3º Trimestre/2020
EDIÇÃO ESPECIAL
Texto Base: Esdras 5:1,2; Ageu 1:1,12; Zacarias 4:6-10
“Ao vigésimo quarto dia do mês
nono, no segundo ano de Dario, veio a palavra do SENHOR pelo ministério do
profeta Ageu, dizendo: [...] Ponde, pois, eu vos rogo, [...] desde o dia em que
se fundou o templo do SENHOR, ponde o vosso coração nestas coisas”
(Ag.2:10,18).
Esdras 5:
1.E
Ageu, profeta, e Zacarias, filho de Ido, profeta, profetizaram aos judeus que
estavam em Judá e em Jerusalém; em nome do Deus de Israel lhes profetizaram.
2.Então,
se levantaram Zorobabel, filho de Sealtiel, e Jesua, filho de Jozadaque, e
começaram a edificar a Casa de Deus, que está em Jerusalém; e com eles os
profetas de Deus, que os ajudavam.
Ageu 1:
1.No
ano segundo do rei Dario, no sexto mês, no primeiro dia do mês, veio a palavra
do SENHOR, pelo ministério do profeta Ageu, a Zorobabel, filho de Sealtiel,
príncipe de Judá, e a Josué, filho de Jozadaque, o sumo sacerdote, dizendo:
12.Então,
ouviu Zorobabel, filho de Sealtiel, e Josué, filho de Jozadaque, sumo
sacerdote, e todo o resto do povo a voz do SENHOR, seu Deus, e as palavras do
profeta Ageu, como o SENHOR, seu Deus, o tinha enviado; e temeu o povo diante
do SENHOR.
Zacarias 4:
6.E
respondeu e me falou, dizendo: Esta é a palavra do SENHOR a Zorobabel, dizendo:
Não por força, nem por violência, mas pelo meu Espírito, diz o SENHOR dos
Exércitos.
7.Quem
és tu, ó monte grande? Diante de Zorobabel, serás uma campina; porque ele trará
a primeira pedra com aclamações: Graça, graça a ela.
8.E
a palavra do SENHOR veio de novo a mim, dizendo:
9.As
mãos de Zorobabel têm fundado esta casa, também as suas mãos a acabarão, para
que saibais que o SENHOR dos Exércitos me enviou a vós.
10.Porque
quem despreza o dia das coisas pequenas? Pois esse se alegrará, vendo o prumo
na mão de Zorobabel; são os sete olhos do SENHOR, que discorrem por toda a
terra que discorrem por toda a terra.
INTRODUÇÃO
Nesta
Aula trataremos da reconstrução do segundo Templo, o de Zorobabel, que ficou
parado por muitos anos. Como vimos na Aula anterior, a reconstrução fora interrompida
pelo rei da Pérsia, o rei Artaxerxes, atendendo uma carta dos samaritanos
(Ed.4:24). Estes se sentiram ameaçados, por isso armaram, traiçoeiramente,
emboscadas contra o povo de Deus, atrapalhando assim a obra; eles alugaram
conselheiros e aparentemente deram uma impressão enganosa sobre os judeus ao
rei da Pérsia. Isso desanimou o povo e os líderes de tal forma que parecia que
o Templo jamais iria ser reconstruído novamente. O povo ficou sem fé, sem
coragem e sem esperança. Ficou evidente que somente Deus poderia
ajudá-los. Então, o Senhor usou os profetas Ageu e Zacarias para
incentivar e exortar o Seu povo a concluir a Sua Casa.
Por
que a reconstrução do Templo era tão importante? Como fora previsto na lei de
Moisés, o Templo era o lugar onde o povo deveria se reunir para adorar ao
Senhor, trazer ofertas e sacrifícios, bem como Deus manifestar-se perante o
povo, cobrindo os pecados e ouvindo o clamor do povo. O Templo, que é chamado
de “casa” ou “casa de Deus”, era apenas um local escolhido por Deus para que se
tornasse visível a Sua aliança com o Seu povo, jamais representando o local
onde Deus estivesse, pois o Senhor jamais poderia ser contido em um edifício,
como reconheceu o próprio Salomão, que, no dia da dedicação do primeiro Templo,
afirmou que “…os céus e a terra não Te
podem conter, quanto menos esta casa que tenho edificado…” (2Cr.6:18b). O
Templo, portanto, era um local onde Deus manteria fixos os Seus olhos e o Seu
coração todos os dias, a fim de que o Seu nome fosse perpetuamente estabelecido
em Israel (2Cr.7:16).
Sabemos
que aquilo que é estabelecido por Deus não pode ser alterado pelo homem nem
pela história. Deus não é homem para que minta, nem filho de homem para que Se
arrependa (Nm.23:19), de modo que, a partir da construção do Templo por
Salomão, esta edificação passaria a acompanhar a própria história de Israel e
isto continuará ocorrendo ao longo dos séculos.
I. DEUS SUSCITA OS PROFETAS AGEU E ZACARIAS
1. Deus levantou dois profetas
Quando
as circunstâncias adversas chegam, pode causar grande estrago na vida
espiritual do povo de Deus, caso ele não esteja debaixo do sobrenatural de
Deus. A fé e a esperança podem sofrer reveses ou a até ruir, se o povo não
buscar ajuda de Deus.
O
povo regresso do cativeiro, após receber permissão do rei Ciro para voltar à
sua terra e de obter provisão para reconstruir o Templo (Esdras 1:1-4),
enfrentou algumas dificuldades: a primeira foi a estrema miséria e opróbrio em
que se encontrava o território de Israel, e a pobreza extrema dos restantes que
tinham ficado na terra (Ne.1:3); a segunda foi a oposição amarga dos
samaritanos depois que foram descartados como parceiros da reconstrução (Ed.4:1-23);
a terceira foi o decreto de Artaxerxes ordenando paralisar a obra de
reconstrução (Ed.4:24). A confluência desses fatores levou os judeus a
abandonarem o projeto da reconstrução e dedicarem-se somente aos seus
interesses. É nesse contexto que dois profetas, Ageu e Zacarias, se levantaram
para exortar o povo, denunciar seus pecados e encorajá-lo a fazer a Obra de Deus.
Primeiro veio Ageu (Ag.1:1); depois levantou-se Zacarias (Zc.1:1,2; 4:1,6).
“No
ano segundo do rei Dario, no sexto mês, no primeiro dia do mês, veio a palavra
do Senhor, pelo ministério do profeta Ageu, a Zorobabel, filho de Sealtiel,
príncipe de Judá, e a Josué, filho de Jozadaque, o sumo sacerdote” (Ageu 1:1).
“No
oitavo mês do segundo ano de Dario, veio a palavra do Senhor ao profeta
Zacarias, filho de Baraquias, filho de Ido, dizendo: O Senhor tem estado em
extremo desgostoso com vossos pais” (Zc.1:1,2).
“E
tornou o anjo que falava comigo, e me despertou, como a um homem que é
despertado do seu sono. Então, respondeu o anjo que falava comigo e me disse:
Não sabes tu o que isto é? E eu disse: Não, Senhor meu. E respondeu e me falou,
dizendo: Esta é a palavra do Senhor a Zorobabel, dizendo: Não por força, nem
por violência, mas pelo meu Espírito, diz o Senhor dos Exércitos” (Zc.4:1,5,6).
Note
que os profetas foram enviados pelo Senhor para proferir “a palavra do Senhor”.
Eles se dirigiram ao povo não com uma mensagem de sua autoria, mas “segundo a
mensagem do Senhor” (Ag.1:13). O profeta não é a fonte da mensagem; ele não
cria a mensagem, apenas a transmite. A mensagem não é do profeta, é de Deus por
meio do profeta. O profeta é o instrumento e o canal, e não o reservatório, de
onde emana a mensagem. O profeta de Deus
deve ser escravo da Palavra de Deus; seu lema deve ser o do profeta Micaías: “O
que o SENHOR me disser, isso falarei” (1Rs.22:14) .
“Ageu
e Zacarias foram enviados do Senhor, e não profetas da conveniência. Não pregaram
o que o povo quis ouvir, mas o que Deus os mandou falar. Não deram ao povo a
palha seca de seus sonhos, mas o trigo nutritivo da Palavra de Deus. Eles não
pregaram para encorajar o povo a buscar prosperidade e riqueza, mas para
denunciar sua ânsia por conforto e luxo. Não pregaram amenidades, mas a verdade
absoluta. Eles não foram um alfaiate do efêmero, mas escultores do Eterno”
(Dias Lopes , Hernandes. Obadias e Ageu).
2. Ageu e Zacarias animam povo a prosseguir com a
reconstrução (Ag.5:1,2)
Estes
dois profetas incentivaram os israelitas a retornar as obras do Templo, em vez
de ficarem construindo casas luxuosas para si (Ag.1:4). Continuar o projeto era
um ato de fé, pois, nessa época, a comunidade trabalhadora dificilmente
sobreviveria (cf.Ag.1:5-11). As mensagens vieram aos dois principais líderes,
Zorobabel e Josué, e ao povo. A resposta dos líderes e do povo à Palavra de
Deus foi pronta e imediata:
“Então,
ouviu Zorobabel, filho de Sealtiel, e Josué, filho de Jozadaque, sumo
sacerdote, e todo o resto do povo a voz do SENHOR, seu Deus, e as palavras do
profeta Ageu, como o SENHOR, seu Deus, o tinha enviado; e temeu o povo diante
do SENHOR” (Ag.1:12).
A
pregação que não suscita reações é inútil. A pregação deve produzir efeitos. Três
verdades merecem destaque (adaptado do livro “Obadias e Ageu, de Hernandes Dias
Lopes):
a) A resposta à Palavra de Deus começa pela liderança (Ag.1:12).
Zorobabel e Josué - o líder político e o líder religioso, o governador e o sumo
sacerdote, o poder civil e o poder religioso -, receberam uma mensagem pessoal.
Estes dois líderes deram exemplo e foram os primeiros a aceitar a Palavra de
Deus; eles obedeceram ao Senhor e ordenaram o início das obras do Templo.
Observe que não foi por força do decreto do rei que a construção foi retomada,
mas pelo poder do Espirito Santo, que falava por meio dos profetas de Deus
(Zc.4:6).
Os
líderes precisam ser o exemplo e dar o primeiro passo, precisam ser modelo para
o povo. Quando a liderança acerta sua vida com Deus, os liderados seguem seus
passos. Se de um lado a vida do líder é a vida de sua liderança, por outro lado
os pecados do líder são os mestres do pecado do povo. O líder é um
influenciador; ele influencia sempre, para o bem ou para o mal. Zorobabel e
Josué foram líderes que influenciaram para o bem.
b) A resposta à Palavra de Deus manifesta-se pela obediência (Ag.1:12). Quando a liderança obedece a Deus, os
liderados seguem seus passos. Quando o povo viu seus líderes atendendo à voz de
Deus, eles prontamente se dispuseram a também obedecer. A obediência é a única
evidência de que alguém de fato ouviu a voz de Deus. A obediência à Sua Palavra
é o que Deus mais espera do Seu povo. Deus diz através do profeta Samuel: “Tem, porventura, o Senhor tanto prazer em
holocaustos e sacrifícios como em que se obedeça à palavra do Senhor? Eis que o
obedecer é melhor do que o sacrificar; e o atender melhor é do que a gordura de
carneiros” (1Sm.15:22).
c) A resposta à Palavra de Deus passa pela reverência (Ag.1:12) – “...e temeu o povo diante do SENHOR”. Isto quer dizer que o povo manifestou
reverência para com o Senhor. Em lugar de fugirem ao cumprimento da sua tarefa
por recearem a hostil oposição dos vizinhos, o povo, agora, começa a temer Àquele
cujo poder é infinitamente maior, que faz abalar os céus e a terra e destrói
reinos e nações (Ag.2:6,22).
A
falta de temor diante do Senhor havia levado o povo ao cativeiro e agora os
desviara da obra de reconstrução do Templo. Mas o temor os fez voltar para Deus
e colocar as mãos na Obra de Deus. É impossível ouvir a Deus sem temê-lo. É
impossível temer a Deus sem obedecer-lhe.
Onde
não há temor de Deus, a vida espiritual é decadente. Uma postura sem temor em
relação a Deus esposada por muitos crentes é responsável pela inanição
espiritual de tantas igrejas locais em nossos dias. A falta de temor de Deus,
de reverência, tem desembocado em decadência espiritual em todo o mundo; veja o
exemplo das igrejas nos Estados Unidos e na Europa; lá, o cristianismo
verdadeiro está em falência, exatamente porque o povo, sob uma liderança
secularizada e liberal, tem demonstrado falta de temor a Deus.
3. O povo recebeu também uma mensagem de Deus
O
profeta Ageu mostrou ao povo que os prejuízos materiais, que haviam sofrido,
eram consequência da omissão frente ao dever que tinham com a Casa do Senhor
(Ag.1:6,9). Ageu falou-lhes do prejuízo que sofre o homem que busca somente a
sua prosperidade material, e deixa a Casa de Deus deserta (Ag.1:4). O profeta
deu ao povo uma ordem estimulante:
“Subi
o monte, e trazei madeira, e edificai a casa; e dela me agradarei, e eu serei
glorificado” (Ag 1.8).
O
profeta Ageu falou em nome do Senhor dos Exércitos, trazendo algumas verdades
solenes para o povo (adaptado do livro “Obadias e Ageu, do reverendo Hernandes
Dias Lopes):
a) Antes de investir na obra de Deus, precisamos rever nossas
motivações” (Ag.1:7) – “Assim
diz o Senhor dos Exércitos: Considerai o vosso passado”.
Antes
de ordenar que o povo suba ao monte e traga madeira a fim de reconstruir o
Templo, o profeta ordena que eles novamente considerem o seu passado. Na
construção do primeiro Templo, houve uma atitude oposta à atitude que eles
estavam adotando. Davi pensou em fazer o melhor para Deus (2Sm.7:2); mas, o
povo que estava sob a liderança de Zorobabel estava pensando em fazer o melhor
para si mesmo. Davi colocou Deus e sua casa em primeiro lugar; mas, o povo estava colocando a si mesmo e suas
casas em primeiro lugar. O problema deles não era falta de recursos, mas falta
de prioridade.
O
capital do povo de Deus é a fé. O povo de Deus que se propõe a dar glória ao
nome de Deus realiza coisas extraordinárias para Deus; porém, sempre que
colocamos os nossos interesses à frente dos interesses de Deus, deixamos Sua Casa
em ruinas.
b) Deus se agrada e é glorificado quando investimos em Sua Casa (Ag.1:8) –
“Subi o monte, e trazei madeira, e
edificai a casa; e dela me agradarei, e eu serei glorificado”.
O
povo estava usando as madeiras nobres para embelezar com requinte e luxo suas
casas, ao mesmo tempo que abandonava a Casa de Deus. Agora, Deus ordena o povo
a subir ao monte, trazer madeira e edificar a Casa. Duas coisas o Senhor afirma:
ü Deus se agradava de Sua Casa (Ag.1:8).
Deus tomou a decisão de habitar no meio do Seu povo (Ex.25:8). Quando o Templo
de Salomão foi consagrado, Deus afirmou ter escolhido aquele lugar para
habitar. Deus tem prazer em habitar no meio do Seu povo, por isso se agradava
da Sua Casa.
ü Deus era glorificado em Sua Casa (Ag.1:8).
Quando o povo de Deus ia à Casa de Deus para adorá-lo, Deus era glorificado.
Esse Templo era apenas um tipo do verdadeiro templo em que Deus habita, a
Igreja. Nós somos a habitação de Deus; nós, povo remido pelo sangue do
Cordeiro, somos o verdadeiro santuário do Espírito Santo (1Co.6:19). Quando
investimos na obra de Deus, isso agrada e glorifica o Seu glorioso nome.
c) O Deus que abençoa é também o Deus que retém as bênçãos (Ag.1:10,11).
O profeta Ageu conclui:
“Por
isso, retêm os céus o seu orvalho, e a terra retém os seus frutos. E fiz vir a
seca sobre a terra, e sobre os montes, e sobre o trigo, e sobre o mosto, e
sobre o azeite, e sobre o que a terra produz, como também sobre os homens, e
sobre os animais, e sobre todo o trabalho das mãos”.
O
pecado produz amargas consequências; jamais ficará impune aquele que não
confessa o seu pecado e não o abandona. O desprezo pelos mandamentos de Deus e
as racionalizações humanas para retardar a Obra de Deus produziram resultados
trágicos para o povo. Destacamos dois pontos importantes:
a) Deus é o Agente da disciplina (Ag.1:10,11).
A natureza está a serviço de Deus para trazer juízo sobre o povo. Os céus e a
terra são instrumentos da disciplina de Deus.
Os céus reteve o orvalho e a terra reteve seus frutos. E por que? Para
disciplinar o povo de Deus, que estava retendo em suas mãos o que deveria
investir na Casa de Deus. É Deus quem faz vir a seca sobre a terra, sobre os
montes, sobre o cereal, sobre o vinho, sobre o azeite e sobre o que a terra
produz, bem como sobre os homens, os animais e todo o trabalho das mãos. A seca
castigou as pessoas, os animais e todas as plantações. Não foi um acidente ou o
acaso de uma natureza caprichosa, foi ação divina (leia Dt.28:22-24).
b) Deus impediu o povo de usufruir o que deixaram de investir em Sua
Casa (Ag.1:10,11). A retenção do orvalho dos céus e a escassez
de frutos da terra, bem como a seca que atingiu as lavouras, os homens, os
animais e todo seu trabalho, são provas de que, quando retemos o que é de Deus,
isso de nada nos aproveita. Quando deixamos de entregar o que pertence a Deus,
na Casa de Deus, isso vaza pelos dedos, é o mesmo que colocar salário num saco
furado. Deus não deixa sobrar! Foi isto que ocorreu com o povo de Israel
daquela época. Em suma, a ordem divina é: coloque Deus em primeiro lugar
(Ag.1:1-4); creia nas promessas de Deus (Ag.1:5,6,9-11); glorifique o nome de
Deus (Ag.1:7,8).
II. O DESPERTAMENTO DE DEUS AO SEU POVO (Ag.1:14,15)
“O
Senhor despertou o espírito de Zorobabel, filho de Salatiel, governador de
Judá, e o espírito de Josué, filho de Jozadaque, o sumo sacerdote, e o espírito
do resto de todo o povo; eles vieram e se puseram ao trabalho na Casa do Senhor
dos Exércitos, seu Deus, ao vigésimo quarto dia do sexto mês”.
Despertado
pelo Senhor, através dos seus profetas, o povo retomou a construção do Templo. Três
verdades nos chamam a atenção neste texto (Adaptado
do livro “ Obadias e Ageu, de Hernandes Dias Lopes):
1. Deus trabalha em nós antes de trabalhar por
nosso intermédio (Ag.1:14)
“E
o Senhor levantou o espírito de Zorobabel, filho de Sealtiel, príncipe de Judá,
e o espírito de Josué, filho de Jozadaque, sumo sacerdote, e o espírito do
resto de todo o povo...” (Ed.1:14).
O
Eterno deu ânimo e coragem aos dois líderes. O impacto do ânimo divino não
ficou apenas no coração; desceu às mãos. Antes de Deus trabalhar por nosso
intermédio, Ele trabalha em nós. Na verdade é o próprio Deus quem faz a Sua
obra por nosso intermédio. Deus é o Agente, somos apenas os instrumentos. Um
planta, outro rega, mas só Deus pode dar o crescimento (1Co.3:6). Deus é quem
opera em nós tanto o querer quanto o realizar (Fp.2:13).
2. Um povo motivado demonstra entusiasmo coletivo
(Ed.1:14)
“...eles
vieram e se puseram ao trabalho...” .
Quando
Deus despertou o espírito dos líderes e dos liderados, todos se ergueram para o
trabalho. O que faltava era motivação e entusiasmo. Um povo motivado é um povo
ativo. Um povo despertado por Deus é um povo dinâmico e operoso. Onde falta entusiasmo
e motivação, há acomodação espiritual e cada um começa a correr atrás apenas de
seus interesses.
Na
construção do segundo Templo, depois de motivados, todos colocaram as mãos na
obra. Os líderes na frente e em seguida todo o povo. O trabalho é grande e
precisa da participação de todos. Hoje, infelizmente, cerca de vinte por cento
dos membros realizam a obra enquanto os demais assistem. Precisamos entender
que somos um corpo no qual cada membro tem sua função. Somos uma família na
qual cada um exerce o seu papel. Somos um exército onde cada soldado tem seu
campo de luta. Somos construtores do santuário de Deus no qual cada um deve
trabalhar com zelo e alegria. Pense nisso!
3. Um povo despertado por Deus engaja-se na obra de
Deus (Ed.1:14,15)
“...eles
vieram e se puseram ao trabalho na Casa do Senhor dos Exércitos, seu Deus, ao
vigésimo quarto dia do sexto mês”.
A
Casa de Deus havia sido abandonada por, aproximadamente, quinze anos. Os
fundamentos tinham sido lançado, mas a Casa ainda estava sem teto. Os
escombros, os obstáculos, a oposição e o edito do rei persa lançaram uma pá de
cal na disposição do povo. Porém, ao ouvir a voz de Deus, o povo se encheu de
entusiasmo e todos se puseram ao trabalho na Casa do Senhor.
Vinte
e quatro dias após a mensagem do Senhor ter sido transmitida ao povo pela
instrumentalidade de Ageu, a obra da reconstrução do Templo teve início. Esse
intervalo de tempo decorrido não indica uma demora em responder ao desafio
lançado; antes, constituiu o tempo necessário para planejamento e organização.
O material tinha de ser reunido (Ed.1:8) e técnicos competentes precisavam ser
contratados (Ed.3:7).
Somente
quando o povo obedece à Palavra de Deus é que pode chamar-lhe de “seu Deus”
(Ed.1:14). Eles não tinham o direito de chamar-lhe de “seu Deus” enquanto não
começassem a escutá-lo e a aproximar-se dEle.
III. UMA NOVA OPOSIÇÃO EXSURGE (Ag.5:3-17)
Os
inimigos novamente não deixaram escapar a oportunidade de utilizar as suas
artimanhas para impedir a obra de Deus. Certamente sabiam do êxito logrado há,
aproximadamente, 15 anos atrás, e agora se levantam novamente para opor-se à
obra de Deus. Porém, agora, os líderes e o povo não usaram da força própria para
debelar a oposição; agora, era o Espírito Santo quem lutava pelo povo; agora,
os profetas de Deus os motivavam a continuar a obra.
1. O governador daquela região enviou carta ao rei,
informando sobre a construção (Ed.5:3-5).
“Naquele
tempo, veio a eles Tatenai, governador daquém do rio, e Setar-Bozenai, e os seus
companheiros e disseram-lhes assim: Quem vos deu ordem para edificardes esta
casa e restaurardes este muro? Então, assim lhes dissemos: E quais são os nomes
dos homens que construíram este edifício?
Porém os olhos de Deus estavam sobre os anciãos dos judeus, e não os
impediram, até que o negócio veio a Dario, e, então, responderam por carta
sobre isso”.
O
governador persa e seus companheiros vieram a Jerusalém para saber que
autoridade os judeus tinham para retornar as obras e quais os nomes dos homens
encarregados da reconstrução (cf.Ed.5:9,10). Os trabalhadores informaram os
nomes dos líderes judeus ao governador. Em vez de ordenarem a interrupção
imediata dos trabalhos, esses oficiais persas foram mais sensatos que os
mencionados em Esdras capítulo 4, e enviaram uma carta ao rei Dario para
verificar a legalidade das obras. Por terem voltado a obedecer à Palavra de
Deus, os olhos do Senhor voltaram-se para os judeus a fim de cumprir Sua
vontade.
Tatemai e Setar-Bozenai escreveram uma carta ao rei Dario relatando
toda a conversa com os judeus (cf. Ed.5:6-17). Em primeiro lugar, os anciãos
judeus falaram sobre a autoridade divina e se declararam servos do Deus
verdadeiro que haviam sido entregues aos babilônios por causa de seus pecados,
mas Deus os trouxera de volta e ordenara que reconstruíssem o Templo. Na esfera
da autoridade humana, declararam que Ciro deu ordem, autorizando a reconstrução
do Templo, e contribuiu generosamente para o projeto. Em vista dessas
informações, o governador solicitou uma busca nos arquivos reais, a fim de
verificar se de fato o rei Ciro autorizara a reconstrução. Além disso, pediu ao
rei Dario que comunicasse o que deveria ser feito sobre isto.
2. O rei Dario autoriza a continuidade das obras do
Templo (Esdras capitulo 6)
Após
uma busca nos arquivos do rei, encontraram um decreto de Ciro na antiga
capital, em Acmetá (ou Ecbatana, cf. NVI). O decreto era muito mais detalhado
que a versão resumida apresentada em Esdras capítulo 1. O documento fornecia
especificações para o Templo, junto com uma ordem para que fossem devolvidos
todos os utensílios de ouro e de prata capturados por Nabucodonosor (cf. Esdras
6:1-5).
Em
seguida, Dario transmitiu ordens a
Tatenai e a seus companheiros informando como proceder com os judeus: além
de não interromper a obra, deveriam pagar a despesa da reconstrução com o
dinheiro dos tributos guardados na tesouraria real. Além disso, deveriam
abastecer o serviço do templo segundo a determinação dos sacerdotes (Ed.6:9), a
fim de que os judeus voltassem a desfrutar do favor de Deus e, desse modo, suas
orações fossem ouvidas quando intercedessem pelo rei e por sua família. Dario
também acrescentou que interromper as obras seria considerado crime sujeito à
pena de morte e invocou o Senhor para que tomasse providências contra qualquer
pessoa, incluindo reis, que tentasse destruir esta Casa de Deus no futuro (cf.
Esdras 6:6-12).
As
ordens de Dario foram cumpridas com presteza, e os judeus retornaram as obras
de reconstrução do Templo. Com o incentivo dos profetas, além dos suprimentos
fornecidos por Dario, a obra terminou quatro anos depois (cerca de dezenove de
dezembro ou vinte anos após o término da fundação. O rei Artaxerxes reinou
depois de Dario e contribuiu para a manutenção do Templo, não para a construção
(estudaremos sobre isto na próxima Aula).
“Então,
Tatenai, o governador de além do rio, Setar-Bozenai e os seus companheiros
assim fizeram apressuradamente, conforme o que decretara o rei Dario. E os
anciãos dos judeus iam edificando e prosperando pela profecia do profeta Ageu e
de Zacarias, filho de Ido; e edificaram a casa e a aperfeiçoaram conforme o
mandado do Deus de Israel, e conforme o mandado de Ciro, e de Dario, e de
Artaxerxes, rei da Pérsia. E acabou-se esta casa no dia terceiro do mês de
Adar, que era o sexto ano do reinado do rei Dario” (Ed.6:13-15).
3 A Dedicação do Templo (Ed.6:16-22)
16.E
os filhos de Israel, e os sacerdotes, e os levitas, e o resto dos filhos do
cativeiro fizeram a consagração desta Casa de Deus com alegria.
17.E
ofereceram para a consagração desta Casa de Deus cem novilhos, duzentos
carneiros, quatrocentos cordeiros e doze cabritos, por expiação do pecado de
todo o Israel, segundo o número das tribos de Israel.
18.E
puseram os sacerdotes nas suas turmas e os levitas nas suas divisões, para o
ministério de Deus, que está em Jerusalém, conforme o escrito do livro de
Moisés.
19.E
os que vieram do cativeiro celebraram a Páscoa no dia catorze do primeiro mês;
20.porque
os sacerdotes e levitas se tinham purificado como se fossem um só homem, e
todos estavam limpos; e mataram o cordeiro da Páscoa para todos os filhos do
cativeiro, e para seus irmãos, os sacerdotes, e para si mesmos.
Os
israelitas e seus líderes celebraram com regozijo a dedicação do Templo. Após
anos de fracassos, dificuldades, frustrações e tristezas, finalmente as obras
do Templo terminaram. Foi com esse objetivo que voltaram da Babilônia e, se
alguns semearam com lágrimas, foi com alegria que colheram. Depois disso, o
povo celebrou a “Páscoa e a Festa dos Pães Asmos com regozijo” (Ed.6:22), pois
percebeu claramente a mão de Deus por meio dos favores que recebera de Dario.
“E
celebraram a Festa dos Pães Asmos os sete dias com alegria, porque o Senhor os
tinha alegrado e tinha mudado o coração do rei da Assíria a favor deles, para
lhes fortalecer as mãos na obra da Casa de Deus, o Deus de Israel” (Ed.6:22).
O
texto se refere a Dario como rei da Assíria porque este passou a governar sobre
o antigo Império Assírio.
CONCLUSÃO
Pela
graça motivadora de Deus ao seu povo, pela instrumentalidade dos profetas Ageu
e Zacarias, o povo foi despertado a reconstruir o Templo, a Casa do Senhor. O
Templo construído e o culto verdadeiro praticado era a declaração de que a vida
religiosa estava normalizada. Uma nova etapa na vida de Judá tinha começado. No
futuro, algo glorioso aconteceria naquele Templo: “A glória desta última casa será maior do que a da primeira, diz o
Senhor dos Exércitos” (Ag.2:9). O próprio Senhor da glória entraria nessa
Casa e daria a ela um novo significado. Seu corpo oferecido na cruz seria o
santuário que seria destruído para ser reconstruído pelo poder da ressurreição
e, então, o santuário vivo de Deus seria sua Igreja (1Co.6:19). Deus Pai habita
na Igreja (Ef.3:19). O Deus Filho habita na Igreja (Ef.1:23). O Espírito Santo
habita na Igreja (Ef.5:18). A Trindade excelsa habita em nós (João 14:23). Deus
faz morada em nós. A Trindade tem sua morada no cristão. Isso não maravilhosos?
Pense nisso!
-------------
Luciano de
Paula Lourenço – EBD/IEADTC
Disponível no Blog: http://luloure.blogspot.com
Referências Bibliográficas:
Bíblia de Estudo Pentecostal.
Bíblia de estudo – Aplicação Pessoal.
Bíblia de Estudo – Palavras Chave – Hebraico e
Grego. CPAD
Comentário Bíblico popular (Antigo e Novo
Testamento) - William Macdonald.
Comentário Bíblico Pentecostal. CPAD.
Comentário do Novo Testamento – Aplicação
Pessoal. CPAD.
Hernandes Dias Lopes. Neemias – O líder que
restaurou uma nação.
C. E. Demaray. Comentário Bíblico Beacon. CPAD.
Hernandes Dias Lopes. Obadias e Ageu – Uma
mensagem urgente de Deus à Igreja contemporânea.
Isaltino Gomes Coelho Filho. Ageu: Nosso
Contemporâneo.