“A quem tenho eu no Céu
senão a ti? E na terra não há quem eu deseje além de ti”(Sl 73:25)
INTRODUÇÃO
A maioria dos que cristãos diz ser imagina que uma igreja verdadeiramente prospera é aquela repleta de bens materiais; aquela cujos membros estejam empapados de riquezas materiais; aquela que se vangloria de que no rol de seus membros não existe pessoas desprovidas de bens materiais suficientemente notáveis. Todavia, no Novo Testamento, a primazia do povo de Deus não está voltada para os bens materiais, mas predominantemente aos espirituais. Aliás, no Novo Testamento não há sequer um versículo de promessa de abundância material para os que esperam pela vinda de Cristo. Se observarmos com cuidado o Novo Testamento, no tocante à vida na Igreja, com suas práticas e desafios, veremos que há mais referências para que tomemos cuidados com as riquezas do que o incentivo à busca delas. Como estes: "Mas os que querem ser ricos caem em tentação, e em laço, e em muitas concupiscências loucas e nocivas, que submergem os homens na perdição e ruína" (1Tm 6:9); "Manda aos ricos deste mundo que não sejam altivos, nem ponham a esperança na incerteza das riquezas, mas em Deus, que abundantemente nos dá todas as coisas para delas gozarmos" (1Tm 6:17); “Não ajunteis tesouros na terra, onde a traça e a ferrugem tudo consomem, e onde os ladrões minam e roubam”(Mt 6:19); “...vende tudo quanto tens, e dá-o aos pobres...”(Mc 10:21). Portanto, a teologia da prosperidade jamais pode afincar parâmetros para avaliar uma igreja verdadeiramente próspera. A Bíblia Sagrada, essa sim, tem os parâmetros indicativos de uma igreja verdadeiramente próspera.
Nesta aula, vamos aprender o que é uma igreja verdadeiramente próspera tomando como exemplo paralelo a igreja apóstata dos nossos dias: a “igreja de Laodicéia”, referida em Ap 3:14-18. Nos nossos dias muitos crentes passaram a encarar a sua fé como um meio de enriquecimento, como um mecanismo de prosperidade material e, com isto, desviam-se dos objetivos traçados pelas Escrituras Sagradas. Muitos não querem saber de buscar a Deus para ter bens espirituais (a verdadeira prosperidade da igreja) - para serem instrumentos de salvação e de aperfeiçoamento de outros crentes -, mas querem enriquecer com campanhas, “sacrifícios”, fogueiras “santas”, etc. São pessoas que vivem como os gentios, que têm as mesmas preocupações e propósitos que os gentios e que, portanto, pertencem a este vasto grupo onde o amor está esfriando pelo aumento da iniquidade e que, buscando a riqueza material, não vê que se comportam como “pobre, desgraçado e nu”, qual a igreja de Laodicéia.
I. O ESTADO ESPIRITUAL DA IGREJA MEDE SUA PROSPERIDADE
A verdadeira prosperidade não é sinônimo de riqueza material, como muitos pensam. Nem sempre uma igreja rica pode ser considerada como próspera e, da mesma maneira, não podemos dizer que uma igreja pobre materialmente não possa ser próspera. É o estado espiritual da igreja que mede se ela é verdadeiramente próspera. Vejamos alguns exemplos:
1. O Novo Testamento menciona que algumas igrejas eram pobres (2Co 8:2; Ap 2:9). Os cristãos da Judéia passaram por dificuldades financeiras e foram ajudados pelos coríntios e pelos macedônios (2Co 8 e 9; Rm 15:26). Os próprios irmãos macedônios viviam em “profunda pobreza” (2Co 8:2). No entanto, o médico Lucas diz, acerca destas igrejas: “Assim, pois, as igrejas em toda a Judéia, e Galiléia e Samaria tinham paz, e eram edificadas; e se multiplicavam, andando no temor do Senhor e consolação do Espírito Santo” (At 9:31).
Algumas pessoas, dentre tantos outros exemplos bíblicos, que, apesar de serem pobres, foram prósperas e cumpriram os propósitos divinos:
2. Jesus é o maior exemplo, pois Ele veio a este mundo e viveu como pobre (Zc 9:9). O barco onde ele ensinava as multidões, não era seu (Lc 5:3); O jumentinho no qual ele entrou montado em Jerusalém, também não era seu (Lc 19:30-35) e Ele mesmo disse que não tinha onde reclinar a cabeça (Mt 8:20). Quando precisou pagar o imposto, não tinha dinheiro algum, por isso mandou que Pedro fosse buscar a moeda na boca do peixe (Mt 17:27). Nem por isso, Ele deixou de ser próspero, pois cumpriu sua missão e foi exaltado por Deus (Ef 1:20,21; Fp 2:9).
3. O apóstolo Paulo também sofreu muito e passou por muitas necessidades (2Co 11:24-33). Algumas vezes precisou de auxílio dos irmãos (Fp 4:10-19). Escrevendo aos filipenses ele disse que aprendeu a estar contente com o que tinha. Sabia ter abundância e sabia também padecer necessidade (Fp 4:12-13). Mesmo assim, ele foi um homem próspero. Mesmo sem dispor de Rádio, Televisão, Internet e meios de transportes modernos, pôde ganhar milhares de vidas para Cristo, fundar dezenas de igrejas, treinar obreiros e, através de suas epístolas, contribuir para a edificação das igrejas em todo o mundo.
II. CARACTERISTICAS DE UMA IGREJA QUE NÃO É PROSPERA
Percebe-se nestes últimos tempos que há duas igrejas intitulando-se seguidoras de Cristo: a de “Filadélfia” e a de “Laodicéia”. Independente de denominação religiosa, os cristãos dessas duas igrejas estão andando juntos.
A primeira – a Igreja
de Filadélfia: perseverante, fiel, que guarda a Palavra
de Deus e não a nega; que suporta a oposição do mundo, resistindo à conformação
às tendências malignas da igreja apóstata e perseverando na lealdade a Cristo e
na verdade do evangelho.
A segunda – a igreja
de Laodicéia - a igreja apóstata: morna, miserável,
pobre, cega e nua. Esta igreja quer ser salva, mas não quer viver como salva; quer
ser cristã, mas não quer levar a cruz; quer ir para o céu, mas não admite andar
pelo caminho estreito; prefere sermões requintados de palavras boas, menos
doutrina; diz que tem o Espírito Santo, mas não permite alguém glorificar a
Deus; abandona a idolatria, mas idolatra seus próprios bens; não aceita as
músicas mundanas, mas traz música mundana para dentro da igreja; rejeita a
doutrina dos nicolaítas, mas permite seus crentes viverem em fornicação,
adultério, etc. Para esta igreja, que é rica materialmente, que tem como principal
doutrina a “teologia da prosperidade”, Jesus diz que ela é: “... desgraçado, e
miserável, e pobre, e cego, e nu”(Ap 3:17).
Vejamos, a seguir, algumas
características desta igreja:
1. “Mornidão” espiritual. “Eu sei as tuas obras, que nem és frio nem quente. Tomara que foras frio ou quente! Assim, porque és morno e não és frio nem quente, vomitar-te-ei da minha boca”(Ap 3:15,16). Esta é a descrição da condição espiritual da igreja de Laodicéia, a igreja pobre espiritualmente. O resultado da mornidão era terrível: por causa desta mornidão, aquela igreja seria vomitada pelo Senhor, ou seja, lançada fora da presença de Deus.
“Morno” significa “aquela temperatura que varia entre o quente e o frio”, “pouco aquecido”, “que demonstra pouca energia, pouca intensidade”, “desprovido de calor, de efervescência, de vida”. Também, a “mornidão espiritual” é o resultado da mistura que o homem provoca entre coisas que são de natureza completamente oposta. Assim como o quente e o frio são contrários e não podem ser misturados sem dano, também o santo e o profano, o puro e o impuro, o certo e o errado não podem ser misturados sem dano espiritual. A “mornidão espiritual” é, portanto, o resultado da mistura entre o puro e impuro, o limpo e o imundo, entre o santo e o pecaminoso, um comportamento que sempre foi abominável aos olhos do Senhor (Ez 22:26).
2. Fraqueza espiritual. A
fraqueza espiritual apresenta-se sempre quando alguém se acha forte, quando diz
para si e para todos quantos o cercam de que está bem, de que não precisa de
coisa alguma que venha da parte de Deus. Quando alguém se considera forte é
porque está fraco espiritualmente. A fraqueza espiritual não se demonstra por
falta de vigor, mas se apresenta como arrogância, como soberba, como
auto-suficiência diante de Deus.
A fraqueza espiritual da igreja de Laodicéia mostra-se logo no início de suas afirmações. Aquela igreja, a começar do seu anjo (isto é, do seu dirigente), enchia o peito e dizia para todos, com evidente e louca soberba: “Rico sou e de nada tenho falta” (cf. Ap 3:17). Ora, é nesta tola manifestação que se verifica a fraqueza espiritual. Ao dizer que não precisava de coisa alguma, aqueles crentes mostravam o seu estado de “mornidão espiritual”, pois só temos força espiritual quando reconhecemos a nossa insignificância, a nossa pequenez, o nosso nada diante de Deus. O servo de Deus que é espiritualmente forte, como Paulo, é forte porque reconhece que é fraco. O verdadeiro forte espiritual é aquele que se manifesta como o salmista: “Eu sou pobre e necessitado; mas o Senhor cuida de mim”(Sl 40:17a).
3. Sentimento de auto-suficiência. “Rico sou e de nada tenho falta”. É a expressão que dá início à “mornidão espiritual”. É o primeiro fator que é apontado pelo Senhor Jesus na identificação da “mornidão” da igreja de Laodicéia, que resultaria no seu vômito da boca do Senhor.
“Querer ser igual a Deus” foi sempre o grande mal do ser humano. “Querer ser o dono do seu nariz”, “querer tomar conta da sua vida”, é a grande mentira que o diabo tem contado a milhões e milhões de seres humanos e que tem levado multidões para a perdição. Há um grande risco quando alguém, tendo conhecido a Cristo e O aceitado como seu único e suficiente Senhor e Salvador, começa a entender que pode servir a Deus “do seu jeito”, “à sua maneira”.
“Rico sou e de nada tenho falta”, ou seja, “não preciso fazer isto ou aquilo para me salvar”, “tal e qual exigência da Bíblia não vale mais para o nosso tempo”, “isto era naquele tempo, agora não é necessário”, “isto não faz mal, é implicância da igreja (ou do pastor)”. Estes são sentimentos de auto-suficiência expostos por pessoas que pertencem a uma igreja “morna espiritualmente”, e que tem levado muitos, mas muitos mesmo, à perdição. A proliferação de movimentos religiosos nos dias em que vivemos, em especial de denominações ditas evangélicas, é, em grande parte, consequência deste sentimento de auto-suficiência.
II. CONSEQUÊNCIAS DA POBRESA ESPIRITUAL DA IGREJA APÓSTATA
Em Sua carta à igreja de Laodicéia, o Senhor Jesus mostra as tristes consequências da igreja apóstata, que busca as riquezas materiais em detrimento às espirituais. Ele afirma que, por causa da mornidão, vomitaria da Sua boca aquela igreja, ou seja, lançá-la-ia fora da Sua presença, um gesto extremo e drástico, mas que revela quão abominável para o Senhor é esta situação espiritual, situação em que, lamentavelmente, se encontram muitos, mas muitos mesmos, dos que cristãos se dizem ser.
1. A “desgraça”. Jesus disse que aquela igreja era desgraçada, ou seja, não tinha a graça de Deus. Quando se acha que é rico e que de nada se tem falta, a pessoa simplesmente rejeita a graça de Deus e que é o homem sem esta graça? Uma igreja sem a graça, uma igreja “desgraçada” é uma infeliz, é uma coitada, é um ser que somente merece a condenação eterna, ser lançada fora da presença do Senhor e habitar, para todo o sempre, pela sua petulância e atrevimento, nas trevas exteriores, onde há pranto e ranger de dentes (Mt 8:12; 22:13; 25:30).
2. “Miséria espiritual”. O “morno” é um miserável, porque nada tem, não vale coisa alguma, é desprezível, tem falta de tudo. Por isso, aliás, os “mornos espirituais” estão a correr atrás de fama, posição social, dinheiro e emoções as mais variadas, entrando no círculo vicioso do hedonismo, da filosofia dos prazeres, que domina os nossos dias. Por que muitos crentes estão buscando, a todo custo, uma “alegria carnal”, emoções e “sentimentos fortes”, indo de um lado para outro para saciar a sua alma? Porque são miseráveis, não têm coisa alguma, estão vazios, desprovidos de qualquer espiritualidade.
3. “Pobreza espiritual”. Jesus diz ao dirigente da igreja de Laodicéia (que representa toda a igreja, até porque, nesta carta, o Senhor, ao contrário de outras cartas, não faz qualquer ressalva ou exceção, dando a entender que não havia ali qualquer remanescente fiel) que ele era pobre. Esta pobreza não deve ser confundida com a “pobreza de espírito”, que o Senhor aponta como sendo a primeira bem-aventurança (Mt 5:3) - pobreza esta que nada mais é que o sentimento de dependência de Deus, ou seja, exatamente o contrário da auto-suficiência, da arrogância apresentada pelos laodicenses.
A “pobreza espiritual” apontada pelo Senhor Jesus na igreja de Laodicéia é a situação de carência, de falta de tudo pela ausência de Deus na vida. Os laodicenses diziam que eram ricos, que não tinham falta de coisa alguma, ou seja, rejeitavam qualquer ajuda de Deus, não queriam pedir-lhe coisa alguma. Por causa disso, como não se submeteram ao Senhor, como não lhe pediram coisa alguma, nada tinham. Eram pobres, carentes, despidos de qualquer riqueza espiritual.
Hoje, a igreja paralela à Igreja Fiel, não mais se vê a operação do poder de Deus. Desapareceram os sinais e maravilhas. Não há mais batismo com o Espírito Santo nem a manifestação dos genuínos e autênticos dons espirituais. Em seu lugar, aparecem “inovações”, as “neobesteiras pentecostais”. O poder de Deus é trocado pelo misticismo barato e debalde, fruto de muito bem elaboradas técnicas de domínio das mentes, naturais e, não raras vezes, demoníacas. Não há mais pregações ungidas pelo Espírito de Deus e, como resultado, não se tem mais conversões nem crescimento espiritual dos crentes. O louvor que aproximava de Deus, que fazia o povo chorar e glorificar a Deus, que quebrantava os corações, foi substituído pelos balanços carnais, pelas músicas exaltadoras dos intérpretes e instrumentistas, que animam as danças e coreografias, que transformam os cultos em shows e entretenimentos. O convite ao pecador para se arrepender dos seus pecados foi trocado pela oferta de sensações e de riqueza material, a renúncia de si mesmo deu lugar à auto-exaltação e auto-afirmação diante de Deus, a ponto de se “exigir direitos” e “fazer determinações” ao Senhor Todo-Poderoso. Que miséria!
4. “Cegueira espiritual”. A cada dia que passa multidões e multidões passam a praticar verdadeiras abominações em nome de Deus ou a pretexto de servi-lo. Um sem-número de inovações e modismos chegam, instalam-se e conquistam o coração e a mente de muitos crentes, vários deles com anos e anos de fé. Como explicar isto? É a cegueira que resulta da “mornidão espiritual” em que estes se encontram.
5. “Nudez espiritual”. A nudez representa a perda da santidade, a perda da separação do pecado. Não é por outro motivo que o Senhor, ao se referir ao remanescente fiel nas igrejas da Ásia Menor, sempre diz que estes servos usavam vestes brancas (Ap 3:5,18). Só podem estar diante de Deus aqueles cujas vestes estiverem brancas (Ap 4:4; 7:9,13). A nudez está vinculada à prática do pecado, à traição diante de Deus, à prostituição espiritual (cf Lm 1:8; Ez 16:36,37).
6. Perdição Eterna. Jesus disse que vomitaria da Sua boca essa igreja por causa do seu triste e lamentável estado espiritual. Por isso, a igreja de Laodicéia é o tipo da chamada “igreja apóstata” ou “igreja paralela”, a igreja que, por causa de seu desvio espiritual, não será arrebatada no glorioso Dia da vinda do Senhor Jesus Cristo. Como se costuma dizer, em meio a tantas denominações, convenções, ministérios e comunidades, só há, diante de Deus, duas igrejas: a que vai ser arrebatada (“a que vai subir”) e a que não será arrebatada (“a que vai ficar”). A igreja de Laodicéia representa esta igreja que vai ficar, que não será levada pelo Espírito Santo ao encontro do Senhor nos ares.
III - O QUE É A VERDADEIRA PROSPERIDADE
A verdadeira prosperidade não se limita a posse dos bens terrenos, mas principalmente no reconhecimento e na aquisição dos bens espirituais e eternos. No sermão do monte, dirigido à Igreja Fiel, Jesus faz questão de mostrar que o que levará os homens a glorificar a Deus por causa dos seus discípulos, não é, como ocorria com Israel, a prosperidade material, mas, sim, a presença de boas obras (Mt 5:16). Enquanto Israel engrandeceria o nome do Senhor por intermédio de bênçãos materiais (Dt 28:10), a Igreja levaria as nações a glorificarem a Deus pela sua conduta, pelo seu comportamento, por ser luz do mundo e sal da terra.
1. A verdadeira prosperidade é ter a Deus como Bem maior
· O versículo 25 do
Salmo 73 expressa a verdadeira prosperidade do
homem: Deus como o seu Supremo Bem, assim como o seu mais sublime desejo – “A
quem tenho eu no céu senão a ti? E na terra não há quem eu deseje além de ti”.
É o mesmo anseio de Davi (Sl 42:1,2) e de outros fiéis da história que se
sentiram inquietos pela necessidade da presença do Deus vivo! Que outro bem
maior pode o homem ter além de Deus?
·
Quando a multidão estava abandonando a Cristo, e não
queria mais segui-lo, Ele perguntou aos discípulos: Quereis vós também
retirar-vos? Ao que Pedro lhe respondeu: “Senhor, para quem iremos
nós? Tu tens as palavras da vida eterna” (João 6:67,68). A resposta de Pedro é digna de bastante atenção. Com
efeito, ele disse: “Senhor, como podemos te deixar? Tu ensinas as doutrinas que
conduzem à vida eterna. Se nós te deixarmos, não há mais ninguém a quem
poderíamos seguir. Deixar-te seria selar nossa condenação”. Para Pedro, Deus
era o seu bem maior.
·
O apóstolo Paulo disse: “O que
para mim era ganho reputei-o perda por Cristo. E, na verdade, tenho também
por perda todas as coisas, pela excelência do conhecimento de Cristo Jesus, meu
Senhor; pelo qual sofri a perda de todas estas coisas, e as considero como
escória, para que possa ganhar a Cristo” (Fp 3:7,8). Paulo
apresenta sua grande renúncia. Ele relaciona aqui seus “lucros e perdas”. De um
lado, lista as coisas que acabou de mencionar, que para ele haviam sido
vantajosas e podem ser consideradas lucro. Do outro lado, escreve
apenas uma palavra: Cristo. Comparado com o grande tesouro que
havia achado em Cristo, todo o resto é como nada. Ele até os considera “perda
por causa de Cristo”. Todo o ganho financeiro, todo o ganho material, todo
o ganho moral, todo o ganho religioso – tudo resulta em nada quando comparado
com o seu grande ganho em Cristo. Para Paulo, Cristo era o seu bem maior.
E pra você?
2. A verdadeira prosperidade é possuir riquezas espirituais
· O apóstolo Paulo nos exorta a buscar e a pensar nas “coisas que são de cima” (Cl 3:1,2).
· Pedro não tinha prata nem ouro, mas tinham autoridade para curar em nome de Jesus (At 3:1-6).
· A igreja de Laodicéia era materialmente rica, mas vivia em miséria espiritual. Por isso, foi repreendida pelo Senhor Jesus (Ap 3:17-18). Enquanto que a igreja de Esmirna vivia em pobreza, e o Senhor Jesus disse que ela era rica (Ap 2:9).
3. A Verdadeira Prosperidade significa êxito, triunfo. A prosperidade verdadeira é o triunfo, o êxito em alcançar o fim da nossa fé: a salvação da nossa alma (1Pe 1:9). Eis o motivo pelo qual Asafe, quando via apenas os bens materiais acumulados pelos ímpios, quase se desviou da fé (Sl 73:2), mas, ao entrar no santuário de Deus, pôde entender o fim (Sl 73:17), ou seja, o verdadeiro triunfo, o verdadeiro êxito, que é o de obter a salvação da vida na pessoa bendita de Nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. Somente neste fim, diz o profeta Malaquias, veremos a diferença entre o justo e o ímpio (Ml 3:18), entenderemos quem, na verdade, é o exitoso, o triunfante, pois de que adianta ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma? (Mc 8:36).
O apóstolo Paulo disse: “Porque nada trouxemos para este mundo, e manifesto é que nada podemos levar dele” (1Tm 6:7). E o escritor da Epístola aos Hebreus, disse: “Porque não temos aqui cidade permanente, mas buscamos a futura” (Hb 13:14).
CONCLUSÃO
Diante do que foi exposto, quero parafrasear Asafe, autor do salmo 73, com relação aos versículos 25 e 26: “Para mim, é suficiente saber que tenho a Ti no Céu; isso me torna um homem riquíssimo; já não tenho mais desejo de coisa nenhuma aqui na Terra. Que os perversos fiquem com suas riquezas! Quanto a mim, estou satisfeito com o Senhor. Ainda que meu corpo e meu coração desfaleçam, Deus é a fortaleza da minha vida e nele disponho de tudo que preciso e desejo eternidade afora”.
A verdadeira prosperidade da Igreja é Cristo. NEle repousa toda as riquezas de Deus (Ef 2:7). Com Ele, temos razões para estarmos sempre contentes, trabalhando sempre, com respeito e dignidade (Ef 4:28; 1Ts 2:9; 2Ts 3:8), mas confiando nEle que nos supre do que temos real necessidade (Mt 6:33).
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Elaboração: Luciano de Paula Lourenço – Prof. EBD – Assembléia de Deus – Ministério Bela Vista. Disponível no Blog: http://luloure.blogspot.com
Referências Bibliográficas:
William Macdonald – Comentário Bíblico popular (Antigo Testamento).
Bíblia de Estudo Pentecostal.
Bíblia de estudo – Aplicação Pessoal.
Revista Ensinador Cristão – nº 49.
O Novo Dicionário da Bíblia – J.D.DOUGLAS.
Comentário Bíblico Beacon – CPAD.
Comentário Bíblico NVI – EDITORA VIDA.
Ev. Caramuru Afonso Francisco – A Mornidão
espiritual.