quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

EDUCAÇÃO CRISTÃ CONTINUADA - LIÇÃO 4


1º Trimestre/2013

Subsídio para lição 4 da revista da EBD – Educação Cristã Continuada.

Tema do Trimestre: “Igreja – Missão e Crescimento”

 

Lição 4: ORGANIZAÇÃO DA IGREJA


 Leitura Básica: Atos 20:25-28

 “Todos os vossos atos sejam feitos com amor”(1Co 16:14)

 

INTRODUÇÃO


A Igreja é um Organismo vivo, e é Organizada. Assim sendo, é necessária que nela haja ordem e, por conseguinte, progresso, mesmo porque o Seu criador e formador é o próprio Deus Todo-Poderoso – o qual não é de confusão, mas de ordem -, que arquitetou-a antes mesmo da “fundação do mundo para que fôssemos santos e irrepreensíveis diante dele em amor(Ef 1:3,4). No Universo criado pelo Senhor Deus Onipotente tudo obedece às normas estabelecidas por Ele. Não haveria de ser diferente na sua nova cri­ação, a Igreja. Todavia, é bom ressaltar que Jesus não  fundou uma organização eclesiástica e nem estrutural. Ele criou um organismo vivo, com a Sua presença, em obediência a princípios divinos, a fim de prevalecer sobre o império das trevas e da maldade. Mas com o cresci­mento da Igreja, fez-se sentir a necessidade de haver uma estrutura organizacional administrativa e eclesiástica, de recrutar pessoas dedicadas para ajudarem nas tarefas espirituais e sociais da mesma. E onde há pessoas servindo deve haver quem as lidere, para que o seu serviço seja harmonioso e sem atropelos. Isto é, cada grupo de serviço deve possuir a sua liderança, por sua vez também sujeita a uma liderança superior, que culmina no Senhor Jesus, o supremo Líder (cf. 1Co 12:28).

I.  A IMPORTÂNCIA DA ADMINISTRAÇÃO ECLESIÁSTICA


Administração Eclesiástica é o estudo dos diversos assuntos ligados ao trabalho do pastor no que tange à sua função de líder ou administrador principal da igreja a que serve. Não é algo que se faz de maneira aleatória. Ela exige que haja uma estrutura formal e bem estabelecida, na qual sobressaem a um só tempo quatro palavras-chaves: objetivo, organização, planejamento e comando. Sem essas premissas não se chega a lugar algum. Qualquer empreendimento, para cumprir suas finalidades, terá de ter, portanto, objetivos bem definidos, organização com sequências lógicas, simples e precisas, planejamento que preveja todas as etapas do processo e comando capaz de gerir a administração.

É válido lembrar que a igreja é, simultaneamente, um Organismo vivo (que atua como agente do Reino de Deus) e uma Organização (que precisa dispor de todas as ferramentas humanas para a realização de seus objetivos). E por ser um Organismo vivo e organizada, essa igreja tende a crescer naturalmente impulsionada pelo Espírito Santo motivada pela pregação do Santo Evangelho. E para que essa igreja cresça de forma satisfatória e equilibrada, independentemente de sua estrutura organizacional, é indispensável que ela produza sustento próprio, líderes e segurança administrativa. Se a igreja local tiver a capacidade de suprir suas próprias necessidades, ou seja, caminhar com seus próprios pés, então ela tem possibilidade de ajudar a estabelecer outras igrejas, contribuindo poderosamente para que ocorra um incremento na propagação do Evangelho. É imprescindível que o líder possua pleno senso de responsabilidade espiritual, e saiba com inteligência otimizar os recursos espirituais e materiais que o Espírito Santo, através dos fiéis, canaliza à igreja.

Nenhuma igreja local vive sem administração, assim como nenhuma empresa sobrevive desorganizada. Muitos exemplos bíblicos temos de homens que foram verdadeiros administradores, quer na condução dos assuntos relacionados com a obra de Deus, quanto na sobrevivência de seu povo: Jetro, José no Egito, Daniel, os apóstolos, etc. Vou citar dois exemplos clássicos de boa organização e administração eclesiástica.

- O primeiro exemplo de organização foi mentado por Jetro, sogro de Moisés. Ele deu conselhos inteligíveis a Moisés a fim de aliviá-lo da pesada carga que sozinho supor­tava na liderança do povo (Ex 18:20,22). Ao ver que Moisés decidia sozinho todas as causas do povo, que se aglomerava todos os dias para ser atendido por ele, Jetro, dentro de sua experiência, sugeriu a Moisés que efetuasse a descentralização do poder, resolvendo apenas as causas mais graves, criando maiorais de mil, de cem, cinquenta e de dez, para resolver as “pequenas causas”, trazendo agilidade, eficiência e eficácia na liderança e paz para o povo de Israel. Moisés prontamente atendeu ao conselho de Jetro(Ex 18:24). Que grande qualidade de um líder: o de ouvir conselhos. Muitos, na atualidade, são arrogantes e soberbos, que não aceitam os conselhos de pessoas mais experientes e que muito podem ajudar na eficácia da liderança. Se é certo que o líder deve seguir a orientação divina, também é certo que Deus, como escolheu um povo, põe à disposição dos líderes pessoas que têm capacidades e habilidades para dar bons conselhos e auxiliar no sucesso e êxito da obra do Senhor. Salomão, o homem mais sábio de toda a terra, não abriu mão dos conselheiros e, inspirado pelo Espírito de Deus, disse o seguinte: “Onde não há conselho os projetos saem vãos, mas, com a multidão de conselheiros, se confirmarão” (Pv 15:22).

- O segundo exemplo que citamos de organização é o que ocorreu no princípio da Igreja. Os apóstolos fiz­eram eleger uma equipa de ajudantes que aliviassem a sua tarefa (At 6:2–4). Eles deviam dedicar-se primariamente ao estudo da Palavra e à oração. Mais tarde foram eleitos presbíteros em cada igreja para que cuidassem do rebanho enquanto os apóstolos viajavam na sua mis­são (At 14:23). Paulo aconselhou a Tito para que em cada cidade esta­b­ele­cesse presbíteros capazes, com formação moral, social e teológica, a fim de cuidarem do povo do Senhor (Tt 1:5–9). O relacionamento das igrejas locais foi sempre de cooperação (Rm 15:26,27; 2Co 8:4; 2Co 11:8; Fl 2:25). Jamais alguém deverá dizer: “Não preciso de ti”, porque todos os membros são necessários ao corpo (1Co 12:20–22).

Para atender à missão para a qual Deus a constituiu, a Igreja é organizado em três pilares: espiritual, social e econômico.

1. Quanto as aspecto espiritual. As assembleias da igreja são ocasiões para adorar o Senhor e edificar aqueles que participam. Podemos ver claramente a natureza espiritual das atividades das igrejas primitivas: os santos oravam juntos (Atos 4:31; 1Tm 2:1-2). Eles pregavam o evangelho (Atos 4:33). Eles se reuniam para participar da Ceia do Senhor (Atos 20:7; 1Co 11:17-34). Os cristãos primitivos louvavam a Deus e edificavam-se uns aos outros cantando salmos, hinos e cânticos espirituais (Ef 5:19; Cl 3:16).

2. Quanto ao aspecto social. Enquanto a importância da obra da igreja é claramente espiritual, há também um aspecto social. Em Atos 4:32-37, os discípulos contribuíram para aliviar as necessidades dos santos. A igreja de Jerusalém ajudou as viúvas pobres de seu meio (Atos 6:1-2). Quando as necessidades dos santos excederam a capacidade da igreja local, outras congregações enviaram dinheiro para ajudá-los (Atos 11:29-30; Rm 15:25-26; 1Co 16:1; 2C 8:4; 9:1-2; etc.). Deste modo, as igrejas mais ricas ajudavam as mais pobres, demonstrando a verdadeira fraternidade do amor que deverá caracterizar as igrejas locais de Cristo.

Infelizmente, os complicados sistemas de obras sociais em muitas igrejas modernas não se parecem nem um pouco com a simplicidade do plano do Novo Testamento. Em vez de terem fé para converter o mundo a Cristo, muitas igrejas estão atarefadas convertendo a igreja para se ajustar às expectativas do mundo. Algumas usam apelos a desejos carnais para atrair pessoas ou adquirir fundos. Em nome da religião, algumas usam bandas de "rock" ou outros programas musicais especiais. Outras oferecem festas completas com bebidas alcoólicas e danças. Muitas outras prometem bênçãos materiais e boa saúde para aqueles que se juntarem a suas igrejas. O interesse neste mundo tornou-se tão forte que algumas igrejas parecem mais como organizações sociais do que corpos espirituais. Precisamos não perder nossa concentração no céu, pensando que podemos corrigir todos os males sociais de um mundo dominado pelo pecado.

3. Quanto ao aspecto econômico. A missão principal da igreja é pregar o Evangelho. Os cristãos têm o privilégio de propagar a mensagem de salvação do evangelho. Devemos partilhar da atitude expressada por Paulo: "Pois não me envergonho do evangelho, porque é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê" (Rm 1:16). É por isto que os cristãos primitivos de Jerusalém foram tão diligentes em seu trabalho (Atos 5:42). Nossa missão hoje é a mesma que a missão dos tessalonicenses, que levavam diligentemente o evangelho às regiões próximas da Macedônia e Acaia (1Tes 1:8). Todavia, para cumprir esta missão também requer empenho financeiro.

As igrejas de hoje podem mandar evangelistas para pregar em outros lugares, como fez a igreja de Antioquia (Atos 13:1-3; 14:26-28). Aqueles evangelistas eram às vezes sustentados pelas igrejas para que pudessem dedicar-se à obra de pregar (Fp 4:5-8; 1Co 9:14-15). Paulo ensinava que o mesmo tipo de apoio financeiro poderia também ser dado aos presbíteros (1Tm 5:17-18). De acordo com a instrução apostólica, os cristãos aproveitavam as assembleias no primeiro dia da semana para recolher dinheiro que seria usado para fazer a obra de que Deus incumbiu à igreja (1Co 16:1-2).

Muitas igrejas se enredaram nos negócios da sociedade moderna, investindo suas provisões em dinheiro em negócios, tais como hospitais, fazendas, empresas(geralmente registradas no nome do líder), etc. Se essas igrejas agem assim, então, elas estão mostrando claro desrespeito pelo plano que Deus deu. O uso dos recursos financeiros, oriundos exclusivamente das contribuições voluntárias dos fiéis, deve ser efetivado nos modos aprovados por Deus.

Quando seguimos o modelo fornecido pelo Novo Testamento, a igreja será suficiente para fazer a obra e terá fartura de obra para fazer. Não temos necessidade nem permissão para envolver a igreja em outros projetos, organizações e obras inventados pelos homens. Assim como Deus rejeitou o fogo oferecido por Nadabe e Abiú (Lv 10:1-7), ele rejeitará obras estranhas que os homens introduzem nas igrejas. Tão certo como o Senhor desagradou-se quando Uzá estendeu uma mão de ajuda para fazer o que lhe parecia direito (2Sm 6:1-11), ele não quer nossa "ajuda" para encontrar um modo mais eficaz de fazer sua obra. Em ambos casos de pecados fatais, o problema fundamental foi uma falta em seguir exatamente o que Deus tinha instruído. Se desconsideramos suas instruções, não podemos esperar melhor sorte. "Há caminho que ao homem parece direito, mas o fim dele são os caminhos da morte" (Pv 14:12).

II. NOÇÕES DE ORGANIZAÇÃO DA IGREJA


A organização de uma igreja local obedece a seguinte estrutura,  no caso da Assembleia de Deus (adaptado da postagem exibida pelo pastor Geremias do Couto, em seu blog: “Princípios de liderança e administração eclesiástica “):

1. OS ATOS CONSTITUTIVOS

Uma igreja, para constituir-se, precisa basicamente de três documentos:

a)      Ata da Assembleia constitutiva;

b)      Estatuto, onde se determinam a natureza, os fins, as responsabilidades, a organização, a forma de governo, a competência, a administração e questões afins, e

c)       Regimento Interno, onde se particularizam as normas da instituição, que não podem jamais conflitar com o Estatuto.

Uma coisa precisa ficar bastante clara nos atos constitutivos: como e porque a igreja foi constituída, bem como a denominação a que pertence, para que haja o seu reconhecimento segundo os critérios da convenção que abriga a denominação. Só de posse desses documentos a igreja adquirirá personalidade jurídica e poderá cumprir perante a lei não só suas funções espirituais, mas suas atividades jurídicas e sociais, como, por exemplo, a aquisição e alienação de bens.

2. O ORGANOGRAMA.

O organograma é o ordenamento funcional da estrutura eclesiástica. Há pequenas diferenças de uma para outra, dependendo das peculiaridades locais, mas basicamente as igrejas adotam o seguinte modelo estrutural:

2.1. Assembleia. Compõe-se dos membros regulares e se constitui no poder máximo de discussão e decisão, cabendo aos órgãos da igreja cumprir o que for aprovado em Assembleia sob pena de prevaricação. Há dois tipos de Assembleia: Ordinária e Extraordinária. A primeira trata dos assuntos do dia-a-dia. A segunda, dos assuntos que se constituem exceção, como: admissão ou exoneração do pastor, aquisição ou alienação de bens, aprovação ou reforma de Estatuto e aprovação ou reforma de Regimento Interno. Em ambos os casos o Estatuto prevê o quorum necessário para que suas decisões sejam legitimas.

2.2. Diretoria. Compõe-se normalmente de presidente, dois vice-presidentes, dois secretários e dois tesoureiros e tem a responsabilidade de conduzir a administração.

Ao presidente cabe:

a)      Convocar e dirigir todas as Assembleias, bem como as reuniões da Diretoria e do Corpo Ministerial;

b)      Representar a igreja judicial e extrajudicialmente;

c)       Assinar, com o 1º secretário e o 1º tesoureiro, escrituras de compra e venda, de hipoteca e de alienação de bens imóveis, sempre mediante autorização prévia e nos termos do Estatuto;

d)      Assinar as atas das Assembleias da igreja, depois de aprovadas;

e)      Assinar, com o 1º tesoureiro, cheques e outros documentos de crédito em conta conjunta;

f)        Autorizar, com o 1º tesoureiro, todas as contas e gastos, assinando os recibos e demais documentos da tesouraria, de acordo com as decisões administrativas;

g)      Velar pelo bom desempenho da igreja, observar e fazer cumprir o Estatuto, o Regimento Interno e as resoluções da Assembleia;

h)      Representar, de fato, a igreja perante suas coirmãs e convenções. Na qualidade de pastor é também de sua responsabilidade a direção dos atos de cultos e das reuniões solenes, bem como a orientação espiritual e doutrinária dos membros.

2.3. Corpo ministerial. Compõe-se dos pastores que servem à igreja, seja na sede, seja nas congregações, os quais se reúnem sob convocação do presidente para a discussão prévia dos assuntos que serão levados à ordem do dia para a apreciação da Assembleia.

2.4. Conselho Fiscal. Compõe-se normalmente de três membros, com a responsabilidade de auditar as contas da igreja e emitir parecer sobre o balancete a ser apreciado em Assembleia.

2.5. Departamento de Administração. Como o próprio nome indica, esse departamento cuida das questões administrativas e responde pelas seguintes áreas: Serviços Gerais, Diaconia, Obras, Compras e Almoxarifado, Patrimônio, Transportes, Segurança e Finanças.

2.6. Departamento de Evangelização e Missões. Estas são basicamente as suas áreas de atuação: Cruzadas Evangelísticas, Evangelismo Explosivo, Hospitais e Presídios, Casas de Recuperação, Grupos Alternativos, Missões Nacionais e Missões Transculturais.

2.7. Departamento de Educação Cristã. Estão sob sua responsabilidade as seguintes áreas: Escola Bíblica Dominical, Integração e Discipulado, Cursos Teológicos e Seminários de Formação e Reciclagem.

2.8. Departamento de Assistência Social. Compreende basicamente as seguintes tarefas: Atendimento Ambulatorial, Farmácia, Caixa Funerária, Cestas Básicas e Campanhas Sociais.

2.9. Departamento de Apoio Espiritual. O Departamento de Apoio Espiritual é de vital importância para a vida da igreja. Estão sob sua coordenação as seguintes áreas: Movimento de Oração, Visitação Doméstica, Apoio Pastoral e Aconselhamento.

2.10. Departamento de Música. Cuida dos Grupos Musicais, Equipe de Louvor e Formação de Músicos.

2.11. Departamento de Núcleos de Crescimento. Esta é outra área importante de sustentação do crescimento da igreja. Aqui estão os núcleos (ou grupos familiares), que dispõem de uma estrutura própria para o seu desenvolvimento assim estabelecido: coordenador geral, supervisores de áreas, dirigentes, vice-dirigentes e secretários de núcleos.

3. A ACEITAÇÃO DE NOVOS MEMBROS

O crescimento da igreja é um alvo a ser constantemente buscado. Ele se dá em três direções:

a)      crescimento vertical (para com Deus);

b)      crescimento horizontal (uns para com os outros);

c)       crescimento quantitativo (a inclusão de novos membros).

Os dois primeiros podem ser denominados de crescimento qualitativo. Eles representam os três primeiros objetivos da Declaração de Propósitos de Rick Warren: Celebrar a Deus, ministrar ao próximo e ensinar a obediência. O crescimento quantitativo corresponde aos dois últimos objetivos da mesma declaração: batizar e fazer discípulos. Uma igreja que cresce em qualidade o resultado será o crescimento quantitativo. Uma coisa chama a outra.

Assim, há três maneiras de se aceitar os novos membros na igreja:

3.1. Pelo batismo. Os que se convertem devem ser preparados e levados ao batismo depois de assinarem a Declaração de Propósitos da igreja, tomando assim conhecimento de seus deveres e privilégios como membros do Corpo de Cristo.

3.2. Por carta de transferência. Aqui se refere àqueles que vêm com carta de transferência de outras igrejas. É conveniente que essas pessoas não sejam logo recebidas, mas passem por um "tempo sabático", conheçam primeiro a igreja para a qual estão se transferindo, leiam e assinem a Declaração de Propósitos para então se tornarem membros.

3.3. Recebimento de desviados. Neste caso, há duas considerações a fazer: se ele foi membro da mesma igreja e agora está de retorno, precisa renovar seus compromissos para ser recebido e dar claro testemunho de sua decisão. Mas se sua origem é diferente, é recomendável informar a sua nova condição à igreja de onde se desviou para que então possa ser livremente recebido após assinar a Declaração de Propósitos.

4. PADRÕES BÍBLICOS PARA LÍDERES

Toda organização bem estruturada precisa de um líder que saiba delegar poder, pois somente um verdadeiro líder será capaz de treinar outro líder e enviá-lo a realizar o trabalho. Pelo que se pode observar no livro de Atos, a apóstolo Paulo se preocupou com este mister. Ele servia por um bom tempo em centros estratégicos e depois deixava líderes treinados para dar continuidade ao serviço na igreja que havia fundado. Após treinar aquele líder ele partia para outra localidade ou região. Após algum tempo ele voltava para visitar aquelas igrejas, isso é o que caracteriza um verdadeiro apóstolo. Paulo fez a seguinte recomendação a Timóteo: “E o que de minha parte ouviste, através de muitas testemunhas, isso mesmo transmite a homens fiéis e também idôneos para instruir a outros”(2Tm 2:2).

Líder nada mais é que do que um membro da igreja que acumula a responsabilidade de liderar. Líder não é ditador. Enquanto administra a igreja do Senhor, o obreiro deve se distinguir como um autêntico líder, pois liderar não é só mandar, é ir à frente para que seus liderados o tomem como exemplo, e nunca considerar alguém uma ameaça para sua liderança; basta permanecer sob a direção Divina. É indispensável que haja uma sintonia entre o líder e os liderados. Sem comunicação, não pode haver comunhão e sem comunhão, não há como se construir uma união onde o Senhor possa se manifestar e realizar a sua obra (Sl 133).

Os melhores líderes espirituais são os que passam o tempo todo aprendendo. São aqueles que tem a coragem de perguntar a si mesmo: “Como posso melhorar? O que posso fazer para influenciar melhor os meus liderados?”. É necessária uma atitude vencedora! Para tal é preciso ser apaixonado pela oração, comprometido com a santidade e a palavra de Deus, pois somente sendo possuidor de um objetivo único, o verdadeiro líder alcançará o sucesso ministerial para a glória do Senhor Jesus Cristo, que é: manter-se fiel a Deus até à morte.

5. PADRÕES BÍBLICOS PARA UMA BOA DISCIPLINA

A disciplina objetiva evitar que um erro seja repetido. Uma pessoa sem disciplina não consegue entender seus próprios limites, nem a consequência de seus atos. Disciplinar é, antes de tudo, ensinar, para depois cobrar o que foi ensinado.

Embora o cristão esteja livre, por força da obra redentora de Cristo no Calvário, a liberdade tem, como correspondente necessário, a responsabilidade. Jesus mesmo ensinou-nos que, para segui-lo é necessário, antes, renunciar a si mesmo e tomar a sua cruz (Mt 16:24; Mc 8:34; Lc 9:23; 14:27), ou seja, a liberdade que há em Cristo exige uma disciplina, uma conduta, pois não fazemos o que queremos, mas cumprimos a vontade do Senhor. É interessante observar que os seguidores de Jesus são chamados de “discípulos”, ou seja, “alunos”, “aprendizes”, mas a palavra “discípulo” está diretamente relacionada com a palavra “disciplina”. Servir a Jesus, portanto, é sujeitar-se a uma disciplina, a um regulamento, a um modelo, é obedecer a uma série de preceitos, sem os quais não se atingirá o objetivo da nossa fé no Senhor, que é a salvação de nossas almas (1Pe 1:9). O Senhor deixou claro que a sujeição a esta conduta é a característica do discípulo (Lc 14:27).

A Cabeça da Igreja, o Senhor Jesus, foi quem instituiu a disciplina na Sua Igreja com o objetivo de restringir o pecado na vida do crente, de modo que o servo venha a ser obediente à Palavra do seu Senhor. No Evangelho segundo Mateus, o próprio Jesus dá aos discípulos o poder de aplicar a disciplina quando disse: “Se teu irmão pecar contra ti, vai argui-lo entre ti e ele só. Se ele te ouvir, ganhaste a teu irmão. Se, porém, não te ouvir, toma ainda contigo uma ou duas pessoas, para que, pelo depoimento de duas ou três testemunhas, toda palavra se estabeleça. E, se ele não os atender, dize-o à igreja; e, se recusar ouvir também a igreja, considera-o como gentio e publicano. Em verdade vos digo que tudo o que ligardes na terra terá sido ligado nos céus, e tudo o que desligardes na terra terá sido desligado nos céus” (Mt 8:15-18). Nesse texto, vemos como a disciplina deve ser aplicada e como deve ser o seu procedimento. Exemplos de punições aplicadas no Novo Testamento são os casos de Ananias e Safira em Atos capítulo 5, o caso do mágico Simão(Atos 8:24) e do caso de fornicação na igreja de Corinto (1Co cap. 5).

Portanto, quando falamos de disciplina na Igreja é transmitida a mesma ideia: fazer com que o cristão se mantenha nos caminhos do Senhor, a fim de que o mesmo não transgrida os preceitos colocados por Deus na sua Santa Palavra. Caso haja a transgressão, é necessária a aplicação da disciplina. Cremos que muitas igrejas, atualmente, estão em ruína, porque não tem dado o devido valor à Palavra do Senhor.

CONCLUSÃO


“A Igreja, em sua concepção divina, rege-se pelos princípios maiores das Escrituras Sagradas. Em sua caminhada terrena, como comunidade local, submete-se às leis para que o seu funcionamento seja legitimamente reconhecido. Todavia, sempre que houver colisão entre as leis humanas e as leis de Deus estas continuarão sendo o nosso padrão absoluto de referência para o nosso viver eclesiástico” (pr. Geremias do Couto).

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Elaboração: Luciano de Paula Lourenço – Prof. EBD – Assembléia de Deus – Ministério Bela Vista. Disponível no Blog: http://luloure.blogspot.com

Referências Bibliográficas:

Bíblia de Estudo Pentecostal.

Bíblia de estudo – Aplicação Pessoal.

O Novo Dicionário da Bíblia – J.D.DOUGLAS.

Princípios de liderança e administração eclesiástica – pr. Geremias do Couto.

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