sábado, 6 de março de 2010

Aula 11 - CARACTERÍSTICAS DE UM AUTÊNTICO LÍDER

Leitura Bíblica: 2 Coríntios 10.12-16; 11.2,3,5,6
14 DE MARÇO DE 2010

"Porque estou zeloso de vós com zelo de Deus; porque vos tenho preparado para vos apresentar como uma virgem pura a um marido, a saber, a Cristo" (2 Co 11.2).

INTRODUÇÃO
Um autêntico líder é aquele que não avalia o seu sucesso pelo dinheiro e pelo status social que ele adquire, mas sim pelo número de pessoas que ele influenciou positivamente ao longo de sua vida. Ele transforma muito mais por aquilo que ele é como pessoa, do que pelo cargo que ocupa. Paulo é um dos maiores exemplos de liderança do Novo Testamento. Como autêntico líder, ele era compromissado com Deus e com a sua Obra. Ele era exemplo, e sabemos que a liderança na igreja é repleta de desafios. Suas credenciais de ministro de Deus são evidenciadas através do seu trabalho árduo, do sofrimento e da preocupação com as ovelhas do Senhor.
Cada Líder que é chamado possui um conhecimento geral do funcionamento do corpo de Cristo, mas precisa exercer seu ministério de acordo com o dom que recebeu de Deus. E a principal exigência bíblica para quem exerce esse dom, é que o faça diligentemente, ou seja, com sinceridade, prudência e zelo (Rm 12.8). Nenhuma igreja pode funcionar bem sem uma boa liderança.
O obreiro, enquanto administra a igreja do Senhor, deve estar cônscio de que liderar não é só mandar, é ir à frente para que seus liderados o tomem como exemplo e nunca considerar alguém uma ameaça para sua liderança; basta permanecer sob a direção Divina. Mas, como saber se está no centro da vontade de Deus? É uma pergunta que todo líder deve procurar encontrar a resposta, pois Deus tem um plano específico para cada um de nós e precisamos nos colocar à disposição dEle, que certamente dirigirá os nossos passos.
CARACTERÍTICAS DE UM AUTÊNTICO LÍDER
O líder de Deus deve possuir características ímpares que o colocam como um legítimo representante do Senhor Jesus Cristo. É claro que existem muitas outras qualidades que um líder deva ter, mas nós citaremos apenas as seguintes:
1) Integridade. Um líder que não é íntegro em sua vida pessoal não é um verdadeiro líder. Integridade requer caráter. Para que um líder seja íntegro, ele deve ser sincero, esta sinceridade é verificada em seu viver diário: nas conversações, no agir, nas finanças, no serviço. A integridade faz parte da vida do autêntico líder. Uma vida pura, sem manchas demonstra integridade. Ninguém pode falar mal do líder que assim procede.
2) Determinação. O autêntico líder deve possuir determinação para fazer a obra de Deus, para corrigir os problemas na igreja, para iniciar trabalhos, e tudo quanto mais é possível. Ele não tem receio de executar o que está ao seu alcance. Jesus foi firme em não se desviar das prioridades estabelecidas em seu ministério terreno. Quando ele disse: “Segue-me e deixa aos mortos sepultar os seus mortos”(Mt 8:22), Jesus falou da necessidade de não sermos desviados da nossa meta real e importante, mesmo em situações de emergência que possam solicitar a nossa atenção.
3) Sabedoria. Sabedoria envolve percepção do coração humano, é saber realmente como as coisas são. O líder deve pedir de Deus a sabedoria para poder dirigir o rebanho. Sem sabedoria o líder fracassará, não conseguirá desempenhar o seu papel, não saberá aconselhar, dialogar, discernir as coisas espirituais. Portanto, sabedoria é fator preponderante ao autêntico líder.
4) Disciplina. Disciplina é primordial para a vida do líder. Ele deve ser disciplinado em tudo. Deve estabelecer algumas obrigações para regerem sua vida. Disciplina envolve todas as áreas: na vida espiritual, disciplina para com a leitura da Palavra de Deus, oração, exercício do seu dom, dentre outros; na vida particular: disciplina no seu modo de viver, seu testemunho, seus alvos e planos; na vida financeira: disciplina em saber controlar gastos, organizar orçamentos, manter-se longe do amor ao dinheiro. Um líder sem disciplina não saberá o que fazer primeiro, ou que realizar a seguir. Não conseguirá colocar seus projetos em desenvolvimento, ou apenas começará e não conseguirá terminar ou terminará muito além do prazo estipulado.
5) Humor. Humor é uma qualidade que ajuda em muito ao líder de Deus. Esta qualidade pode ser benéfica em situações de pressão, cuja tensão é bastante grande; nessa hora um pouco de humor também pode ajudar. O líder sabe quando se deve usar de humor, pois até mesmo no humor, há lugar e hora certos. Não adianta possuir senso de humor e usá-lo toda hora, em locais e ocasiões impróprias. O líder deve praticar o humor; ser alegre não faz mal a ninguém e dar risadas não é pecado, relaxa.
6) Atitude Inspirativa. O líder de Deus é alguém cuja presença, cujo modo de falar, de agir, inspira as pessoas para o serviço. Ele é capaz de incendiar as pessoas para a realização de algo. Sua energia faz com que as pessoas queiram colaborar para o bom andamento da obra de Deus. Ele sabe o que deve ser feito, quando, como, e por isso conduz as pessoas a realizar também. Um líder que apenas sabe o que deve ser feito, mas não tem capacidade para executar, para colocar o plano em ação, terá inúmeros problemas.
7) Coragem. O líder deve ter coragem suficiente para enfrentar um erro; também para tomar decisões difíceis com firmeza e sem medo. Uma grande vantagem do líder cristão é que nele habita o Espírito Santo. A coragem do líder se vê diante de enfrentar fatos ou condições adversas, quando têm de ser firme ou enfrentar oposição, ele é corajoso para dizer o que está certo ou errado, não teme ser reprimido pelo povo, pois sabe o que é certo e fica firme na posição, se esta tem respaldo bíblico. A coragem do líder fará com que a igreja o siga. Muitos podem temer enfrentar tal situação ou empreender tal plano ou projeto, o líder de coragem enfrenta sem vacilar, pois sabe que com ele está o Senhor. Coragem leva a ousadia. Ousadia é fazer coisas diferentes que deixam uma marca. Uma marca na vida da família, das pessoas, da congregação, do povo, do bairro, etc. Temos visto, ao longo deste trimestre, essa característica na vida do apóstolo Paulo. Imagine se ele não fosse corajoso o suficiente para enfrentar com ousadia seus opositores; como teria ficado a vida espiritual da igreja de Corinto?
I. OS DESAFIOS DO APOSTOLADO PAULINO (10.9-18)
1. O desafio da oposição (10.9-11).
“para que não pareça como se quisera intimidar-vos por cartas. Porque as suas cartas, dizem, são graves e fortes, mas a presença do corpo é fraca, e a palavra, desprezível. Pense o tal isto: quais somos na palavra por cartas, estando ausentes, tais seremos também por obra, estando presentes”.
Os opositores de Paulo de plantão o acusavam de inconsistência, duplicidade e hipocrisia. Denegriam seu caráter, dizendo que não tinha coragem de enfrentar as pessoas nem os problemas cara a cara. Maculavam sua honra dizendo que era um obreiro covarde, que só rugia como leão à distancia, mas quando estava perto era tímido e fraco como um cordeiro. A acusação aqui não é à oratória de Paulo, mas ao caráter do apóstolo. Ele, porém, se defende dizendo que a tese dos acusadores será desmantelada. Ele irá à igreja e não poupará os insubmissos e rebeldes.
Estamos vivendo uma época parecido com àquela de Corinto, em que as pessoas apreciam belos discursos, com retóricas que impressionam, que satisfaçam seus interesses egoísticos.
2. O desafio do orgulho (10.12,13). “Porque não ousamos classificar-nos ou comparar-nos com alguns que se louvam a si mesmos; mas esses que se medem a si mesmos e se comparam consigo mesmos estão sem entendimento. Porém não nos gloriaremos fora de medida, mas conforme a reta medida que Deus nos deu, para chegarmos até vós”.
Nestes versículos, Paulo fala da arrogância dos falsos apóstolos que se sentiam superiores a ele. Os falsos apóstolos comissionavam a si mesmos e legitimavam seu próprio apostolado. Mas, o chamado deles não vinha de Cristo. O poder deles não procedia do Espírito Santo. A pregação deles não estava baseada nas Escrituras, e a vida deles não estava arraigada na integridade. Conseqüentemente, eles eram falsos apóstolos, falsos obreiros e falsos mestres.
Rev. Hernandes Dias Lopes diz(2Corintios – pg 232) que “é insensatez escolher a si mesmo, aprovar a si mesmo e elogiar a si mesmo. É uma consumada loucura bater palmas e aclamar a si mesmo e cantar:’Quando grande és tu’, diante do espelho”.
Apesar da acusação de ser excessivamente ousado em suas cartas, Paulo diz no versículo 12 que não é ousado o suficiente para considerar-se em pé de igualdade com “ alguns que se louvam a si mesmos” ou com aqueles cujo único padrão de comparação é sua própria vida.
Se uma pessoa serve de padrão para si mesma, é claro que está sempre com a razão! Não há espaço para aprimoramento. Quem procede desse modo revela insensatez; demonstra falta de lucidez e discernimento espiritual; ou, como diz Paulo, “estão sem entendimento”. Como alguém bem disse: “A ruína de todas as panelinhas e grupos exclusivistas é ignorar toda virtude de fora do seu próprio círculo”.
3. O desafio do respeito aos limites e da autoglorificação (10.14-18). Diz o pastor Elienai Cabral que “respeitar os limites alheios é uma atitude indispensável a um líder. Seja do ponto de vista pessoal, ou coletivo, o líder deve respeitar os limites de sua liderança, e não apossar-se da honra de um trabalho realizado por outros” (10:15,16). Deus havia delimitado para o apóstolo Paulo uma esfera de atuação que incluía Corinto. Paulo havia ido a Corinto, pregado o evangelho e organizado uma igreja. Ele foi o primeiro a chegar em Corinto com o evangelho(1Co 4:15). Ele lançou o fundamento (1Co 3:10,11) e se tornou o pai espiritual dos coríntios no evangelho(1Co 4:15). Ele havia passado por tribulações, provações, aflições e dificuldades para chegar aos coríntios. Agora, outros estavam invadindo o território que ele havia desbravado e provavelmente se vangloriavam em alta voz das próprias realizações. Assim, com aguda ironia, Paulo mostrou que os opositores são, de fato, desqualificados como seus competidores. Eles nada mais eram do que proselitistas que, como todos de sua classe, se ocupavam com a invasão do trabalho de outros.
Paulo não estava invadindo campo alheio; os falsos apóstolos, sim, esses eram impostores, obreiros fraudulentos que não tinham entrado no redil pelas portas, antes, haviam pulado o muro como ladrões e salteadores e estavam devorando o rebanho de Deus.
“De acordo com 2Corintios 10:15, percebemos que os falsos líderes gostavam de atrair a atenção para si mesmos, gloriando-se em coisas que não fizeram. Aqueles homens não haviam evangelizado aquela cidade, não doutrinaram aquela igreja nem deram de si mesmos para edificar a congregação. Não é muito difícil ser ‘obreiro’ assim. Basta mentir, ser arrogante, crer que o que é exclusivamente de Deus é propriedade sua e debochar daqueles que realmente levam a obra de Deus a sério. Aqueles homens tratavam da obra iniciada por Paulo como se deles fosse, exercendo uma autoridade sobre a igreja que era incompatível tanto com o histórico quanto com a vocação – duas coisas que eles não tinham. Paulo deixa claro que ele não participava desta política, pois prezava por pregar em lugares onde ninguém antes tinha ido e dizia aquilo que tinha feito, para que não se gloriasse naquilo que já tinha sido feito antes, como faziam seus acusadores: ‘não nos gloriando fora de medida nos trabalhos alheios; antes, tendo esperança de que, crescendo a vossa fé, seremos abundantemente engrandecidos entre vós, conforme a nossa regra’. Paulo via a grandeza de seu ministério com integridade, ciente de que falava e escrevia a Verdade. Liderança se faz com integridade, não com mentiras”(Revista Ensinador Cristão – nº 41).
A autoglorificação é desprezível. A igreja de Laodicéia exaltou-se dando nota máxima a si mesma em todas as áreas. Mas Cristo a reprovou em todos os itens. A Bíblia diz:” Louve-te o estranho, e não a tua boca, o estrangeiro, e não os teus lábios”(Pv 27:2). Deus detesta o louvor próprio. Jesus explicou essa verdade na parábola do fariseu e do publicano. Aquele que se exaltou foi humilhado, mas o que se humilhou, desceu para sua casa justificado. De igual modo o obreiro não deve fundamentar o seu ministério em elogio de homens. A sua aprovação deve vir de Deus(ver 2Co 10:18)
II. AS MARCAS DE UM VERDADEIRO LÍDER (11.2-15)
1. O compromisso de Paulo diante da igreja e de Deus (11: 2-4).
Paulo era o pai espiritual dos crentes de Corinto(1Co 4:15). Não podia ver passivamente seus filhos na fé serem atacados pelos falsos mestres. Nestes versículos vemos Paulo demonstrar o seu cuidado pastoral pela igreja:
Em primeiro lugar, seu zelo(11:2). “ Porque estou zeloso de vós com zelo de Deus; porque vos tenho preparado para vos apresentar como uma virgem pura a um marido, a saber, a Cristo”. Paulo aqui assume a posição de um pai que vela pela pureza da filha até o dia do casamento. A igreja é a noiva de Cristo e deve apresentar-se a Ele, nas bodas, como uma virgem pura e incontaminada. Como pai espiritual dos corintios, Paulo tem zelo por eles e não admite que sejam enganados por falsos amores e falsos amantes. A igreja é a noiva de Cristo, e ela deve apresentar-se a Ele santa, gloriosa, imaculada, sem ruga, nem defeito(Ef 5:27).
Em segundo lugar, seu temor(11:3). “ Mas temo que, assim como a serpente enganou Eva com a sua astúcia, assim também sejam de alguma sorte corrompidos os vossos sentidos e se apartem da simplicidade que há em Cristo”. Os falsos apóstolos estavam pregando em Corinto uma nova versão do evangelho. Eles eram servos de Satanás, e não de Deus. Estavam a serviço da mentira, e não da verdade. O propósito deles era enganar, e não edificar. A bandeira deles era desviar os crentes da simplicidade e pureza devidas a Cristo. A arma que eles usavam era a mesma da serpente: a astúcia.
Em terceiro lugar, sua denúncia(11:4). “Porque, se alguém for pregar-vos outro Jesus que nós não temos pregado, ou se recebeis outro espírito que não recebestes, ou outro evangelho que não abraçastes, com razão o tolerais”. A igreja de Corinto estava sendo tolerante com os falsos apóstolos e intolerante com Paulo. Esses falsos apóstolos traziam na bagagem três coisas absolutamente diferentes:
· Eles pregavam um outro Jesus. O Jesus dos falsos apóstolos não era o Jesus da Bíblia. Eles pregavam um Jesus triunfalista, o Jesus dos milagres, das curas, das coisas espetaculares, e não o Jesus crucificado(1Co 1:23) que experimentou fraqueza, humilhação, perseguição, sofrimento e morte. Vemos hoje uma grande ênfase na prosperidade, curas e milagres e pouca pregação sobre o sacrifício, abnegação e o sofrimento de Cristo.
· Eles tinham um outro espírito. O espírito deles era de arrogância, e não de humildade. Era autoritário, e não manso(11:20). Era inspirado por Satanás, e não por Deus(11:13-15). Eles se vangloriavam de suas obras, de seus talentos e de sua procedência, e não de suas fraquezas. Eles exaltavam-se a si mesmos.
· Eles abraçavam um outro evangelho. Só há um evangelho, é o evangelho da cruz, da graça, do favor imerecido de Deus, do arrependimento do pecado e da fé em Cristo. É o evangelho que glorifica a Deus, exalta a Cristo e exige do homem arrependimento e fé em Cristo para ser salvo. Os falsos apóstolos apresentavam um outro evangelho diferente desse, um falso evangelho.
2. Paulo se interessa, antes de tudo, pelo bem-estar espiritual da igreja (11: 5-15). Os falsos apóstolos usavam a política financeira de Paulo como “prova” do que ele não era um verdadeiro apóstolo. Afinal, diziam eles, se ele fosse mesmo um apóstolo teria aceito ser sustentado por eles. Mas, Paulo pregava de graça o verdadeiro evangelho para a igreja, enquanto seus opositores pregavam um falso evangelho e ainda roubavam da igreja. A pobreza de Paulo era um escândalo para os coríntios. Ainda hoje, há aqueles que pensam que um crente fiel precisa necessariamente ser rico, e que toda ostentação de riqueza é sinal da bênção de Deus. Ledo engano. Há muitos ricos pobres e muitos pobres ricos(Pv 13:7).
Mas, Paulo dá um testemunho ousado: “ Outras igrejas despojei eu para vos servir, recebendo delas salário; e, quando estava presente convosco e tinha necessidade, a ninguém fui pesado. Porque os irmãos que vieram da Macedônia supriram a minha necessidade; e em tudo me guardei de vos ser pesado e ainda me guardarei”. Paulo não estava atrás do dinheiro dos corintios(12:14). A motivação dele não era o lucro. Ele não fazia do ministério um negócio para se enriquecer. Não via a igreja como uma oportunidade para locupletar-se. Hoje, há muitos pastores que fazem da igreja um empresa familiar e transformam o evangelho num produto, o púlpito num balcão, o templo em praça de negócio e os crentes em consumidores.
Embora Paulo considerasse legítimo o obreiro ser sustentado pela igreja(1Co 9:1-12; 1Tm 5:17; Gl 6:6), para não criar obstáculos ao avanço do evangelho e não dar munição aos seus críticos, ele aboliu mão de receber salário das igrejas durante o tempo em que as pastoreava. E isso, por amor ao evangelho(1Co 9:15-18), por amor aos pecadores(1Co 9:19-23) e por amor a si mesmo(1Co 9:24-27). Nos versículos 13 a 15, Paulo fica tão irritado com os falsos apóstolos que, para desmascarar-lhes a dissimulação, utilizou a figura de Satanás que, conforme reafirma, disfarça-se até de anjo de luz. É o que faziam os falsos apóstolos.
3. Paulo colocou o ato de servir acima dos interesses pessoais (11:16-33). Paulo expõe, agora, todos os seus sofrimentos físicos e emocionais por amor a Cristo: fome, sede, nudez, açoites, prisões, naufrágios, ameaças e perigos incontáveis. Aquilo que os falsos apóstolos consideravam uma vergonha, Paulo ostenta como triunfo. Enquanto eles se vangloriavam de sua retórica, Paulo se gloria em suas fraquezas. Enquanto eles se ufanam de receber dinheiro da igreja, Paulo era esmagado pela preocupação com todas as igrejas. Enquanto mostram seus troféus, Paulo mostra o catálogo de seus sofrimentos por Cristo. Paulo conclui essa listagem de sofrimento jogando uma pá de cal na presunção de seus oponentes. Enquanto eles se gloriavam em suas virtudes e realizações, Paulo diz: “ Se convém gloriar-me, gloriar-me-ei no que diz respeito à minha fraqueza”(11:30). Paulo sabia que sua autoridade não vinha de suas habilidades, mas de seu chamado(Rm 1:1,5); não de sua força, mas de sua fraqueza; não de seus feitos, mas de suas cicatrizes.
III. PAULO, UM LÍDER SEGUNDO A VONTADE DE DEUS
A Bíblia registra muitos homens de Deus que foram líderes competentes segundo a vontade de Deus, como, por exemplo, Moisés, Josué, Davi, Paulo. Quando se trata de liderar o povo de Deus é Ele quem escolhe a pessoa certa, segundo a sua soberana vontade. Quando isso não acontece, ou seja, quando o povo não submete à vontade de Deus na escolha dos seus líderes, as conseqüências serão, inevitavelmente, nefastas e devastadoras. Ate hoje, o povo de Israel sofre as conseqüências de suas más escolhas.
Se o evangelho chegou até nós é porque ao longo da história da igreja Deus providenciou líderes segundo a sua vontade, que orientou o seu povo no caminho certo, no temor do Senhor. Deus dispõe à igreja as pessoas que Ele deseja que exerçam a liderança em seu nome, em prol do seu Reino.
Na história da igreja, o apóstolo Paulo se destacou como um líder autêntico, por seu empenho em relação às missões e ao cuidado para com o rebanho de Deus. Ele se preocupava com o estado do povo de Deus e pela unidade dele. Foi o que ele demonstrou junto aos crentes de Corinto. Foi um líder-servidor que serviu humildemente aquela igreja, como fez o Senhor Jesus durante o seu ministério terreno, e externando-lhes um amor que só o verdadeiro líder chamado por Deus possui. Ele possuía a marca de Cristo: o amor. Demonstrou-lhes ser, realmente, um apóstolo chamado por Cristo Jesus, a fim de levar o Evangelho aos gentios até aos confins da terra.
Paulo liderou e influenciou por meio do exemplo, de forma planejada, fazendo com que todos os seus liderados trabalhassem em torno de um propósito específico e atingisse um objetivo comum: viver para agradar a Deus. Um homem ou uma mulher conseguem ser líderes quando conseguem igualmente lidar com pessoas totalmente diferentes e conduzi-las a que trabalhem juntas em prol do Reino de Deus.
CONCLUSÃO
Como ser um autêntico líder, em tempo de tantos enganos, de falsos governantes, de crise moral e social em todas as camadas da sociedade? Mais do que nunca a humanidade necessita de pessoas compromissadas com o reino de Deus, que inspirem confiança em seus liderados.
Ser Líder de um organismo vivo, como a Igreja do nosso Senhor Jesus, não é ter um emprego como se fosse um “alto executivo”, um grande “empresário”, mas é ter plena dependência de Deus; é ser servo, capaz de administrar a obra de Deus com humildade e sabedoria; é ser exemplo de vida para os que estão esperando uma orientação. Assim como foi o apóstolo Paulo. O líder autêntico busca seguir o seu conselho: “Sede meus imitadores, como também eu, de Cristo”(1Co 11:1).
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Elaboração: Luciano de Paula Lourenço – Prof. EBD – Assembléia de Deus – Ministério Bela Vista. E-Mail: luloure@yahoo.com.br. Disponível no site: www.adbelavista.com.br, e no Blog: http://luloure.blogspot.com/
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Fonte de Pesquisa: Bíblia de Estudo-Aplicação Pessoal. Bíblia de Estudo Pentecostal. Bíblia de estudo DAKE. O novo dicionário da Bíblia. Revista o Ensinador Cristão. Guia do leitor da bíblia – 2Corintios. 2Corintios – Rev. Hernandes Dias Lopes. Comentário Bíblico Popular do Novo Testamento – William Macdnald. II Corintios – Colin Kruse.

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