O que fazer quando a
esperança se esvai? Esta será a indagação básica de muitas almas aflitas e
esgotadas, principalmente após a folia de Momo, quando os excessos de todo tipo
cobrarem o seu implacável preço.
O escritor John Castleberry conta o que aconteceu com um
desalentado homem, que buscou todos os tipos de prazeres em inúmeros Pubs
londrinos, mas que, por fim, cansado e exaurido, dirigiu-se a uma elevada torre
a fim de suicidar-se. Contudo, um pouco antes, deteve-se em uma praça para
observar uma exposição de quadros de pintores célebres.
A atenção daquele homem foi
providencialmente despertada para o famoso quadro do pintor Watt, denominado “A
esperança”, que mostrava uma jovem com os olhos vendados sentada numa esfera
escura, que representava o universo, a dedilhar uma harpa que continha apenas
uma corda inteira, ou seja, “um fio de esperança”; as demais tinham
arrebentado. Tal observação foi suficiente para que ele refletisse que ainda
lhe restava um lar e um inocente filhinho por quem lutar. Mudando de ideia e
com um novo ânimo de viver, sentia que agora tinha o seu fio de esperança.
Isso ilustra que toda pessoa
precisa de esperança, mesmo que seja “um fio”, senão entra fatalmente numa
espiral de depressão e desespero. Principalmente num mundo marcado por encantos
fúteis e desencantos escarnecedores, a esperança é um artigo não somente
valioso, mas também imprescindível.
Há desencantos de toda ordem
na vida. Desencanto com a economia, quando esta é embalada pela busca
desenfreada do lucro, pela mais valia da especulação do capital, mas em
detrimento do valor do trabalhador e do seu trabalho. Desencanto com as artes,
que em geral beiram a fronteira da loucura e se inspiram na fonte da
futilidade. Desencanto com o mau uso da ciência, quando é transformada no
grande vilão da deterioração ambiental. Desencanto com as lideranças,
principalmente a política, com suas infindáveis e não cumpridas promessas.
Desencanto com a religião, quando não oferece respostas e, em vez disso, gera
escândalos e guerras. Enfim, sobra o desencanto com a própria vida, pela
inexistência de um fio de esperança.
Há pessoas com problemas
antigos, alguns peculiarmente difíceis; outros têm sido enganados no tocante
aos seus verdadeiros problemas, gastando a poupança de uma vida toda e
recebendo em troca apenas paliativos.
Alguns tiveram a esperança
repetidamente despedaçada, vivendo assaltados pelo medo; porque tentaram e
falharam, vivem deprimidos e derrotados. Outros desistiram de tentar,
acalentando tendências suicidas, pois sofreram experiências abaladoras e
deixaram de crer na possibilidade da esperança.
Mas de que esperança
precisamos e o que devemos fazer para obtê-la? Ou será que existe algum fio de
esperança, algo no qual possamos colocar a nossa confiança?
A esperança de que precisamos
tem que abranger uma dimensão que não somente aponte soluções para o futuro,
mas também apresente respostas à vida presente. Por isso ela não deve encerrar
o sentido de incerteza que se aderiu ao nosso vocábulo português, quando
dizemos cautelosamente: “Espero que assim seja”.
Esperança, no conceito
bíblico, não tem esse sentido, pois, ao contrário, sempre significa uma
expectação confiante. Quando Paulo escreveu a Tito acerca da “bendita
esperança” do evangelho, por exemplo, ele o exortava a que dirigisse o olhar
para adiante, para a “feliz expectativa” da “manifestação da glória do nosso
grande Deus e Salvador Cristo Jesus” (Tt 2.13).
O apóstolo não embalava a
menor ideia de incerteza no tocante a esse fato, mas falava com absoluta
convicção do poder de Jesus de mudar a nossa vida, perdoar os nossos pecados e
nos fazer participantes dessa mesma esperança.
O evangelho exibe uma dupla esperança: no futuro,
vinculado ao retorno de Cristo, à ressurreição do corpo e ao aniquilamento do
pecado, da dor e de todos os outros tipos de males do mundo. Isso inclui a
esperança da perfeição final por causa da presença gloriosa de Cristo. Mas não
promete que só comeremos do “bolo” quando esse tempo chegar; na verdade, podemos
começar a “cortar as fatias” aqui e agora.
Há a esperança de uma vida
nova e abundante, agora mesmo, como disse Jesus: “Eu vim para que tenham vida e
a tenham com abundância” (Jo 10.10). Uma vida plena metaforizada na imagem de
uma fonte jorrando eternamente: “Aquele que beber da água que eu lhe der nunca
mais terá sede; pelo contrário, a água que eu lhe der será nele uma fonte a
jorrar para a vida eterna” (Jo 4.14).
Quem beber das águas
barrentas do Carnaval e seus prazeres carnais jamais satisfará a sua sede de
sentido de vida. Porém, ainda resta um inquebrantável “fio de esperança”, ele
está em Jesus, que ama você, morreu e ressuscitou para lhe dar, aqui e agora, a
verdadeira alegria e a vida eterna.
Fonte: http://www.adbelem.org.br/
Olá chamo-me Antonio Batalha. Vim conhecer seu blog, dar-lhe os parabéns. Pois é muito bom, e gostaria de lhe deixar um convite: Ficava muito grato se fizesse parte dos meus amigos virtuais na Verdade que Liberta. Obrigado e um resto de boa semana.
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