No Terceiro Trimestre de 2024, vamos explorar o seguinte tema nas Escolas
Bíblica Dominical em todo o Brasil:
“O DEUS QUE GOVERNA O MUNDO E CUIDA DA FAMÍLIA — OS
ENSINAMENTOS DIVINOS NOS LIVROS DE RUTE E ESTER PARA A NOSSA GERAÇÃO”.
Comentarista do trimestre: Pr. Silas Queiroz, membro do Conselho
de Comunicação e Imprensa da CGADB. Atua como pastor nas congregações de
Ji-Paraná, cidade na qual reside.
Os livros de Rute e
Ester, presentes no Antigo Testamento, são narrativas ricas em ensinamentos
sobre a providência divina, a importância da família e a intervenção de Deus na
história humana. Ambos os livros destacam personagens femininas que, através de
sua fé e coragem, influenciam profundamente o curso da história do povo de
Israel. Neste trimestre, exploraremos os ensinamentos desses livros sob a ótica
de como Deus governa o mundo e cuida da família, oferecendo lições valiosas
para a nossa geração.
1. Contexto histórico e literário
O Livro de Rute
O livro de Rute está situado no período dos Juízes, uma época
caracterizada pela instabilidade e infidelidade do povo de Israel a Deus. A
narrativa de Rute é um conto de lealdade, amor e redenção. Rute, uma moabita,
demonstra uma fidelidade incomum à sua sogra israelita, Noemi, e ao Deus de
Israel, escolhendo seguir uma nova fé e cultura. A história ilustra como a
providência divina guia Rute e Noemi para Belém, onde Rute se casa com Boaz, um
parente redentor, e torna-se ancestral do rei Davi e, eventualmente, de Jesus
Cristo.
O Livro de Ester
O livro de Ester, por outro lado, situa-se durante o exílio dos judeus
na Pérsia. Ester, uma jovem judia, é escolhida como rainha pelo rei persa
Xerxes (Assuero). A história se desenrola em torno da conspiração de Hamã para
exterminar os judeus, que é frustrada pela coragem e astúcia de Ester e pela
orientação de seu primo Mordecai/Mardoqueu. A intervenção providencial de Deus
é implícita, pois, embora o nome de Deus não seja mencionado, Sua presença e
proteção são evidentes através dos acontecimentos.
2. Ensinamentos Divinos
Providência e Soberania de Deus
Ambos os livros destacam a soberania de Deus na direção dos
acontecimentos. Em Rute, a jornada de Noemi de Moabe para Belém, a coincidência
de Rute colher nos campos de Boaz e o subsequente casamento entre Rute e Boaz
são apresentados como parte do plano providencial de Deus. Esta narrativa nos
ensina que Deus está presente nos detalhes de nossas vidas, guiando e
orquestrando eventos para cumprir Seus propósitos. Na nossa geração, essa lição
é um lembrete poderoso de que, mesmo em meio às adversidades, Deus está no
controle.
Fidelidade e Lealdade
A lealdade de Rute
a Noemi é um exemplo profundo de amor sacrificial e fidelidade. Rute deixa sua
terra natal e seus deuses para adotar o povo e o Deus de Noemi. Sua famosa
declaração: “Onde quer que fores, irei, e onde quer que pousares, ali pousarei;
o teu povo será o meu povo, e o teu Deus será o meu Deus” (Rute 1:16), ressoa
como um compromisso total e inspirador. Este nível de fidelidade é um chamado
para nossa geração cultivar relacionamentos baseados na lealdade e no
compromisso, tanto na família quanto na comunidade de fé.
Coragem e Ativismo
Ester, por sua vez,
nos ensina sobre a coragem e a importância de tomar iniciativas em momentos
críticos. Ester arrisca sua vida ao se apresentar ao rei sem ser chamada, para
salvar seu povo da destruição. Sua famosa declaração: “Se perecer, pereci”
(Ester 4:16), demonstra uma coragem que é alimentada pela fé e pela responsabilidade
moral. Em nossa geração, este exemplo é uma exortação para sermos corajosos
diante das injustiças e estarmos dispostos a agir em defesa dos outros, mesmo
com riscos pessoais.
Importância da Família
Ambos os livros
também ressaltam a importância da família como instituição fundamental. No
Livro de Rute, a dedicação de Rute a Noemi e a subsequente formação de uma nova
família com Boaz destacam a família como um meio através do qual Deus abençoa e
preserva Seu povo. No Livro de Ester, a orientação e o apoio mútuo entre Ester
e Mordecai ilustram como os laços familiares podem ser uma fonte de força e
sabedoria. Para a nossa geração, esses exemplos sublinham a importância de
mantermos laços familiares fortes e de cuidarmos uns dos outros, especialmente
em tempos de dificuldades.
Ação Divina nos eventos humanos
Nos dois livros, a
intervenção divina nas circunstâncias humanas é um tema central. Em Rute, Deus
atua através das leis de redenção e dos costumes sociais de Israel para
restaurar a família de Noemi. Em Ester, a série de eventos que levam à salvação
dos judeus parece ser um desfile de coincidências providenciais que, na
verdade, refletem a mão invisível de Deus. Para a nossa geração, esses
ensinamentos são um lembrete de que Deus pode usar situações cotidianas e
aparentemente comuns para realizar Seus planos e cuidar de Seu povo.
Fé e confiança em Deus
A fé inabalável em
Deus é uma característica marcante tanto em Rute quanto em Ester. Rute, uma
estrangeira, confia no Deus de Israel sem reservas, enquanto Ester, mesmo em
uma posição de grande risco, coloca sua fé na providência divina para salvar
seu povo. Essa confiança nos ensina que a fé em Deus não deve ser condicionada
pelas circunstâncias, mas deve ser um alicerce firme em nossas vidas. Em nossa
geração, somos chamados a desenvolver e nutrir uma fé que nos sustente e nos
guie através das incertezas da vida.
Resgate e Redenção
O tema da redenção
é especialmente evidente no livro de Rute, onde Boaz atua como o parente
redentor, uma figura que prefigura a obra redentora de Cristo. A história de
Rute e Boaz não apenas resolve a crise imediata de Noemi e Rute, mas também se
entrelaça na linhagem messiânica. Este tema de redenção é uma mensagem poderosa
para a nossa geração sobre o amor redentor de Deus, que está disposto a
resgatar e restaurar aqueles que estão perdidos ou em desespero.
3. Aplicações práticas para a nossa geração
Resiliência em tempos de crise
As histórias de Rute e Ester oferecem lições valiosas sobre resiliência
e esperança em tempos de crise. A perseverança de Noemi e Rute em meio à perda
e pobreza, assim como a coragem de Ester em face da perseguição, inspiram-nos a
manter a fé e a coragem diante das adversidades. Em uma época de desafios
globais e pessoais, esses exemplos nos encorajam a confiar na providência
divina e a agir com fé.
Construção de comunidades de fé e solidariedade
Os relacionamentos de apoio e lealdade retratados nos livros de Rute e
Ester sublinham a importância de construir comunidades de fé e solidariedade. A
lealdade de Rute a Noemi e a colaboração entre Ester e Mardoqueu nos mostram
que a força coletiva pode superar grandes desafios. Nossa geração pode aprender
a valorizar e cultivar essas redes de apoio, trabalhando juntos para enfrentar
as dificuldades e construir um futuro mais justo e compassivo.
Importância da identidade e da Fé
A identidade religiosa e cultural é um tema central em Ester, onde a
preservação do povo judeu é crucial. Para a nossa geração, que frequentemente
enfrenta questões de identidade e pertinência, essa narrativa reforça a
importância de mantermos nossa identidade de fé, mesmo em ambientes adversos.
Ester nos ensina que a fidelidade a Deus e aos nossos princípios pode ter um
impacto profundo e duradouro.
LIÇÕES
PROPOSTAS A SEREM ESTUDADAS NO TRIMESTRE
LIÇÃO 1: DUAS IMPORTANTES MULHERES NA HISTÓRIA
DE UM POVO
A Bíblia Sagrada é rica em histórias de mulheres que desempenharam
papéis cruciais na história do povo de Deus. Entre essas mulheres, Rute e Ester
se destacam por suas ações significativas e seu impacto duradouro na narrativa
bíblica e na tradição judaico-cristã. Cada uma delas, em contextos diferentes,
demonstrou coragem, fé e lealdade, influenciando profundamente o curso da
história de Israel. Esta Lição explorará as vidas de Rute e Ester, destacando
suas contribuições únicas e os ensinamentos que suas histórias oferecem para os
leitores de todas as gerações.
a) Rute - a estrangeira redimida
Rute, uma moabita, aparece em um período de instabilidade e infidelidade
em Israel, durante a época dos juízes. Ela é apresentada como a nora de Noemi,
uma israelita que havia migrado para Moabe devido à fome em Belém. Após a morte
do marido e dos filhos de Noemi, Rute escolhe permanecer com sua sogra,
demonstrando uma lealdade e amor sacrificial.
A famosa declaração de Rute a Noemi: "Onde quer que fores, irei, e
onde quer que pousares, ali pousarei; o teu povo será o meu povo, e o teu Deus
será o meu Deus" (Rute 1:16), exemplifica seu amor sacrificial e sua
decisão de adotar a fé e os costumes de Israel. Esta lealdade não apenas a
torna uma figura exemplar, mas também estabelece o fundamento para sua
integração na comunidade israelita.
A história de Rute é marcada pela providência divina. Ao seguir Noemi de
volta a Belém, Rute acaba trabalhando nos campos de Boaz, um parente de Noemi.
Através de uma série de eventos providenciais, Boaz se torna o parente
redentor, casando-se com Rute e garantindo a continuidade da linhagem de Noemi.
Este casamento não só resolve a crise imediata, mas também insere Rute na linhagem
de Davi e, posteriormente, de Jesus Cristo.
A narrativa de Rute nos ensina sobre a redenção e o cuidado de Deus para
com todos os que confiam Nele, independentemente de sua origem.
b) Ester - a rainha corajosa
O livro de Ester situa-se durante o exílio dos judeus na Pérsia. Ester,
uma jovem judia, é escolhida como rainha pelo rei persa Xerxes (Assuero) devido
à sua beleza. Sua posição privilegiada, porém, vem acompanhada de grandes
desafios e responsabilidades, especialmente quando um plano maligno para
exterminar os judeus é arquitetado por Hamã, um oficial do rei.
Ester, com a orientação de seu primo Mardoqueu, decide interceder pelo
seu povo. Apesar do risco de morte ao se apresentar ao rei sem ser chamada,
Ester diz: "Se perecer, pereci" (Ester 4:16), demonstrando uma fé e
coragem extraordinárias. Sua intervenção, ao revelar sua identidade judaica e o
complô de Hamã, salva os judeus da destruição.
Embora o nome de Deus não seja mencionado no livro de Ester, Sua
presença é perceptível em toda a narrativa. A série de eventos que levam ao
livramento dos judeus é vista como um resultado da providência divina. A
história de Ester destaca a importância de agir com coragem e fé, confiando na
providência de Deus para proteger e guiar Seu povo.
Enfim, Rute e Ester são duas mulheres extraordinárias que, através de
sua fé, coragem e lealdade, tiveram um impacto profundo na história de Israel.
Rute, uma estrangeira, é redimida e integrada na linhagem messiânica, enquanto
Ester, uma rainha, salva seu povo da destruição. Suas histórias oferecem lições
valiosas sobre a providência divina, a importância da lealdade e coragem, e o
papel significativo que cada indivíduo pode desempenhar no plano de Deus. Para
nossa geração, as vidas de Rute e Ester continuam a inspirar fé e ação corajosa
em face das adversidades, lembrando-nos do cuidado e do governo de Deus sobre
nossas vidas e nossa história.
LIÇÃO 2: O LIVRO DE RUTE
O Livro de Rute é uma das mais belas narrativas do Antigo Testamento,
destacando-se pela sua simplicidade, profundidade emocional e lições
espirituais. Situado no período dos juízes, o livro conta a história de Rute,
uma mulher moabita, cuja fidelidade e devoção exemplares a sua sogra, Noemi, e
a Deus, levaram-na a se tornar uma parte vital da linhagem messiânica.
1. Estrutura e Conteúdo
O livro está dividido em quatro capítulos, que podem ser resumidos da
seguinte forma:
a)
Capítulo 1: Deslocamento e luto
·
Contexto e decisão. Devido a uma fome
em Belém, Elimeleque, sua esposa Noemi, e seus dois filhos se mudam para Moabe.
Lá, Elimeleque e seus filhos morrem, deixando Noemi e suas noras, Rute e Orfa,
viúvas.
·
Retorno a Belém. Noemi decide voltar para Belém e
encoraja suas noras a permanecerem em Moabe. Orfa decide ficar, mas Rute
insiste em acompanhar Noemi, declarando sua lealdade a ela e ao Deus de Israel
(Rute 1:16,17).
b) Capítulo 2: Providência e bondade
·
Trabalho de Rute. Em Belém, Rute começa a colher
espigas nos campos de Boaz, um parente de Elimeleque. Boaz observa Rute e,
impressionado por sua dedicação a Noemi, demonstra bondade e generosidade para
com ela.
·
Provisão de Boaz. Boaz oferece proteção e suprimento a
Rute, permitindo que ela colha junto aos seus trabalhadores e lhe dá comida.
c)
Capítulo 3: Pedido de redenção
·
Plano de Noemi. Noemi instrui Rute a se aproximar de
Boaz na eira, pedindo que ele cumpra o papel de parente remidor, casando-se com
ela para preservar a linhagem de Elimeleque.
·
Resposta de Boaz. Boaz elogia Rute por sua lealdade e
disposição, prometendo agir como seu redentor, mas explica que há outro parente
mais próximo que tem o primeiro direito.
d) Capítulo 4: Redenção e herança
·
Ação de Boaz. Boaz reúne os anciãos e o parente
mais próximo, que renuncia seu direito de redenção. Boaz então oficializa sua
intenção de casar com Rute.
·
Bênçãos e descendência. Boaz e Rute se
casam, e ela dá à luz a Obede, avô do rei Davi, inserindo assim Rute na
linhagem messiânica.
2. Temas principais
a)
Fidelidade e lealdade. A devoção de Rute
a Noemi e sua aceitação do Deus de Israel são atos de grande lealdade e fé, contrastando
com a infidelidade geral do período dos juízes.
b)
Redenção. Boaz, como parente remidor, é um
tipo de Cristo, nosso Redentor. A história de redenção de Rute prefigura a obra
redentora de Jesus Cristo.
c)
Providência Divina. O livro mostra a
mão providencial de Deus guiando e cuidando de Rute e Noemi, usando pessoas
comuns para cumprir Seus propósitos eternos.
d)
Inclusão dos gentios. A inclusão de
Rute, uma moabita, na linhagem de Davi e, por extensão, de Jesus, prefigura a
inclusão dos gentios no plano de salvação.
Em suma, o Livro de Rute é uma narrativa inspiradora de fé, fidelidade e
providência divina. Ele mostra como Deus pode usar a fidelidade e ações de
pessoas comuns para realizar Seus grandiosos planos de redenção. Rute, uma
estrangeira, se torna um elo crucial na linhagem do Messias, destacando a
abrangência do amor e da salvação de Deus. Em tempos de crise e incerteza, a
história de Rute nos lembra que a fidelidade e a confiança em Deus trazem
bênçãos além da nossa compreensão.
LIÇÃO 3: RUTE E NOEMI: ENTRELAÇADAS PELO AMOR
Este tema vai explorar a profunda e comovente relação entre sogra e
nora, marcada por uma lealdade e amor que transcendem laços sanguíneos e
culturais. Este relacionamento, central à narrativa do Livro de Rute,
exemplifica como o amor e a fidelidade podem criar fortes vínculos, mesmo em
meio a adversidades e diferenças.
Rute, uma moabita, escolhe permanecer ao lado de Noemi, uma israelita,
após a morte de seus maridos. Sua famosa declaração, “Onde quer que fores, irei
eu, e onde quer que pousares à noite, ali pousarei eu; o teu povo será o meu
povo, e o teu Deus será o meu Deus” (Rute 1:16), demonstra um comprometimento
inabalável e uma escolha consciente de adotar a fé e os costumes de Noemi.
A relação entre Rute e Noemi é repleta de altruísmo e cuidado mútuo.
Rute trabalha arduamente nos campos para sustentar Noemi, e Noemi, por sua vez,
orienta Rute sobre como assegurar um futuro seguro por meio de seu casamento
com Boaz. Esse cuidado mútuo evidencia um amor que não busca os próprios
interesses, mas sim o bem-estar do outro.
Ambas as mulheres mostram uma fidelidade notável a Deus. Noemi, apesar
de suas amarguras, nunca abandona sua fé, e Rute, ao se comprometer com Noemi,
adota a fé no Deus de Israel. Este elemento de fé compartilhada fortalece ainda
mais seu vínculo e mostra como a devoção a Deus pode unir as pessoas de
maneiras profundas e duradouras.
A história de Rute e Noemi nos oferece importantes lições sobre amor, lealdade
e fé. Em um mundo onde relacionamentos familiares muitas vezes enfrentam
desafios e divisões, o exemplo de Rute e Noemi destaca o poder transformador do
amor altruísta e da fidelidade a Deus.
Esta Lição nos encoraja a valorizar e cultivar relações baseadas no amor
genuíno e na lealdade, lembrando-nos que, independentemente das circunstâncias,
a bondade e o compromisso com Deus e com os outros podem trazer restauração e
bênçãos.
LIÇÃO 4: O ENCONTRO DE RUTE COM BOAZ
Este tema vai explorar um dos momentos mais significativos e
providenciais do Livro de Rute. Este encontro, repleto de significado
espiritual e cultural, não apenas altera o curso das vidas de Rute e Noemi, mas
também cumpre um papel crucial no plano redentor de Deus para a humanidade.
O encontro de Rute com Boaz é um exemplo claro da providência divina.
Rute, uma estrangeira e viúva, decide colher espigas no campo de Boaz, um
parente rico e respeitado de Noemi. Este "acaso" não é mero acidente,
mas sim uma manifestação da mão de Deus guiando seus passos para garantir a
provisão e a redenção que viria através de Boaz.
Boaz é descrito como um homem de caráter exemplar, bondoso e justo. Ele
mostra uma notável generosidade e proteção para com Rute, assegurando que ela
colha nos seus campos e seja tratada com respeito. Sua sensibilidade para com a
situação de Rute e Noemi reflete a lei do parente remidor (goel), que obriga os
parentes a proteger e sustentar a linhagem familiar, algo que Boaz cumpre de
maneira nobre e justa.
Rute se destaca por sua diligência, humildade e lealdade. Ao trabalhar
arduamente nos campos, ela demonstra seu compromisso em cuidar de Noemi. Sua
reputação de virtude já havia precedido seu encontro com Boaz, que a reconhece
e honra por sua devoção à sogra e sua coragem em adotar a fé e os costumes do
povo de Israel.
Este encontro tem implicações redentoras profundas. Boaz, ao exercer o
papel de parente remidor, não só provê sustento imediato para Rute e Noemi, mas
também se torna parte da linhagem messiânica. A união de Boaz e Rute culmina no
nascimento de Obede, avô do rei Davi, ligando diretamente a história de Rute à
genealogia de Jesus Cristo.
A história do encontro de Rute com Boaz nos ensina sobre a fidelidade de
Deus em prover e cuidar de Seus filhos. Também ressalta a importância de
vivermos com integridade, generosidade e fé. No contexto moderno, este relato
nos encoraja a confiar na providência divina e a sermos veículos de bênção e
redenção na vida dos outros.
Esta Lição destaca como encontros aparentemente ordinários podem ser
transformados em atos extraordinários de graça e redenção pela mão de Deus.
LIÇÃO 5: O CASAMENTO DE RUTE E BOAZ: A REMIÇÃO
DA FAMÍLIA
Este tema destaca a culminação de uma narrativa de fidelidade,
providência divina e redenção. Este casamento não é apenas uma união romântica,
mas um ato de redenção que assegura o futuro e a continuidade da linhagem
familiar de Elimeleque, marido falecido de Noemi.
O casamento de Rute e Boaz simboliza a redenção legal e social que era
parte integral da cultura israelita. Boaz, como parente remidor (goel),
exerceu seu papel ao casar-se com Rute, assegurando que a propriedade de
Elimeleque e a linhagem familiar fossem preservadas. Este ato de remição é um
reflexo da fidelidade de Deus em prover para aqueles que confiam Nele.
Boaz, ao redimir Rute, prefigura a obra de Cristo, nosso grande
Redentor. Assim como Boaz resgatou Rute e a trouxe para uma nova vida de
segurança e provisão, Cristo redime a humanidade, trazendo-nos para a plenitude
da vida em Deus. Este casamento ilustra a graça redentora de Deus que
transforma vidas e cumpre Seus propósitos eternos.
O casamento de Rute e Boaz também destaca o amor altruísta e a
obediência às leis divinas. Boaz demonstra grande amor e respeito por Rute,
enquanto Rute exibe humildade e lealdade. Este relacionamento exemplifica como
o amor altruísta e a fidelidade a Deus e aos outros podem transformar situações
desesperadoras em histórias de esperança e renovação.
A união de Rute e Boaz resulta no nascimento de Obede, que se torna avô
do rei Davi, inserindo Rute, uma moabita, na linhagem messiânica. Esta inclusão
sublinha a mensagem de que Deus pode usar qualquer pessoa, independentemente de
sua origem, para cumprir Seus planos divinos. A remição da família de
Elimeleque, portanto, se entrelaça com a história de redenção da humanidade através
de Jesus Cristo.
A história do casamento de Rute e Boaz nos ensina sobre a importância da
obediência, fidelidade e amor sacrificial. Ela nos encoraja a confiar na
provisão e nos propósitos de Deus, sabendo que Ele pode redimir e restaurar
qualquer situação. Além disso, destaca como nossas ações de fidelidade e
altruísmo podem ter impactos duradouros e eternos.
Esta Lição, portanto, reforça a compreensão de que, no plano de Deus,
cada detalhe e cada pessoa têm um propósito, e que Ele trabalha todas as coisas
para o bem daqueles que O amam e são chamados segundo o Seu propósito (Romanos
8:28).
LIÇÃO 6: O LIVRO DE ESTER
O livro de Ester é uma narrativa fascinante e única no cânon bíblico,
destacando-se por sua ausência de menções explícitas a Deus. No entanto, sua
história é uma poderosa demonstração da providência divina e da soberania de
Deus sobre as circunstâncias da vida.
Contexto Histórico
Ester foi escrita durante o período do exílio dos judeus na Pérsia, no
reinado de Xerxes I (Assuero), que governou de 486 a 465 a.C. Esse contexto
histórico é crucial para compreender os eventos do livro, pois os judeus
estavam vivendo como uma minoria vulnerável em um vasto império multicultural.
Personagens Principais
- Ester: Uma jovem judia,
também conhecida como Hadassa, que se torna rainha da Pérsia.
- Mardoqueu: Primo e guardião
de Ester, que desempenha um papel crucial na proteção de seu povo.
- Assuero (Xerxes I): O rei
persa, cuja decisão de escolher Ester como rainha desencadeia os eventos
principais.
- Hamã: Um alto oficial persa,
cujo ódio pelos judeus leva à elaboração de um decreto para exterminá-los.
Enredo
A história de Ester é uma narrativa de reviravoltas dramáticas e
corajosos atos de fé. Quando a rainha Vasti é deposta, Ester, uma jovem judia,
é escolhida como nova rainha. Sob a orientação de Mardoqueu, ela mantém sua
identidade judaica em segredo.
Hamã, o vilão da história, planeja exterminar todos os judeus no
império. Ele consegue do rei Assuero um decreto que ordena a morte de todos os
judeus em uma data específica. Mardoqueu, ao descobrir o plano, pede a Ester
que intervenha.
Ester, com grande coragem, arrisca sua vida ao aproximar-se do rei sem
ser chamada - a violação dessa etiqueta poderia resultar em sua morte. No
entanto, o rei a recebe favoravelmente. Ester convida o rei e Hamã para dois
banquetes. No segundo banquete, ela revela sua identidade judaica e expõe o
plano maligno de Hamã. O rei, furioso, ordena que Hamã seja enforcado na forca
que ele havia preparado para Mardoqueu.
Com a ajuda de Ester e Mardoqueu, um novo decreto é emitido, permitindo
que os judeus se defendam contra seus inimigos. O dia que estava destinado à
sua destruição se torna um dia de vitória e celebração, conhecido como o
festival de Purim, que ainda é comemorado pelos judeus até hoje.
Enfim, o livro de Ester é uma lembrança poderosa de que Deus está sempre
presente, mesmo quando Ele parece estar ausente. A coragem de Ester e a
sabedoria de Mardoqueu são exemplos inspiradores de como a fé em Deus pode
guiar e proteger Seu povo. Este livro nos ensina a confiar na providência
divina e a ser corajosos em nossa fé, sabendo que Deus pode transformar até as
circunstâncias mais desesperadoras em vitórias gloriosas.
LIÇÃO 7: A DEPOSIÇÃO DA RAINHA VASTI E A
ASCENSÃO DE ESTER
Esta Lição é uma introdução crucial à narrativa do livro de Ester,
fornecendo o contexto para os eventos subsequentes e destacando a providência
divina em ação.
Deposição da Rainha Vasti
A história começa com um grande banquete oferecido pelo rei Assuero
(Xerxes I), que governava um vasto império persa. Durante esse banquete, o rei,
embriagado e querendo exibir a beleza de sua esposa, a rainha Vasti, ordena que
ela apareça diante dos convidados. Vasti, no entanto, recusa o pedido,
demonstrando dignidade e coragem ao não se submeter à vontade caprichosa do
rei.
A recusa de Vasti cria uma crise no palácio. Temendo que a desobediência
da rainha pudesse incitar outras mulheres a desrespeitar seus maridos, os
conselheiros do rei recomendam que Vasti seja deposta de sua posição como
rainha. Assuero aceita o conselho, e Vasti é destituída.
Ascensão de Ester
Para encontrar uma nova rainha, Assuero ordena um concurso de beleza, no
qual jovens virgens de todo o império são trazidas ao palácio. Entre elas está
Ester, uma jovem judia criada por seu primo Mardoqueu. Ester esconde sua
identidade judaica conforme a orientação de Mardoqueu.
Ester conquista o favor de todos que a conhecem, incluindo o responsável
pelo harém, que lhe proporciona cuidados especiais. Eventualmente, ela é escolhida
pelo rei Assuero para ser a nova rainha, substituindo Vasti.
Enfim, a deposição de Vasti e a ascensão de Ester são eventos que
mostram como Deus trabalha através das circunstâncias para cumprir Seus
propósitos. A história enfatiza a importância da coragem, da dignidade e da
providência divina, preparando o cenário para os atos heroicos de Ester que
virão.
LIÇÃO 8: A RESISTÊNCIA DE MARDOQUEU
Mardoqueu, primo e tutor de Ester, desempenhou um papel crucial na
história da salvação do povo judeu. Sua resistência começou a se manifestar
quando ele se recusou a se curvar diante de Hamã, um oficial de alta patente no
império persa, que havia sido promovido pelo rei Assuero (Xerxes I). A recusa
de Mardoqueu não era um simples ato de desobediência civil, mas uma expressão
de sua fidelidade a Deus, pois ajoelhar-se diante de Hamã seria equivalente a
prestar-lhe reverência divina.
A atitude de Mardoqueu enfureceu Hamã, que decidiu não apenas punir
Mardoqueu, mas exterminar todos os judeus no império. Hamã convenceu o rei
Assuero a emitir um decreto que autorizava o extermínio de todos os judeus em
uma data específica, utilizando como justificativa a alegação de que os judeus
eram um povo que não seguia as leis do rei e, portanto, representavam uma
ameaça.
Quando Mardoqueu tomou conhecimento do decreto, ele reagiu com grande
aflição. Rasgou suas vestes, vestiu-se de pano de saco e cinzas, e foi até a
entrada do palácio, clamando por ajuda. Sua lamentação pública foi uma
expressão de sua profunda dor e uma forma de chamar a atenção para a grave
ameaça que pairou sobre o povo judeu.
Mardoqueu enviou uma mensagem a Ester, pedindo-lhe que interviesse junto
ao rei em favor dos judeus. Inicialmente, Ester hesitou, pois se apresentar ao
rei sem ser chamada poderia significar sua morte. Mardoqueu, porém, desafiou
Ester a agir, lembrando-lhe que seu silêncio não a protegeria e que talvez ela
tivesse sido colocada na posição de rainha justamente para esse momento
crucial.
A resistência de Mardoqueu é uma poderosa lição sobre a importância da
fidelidade, da coragem e da ação determinada em tempos de crise. Sua história
nos ensina que, mesmo quando confrontados com perigos extremos, a firmeza em
nossos valores e a confiança na providência divina são fundamentais. Mardoqueu
nos mostra que, com fé e coragem, podemos enfrentar grandes desafios e
contribuir para a realização dos propósitos de Deus.
LIÇÃO 9: A CONSPIRAÇÃO DE HAMÃ CONTRA OS
JUDEUS
Hamã, um dos mais altos oficiais do rei Assuero, desenvolve um ódio
profundo por Mardoqueu devido à recusa deste em curvar-se diante dele.
Sentindo-se desrespeitado e humilhado, Hamã decide não apenas punir Mardoqueu,
mas exterminar todo o povo judeu, usando sua influência para manipular o rei.
Hamã convence o rei Assuero a emitir um decreto para destruir, matar e
aniquilar todos os judeus, jovens e velhos, mulheres e crianças, em um único
dia. Ele apresenta os judeus como um povo disperso e diferente em todas as
províncias do reino, cujas leis são distintas das dos outros povos e que não
obedecem às leis do rei. Hamã oferece uma grande soma de dinheiro para o
tesouro real como incentivo para a execução do plano (Ester 3:8-11).
Quando o decreto é divulgado, há grande consternação entre os judeus.
Mardoqueu rasga suas vestes, veste-se de pano de saco e cinzas, e vai até a
entrada do palácio, clamando por ajuda. Em todas as províncias, onde quer que o
decreto fosse lido, havia grande lamento, jejum, choro e lamentação entre os
judeus.
Mardoqueu informa Ester sobre a conspiração e pede que ela vá até o rei
para implorar por seu povo. Inicialmente, Ester hesita, sabendo que se
apresentar ao rei sem ser chamada poderia resultar em sua morte. No entanto,
Mardoqueu a desafia, dizendo que talvez ela tivesse sido feita rainha
justamente para um momento como este (Ester 4:14).
Ester decide arriscar sua vida e vai até o rei, pedindo a todos os
judeus que jejuem e orem por ela. Sua coragem e determinação são fundamentais
para o desenrolar dos eventos. Ao ser recebida pelo rei, Ester convida Assuero
e Hamã para um banquete, onde ela começa a expor seu pedido.
A conspiração de Hamã contra os judeus, como narrada no livro de Ester,
é uma poderosa lição sobre os perigos da intolerância e do ódio, bem como sobre
a importância da fé, da coragem e da intercessão. A providência divina e a
atuação corajosa de Ester e Mardoqueu nos lembram que, mesmo em face da
adversidade extrema, Deus está no controle e pode usar indivíduos fiéis para
cumprir Seus propósitos e proteger Seu povo.
LIÇÃO 10: O PLANO DE LIVRAMENTO E O PAPEL DE
ESTER
Nesta lição será abordado o plano de livramento dos judeus e o papel
crucial que Ester desempenhou nesse processo. A narrativa mostra como a
coragem, a fé e a sabedoria de uma pessoa podem ser usadas por Deus para salvar
uma nação inteira.
Após tomar conhecimento da conspiração de Hamã, Ester, incentivada por
Mardoqueu, decide interceder pelo seu povo, mesmo sabendo dos riscos envolvidos
em se aproximar do rei sem ser chamada (Ester 4:11). A decisão de Ester de
jejuar por três dias junto com os judeus de Susã mostra sua dependência de Deus
e sua preparação espiritual para a tarefa monumental à frente (Ester 4:16).
Ester convida o rei Assuero e Hamã para um banquete, uma estratégia
inteligente que lhe dá tempo para ganhar a confiança do rei e criar um ambiente
propício para fazer seu pedido (Ester 5:4-8). Durante o segundo banquete, Ester
finalmente revela sua identidade como judia e expõe a conspiração de Hamã
contra seu povo (Ester 7:3-6).
A revelação de Ester provoca uma reação imediata do rei que, indignado
com a traição de Hamã, ordena sua execução na mesma forca que ele havia
preparado para Mardoqueu (Ester 7:9,10). Este evento marca um ponto de virada
na história, onde a justiça começa a prevalecer.
Embora Hamã esteja morto, o decreto original contra os judeus ainda está
em vigor. Ester, mais uma vez, arrisca sua vida ao se apresentar ao rei para
implorar pela revogação do decreto (Ester 8:3-6). O rei concede a Mardoqueu e
Ester a autoridade para emitir um novo decreto, permitindo que os judeus se
defendam de seus inimigos (Ester 8:8-11).
O novo decreto resulta na vitória dos judeus sobre aqueles que
procuravam destruí-los. O evento é comemorado com alegria e celebrações, e a
festividade de Purim é estabelecida para lembrar a grande libertação que Deus
concedeu a Seu povo através da coragem de Ester e a sabedoria de Mardoqueu
(Ester 9:20-22).
LIÇÃO 11: A HUMILHAÇÃO DE HAMÃ E A HONRA DE
MARDOQUEU
Nesta lição, iremos explorar os eventos que levam à humilhação de Hamã e
à honra de Mardoqueu, mostrando como a justiça divina se manifesta de maneira
surpreendente e transformadora. A história oferece lições valiosas sobre
orgulho, humildade e a soberania de Deus.
Hamã, um alto oficial na corte do rei Assuero, é promovido a uma posição
de grande poder e influência (Ester 3:1). Seu orgulho e arrogância são
evidentes quando ele exige que todos se curvem diante dele. Mardoqueu, um judeu
fiel, recusa-se a fazê-lo, pois tal ato seria contrário à sua fé (Ester 3:2-4).
Enfurecido pela recusa de Mardoqueu, Hamã trama um genocídio contra
todos os judeus no império persa (Ester 3:5,6). Ele manipula o rei para emitir
um decreto que ordena a destruição dos judeus (Ester 3:8-13). Este plano
maligno estabelece o palco para a intervenção divina.
Na noite antes do banquete final de Ester, o rei Assuero, incapaz de
dormir, pede para ler os registros das crônicas do reino. Ele descobre que
Mardoqueu havia anteriormente revelado uma conspiração contra a vida do rei,
mas nunca foi recompensado (Ester 6:1-3). Esse evento marca o início da
reviravolta na história.
Na manhã seguinte, Hamã vai ao palácio para pedir ao rei permissão para
enforcar Mardoqueu. No entanto, antes que ele possa fazer seu pedido, o rei
pergunta a Hamã o que deve ser feito para honrar um homem que agrada ao rei.
Pensando que o rei se referia a ele, Hamã sugeriu uma celebração elaborada
(Ester 6:4-9). Para sua surpresa e humilhação, o rei ordena que Hamã realize
essa homenagem para Mardoqueu (Ester 6:10,11).
Após a humilhação pública, Hamã retorna para casa perturbado, mas ainda
deve comparecer ao banquete de Ester. Durante o banquete, Ester revela ao rei a
trama de Hamã e sua própria identidade como judia (Ester 7:1-6). Enfurecido, o
rei ordena que Hamã seja enforcado na forca que ele havia preparado para Mardoqueu
(Ester 7:7-10).
Após a morte de Hamã, o rei Assuero dá a casa de Hamã a Ester, e
Mardoqueu é elevado a uma posição de grande autoridade no reino (Ester 8:1,2).
Com a ajuda de Ester, Mardoqueu emite um novo decreto permitindo que os judeus
se defendam de seus inimigos (Ester 8:7-11). A intervenção divina e a liderança
sábia de Mardoqueu resultam na salvação dos judeus e em grande alegria e
celebração (Ester 9:1-3, 9:20-22).
LIÇÃO 12: O BANQUETE DE ESTER: DENÚNCIA E
LIVRAMENTO
Nesta lição, analisaremos o crucial "Banquete de Ester", um
evento decisivo no livro que revela a coragem de Ester, a exposição dos planos
malignos de Hamã e o subsequente livramento dos judeus. O banquete é um ponto
de virada, mostrando como a fé, a sabedoria e a coragem podem transformar o
destino de uma nação.
Ester, sabendo do decreto genocida contra seu povo e incentivada por
Mardoqueu, decide arriscar sua vida ao se aproximar do rei sem ser chamada, um
ato que poderia resultar em sua execução (Ester 4:16). No entanto, ela encontra
graça diante do rei Assuero, que lhe oferece até metade do reino (Ester 5:1-3).
Ester, com sabedoria e estratégia, convida o rei e Hamã para um banquete,
preparando o terreno para a revelação crucial (Ester 5:4,5).
No primeiro banquete, Ester apenas convida o rei e Hamã para um segundo
banquete, aumentando o suspense e criando uma atmosfera de expectativa (Ester
5:6-8). Este adiamento estratégico permite que os eventos se desenrolem,
culminando na revelação no momento certo.
Na noite entre os dois banquetes, o rei Assuero, incapaz de dormir, lê
os registros do reino e descobre que Mardoqueu nunca foi recompensado por
salvar sua vida (Ester 6:1-3). Este evento aparentemente insignificante prepara
o cenário para a humilhação de Hamã que, ao chegar ao palácio para pedir a
execução de Mardoqueu, é instruído a honrá-lo publicamente (Ester 6:4-11).
Durante o segundo banquete, Ester finalmente revela sua identidade
judaica e denuncia Hamã como o inimigo que planejou a destruição de seu povo
(Ester 7:1-6). O rei, furioso, deixa a sala para pensar, enquanto Hamã,
aterrorizado, implora por sua vida. Ao retornar, o rei encontra Hamã caído
sobre o divã onde Ester está reclinada, interpretando isso como um ataque
(Ester 7:7,8).
O rei ordena que Hamã seja enforcado na forca que ele havia preparado
para Mardoqueu, demonstrando a justiça divina e a reversão do destino de Hamã
(Ester 7:9,10). Esta execução marca o início do livramento dos judeus,
mostrando que Deus está ativamente trabalhando para proteger e salvar Seu povo.
Após a execução de Hamã, o rei dá a casa de Hamã a Ester e concede a
Mardoqueu a posição de grande autoridade no reino (Ester 8:1,2). Ester, em um
segundo pedido corajoso ao rei, obtém a permissão para que os judeus se
defendam de seus inimigos, revertendo o decreto anterior (Ester 8:3-14). O dia
originalmente destinado à destruição dos judeus se torna um dia de vitória e
celebração (Ester 9:1,2, 17-22).
LIÇÃO 13: ESTER, A PORTADORA DAS BOAS-NOVAS
Nesta última lição, vamos explorar como Ester se torna uma portadora das
Boas-Novas para o povo judeu, trazendo esperança e salvação em um momento de
grande crise. A história de Ester é um testemunho poderoso de como Deus pode
usar indivíduos fiéis para realizar Seus propósitos e transformar situações
desesperadoras em oportunidades de redenção.
A situação dos judeus no império persa era crítica após o decreto de
Hamã, que ordenava a aniquilação de todos os judeus em um único dia (Ester
3:13). A notícia desse decreto lançou o povo judeu em profunda angústia e luto (Ester
4:3). No entanto, em meio a essa crise, Deus tinha um plano e uma pessoa
específica para ser o agente de Seu livramento.
Ester, escolhida por Deus e colocada estrategicamente como rainha, é
chamada a agir em defesa de seu povo. Incentivada por Mardoqueu, ela compreende
a importância de sua posição e decide se aproximar do rei, mesmo correndo o
risco de perder sua vida (Ester 4:14-16). Sua disposição para se sacrificar em
benefício de seu povo é um ato de profunda fé e coragem.
Após a execução de Hamã e a ascensão de Mardoqueu à posição de
autoridade, Ester continua a interceder pelo povo judeu. Ela obtém permissão do
rei Assuero para emitir um novo decreto, permitindo que os judeus se defendam
contra seus inimigos (Ester 8:3-8). Esse decreto trouxe grande alívio e
esperança ao povo, transformando o dia que seria de destruição em um dia de
vitória e celebração (Ester 8:15-17).
A vitória dos judeus sobre seus inimigos não apenas garantiu sua
sobrevivência, mas também resultou na instituição da festa de Purim. Este
festival, celebrado até os dias de hoje, é uma recordação anual da providência
divina e da reversão do destino que Ester e Mardoqueu trouxeram ao seu povo
(Ester 9:20-22). Purim é um tempo de alegria, comemoração e distribuição de
alimentos aos pobres, simbolizando a transformação de tristeza em alegria e a
importância da solidariedade e do cuidado mútuo.
A história de Ester continua a ressoar em nossa época. Ela nos ensina
sobre a importância de estarmos atentos às oportunidades que Deus nos dá para
fazer a diferença em momentos críticos. Como Ester, somos chamados a usar
nossas posições e recursos para defender a justiça, interceder pelos
necessitados e trazer esperança em tempos de crise.
CONCLUSÃO
Os livros de Rute e Ester proporcionam ensinamentos profundos e eternos
sobre a soberania de Deus, a importância da família, a coragem em tempos de
crise e a fé inabalável em meio às adversidades. Para a nossa geração, essas
narrativas bíblicas são fontes de inspiração e orientação, lembrando-nos de que
Deus governa o mundo com sabedoria e cuidado, e que a nossa fé e ações podem
transformar realidades e preservar a vida e a dignidade das pessoas. Que
possamos, assim como Rute e Ester, viver com fé, coragem e compromisso,
confiando na providência divina em todas as áreas de nossas vidas.
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Luciano de Paula
Lourenço
EBD/IEADTC