Leitura Bíblica: Jeremias 1:1-10
A ser ministrada em: 04/04/2010
“Antes que eu te formasse no ventre, eu te conheci; e, antes que saísses da madre, te santifiquei e às nações te dei por profeta”(Jr 1:5)
INTRODUÇÃO
Neste trimestre estudaremos o livro e a vida de Jeremias, um dos mais sensíveis profetas do Antigo Testamento. Pertencente à classe sacerdotal, foi escolhido por Deus para ser profeta e dizer ao povo a sua Palavra. Como profeta, desejoso de que seu povo ouvisse suas palavras, ele se viu em diversas ocasiões tomado pela angústia de sua própria profecia, sendo chamado de “profeta das lágrimas”(Jr 14:17). Como profeta, certamente, essa não era uma situação muito confortável, pois um sacerdote não precisava confrontar o povo com seus pecados, e sim cumprir os rituais prescritos na lei de Moisés. Os profetas tinham de confrontar seus ouvintes de forma que estes se voltassem para Deus e mudassem seus corações. Jeremias confrontou muitos israelitas que pecavam contra Deus: reis, falsos profetas, aqueles que serviam nos templos e assentavam-se nos portões da cidade.
Apesar da mensagem de Jeremias ser firme, clara e contundente, o povo de Judá não se arrependeu dos seus pecados. Essa falta de arrependimento fez com que Jeremias pensasse se realmente ele fez algo bom. Frequentemente o profeta se sentia desencorajado e amargurado. Pregar mensagens de condenação era uma tarefa difícil.
Nós também temos a responsabilidade de pregar o arrependimento a este mundo perdido. Os que se reconhecerem como pecadores e buscarem o perdão de Deus em Cristo serão salvos do Juízo. Aqueles que continuarem em seus caminhos pecaminosos serão eternamente condenados. Embora possamos sentir-nos desencorajados pela falta de resposta, devemos falar a todos sobre as conseqüências do pecado e sobre a esperança que Deus oferece.
A ser ministrada em: 04/04/2010
“Antes que eu te formasse no ventre, eu te conheci; e, antes que saísses da madre, te santifiquei e às nações te dei por profeta”(Jr 1:5)
INTRODUÇÃO
Neste trimestre estudaremos o livro e a vida de Jeremias, um dos mais sensíveis profetas do Antigo Testamento. Pertencente à classe sacerdotal, foi escolhido por Deus para ser profeta e dizer ao povo a sua Palavra. Como profeta, desejoso de que seu povo ouvisse suas palavras, ele se viu em diversas ocasiões tomado pela angústia de sua própria profecia, sendo chamado de “profeta das lágrimas”(Jr 14:17). Como profeta, certamente, essa não era uma situação muito confortável, pois um sacerdote não precisava confrontar o povo com seus pecados, e sim cumprir os rituais prescritos na lei de Moisés. Os profetas tinham de confrontar seus ouvintes de forma que estes se voltassem para Deus e mudassem seus corações. Jeremias confrontou muitos israelitas que pecavam contra Deus: reis, falsos profetas, aqueles que serviam nos templos e assentavam-se nos portões da cidade.
Apesar da mensagem de Jeremias ser firme, clara e contundente, o povo de Judá não se arrependeu dos seus pecados. Essa falta de arrependimento fez com que Jeremias pensasse se realmente ele fez algo bom. Frequentemente o profeta se sentia desencorajado e amargurado. Pregar mensagens de condenação era uma tarefa difícil.
Nós também temos a responsabilidade de pregar o arrependimento a este mundo perdido. Os que se reconhecerem como pecadores e buscarem o perdão de Deus em Cristo serão salvos do Juízo. Aqueles que continuarem em seus caminhos pecaminosos serão eternamente condenados. Embora possamos sentir-nos desencorajados pela falta de resposta, devemos falar a todos sobre as conseqüências do pecado e sobre a esperança que Deus oferece.
A TEOLOGIA DO LIVRO DE JEREMIAS
É o segundo maior livro da Bíblia, pois contém mais palavras (não capítulos) do que qualquer outro livro, exceto Salmos. É essencialmente uma coletânea das profecias de Jeremias, dirigidas principalmente a Judá(2-29), mas também a nove nações estrangeiras(46-51); estas profecias focalizam principalmente o juízo, embora haja algumas que dizem respeito à restauração(ver Jr 30 -33).
O livro inicia com o chamado de Jeremias para ser profeta. O tema básico da mensagem de Jeremias é simples: Israel deveria arrepender-se e voltar-se para Deus, caso contrário Ele castigaria a nação. Como o povo rejeitou esta advertência, Jeremias começou a predizer a destruição de Jerusalém. Este acontecimento terrível é descrito no capítulo 39. Os capítulos 40 a 45 descrevem os fatos que se seguiram à queda de Jerusalém. O livro termina com profecias relativas a várias nações (Jr. 46-52).
Muitas das profecias de Jeremias foram cumpridas durante a própria vida do profeta (16:9; 20:4; 25:1-14; 27:19-22; 28:15-17; 32:10-13; 34:1-5); outras, que envolviam o futuro distante, foram cumpridas posteriormente, ou ainda estão por se cumprir(23:5,6; 30:8,9; 31:31-34; 33:14-16).
Autoria. O autor do livro é indicado com clareza: Jeremias (1:1). Depois de profetizar durante vinte anos a Judá, Jeremias foi ordenado por Deus a deixar a sua mensagem por escrito. Assim o fez, ao ditar suas profecias a seu fiel secretário, Baruque (36:1-4). Visto que Jeremias estava proibido de comparecer diante do rei, enviou então Baruque para ler as profecias no templo. Depois disso, Jeudi as leu diante do rei Jeoaquim. O monarca demonstrou desprezo a Jeremias e à palavra do Senhor ao cortar e queimar o rolo (36:22,23). Jeremias voltou a ditar suas profecias a Baruque, e dessa vez incluiu até mais do que estava no primeiro rolo.
Em Jeremias, temos um quadro bem claro a respeito da fidelidade e da rebeldia. Deus vela pela Sua Palavra para a cumprir(Jr.1:12) e, assim, executa o devido juízo ao povo impenitente que se recusa a se arrepender, mas também honra aqueles que O servem com fidelidade. O mesmo Deus que ama o povo e o conclama ao arrependimento, é o que manda o povo para o cativeiro, mas, em meio a este juízo, guarda e conserva a vida daqueles que lhe obedecem, como foi o caso do profeta Jeremias, de Baruque e até, mesmo, do eunuco Ebede-Meleque. Em Jeremias, vemos Cristo retratado como sendo o "Renovo justo de Davi" (Jr.23:5).
Embora Israel e Judá tivessem transgredido, repetidas vezes, os concertos com Deus, sendo, posteriormente, arruinados como castigo por sua rebeldia, Jeremias profetizou a respeito de um dia em que Deus faria com eles um novo concerto (31: 31). O Novo Testamento deixa claro que esse novo concerto foi instituído com a morte e ressurreição de Jesus Cristo (Lc.22:20; Mt.26:26-29; Mc.14:22-25), está sendo cumprido agora na Igreja, que é o povo de Deus segundo o novo concerto (Hb 8:8-13), e chegará ao seu clímax na grande salvação de Israel (Rm 11:27).
Resumo. Podemos resumir a teologia do livro de Jeremias da seguinte forma: O julgamento de Deus cairia sobre Judá por ter quebrado o concerto com Ele. O povo adorava outros deuses, e os líderes religiosos e civis eram desesperadamente corruptos. Espada, praga e fome devastariam a terra e muitos seriam levados em cativeiro. Deus também julgaria as nações arrogantes e subsequentemente restabeleceria o povo à Terra Prometida. Faria um novo concerto com os reinos do Norte e do Sul reunidos e no lugar dos reis e sacerdotes ineficazes dos dias de Jeremias colocaria um rei davídico ideal (o Messias) e um sacerdócio purificado.
O livro inicia com o chamado de Jeremias para ser profeta. O tema básico da mensagem de Jeremias é simples: Israel deveria arrepender-se e voltar-se para Deus, caso contrário Ele castigaria a nação. Como o povo rejeitou esta advertência, Jeremias começou a predizer a destruição de Jerusalém. Este acontecimento terrível é descrito no capítulo 39. Os capítulos 40 a 45 descrevem os fatos que se seguiram à queda de Jerusalém. O livro termina com profecias relativas a várias nações (Jr. 46-52).
Muitas das profecias de Jeremias foram cumpridas durante a própria vida do profeta (16:9; 20:4; 25:1-14; 27:19-22; 28:15-17; 32:10-13; 34:1-5); outras, que envolviam o futuro distante, foram cumpridas posteriormente, ou ainda estão por se cumprir(23:5,6; 30:8,9; 31:31-34; 33:14-16).
Autoria. O autor do livro é indicado com clareza: Jeremias (1:1). Depois de profetizar durante vinte anos a Judá, Jeremias foi ordenado por Deus a deixar a sua mensagem por escrito. Assim o fez, ao ditar suas profecias a seu fiel secretário, Baruque (36:1-4). Visto que Jeremias estava proibido de comparecer diante do rei, enviou então Baruque para ler as profecias no templo. Depois disso, Jeudi as leu diante do rei Jeoaquim. O monarca demonstrou desprezo a Jeremias e à palavra do Senhor ao cortar e queimar o rolo (36:22,23). Jeremias voltou a ditar suas profecias a Baruque, e dessa vez incluiu até mais do que estava no primeiro rolo.
Em Jeremias, temos um quadro bem claro a respeito da fidelidade e da rebeldia. Deus vela pela Sua Palavra para a cumprir(Jr.1:12) e, assim, executa o devido juízo ao povo impenitente que se recusa a se arrepender, mas também honra aqueles que O servem com fidelidade. O mesmo Deus que ama o povo e o conclama ao arrependimento, é o que manda o povo para o cativeiro, mas, em meio a este juízo, guarda e conserva a vida daqueles que lhe obedecem, como foi o caso do profeta Jeremias, de Baruque e até, mesmo, do eunuco Ebede-Meleque. Em Jeremias, vemos Cristo retratado como sendo o "Renovo justo de Davi" (Jr.23:5).
Embora Israel e Judá tivessem transgredido, repetidas vezes, os concertos com Deus, sendo, posteriormente, arruinados como castigo por sua rebeldia, Jeremias profetizou a respeito de um dia em que Deus faria com eles um novo concerto (31: 31). O Novo Testamento deixa claro que esse novo concerto foi instituído com a morte e ressurreição de Jesus Cristo (Lc.22:20; Mt.26:26-29; Mc.14:22-25), está sendo cumprido agora na Igreja, que é o povo de Deus segundo o novo concerto (Hb 8:8-13), e chegará ao seu clímax na grande salvação de Israel (Rm 11:27).
Resumo. Podemos resumir a teologia do livro de Jeremias da seguinte forma: O julgamento de Deus cairia sobre Judá por ter quebrado o concerto com Ele. O povo adorava outros deuses, e os líderes religiosos e civis eram desesperadamente corruptos. Espada, praga e fome devastariam a terra e muitos seriam levados em cativeiro. Deus também julgaria as nações arrogantes e subsequentemente restabeleceria o povo à Terra Prometida. Faria um novo concerto com os reinos do Norte e do Sul reunidos e no lugar dos reis e sacerdotes ineficazes dos dias de Jeremias colocaria um rei davídico ideal (o Messias) e um sacerdócio purificado.
I. A ORIGEM SACERDOTAL DO PROFETA JEREMIAS
A terra natal de Jeremias chamava-se Anatote (1:1; 29: 27), hoje Anata, uns 6 km ao nordeste de Jerusalém. Descendia de uma família sacerdotal (1:1). O nome do seu pai era Hilquias, mas, sem dúvida, não era o sumo sacerdote do mesmo nome que descobriu o livro da lei (2Rs 22:8). Designa-se ao pai de Jeremias como "dos sacerdotes", e não "o sacerdote" ou "o sumo sacerdote". O fato de que Jeremias vivesse em Anatote significa que era descendente de Eli e da linhagem de Abiatar, que foi deposto por Salomão do sumo sacerdócio (1Rs 2:26-27).
Jeremias é mais um exemplo bíblico de que quando um homem tem uma chamada de Deus para o Ministério, no tempo de Deus ele será encontrado esteja onde estiver. Creia nisso! Jeremias não nasceu, não estudou e nem morava em Jerusalém, a capital do Reino, o centro nevrálgico de todas as decisões políticas e religiosas. Ele nasceu e vivia na pequena Anatote. Era, por assim dizer, um jovem do “interior”.
Quem tem uma chamada de Deus, não precisa correr atrás da consagração, não precisa deslocar-se para os grandes centros, não precisa procurar “aparecer”, usando meios condenáveis, como a “bajulação” e a hipocrisia. Quem tem uma chamada de Deus, para o Ministério, será encontrado por Deus, mesmo que more em “Anatote”.
II. A VOCAÇÃO DE JEREMIAS
1. O jovem Jeremias(1:6). “Então, disse eu: Ah! Senhor JEOVÁ! Eis que não sei falar; porque sou uma criança”.
Jeremias, como diz o texto bíblico, pertencia à tribo de Levi e habitava na área ocupada pela tribo de Benjamim, mas foi escolhido desde o ventre de sua mãe pelo Senhor para trazer uma mensagem altamente impopular para o povo de Judá(Jr.1:5), qual seja, a de que eles seriam levados cativos para a Babilônia. Ele profetizou a partir do décimo - terceiro ano do reinado de Josias (Jr.1:2) e seu ministério perdurou até alguns anos depois da destruição do templo em Jerusalém. Não sabemos a idade de Jeremias quando foi chamado por Deus ao ministério profético. Alguns estudiosos dizem que ele tinha aproximadamente a mesma idade que Josias, a saber, entre 21 e 27 anos. Observe que Josias começou a reinar com 8 anos(2Rs 22:1). A chamada de Jeremias deu-se no 13º ano de Josias(Jr 1:2).
Antes de ele nascer, Deus já havia determinado que ele seria profeta(1:5). Seu ministério abrangeu os últimos quarenta anos da nação, inclusive os dias que precederam a destruição de Jerusalém e a deportação do povo de Deus a Babilônia (627 – 586 a.C). Ministrou durante os reinados de Josias, de Jeoacaz, de Jeoaquim, de Joaquim e de Zedequias. Durante esse período, a nação manteve-se rebelde contra Deus e confiava nas alianças políticas para conseguir livrar-se dos inimigos. Seu ministério perdurou por mais alguns anos depois da destruição do templo em Jerusalém. Parte da tradição judaica diz que ele morreu no Egito, para onde foi levado, contra a sua vontade, pelos judeus rebeldes comandados por Azarias e Joanã (cf. Jr 43:4-7).
Ao nascer, todos os homens estão dotados de certas possibilidades, mas eles são responsáveis de desenvolver plenamente essas aptidões. Do mesmo modo, Deus hoje tem um plano para cada pessoa. O lugar específico assinalado para nós na vida é determinado por Deus utilizando nossas aptidões. Devemos descobrir qual é esse lugar e procurar cumprir o propósito e o plano que Deus tem para nós.
2. O chamamento de Jeremias(Jr 1:5). “Antes que eu te formasse no ventre, eu te conheci; e, antes que saísses da madre, te consagrei e às nações te dei por profeta”.
A chamada de Jeremias baseou-se numa profunda iniciativa de Deus, e deu-se antes mesmo de ser concebido. O texto enfatiza a ação soberana de Deus, usando quatro verbos na primeira pessoa: “te formei”; “te escolhi”, “te consagrei”; “te dei”. Jeremias não tem “escolha”, ele está sendo convocado para uma missão, devendo submeter-se alegremente ao chamado eficaz de Deus.
Jeremias foi chamado ao ofício profético aproximadamente em 626 a.C., no 13º ano do reinado de Josías (1:2). Pela sua linhagem, poderia ter exercido o ofício levítico, o que lhe teria proporcionado prestígio e segurança. Em Israel, diz Flávio Josefo, os sacerdotes eram honrados como se pertencessem à nobreza. Mas, os nossos caminhos nem sempre são os caminhos de Deus(Is 55:8). Pouco depois Deus ordenou ao profeta que pregasse em Jerusalém (2:2); mas não limitou seu ministério a Jerusalém; pregou em todas cidades de Judá (11:6).
Jeremias conclamou o povo a arrepender-se dos seus pecados e os advertiu que não escapariam do castigo por rejeitarem a Deus e à sua lei. Por causa da sua mensagem de julgamento e da sua devoção ao Senhor, Jeremias enfrentou muita oposição e sofrimento.
Jeremias - um Profeta da undécima hora. Jeremias foi o último profeta, antes do Cativeiro. Judá seria levado para o exílio durante o seu ministério, e Jeremias tinha consciência disto. Isto explica o porquê de ele ser conhecido como “O Profeta das lágrimas”. Ele chorou muito, face a dureza do povo e a certeza de que o juízo de Deus se aproximava. Ele dizia - “Oxalá a minha cabeça se tornasse em águas, e os meus olhos numa fonte de lágrimas! Então choraria de dia e de noite os mortos dos filhos do meu povo” (9:1).
Tudo indica que nós somos os pregadores da undécima hora. A meia-noite parece estar chegando, e poderá acontecer no tempo de nosso ministério. Pergunte a você mesmo se está havendo em nós, o mesmo sentimento que houve em Jeremias.
Jeremias não tinha a mensagem que o povo queria ouvir. Jeremias tinha uma firme convicção de que o Cativeiro seria inevitável, se não houvesse arrependimento. Daí, sua preocupação era falar o que Deus queria que ele falasse, e não o que o povo queira ouvir.
Jeremias tinha uma experiência pessoal com Deus, tinha uma viva convicção de sua chamada, estava cônscio da responsabilidade do Ministério Profético que recebera. O Senhor havia dito: “... porque aonde quer que te enviar, irás; e tudo quanto te mandar dirás” (1: 7). Jeremias tinha um compromisso com Deus e com Sua Palavra.
O povo, a Casa Real, os sacerdotes e demais líderes religiosos, todos estavam vivendo numa situação de miserabilidade espiritual, atolados na lama do pecado, da imoralidade, da idolatria... e o tempo do juízo se aproximava. Nesta condição, a mensagem de Jeremias não podia ser uma mensagem bonita, falando de prosperidade e de bênçãos, em abundância. Jeremias pregava a necessidade de arrependimento, de conversão, de santificação. Era uma mensagem dura, “feia”, mas verdadeira. Não era o que o povo queria ouvir. Era o que o povo precisava ouvir.
Os falsos profetas pregavam mensagens “bonitas”, vendiam ilusões, enganavam o povo (23:16, 21). Esses profissionais da religião, enganavam o povo, para tirar proveito pessoal. Não foram chamados, não tinham compromisso com Deus, não conheciam Sua Palavra. Falavam aquilo que o povo queria ouvir - e eram aplaudidos. Pregavam abundância de bênçãos, de prosperidade, de libertação material para um povo afundado no pecado e na idolatria (5:12;8:11;14:13,15). Pelo visto, a base para esta falsa mensagem de esperança era que a nação possuía a lei mosaica (8:8) e o Templo do Senhor estava entre eles (7:4). Todavia, o Senhor ressaltou que não achou os sacrifícios aceitáveis (6:20). Deus também deixou claro que a presença do Templo não cera garantia de segurança. Para apoiar o argumento, destacou Silo, que outrora fora o local do Tabernáculo, foi mais tarde abandonado por Deus. Se o povo não se arrependesse, o Monte do Templo seria destruído como Silo fora( 7:12-14); 26:6,9). Isso foi cumprido literalmente, como vemos hoje.
3. A relutância do profeta (Jr 1:4-10). O jovem Jeremias fica aterrorizado ante a idéia de ser profeta. Foi assaltado pelo sentimento de indignidade; sua natureza rejeitava uma tarefa que o obrigaria a ser diferente de seus contemporâneos. Como o indica uma amarga queixa posterior (15: 10), temia a inimizade dos homens e dos falsos profetas.
3.1 A objeção de Jeremias:
a) “Eu não sei falar”(1:6). Jeremias argumentou que carecia da eloqüência necessária para exercer o ofício profético. Um profeta deve dirigir-se a pessoas importantes e a grandes multidões. Como não era um hábil orador, como poderia atrair o atendimento do povo ou influenciar nele em favor de Deus? (compare com Ex 3:11; 4:10.) Pensou que não poderia expressar suas mensagens na linguagem apropriada.
b) “Eu sou uma criança”(1:6). Sou uma criança, diz o jovem Jeremias, dando a entender que a sua falta de capacidade era devida à sua juventude. Todavia, esta objeção é arredada no próprio momento em que é feita, e o futuro profeta se sujeita com pleno consentimento da sua personalidade - atitude típica de Jeremias, para quem a vontade de Deus deve vir em primeiro lugar, logo que for conhecida.
3.2. Deus não admite desculpas.
a) “Não digas” (1:7). Deus se negou a aceitar as escusas do profeta, e respondeu com uma declaração categórica de sua vontade. Quando Deus ordena, estão fora de lugar os pensamentos que giram em torno do eu. Só resta um caminho: a completa obediência. Jeremias devia ir a qualquer parte e dirigir-se a qualquer pessoa que Deus escolhesse, sejam eles reis idólatras, sacerdotes corruptos, profetas mentirosos, juízes injustos. Jeremias declarou: "Não sei falar"; mas Deus lhe respondeu: "tudo quanto te mandar dirás”.
b) “Não temas... Eu estou contigo” (1:8). Deus prometeu ajudar e proteger seu profeta. A convicção de que Deus o acompanhava, fez que Jeremias se elevasse por cima de seu temor e timidez; tornou-o invencível. Foi perseguido por muitos inimigos poderosos, e com freqüência esteve em grave perigo por causa de seus ensinos impopulares e sua dura condenação da impiedade. Mas esta promessa, repetida ao menos duas vezes (Jr 1:19;15:20), foi uma fonte de imensa fortaleza e de grande consolo para Jeremias.
Do mesmo modo é a maravilhosa e refrigerante promessa de Jesus: "Eu estou convosco todos os dias" (Mt 28:18-20). Ela é motivo de ânimo e fortaleza para os cristãos que procuram obedecer a grande comissão de pregar o Evangelho.
Não importa qual a tarefa que você esteja executando para Deus, Ele sempre promete sua presença e ajuda constante, se você permanecer firme, com sua fé posta nEle.
c) “Eis que ponho as minhas palavras na tua boca”(1:9). Deus tocou nos lábios de Jeremias, tal como fez com Isaias(Is 6:6-7), tornando-o Seu mensageiro, com poder para destruir ou recriar. Jeremias se sentiu seguro de que não teria incerteza em sua mensagem. Sairia a pronunciar as palavras que o Espírito de Deus colocasse em seu coração (Jr 5:14; 15:16).
Uma das características mais importantes que devem marcar o ministério profético é a certeza de que aquilo que os profetas falam é a Palavra de Deus(2Pe 1:21). Mesmo aqueles que utilizam a pregação e a exposição das Escrituras devem ter o cuidado absoluto de não adulterar aquilo que está escrito. Jeremias profetizou e falou aquilo que Deus ordenara. Nem mais nem menos.
III. O ESTADO CIVIL DE JEREMIAS
O Senhor proibiu Jeremias de se casar e criar filhos, uma vez que o juízo divino iminente contra Judá aniquilaria a geração seguinte. Na verdade, esta era uma das restrições que Jeremias teve da parte de Deus, que serviriam de lições práticas para o povo ao chegar a hora do julgamento. É o que diz o texto sagrado: “Não tomarás para ti mulher, nem terás filhos nem filhas neste lugar. Porque assim diz o SENHOR acerca dos filhos e das filhas que nascerem neste lugar, acerca de suas mães que os tiverem e de seus pais que os gerarem nesta terra: Morrerão de enfermidades dolorosas e não serão pranteados nem sepultados; servirão de esterco para a terra; e, pela espada e pela fome, serão consumidos, e os seus cadáveres servirão de mantimento às aves do céu e aos animais da terra”(16:1-4).
O crente pode permanecer solteiro por tempo indeterminado para realizar propósitos específicos de Deus. Todavia, isso requer não somente domínio próprio, mas um DOM (capacitação sobrenatural conferido por Deus) especial da graça divina, o qual não é concedido a todos. Disse o apóstolo Paulo: “... cada um tem de Deus o seu próprio dom, um deste modo, e outro daquele”. Paulo quis dizer que Deus dá graça a alguns para permanecerem solteiros, mas chama outros inequivocamente para se casarem. Trata-se de um assunto individual e, portanto, não convém adotar nenhuma legislação geral aplicável a todos.
Veja o conselho de Paulo aos solteiros que desejam permanecer neste estado: “Digo, porém, aos solteiros e às viúvas, que lhes é bom se ficarem como eu”(7:8). Ele aconselha, portanto, aos solteiros e às viúvas que permaneçam no estado em que também ele está. A recomendação de Paulo aqui é meramente por causa das condições sombrias que a igreja estava passando ou ia passar naquela época. E nesta situação a vida conjugal seria muito difícil.
Jesus também abordou esse assunto em Mateus 19:12: “Porque há eunucos que assim nasceram do ventre da mãe; e há eunucos que foram castrados pelos homens; e há eunucos que se castraram a si mesmos por causa do reino dos céus. Quem pode receber isto, receba-o”. Vejam que coisa, onde já se viu! Por que Jesus puxa exatamente o assunto de eunuco a essa altura? Porventura eunuco tem relações sexuais? Parece claro: Jesus está dizendo que quem deseja estar solteiro deve então viver como "eunuco": nada de casamento, logo, nada de prática sexual extraconjugal.
IV. A POSTURA PROFÉTICA DE JEREMIAS
O ministério profético de Jeremias é um dos mais sofridos de todas as Escrituras e revelam quanto se deve padecer para cumprir a vontade de Deus. Mais de uma vez Jeremias foi preso como também teve sua morte determinada(cf (11:18-23; 26:6-11; 37:11-15; 38:6; 38:14-28)., mas apesar de todas estas vicissitudes, manteve-se fiel à chamada do Senhor, tendo o Senhor sempre conservado a vida do Seu leal servo.
A mensagem profética de Jeremias é dura e é um chamado para que o povo se arrependesse de seus pecados, que eram muitos e capitaneados por uma aberta idolatria. Mas, apesar da mensagem dura e impopular, Jeremias não deixou de apresentar uma mensagem de esperança para o povo, definindo que o cativeiro somente duraria setenta anos(Jr 25:11,12;29:10) e que Deus faria um novo concerto com o Seu povo, um concerto melhor que o atual, de uma nova dimensão espiritual(Jr.31:31,32). Jeremias, também, não deixou de anunciar o Messias, demonstrando claramente que a impiedade dos ocupantes do trono de Judá de seu tempo em nada havia podido alterar o pacto que Deus havia selado com Davi (Jr 23:5,6).
De acordo com os padrões humanos, a pregação de Jeremias foi um fracasso, embora ele não tenha falhado em sua tarefa, permanecendo fiel a Deus.
Nosso sucesso não deve ser medido pela aceitação ou pela rejeição das pessoas. Somente a aprovação de Deus deve ser o padrão de nosso serviço. Devemos levar a mensagem do Senhor a outros, mesmo quando formos rejeitados. Devemos fazer a obra de Deus, ainda que isto signifique sofrer.
CONCLUSÃO
Assim como Deus tinha um plano para a vida de Jeremias, Ele também tem um para cada pessoa. Seu alvo é que o crente viva segundo a sua vontade e deixe que Ele cumpra seu plano em sua vida. Assim como no caso de Jeremias, viver segundo o plano de Deus pode significar sofrimentos; porém Deus sempre opera visando o melhor para nós. Está escrito: “E sabemos que todas as coisas contribuem juntamente para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados por seu decreto”(Rm 8:28).
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Elaboração: Luciano de Paula Lourenço – Prof. EBD – Assembléia de Deus – Ministério Bela Vista. E-Mail: luloure@yahoo.com.br. Disponível no site: www.adbelavista.com.br, e no Blog: http://luloure.blogspot.com/
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Fonte de Pesquisa: Bíblia de Estudo-Aplicação Pessoal. Bíblia de Estudo Pentecostal. O novo dicionário da Bíblia. Revista o Ensinador Cristão. Guia do leitor da bíblia – Jeremias. Teologia do Antigo Testamento – Roy B. Zuck