2º Trimestre de 2024
SUBSÍDIO PARA A LIÇÃO 09
Texto Base: Mateus 4:1-11
“Vigiai e orai, para que não
entreis em tentação; na verdade, o espírito está pronto, mas a carne é fraca”
(Mateus 26:41).
Mateus 4:
1.Então,
foi conduzido Jesus pelo Espírito ao deserto, para ser tentado pelo diabo.
2.E,
tendo jejuado quarenta dias e quarenta noites, depois teve fome;
3.E,
chegando-se a ele o tentador, disse: Se tu és o Filho de Deus, manda que estas
pedras se tornem em pães.
4.Ele,
porém, respondendo, disse: Está escrito: Nem só de pão viverá o homem, mas de
toda a palavra que sai da boca de Deus.
5.Então o
diabo o transportou à Cidade Santa, e colocou-o sobre o pináculo do templo,
6.e
disse-lhe: Se tu és o Filho de Deus, lança-te daqui abaixo; porque está
escrito: Aos seus anjos dará ordens a teu respeito, e tomar-te-ão nas mãos,
para que nunca tropeces em alguma pedra.
7.Disse-lhe
Jesus: Também está escrito: Não tentarás o Senhor, teu Deus.
8.Novamente,
o transportou o diabo a um monte muito alto; e mostrou-lhe todos os reinos do
mundo e a glória deles.
9.E
disse-lhe: Tudo isto te darei se, prostrado, me adorares.
10.Então,
disse-lhe Jesus: Vai-te, Satanás, porque está escrito: Ao Senhor, teu Deus,
adorarás e só a ele servirás.
11.Então,
o diabo o deixou; e, eis que chegaram os anjos e o serviram.
INTRODUÇÃO
Nesta lição,
exploraremos o conceito bíblico de tentação e examinaremos como Jesus, nosso
exemplo supremo, enfrentou as tentações no deserto (Mateus 4:1-11). Além disso,
aprenderemos princípios práticos para resistir à tentação ao longo de nossa
jornada espiritual, lembrando-nos da exortação do próprio Jesus para vigiar e
orar para não cairmos em tentação (Mateus 6:13; 26:41 – NVT). Efésios 6:11 (ARC) insta: "Revesti-vos de toda a armadura de Deus,
para que possais estar firmes contra as astutas ciladas do diabo".
Que este estudo nos
capacite a enfrentar as tentações com sabedoria e fé, confiando na graça e no
poder de Deus para nos sustentar.
I. A TENTAÇÃO E SUA ESFERA HUMANA
1. Conceito bíblico de tentação
Na
perspectiva bíblica, a tentação é um desafio moral que confronta o indivíduo
com a escolha entre o bem e o mal. É um teste ou prova que expõe a inclinação
do coração humano para o pecado e a necessidade de resistir às influências
malignas.
Na
Bíblia, as palavras hebraicas e gregas usadas para descrever a tentação
destacam sua natureza de teste ou prova, mostrando que ela pode surgir como uma
atração para fazer o mal visando a obtenção de prazer ou benefício pessoal.
No Antigo
Testamento, a palavra hebraica "massáh" é frequentemente usada para
se referir à tentação ou prova. Alguns exemplos de sua ocorrência são em
Deuteronômio 4:34; 9:22 e Salmo 95:8.
No Novo
Testamento, encontramos duas palavras gregas principais relacionadas à tentação:
a primeira é "peirasmós", que significa "teste" ou
"prova"; esta palavra é encontrada em passagens como Atos 20:19;
1Coríntios 10:13 e Tiago 1:2,12. A segunda palavra grega é o verbo
"peirázõ", que significa "testar" ou "submeter à prova";
esta palavra é usada em versículos como João 6:6; Gálatas 6:1 e Apocalipse
2:2,10.
Assim, a
tentação não é apenas uma simples sugestão de pecado, mas uma situação que
coloca à prova a fidelidade e a integridade do indivíduo diante de Deus.
2. Duas vias da tentação
As duas
vias da tentação, conforme descritas na Palavra de Deus, revelam a complexidade
desse desafio espiritual que o ser humano enfrenta. Primeiramente, temos a
tentação que vem do Diabo, como evidenciado desde os primórdios da história, no
relato do pecado original no Jardim do Éden (Gênesis 3); nesse caso, a tentação
é externa, originada pelo adversário espiritual, cujo objetivo é desviar os
seres humanos do propósito e plano de Deus para suas vidas. O Diabo emprega
estratégias sutis e enganosas para nos afastar da vontade de Deus, oferecendo
promessas de prazer, poder ou conhecimento que contradizem a palavra de Deus.
Por outro
lado, temos a tentação que surge de dentro do próprio ser humano, como
mencionado na Epístola de Tiago (Tiago 1:14,15). Essa tentação está enraizada
nos desejos pecaminosos e na natureza caída do homem, que é inclinada para o
mal desde o nascimento. Ela se manifesta quando cedemos aos impulsos da carne,
aos desejos egoístas e aos vícios da alma, em vez de submeter-nos à vontade de
Deus. Essa via da tentação reflete a batalha interior entre a carne e o
espírito, conforme descrita por Paulo em suas epístolas (Gálatas 5:17).
Ambas as
vias da tentação operam na esfera humana, representando um desafio constante e
universal para os crentes. Enquanto a tentação externa busca desviar-nos do
caminho da fé e obediência a Deus, a tentação interna apela para os desejos
pecaminosos que residem em nossos corações. Portanto, compreender essas duas
vias da tentação é fundamental para enfrentá-las com sabedoria e resistir aos
seus efeitos maléficos, permanecendo firmes na fé e na dependência de Deus.
3. Tentação: um fenômeno humano
A
tentação é, de fato, um fenômeno humano que tem suas raízes na natureza pecaminosa
do ser humano e nas influências do mundo ao seu redor. O apóstolo Tiago é claro
ao afirmar que Deus não é o autor da tentação para o mal, pois Ele é
absolutamente bom e justo (Tiago 1:13). No entanto, Tiago também reconhece que
as provações e testes que enfrentamos podem ser usados por Deus para nos
aperfeiçoar e fortalecer nossa fé (Tiago 1:2-4).
A
distinção entre a provação permitida por Deus e a tentação que nos leva ao mal
é crucial. Enquanto as provações são projetadas para nos fortalecer e nos
conduzir à maturidade espiritual, as tentações têm a intenção de nos desviar do
caminho da justiça e nos levar ao pecado. Jesus também advertiu sobre a
natureza sedutora da tentação, destacando que o simples ato de olhar com desejo
já é considerado pecado (Mateus 5:28).
No
entanto, a responsabilidade pela queda na tentação recai sobre o ser humano,
pois somos nós que cedemos aos desejos pecaminosos de nossa natureza carnal
(Romanos 8:6). Embora o inimigo possa nos tentar e nos influenciar, a decisão
final de sucumbir ao pecado é nossa. A Bíblia nos assegura que Deus nos concede
o poder para resistir à tentação e nos fornece uma saída para não cairmos
(1Coríntios 10:13).
Portanto,
a tentação é, de fato, um fenômeno humano, que ocorre na esfera terrena e está
intrinsecamente ligada à natureza pecaminosa do ser humano. No entanto, Deus
nos capacita a resistir à tentação e a vencer o mal por meio de sua graça e do
poder do Espírito Santo em nós.
II. O SENHOR JESUS E A TENTAÇÃO
1. A provação do
Senhor Jesus
A provação do Senhor
Jesus no deserto, conforme registrado nos evangelhos de Mateus (Mateus 4:1-11)
e Lucas (Lucas 4:1-13), é um evento significativo que revela não apenas a
humanidade de Jesus, mas também sua divindade e sua vitória sobre as tentações
do diabo.
Após o batismo de
Jesus por João Batista no rio Jordão, o Espírito Santo o conduziu ao deserto,
onde ele permaneceu por quarenta dias e quarenta noites, sem comer, em um
período de jejum e oração intensos. Durante esse tempo, Jesus foi tentado por
Satanás em três ocasiões distintas. Como disse o Pr. Osiel Gomes, “o objetivo
de Satanás era fazer com que Jesus desviasse de seu propósito, satisfazendo
desejos e necessidades, contrariando a vontade de Deus (cf. Mateus 4:1-11). Por
isso, houve um ataque intenso do Maligno contra nosso Senhor, que resistiu
sabiamente por meio da oração, do jejum e da Palavra de Deus. Embora
fisicamente frágil, o Senhor estava espiritualmente forte”. Comentaremos sobre
isto no item seguinte.
Em todas as três
tentações, Jesus resistiu ao diabo citando e aplicando as Escrituras de forma
precisa e confiante, demonstrando sua total submissão à vontade de Deus e sua
confiança no poder da Palavra de Deus para vencer a tentação. Após essas
tentações, o evangelho de Lucas destaca que Satanás afastou-se de Jesus até um
momento oportuno (Lucas 4:13).
Essa provação no
deserto não apenas revela a natureza divina e humana de Jesus, mas também serve
como um exemplo para os crentes de como resistir às tentações do diabo por meio
da fé, da obediência a Deus e da aplicação da Palavra de Deus em suas vidas.
A experiência de Jesus
no deserto nos ensina que, mesmo em nossos momentos mais fracos e vulneráveis,
podemos confiar na graça e no poder de Deus para nos capacitar a vencer as
tentações e permanecer-mos firmes em nossa fé.
2. As áreas que Jesus foi tentado
Durante
o tempo que Jesus passou no deserto, Ele foi tentado por Satanás em três áreas:
área física, a natureza divina e área espiritual. A tentação de Jesus nestas
três é um evento significativo e emblemático registrado nos Evangelhos. Essas
tentações não são apenas episódios isolados, mas representam desafios
universais que os crentes em Cristo, ao longo de sua jornada, enfrentam e que
Jesus enfrentou como exemplo para nós.
a) Área física. Na primeira tentação,
Satanás tentou induzir Jesus a transformar pedras em pão para satisfazer sua
fome física, questionando sua filiação divina e desafiando sua dependência de
Deus para prover suas necessidades básicas. Após um longo período de jejum,
essa tentação representa o desejo humano básico de satisfazer as necessidades
físicas e materiais imediatamente. Jesus respondeu citando a importância da
Palavra de Deus, mostrando que o homem não vive apenas de pão, mas de toda
palavra que procede da boca de Deus (Mateus 4:3,4). Isso ressalta a prioridade
espiritual sobre as necessidades físicas.
b) Natureza divina. Na segunda tentação,
Satanás levou Jesus ao topo do templo em Jerusalém e o instigou a se lançar de
lá, desafiando-o a testar a proteção divina e a provar sua filiação divina. A
tentação de se jogar do pináculo do Templo, confiando na intervenção divina
para evitar a queda, visava testar a confiança de Jesus em seu Pai celestial e,
potencialmente, usar um ato miraculoso para obter reconhecimento público. Jesus
rejeitou essa tentação, citando novamente as Escrituras para afirmar sua
confiança na vontade de Deus e sua fidelidade em obedecer (Mateus 4:5-7).
c) Área espiritual. Na terceira tentação,
Satanás levou Jesus a um monte alto e lhe mostrou todos os reinos do mundo e
sua glória, oferecendo-lhe autoridade e poder sobre eles em troca de adoração. Esta
tentação final envolve a oferta de todos os reinos do mundo em troca de
adoração ao Diabo. Aqui, Satanás oferece a Jesus uma maneira mais fácil e
rápida de alcançar sua missão messiânica, evitando o caminho da cruz. No
entanto, Jesus rejeita essa oferta, afirmando que só a Deus se deve adorar e
servir (Mateus 4:8-10).
Essas
três áreas representam os tipos de tentações que todos enfrentamos: a busca por
satisfação material, o desafio de confiar em Deus em momentos de dificuldade e
a luta contra as seduções do poder e do prestígio. Ao resistir a essas
tentações, Jesus nos mostra o caminho para superar as armadilhas do mundo,
confiando na vontade de Deus e permanecendo fiéis aos seus princípios.
3. Como Jesus venceu a tentação?
Jesus
venceu a tentação utilizando a Palavra de Deus como sua principal arma
espiritual. Em cada uma das três tentações no deserto, Ele respondeu ao Diabo
com as palavras "está escrito", demonstrando
assim sua confiança na autoridade e na veracidade das Escrituras Sagradas.
a) Na primeira tentação,
o Diabo tentou induzir Jesus a usar seus poderes divinos para satisfazer suas
necessidades físicas, transformando pedras em pães. No entanto, Jesus respondeu
citando Deuteronômio 8:3, declarando que o homem não vive apenas de pão, mas de
toda palavra que sai da boca de Deus (Mateus 4:4). Aqui, Jesus enfatizou a
importância da dependência de Deus e da obediência à Sua vontade sobre as
necessidades materiais.
b) Na segunda tentação, o
Diabo tentou fazer com que Jesus se lançasse do pináculo do Templo para forçar
uma intervenção divina e ganhar reconhecimento público. Jesus respondeu citando
Deuteronômio 6:16, rejeitando a ideia de testar a Deus. Ele demonstrou que a
confiança em Deus não deve ser provada de maneira imprudente, mas sim baseada
na fé e na obediência (Mateus 4:7).
c) Na terceira tentação,
o Diabo ofereceu a Jesus todos os reinos do mundo em troca de adoração.
Novamente, Jesus recorreu às Escrituras, citando Deuteronômio 6:13, e afirmou
que só a Deus se deve adorar e servir. Ele rejeitou a oferta do Diabo, mantendo
sua lealdade ao Pai celestial (Mateus 4:10).
Essa
abordagem de Jesus nos ensina a importância de conhecer e aplicar as Escrituras
em nossas vidas para resistir às tentações e aos ataques espirituais do
inimigo. Assim como Jesus, devemos nos armarmos da Palavra de Deus e depender
da sabedoria e do poder do Espírito Santo para vencer as investidas do mal
(Efésios 6:11,17).
III. RESISTINDO À TENTAÇÃO
1. Todos somos tentados
A
tentação é uma realidade inegável na vida de todos os cristãos que se propõem a
servir a Deus de todo o coração. Na Bíblia, vemos que desde Adão e Eva no
jardim do Éden até os relatos dos patriarcas, profetas, e até mesmo de Jesus e
seus discípulos, a tentação sempre foi uma presença constante. A Bíblia
confirma essa realidade ao nos ensinar que até mesmo Jesus Cristo foi tentado
(Hebreus 4:15), mostrando que a tentação não é um sinal de fraqueza espiritual,
mas sim uma parte intrínseca da experiência humana.
A
natureza humana é propensa à tentação devido à sua fragilidade, suas paixões e
suas inclinações pecaminosas. Mesmo aqueles que se esforçam para viver uma vida
piedosa não estão isentos das investidas do inimigo. Como seres finitos e
sujeitos às fraquezas do mundo, todos nós estamos sujeitos a cair em tentação
em algum momento de nossas vidas.
Além
disso, vivemos em um mundo que constantemente nos apresenta valores e
ideologias contrárias aos princípios estabelecidos por Deus. A cultura
pós-moderna, com sua ênfase no relativismo moral e na busca pelo prazer
imediato, exerce uma influência significativa sobre nossas escolhas e
comportamentos, tornando-nos ainda mais vulneráveis à tentação.
No
entanto, como cristãos, somos chamados a resistir à tentação e a permanecermos
firmes na fé. Isso envolve cultivar uma vida de oração, meditação na Palavra de
Deus, comunhão com outros crentes e submissão ao Espírito Santo.
Assim
como Jesus nos ensinou a orar para não cair em tentação, também devemos seguir
seu exemplo e buscar força e orientação divinas para vencer as investidas do
mal.
Os
cristãos têm recursos espirituais à sua disposição para resistir a tentação. Ao
permanecerem vigilantes, comprometidos com a Palavra de Deus e não conformados
com os padrões deste mundo (Rm.12:2), podem superar as tentações e viver uma
vida que glorifica a Deus.
Em
suma, a compreensão de que todos somos tentados nos lembra da importância de
permanecermos vigilantes e alertas espiritualmente, reconhecendo nossas
fraquezas e dependendo da graça e do poder de Deus para resistir ao mal e
permanecer fiéis em nossa jornada de fé.
2. Rejeitemos a tentação!
A
ideia de resistir à tentação é central na ética cristã, pois é vista como um
elemento crucial na jornada espiritual de um indivíduo. Vários exemplos
bíblicos e ensinamentos são frequentemente citados para enfatizar a importância
dessa prática. Veja algumas referências bíblicas que abordam o tema da rejeição
da tentação:
ü Mateus 26:41 (NVI): "Vigiem e orem
para que não caiam em tentação. O espírito está pronto, mas a carne é
fraca".
ü 1 Coríntios 10:13
(NVI):
"Nenhuma tentação os assolou, a não ser as que são comuns aos homens. E
Deus é fiel; ele não permitirá que vocês sejam tentados além do que podem
suportar. Mas, quando forem tentados, ele mesmo providenciará um escape, para
que o possam suportar".
ü Tiago 4:7 (NVI): "Portanto,
submetam-se a Deus. Resistam ao Diabo, e ele fugirá de vocês".
ü Gálatas 5:16 (NVI): "Então eu digo:
vivam pelo Espírito, e de modo nenhum satisfarão os desejos da carne".
ü Romanos 12:2 (NVI): "Não se
conformem com este mundo, mas transformem-se pela renovação da sua mente, para
que sejam capazes de experimentar e comprovar a boa, agradável e perfeita
vontade de Deus".
ü 1Pedro 5:8,9 (NVI): "Estejam
alertas e vigiem. O Diabo, o inimigo de vocês, anda ao redor como leão, rugindo
e procurando a quem possa devorar. Resistam-lhe, permanecendo firmes na fé,
sabendo que os irmãos que vocês têm em todo o mundo estão passando pelos mesmos
sofrimentos".
ü Efésios 6:10,11 (NVI): "Finalmente,
fortaleçam-se no Senhor e no seu forte poder. Vistam toda a armadura de Deus,
para poderem ficar firmes contra as ciladas do Diabo".
Essas
passagens bíblicas oferecem orientação e encorajamento para resistir à tentação
e permanecer firmes na fé.
A
tentação pode se manifestar de várias formas. Pode ser uma força externa que
incita alguém a fazer algo contra seus princípios morais ou religiosos, ou pode
ser uma luta interna entre o desejo e o dever. Independentemente de sua forma,
a tentação muitas vezes desafia a integridade e a fé de uma pessoa.
Uma
das abordagens mais comuns para lidar com a tentação é a prática da
autodisciplina e do autocontrole. Isso envolve o desenvolvimento de uma
consciência moral sólida e o fortalecimento da vontade para resistir às
influências negativas. A autodisciplina pode ser cultivada através da oração,
meditação, estudo das escrituras e práticas espirituais que fortalecem o
relacionamento com Deus.
Outro
aspecto importante na rejeição da tentação é o reconhecimento da natureza
transitória e ilusória das gratificações temporárias que ela oferece. Muitas
vezes, a tentação promete prazer ou satisfação imediata, mas pode levar a
consequências prejudiciais a longo prazo. Reconhecer essa realidade ajuda a
fortalecer a determinação em resistir à tentação e escolher o caminho da
virtude e da retidão.
Além
disso, é essencial cultivar um ambiente que minimize a exposição à tentação.
Isso pode envolver evitar situações ou lugares que desencadeiem impulsos
negativos, bem como estabelecer limites saudáveis em relacionamentos e
atividades. O Pr. Osiel Gomes citou uma célebre frase do reformador Martinho
Lutero: “você não pode impedir que os pássaros voem sobre sua cabeça, mas pode
impedir que eles se instalem com seus ninhos!”. Segundo ele, a frase revela uma
verdade que encontramos na Palavra de Deus. Podemos percebê-la na fuga de José
diante da mulher de Potifar (Gn.39:12) e na atitude de Jó de fugir do mal (Jó
1:1).
No
entanto, é importante reconhecer que rejeitar a tentação nem sempre é fácil e
que todos estão sujeitos a fraquezas e falhas, mas com a força do Espírito
Santo, podemos evitar que ela nos domine. Por isso, precisamos seguir o que o
apóstolo Paulo escreveu a Timóteo: “Fuja de tudo que estimule as paixões da
juventude” (2Tm.2:22 – NVT). Portanto, ao longo de nossa jornada, a melhor
estratégia é fugir da tentação.
Em
última análise, rejeitar a tentação é um ato de liberdade e escolha consciente.
É a afirmação da dignidade e do propósito moral de uma pessoa em meio às
pressões e influências do mundo. Ao fazê-lo, o indivíduo busca não apenas sua
própria integridade e bem-estar, mas também o cumprimento de sua relação com
Deus e o serviço aos outros.
3. “Arrependa-se”
Quando um crente cede
à tentação e comete um erro, o arrependimento desempenha um papel fundamental
na restauração do relacionamento com Deus e na busca pela reconciliação
espiritual. Veja alguns textos bíblicos pertinentes:
ü 2Crônicas 7:14): “se o
meu povo, que se chama pelo meu nome, se humilhar, orar, me buscar e se
converter dos seus maus caminhos, eu ouvirei dos céus, perdoarei os seus
pecados e sararei a sua terra”.
ü Provérbios 28:13: “Quem
encobre as suas transgressões jamais prosperará; mas o que as confessa e
abandona alcançará misericórdia”.
ü Atos 3:19: “Portanto,
arrependam-se e se convertam, para que sejam cancelados os seus pecados”.
ü 1João 1:9: “Se
confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados
e nos purificar de toda injustiça”.
O arrependimento não é
apenas um reconhecimento superficial do erro, mas um processo profundo de
mudança de coração e mente, que leva a uma transformação genuína e duradoura.
a) Reconhecimento do erro. O primeiro passo no arrependimento é reconhecer
sinceramente o pecado cometido. Isso envolve uma avaliação honesta de nossas
ações, reconhecendo que transgredimos os princípios e mandamentos de Deus.
b) Remorso genuíno.
O arrependimento verdadeiro é acompanhado por um profundo remorso pelo pecado
cometido. Esse remorso não é apenas pelo medo das consequências ou do castigo,
mas pela dor de ter desapontado e desobedecido a Deus.
c) Confissão. Uma parte essencial
do arrependimento é a confissão do pecado a Deus. Isso envolve humildemente
admitir diante de Deus nossas falhas e pedir perdão por nossos erros. A
confissão permite que nos aproximemos de Deus, reconhecendo nossa necessidade
de Sua graça e misericórdia.
d) Abandono do pecado. O arrependimento não é apenas sobre reconhecer e
lamentar o pecado, mas também sobre abandoná-lo. Isso significa tomar medidas
práticas para evitar situações de tentação semelhantes no futuro e buscar
ativamente viver de acordo com os princípios de Deus.
e) Restauração da comunhão com Deus. O arrependimento verdadeiro abre o caminho para a
restauração do relacionamento com Deus. Ao nos arrependermos sinceramente,
podemos experimentar o perdão e a graça de Deus, restaurando nossa comunhão com
Ele.
f) Aprendizado e crescimento espiritual. O arrependimento também é uma oportunidade de
aprendizado e crescimento espiritual. Ao refletir sobre nossas falhas e buscar
mudança, podemos crescer em nossa fé e fortalecer nossa determinação de seguir
a vontade de Deus em todas as áreas de nossas vidas.
Portanto, o
arrependimento não é apenas um ato isolado, mas um processo contínuo de
transformação espiritual. É um convite para voltarmos ao caminho de Deus,
renovando nosso compromisso com Ele e buscando viver uma vida que O honre em
todas as nossas ações e decisões.
CONCLUSÃO
Resistir
à tentação no caminho da fé é um desafio constante e inevitável para todos os
crentes. No entanto, é um desafio que pode ser superado através da orientação e
fortalecimento proporcionados pela comunhão com Deus, pelo poder do Espírito
Santo e pela aplicação dos princípios ensinados nas Escrituras Sagradas.
Ao
longo desta jornada espiritual, é essencial reconhecer que todos somos
suscetíveis à tentação e que podemos cometer erros. No entanto, a resposta
adequada diante da tentação não é desespero ou desânimo, mas sim uma postura de
vigilância, autodisciplina e prontidão para buscar a ajuda e a orientação
divinas.
Quando
cedemos à tentação, o arrependimento sincero nos oferece um caminho de cura,
restauração e renovação espiritual. Através do arrependimento, podemos
experimentar o perdão e a graça de Deus, e ser capacitados a seguir adiante com
uma determinação renovada para viver uma vida que reflita os valores do Reino
de Deus.
Portanto,
que possamos perseverar na busca pela santidade e pela retidão, resistindo à
tentação com coragem, fé e confiança na promessa de que, com a ajuda de Deus,
somos mais do que vencedores em Cristo Jesus.
Que
nossa jornada seja marcada pela constante busca da comunhão com Deus, do
crescimento espiritual e da dedicação em viver de acordo com Sua vontade, para
a glória do Seu nome. Que Ele nos guie e nos fortaleça em cada passo do
caminho, capacitando-nos a resistir à tentação e a perseverar até o fim.
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Luciano
de Paula Lourenço – EBD/IEADTC
Referências
Bibliográficas:
Bíblia
de Estudo Pentecostal.
Bíblia
de estudo – Aplicação Pessoal.
Bíblia
de Estudo – Palavras Chave – Hebraico e Grego. CPAD
William
Macdonald. Comentário Bíblico popular (Antigo e Novo Testamento).
Comentário
do Novo Testamento – Aplicação Pessoal. CPAD.
Pr.
Hernandes Dias Lopes. 1João – Como ter a garantia da salvação.
Pr.
Hernandes Dias Lopes. Hebreus, a superioridade de Cristo.
Pr.
Hernandes Dias Lopes. Mateus – Jesus, o Rei dos reis.
Comentário
Bíblico Pentecostal do Novo Testamento. CPAD.