4º Trimestre/2023
Subsídio para a Lição 01
Texto Base: Mateus 28.19,20;
Marcos 16.15-18
“E disse-lhes: Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda
criatura” (Mc.16:15).
Mateus 28:
19.Portanto, ide, ensinai todas as nações, batizando-as em nome do Pai,
e do Filho, e do Espírito Santo;
20.ensinando-as a guardar todas as coisas que eu vos tenho mandado; e
eis que eu estou convosco todos os dias, até à consumação dos séculos. Amém!
Marcos 16:
15.E disse-lhes: Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda
criatura.
16.Quem crer e for batizado será salvo; mas quem não crer será
condenado.
17.E estes sinais seguirão aos que crerem: em meu nome, expulsarão
demônios; falarão novas línguas;
18.pegarão nas serpentes; e, se beberem alguma coisa mortífera, não lhes
fará dano algum; e imporão as mãos sobre os enfermos e os curarão.
INTRODUÇÃO
Neste trimestre, estudaremos a respeito da obra missionária até os
“Confins da Terra”. É um convite a refletir sobre o imperativo de nosso Senhor
Jesus para pregar o Evangelho a toda a criatura. É considerada a principal
missão da Igreja de Cristo.
Nesta Primeira Lição teremos como tema: “A Grande Comissão: um Enfoque
Etnocêntrico”. A princípio, o termo "enfoque etnocêntrico", sugere
uma perspectiva centrada em uma única cultura ou grupo étnico, o que poderia
ser problemático quando se trata de cumprir a Grande Comissão, haja vista que o
mandamento de Jesus é para que seus seguidores façam discípulos de "todas
as nações", o que implica uma abordagem universal e inclusiva. Acredito
que o pr. Wagner Gaby quer transmitir que a evangelização em todo o mundo está
centrada na Grande Comissão de Jesus, ou seja, que há uma relação da Grande
Comissão com as Missões Transculturais. Por isso, nesta primeira lição, nosso
propósito é esclarecer a respeito da Grande Comissão, conceituar e desenvolver
o tema das Missões Transculturais e apresentar uma visão global da mensagem do
Evangelho no mundo.
Veremos que missões é uma ordem divina e que Deus conta com cada crente
para dizer “sim” à obra que Ele iniciou por intermédio de seu Filho, o Senhor
Jesus Cristo. A Grande Comissão, tendo como texto base Mateus 28:19,20, é interpretado
como um mandamento de Jesus para que os discípulos espalhem o evangelho, façam
novos seguidores de Cristo e difundem os Seus ensinamentos por todo o mundo,
qualquer que seja a etnia e cultura. Como diz o Pr. Hernandes Dias Lopes, “a
igreja que não evangeliza precisa ser evangelizada. Se a igreja não cumprir a
grande comissão será culpada de uma grande omissão”.
I. A GRANDE COMISSÃO
1. O que é a Grande Comissão?
A Grande Comissão é uma ordem dada por Jesus aos seus discípulos após a
sua ressurreição e antes de ascender aos céus. Essas instruções são encontradas
principalmente no Novo Testamento, nos evangelhos de Mateus (capítulo 28,
versículos 18-20) e Marcos (capítulo 16, versículos 15-18), e são consideradas
fundamentais para a missão da Igreja de Cristo.
Esta ordem é constituída em grandes três imperativos: “Ide”, “Ensinai” e
“Batizai”. Estas palavras declaram o
alvo, a responsabilidade e a outorga da tarefa missionária da Igreja. Uma
igreja só se envolverá de maneira séria e responsável com a Grande Comissão,
quando estiver sob forte poder e unção do Espírito Santo.
No princípio da Igreja, a evangelização atingiu o ápice quando
experimentava um efusivo derramamento do Espírito Santo (Atos 2:1-4). Essa
unção extraordinária modificou a estrutura espiritual de um grupo de homens
assustados em verdadeiras brasas ardentes, e os levou a testemunharem do amor
de Deus com o sacrifício de suas próprias vidas.
É bom ressaltar que “proclamar o evangelho” não é apenas fazer um
sermão, uma exposição eloquente da Palavra de Deus a um grupo de ouvintes. Isto
também é proclamar, mas não é esta a única forma que se tem para proclamar o
Evangelho, nem a só a isto que Jesus Se refere na “Grande Comissão”. Proclamar
o evangelho” é mostrar Cristo, de forma adiantada, antes que se mostre quem Ele
é nas Escrituras, as quais dEle testificam (João 5:39). Mas como podemos
mostrar Jesus antes que O mostremos na Bíblia Sagrada? Através de nossas
próprias vidas. O povo de Antioquia da Síria, ao ouvir a mensagem do Evangelho,
começou a chamar os discípulos de cristãos, porque, ao compararem o modo de vida
de cada crente com o que era mostrado nas Escrituras, descobriram que os
crentes daquela igreja eram “parecidos com Cristo”, ou seja, eram “cristãos”.
Portanto, a melhor e mais impressionante forma de proclamarmos o Evangelho é
vivermos de acordo com o Evangelho, é termos uma vida sincera e irrepreensível
diante de Deus e das pessoas.
Portanto, para que a missão evangelizadora da igreja seja eficaz é
preciso ter como base a vivência na Palavra de Deus. Não se trata de uma
experiência apenas intelectual, envolve também a prática. Precisamos viver o
que pregamos, ou pregar o que vivemos. Não há uma dualidade entre o que o
crente diz e faz, do tipo “faça o que eu digo, mas não faça o que eu faço”. O
testemunho do cristão é feito principalmente por meio de sua vida; o testemunho
fala mais alto do que as palavras. Por isso o apóstolo Paulo exorta-nos:
"Portai-vos de modo que não deis escândalo nem aos judeus, nem aos gregos,
nem à igreja de Deus”.
É dever de todo cristão, ter uma vida íntegra, independente do modelo e
dos padrões da sociedade moderna. Como disse o Senhor, por intermédio do
profeta Malaquias: "Então, vereis outra vez a diferença entre o justo e o
ímpio; entre o que serve a Deus e o que não serve" (Ml.3:18);
demonstrando, assim, que o mundo deve ver esta diferença em nós (1Tm.4:12).
2. A questão cultural
O “Ide” de Jesus significa também atravessar fronteiras. Disse Paulo: “Esforçando-me
deste modo, por pregar o evangelho, não onde Cristo já foi anunciado” (Rm.15:20
– NAA). Porém, a igreja não pode desprezar a cultura de um povo a quem
pretendemos evangelizar, nem lhe impingir a nossa cultura (1Co.1:1,2). Deve,
sim, ser avaliada e provada pelas Escrituras.
Todavia, anunciar o Evangelho em uma cultura diferente é o grande
desafio da Obra Missionária. Como diz certo teólogo, Timóteo Carriker, “a
igreja que não for missionária não pode ser igreja, pois nega a razão de sua
existência (1Pd.2:9,10). Por isso, a igreja que não for missionária, logo se
tornará um campo missionário”.
A Igreja do Senhor no Brasil tem aproximadamente 35 milhões de membros,
entretanto, em vista deste número, a quantidade de missionários transculturais
é insignificante. É preciso uma mudança profunda na visão dos líderes das
igrejas, em suas prioridades com relação a evangelização, sensibilizando-se com
os povos além-fronteiras, que ainda não conhecem Jesus como Salvador da
humanidade.
3. A ordem de fazer discípulos em todas a
nações
“Portanto ide, fazei discípulos de todas as nações...”(Mt.28:19 – ARA).
Esta ordem tem o sentido de “estar com” as pessoas e torná-las seguidora de
Cristo. A intenção de Cristo não é que o evangelismo e o testemunho missionário
resultem apenas em decisões de conversões. Os esforços engendrados não devem
ser concentrados meramente em aumentar o número de membros da igreja, mas, sim,
em fazer discípulos que se separam do mundo, que observam os mandamentos de
Cristo e que o seguem de todo o coração, mente e vontade (cf. João 8:31). Este
é o propósito da Grande Comissão.
A ordem do Senhor é que devemos ir por todo o mundo: ir ao encontro do
mundo; ir ao encontro dos pecadores, levar-lhes a mensagem da salvação em
Cristo Jesus. O homem não tem condições de salvar-se a si próprio e, mais, o
deus deste século lhe cegou o entendimento para que não tenha condições de ver
a luz do evangelho da glória de Cristo (2Co.4:4). Portanto, a ordem do Senhor é
para que se pregue a toda criatura, mesmo aquela que, pela sua conduta, pela
sua forma de proceder, seja a pior pessoa que exista sobre a face da Terra. Não
cabe à Igreja julgar as pessoas e dizer a quem deve, ou não, ser pregada a
Palavra. O Senhor foi enfático em dizer que toda criatura deve ouvir a mensagem
do Evangelho, seja esta pessoa quem for.
É interessante observarmos que, nos dias do profeta Jonas, o Senhor
mandou que fosse feita a pregação a todos os ninivitas, sem exceção alguma,
ainda que eles fossem os homens mais cruéis que existiam no mundo naquele
tempo. Mesmo sendo o que eram, foram alcançados pela misericórdia divina.
Observe o exemplo de Jesus - Ele ia ao encontro dos publicanos e das
meretrizes, considerados a escória da sociedade de seu tempo, e nós, o que
estamos a fazer?
“Somos testemunhas de Cristo; somos embaixadores de Cristo; somos
pregadores do Evangelho de Deus e portadores da mensagem de Deus para a
humanidade. Nossa mensagem está contida em um livro, a Bíblia. Felizmente,
suportamos o desdém do mundo por sermos pessoas de um Livro, os mensageiros de
uma mensagem antiga.
O desafio de um cristão é ser um ‘missionário’, um ‘enviado’, comissionado
pelo Espírito Santo através da igreja (At 13.4) para ser testemunha de Cristo e
proclamar a mensagem revelada do ato redentor de Deus em Cristo Jesus. Isso,
claro, requer um conhecimento absoluto da mensagem como é encontrada na Bíblia,
e uma familiarização íntima e pessoal com Cristo” (PETERS, George W. Teologia
Bíblica de Missões. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2000, p.195).
4. A eficácia e os objetivos da Grande
Comissão
A eficácia e os objetivos da Grande Comissão de Cristo são os seguintes:
a) Proclamação do Evangelho. O principal objetivo da Grande
Comissão é a proclamação do Evangelho de Jesus Cristo a todas as nações e a
todas as pessoas. Jesus instruiu seus discípulos a "fazer discípulos de
todas as nações", o que implica compartilhar a mensagem do perdão dos
pecados e da salvação através da fé em Cristo.
b) Ensino e Batismo. Jesus também instruiu seus discípulos
a ensinar todas as coisas que ele lhes havia ensinado. Isso envolve não apenas
a pregação do Evangelho, mas também o ensino e o discipulado dos novos crentes.
O batismo é mencionado como parte desse processo, simbolizando a identificação
com Cristo e a “imersão” na Igreja de Cristo.
c) Transformação de Vidas. A eficácia da Grande Comissão é
medida, em parte, pela transformação de vidas. Através da proclamação do
Evangelho e do ensino das verdades de Cristo, as pessoas podem experimentar uma
mudança espiritual profunda e uma nova vida em Cristo.
d) Expansão do Reino de Deus. A Grande Comissão tem como objetivo a
expansão do Reino de Deus na terra, à medida que mais pessoas se tornam
seguidoras de Jesus Cristo. Isso envolve não apenas a conversão de indivíduos,
mas também a influência do Evangelho na sociedade e na cultura.
e) Unidade e Comunhão. A Grande Comissão une os crentes em
um propósito comum de compartilhar o Evangelho e fazer discípulos. Isso promove
a unidade e a comunhão na Igreja, à medida que os crentes trabalham juntos para
cumprir a missão de Cristo.
Em resumo, a eficácia da Grande Comissão de Cristo
está relacionada à disseminação do Evangelho, à transformação de vidas, à
expansão do Reino de Deus e à unidade da comunidade cristã em torno desse
propósito. Ela continua sendo uma parte central da fé cristã e da missão da
Igreja até os dias de hoje.
II. MISSÕES TRANSCULTURAIS
1. Conceito
Missão transcultural refere-se a um esforço organizado e direcionado da
Igreja para propagar o Evangelho de Cristo em um ambiente cultural ou social
diferente do contexto de origem. Isso implica que os missionários ou
evangelistas estão indo para uma área onde a cultura, língua, tradições e
crenças religiosas são distintas daquelas com as quais estão familiarizados.
A missão transcultural pode incluir atividades como pregação do
evangelho, estabelecimento de igrejas, educação religiosa, distribuição de
literatura religiosa e realização de serviços humanitários como parte do
esforço evangelístico. O objetivo principal é converter as pessoas a Cristo e
discipulá-las na fé cristã.
Essa forma de missão transcultural muitas vezes envolve desafios
significativos, incluindo a adaptação às práticas e crenças locais, aprendizado
de novos idiomas e compreensão das sensibilidades culturais. É importante que
os missionários ajam com sensibilidade em relação à cultura local para
construir relacionamentos e credibilidade com as pessoas que estão tentando
alcançar para Cristo.
2. Visão transcultural da Bíblia
A visão transcultural da Bíblia se refere à ideia de que as mensagens e
os ensinamentos contidos na Bíblia são aplicáveis e relevantes para todas as
culturas e povos ao redor do mundo. Isso implica que os princípios e valores
encontrados na Bíblia têm uma aplicação universal e não estão restritos a uma
cultura específica.
A visão transcultural da Bíblia tem sido um incentivo para missões
transculturais, onde pessoas ou grupos procuram compartilhar a mensagem da
Bíblia com culturas diferentes das suas, adaptando-a ao contexto local, mas
mantendo a essência dos ensinamentos bíblicos. Aqui estão alguns pontos-chave
que descrevem a visão transcultural da Bíblia:
a) Universalidade dos ensinamentos. A
Bíblia é vista como um guia espiritual e moral que se aplica a todas as
pessoas, independentemente de sua cultura, língua ou origem étnica. Os
princípios e ensinamentos contidos na Bíblia são considerados atemporais e
relevantes para todas as épocas e lugares.
b) Mensagens de amor e compaixão. A Bíblia
ensina princípios fundamentais, como o amor ao próximo, a compaixão pelos
necessitados e a justiça, que são considerados valores universais que podem ser
aplicados em qualquer contexto cultural.
c) Transformação pessoal e social. A visão
transcultural da Bíblia enfatiza que a leitura e a aplicação de seus
ensinamentos podem levar à transformação pessoal e ao bem-estar comum e
espiritual da sociedade como um todo, independentemente da cultura em que se
encontra.
d) Contextualização. Embora os princípios
bíblicos sejam considerados universais, a visão transcultural da Bíblia também
reconhece a importância da contextualização. Isso significa que a maneira como
os ensinamentos bíblicos são aplicados pode variar de acordo com a cultura e o
contexto específico, desde que os princípios fundamentais sejam preservados.
Em resumo, a visão transcultural da Bíblia enfatiza a universalidade dos
princípios e valores contidos na Bíblia, ao mesmo tempo em que reconhece a
importância da adaptação cultural e contextualização para tornar esses
ensinamentos acessíveis e relevantes em diferentes partes do mundo. Ela
desempenha um papel significativo na disseminação e interpretação da fé cristã
em um contexto global diversificado.
3. Barreiras nas Missões Transculturais
Ao embarcar nessa nobre Missão, encontramos desafios teológicos
significativos. Por exemplo, a questão da pluralidade religiosa e cultural nos
leva a considerar como comunicar o Evangelho de maneira relevante e eficaz em
contextos diversos. Devemos lembrar que a verdade do Evangelho é universal, mas
sua aplicação pode variar culturalmente.
Os desafios que enfrentamos ao cumprir a Grande Comissão de Jesus,
principalmente quando se trata de missões transculturais, são muitos. Veja
alguns exemplos:
-Primeiro, a diversidade cultural e religiosa do mundo requer
sensibilidade e compreensão para alcançar diferentes grupos de pessoas. Cada
cultura tem sua própria maneira de ver o mundo e sua espiritualidade, e devemos
abordá-las com respeito e amor. Além disso, a barreira do idioma pode ser um
obstáculo significativo, mas a tradução das Escrituras e a aprendizagem de
línguas estrangeiras são ferramentas essenciais para superá-la.
-Segundo, a oposição e a perseguição que alguns missionários podem
enfrentar em áreas hostis ao cristianismo. No entanto, devemos lembrar que Deus
está conosco em todos os momentos e que Ele pode transformar até mesmo as
situações mais adversas em oportunidades para a Sua glória. A perseverança e a
oração são nossos aliados nessa jornada.
-Terceiro, a compreensão da justiça social na missão. A missão não é
apenas espiritual, mas também social, buscando transformar vidas e comunidades.
Isso requer um entendimento profundo da teologia da justiça e da compaixão.
O pr. Douglas elencou outros desafios:
a) Barreiras geográficas: novas nações
e novas culturas;
b) Barreiras culturais: valores de
vida, costumes e hábitos;
c) Barreiras econômicas: diferenças de
moeda e comércio;
d) Barreiras linguísticas: as línguas
nativas;
e) Barreiras religiosas: Islamismo,
ateísmo, materialismo, secularismo etc.
Os apóstolos enfrentaram essas mesmas barreiras, mas, na força do
Espírito Santo, o Evangelho saiu de Jerusalém e alcançou os “confins da Terra”.
Esse mesmo Espírito está com a Igreja do presente século para confirmar a nobre
missão de proclamar o Evangelho.
Apesar desses desafios, há inúmeras bênçãos associadas à obediência a
esse chamado. Em primeiro lugar, a alegria de ver vidas transformadas pelo Evangelho
é incomparável. Testemunhar almas perdidas sendo encontradas por Cristo e vendo
comunidades inteiras se voltando para Ele é uma experiência indescritível. Além
disso, o Senhor promete estar conosco sempre, fortalecendo-nos e guiando-nos ao
longo do caminho.
III. VISÃO GLOBAL DO EVANGELHO NO MUNDO
1. Evangelização e Discipulado
-Evangelização é a pregação do Evangelho a judeus e a
gentios, o anúncio de que Jesus veio salvar o ser humano, perdoando os pecados
e restabelecendo a comunhão entre Deus e a humanidade.
Para que não houvesse qualquer dúvida a respeito de qual seria o papel
da Igreja, ainda mesmo de seu estabelecimento na Terra, Jesus bem mostrou aos
Seus discípulos qual era o papel destinado aos Seus seguidores. Cumprindo o
desiderato divino de anunciar a salvação ao povo judeu (João 1:11a), Jesus, a
fim de atingir a todas as aldeias e povoados da nação israelita no território
de Israel, destacou setenta discípulos, de dois em dois, para pregar o
evangelho (Lc.10:1-24), mostrando, assim, que a tarefa primordial daqueles que
O servem é o de levar a mensagem das boas-novas de salvação, que é o que
denominou de “a obra do Senhor” (Lc.10:1,2).
Depois de ter consumado a obra da redenção do homem no Calvário (João
19:30), sacrifício aceito pelo Pai como nos prova a ressurreição (At.3:25,26;
13:29,20), Jesus, após ter passado quarenta dias dando prova da Sua
ressurreição aos discípulos e falado a respeito do reino de Deus (At.1:3),
explicitamente determinou qual seria a tarefa principal da Igreja. Mandou que o
evangelho fosse pregado por todo o mundo a toda a criatura (Mc.16:15), uma
ordem que estabeleceu um verdadeiro dever a todo cristão, a ponto de o apóstolo
Paulo ter exclamado: “Porque, se anuncio o evangelho, não tenho de que me
gloriar, pois me é imposta essa obrigação; e ai de mim se não anunciar o
evangelho!” (2Co.9:16). A Igreja, portanto, existe para dizer ao mundo que
“Jesus salva, cura, batiza no Espírito Santo e leva para o Céu”.
-Discipulado é o acompanhamento do novo convertido
até à sua maturidade cristã e espiritual. É como se a pessoa fosse uma planta
que acabou de nascer; se ela for bem cuidada, conseguirá desenvolver suas
raízes, caule e folhas; e na vida adulta, ela produzirá frutos e sementes, que
darão continuidade a vida da espécie. Assim é o crente; se ele for acompanhado
na sã doutrina, mais tarde, em sua maturidade cristã, frutificará, ou seja,
ganhará outros para Cristo. Em muitos crentes, este discipulado se estende a
vida toda, pois, apesar do tempo de fé, continuam meninos na fé (cf.
Hb.5:12-14).
Portanto, a Igreja deve pregar o Evangelho, mas é preciso, também, que
ela “ensine”, “faça discípulos”; cuidado este que era patente nos tempos
apostólicos, a ponto de os apóstolos terem chamado para si esta tarefa,
considerando, inclusive, não ser razoável deixar de se dedicar à oração e ao
ensino da Palavra (At.6:2,4); sem falar no zelo de Barnabé com relação à
primeira Igreja gentílica, a de Antioquia da Síria (At.11:25,26), e dos
conselhos que Paulo dá a Timóteo no sentido de jamais se descuidar do ensino da
Palavra de Deus aos crentes (1Tm.4:12-16).
2. Arrependimento e capacitação do Espírito
Antes de Sua ascensão, Jesus direcionou a atenção dos seus discípulos
para a natureza e abrangência da missão da qual seriam incumbidos. Quanto à
natureza dessa incumbência, os discípulos deviam ser testemunhas; quanto à
abrangência, deviam testemunhar tanto em Jerusalém como em toda a Judeia e
Samaria e até aos confins da terra.
Antes disso, porém, precisavam receber o poder do Espírito Santo (Atos
1:8). Esse poder é o elemento absolutamente indispensável do testemunho
cristão. Uma pessoa pode ter muitos talentos, treinamento e experiência, mas,
sem o poder do Espírito Santo, será ineficaz. Em contrapartida, uma pessoa pode
ter pouca instrução, ser pouco atraente e polida, mas, ao receber o poder do
Espirito Santo, é capaz de fazer grandes coisas para Deus. Os discípulos
temerosos precisavam de poder para testemunhar e de ousadia santa para pregar o
evangelho. Esse poder lhes seria dado quando o Espirito Santo descesse sobre
eles.
Da mesma forma é a Igreja atual. Ela precisa do poder do Espirito Santo
para anunciar a mensagem de Jesus até os confins da Terra, anunciando aos
pecadores que se arrependam dos seus pecados e creiam no Evangelho de Jesus
Cristo (Mc.1:15).
CONCLUSÃO
O mandamento de pregar o Evangelho a todos os povos até a volta de
Cristo é uma tarefa divina permanente que nos foi confiada. É um chamado que
requer sacrifício, coragem e persistência, mas que também traz inúmeras bênçãos
espirituais e alegria indescritível. Devemos abraçar essa missão com zelo e
dedicação, sabendo que Deus está conosco a cada momento. Jesus prometeu que
estaria com seus discípulos até o fim dos tempos, dando-lhes a autoridade e o
poder para cumprir a Grande Comissão. Isso significa que os cristãos não estão
sozinhos em sua missão, mas têm a presença e a ajuda de Jesus através do
Espírito Santo. Que o amor de Cristo nos inspire a levar Sua luz aos confins da
Terra, para que todos os povos possam conhecer a esperança que encontramos
Nele. Que Deus os abençoe ricamente enquanto continuamos a cumprir essa nobre
missão.
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Luciano
de Paula Lourenço – EBD/IEADTC
Referências Bibliográficas:
Bíblia de Estudo Pentecostal.
Bíblia de estudo – Aplicação Pessoal.
Bíblia de Estudo – Palavras Chave – Hebraico e
Grego. CPAD
William Macdonald. Comentário Bíblico popular
(Antigo e Novo Testamento).
Comentário do Novo Testamento – Aplicação Pessoal.
CPAD.
Caramuru Afonso Francisco – Evangelização, a Missão
máxima da Igreja.