sexta-feira, 5 de abril de 2013

A SUBLIMIDADE DO CULTO CRISTÃO


Texto Básico: Salmo 100:1-5; 1Co 14:26




Salmo 100:1-5:

 

1. Celebrai com júbilo ao SENHOR, todos os moradores da terra.

2. Servi ao SENHOR com alegria e apresentai-vos a ele com canto.

3. Sabei que o SENHOR é Deus; foi ele, e não nós, que nos fez povo seu e ovelhas do seu pasto.

4. Entrai pelas portas dele com louvor e em seus átrios, com hinos; louvai-o e bendizei o seu nome.

5. Porque o SENHOR é bom, e eterna, a sua misericórdia; e a sua verdade estende-se de geração a geração.

 

1Corintios 14:26:

 

“Que fareis, pois, irmãos? Quando vos ajuntais, cada um de vós tem salmo, tem doutrina, tem revelação, tem língua, tem interpretação. Faça-se tudo para edificação”.

 

I. INTRODUÇÃO


Neste estudo, trataremos sobre a Sublimidade do Culto Cristão. Trataremos sobre  a ordem, decência, reverência e espiritualidade do culto divino, principalmente no templo. Todos os salvos têm uma parcela de responsabilidade na obra de Deus, e isso inclui a cooperação para a boa ordem no culto.

Para muitos cristãos, ir ao culto é uma questão de hábito. Por hábito entenda-se aquela disposição duradoura adquirida desde o início da vida cristã, quando entregamos nossa vida ao Senhor. De um modo ou outro, este hábito produz em muitas pessoas um senso de obrigação, algo que precisa ser feito pelo menos uma vez por semana. Outros têm maior necessidade de ir ao culto, sendo este hábito fortalecido por um profundo desejo de estar na casa de Deus, pode-se dizer neste caso que é um hábito que se renova no instante que o cristão está se dirigindo à casa do Senhor.

Todavia, cultuar a Deus não é um hábito, é a expressão máxima de nossa devoção ao Senhor, de nossa dependência à sua palavra e de nossa necessidade de prestar-lhe serviço. O culto cristão é uma resposta ao imenso amor de Deus por nós, mediante expressões de louvor e adoração. O culto é a mais expressiva manifestação humana de aproximação com Deus. O culto é a comunhão do homem com Deus em Cristo. O culto é a resultante de nossa reconciliação com Deus promovida por Jesus Cristo: “Mas agora, em Cristo Jesus, vós, que antes estáveis longe, já pelo sangue de Cristo chegastes perto” (Ef 2:13).

Deus tem concedido ao homem o privilégio de cultuar seu Criador e Redentor. Mas, em Hebreus 10:22, Deus instrui quanto à maneira como devemos entrar em Sua presença: "aproximemo-nos, com sincero coração, em plena certeza de fé, tendo o coração purificado". Hebreus 10:25 também adverte quanto à necessidade de cultuar a Deus na igreja juntamente com os irmãos na fé: "não deixemos de congregar-nos, como é costume de alguns".

Que em nós se cumpra o que está escrito em João 2:17: “O zelo da tua casa me devorará”. Isto é, me consumirá.

I. CELEBRAR A DEUS (Sl 100:1)


1. Conhecimento de Deus. Para poder cultuar a Deus, precisamos saber quem Ele é. Ele é o grande Deus Criador (Sl 100:3); Ele é o único e verdadeiro Deus "porque todos os deuses dos povos não passam de ídolos" (Sl 96:5). Precisamos conhecer Deus na Sua grandeza, no Seu poder, na Sua santidade, na Sua bondade, na retidão e na providência em favor dos homens.

Qual é o seu conhecimento de Deus? Assim será o seu culto.

2. A adoração a Deus e o zelo. Sempre existiram dois tipos de adoradores: os bons e os maus. Há muitos exemplos na Bíblia: Abel e Caim (Gn 4); Maria de Betânia e Judas Iscariotes (João 12); Abraão e Ló (Gn 18).

3. Reconhecimento da pureza de Deus. Deus disse: “Sede santos, porque eu sou santo” (1Pe 1:16). Deus é santo (Sl 99:9), por isso Ele exige vida de santidade dos seus servos – os quais devem viver diante dEle, confessando e arrependendo-se dos pecados cometidos, reconhecendo que não são merecedores da graça de Deus. Mas também Ele exige que, ao cultua-lo, tenham mãos limpas e coração puro (Sl 24:4). Nas bem-aventuranças, Cristo ensina: “felizes os limpos de coração, porque verão a Deus” (Mt 5:8).

A confissão e o arrependimento fazem parte de sua vida diária?

II. COMPONENTES DO CULTO CRISTÃO


A Bíblia afirma que, quando a igreja se reúne, deve haver, na devoção coletiva, salmo, doutrina, revelação, língua e interpretação, tudo com o propósito de edificação (1Co 14:26). Vejamos, pois, cada um destes componentes ou momentos que deve haver na devoção coletiva a Deus.

1. Salmo, ou seja, o louvor. Quando Paulo se refere a salmo, está se referindo ao louvor, pois o salmo era a forma pela qual os judeus louvavam ao Senhor, já que os Salmos eram o hinário oficial de Israel. Desde os tempos do Antigo Testamento, nas cerimônias e celebrações coletivas de adoração a Deus, estava presente um momento de louvor e de cântico.

As Escrituras ensinam-nos, em diversas partes, que tudo quanto tem fôlego deve louvar ao Senhor (Sl 150:6). O louvor é a prática devocional que perdurará após a glorificação dos salvos, pois os anjos não cessam de louvar a Deus e estaremos com o Senhor para sempre, louvando-o. Deste modo, é indispensável que a liturgia incorpore momentos de louvor na vida devocional coletiva. Entretanto, o louvor, como bem demonstra a Bíblia, é um sacrifício pacífico que se faz ao Senhor nesta dispensação (Hb 13:15). Sendo assim, há critérios que devem ser observados quanto ao louvor que deve ser entoado pela igreja ou na igreja por ocasião de nossas reuniões devocionais.

O louvor é importante, mas é apenas um instante de preparação para o momento principal da reunião, que é a exposição da Palavra de Deus. A Bíblia mostra-nos que Jesus dedicou apenas uma pequena parte do culto de instituição da ceia para o louvor(Mt 26:30), hino, aliás, que, entendem muitos estudiosos da Bíblia Sagrada, seja o salmo 116 (ou seja, Jesus cantou um cântico selecionado, um cântico sacro, um cântico do hinário oficial de Israel). O alimento espiritual do homem é a Palavra de Deus.

2. Oração. Este momento é denominado por Paulo em 1Corintios 14:26 de revelação, de língua e de interpretação. É indispensável que a igreja, reunida, busque a Deus em oração, para que tenhamos uma verdadeira adoração e a presença de Deus se faça sentir no meio dos crentes. Cada crente deve, assim que chegar à igreja, buscar a face do Senhor, orar para que o nome do Senhor seja glorificado na reunião.

Atualmente, este momento não tem mais o vigor e a dedicação que existia alguns anos atrás, quando o povo de Deus, ao chegar à casa do Senhor, dobrava seus joelhos e, numa atitude de reverência, seguindo o que determina a Bíblia Sagrada (Ec 5:1), orava ao Senhor até o início da reunião. O culto na igreja começa quando ali chegamos e devemos aproveitar o nosso tempo para orar e buscar a presença de Deus. As reuniões não têm sido mais proveitosas espiritualmente para os crentes exatamente porque não há este propósito de orarmos ao Senhor desde o instante de nossa chegada à igreja local.

3. Contribuições para o Trabalho da Igreja. Este momento deve ser encarado como item da liturgia no culto, pois faz parte, também, da adoração ao Senhor. É parte integrante e indissociável da nossa adoração. Contribuir para o sustento da obra do Senhor é um dever de cada crente, indistintamente, dentro da possibilidade de cada um. E deve ser feita com alegria, como diz o texto sagrado: “Cada um contribua segundo propôs no seu coração; não com tristeza, nem por constrangimento; porque Deus ama ao que dá com alegria” (2Co 9:7). Não obstante, temos aqui apenas uma parte do culto devocional, que deve ser conduzida com moderação e devida explicação de seus objetivos aos ouvintes da Palavra de Deus, buscando-se, diante do mercantilismo reinante no mundo religioso dos nossos dias, haver um devido esclarecimento e, inclusive, relevando-se que se trata de uma obrigação dos crentes, não extensiva àqueles que estejam visitando a comunidade.

4. Exposição da Palavra de Deus. Considera-se o componente mais importante do culto ao Senhor. A explanação da Palavra é uma necessidade imensa do povo de Deus e um dos principais motivos para a sua reunião coletiva. Se existe a igreja local, se existe este grupo com o devido governo constituído pelo Senhor, é, precisamente, para que haja o ensino da Palavra de Deus, tarefa primordial do ministério na casa do Senhor (ler At 6:2,4).

Estes componentes da liturgia do culto cristão são os recomendados na Bíblia Sagrada e, sinceramente, são os suficientes para nos deleitarmos com a presença de Deus. Quando feitos com decência e ordem e dirigidos pelo Espírito Santo, certamente a reunião coletiva da Igreja ensejará num verdadeiro culto ao Senhor.

III. A CONDUTA NO TEMPLO


Há dois célebres textos que falam da ética cristã no culto: “Guarda o teu pé, quando entrares na casa de Deus; e inclina-te mais a ouvir do que a oferecer sacrifícios de tolos” (Ec 5:1); “Mui fiéis são os teus testemunhos; a santidade convém à tua casa, Senhor” (Salmos 93:5).

1. Conduta no Púlpito. O exemplo quanto à conduta na Casa de Deus durante o culto deve partir dos pastores e demais obreiros que ocupam o púlpito. Aquele que conversa ou se comporta indevidamente no púlpito é irreverente, contraditório, intemperante, sem controle. Não se apercebe o tal que quem está no púlpito fica em destaque e que seus gestos, postura e atitudes são imediatamente notados pelos que estão em toda a nave do templo.

Também é reprovável o mau costume de certos obreiros ficarem subindo e descendo do púlpito sem uma imperiosa razão que justifique isso. O que poderão pensar os visitantes, crentes e descrentes? Quando um crente se comporta mal no culto, seja onde for, isso significa que ele não cresceu em sentido algum.

2.  O serviço de som, a música e os cantos.  Se é costume da igreja a execução de música gravada ou não antes de o culto começar, que a música seja em tom suave e apropriada para coadjuvar os momentos devocionais dos fiéis que estão chegando para o culto.

Deve haver um limite de números musicais a serem executados durante o culto pelos órgãos musicais da igreja e pelos cantores. Deixar essa definição por conta deles revela falta de sabedoria do dirigente do culto. Além disso, muita música hoje nas igrejas não é sacra, não é espiritual, não arrebata a alma, não fala ao coração, não edifica, não inspira, nem nos move a adorar a Deus. Não é “música de Deus”, como está escrito em 1Crônicas 16:42. A música no culto deve ser um meio e um ministério para Deus revelar e manifestar a sua presença em nosso meio.

Infelizmente, enquanto a congregação canta no máximo dois ou três hinos em todo o culto, solistas, conjuntos, corais e bandas cantam e tocam quatro vezes mais que isso. Isso é também desequilíbrio, mau gosto, falta de discernimento.

Segundo as Escrituras, o incenso sagrado, o qual simboliza a oração e a adoração ao Senhor, era composto de vários ingredientes, mas todos de peso igual (Êx 30:34). O azeite vinha na frente (Êx 30:22-32) e depois vinha o incenso (Êx 30:34-38). O azeite fala do Espírito Santo. A predominância do Espírito de Deus na vida do crente e no ambiente do culto leva-o a uma profunda e santa adoração ao Senhor.

3. Os diáconos na igreja. No culto, os diáconos desempenham um papel muito importante. Uma de suas funções é acomodar o povo que vai adentrando o templo e, a seguir, ajudar a manter a boa ordem durante todo o culto, circulando discretamente, olhando discretamente, aproximando-se sabiamente de locais onde notar movimento e comportamento anormais.

Os diáconos escalados para o culto não devem ficar sentados. Seu trabalho é executado sempre em pé. Devem estar sempre atentos a qualquer sinal do púlpito para ajudar. Mesmo o diácono que não está escalado para o culto deve estar sempre atento para ajudar a sanar qualquer dificuldade que venha a surgir.

4. Recomendações para um Culto mais solene e espiritual


a)      Não adentrar o templo apressadamente, nem pisando com força. Os descrentes não fazem isso no cinema, por exemplo, e a Casa de Senhor é um lugar santo em todo tempo. Ela foi consagrada a Deus.

b)      Se você chegou um pouco cedo, não espere o culto começar  para entrar no templo. Se você não entra, sem uma razão que justifique isso, você está contribuindo para a desordem no culto sagrado. Antes de sentar-se, ore primeiro a Deus. Não faça uma oração por mera formalidade. Fale mesmo com Deus, orando pelo culto.

c)       Procure sentar-se nos bancos ou assentos da frente (em relação ao púlpito). Deixe os bancos de trás para os retardatários etc.

d)      Evite usar com frequência o banheiro do templo. Banheiro de templo é para casos específicos ou emergências. Pessoas que no culto ficam entrando e saindo de banheiro ou estão doentes, ou são viciadas nisso, ou estão se exibindo, ou não querem santificar o culto ao Senhor.

e)      Após sentar-se, cumprimente alegre e discretamente as pessoas ao seu redor, fazendo-as assim sentirem-se à vontade na Casa de Deus, mormente se são visitantes, crentes ou não.

f)        Não fique a conversar com ninguém durante o culto, sob pretexto nenhum. Controle sua mente e sua língua. Se você não controla a sua língua, não controla nada mais na sua vida.

g)      Ensine suas crianças a se comportarem na Casa de Deus: como entrar no templo, como andar dentro do templo sem chamar a atenção, como sair do templo em ordem etc. A Casa de Deus não é parque de diversão para criança correr e brincar. Caso isso aconteça, os primeiros culpados são os pais ou responsáveis pela criança.

h)      É reprovável durante o culto ao Senhor o costume de mascar chiclete ou qualquer outra goma, chupar balas ou comer qualquer coisa. A Casa do Senhor não é lugar para tais coisas. Na antiga lei mosaica, essas pessoas sairiam mortas do templo. Mas o espírito da lei continua em vigor. São por essas coisas que muitos crentes em nossos dias já perderam o fervor espiritual, o temor de Deus e estão frios na fé, sem saber o porquê.

Será que o incrédulo, ao entrar em nossa igreja no momento do culto, percebe que os crentes estão adorando ao Senhor em espírito e em verdade, e é levado a adorar a Deus também, "testemunhando que Deus está, de fato, no meio de vós" (1Co 14:25)?

Quero que você pense porque, às vezes, você entra para cultuar e adorar a Deus e tem reações como as seguintes em relação ao culto:

1. "Foi dez! Aquele conjunto é excelente e parece ser profissional".

2. "Foi médio! Não gosto muito daquele dirigente do louvor, mas a mensagem foi boa!".

3. "Foi ótimo! Tudo que foi dito foi direto para o meu irmão; tudo que ele precisava ouvir!".

4. "Foi muito ruim! Só cantaram hinos e cânticos antigos e o pastor falou muito!".

Para você saber que tudo o que foi dito acima tem apoio na Palavra de Deus, leia as passagens da Palavra de Deus que se seguem, meditando bem no que lê: Levítico 19:30; Salmos 89:7 e 93:5; Eclesiastes 5:1; Habacuque 2:20; João 2:13-17; 1Coríntios 11:22 e 1Timóteo 3:15.

CONCLUSÃO


No culto ao Senhor, a sua dimensão espiritual, o seu efeito poderoso e duradouro, a sua eficácia em geral para nos abençoar e a edificação espiritual que pode promanar de suas diversas partes, inclusive uma mensagem poderosa do pregador, dependem muito das atitudes e da conduta do púlpito e da própria congregação.

Tem você cultuado a Deus na beleza de sua santidade, como a Bíblia o requer? Nós não podemos prestar um culto a Deus por força de nosso hábito, nem por interesse em nosso próprio bem estar pessoal, nem por considerar obter algum ganho diante de Deus. Nós prestamos cultos a Deus porque Deus “nos tirou do poder das trevas, e nos transportou para o reino do seu Filho amado” (Cl 1:13b).

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Pb. Luciano de Paula Lourenço – Prof. EBD – Assembléia de Deus – Ministério Bela Vista. 

Referências Bibliográficas:

Bíblia de Estudo Pentecostal.

Comentário do Novo Testamento – Aplicação Pessoal, CPAD.

Ética Cristã no Culto – Pr. Antonio Gilberto – CPADNews.

 

 

 

 

 

Um comentário:

  1. Por favor, o que o Senhor acha de políticos discursando durante o culto público ao Senhor, enquanto há levitas, e imãos que não tem oportunidade para falar ao Senhor? E pior, depois que falam, vão embora sem esperar a Santa e Poderosa Palavra de Deus ser ministrada.

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