis pelo controle do estado de humor. Em alguns casos, a cura não
depende, como se costuma pensar, da vontade própria”(fonte:
http://www.espacovidaclinica.com.br/tratamentos.asp?tratamento=1).
Devemos ter cuidado para não
associar a depressão com pecado, o que costuma acontecer em muitas igrejas.
Essa doença, dependendo do caso, pode ser tratada tanto com medicação quanto
por meio de terapia e aconselhamento. Não podemos descartar a possibilidade de
uma cura divina, e, quando necessário, atentar para a necessidade de uma
intervenção médica (Mt 9:12).
2.
Sintomas da Depressão. Os sintomas da pessoa com depressão podem passar
completamente despercebidos e só tomamos consciência da situação quando a
pessoa comete alguma "asneira". Depois é demasiado tarde. Alguns dos
sintomas são: Após um período de tristeza, a pessoa esmorece e fica
"isolada do mundo". Não sente vontade de reagir, não acha graça em
nada, se sente angustiada, sem energia, chora à toa, tem dificuldade para
começar uma tarefa, dificuldade em terminar o que começou, persistência de
pensamentos negativos e um mal-estar generalizado: indisposição, dores pelo
corpo, insônia ou sonolência, alterações no apetite, falta de memória,
concentração, vulnerabilidade, fraqueza, taquicardia, dores de cabeça, suores
ou outros sintomas físicos que joga a pessoa pra baixo; pessimismo, hipocondria,
autocrítica; sentimentos de culpa, de vergonha, de desamparo; sentimento de que
não é digno; perda de interessa no trabalho e/ou na vida sexual, tensão,
tendência a acidentes, etc.
3. Causas
da depressão. A depressão pode ser causada pela maneira como se vive no
trabalho, no lar, na escola. O emprego que não oferece recompensa, mas não pode
ser deixado porque não há outro em vista; muita tensão de horários e prazos;
tensão doméstica, econômica, déficit de sono, pouco exercício físico, problemas
pessoais, problemas de criação, problemas na infância, problemas de
relacionamento, distância de Deus, a meia-idade (difícil para o homem, ainda
mais difícil para a mulher), desapontamentos, enfermidade, depressão após o
parto, rejeição, alimentação inadequada, efeito de entorpecentes, perda de
emprego, perda de posição, perda de pessoas queridas por morte, divórcio,
abandono etc., etc. Outras causas não têm sentido aparente, porém, na verdade,
são provocadas por um desequilíbrio interno, como desordens glandulares ou
hipoglicemia.
A verdade é que a depressão é uma
condição da qual Satanás se aproveita para tornar o povo de Deus inútil para a
Obra do Mestre. Entende o cristão deprimido que Deus dá perdão, mas não o
experimentou ou acha que não foi salvo ou que perdeu a salvação (coisa que a
Bíblia não ensina), ou ainda que cometeu o pecado imperdoável (sem saber
defini-lo). Satã ataca o cristão com o cansaço que deprime, e, assim, vem o
sentimento de fraqueza, ansiedade e medo. Medo da morte, medo do amanhã, medo
de gente, medo de coisas específicas, e medos mal definidos também.
Como se vê, as causas da
depressão podem ser as mais diversas, inclusive não podemos descartar os casos
hereditários. Há pessoas que, ao que tudo indica, têm alguma propensão, vinda
dos seus pais, para desenvolver esse tipo doença. Mas, na maioria das vezes, a
causa da depressão é cultural, isto é, depende do estilo de vida no qual as
pessoas se integram e a que são expostos.
II.
ELIAS - UM HOMEM COMO OS OUTROS
“Elias era homem sujeito às
mesmas paixões que nós, e orou com fervor para que não chovesse, e durante três
anos e seis meses não choveu sobre a terra. E orou outra vez e o céu deu chuva,
e a terra produziu o seu fruto" (Tg 5:16-18).
Elias foi um homem levantado por
Deus em tempo de crise política e apostasia religiosa em Israel. Ele,
ousadamente, confrontou os pecados do rei Acabe, dizendo-lhe que em seu reino
não choveria por três anos, e chamou a nação indecisa a colocar sua confiança
em Deus. De uma forma milagrosa multiplicou o alimento da viúva de Sarepta;
também orou a Deus em favor do filho da viúva, que havia morrido, e Deus o
ressuscitou. Elias desafiou os quatrocentos e cinquenta profetas do deus Baal e
os quatrocentos do poste-ídolo Aserá, no alto do monte Carmelo, e triunfou
valentemente sobre eles, Deus deu-lhe uma vitória espetacular diante do povo de
Israel; depois da vitória, ou seja, de provar que “só o Senhor é Deus”, Elias
motivou o povo a que os falsos profetas do falso deus Baal fossem mortos.
Pergunto: como é possível nos
dias de hoje nos identificarmos com uma pessoa tão extraordinária como o
profeta Elias? Todavia, Tiago disse: "Elias era homem sujeito às mesmas
paixões que nós..." .
É difícil tentar ver alguma
semelhança com um homem que tinha esse tipo de fé. Seria mais fácil nos
identificarmos com alguém como Pedro. Pedro era um individuo, que antes de ter
sua vida controlada pelo Espírito Santo, estava sempre metendo os pés pelas
mãos, quebrava promessas e ainda negou ao Senhor; mesmo depois de muitos anos
de convertido ainda cometia atitudes incondizentes com o padrão espiritual de
um apóstolo (cf. Gl 2:11-13). Também seria fácil nos identificar com Davi, às
vezes ele tinha problemas com Deus; tinha problemas com os filhos; não sabia em
quem confiar; caiu em adultério; mandou matar. Estes sim, eram homens sujeitos
às mesmas paixões que nós.
No entanto, Tiago não falou sobre
Davi, nem sobre Pedro. Falou daquele habitante do deserto, de origem humilde e
insignificante humanamente falando: Elias. O que Tiago queria dizer era que
Elias era um ser humano de natureza semelhante à que temos - com sentimentos,
disposições de ânimo e constituição física igual. Era alguém tão humano quanto
nós; ele tinha também os pés de barro. Não era um super-homem nem um super-crente.
Depois de retumbantes vitórias, Elias ficou deprimido e pediu para si a morte.
Precisamos parecer com Elias nos
seguintes aspectos: um distanciamento do mundo, fidelidade a Deus e um
comprometimento com a Palavra de Deus. Aliás, a fidelidade inabalável de Elias
a Deus e o comprometimento com a sua Palavra, faz dele um exemplo de fé,
destemor e lealdade a Deus, ante a intensa oposição e perseguição às falsas
religiões e aos falsos profetas. Temos habilidade de imitar esse grande homem
de Deus?
III. AS CAUSAS DOS CONFLITOS DE ELIAS
1. Decepção. O
sentimento de incapacidade ou fracasso, diante da realização de um trabalho
aparentemente inútil, pode nos levar à depressão. Disse a ímpia Jezabel: “Façam-me
os deuses como lhes aprouver se amanhã a estas horas não fizer eu à tua vida
como fizeste a cada um deles” (1Reis 19:2). Elias não estava preparado
para esta resposta da realeza, pois entendia que todo o problema em Israel se
resumia aos falsos profetas. Concluiu que uma vez exterminados, não só a chuva
cairia, mas a fome deixaria de assolar a nação, o pasto ressurgiria para
alimentar o gado; lagos, córregos e rios alegrariam o povo em abundância de
água. Que mais a realeza e a multidão queriam? Mas, o seu prognóstico foi uma
decepção; por isso, caiu em depressão. Elias caiu em depressão por se achar um
fracassado em sua missão espiritual para com o povo e, sobretudo com Acabe e
Jezabel. As bênçãos materiais, Deus tinha derramado; mas as espirituais, como a
salvação e a mudança de atitude da realeza para com Ele mesmo e seu povo, o
Senhor não realizara. Isso foi o bastante para o mundo de Elias ruir. Disse o
profeta: “Basta; toma agora a minha alma, não sou melhor do que meus
pais” (1Reis 19:4). Elias não teve poder de reação para lidar com o
ocorrido. É um perigo quando objetivamos algo e em prol deste algo empenhamos
toda a nossa força sem lograr êxito. Elias se sentiu assim. Julgou que seu
esforço foi em vão porque Deus não agiu na realeza de Israel conforme seu ponto
de vista. A vontade do Senhor é soberana!
2. Medo. Quando
Elias soube da oposição da realeza ao seu grande feito no Monte Carmelo, a sua
reação imediata foi esta: “Temendo, pois, Elias, levantou-se e, para
salvar sua vida...”(1Reis 19:3). O profeta valente e ousado agora
estava fugindo de medo das ameaças da rainha que poderia lhe tirar a própria
vida. Num dado momento, Elias pensou que sua vida dependia da ímpia Jezabel e
não de Deus. Por isso, ele temeu e fugiu. Sempre que tiramos nossos olhos de
Deus para colocá-los nas circunstâncias adversas afundamos num pântano de
desespero.
IV.
AS CONSEQUENCIAS DOS CONFLITOS
1. Fuga e isolamento. Fugir é a
primeira reação quando nos sentimos incapazes diante do inimigo (1Reis 19:3).
Moisés, incompreendido pelos filhos de Israel e procurado por Faraó, fugiu para
Midiã (Ex 2:15). Davi tomou a mesma atitude; durante prolongada crise, fugiu
para Aquis, rei de Gate, fazendo-se de louco (ler 1Sm 21:10-15).
Elias realizou grandes feitos
perante o Senhor: extirpou a idolatria de Israel (1Reis 18:19-40) e fez chover
sobre a terra, após um longo período de seca (1Rs 18:41,42; Lc 4:25; Tg
5:17,18). Todavia, isso não impediu que o profeta ficasse apavorado diante das
desprezíveis ameaças de Jezabel (1Rs 19:4,9). Então, fugiu! Ele entrou na
caverna da solidão quando mais precisava de pessoas à sua volta. A depressão
prega esse artefato: quando mais precisamos de companhia queremos nos trancar
nos quartos escuros. Elias dispensou o seu moço, quando mais precisava dele.
Muitos, por não confiarem plenamente em Deus, usam o sono, o isolamento, o
entretenimento, e tantas outras coisas para fugir da realidade. Se você estiver
enfrentando um problema difícil, a ponto de desejar esconder-se em uma cisterna
(1Sm 13:6), saiba que o Senhor tem um escape para você (Sl 91;Hb 13:5).
2.
Autopiedade e desejo de morrer. Depois de percorrer muitos
quilômetros, Elias deixou o seu discípulo e se prostrou debaixo de um zimbro de
tanta exaustão. Observemos que a Palavra é clara: “e ali deixou o seu moço”
(1Rs 19:3). Elias perdeu o ânimo para ensinar o seu discípulo e o amor por si
próprio - “Ele, porém, entrou pelo deserto
caminho de um dia, e foi sentar-se debaixo de um zimbro; e pediu para si a
morte, dizendo: Já basta, ó Senhor; toma agora a minha vida, pois não sou
melhor do que meus pais” (1Reis 19:4). Ele perdeu completamente a perspectiva
do futuro. Elias pediu para si a morte. Ele julgou que o melhor tempo da sua
vida havia ficado no passado e que o futuro só lhe reservava um espectro de
desespero. A angústia de Elias lhe trouxe um estado espiritual mórbido. Um anjo
lhe acorda com pão e água, ele come e volta a seu estado mórbido anterior: dormir.
Se antes uma pequena nuvem era sinal de milagre, agora nem um anjo é capaz de
lhe mostrar a vitória (1Reis 19:5,6).
V.
O SOCORRO DIVINO
Deus
tratou a depressão de Elias através de vários recursos.
1. Deus o tratou por meio da
sonoterapia(1Reis 19:5,6)
A depressão deixa a mente
agitada. Uma pessoa deprimida fica com o corpo cansado, mas a mente não
desliga. Elias precisou dormir e descansar para sair do buraco da depressão.
Deus encontrou o seu servo num momento de desmotivação e desespero. A depressão
lhe era tão intensa que desejou a morte (1Reis 19:4). E nessa condição
sentou-se debaixo de uma árvore e dormiu profundamente. Deus permitiu que o seu
servo tivesse um momento de descanso.
2. Deus o tratou por meio da
alimentação adequada(1Reis 19:6)
Deus preparou uma refeição para
Elias no deserto. Deu-lhe pão e água e ele recobrou suas forças. Uma pessoa
deprimida, muitas vezes, sente náuseas do alimento. É preciso fortalecer o
corpo no tratamento dessa doença. O Senhor, através de seu anjo, o alimentou e
permitiu que repousasse. Não houve nenhuma reprimenda, sermão ou repreensão.
Deus providenciou uma refeição de pão quente e água fresca e o deixou
descansar. Era preciso recobrar suas forças físicas. Creio que isto é
necessário não só no caso de Elias. É preciso repousar, descansar e ter uma
alimentação adequada. Podemos prevenir a depressão proporcionando um período de
descanso.
3. Deus tratou Elias por meio da
mudança de ambiente
Elias precisava de tempo e de um
novo ambiente, para considerar sua vida sob um novo ponto de vista. Deus
tirou Elias do deserto (1Rs 19:7,8) e levou-o à sua presença, em Horebe. 1Reis
19:9 diz: “Ali entrou numa caverna, onde passou a noite; e eis que lhe
veio a palavra do Senhor e lhe disse: Que fazes aqui, Elias?”. O
profeta passou uma noite inteira no “aposento” de Deus. Foi o próprio Senhor
que o conduziu à sua presença. Os versos 7 e 8 deixam claro isto: “Voltou
segunda vez o anjo do senhor, tocou−o e lhe disse: Levanta−te, e come, porque o
caminho te será sobremodo longo. Levantou−se, pois, comeu e bebeu; e com a
força daquela comida caminhou quarenta dias e quarenta noites até Horebe, o
monte de Deus”. Deus estava em silêncio quando Elias estava prostrado
no chão pedindo para si a morte. Agora, no monte Horebe é diferente, Deus lhe
dirige a palavra: “Que fazes aqui Elias?”. Deus não o condenou por sua
atitude. Ao invés disso faz essa pergunta. Deus queria entender. Não que Ele
não entendesse, mas queria que o profeta expressasse, verbalizasse o seu
problema. Certas vezes precisamos colocar para fora os nossos sentimentos, mas
devemos fazê-lo de uma maneira responsável. Deus também fez Elias entender e
enfrentar a realidade. Para vencer a depressão é preciso entender e enfrentar a
realidade.
Quem não anela ouvir em meio às
tempestades a voz inconfundível de Deus? A palavra de Deus é lâmpada para os
nossos pés e luz para os nossos caminhos (Sl 119:105). E mais: “Na tua presença
há plenitude de alegria” (Sl 16:11). O profeta deprimido, como qualquer outro
crente, precisava da amável e confortadora presença de Deus. Foi somente no
trono do Pai que Elias se reencontrou com a verdadeira alegria que a depressão
espiritual lhe tirou.
4. Deus o tratou dando-lhe a
oportunidade do desabafo
Elias estava dentro da caverna,
quando Deus lhe perguntou: “O que fazes aí, Elias?”. Deus, assim, o
ordena a sair da caverna para destampar a câmara de horror da alma e espremer o
pus da ferida – “Respondeu ele: Tenho sido muito zeloso pelo Senhor Deus dos exércitos;
porque os filhos de Israel deixaram o teu pacto, derrubaram os teus altares, e
mataram os teus profetas à espada; e eu, somente eu, fiquei, e buscam a minha
vida para ma tirarem” (1Reis 19:10). O desabafo é uma
necessidade vital para a assepsia da alma. Faça o mesmo: conte a Deus, conte a
um bom amigo que lhe seja instrumento de Deus.
5. Deus o tratou dando-lhe
bem-estar espiritual - Deus se revelou maravilhosamente a Elias
Em 1Reis
19:11 está escrito: “Disse−lhe Deus: Sai, e põe−te neste monte perante o
Senhor. Eis que passava o Senhor...” . São poucos os casos bíblicos em
que Deus se revela de uma maneira especial para os seus filhos. Abraão foi
chamado amigo de Deus (Tg 2:23). Enoque andou com Deus (Gn 5:24). Jó depois da
provação, quando perdeu bens, amigos, filhos, saúde, pôde dizer: “Eu te
conhecia só de ouvir, mas agora os meus olhos te vêem. Por isso me abomino no
pó e na cinza” (Jó 42:5,6). Existe um anelo em todo cristão para contemplar a
grandeza do Senhor, à semelhança de Moisés que suplicou a Deus: “Rogo−te que me
mostres a tua glória. Respondeu−lhe, o Senhor: Farei passar toda a minha
bondade diante de ti, e te proclamarei o nome do Senhor; terei misericórdia de
quem eu tiver misericórdia, e me compadecerei de quem eu me compadecer” (Êx
33:18,19). É na vontade soberana de Deus que está o segredo de sua manifestação
pessoal aos seus. Isto não implica dizer que não devamos pedir e orar pela
bênção. Devemos sim, buscar acima de tudo o Deus da bênção e não meramente a
bênção como é corrente nos dias de hoje! Elias, assim como os outros, foi
agraciado por Deus com sua maravilhosa manifestação.
Em 1Reis 19:11, Deus não estava
num grande e forte vento; muito menos no terremoto. Em 1Reis 19:12, o Senhor
não estava no fogo, mas numa brisa suave e tranquila. À suave manifestação de
Deus, Elias “envolveu o rosto no seu manto...” (1Rs 19:13). O profeta
sentiu o marcante poder santificador e renovador do Senhor. Não há depressão
espiritual que resista ao tratamento do Médico dos médicos. É Ele quem
unicamente amassa o barro porque Ele é o oleiro!
6. Deus
deu uma lição no profeta Elias
Em 1Reis 19:18 Deus fala assim: “Também
conservei em Israel sete mil: todos os joelhos que não se dobraram a Baal, e
toda boca que o não beijou”. Deus é o mestre por excelência. Ele
ensinou ao rebelde e insensível profeta Jonas o valor do verdadeiro amor ao
próximo através da morte de uma simples planta (Jn 4:6−11). O salmista aprendeu
o valor da disciplina divina, pois escreveu: “Antes de ser afligido andava
errado, mas agora guardo a tua palavra. Bem sei, ó Senhor, que os teus juízos
são justos, e que com fidelidade me afligiste” (Sl 119:67,75). Elias
experimentou a correção celestial em sua vida, mas antes disto se estribou em
sua fidelidade a Deus para reclamar sua proteção. Em 1Reis 19:14 ele repete com
mais intensidade o que falara no versículo 11: “Tenho sido em extremo zeloso
pelo Senhor Deus dos exércitos, porque os filhos de Israel deixaram a tua
aliança, derribaram os teus altares, e mataram os teus profetas à espada; e eu
fiquei só, e procuram tirar−me a vida”. Não é correto quando temos a
oportunidade de ficar frente a frente com o Altíssimo e ficamos querendo nos
justificar, com autocomiseração, se fazendo de vítima, tentando convencer a
Deus de nosso extremo zelo (1Reis 19:14). Deus não nos mandou ser extremamente
zeloso, mas sim zeloso apenas. Todo extremo é perigoso.
O profeta ouviu do próprio Deus:
“Também conservei em Israel”, Elias, “sete mil: todos os
joelhos que não se dobraram a Baal, e toda boca que não o beijou” (1Rs
19:18). Deus mostra-nos nosso equívoco: tem mais gente passando pelo que
estamos passando - Sete mil joelhos que não se dobraram a Baal. Elias estava se
achando o último dos profetas. Talvez imaginasse que nele se resumisse a
esperança de Israel. Elias aprendeu que Deus é Deus. Que lição!
7. Deus renovou a vocação
profética de Elias
1Reis 18:15,16 evidencia isto: “Então
o Senhor lhe disse: Vai, volta pelo teu caminho para o deserto de Damasco;
quando lá chegares, ungirás a Hazael para ser rei sobre a Síria. E a Jeú, filho
de Ninsi, ungirás para ser rei sobre Israel; bem como a Eliseu, filho de Safate
de Abel-Meolá, ungirás para ser profeta em teu lugar” (1Reis
19:15,16).
Uma vez revigorado, Elias, o
tesbita, tinha que ungir Hazael como rei da Síria; Jeú como rei de Israel; e a
tarefa mais difícil, que era ungir a Eliseu como profeta em seu lugar. Elias
tinha agora que passar o cajado. Talvez não imaginasse que este dia chegasse
nestas circunstâncias. Contudo, tinha sido renovado para tal missão! Já que
pediu a morte, Deus prepara seu sucessor na sua “barba”. Sempre precisaremos do
renovo de Deus em nossas vidas. Grandes homens de Deus precisaram! Elias
necessitou! Portanto, busquemos o trono da graça do Senhor, pois de lá, somente
de lá vem o reavivamento que nos curará de toda depressão espiritual.
8. Deus providenciou um amigo
próximo (1Reis 19:19-21)
É interessante observar que Deus
não lhe deu apenas um sucessor, mas alguém que o amava e o compreendia
suficientemente bem para servi-lo e encorajá-lo. Todos nós precisamos de outros
cristãos em nossa vida para nos ajudar e encorajar. É por isso que Deus
estabeleceu a igreja, para vivermos em comunhão, em amizade e em encorajamento
mútuo.
CONCLUSÃO
Como Elias, podemos estar
sujeitos às mesmas situações. Há crentes que passam por momentos de depressão,
perdem o ânimo e acreditam que Deus sequer está ao lado deles. Mas veja o que
aconteceu com Elias. Deus o socorreu e o alimentou de forma sobrenatural,
convidou-o para uma caminhada, para mais perto de si, e mostrou quem seria o
seu substituto no Reino do Norte. Mesmo em momentos de depressão, os servos de
Deus podem contar com o seu cuidado proteção e orientação. Deus não só habita
no alto e santo lugar, mas também com o contrito e quebrantado de coração (Is
57:15). Jeová jamais deixaria seus filhos sozinhos, no quarto escuro e
solitário da depressão espiritual. O hino 193 da harpa cristã traz a confiança
inabalável em Deus oriunda do usufruto de Sua presença apesar da depressão: “Ele
intercede por ti, minh’alma; Espera Nele, com fé e calma; Jesus de todos teus
males salva, E te abençoa dos altos céus”.
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Elaboração: Luciano de Paula Lourenço – Prof.
EBD – Assembléia de Deus – Ministério Bela Vista. Disponível no Blog: http://luloure.blogspot.com
Referências Bibliográficas:
William Macdonald – Comentário Bíblico popular (Antigo
Testamento).
Bíblia de Estudo Pentecostal.
Bíblia de estudo – Aplicação Pessoal.
O Novo Dicionário da Bíblia – J.D.DOUGLAS.
Comentário Bíblico NVI – EDITORA VIDA.
Revista Ensinador Cristão – nº 53 – CPAD.
A Teologia do Antigo Testamento – Roy B.Zuck.
Comentário Bíblico Beacon, v.2 – CPAD.
Porção Dobrada – Pr. José Gonçalves – CPAD.