domingo, 28 de abril de 2013

Aula 05 - CONFLITOS NA FAMÍLIA


2º Trimestre/2013

Texto Base: Ef 5:22-30


"Eu, porém, esperarei no SENHOR; esperei no Deus da minha salvação; o meu Deus me ouvirá" (Mq 7.7).

INTRODUÇÃO

Os conflitos em família existem desde os tempos primordiais. São fruto natural da desobediência do ser humano ao seu Criador. No Éden, antes da Queda, havia um ambiente perfeito, de paz, harmonia e amor. Não sabemos quanto tempo durou esse ambiente. Como se depreende do texto bíblico, o Criador visitava o primeiro casal diariamente, "pela viração do dia" (Gn 3:8), no final das tardes maravilhosas do Paraíso. Entretanto, o "dia mau" chegou e eles não tinham a armadura de Deus de que as famílias cristãs dispõem. Ouvindo a voz do tentador, perderam a doce e gloriosa comunhão com Deus. E a tragédia humana começou. Vieram os filhos. O primogênito, Caim, levantou-se contra o seu irmão, Abel, e o matou, por inveja, face a aceitação, pelo Senhor, do sacrifício do seu irmão. Este primeiro conflito entre irmãos deu início à terrível saga da morte por homicídio no mundo. A boa nova para os nossos dias é saber da possibilidade, em Cristo, de equacionarmos os problemas que, às vezes, afetam a família cristã.

I. DESENTENDIMENTO ENTRE OS CÔNJUGES

Todo casal tem discórdia. A satisfação e a estabilidade das uniões conjugais não estão associadas diretamente à ausência de conflitos, mas à forma com que os cônjuges estabelecem estratégias para solucioná-los. Infelizmente, conflitos podem levar a brigas sérias. Uma briga séria é aquela que desune esposo e esposa, mas nunca resolve a causa do problema. Como resultado, casais acumulam amargura, rixas, raiva descontrolada, ódio e, frequentemente, divórcio.
O que falta a muitos casais é habilidade para discutir os problemas sérios, chegar a um plano para resolvê-los e, então, pôr em ação esse plano. Esta é uma habilidade que muitas pessoas simplesmente nunca aprenderam, mas que pode ser aprendida. 
Um exemplo evidente que a Bíblia narra é o caso do patriarca Abraão e sua esposa Sarah. Houve um conflito entre este casal motivado por Abraão ter gerado um filho em sua serva, Agar. A bigamia trouxe problemas familiares. E o patriarca teve que expulsar a jovem concubina juntamente com seu filho, Ismael. O resultado disso é que ainda hoje os judeus e os árabes se digladiam.
1. Temperamentos diferentes. Temperamento é o conjunto de características negativas e positivas com as quais nascemos e que influenciam o nosso comportamento. É totalmente involuntário e imprevisível. Nenhum pai pode saber ou determinar com qual temperamento seu filho nascerá.
Sabemos que cada ser humano é diferente do outro, que não existe um indivíduo idêntico a outro, porque Deus não produz homens em série, como costumamos ver nas indústrias, mas, sim, dentro de seu supremo poder, cria cada homem individualmente. Esta individualidade do homem, conhecida como personalidade, deve ser dividida, basicamente, em dois elementos básicos: o temperamento e o caráter.
O caráter define uma forma definida de conduta, que não é inata, mas constituída pela história de vida de cada sujeito, considerando a condição social, ambiente familiar, educação e todos os aspectos importantes para a construção das características de cada um. O caráter é influenciado pelo ambiente. O caráter é construído ao decorrer da vida do indivíduo e pode ser modificado.
O temperamento define atitudes e atividades espontâneas, sendo inato. As influências do temperamento dos seres humanos são do sistema nervoso, composição bioquímica, hereditariedade. Estas características definem o temperamento como algo imutável, embora possa ser controlado e dominado.
As pessoas quando aceitam a Cristo, não deixam de ser indivíduos, não perdem a sua individualidade: o caráter muda, mas não o temperamento, que passa a ser controlado pelo Espírito Santo. Portanto, a Salvação não altera a individualidade do salvo, e, portanto, não muda o seu temperamento, que é a parte da personalidade que está ligada à criação, mas, como se trata de uma mudança radical, pois, como ensina o Senhor Jesus, quem é salvo passa da morte para a vida (João 5:24), temos uma transformação completa não no temperamento, mas no caráter.
2. Fatores que trazem conflitos. São muitos os fatores que trazem conflitos entre os casais, podendo ser citados entre eles o sexo, o dinheiro, ciúme, entre outros. A importância em identificar os fatores mais frequentes desencadeadores de conflito refere-se especialmente à possibilidade de os casais aprenderem a estar atentos aos seus focos mais frequentes de desentendimentos. Pesquisas indicam que a tentativa de ignorar os fatores de conflitos não os faz desaparecer, ao contrário, provoca o acúmulo de ressentimentos que tende a retornar com mais força a cada novo impasse - o chamado efeito bumerangue. Vamos citar aqui os mais frequentes.
a) Falta de confiança. O casamento só tem sentido quando fundado no amor verdadeiro. Quando o casal se ama de verdade, quando há respeito mútuo, fidelidade, lealdade, sinceridade e transparência na conduta de ambos, não há motivos para desconfianças ou ciúmes infundados. Paulo diz que "o amor"... "não busca os seus interesses, não se irrita, não suspeita mal (1Co 13:5b).
b) Tratamento grosseiro. Um dos motivos para a infelicidade, no seio do casamento e da família, é o tratamento indelicado, grosseiro e descortês. Um lar em que a família se trata assim não deve ser chamado de lar cristão, pois onde Cristo habita, deve existir amor, compreensão, respeito, diálogo e tratamento cordial.
A forma com que tratamos uns aos outros é vista por Deus como uma referência para designar quem é sábio ou não, pois a sabedoria é manifesta em obras de mansidão (Tg 3:13), e a mansidão é uma virtude do fruto do Espírito Santo (Gl 5:22). Mansidão significa colocar a inteligência nas emoções. O cônjuge que tem o Espírito Santo tem o caráter de Cristo e é uma pessoa sábia, e, sendo assim, nos momentos abrasadores da convivência ele sabe arrefecer os ânimos colocando a inteligência nas emoções, evitando assim o conflito familiar. Mas, se um cônjuge tratar o outro com indelicadeza, e houver uma resposta no mesmo tom, será conflito na certa. Mas, se um estiver irritado, e o outro, em oração, pedir a Deus a graça de responder como um nascido de novo, as coisas mudarão, pois a "palavra branda desvia o furor" (Pv 15:1). Que Deus nos ajude a praticar as relações humanas, no lar, na igreja, e em toda parte, conforme o manual de Deus para o relacionamento familiar, as Escrituras Sagradas.
c) Dívidas. Um dos fatores que mais traz conflitos numa família, principalmente entre os cônjuges, é a questão financeira. Quando um dos cônjuges é compulsivo e não controla os seus gastos,  mas se envolve em dívidas descompassadas com a capacidade financeiro, sem duvida, nesta família o conflito é inevitável. Muitos ficam sofrendo de doenças nervosas por causa de dívidas. Com Jesus, precisamos aprender a orar pelo “pão nosso de cada dia” (Mt 6:11); se levarmos esse princípio adiante, saberemos consumir com equilíbrio, a fim de satisfazer as necessidades e evitaremos o desperdício (João 6:12). Sejamos cautelosos na aquisição de bens, é preciso sempre avaliar se o orçamento familiar será suficiente para cobrir as despesas (Is 55:2; Lc 15:13,14).
O ato de comprar parece simples e prazeroso, mas não é. Exige planejamento e reflexão. Jamais podemos comprar por impulso, sem pensar no quanto estamos gastando. Quem compra por impulso e não segue um planejamento, cedo ou tarde acabará tendo problemas financeiros. Devemos lembrar que honrar os nossos compromissos contratuais é um dever cristão e isto é bastante agradável a Deus, pois trará bom testemunho no meio em que vivemos. Você deseja ser bem sucedido financeiramente? Então:
- Evite o desperdício e o supérfluo. É nossa tendência pensar que só entre os que têm muitos bens materiais há desperdiço de recursos. A verdade, porém, é que entre a classe pobre há tantos ou mais pessoas que desperdiçam seus recursos de forma dissoluta. Na experiência diária vemos que crentes sem recursos, que vivem do seu ordenado somente, são muitas vezes aqueles que não sabem distribuir o seu dinheiro. Os pobres podem, nesse caso, ser tão esbanjadores como os ricos, levando-se em conta as devidas proporções. Em João 6:12 Jesus ordenou que seus discípulos recolhessem os alimentos que sobrara para que nada se perdesse. Algumas vezes o orçamento acaba porque gastamos com insensatez, onde não se deve ou não se pode.
- Economize, poupe e fuja das dívidas. Sejamos cuidadosos na maneira de gastar o nosso dinheiro, busquemos a direção do Senhor de nossas vidas, para que Ele nos ensine a usar o pouco que nos foi entregue. Economize comprando no estabelecimento que é mais em conta. Racionalize os gastos com água, luz, telefone, etc. (ler Gn 41:35,36; Pv 21:20). Abra uma conta-poupança e guarde um pouco de dinheiro, por menor que seja a quantia. Fuja das dívidas!  
-  Estabeleça critérios para gastar.  Quem estabelece critérios bem definidos sobre o que fazer com cada centavo que possui tem melhores condições de viver sem muito estresse. Vejamos algumas medias necessárias:
·         Aprenda a viver com o que tem;
·         Guarde pelo menos 5% do que ganha em uma poupança;
·         Saiba dizer não ao consumismo;
·         Defina o que é essencial e necessário;
·         Evite fazer dívidas, principalmente com os cheques pré-datados e cartões de crédito.
Talvez você diga que não consegue se enquadrar nesses critérios, porém é possível que alguém seja mais pobre que você e consiga. Então, por que não tentar? Os frutos virão no futuro. Vale a pena começar.
d) Infidelidade. A infidelidade é um mal que não é de hoje, mas que, nos tempos atuais, tem-se intensificado muito comum nos lares sem Cristo, e também tem atingido muitos lares cristãos. A infidelidade conjugal não passa de um instrumento diabólico para a destruição e desagregação da família. A Bíblia diz que o marido deve amar a sua esposa da mesma forma que Cristo ama a Igreja. Ora, o Senhor ama a Igreja com sinceridade, e sobretudo, com fidelidade de lealdade. Esta fidelidade é tão grande, que "se formos infiéis, Ele permanece fiel: não pode negar-se a si mesmo" (2Tm 2:13). Mas, Satanás diz ao esposo: "ora, não é nada demais; procura unir-te a outra mulher: a tua já não te agrada. No fim, tudo dará certo. Os teus amigos não possuem outras mulheres?". Com isso, o inimigo procura desfazer o plano de Deus para a vida conjugal. E muitos homens, mesmo cristãos, têm cedido a essa tentação diabólica, cometendo adultério e prostituição, e desprezando o lar, a esposa, os filhos e seu próprio nome e, o que é pior: desprezando a Deus. A Palavra de Deus considera a infidelidade conjugal como vergonhosa traição aos princípios sagrados, estabelecidos por Deus para o casamento.

II.  ATIVIDADES PROFISSIONAIS DOS PAIS

Em nossos dias, temos visto que pais e mães de família têm se dedicado muito ao trabalho, devido aos muitos desafios financeiros e o custo de vida cada vez mais alto. Isso pode prejudicar a família, se os pais não tiverem um tempo adequado para ficar com seus filhos, participar da educação deles, passar-lhes as tradições da família e acima de tudo, repassar-lhes a fé em Deus e nas Escrituras Sagradas.
1. A mulher no mercado de trabalho. Antigamente, as mulheres desempenhavam um papel puramente doméstico e contentavam-se com isso. Elas eram mães de família, esposas e donas de casa. A cultura dos povos em geral relegava esse papel às mulheres. Mas, nos últimos anos,  a mulher tem ingressado no mercado de trabalho de forma bastante significativo.
A urbanização acelerada, o processo de industrialização e as mudanças culturais, econômicas e sociais têm forçado a participação da mulher em atividades antes próprias dos homens. Por um lado, há um aspecto positivo. Inserida no mercado de trabalho, a mulher sente-se incentivada a demonstrar que não se limita ao papel de mulher doméstica, e comprova que tem capacidade para realizar as mais diferentes ocupações sociais. O nível de estudo das mulheres tem aumentado, e elas concorrem com os homens aos cargos mais importantes da nação. Há queixas quanto à diferença de salário e de natureza dos cargos ocupados pelas mulheres, mas há uma evolução marcante nesse aspecto.
Por outro lado, temos que considerar alguns aspectos negativos da intensa participação da mulher no mercado de trabalho (adaptado do livro: “A Família Cristã e os ataques do inimigo - pr. Elinaldo Renovato, CPAD):
a) A mulher submetida à pesada carga de trabalho. Como profissional, a mulher passa a maior parte das horas úteis do dia envolvida nas atividades profissionais, nos locais onde estão contratadas. Mas, via de regra, também, a mulher desempenha atividades domésticas. Como profissional, muitas vezes, tem que chegar tarde em casa, e o esposo se ressente de sua ausência. Os filhos sentem falta da mãe. Isso causa conflitos. Pode haver entendimento, mas há inconveniências a serem consideradas.
b) Os filhos sofrem com a ausência da mãe. Com a mãe trabalhando fora de casa, os filhos passam a viver com as empregadas domésticas, que, por melhor que sejam, não substituem a mãe. Não sentem pelas crianças o amor do seio materno. As crianças ficam desorientadas, convivendo muitas vezes com pessoas sem a necessária educação. Por outro lado, ficam o dia todo diante da internet(às vezes sem nenhum bloqueio contra sites pornográficos), jogos eletrônicos violentos e da televisão, com liberdade de escolha de programas que perverterão o caráter delas. Os pais que não estão disciplinando os filhos dentro do padrão moral judaico-cristão, correm sério risco de deixarem um legado perigoso às futuras famílias que surgirão, com base na educação que eles estão lhes dando, pois seus filhos estão crescendo sem amor, sem afeto, sem carinho, sem temor aos pais, indisciplinados, violentos, sem temor a Deus.... Como líderes dos seus filhos, os pais devem ser exemplos para eles. Mas muitos são apenas genitores. Geram e deixam os filhos crescerem, dão alimento, roupa, calçado, as melhores escolas (quando podem), dão dinheiro e condições para sua independência. Mas, para a maioria, falta dar aos filhos o principal: amor, atenção, presença na sua formação, no seu desenvolvimento.
2. A ausência dos pais prejudica a criação dos filhos. A ausência da mãe prejudica a formação, a educação. A ausência do pai prejudica a visão que o filho ou a filha deve ter das relações familiares. Muitos pais só dão atenção aos filhos quando eles estão doentes, ou são vítimas de algo trágico, de um acidente, ou ameaça de morte. No mais, passam os anos sem terem diálogo, contato ou aproximação com os filhos. Isso é altamente prejudicial. A presença do pai, no lar, é fundamental para a formação espiritual e emocional dos filhos.

III. MÁ EDUCAÇÃO DOS FILHOS

1. Educação prejudicada. Entende-se por má educação o mau comportamento dos filhos no lar ou fora dele. Neste aspecto, não nos referimos à educação formal dos bancos escolares. Os lares estão prejudicados quanto à educação comportamental. Com o excesso de ocupação dos pais, os filhos são entregues a creches, escolas e a outras entidades do sistema educacional.
O cuidado com os filhos deve anteceder à própria concepção. Devemos estar preparados para, na vontade de Deus, criarmos nossos filhos na doutrina e admoestação do Senhor(Ef 6:4). Devemos ter o mesmo sentimento de Manoá, o pai de Sansão, que orou ao Senhor pedindo orientação divina para a educação de seu filho(Jz 13:8), antes mesmo de seu nascimento. É mister que tenhamos a orientação do Senhor para a educação dos nossos filhos, assim como busquemos todas as informações que a ciência e o conhecimento humano possam nos fornecer para que demos uma vida de qualidade para nossos filhos. Qualidade não significa opulência material, mas é muito mais do que isto: é uma educação com amor, com valores bíblicos, uma educação que faça de nossos filhos verdadeiros servos do Senhor.
Com muita oração, prudência e sabedoria, os filhos devem receber instrução espiritual adequada e progressiva para aprender a colocar sua fé em Deus e não se tornarem desobedientes, teimosos e rebeldes(ver Dt 6:1-9). A ausência dessa instrução é prejudicial ao relacionamento entre pais e filhos e à formação do caráter cristão dos filhos. O ensino da Palavra de Deus molda o caráter e aperfeiçoa a vida moral, emocional e espiritual dos membros da família. Não é tarefa fácil, mas não impossível.
Tome-se como exemplo a mãe de Timóteo, Eunice. Ela, judia, era casada com um grego que não temia o Deus de Israel(At 16:1). Mas isso não impediu que ela instruísse seu filho “no caminho que deve andar”(Pv 22:6). Ela e sua mãe(Lóide) ensinaram a Timóteo a Palavra de Deus, livrando-o das influências do paganismo helênico. O apóstolo Paulo testemunha isso: ”Trazendo à memória a fé não fingida que em ti há, a qual habitou primeiro em tua avó Lóide, e em tua mãe Eunice, e estou certo de que também habita em ti”(2Tm 1:5). Timóteo tornou-se um zeloso ministro de Deus(1Ts 3:2), fiel no Senhor(1Co 4:17), e um grande cooperador no ministério do apóstolo Paulo (Rm 16:21; 1Ts 3:2).
2. Quem são os professores?  Pergunta o pr. Elinaldo Renovato: “Quem são os professores ou os mestres da maioria das crianças e adolescentes nos dias atuais? Serão os docentes, nas escolas? Serão os professores da ED? Ou serão os pais, dedicados à formação espiritual, moral e ética de seus filhos?
“Infelizmente, para nossa tristeza e graves prejuízos para a nação, os "mestres" por excelência dos filhos em geral são os atores, as atrizes e produtores das empresas de telecomunicação. São os produtores de sites da internet. Estes meios poderiam ser úteis para ajudar na educação das gerações, mas, na prática, são veículos eficazes para a má educação de gerações inteiras.
“Não é por acaso que, no meio das igrejas, há tanta rebeldia entre adolescentes e jovens. É raro ver adolescentes e jovens nos cultos de oração ou de doutrina. Mas é comum vê-los diante da TV, assistindo a algum tipo de "lixo" midiático. A Bíblia, o Livro Sagrado, exorta solenemente os adolescentes e jovens: ‘Afasta, pois, a ira do teu coração e remove da tua carne o mal, porque a adolescência e a juventude são vaidade. Lembra-te do teu Criador nos dias da tua mocidade, antes que venham os maus dias, e cheguem os anos dos quais venhas a dizer: Não tenho neles contentamento’ (Ec 11.10; 12.1)”.
3. Falta de estrutura espiritual e moral. A ausência de regra no lar, a falta de liderança paterna ou liderança dividida, a permissividade, a passividade, a cumplicidade, entre outros, incluem-se nas barreiras que contribuem para a desestruturação do lar.
As Escrituras tratam com muita seriedade a questão da educação e da consagração dos filhos ao serviço do Senhor. O insucesso na área disciplinar paternal associados a filhos rebeldes sintetiza o caos da família. A combinação do relaxamento dos pais com a rebeldia, a obstinação e a teimosia dos filhos atrai o juízo de Deus contra os lares cristãos. Assim aconteceu com a casa de Eli, de maneira que a família sacerdotal foi excluída, para nunca mais exercer nenhuma espécie desse oficio. Eli e sua casa perderam, em caráter irrevogável, tal direito (1Sm 3:12-14). Esse fato denota a severidade de Deus e a consequência dos descontroles na criação de filhos em lares desestruturados.
É importante mencionar que pais e filhos podem contar com boa literatura, dedicada à orientação desse relacionamento no lar, lembrando que, sempre que necessário, devem buscar a ajuda de um conselheiro espiritual que com eles coopere nesse mister.

CONCLUSÃO

Sem dúvida, os conflitos nas famílias ocorrem por falta de humildade entre os cônjuges em resolver determinados problemas que surgem no âmbito familiar. Às vezes, os fatores que levam ao conflito são aparentemente fúteis e débeis, mas grandemente geradores de conflitos, porque são utilizados por Satanás como lenha para acender o fogo destruidor do amor familiar.  O principal  combustível utilizado é o orgulho, a soberba. Na verdade, quando a presença de Deus é prescindida do lar, sem dúvida, o ambiente torna-se carnal, pesado e cheio de manifestações mundanas. Assim sendo, os conflitos são inevitáveis, pois é neste meio em que Satanás opera. Quando no lar o assunto principal são as coisas materiais, quando só se pensa em prazeres materiais, riquezas, dinheiro, diversões e coisas mundanas, então, indubitavelmente, essa casa está conformada com o mundo maligno. Logo, os conflitos são inevitáveis e destruidores. Conflitos na família só se resolve com a graça e amor de Deus no coração, e o mediador mais indicado é o Espírito Santo. A voz de Jesus ecoa à portas desse lares: “Eis que estou à porta, e bato; se alguém ouvir a minha voz, e abrir a porta, entrarei em sua casa, e com ele cearei, e ele comigo”(Ap 3:20). Atentemos ao convite do Senhor Jesus e sejamos felizes para sempre! Amém!
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Elaboração: Luciano de Paula Lourenço – Prof. EBD – Assembléia de Deus – Ministério Bela Vista. Disponível no Blog: http://luloure.blogspot.com
Referências Bibliográficas:
Bíblia de Estudo Pentecostal.
Bíblia de estudo – Aplicação Pessoal.
O Novo Dicionário da Bíblia – J.D.DOUGLAS.
Revista Ensinador Cristão – nº 54 – CPAD.
Comentário Bíblico Beacon, – CPAD.
Comentário do Novo Testamento – Aplicação Pessoal.
A Família Cristã e os ataques do inimigo – Elinaldo Renovato – CPAD.


quinta-feira, 25 de abril de 2013

O LÍDER VALORIZA AS PESSOAS


Texto Base: Êxodo 18:20-23

 
Subsídio para lição 04 – Educação Cristã Continuada

 
"Eu sou a luz do mundo; quem me segue não andará nas trevas..." (João 8:12 )

 

INTRODUÇÃO


Valorizar as pessoas é o segredo do sucesso de qualquer líder inspirador. Veja o exemplo de Davi e seus 400 valentes - "E ajuntou-se a ele todo homem que se achava em aperto, e todo homem endividado, e todo homem de espírito desgostoso, e ele se fez chefe deles; e eram com ele uns quatrocentos homens" (1Sm 22:2). Davi, quando no deserto, humilhado, rejeitado e perseguido, fez com que um grande grupo de seguidores se achegasse a ele. Os primeiros eram em sua maioria estrangeiros em dificuldades, homens rudes e problemáticos, no entanto, Davi valorizou-os: recebeu, acolheu, ensinou e preparou-os. Também se chegaram a Davi muitos de seus irmãos de Israel (1Sm 22.1-5; 23.13); a princípio, eram 400 homens "em aperto", mas logo o número chegou a 600 (1Sm 22.2; 25.13). Esses eram os homens que Deus deu a Davi para liderar, e Davi os liderou com maestria. Ele fez com que esses homens tivessem um senso de companheirismo e devoção a Deus. Com esse comportamento, Davi teve pleno êxito em todas as suas empreitadas.

Liderar não é uma tarefa simples, pelo contrário, liderança exige paciência, disciplina, humildade, respeito e compromisso, pois a igreja é um organismo vivo, dotado de colaboradores dos mais diferentes tipos.

I - ESTILOS DE LIDERANÇA


A liderança é classificada em dois estilos podendo ser autocrático ou democrático, dependendo do líder centralizar ou compartilhar a autoridade com seus liderados. Estes estilos são reconhecidos desde a Antiguidade clássica.

1. Autocrático. Neste estilo, o poder é centralizado e a hierarquia é determinante para definir o comando. Não há diálogo ou discussão de ideias; o chefe impõe suas ideias e suas decisões sobre o grupo, sem nenhuma participação deste; ele manda e os empregados obedecem cegamente. As principais decisões são tomadas por ele, que estabelece as regras para cumprimento das "suas" decisões. O trabalho é fre­quentemente monitorado de perto sob ordens, promessas ou ameaças. A coação e a punição estão presentes como forma de manipulação. As simpatias e antipatias pessoais interferem nas relações de trabalho. O estilo autocrático pode degenerar e tornar-se patológico, transformando-se no autoritarismo exacerbado.

Na Igreja, este comportamento não é tolerado pelo Espírito Santo, haja vista que o líder é apenas um mordomo, um despenseiro, ele apenas está autorizado a desenvolver métodos, os quais estão subordinados aos princípios estabelecidos na Palavra de Deus, que é a constituição inalterável da Igreja. O apóstolo Paulo recomenda aos senhores patrões, que eram cristãos, que não ameaçassem os seus escravos – “...não os ameaçai...” (Ef 6:9). Paulo disse a esses senhores que se lembrassem de que ambos, senhor e escravo, tinham o mesmo Senhor no Céu. Embora os cristãos possam estar em níveis diferentes na sociedade terrena, somos todos iguais diante de Deus. Com Deus, “não há acepção de pessoas”; ninguém é mais importante do que qualquer outro.

Um líder autocrata é impaciente e presunçoso. Acredita que, na sua maio­ria, as pessoas mostram-se passivas e resistentes, precisam ser impelidas, "motivadas" e controladas para a concretização das tarefas. Veja o caso de Saul (1Sm 13:8-12). O Senhor tinha ordenado diretamente a Saul que esperasse em “Gilgal” até que chegasse Samuel, o qual ofereceria sacrifícios e lhe daria instruções (1Sm 10:8). Deus testou a obediência de Saul mediante a demora deliberada de Samuel, além dos sete dias combinados. Em desespero (1Sm 13:8) e presunção (1Sm 13:9), o próprio Saul resolveu oferecer um sacrifício, de modo contrario à Palavra de Deus. Por Saul não ter cumprido o mandamento do Senhor, Samuel lhe disse que Deus lhe tiraria o reino (1Sm 13:13,14). É necessário estar cônscio de que o líder do povo de Deus tem uma autoridade delegada, isto é, a liderança vem da escolha de um superior. Deus é quem escolhe aquele que vai ser o líder do seu povo.

Em suma, pode-se assim detalhar as características relacionadas com este estilo de liderança:

·         Apenas o líder fixa as diretrizes, sem qualquer participação do grupo.

·         O líder determina as providências e as técnicas para a execução das tarefas, cada uma por vez, na medida em que se tornam necessárias e de modo imprevisível para o grupo.

·         O líder determina qual a tarefa que cada um deve executar e qual o seu companheiro de trabalho.

·         O líder é dominador e é "pessoal" nos elogios e nas críticas ao trabalho de cada membro.

2. Democrático. Este estilo de líder trabalha com a constante preocupação de que o grupo participe das decisões, estimulando e orientando, acatando e ouvindo opiniões e é ponderado antes de agir. Ele determina, junto com o grupo, as diretrizes, permitindo o grupo esboçar as técnicas para alcançar os objetivos desejados. É impessoal e objetivo em suas críticas e elogios. Para ele, o grupo é o centro das decisões. Acreditamos que a ação do líder democrático é de suma importância para o progresso e crescimento da Igreja local. Desse modo, observa-se que o grupo interage melhor, participa, colabora e se entusiasma com o trabalho desenvolvido ou a desenvolver.

Em suma, pode-se assim detalhar algumas características relacionadas com este estilo de liderança:

·         O líder se preocupa com a participação do grupo, estimulando e orientando. Ouve as opiniões da equipe e determina junto com ela os objetivos desejados e as tarefas a serem realizadas.

·         O próprio grupo esboça as providências e as técnicas para atingir o alvo, solicitando aconselhamento técnico ao líder quando necessário, passando este a sugerir duas ou mais alternativas para o grupo escolher. As tarefas ganham novas perspectivas com os debates.

·         A divisão das tarefas fica a critério do próprio grupo e cada membro tem liberdade de escolher seus companheiros de trabalho.

·         Trabalha com o grupo, permitindo-o fazer escolhas e participar de maneira significativa na toma­da de decisões.

·         É impessoal e objetivo em suas críticas e elogios. Limita-se aos "fatos" em suas críticas e elogios.

·         Frequentemente pede sugestões e nomeia líderes intermediários, dando-lhes responsabilidades específicas.

3. Equilíbrio. O líder deve ser equilibrado e qualificado a dar condições favoráveis ao seu desenvolvimento, sendo flexível e usando métodos apropriados para lidar com os variados tipos de pessoas e situações. Na Igreja, o estilo mais apropriado a ser aplicado deve ser o democrático, porém, sem a influência teocrática torna-se muito tendencioso ao estilo liberal (anárquico). Como eu disse supra, os lideres devem ter consciência que eles são apenas autoridades delegadas por Jesus Cristo - o líder por excelência -, que os capacita com dons (Ef 4:11). Para se realizar um determinado trabalho, os lideres devem buscar a vontade de Deus. Desta feita, deve prevalecer o equilíbrio entre teocracia e democracia, jamais a autocracia ou ditadura pastoral.

Um exemplo que podemos citar de líder equilibrado, dentro da vontade de Deus, foi Josué. Ele foi um exemplo de líder que Deus precisa. Podemos medir o sucesso da liderança de Josué pelo versículo 31 do capítulo 24 de Josué: “Serviu, pois, Israel ao Senhor todos os dias de Josué, e todos os dias dos anciãos que sobreviveram a Josué e que sabiam toda a obra que o Senhor tinha feito a favor de Israel”. A sua liderança impactou, todo o povo de Israel que, após muitos anos, o povo se manteve fiel e não se afastou de Deus, mesmo após a sua morte, sob a liderança dos anciãos que viveram sob a sua liderança.

Josué é o exemplo do líder que consegue expandir sua liderança, para além da sua presença física. O homem passa, mas o exemplo continua falando. Existem líderes, que de longe a sua presença é esmaecida, porque não conseguem ou não permitem que outros sejam espelhos de suas ações.

Nunca a Igreja de Cristo esteve tão necessitada de líderes desta estirpe, gente sem o ego inflado pela pequenez da visão. São líderes com estas características que o apóstolo Paulo recomenda ao seu colaborador Tito: ”Por esta causa te deixei em Creta, para que pusesses em boa ordem as coisas que ainda restam e, de cidade em cidade, estabelecesses presbíteros, como já te mandei: aquele que for irrepreensível, marido de uma mulher, que tenha filhos fiéis, que não possam ser acusados de dissolução nem são desobedientes. Porque convém que o bispo seja irrepreensível como despenseiro da casa de Deus, não soberbo, nem iracundo, nem dado ao vinho, nem espancador, nem cobiçoso de torpe ganância; mas dado à hospitalidade, amigo do bem, moderado, justo, santo, temperante, retendo firme a fiel palavra, que é conforme a doutrina, para que seja poderoso, tanto para admoestar com a sã doutrina como para convencer os contradizentes. Porque há muitos desordenados, faladores, vãos e enganadores, principalmente os da circuncisão, aos quais convém tapar a boca; homens que transtornam casas inteiras, ensinando o que não  convém, por torpe ganância”.

II - ACREDITAR NAS PESSOAS


Ninguém lidera sozinho. Para ser líder, faz-se necessário que haja pessoas para serem lideradas. Todavia é preciso acreditar nelas e investir nelas para que elas possam atingir sua missão (Ef 4:11,12).

1. Relacionamento. O líder dentro do Plano de Deus tem um bom relacionamento com os seus liderados, consigo mesmo e com Deus. É o segredo do sucesso. Ele compartilha sua visão, inspira e contribui para a concretização dos alvos traçados, esperando sempre o melhor dos seus liderados. Foi assim que aconteceu com Josué, com Davi e com Neemias. Este, jamais teria êxito em seus planos(que era o mesmo plano de Deus), se ele não tivesse um relacionamento sadio e harmônico com os seus liderados.

No relacionamento com as pessoas, o líder tem plena consciência de que todos podem fazer a mesma coisa que ele faz. Ele sabe que  liderar é dar oportunidade aos outros e incentivar a motivação deles; os gansos estão aí para nos ensinar isso com seus vôos. Quando os gansos voam em forma de “V”, eles o fazem a uma velocidade 70% maior do que se estivessem sozinhos.

- Eles trabalham em equipe – Quando um ganso que está no ápice do “V” se cansa, passa para trás da formação e outro se adianta para assumir a ponta.

- Eles partilham liderança – Quando algum ganso diminui a velocidade, os que estão atrás grasnam encorajando os que estão na frente.

- Eles são amigos – Quando um deles, por doença ou fraqueza, sai da formação, outro, no mínimo, se junta a ele, passando a ajudá-lo e protegê-lo.

- Eles são solidários – Sendo parte de uma equipe, nós podemos produzir muito mais e mais rapidamente.

Com Cristo aprendemos que líder não é chamado para dominar, ele é chamado para servir (ler Mt 20:25-28). Um pessoa é líder quando tem consciência de que precisa estender as mãos, que consegue ver solução para as coisas, que está pronta a servir e a agradecer. Agir assim é demonstrar um relacionamento saudável com as pessoas, e que certamente produzirá um terreno fértil onde brotará todo o potencial dos liderados.

O autocontrole e a autodisciplina são os fundamentos do bom relacionamento com as pessoas, pois, uma vez que respeitamos a visão do outro e conseguimos perceber as suas diferenças e afinidades espontâneas, teremos sempre a ideia de aceitar ou não, sem nos acharmos soberanos.

2. Disposição. “Embora o povo possa desviar-se facilmente dos propósitos divinos, quer por desobediência ou por falta de confiança no Senhor, o líder deve permanecer zelando pelo rebanho, instruindo-o, alimentando-o e inspirando-o, enquanto busca elevar a sua disposição de servir a Deus. O povo de Israel, embora desobediente, às vezes queria aprender e pro­curava a direção de Deus pare enfrentar as   dificuldades   em que se encontrava (Êx 18.15). A despeito de suas fraquezas, eles buscavam aceitar o julgamento de Deus em suas disputas pessoais, lutavam corajosamente contra os inimigos, qualidade; reconhecidas por Moisés em sua disposição de ajudá-los”.

3. Intercessão. O verdadeiro líder inspirador se coloca entre Deus e seu povo, levando as necessidades de seus liderados perante o Senhor com confiança e humildade. Veja o exemplo de Moisés. Quando a ira do Senhor se acendeu contra o povo, de tal maneira que Deus sugeriu consumi-los e fazer de Moisés uma grande nação, a reação de Moisés foi interceder junto a Deus com o rosto em terra, pedindo que desistisse de fazer tal mal ao povo (Dt 9:26). "Então, o Senhor arrependeu-se do mal que dissera que havia de fazer ao seu povo" (Êx 32:14).

III - MOISÉS, O EXEMPLO


Moisés, até hoje, é o grande exemplo seguido pelo povo de Israel. O Senhor formou este homem para libertar Seu povo da escravidão do Egito, bem como para fornecer a lei a Israel, o aio que conduziria os israelitas a Nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. Desde muito cedo, Moisés manifestou empatia pelas pessoas, interessando-se por seus senti­mentos e necessidades, buscando sempre oportunidades para ajudá-las (Êx 2:11-19;3:4). A Igreja tem muito a aprender com Moisés, pois também há a necessidade de a liderança ser plasmada pelo Espírito Santo até que o Senhor venha buscar a sua Igreja.

1. Humildade. Quando Moises foi chamado por Deus (Ex 3:10), no Monte Horebe, para libertar o pode Israel do Egito, reconheceu diante do Senhor a sua nulidade: “Quem sou eu que vá a Faraó e tire do Egito os filhos de Israel? “(Ex 3:11). Moisés dá um passo importante para se tornar líder: elimina o seu “eu”. Isso é humildade. Ah! se muitos líderes no meio do povo de Deus tomassem esta decisão de anular o seu “eu” e compreender que sem Jesus nada pode ser feito! (João15:5). Se dissessem “quem sou eu”, teriam boa parte dos problemas que hoje enfrentam resolvidos. Foi por ter achado que era ninguém que Moisés, antes de criar um obstáculo, credenciou-se para ser o libertador do povo de Israel.

2. O líder não confia em suas habilidades, mas confia na direção de Deus. Quando Israel saiu do Egito, Moisés, embora tivesse sua liderança confirmada pelos fatos, não deixou de reconhecer que o senhorio era de Deus. Saindo do Egito, não tomou o caminho que lhe pareceria mais fácil, mas seguiu a direção de Deus. Moisés estava à frente do povo, mas a orientação, a direção era de Deus (Ex.13:17). Que exemplo a ser seguido!

3. Um líder deve ter iniciativa, mas uma iniciativa de acordo com a vontade do Senhor. Uma vez Deus tendo dito o que fará, cabe ao líder, que sabe se comunicar com os seus liderados e que se apresenta legitimado por estar na direção de Deus, dar o primeiro passo para que tenha a vitória sobre o inimigo. A passagem do mar Vermelho foi um grande teste na vida de Moisés. Embora na direção de Deus, de uma hora para outra, Moisés se viu em uma situação sem saída. Atrás, vinha Faraó e seu exército e, à frente, estava o mar. Moisés, uma vez mais, clamou a Deus, mas o Senhor simplesmente mandou que Moisés dissesse ao povo que marchasse (Ex 14:15). Há instantes na vida do líder em que é preciso que haja uma iniciativa do líder. O Senhor já havia dito a Moisés o que iria fazer (Ex 14:1-14) e, por isso, nada mais cabia a Deus fazer senão esperar a iniciativa do líder e do povo de Israel. Moisés ergueu o cajado, estendeu a mão e um vento fez com que se abrisse um caminho seco no mar. O povo passou e foi seguido pelo inimigo que, porém, foi destruído no mar. Tudo aconteceu para que o povo pudesse ver a grande mão poderosa do Senhor e cressem em Deus e em Moisés, Seu servo (Ex 14:31).

4. O líder exemplar exalta única e exclusivamente a Deus e também leva o povo a fazê-lo – “Então, cantou Moisés e os filhos de Israel este cântico ao SENHOR; e falaram, dizendo: Cantarei ao SENHOR, porque sumamente se exaltou; lançou no mar o cavalo e o seu cavaleiro” (Êx 15:1). Em gratidão a Deus, Moisés fez um cântico e cantou com o povo. Cantava a Deus porque o Senhor havia Se exaltado e derrotado os inimigos do povo. Moisés louvava a Deus e, publicamente, engrandecia o nome do Senhor. Não se vangloriara pela posição que estava a ocupar, nem tentou tirar vantagem desta grande vitória para o seu ministério, mas se limitou a engrandecer o nome do Senhor, a mostrar que Deus era o Deus de seu pai, que deveria ser exaltado, que Ele era varão de guerra, que Seu nome era “Eu Sou o que Sou”. Que exemplo de humildade de espírito, que espírito de adoração!

Moisés ensina-nos, neste cântico, que foi Deus quem despedaçou o inimigo, que Deus é santo, que Deus é o único Deus, que Deus é poderoso, que Deus é beneficente, que Deus é salvador, que Deus é o guia do Seu povo, que Deus é rei e que iria conduzir o Seu povo para a Terra Prometida. Deus é tudo e só Ele deve ser adorado e louvado. Era este o ensino de Moisés, o cântico que ensinou Israel a cantar. Tem sido esta a nossa mensagem aos nossos liderados?

5. O líder exemplar é receptivo aos conselhos. Moisés aceitou receber um conselho da parte de seu sogro, Jetro. Ao ver que Moisés decidia sozinho todas as causas do povo, que se aglomerava numa verdadeira “fila do INSS” todos os dias para ser atendido por ele, Jetro, dentro de sua experiência, sugeriu a Moisés que efetuasse a descentralização do poder, resolvendo apenas as causas mais graves, criando maiorais de mil, de cem, cinquenta e de dez para resolver as “pequenas causas”, trazendo agilidade e paz para o povo de Israel. Moisés prontamente atendeu ao conselho de Jetro (Ex 18:24), demonstrando ser uma pessoa humilde e receptiva a críticas. Que grande qualidade de um líder: o de ouvir conselhos.

Muitos, na atualidade, são arrogantes e soberbos, “sabichões”, que não aceitam os conselhos de pessoas mais experientes e que muito podem ajudar na eficácia da liderança. Se é certo que o líder deve seguir a orientação divina, também é certo que Deus, como escolheu um povo, põe à disposição dos líderes pessoas que têm capacidades e habilidades para dar bons conselhos e auxiliar no sucesso e êxito da obra do Senhor.

Salomão, o homem mais sábio de toda a terra, não abriu mão dos conselheiros e, inspirado pelo Espírito de Deus, disse o seguinte: “Onde não há conselho os projetos saem vãos, mas, com a multidão de conselheiros, se confirmarão” (Pv 15:22).

O apóstolo Paulo ensinou-nos que a igreja é como um corpo, ou seja, tem vários membros que dependem uns dos outros. Assim sendo, não há como uma pessoa sozinha ter o encargo de todo o povo. Necessário se faz que haja um corpo organizado de auxiliares, de pessoas capazes, tementes a Deus, homens de verdade, que aborreçam a avareza e que possam ter poder decisório sobre todo negócio pequeno, aliviando, assim, a carga do líder, pois, na igreja, devemos levar as cargas uns dos outros, pois esta é a única maneira de cumprirmos a lei de Cristo (Gl 6:2).

6.  Responsabilidade. Quando os israelitas mostraram sua fraqueza e caíram em pecado, ficou claro que precisavam de mais ensino e orientação. Eles eram tanto o povo de Deus como o povo de Moisés (Êx 18:7-11). Deus considerava Moisés responsável pelo povo ("o teu povo"), e ele, dependendo de Deus, aceitara tal responsabilidade. Isso o levou, após o desastre, a organizar novamente o povo em um corpo produtivo, ensinando-lhes a Pa­lavra de Deus, designando-lhes tarefas, procurando trazer à tona seus melhores talentos e dons mais generosos, levando a cabo a grande obra de construção do Tabernáculo (Ex 31).

CONCLUSÃO


O líder que ama a Deus e também os liderados está pronto para estabelecer relacionamentos que produzam crescimento pessoal, satisfazendo suas necessidades, inspirando-os e se responsabilizando por estes diante de Deus. Um homem jamais deve ser indicado para um cargo de liderança se sua visão se concentra nas fraquezas das pessoas, e não em suas forças. Portanto, meu caro irmão, valorize as pessoas e trate a todos com dignidade, somente assim você terá sucesso em sua nova empreitada.

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Elaboração: Luciano de Paula Lourenço – Prof. EBD – Assembleia de Deus – Ministério Bela Vista. Disponível no Blog: http://luloure.blogspot.com

Referências Bibliográficas:

Bíblia de Estudo Pentecostal.

Bíblia de estudo – Aplicação Pessoal.

O Novo Dicionário da Bíblia – J.D.DOUGLAS.

Comentário do Novo Testamento – Aplicação Pessoal, CPAD.

Princípios para uma boa liderança - Pr. Cleverson de Abreu Faria.

Moisés, um líder exemplar – Ev. Dr. Caramuru Afonso Francisco – PortalEBD.

 

 

domingo, 21 de abril de 2013

Aula 04 – A FAMILIA SOB ATAQUE


2º Trimestre/2013

Leitura Básica: Efesios 5:1-6


“Revesti-vos de toda a armadura de Deus, para que possais estar firmes contra as astutas ciladas do diabo” (Ef 6:11).

INTRODUÇÃO


Desde que foi instituída por Deus, a Família tem sido atacada de forma sistemática e insidiosa por forças do inferno, mormente neste últimos dias que antecedem a volta de Jesus. Satanás tem mobilizado governos, sistemas judiciários, escolas e faculdades, para minar as bases da instituição familiar. Os governos estão alinhados com o espírito do Anticristo. Quase sem exceção, todos estão de acordo com as mudanças perniciosas que se voltam contra a família. Até porque, com a "nova visão de mundo”, a família tradicional é considerada ultrapassada. O casamento monogâmico e heterossexual é retrógrado e precisa dar lugar a "novas configurações de família". Segundo o pr. Elinaldo Renovato, uma ministra do atual governo declarou à imprensa que "essa família, composta de papai, mamãe e filhos" está ultrapassada. Novos "arranjos familiares" se imporão. Tal declaração identifica mais uma agente do Anticristo. Desgraçadamente, esses agentes ocupam cargos importantes em todas as esferas de direção do país. E eles têm poder político para aprovarem seus intentos afrontosos contra a Palavra do Senhor. Assim, a igreja de Jesus, formada de famílias cristãs, não pode ficar silente, omissa e acovardada. Tem que demonstrar que tem poder espiritual e moral para fazer frente à onda satânica que tomou conta da maioria dos governos e instituições do mundo. Somente com a mensagem poderosa do evangelho de Cristo é possível salvar a família da destruição total, preconizada pelo Diabo e seus agentes humanos. Como “sal” e “luz” deste mundo precisamos anunciar a Cristo, Único que pode destruir as obras do Maligno. A Igreja do Senhor Jesus Cristo, a “coluna e firmeza da verdade”(1Tm 3:15), deve lutar para que os princípios éticos fundamentais da família sejam preservados, pois somente assim não pereceremos sob os ataques do mal, antes, glorificaremos a Deus.

I. OS ATAQUES DO INIMIGO


1. Ataque às crianças. As crianças sempre foram alvo de ataques do inimigo. Não é à toa que no Êxodo, Faraó tenta impedir que as crianças saiam do Egito para cultuar ao Senhor (Êx 10:8-11). Ele sabia que se as crianças permanecessem no Egito, uma geração inteira permaneceria como escrava, ao passo que os adultos sairiam livres para adorar o Senhor. Esse era o plano do inimigo, mas não o de Deus. O Senhor pesou Sua mão sobre o Egito e livrou adultos e crianças da opressão de Faraó e da escravidão. Mas, esse exemplo bíblico nos mostra como o inimigo pensa em relação às crianças: ele as quer presas no sistema do mundo, afastadas de Deus e do culto, sem acesso à educação cristã e à Palavra.

“O Diabo sabe quanto é importante ter o controle do sistema educacional. Para tanto, procura promover educadores materialistas, dando-lhes, através da política, ou do sistema, diretores que não creem em Deus; professores materialistas, que rejeitem a Bíblia, e escarneçam da fé cristã. Não raro, os professores materialistas perseguem os alunos cristãos, rebaixando suas notas, e criando dificuldades para que os mesmos sejam reprovados. Nos países do antigo e fracassado "bloco socialista", o Estado totalitário e ateu, decretou que a educação das crianças e dos filhos em geral ficaria a cargo do "todo-poderoso" regime socialista. Para quê? Para que os pais não tivessem a autoridade de educá-los segundo suas crenças e tradições. O objetivo do poder comunista era incutir, na mente das gerações, as ideias e os ideais de Karl Marx, de Engels e de Stalin, os famigerados líderes de uma revolução fracassada, que fazia parte da rebelião do homem contra Deus. Stalin chegou a declarar: ‘Se Deus existe, eu irei lá, e o destruirei’. A História registrou que seu fim foi deprimente. Até sua estátua, que se erguia solene na Praça Vermelha, em Moscou, foi derrubada por um guindaste, e as pessoas pulavam sobre ela.

“Mas tudo foi feito, e com significativo êxito, para eliminar Deus da mente das crianças. A doutrinação marxista, anos após anos, conseguiu em grande parte seus intentos diabólicos. Nas salas de aula, os alunos aprendiam que Deus não existe; que o homem veio de um organismo celular, que surgiu por acaso, evoluiu, por acaso, e chegou a ser um ser humano, por acaso. Era o materialismo endeusado nas escolas estatais. Professores materialistas usavam seu poder para ministrar o ateísmo. E gerações e mais gerações nunca ouviram falar de Deus, a não ser em sentido crítico e deturpado.

“Em nosso país, está acontecendo fenômeno semelhante. O Estado não chega, ainda, a dominar o ensino, de forma ditatorial, como no comunismo. Mas está adotando medidas e práticas com o mesmo objetivo, de eliminar as ideias cristãs, fundadas na Bíblia, a Palavra de Deus, da mente dos alunos, com evidente interferência do Estado na educação da família”(Elinaldo Renovato – A Família Cristã e os ataques do Inimigo,CPAD).

Diante deste espectro tenebroso, cabe aos pais apresentar a Bíblia às crianças, ensinando-as a guardar seus ensinos. No Antigo Testamento, os pais israelitas tinham a obrigação de ensinar aos filhos, desde a mais tenra idade, os testemunhos do Senhor, que deveriam ser passados de geração a geração.

2. Ataque à disciplina. Disciplinar os filhos, adequadamente, de acordo com a idade do filho, é um ato de amor. Provérbios 13:24 ensina que pais lenientes, que não disciplinam seus filhos, na verdade não os amam. O que ama seus filhos os disciplina "a seu tempo", ou seja, de acordo com a faixa etária e a idade mental deles.

Concordamos que nenhum pai tem o direito de espancar seus filhos. Isso é crime. Mas aplicar uma medida corretiva, sem violência, com o objetivo de inibir a prática de atos de rebeldia, é saudável e educativo. Mas essa é uma demonstração de que o Estado brasileiro quer retirar dos pais a autoridade de corrigir seus filhos. Alguém já viu falar no Projeto de Lei da Palmada? Está registrado sob o nº 7.672/2010. Este Projeto já foi aprovado na Câmara dos Deputados. Ele prevê punição e até a perda da guarda dos filhos, para os pais que aplicarem medidas corretivas aos filhos. Este Projeto pretende incorporar ao Estatuto da Criança e do Adolescente, que qualquer "castigo físico", de natureza disciplinar, aplicado pelos pais a filhos desobedientes ou rebeldes, deve ser passivo de punição, inclusive a perda do poder sobre os filhos, que poderão ser recolhidos a instituições governamentais, para serem educados por agentes do governo.

De acordo com a Palavra de Deus, os pais devem ser os educadores por excelência de seus filhos. No Antigo Testamento, o ensino aos filhos era determinação divina: "Instrui o menino no caminho em que deve andar, e, até quando envelhecer, não se desviará dele" (Pv 22:6). Essa exortação solene tem tido seus efeitos comprovados, ao longo dos séculos. Quando os pais educam seus filhos, conforme os princípios sagrados da Palavra de Deus, os efeitos sobre sua formação espiritual, emocional e intelectual são benéficos e duradouros.

No Novo Testamento, o texto de Efésios 6:1-4 nos mostra que a Palavra de Deus é muito mais avançada que as propostas de lei para educação dos filhos, e do relacionamento dos pais com eles. A legislação humana, baseada nos "direitos humanos", não é clara quanto aos deveres dos filhos para com seus pais.

A disciplina, de acordo com a Bíblia, não visa impor um regime de medo ou terror, nos lares. De modo algum. A disciplina, quando bem aplicada, com amor e sabedoria, produz efeitos saudáveis na formação espiritual, emocional e social dos filhos (Pv 29:15). Também, produz descanso aos pais e alegria para os mesmos (Pv 29:17).

Mas os educadores materialistas debocham e desdenham da educação com base na Palavra de Deus. Em seus discursos acadêmicos demagógicos, dizem que mesmo a palmada corretiva não deve ser aplicada, pois a criança aprende a bater nos outros. A prática demonstra o contrário. Os marginais, os bandidos, os violentos que estupram, assaltam e matam, via de regra, são oriundos de lares onde não há disciplina corretiva; de lares onde os pais não tiveram ou não têm autoridade sobre os filhos. Essa é a realidade. Se for feita uma pesquisa na Fundação Casa(antiga FEBEM), certamente essa afirmação poderá ser confirmada. Assim sendo, se o Projeto 7.672/2010 for definitivamente aprovado, indubitavelmente, trará um prejuízo inimaginável às famílias e, por conseguinte, à sociedade como um todo. Infelizmente, esse é alvo do inimigo (adaptado do livro: Família Cristã e os ataques do inimigo – pr. Elinaldo Renovato, CPAD, p.45/46).

3. Falsos Ensinos. Nestes tempos pós-modernos, o falso mostra-se tão bem vestido de verdadeiro, que, se possível fosse, enganaria até mesmo os escolhidos. São falsos milagres, falsos milagreiros, falsos mestres, falsas profecias, falsos profetas e falsos ensinos.

Os falsos ensinos têm proliferado no meio da humanidade, contaminando as famílias, levando ao erro e à perdição milhões e milhões de seres humanos, inclusive muitos que, tendo uma vez conhecido a verdade, deixaram-se levar pela persuasão ardilosa e sutil dos agentes de Satanás. Somente o conhecimento da Palavra de Deus e o discernimento espiritual poderão nos impedir de sermos levados pelos “ventos de doutrina” cada vez mais intensos dos nossos dias.

O falso ensino tem sua origem no jardim do Éden, ou seja, é uma das atividades mais antiga do inimigo das nossas almas, que se valeu de uma “heresia” para levar o primeiro casal ao pecado. Com efeito, na sua atividade para “matar, roubar e destruir” (João 10:10), o adversário vale-se daquilo que lhe é próprio, ou seja, da mentira (João 8:44).

A partir do Éden, vemos que sempre o adversário tem iludido o ser humano com falsas doutrinas e falsas religiões. Paulo, na carta aos romanos, mostra claramente que toda a corrupção generalizada das nações teve início com uma falsidade doutrinária, que fez com que o homem deixasse de adorar a Deus para servir a ídolos (Rm 1:21-23), sendo certo que, mesmo no meio de Israel, levantaram-se aqueles que, a pretexto de serem profetas, tinham por intento, como verdadeiros instrumentos do diabo, desviarem o povo da adoração ao Deus verdadeiro (Dt 13:1-3).

Moisés foi claríssimo ao mostrar ao povo de Israel que surgiriam profetas que fariam sinais e prodígios, demonstrando grande poder sobrenatural, mas que, depois disto, diriam ao povo que abandonassem a Deus e seus preceitos. Entretanto, tais conselhos deveriam ser rejeitados, pois nenhum sinal ou maravilha poderia suplantar o que havia sido revelado por Deus através da Sua Palavra. Observemos que o povo israelita era inclinado aos sinais (1Co 1:22) e que um ensino desta natureza se estava dando em pleno deserto, onde a população vivia, basicamente, em virtude dos sinais miraculosos feitos pelo Senhor ao longo daquela jornada, mas, mesmo para estes, Deus adverte que não se deveriam prender pelos sinais, mas, sim, pela Palavra de Deus.  Isto se aplica para os nossos dias.

O salvo autêntico e verdadeiro tem de ter raiz, tem de ter base na Palavra de Deus. Como diz o Senhor, só quem ouve e pratica as Suas palavras pode vencer as dificuldades, as provações da vida, os obstáculos que surgem na vida de cada um. Quem constrói a sua casa sobre a rocha, os ventos, as tempestades e os rios não são capazes de destruir a edificação (Mt 7:24,25). Construir a casa sobre a rocha, que é símbolo de Cristo, é crescer na Palavra de Deus. As famílias cristãs devem atentar para esta realidade.

II. ATITUDES MUNDANAS PARA DESTRUIR A FAMÍLIA


1. O Abandono aos Filhos. Um dos maiores problemas de nossos dias em relação à família é o abandono desta por parte do pai, aquele que foi instituído por Deus como protetor e provedor. A figura paterna tem sido cada vez mais esquecida, pois homens sem o devido senso de responsabilidade abandonam o lar que constituíram, deixando a criação e a provisão dos filhos para a mulher. E há os casos dos homens que não assumem seus atos, deixando vir ao mundo filhos de relações que depois não reconhecem por não quererem ter compromisso com a mulher com que se relacionaram sexualmente. Filhos crescem sem a referência paterna, e não raro reproduzem o que viram em sua criação, sem a devida responsabilidade para com a família. Essa é uma forma monstruosa de desrespeito para com a vida. Como pais, precisamos entender que os filhos são herança do Senhor para que nós posamos cuidar, educar e conduzir ao Senhor. Também, é nossa obrigação transmitir a fé que uma vez nos foi dada, para que as próximas gerações tenham sua própria experiência com Deus.

2. Desrespeito aos pais. A Bíblia incentiva o relacionamento respeitoso entre os filhos e os pais, exortando-os a serem "obedientes a vossos pais no Senhor, porque isto é justo", e manda honrar o pai e a mãe, por ser o "primeiro mandamento com promessa", para que os filhos vivam bem, e vivam muito tempo sobre a terra (Ef 6:2). Para os pais a determinação bíblica é solene: "E vós, pais, não provoqueis a ira a vossos filhos, mas criai-os na doutrina e admoestação do Senhor" (Ef 6:4). Percebe-se que esse tipo de exortação tem grande sentido e alcance sobre a educação familiar. De um lado, os pais, criando seus filhos "na doutrina e admoestação do Senhor", ou seja, segundo os elevados princípios de Deus, de amor, respeito, santidade, e autoridade paternal. E sem excessos, sem provocar a ira ou a revolta nos filhos. Para tanto, os pais dispõem do ensino da Palavra de Deus, do recurso maravilhoso da oração e do jejum por seus filhos, do saudável costume da prática do culto doméstico, onde os pais podem e devem repassar os sagrados ensinos à família, e desenvolver o diálogo amoroso com eles. De outro lado, vemos que o Espírito Santo registra que os filhos devem ser obedientes e saberem honrar seus pais, para serem bem-sucedidos em suas vidas. A história revela que os filhos que sabem honrar seus pais, geralmente são homens e mulheres de bem. Infelizmente, não são raros os casos de filhos que não apenas desonram seus pais desobedecendo-lhes, mas também esquecem deles na sua velhice, época em que mais precisam de ajuda. Que esse pensamento mundano jamais prospere entre servos de Deus (adaptado do livro: Família Cristã e os ataques do inimigo – pr. Elinaldo Renovato, CPAD, p.45/46).

3. O secularismo. Neste dias que precedem a volta de Cristo a Igreja tem enfrentado a pressão e o engodo do secularismo, cujo termo procede do latim “saeculum” e significa “pertencente a uma época”. Em sentido religioso, o vocábulo é empregado para designar o comportamento e o pensamento do mundo de nosso tempo, que são inversos ao sagrado ou espiritual. Portanto, “secular” representa o modo de viver deste mundo, aquilo que se opõe ou que não comunga com os interesses espirituais do reino de Deus

Com mais clareza, dizemos que  “secular” tem o sentido de mundano, profano, algo que não pode ser aplicado à família cristã e à Igreja, e secularização significa a transformação, ou a passagem de alguma coisa que estava sob o domínio religioso, para o regime leigo, ou mundano. Isto, em outras palavras, no sentido bíblico, secularizar a família ou a Igreja significa tornar estas duas instituições divinas semelhantes ao mundo. Portanto, falar-se em secularização da família significa, ao nosso ver, usar uma linguagem branda, uma linguagem um tanto camuflada visto que muitos por não estarem acostumados ao termo secularização podem não sentir o impacto, nem imaginar a seriedade do assunto “secularismo”. Se quisermos apresentar esta verdade “sem véu” então podemos substituir o termo secularização por mundanização. Mundanizar tem o sentido de tornar mundano, privar da natureza religiosa. Como diz o pr. Elinaldo Renovato, “Não podemos jamais nos esquecer que precisamos ser “sal da terra” e “luz do mundo” (Mt 5:13,14). Como “sal”, precisamos ter uma vida familiar de tal forma, que os que nos veem, ou nos ouvem, sintam a nossa família fazer diferença marcante no ambiente em que nos situamos. Como “luz”, precisamos, com nosso testemunho, contribuir para dissipar as trevas do pecado em nossa vida”.

III. O CUIDADO CONTRA A FILOSOFIA MUNDANA E A PORNOGRAFIA


Tristemente, temos visto que a filosofia mundana vai invadindo as famílias e a igreja em termos de linguagem, vestuário, gírias, ritmos, bebida, costume, modismo, etc., e nem mais temos critério para discernir tudo isso – já virou cultura. A internet, que tem sido usada como um grande meio de comunicação, facilitou também a propaganda e o estilo de vida miserável e sujo. Quando o cristão se deixa enganar pelas propostas desse mundo espiritualmente tenebroso, torna-se escravo de um sistema maligno que rouba, mata e destrói (João 10:10). Sua única saída é retornar imediatamente ao seio do Pai, por Jesus Cristo, nosso libertador (João 8:36).

O apóstolo Paulo exorta: “não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos" (Rm 12:2). Neste versículo, a Bíblia ensina que o crente deve resistir, combater e não imitar os padrões de comportamento, a cultura e os valores mundanos, pois a Igreja não é apenas separada do mundo, mas consagrada a Deus. Alguém já disse, com propriedade, que "ou a igreja transforma o mundo ou o mundo deforma a igreja". Aqui não dá para haver convivência pacífica.

Também, dentro da filosofia mundana hoje reinante, é disseminado que o jovem ou o adolescente xinguem, difamem e desprezem seus pais perante os seus amigos e companheiros de grupo. Isto tudo contraria o que ensina a Palavra do Senhor.

O maior desafio a ser superado pela Igreja, nestes últimos dias, para não perder sua identidade bíblica de Noiva do Cordeiro é viver diferente do mundo. O desejo de Deus é, pois, que a Igreja leve o mundo a querer viver como ela vive, bem como a querer conhecer o Deus a quem ela serve. No passado a Igreja cumpriu o desejo de Deus, porém neste “últimos dias”, conhecidos como pós-modernos, Satanás está envidando todos os seus esforços para inverter esta situação, ou seja, ele quer levar a Igreja a viver como o mundo, a rejeitar o seu Rei e a adotar os seus ídolos, tal como fez Israel, no passado. Portanto, ser diferente ou ser igual ao mundo, é um dos desafios que a família cristã, a Igreja, enfim, cada crente em particular, enfrenta nestes últimos dias.

Quanto à Pornografia – “representação, por quaisquer meios, de cenas ou objetos obscenos, destinados a serem apresentados a um público, e também exposição práticas sexuais diversas, com o intuito de despertar desejo sexual no observador” -, este mal tomou proporções mundiais e fora de controle, principalmente com o advento da Internet. O que só seria possível ver em filmes, chamados "pornô", em sessões de cinema para adultos, está à disposição de crianças, adolescentes e jovens, na tela dos computadores. As imagens pornográficas em filmes e DVDs são engodos, ou iscas para adolescentes, jovens e adultos, que se deixam dominar pelos instintos carnais descontrolados.

Milhões de pessoas, incluindo cristãos, são vitimas da pressão da pornografia. Até homens chamados “de Deus” têm sido envolvidos pelas teias dessa rede carnal da pornografia. Por quê? Certamente, pela falta de oração e da vigilância (Mt 26:41); falta de um exercício diário e contínuo, do processo da santificação. É impossível vencer os tentáculos da pornografia, sem a santificação diária. Diz a Bíblia: "Segui a paz com todos e a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor" (Hb 12:14). Aqueles que estão comprometidos com Deus e sua justiça aborrecerão a iniquidade e se apartarão dela, preservando sua vidas e suas famílias, evitando colocar diante de seus olhos aquilo que desagrada ou entristece o Espírito Santo.

Diz Deus: "Não porei coisa má diante dos meus olhos" (Sl 101:3). "Coisa má" é tudo aquilo que atrai o sentido da visão, e tem a reprovação de Deus. Portanto, fixar o olhar em pornografia, sem dúvida alguma, não glorifica a Deus. Valorizar a pornografia é desonrar a visão, que foi dada para ser bênção e não maldição. Fixar o olhar em cenas de sexo ilícito, de adultério, de pedofilia, de homossexualismo, de lesbianismo é atitude pecaminosa contra a santidade do corpo.  

Na visão cristã, o corpo não é apenas formado de "cabeça, tronco e membros", externamente, e um conjunto de órgãos internos vitais para a vida ativa e consciente. O corpo é "templo do Espírito Santo". Diz Paulo: "Fugi da prostituição. Todo pecado que o homem comete é fora do corpo: mas o que se prostitui peca contra o seu próprio corpo. Ou não sabeis que o nosso corpo é o templo do Espírito Santo, que habita em vós, proveniente de Deus, e que não sois de vós mesmos? Porque fostes comprados por bom preço; glorificai, pois, a Deus no vosso corpo e no vosso espírito, os quais pertencem a Deus" (1Co 6:18-20). Portanto, ver pornografia não passa no teste da ética cristã, bem como desvaloriza e definha sobremaneira a vida espiritual do servo ou da serva de Deus, haja vista que o Espírito Santo não habita na pessoa que assim procede.

A Bíblia aponta o recurso maravilhoso para vencer a tentação da pornografia: "Quanto ao mais, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é honesto, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se há alguma virtude, e se há algum louvor, nisso pensai" (Fp 4:8). Que Deus nos ajude a revestir-nos de toda a armadura dEle, para que possamos estar firmes contra as astutas ciladas do diabo!

CONCLUSÃO


O mundo sem Deus quer inculcar a ideia de que a família é uma instituição falida e plenamente dispensável. As novelas, os programas de TV, revistas, a Internet, tentam passar a ideia de que a família é um entrave ao prazer, à liberdade, à individualidade. Esse é o ataque contra os propósitos da família. Mas, também os valores da família estão sob ataque (ver Rm 1:26,27). O padrão natural para a família está sendo trocado por outros padrões. Já chegamos à época em que nós seremos perseguidos por não nos conformarmos com os novos valores que extinguem a família como nós a conhecemos e como foi idealizada por Deus. Infelizmente, existem muitos pastores que estão sendo processados por pregarem a Palavra tal e qual ela se apresenta.

Mas, se a família está sob ataque, é preciso que haja um contra-ataque. Josué, o substituto de Moisés na retirada do povo de Israel do Egito, teve de tomar uma decisão sobre sua família. Contra todas as tendências, contra toda a oposição e tentação para o afastamento de Deus, ele declarou diante do povo: “Se, porém, não lhes agrada servir ao Senhor, escolham hoje a quem irão servir, se aos deuses que os seus antepassados serviram além do Eufrates, ou aos deuses dos amorreus, em cuja terra vocês estão vivendo. Mas, eu e a minha família serviremos ao Senhor (Js 24:15). Você teria coragem de tomar uma posição como essa diante de Deus e das pessoas que irão lhe criticar? Você tem coragem de dizer: “Esse tipo de programa nós não vamos mais assistir aqui em casa”? Ou dizer: “Essa literatura não entra mais neste lar”? Você tem coragem de estabelecer limites para os seus filhos? Você, jovem, que está pensando em se casar, tem coragem de dizer que não irá formar uma família se ela não estiver dentro dos padrões de Deus? É preciso contra-atacar! É preciso uma decisão firme e dentro dos propósitos de Deus para a família. Que você tenha a coragem de dizer: “Eu e a minha família serviremos ao Senhor!” Amém!

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Elaboração: Luciano de Paula Lourenço – Prof. EBD – Assembléia de Deus – Ministério Bela Vista. Disponível no Blog: http://luloure.blogspot.com

Referências Bibliográficas:

Bíblia de Estudo Pentecostal.

Bíblia de estudo – Aplicação Pessoal.

O Novo Dicionário da Bíblia – J.D.DOUGLAS.

Comentário Bíblico NVI – EDITORA VIDA.

Revista Ensinador Cristão – nº 54 – CPAD.

Comentário Bíblico Beacon, – CPAD.

Comentário do Novo Testamento – Aplicação Pessoal.

A Família Cristã e os ataques do inimigo – Elinaldo Renovato – CPAD.