2° Trimestre/2022
Texto Base: Mateus 6:19-27
“E disse-lhes: Acautelai-vos e guardai-vos da
avareza, porque a vida de qualquer não consiste na abundância do que possui” (Lc.12:15).
Mateus 6:
19.Não ajunteis tesouros na terra, onde a traça e a ferrugem tudo
consomem, e onde os ladrões minam e roubam.
20.Mas ajuntai tesouros no céu, onde nem a traça nem a ferrugem
consomem, e onde os ladrões não minam, nem roubam.
21.Porque onde estiver o vosso tesouro, aí estará também o vosso
coração.
22.A candeia do corpo são os olhos; de sorte que, se os teus olhos forem
bons, todo o teu corpo terá luz.
23.Se, porém, os teus olhos forem maus, o teu corpo será tenebroso. Se,
portanto, a luz que em ti há são trevas, quão grandes serão tais trevas!
24.Ninguém pode servir a dois senhores, porque ou há de odiar um e amar
o outro ou se dedicará a um e desprezará o outro. Não podeis servir a Deus e a
Mamom.
25.Por isso, vos digo: não andeis cuidadosos quanto à vossa vida, pelo
que haveis de comer ou pelo que haveis de beber; nem quanto ao vosso corpo,
pelo que haveis de vestir. Não é a vida mais do que o mantimento, e o corpo,
mais do que a vestimenta?
26.Olhai para as aves do céu, que não semeiam, nem segam, nem ajuntam em
celeiros; e vosso Pai celestial as alimenta. Não tendes vós muito mais valor do
que elas?
27.E qual de vós poderá, com todos os seus cuidados, acrescentar um
côvado à sua estatura?
INTRODUÇÃO
Dando continuidade ao estudo sobre o Sermão do Monte, proferido por Jesus,
trataremos nesta Aula a respeito da nossa segurança com relação ao porvir;
veremos que “nossa segurança vem de Deus”; se assim é, então jamais devemos
colocar a nossa esperança no governo humano bem como nos bens materiais, mas
somente em Deus. Entretanto, o homem sem Deus e, consequentemente, sem uma
dimensão da eternidade, tem sua vista obscurecida pelas coisas temporais e
passageiras e, portanto, acaba se deixando dominar pela avareza, pelo desejo de
acumulação de riquezas, que é uma insensatez total, como deixou bem claro Jesus
na parábola do rico insensato (Lc.12:13-21) - “porque a vida de qualquer não
consiste na abundância do que possui” (Lc.12:15). Lamentavelmente, não são
poucos os que acabam se perdendo na caminhada para o céu por causa dos bens
materiais e por causa do dinheiro. A Bíblia revela que a avareza tem sido um
obstáculo para muitos alcançarem a salvação, como nos casos do mancebo de
qualidade (Mt.19:22; Lc.18:23), de Judas Iscariotes (Lc.22:3-6; Jo.12:4-6), de
Ananias e Safira (At.5:1-5,8-10), de Simão, o mago (At.8:18-23) e de muitos
outros, como afirmou Paulo em sua carta a Timóteo (1Tm.6:9,10).
O dinheiro não é um mal em si. A riqueza é uma bênção de Deus, tanto que
Deus a concedeu a Salomão (1Rs.3:13), mas, e aqui está um caso típico, não podemos
pôr nas riquezas o nosso coração (Mt.6:19-21). Devemos, sempre, buscar servir a
Deus e Lhe agradar. Esta deve ser a intenção do cristão. Se nossas riquezas
prosperam, não devemos por nelas o nosso coração (Sl.62:10); devemos usá-las para
agradar a Deus. O importante é que não façamos dos bens materiais o objetivo e
a intenção de nossas vidas. Quem passa a viver em função dos bens materiais,
quem põe o seu coração nos tesouros desta vida, passa a ser um avarento, um
ganancioso e, como tal, será um idólatra (Cl.3:5) e, assim, estará fora do
reino dos céus (Ap.22:15).
I. RIQUEZA DO CÉU E RIQUEZA DA TERRA
1. Uma conciliação
impossível
Jesus ensina que servir a Deus e as riquezas é
uma conciliação impossível. Não podemos servir a Deus e às riquezas. Disse
Jesus: “Ninguém pode servir a dois senhores, porque ou há de odiar um e amar o
outro ou se dedicará a um e desprezará o outro. Não podeis servir a Deus e a
Mamom” (Mt.6:24. A palavra “Mamom” é uma transliteração de um termo hebraico
que significa: “o que se armazena”; ou de outro termo hebraico que significa: “no
que se confia”. Portanto, essa palavra refere-se à personificação da riqueza. Observe
que Jesus diz que as riquezas são uma entidade, e não uma coisa; Ele chama as
riquezas de “Mamom”, e não de moedas. As riquezas têm poder de subjugar as
pessoas e torná-las escravas.
2. Tesouros da
terra, e tesouros do céu
Onde está o nosso tesouro: no Céu ou na Terra?
Jesus nos aconselha que ajuntemos tesouro no céu, e não na terra. Disse Jesus:
“Não ajunteis tesouros na terra, onde a traça e a ferrugem tudo consomem, e
onde os ladrões minam e roubam. Mas ajuntai tesouros no céu, onde nem a traça
nem a ferrugem consomem, e onde os ladrões não minam, nem roubam. Porque onde
estiver o vosso tesouro, aí estará também o vosso coração” (Mt.6:19-21).
Aqui, Jesus não está condenando a riqueza,
pois, quando esta vem como fruto do trabalho e da benção de Deus, ela não traz
desgosto. Também Jesus não está aqui proibindo a previdência, pois as Escrituras
nos exortam a considerar a ação das formigas que trabalham no verão para ficarem
abastecidas no inverno. Jesus tampouco está nos condenando por usufruirmos dos
benefícios do nosso trabalho. O que Ele condena no texto é a ganância desmedida
e a avareza mesquinha. Os tesouros nos são dados para serem repartidos, e não
para serem egoisticamente acumulados. Nada trouxemos e nada levaremos deste
mundo; entramos no mundo nus e sairemos dele nus, como afirmou o patriarca Jó:
“Nu saí do ventre de minha mãe e nu tornarei para lá (Jó 1:21). Neste mundo,
nossos tesouros são corroídos por ferrugem, destruídos por traças e subtraídos
por ladrões. Constantemente, muitos perdem todas as suas economias devido a uma
quebra na bolsa de valores, ou por um sócio desonesto ou por meio de golpes.
Hernandes Dias Lopes afirma que o problema não
é possuirmos dinheiro, mas o dinheiro nos possuir. O problema não é guardar o
dinheiro no bolso, mas entronizá-lo no coração. O problema não é o dinheiro, mas
o amor ao dinheiro (1Tm.6:10). Jesus disse que os únicos investimentos que não
estão sujeitos à perda são os tesouros no céu. Ele disse que devemos ajuntar tesouros
no céu, onde nem a traça nem a ferrugem consomem, e onde os ladrões não minam,
nem roubam (Mt.6:20). Quando usamos nossas riquezas materiais para promover a
causa do evangelho e socorrer os necessitados, isso é investir para a
eternidade.
3. O que o cristão
precisa saber sobre os bens materiais?
O cristão precisa saber que os bens materiais é
Deus quem dá, e que brevemente a pessoa deixará de existir e não levará nada;
todos os bens materiais ficarão na terra, pois tudo que existe aqui pertence a
Deus (Sl.24:1). No caixão não existe cofres, gavetas para serem guardados os
bens materiais. Também, precisa saber que Jesus não condena a aquisição de bens
materiais, pois muitos homens de Deus registrados na Bíblia possuíram riqueza
como, por exemplo: Abraão (Gn.14:18-20; 24:1), Isaque (Gn.26:12,13), Jacó
(Gn.30:43) e Salomão (2Cr.1:12). Então, se o cristão possui riquezas materiais
e quer ser feliz, ele precisa atentar para as seguintes recomendações (adaptado
do livro “Dinheiro – prosperidade que vem de Deus, do pr. Hernandes Dias Lopes):
a) viver com humildade na luz de Deus. O apóstolo Paulo, inspirado
pelo Espírito Santo, escreveu: "[...] não sejam orgulhosos" (1Tm.6:17).
Se o dinheiro torna uma pessoa orgulhosa, ela não entendeu nem a si mesma nem o
dinheiro. Por que os ricos são tentados a serem orgulhosos? Por duas razões:
- Eles são tentados a pensar que merecem o que
têm - são levados a pensar que os que não têm não
são tão inteligentes quanto eles. Mas a Bíblia diz que é Deus quem nos dá a
condição necessária para adquirirmos riquezas (1Cr.29:10). A riqueza não é
nossa. Ela vem de Deus, é de Deus e vai voltar para Deus. Não somos donos, somos
apenas mordomos. Nada trouxemos para este mundo nem dele nada levaremos. Deus
nunca nos deu direito de posse definitiva daquilo que lhe pertence.
- Eles são tentados a pensar que a riqueza
concede poder - a riqueza dá uma ilusão de poder. Somente Jesus,
porém, tem poder permanente e só ele é soberano (1Tm.6:16). Nabucodonosor
pensou que seu dinheiro lhe dava poder, mas Deus o tirou do trono e o fez comer
capim com os animais (Dn.4:1-37).
b) não pôr a confiança nas riquezas. Muitas pessoas
depositam sua confiança e vida nas riquezas e bens materiais. As suas conversas
são sobre iates, férias no Caribe, propriedades etc. Mas, a história nos mostra
que muitos deles morreram na pobreza, como fugitivos da justiça ou
suicidaram-se. Isto é irônico, não? Jesus disse: "A vida de um homem não
consiste na abundância de bens que ele possui". Em vez de colocar nossa
confiança na instabilidade da riqueza, Paulo diz que devemos colocá-la
"[...] em Deus" (1Tm.6:17)
c) siga os seguintes conselhos de Paulo sobre como lidar com o dinheiro:
- Pratique o bem. Não deixe o dinheiro dominar você, domine-o; não deixe o dinheiro ser seu
patrão, faça dele um servo; não acumule só para si mesmo, faça-o um instrumento
de ajuda para os outros. O problema não é possuir dinheiro, mas ser possuído
por ele. O problema não é ter dinheiro, mas o dinheiro nos ter. O problema não
é carregar dinheiro no bolso, mas carregá-lo no coração.
- Seja rico de boas obras. Qual foi a última vez que você fez algo que trouxe glória ao nome de
Deus e alegria para as pessoas? Qual foi a última vez que fez uma oferta
generosa para ajudar uma pessoa necessitada? Qual foi a última vez que enviou
uma oferta para um missionário? Qual foi a última vez que entregou uma oferta de
gratidão a Deus? Qual foi a última vez que repartiu um pouco do muito que Deus
lhe tem dado? O apóstolo Paulo dá o belo exemplo da pobre igreja da Macedónia
que se doou e ofertou generosamente aos pobres da Judéia, pessoas que a Igreja
não conhecia pessoalmente (2Co.8:1-4).
- Seja generoso em dar. Deus lhe deu mais do que você precisa, não para você guardar, mas para
compartilhar generosamente. Deus quer que você abra o seu coração, suas mãos e
o seu bolso para doar: "Mais bem-aventurado é dar que receber" (At.20:35).
Deus multiplicará sua sementeira. A semente que multiplica não é a que você
come, mas a que você semeia. Deus amou e deu seu Filho Unigênito. O que você
tem dado? Quanto tem dado? Como tem dado? Com que frequência tem dado? O
apóstolo Paulo escreveu: "[...] pobres, mas enriquecendo a muitos; nada
tendo, mas possuindo tudo" (2Co.6:10). É sabido que os pobres são mais
generosos que os ricos. A questão da generosidade não passa pela quantidade de
dinheiro que você tem no bolso, mas da quantidade de amor que você tem no
coração.
II. A IDOLATRIA AO DINHEIRO
1. O coração no
lugar certo
Disse Jesus: “Porque onde estiver o vosso tesouro, aí
estará também o vosso coração” (Mt.6:21). Jesus nos exorta a colocar o nosso
coração no lugar certo. O nosso tesouro arrasta o nosso coração. Nosso coração
estará na terra ou no céu; depende onde o colocamos, se na terra ou no céu. Qualquer
lugar onde estiver a nossa atenção, e qualquer coisa que ocupe os nossos
pensamentos e o nosso tempo, será o nosso “tesouro”, e ali, certamente, estará
o nosso coração. Jesus fez a comparação entre os valores do céu e os valores da
terra quando explicou que a nossa principal lealdade deve estar voltada a tudo aquilo
que não desvanece, àquilo que não pode ser roubado, nem desgastado através do
uso. Ele nos exorta a tomar uma decisão que permita que vivamos contentes com aquilo
que temos, escolhendo aquilo que é duradouro e eterno. Os atos de obediência a
Deus, acumulados no céu, não são susceptíveis a estragar, e também não podem
ser destruídos ou roubados. Nada poderá mudá-los ou afetá-los, pois eles são
eternos.
2. Idolatrando a
Mamom
Idolatria é tudo que ocupa o lugar de Deus em
nossos corações. Se colocarmos os bens materiais prioritariamente em nossos
corações, idolatraremos a Mamom. Disse Jesus: “Ninguém pode servir a
dois senhores, porque ou há de odiar um e amar o outro ou se dedicará a um e
desprezará o outro. Não podeis servir a Deus e a Mamom” (Mt.6:24). Jesus nos
chama a tomar uma decisão vital: servir a Deus ou a Mamom. Jesus diz que “ninguém pode servir a dois
senhores”. Um deles, inevitavelmente, terá a prioridade na sua lealdade e
obediência. E assim também é com Deus e as riquezas (ou Mamom); eles são rivais
nas suas exigências e precisamos fazer uma escolha, precisamos colocar Deus em
primeiro lugar e rejeitar a lei do materialismo ou viver para as coisas
temporais e rejeitar o que Deus exige para nossa vida. Jesus é categórico: “não
podeis servir a Deus e às riquezas”. Quem serve a Deus, não pode viver mais
debaixo do jugo de “Mamom”. Quem é escravo de “Mamom”, não pode ser servo de
Deus.
Vivemos numa sociedade materialista, onde muitas pessoas servem ao
dinheiro; gastam toda a vida acumulando-o, mesmo sabendo que, ao morrer, não o
levarão consigo. O desejo de certas pessoas pelo dinheiro e por aquilo que este
pode comprar é muito superior a seu comprometimento com Deus e com os assuntos espirituais.
Gastam muito tempo e energia pensando no que tem armazenado (dinheiro e outros
bens). Não caia na armadilha materialista, “porque o amor do dinheiro é a raiz de
toda espécie de males” (1Tm.6:10). Você pode dizer honestamente que Deus, e não
Mamom, é o seu Senhor? Um bom teste é perguntar a si mesmo quem ou o que ocupa
mais seus pensamentos, seu tempo e seus esforços. No momento em que o crente
escolhe o dinheiro, o conforto e bens que Mamom pode oferecer, certamente sua
espiritualidade e comunhão com o Senhor estarão comprometidas.
3. A riqueza
condenada por Cristo
A riqueza que Cristo condena é aquela que é usada de forma egoísta. Riquezas
e glórias vêm de Deus; contudo, o dinheiro não é um tesouro para ser usado de
forma egoísta, apenas para o nosso deleite. Deus nos dá o dinheiro para o
glorificarmos com ele, e fazemos isso, quando cuidamos da nossa família, dos
domésticos da fé e de outras pessoas necessitadas, inclusive de nossos inimigos.
O homem rico, da parábola do rico e do mendigo (Lc.16:19-31), não cuidou de
Lázaro que estava com fome e jazia à porta; ele usou a sua riqueza de forma
egoísta; no Seol ele se lembrou de Lázaro, mas já era tarde. Jesus disse que a
vida de um homem não consiste na abundância de bens que ele possui (Lc.12:15). Também:
"O que adianta ao homem ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma?"
(Mt.16:26).
- Outra coisa que Cristo condena: confiar nos bens materiais em vez de
confiar somente em Deus, o dono de todos os bens. Para mostrar isso, Ele proferiu
a parábola do rico insensato (Lc.12:13-21). Nesta parábola, Jesus mostra a face
enrugada da avareza. Aqui, Ele inculca a lição sobre a insensatez de confiar nos
bens materiais. O alvo do rico na vida era descanso e gozo, e seu método de
alcançar isso, em lugar da fé em Deus, era a fé nos bens materiais.
A parábola retrata um fazendeiro rico com uma colheita excepcional. Essa
parábola mostra como um homem que recebe uma bênção faz dela uma maldição. Seu
campo produziu abundantemente. Sua colheita foi colossal. Seus armazéns foram
construídos e ampliados para acomodar a safra generosa. Mas esse homem não
agradeceu a Deus pela colheita nem demonstrou nenhuma generosidade, apesar de muita
fartura; pensou em si, somente em si. Seu mundo girava em torno dele mesmo. Seus
bens eram apenas para ele. Tudo foi armazenado para seu próprio desfrute e deleite.
Toda a trama está construída em torno do eu, meu, minha. O problema é que esse
homem insensato não entendeu algumas coisas essenciais (adaptado do livro “Lucas
– Jesus, o homem perfeito”, de Hernandes Dias Lopes):
a) ele não meditou sobre a brevidade da vida e a inevitabilidade da
morte (Lc.12:19,20). Pensou que seu futuro estava em suas mãos e que ele era o capitão de sua
alma. Naquela mesma noite da inauguração de seus celeiros abarrotados de
provisão para longos anos, sua alma lhe foi requerida e a morte chegou sem
pedir licença para levá-lo.
b) ele só pensou na provisão do seu corpo, mas não fez nenhuma provisão
para a sua alma (Lc.12:16-19). Coisas materiais não atendem os
reclamos da nossa alma. O fazendeiro rico da parábola fez provisão apenas para
esta vida e nenhuma para a vida por vir.
c) ele não pensou na possibilidade de ser generoso, mas guardou tudo
para si (Lc.12:16-19). A princípio, esse fazendeiro não fez nada de mau. Diante
de todo o mundo, ele se apresentou como um cidadão sábio, laborioso, eficiente
e bem-sucedido em sua administração, mas não deixou de ser um tolo para Deus. O
fazendeiro diz a si mesmo: meus produtos, meu armazém, meus bens, minha alma. Igualmente
são bem característicos os seis “eu” do fazendeiro: que faria eu - não tenho - onde
eu – hei de - eu quero - eu direi.
d) ele não pensou na transitoriedade das posses terrenas. Não trouxemos nada
para este mundo nem nada dele levaremos. Viemos nus e voltaremos nus. Não tínhamos
nada e nada teremos quando partirmos. Não somos donos de nada; somos apenas
mordomos.
e) ele não pensou sobre a loucura que é viver apenas para esta vida e
não se preparar para encontrar com Deus (Lc.12:16-21). Esta vida é breve,
os bens materiais não são permanentes, e a morte é certa. Viver aqui
irrefletidamente é loucura. Colocar a confiança nas coisas materiais é
consumada tolice. Não se preparar para a morte é insensatez. Não está pronto
para encontrar-se com Deus é a maior de todas as loucuras.
III. VIVENDO A QUIETUDE ESPIRITUAL EM DEUS
1. Os males
advindos das preocupações
“Por isso, vos digo:
não andeis cuidadosos quanto à vossa vida, pelo que haveis de comer ou pelo que
haveis de beber; nem quanto ao vosso corpo, pelo que haveis de vestir. Não é a
vida mais do que o mantimento, e o corpo, mais do que a vestimenta? Olhai para
as aves do céu, que não semeiam, nem segam, nem ajuntam em celeiros; e vosso
Pai celestial as alimenta. Não tendes vós muito mais valor do que elas? E qual
de vós poderá, com todos os seus cuidados, acrescentar um côvado à sua
estatura?” (Mt.6:25-27).
Você é uma pessoa preocupada? Você é daquele tipo de pessoas que vive
roendo as unhas, antecipando os problemas? Os problemas ainda estão longe e você
pensa que eles estão batendo à sua porta? Você sofre pensando no que vai comer,
com o que vai vestir? Onde vai morar, onde vai trabalhar, onde seu filho vai
estudar? Se sim, fique sabendo que isto nos traz grandes males, principalmente surgimento
de doenças psicossomáticas.
A preocupação, segundo Jesus, em vez de alongar a vida, pode muito bem encurtá-la.
A ansiedade nos mata pouco a pouco; rouba nossas forças; mata nossos sonhos;
mina a nossa saúde; enfraquece nossa fé; tira a nossa confiança em Deus e; nos
empurra para uma vida menos do que cristã. Os hospitais estão cheios de pessoas
vítimas da ansiedade. A ansiedade mata. Quando estamos ansiosos, teimamos em
tomar as rédeas de nossa vida e tirá-las das mãos de Deus.
A ansiedade é o mal deste século. Atinge homens e mulheres, jovens e velhos,
doutores e analfabetos, religiosos e ateus. As pessoas andam com os nervos à
flor da pele. São como um vulcão prestes a entrar em erupção; são como um barril
de pólvora pronto a explodir.
A ansiedade nos leva a perder a alegria do hoje por causa do medo do
amanhã. As pessoas se preocupam com exames, emprego, casas, saúde, namoro,
empreendimento, dinheiro, casamento, investimentos. A ansiedade é incompatível
com o bom senso. É uma perda de tempo. Precisamos viver um dia de cada vez. Devemos
planejar o futuro, mas não viver ansiosos por causa dele.
Preocupar-nos com o amanhã não nos ajuda nem hoje nem amanhã. Se alguma
coisa nos rouba as forças hoje, isso significa que vamos estar mais fracos
amanhã; significa que vamos sofrer desnecessariamente se o problema não chegar
a acontecer, e que vamos sofrer duplamente se ele vier a acontecer. Devemos
cuidar do hoje e deixar o amanhã nas mãos Daquele que cuida de nós.
2. Vivendo sem
inquietação
‘Portanto, não vos
inquieteis, dizendo: Que comeremos? Que beberemos? Ou: Com que nos vestiremos?”
(Mt.6:31).
O que mais tem tornado o ser humano ansioso, sem quietude, é o desejo
exacerbado de adquirir bens materiais; querer possuir bens à semelhança de outra
pessoa que está perto ou longe dele; preocupação com o futuro. Isso tem trazido
inquietação na vida de muitos. Como resolver isso? Somente conscientizando-se
de que isso é tremendamente errado, e que ter uma vida simples dentro das suas
possibilidades financeiras, com equilíbrio, pode reverter essa situação de
inquietude. Jesus ensinou sobre isso, usando como referência as aves: elas não
semeiam, não colhem e nem ajuntam em celeiro, mas o Pai celestial as sustenta
(Mt.6:26). Portanto, só podemos viver sem inquietação quando tomamos consciência
de que somos filhos de Deus e que seu cuidado é especial para conosco. Se Deus
alimenta as aves e veste os lírios do capo, não cuidará de seus filhos? O
problema não é o pequeno poder de Deus, o problema é a nossa pequena fé
(Mt.6:30). “Portanto, não vos inquieteis com o dia de amanhã, pois o amanhã
trará os seus cuidados; basta ao dia o seu próprio mal” (Mt.6:34). Lancemos a
nossa ansiedade sobre Jesus, pois Ele é quem cuida de nós (1Pd.5:7).
3. Vivendo sossegados
em Deus
“buscai, pois, em primeiro
lugar, o seu reino e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão
acrescentadas” (Mt.6:33).
Para viver sossegado é preciso olhar para vida na perspectiva de Deus;
assim sendo, a nossa mente é guardada pela paz de Deus. Quando alimentamos nossos
sentimentos com a verdade de que Deus conhece e supre as nossas necessidades, então
a paz de Deus guarda o nosso coração. A paz é uma sentinela que guarda a
cidadela da nossa mente e do nosso coração promovendo o sossego em Deus.
Para viver a quietude, o crente precisa buscar o Reino de Deus e sua
Justiça (Mt.6:33). A ordem é buscar o governo de Deus, a justiça de Deus, a
vontade de Deus e o reinado de Deus em nosso coração em primeiro lugar. Deus, e
não nós, deve ocupar o topo da nossa agenda. Os interesses de Deus, e não os
nossos, devem ocupar nossa mente e nosso coração. Somos desafiados a buscar o
governo e o domínio de Cristo em todas as áreas da nossa vida: casamento, lar, família,
vida profissional, lazer. A promessa é que, quando cuidamos das coisas de Deus,
Ele cuida das nossas necessidades – “...todas estas coisas vos serão
acrescentadas” (Mt.6:33). Deus trabalha em favor daqueles que nele esperam.
CONCLUSÃO
O dinheiro não traz felicidade nem segurança. Paulo
ridiculariza a ideia de que o dinheiro pode oferecer segurança. Ele diz que a
riqueza é instável (1Tm.6:17). Veja o que diz a Palavra de Deus:
"Porventura, fitarás os olhos naquilo que não é nada? Pois, certamente, a
riqueza fará para si asas, como a águia que voa pelos céus" (Pv.23:5).
Jesus falou do rico insensato que disse para a sua alma: "[...] tens em
depósito muitos bens para muitos anos [...] louco, esta noite te pedirão a tua
alma; e o que tens preparado, para quem será?" (Lc.12:13-21).
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Luciano de Paula Lourenço – EBD/IEADTC
Disponível no Blog: http://luloure.blogspot.com
Referências Bibliográficas:
Bíblia de Estudo Pentecostal.
Bíblia de estudo – Aplicação Pessoal.
Bíblia de Estudo – Palavras Chave – Hebraico e Grego. CPAD
William Macdonald. Comentário Bíblico popular (Antigo e Novo Testamento).
Comentário Bíblico Pentecostal. CPAD.
Comentário do Novo Testamento – Aplicação Pessoal. CPAD.
Pr. Hernandes Dias Lopes. Mateus – Jesus, o Rei dos reis.
Pr. Hernandes Dais Lopes. Dinheiro – a prosperidade que
vem de Deus.