Texto Básico: Salmo 100:1-5; 1Co 14:26
Salmo 100:1-5:
1. Celebrai com
júbilo ao SENHOR, todos os moradores da terra.
2. Servi ao SENHOR
com alegria e apresentai-vos a ele com canto.
3. Sabei que o SENHOR
é Deus; foi ele, e não nós, que nos fez povo seu e ovelhas do seu pasto.
4. Entrai pelas
portas dele com louvor e em seus átrios, com hinos; louvai-o e bendizei o seu
nome.
5. Porque o SENHOR é
bom, e eterna, a sua misericórdia; e a sua verdade estende-se de geração a
geração.
1Corintios
14:26:
“Que fareis, pois,
irmãos? Quando vos ajuntais, cada um de vós tem salmo, tem doutrina, tem
revelação, tem língua, tem interpretação. Faça-se tudo para edificação”.
I. INTRODUÇÃO
Neste estudo, trataremos sobre a Sublimidade do
Culto Cristão. Trataremos sobre a
ordem, decência, reverência e espiritualidade do culto divino, principalmente
no templo. Todos os salvos têm uma parcela de responsabilidade na obra de Deus,
e isso inclui a cooperação para a boa ordem no culto.
Para muitos cristãos, ir ao culto é uma questão
de hábito. Por hábito entenda-se aquela disposição duradoura adquirida desde o
início da vida cristã, quando entregamos nossa vida ao Senhor. De um modo ou
outro, este hábito produz em muitas pessoas um senso de obrigação, algo que
precisa ser feito pelo menos uma vez por semana. Outros têm maior necessidade
de ir ao culto, sendo este hábito fortalecido por um profundo desejo de estar
na casa de Deus, pode-se dizer neste caso que é um hábito que se renova no
instante que o cristão está se dirigindo à casa do Senhor.
Todavia, cultuar a Deus não é um hábito, é a
expressão máxima de nossa devoção ao Senhor, de nossa dependência à sua palavra
e de nossa necessidade de prestar-lhe serviço. O culto cristão é uma resposta
ao imenso amor de Deus por nós, mediante expressões de louvor e adoração. O
culto é a mais expressiva manifestação humana de aproximação com Deus. O culto
é a comunhão do homem com Deus em Cristo. O culto é a resultante de nossa
reconciliação com Deus promovida por Jesus Cristo: “Mas agora, em
Cristo Jesus, vós, que antes estáveis longe, já pelo sangue de Cristo chegastes
perto” (Ef 2:13).
Deus tem concedido ao homem o privilégio de
cultuar seu Criador e Redentor. Mas, em Hebreus 10:22, Deus instrui quanto à
maneira como devemos entrar em Sua presença: "aproximemo-nos, com sincero
coração, em plena certeza de fé, tendo o coração purificado". Hebreus
10:25 também adverte quanto à necessidade de cultuar a Deus na igreja
juntamente com os irmãos na fé: "não deixemos de congregar-nos, como é
costume de alguns".
Que em nós se cumpra o que está escrito em João
2:17: “O zelo da tua casa me devorará”. Isto é, me consumirá.
I. CELEBRAR A DEUS (Sl 100:1)
1. Conhecimento de Deus. Para poder cultuar a Deus, precisamos saber quem Ele é. Ele é o
grande Deus Criador (Sl 100:3); Ele é o único e verdadeiro Deus "porque
todos os deuses dos povos não passam de ídolos" (Sl 96:5). Precisamos
conhecer Deus na Sua grandeza, no Seu poder, na Sua santidade, na Sua bondade,
na retidão e na providência em favor dos homens.
Qual é o seu conhecimento de Deus? Assim será o
seu culto.
2. A adoração a Deus e o zelo. Sempre
existiram dois tipos de adoradores: os bons e os maus. Há muitos exemplos na
Bíblia: Abel e Caim (Gn 4); Maria de Betânia e Judas Iscariotes (João 12);
Abraão e Ló (Gn 18).
3. Reconhecimento da pureza de Deus. Deus disse: “Sede santos, porque eu sou santo” (1Pe
1:16). Deus é santo (Sl 99:9), por isso Ele exige vida de santidade dos seus
servos – os quais devem viver diante dEle, confessando e arrependendo-se dos
pecados cometidos, reconhecendo que não são merecedores da graça de Deus. Mas
também Ele exige que, ao cultua-lo, tenham mãos limpas e coração puro (Sl
24:4). Nas bem-aventuranças, Cristo ensina: “felizes os limpos de coração,
porque verão a Deus” (Mt 5:8).
A confissão e o arrependimento fazem parte de
sua vida diária?
II. COMPONENTES DO CULTO CRISTÃO
A Bíblia afirma que, quando a igreja se reúne, deve haver, na
devoção coletiva, salmo, doutrina, revelação, língua e interpretação, tudo com
o propósito de edificação (1Co 14:26). Vejamos, pois, cada um destes
componentes ou momentos que deve haver na devoção coletiva a Deus.
1. Salmo, ou seja, o
louvor.
Quando Paulo se refere a salmo, está se referindo ao louvor, pois o salmo era a
forma pela qual os judeus louvavam ao Senhor, já que os Salmos eram o hinário
oficial de Israel. Desde os tempos do Antigo Testamento, nas cerimônias e
celebrações coletivas de adoração a Deus, estava presente um momento de louvor
e de cântico.
As Escrituras ensinam-nos, em diversas partes,
que tudo quanto tem fôlego deve louvar ao Senhor (Sl 150:6). O louvor é a
prática devocional que perdurará após a glorificação dos salvos, pois os anjos
não cessam de louvar a Deus e estaremos com o Senhor para sempre, louvando-o.
Deste modo, é indispensável que a liturgia incorpore momentos de louvor na vida
devocional coletiva. Entretanto, o louvor, como bem demonstra a Bíblia, é um
sacrifício pacífico que se faz ao Senhor nesta dispensação (Hb 13:15). Sendo
assim, há critérios que devem ser observados quanto ao louvor que deve ser
entoado pela igreja ou na igreja por ocasião de nossas reuniões devocionais.
O louvor é importante, mas é apenas um
instante de preparação para o momento principal da reunião, que é a exposição
da Palavra de Deus. A Bíblia mostra-nos que Jesus dedicou apenas uma pequena
parte do culto de instituição da ceia para o louvor(Mt 26:30), hino, aliás,
que, entendem muitos estudiosos da Bíblia Sagrada, seja o salmo 116 (ou seja,
Jesus cantou um cântico selecionado, um cântico sacro, um cântico do hinário
oficial de Israel). O alimento espiritual do homem é a Palavra de Deus.
2. Oração. Este momento é
denominado por Paulo em 1Corintios 14:26 de revelação, de língua e de
interpretação. É indispensável que a igreja, reunida, busque a Deus em oração,
para que tenhamos uma verdadeira adoração e a presença de Deus se faça sentir
no meio dos crentes. Cada crente deve, assim que chegar à igreja, buscar a face
do Senhor, orar para que o nome do Senhor seja glorificado na reunião.
Atualmente, este momento não tem mais o vigor e
a dedicação que existia alguns anos atrás, quando o povo de Deus, ao chegar à
casa do Senhor, dobrava seus joelhos e, numa atitude de reverência, seguindo o
que determina a Bíblia Sagrada (Ec 5:1), orava ao Senhor até o início da
reunião. O culto na igreja começa quando ali chegamos e devemos aproveitar o
nosso tempo para orar e buscar a presença de Deus. As reuniões não têm sido
mais proveitosas espiritualmente para os crentes exatamente porque não há este
propósito de orarmos ao Senhor desde o instante de nossa chegada à igreja
local.
3. Contribuições para o
Trabalho da Igreja. Este momento deve ser encarado como item da liturgia no culto,
pois faz parte, também, da adoração ao Senhor. É parte integrante e
indissociável da nossa adoração. Contribuir para o sustento da obra do Senhor é
um dever de cada crente, indistintamente, dentro da possibilidade de cada um. E
deve ser feita com alegria, como diz o texto sagrado: “Cada um contribua segundo propôs no seu coração; não com tristeza, nem por constrangimento; porque Deus ama
ao que dá com alegria” (2Co 9:7). Não obstante, temos aqui apenas uma parte
do culto devocional, que deve ser conduzida com moderação e devida explicação
de seus objetivos aos ouvintes da Palavra de Deus, buscando-se, diante do
mercantilismo reinante no mundo religioso dos nossos dias, haver um devido
esclarecimento e, inclusive, relevando-se que se trata de uma obrigação dos
crentes, não extensiva àqueles que estejam visitando a comunidade.
4. Exposição da Palavra
de Deus.
Considera-se o componente mais importante do culto ao Senhor. A explanação da
Palavra é uma necessidade imensa do povo de Deus e um dos principais motivos
para a sua reunião coletiva. Se existe a igreja local, se existe este grupo com
o devido governo constituído pelo Senhor, é, precisamente, para que haja o
ensino da Palavra de Deus, tarefa primordial do ministério na casa do Senhor
(ler At 6:2,4).
Estes componentes da
liturgia do culto cristão são os recomendados na Bíblia Sagrada e,
sinceramente, são os suficientes para nos deleitarmos com a presença de Deus.
Quando feitos com decência e ordem e dirigidos pelo Espírito Santo, certamente
a reunião coletiva da Igreja ensejará num verdadeiro culto ao Senhor.
III. A CONDUTA NO TEMPLO
Há dois célebres
textos que falam da ética cristã no culto: “Guarda o teu pé, quando entrares
na casa de Deus; e inclina-te mais a ouvir do que a oferecer sacrifícios de
tolos” (Ec 5:1); “Mui fiéis são os teus testemunhos; a santidade convém
à tua casa, Senhor” (Salmos 93:5).
1. Conduta no Púlpito. O exemplo quanto à conduta na Casa de Deus durante o culto deve
partir dos pastores e demais obreiros que ocupam o púlpito. Aquele que conversa
ou se comporta indevidamente no púlpito é irreverente, contraditório,
intemperante, sem controle. Não se apercebe o tal que quem está no púlpito fica
em destaque e que seus gestos, postura e atitudes são imediatamente notados
pelos que estão em toda a nave do templo.
Também é reprovável o mau costume de certos
obreiros ficarem subindo e descendo do púlpito sem uma imperiosa razão que
justifique isso. O que poderão pensar os visitantes, crentes e descrentes?
Quando um crente se comporta mal no culto, seja onde for, isso significa que
ele não cresceu em sentido algum.
2. O serviço de som, a
música e os cantos. Se é costume da igreja a execução
de música gravada ou não antes de o culto começar, que a música seja em tom
suave e apropriada para coadjuvar os momentos devocionais dos fiéis que estão
chegando para o culto.
Deve haver um limite
de números musicais a serem executados durante o culto pelos órgãos musicais da
igreja e pelos cantores. Deixar essa definição por conta deles revela falta de
sabedoria do dirigente do culto. Além disso, muita música hoje nas igrejas não
é sacra, não é espiritual, não arrebata a alma, não fala ao coração, não
edifica, não inspira, nem nos move a adorar a Deus. Não é “música de Deus”,
como está escrito em 1Crônicas 16:42. A música no culto deve ser um meio e um
ministério para Deus revelar e manifestar a sua presença em nosso meio.
Infelizmente,
enquanto a congregação canta no máximo dois ou três hinos em todo o culto,
solistas, conjuntos, corais e bandas cantam e tocam quatro vezes mais que isso.
Isso é também desequilíbrio, mau gosto, falta de discernimento.
Segundo as
Escrituras, o incenso sagrado, o qual simboliza a oração e a adoração ao
Senhor, era composto de vários ingredientes, mas todos de peso igual (Êx
30:34). O azeite vinha na frente (Êx 30:22-32) e depois vinha o incenso (Êx
30:34-38). O azeite fala do Espírito Santo. A predominância do Espírito de Deus
na vida do crente e no ambiente do culto leva-o a uma profunda e santa adoração
ao Senhor.
3. Os diáconos na igreja. No culto, os
diáconos desempenham um papel muito importante. Uma de suas funções é acomodar
o povo que vai adentrando o templo e, a seguir, ajudar a manter a boa ordem
durante todo o culto, circulando discretamente, olhando discretamente,
aproximando-se sabiamente de locais onde notar movimento e comportamento
anormais.
Os diáconos escalados
para o culto não devem ficar sentados. Seu trabalho é executado sempre em pé.
Devem estar sempre atentos a qualquer sinal do púlpito para ajudar. Mesmo o
diácono que não está escalado para o culto deve estar sempre atento para ajudar
a sanar qualquer dificuldade que venha a surgir.
4. Recomendações para um Culto mais solene e espiritual
a)
Não adentrar o templo apressadamente, nem
pisando com força. Os descrentes não fazem isso no cinema, por exemplo, e a
Casa de Senhor é um lugar santo em todo tempo. Ela foi consagrada a Deus.
b)
Se você chegou um pouco cedo, não espere o
culto começar para entrar no templo. Se você não entra, sem uma razão que
justifique isso, você está contribuindo para a desordem no culto sagrado. Antes
de sentar-se, ore primeiro a Deus. Não faça uma oração por mera formalidade.
Fale mesmo com Deus, orando pelo culto.
c)
Procure sentar-se nos bancos ou assentos da
frente (em relação ao púlpito). Deixe os bancos de trás para os retardatários
etc.
d)
Evite usar com frequência o banheiro do templo.
Banheiro de templo é para casos específicos ou emergências. Pessoas que no
culto ficam entrando e saindo de banheiro ou estão doentes, ou são viciadas
nisso, ou estão se exibindo, ou não querem santificar o culto ao Senhor.
e)
Após sentar-se, cumprimente alegre e
discretamente as pessoas ao seu redor, fazendo-as assim sentirem-se à vontade
na Casa de Deus, mormente se são visitantes, crentes ou não.
f)
Não fique a conversar com ninguém durante o
culto, sob pretexto nenhum. Controle sua mente e sua língua. Se você não
controla a sua língua, não controla nada mais na sua vida.
g)
Ensine suas crianças a se comportarem na Casa
de Deus: como entrar no templo, como andar dentro do templo sem chamar a
atenção, como sair do templo em ordem etc. A Casa de Deus não é parque de
diversão para criança correr e brincar. Caso isso aconteça, os primeiros
culpados são os pais ou responsáveis pela criança.
h)
É reprovável durante o culto ao Senhor o
costume de mascar chiclete ou qualquer outra goma, chupar balas ou comer
qualquer coisa. A Casa do Senhor não é lugar para tais coisas. Na antiga lei
mosaica, essas pessoas sairiam mortas do templo. Mas o espírito da lei continua
em vigor. São por essas coisas que muitos crentes em nossos dias já perderam o
fervor espiritual, o temor de Deus e estão frios na fé, sem saber o porquê.
Será que o incrédulo,
ao entrar em nossa igreja no momento do culto, percebe que os crentes estão
adorando ao Senhor em espírito e em verdade, e é levado a adorar a Deus também,
"testemunhando que Deus está, de fato, no meio de vós" (1Co 14:25)?
Quero que você pense
porque, às vezes, você entra para cultuar e adorar a Deus e tem reações como as
seguintes em relação ao culto:
1. "Foi dez! Aquele conjunto é excelente e
parece ser profissional".
2. "Foi médio! Não gosto muito daquele dirigente do
louvor, mas a mensagem foi boa!".
3. "Foi ótimo! Tudo que foi dito foi direto para o meu
irmão; tudo que ele precisava ouvir!".
4. "Foi muito ruim! Só cantaram hinos e cânticos
antigos e o pastor falou muito!".
Para você saber que tudo o que foi dito acima tem apoio na Palavra
de Deus, leia as passagens da Palavra de Deus que se seguem, meditando bem no
que lê: Levítico 19:30; Salmos 89:7 e 93:5; Eclesiastes 5:1; Habacuque 2:20;
João 2:13-17; 1Coríntios 11:22 e 1Timóteo 3:15.
CONCLUSÃO
No culto ao Senhor, a
sua dimensão espiritual, o seu efeito poderoso e duradouro, a sua eficácia em
geral para nos abençoar e a edificação espiritual que pode promanar de suas
diversas partes, inclusive uma mensagem poderosa do pregador, dependem muito
das atitudes e da conduta do púlpito e da própria congregação.
Tem
você cultuado a Deus na beleza de sua santidade, como a Bíblia o requer? Nós não podemos prestar um culto a Deus por força de nosso hábito,
nem por interesse em nosso próprio bem estar pessoal, nem por considerar obter
algum ganho diante de Deus. Nós prestamos cultos a Deus porque Deus “nos tirou
do poder das trevas, e nos transportou para o reino do seu Filho amado” (Cl
1:13b).
-------
Pb. Luciano de Paula Lourenço – Prof.
EBD – Assembléia de Deus – Ministério Bela Vista.
Referências Bibliográficas:
Bíblia de Estudo Pentecostal.
Comentário do Novo Testamento – Aplicação Pessoal, CPAD.
Ética Cristã no Culto
– Pr. Antonio Gilberto – CPADNews.
Por favor, o que o Senhor acha de políticos discursando durante o culto público ao Senhor, enquanto há levitas, e imãos que não tem oportunidade para falar ao Senhor? E pior, depois que falam, vão embora sem esperar a Santa e Poderosa Palavra de Deus ser ministrada.
ResponderExcluir