3º Trimestre/2013
Texto Básico:
Filipenses 3:17-21
“Porque
muitos há, dos quais muitas vezes vos disse e agora também digo, chorando, que
são inimigos da cruz de Cristo” (Fp 3:18).
INTRODUÇÃO
Nesta Aula,
veremos o zelo do pastor para com as suas ovelhas, pois o verdadeiro pastor é
aquele que protege o rebanho dos falsos mestres. Paulo pregou a verdade e
denunciou o erro; ele promoveu o evangelho e combateu a heresia. Não fazia
relações públicas acerca da verdade para agradar as pessoas. Ele chamou os
falazes mestres de “inimigos da cruz de Cristo”. O seu zelo pastoral o levava
às lágrimas na defesa de suas ovelhas; ele se comovia ao perceber que algum
perigo as ameaçava. A preocupação do apóstolo era que os falsos
mestres(provavelmente judaizantes legalistas ou gnósticos) se aproximassem dos
crentes filipenses. Esses falsos mestres eram considerados por Paulo
"inimigos da cruz", pessoas que trabalhavam para esvaziar o sentido
da Cruz de Cristo. Ele pede aos crentes de Filipos que lutem contra esses
inimigos a fim de que não venham sucumbir na fé. Esta advertência de Paulo deve
ser levado a sério pela igreja na atualidade, pois atualmente também muitos são
os inimigos da cruz de Cristo.
I. EXORTAÇÃO À FIRMEZA EM CRISTO (Fp
3:17)
“Irmãos, sede
imitadores meus e observai os que andam segundo o modelo que tendes em
nós”(ARA).
1.
Imitando o exemplo de Paulo (Fp 3:17a). Paulo
encoraja os crentes de Filipos a buscarem a semelhança de Cristo seguindo o exemplo
do próprio Paulo. Eles não deveriam seguir falsos mestres ou os inimigos da
cruz (Fp 3:18). Em vez disso, como Paulo enfocava a sua vida em ser como
Cristo, eles também deveriam fazer o mesmo.
Devemos estar
cônscios de que Paulo jamais usaria de presunção para exortar os crentes de
Filipos nestes termos, haja vista que ele sempre enfocou Jesus Cristo e rogou
aos crentes para também seguirem o exemplo de outros que seguiam a Cristo.
Portanto, Paulo rogou que os filipenses o imitassem como um guia prático de
conduta. Na verdade, Paulo considerava-se receptor da misericórdia de Deus,
cujo propósito era ser “padrão” para os demais cristãos. Ele era um paradigma
para os crentes tanto na questão da doutrina quanto na questão da ética. Ele
era modelo tanto na teologia quanto na vida. Seu ensino e seu caráter eram
aprovados. Sua vida confirmava sua doutrina, e sua doutrina norteava a sua
vida. Assim, toda sua vida depois da sua
conversão foi dedicada à tarefa de apresentar aos outros um esboço do que o
cristão deve ser.
Deus salvou Paulo
com a finalidade de mostrar ao mundo, pelo exemplo de sua conversão, que o que
fez na vida dele também pode e fará na vida de outros. Você pode fazer o mesmo?
Você está servindo de exemplo para aqueles que foram salvos pela graça de Deus?
Que tipo de seguidor um novo cristão se tornaria se ele lhe imitasse?
2.
O exemplo de outros obreiros fiéis (Fp 3:17b). “...observai os que andam segundo o modelo
que tendes em nós”. Aqui, Paulo está reconhecendo o valor da influência
testemunhal de outros cristãos, cujas vidas eram baseadas na dele (aqueles
crentes maduros mencionados em Fp 3:15). Isso faz referência a quaisquer outros
que experimentassem a mesma qualidade de vida que Paulo. Em fim, os cristãos de
Filipos deveriam observar a conduta dos fieis cristãos, tal como a de Timóteo,
Epafrodito e outros, e aprenderem com eles, a fim de não se desviarem da fé. É
claro que hoje temos o nosso compêndio doutrinário, o Novo Testamento,
disponível à igreja. É dele que advém todas as diretrizes para que andemos como
filhos e santos de Deus. Ele é infalível e imutável em seus ensinos. Ele é a
bússola que nos conduz ao destino certo.
II. OS INIMIGOS DA
CRUZ DE CRISTO (Fp 3:18,19)
“Porque muitos há,
dos quais muitas vezes vos disse e agora também digo, chorando, que são
inimigos da cruz de Cristo.
“O fim deles é a
perdição, o deus deles é o ventre, e a glória deles é para confusão deles
mesmos, que só pensam nas coisas terrenas”.
1.
Os inimigos da cruz de Cristo(Fp 3:18). Assim como
em Filipenses 3:17 o apóstolo Paulo diz a quem os crentes devem seguir, no
versículo 18 diz a quem não devem seguir. O apóstolo não identifica quem são
esses inimigos da cruz de Cristo. Não diz se eram os falsos ensinadores judeus
mencionados em Fp 3:2 ou se eram ensinadores que se diziam cristãos, mas
transformavam a liberdade em licenciosidade e se serviam da graça como pretexto
para pecar.
Paulo havia
alertado os cristãos acerca desses falsos mestres, agora o faz outra vez, “até
chorando”. Por que ele chorou ao fazer tão grande denuncia? Por causa do mal
que esses falsos mestres causaram às igrejas de Deus. Por causa do opróbrio que
trouxeram ao nome de Cristo. Por causa das vidas que arruinaram. Porque estavam
ofuscando o verdadeiro significado da cruz. Sim, e também porque o verdadeiro
amor chora quando denuncia os “inimigos da cruz de Cristo”, assim como o Senhor
Jesus chorou pela cidade de Jerusalém.
2.
”O deus deles é o ventre” (Fp 3:19a). A
expressão "o deus deles é o ventre" denota aqueles que adoram
a carne através das práticas sensuais desenfreadas. Os “inimigos da cruz”
viviam o aqui e o agora, e jamais pensavam na eternidade – “comamos e
bebamos que amanhã morreremos”. Esta postura visava destruir o Evangelho e
todo o progresso dele na vida dos filipenses. Além de sensuais, os falsos
mestres invalidavam a suficiência da cruz de Cristo com suas atitudes
degradantes e sem quaisquer escrúpulos. Paulo diz que para eles, não há outro
destino, se não, o da perdição eterna, ou seja, a separação eterna de Deus, que
é a segunda morte.
Segundo o rev.
Hernandes Dias Lopes, os “inimigos da cruz de Cristo” vivem encurvados para o
próprio umbigo. “Ventre”, neste versículo, vem da palavra “koilia”, que
pode significar "útero" ou "umbigo". Assim sendo, Paulo
pode estar simplesmente comentando o egocentrismo deles. Portanto, tudo quanto
faziam era fixar os olhos no próprio umbigo. O deus deles eram eles mesmos. A
vida deles eram centrada neles mesmos. Eram adoradores de si mesmos. Em vez de
procurar manter seus apetites físicos sob controle (Rm 8:13; 1Co 9:27),
compreendendo que nosso corpo é o templo do Espírito Santo, no qual Deus deve
ser glorificado (1Co 6:20), essas pessoas se entregavam à glutonaria e à
licenciosidade".
3.
“A glória deles é para confusão deles mesmos” (Fp 3:19b).
Os “inimigos da cruz de Cristo” se gloriavam de coisas das quais deviam se
envergonhar: sua nudez e seu comportamento imoral. Eles escarneciam da virtude
e exaltavam o opróbrio. Ao mal, chamavam bem, e ao bem, mal; faziam das trevas
luz, e da luz, trevas; colocavam o amargo por doce, e o doce, por amargo (Is
5:20). Eles não apenas levavam a bom termo seus maus desígnios, mas ainda se
vangloriavam disso. A glória desses falsos mestres era para “confusão deles
mesmos”. A recompensa deles era fugaz. A decepção deles era certa. A ruína
deles era veloz.
4.
“que só pensam nas coisas terrenas”(Fp 3:19c).
Para os “inimigos da cruz”, as coisas importantes da vida eram comida,
vestimenta, honras, conforto e prazer. Comportavam-se como se fossem viver
sobre a terra para todo o sempre. Esta história se repete atualmente. Concordo
com o rev. Hernandes Dias Lopes ao dizer que “muitos líderes religiosos, sem
temor, têm-se empoleirado no púlpito, usando artifícios e malabarismos, com a
Bíblia na mão, arrancando dinheiro das pessoas, fazendo promessas que Deus não
faz em Sua Palavra. Esses obreiros fraudulentos, sem nenhum escrúpulo,
mercadejam o evangelho da graça, para alimentar a sua ganância insaciável.
Hoje, a religião, para muitos, tem sido um bom negócio, uma fonte de lucro, um
caminho fácil de enriquecimento. O mercado da fé tem produto para todos os
gostos. A oferta é abundante. A procura é imensa. A causa é a ganância. A
consequência é o engano. O resultado é a decepção. O fim da linha é o inferno”.
III. O FUTURO
GLORIOSO DOS QUE AMAM A CRUZ DE CRISTO (Fp 3:20,21)
“Mas a nossa cidade está nos céus, donde também esperamos
o Salvador, o Senhor Jesus Cristo, que transformará o nosso corpo abatido, para
ser conforme o seu corpo glorioso, segundo o seu eficaz poder de sujeitar
também a si todas as coisas”.
O apóstolo Paulo,
depois demonstrar o seu zelo pastoral, alertando acerca dos “inimigos da cruz
de Cristo”, lança o seu olhar rumo ao futuro e destaca três gloriosas verdades
que são as âncoras de nossa esperança.
1. O Céu é a nossa Pátria - “Mas a
nossa cidade está nos céus” (Fp 3:20). O Céu é um lugar e um estado. É o lugar da morada de Deus e
da sua Igreja resgatada, e um estado de bem-aventurança eterna, onde jamais
entrarão a dor, a lágrima, o luto e a morte. Enquanto os falsos mestres tinham os
seus pensamentos voltados aos assuntos terrenos (Fp 3:19), os crentes deveriam
desejar fervorosamente o seu Lar.
Na época em que a
epístola foi escrita, Filipos era uma colônia de Roma (At 16:12). Desta feita,
aqueles que moravam em Filipos tinham a sua cidadania romana, embora a maioria
dos filipenses jamais tivesse estado na cidade de Roma. A cidadania romana era
altamente estimada à época de Paulo. Os cristãos em Filipos, tão orgulhosos de
sua cidadania romana (At 16:20,21), deveriam ter valorizado ainda mais a sua
cidadania nos céus, onde o Senhor Jesus Cristo vive. Os crentes deveriam ter
considerado a si mesmos como “peregrinos”, vivendo temporariamente em um pais
estrangeiro, com o seu Lar em outro lugar. Um dia eles iriam experimentar todos
os privilégios especiais de sua cidadania celestial, porque Cristo iria voltar
como seu Salvador. Os crentes estão esperando o Salvador voltar do Céu para a
Terra, em sua segunda vinda. Enquanto estavam na Terra, os crentes eram
cidadãos de seu país (os filipenses eram cidadãos de Roma, estando, portanto,
sob o governo de César); contudo, a lealdade absoluta deveria ser dedicada ao
único Salvador verdadeiro, o Senhor Jesus Cristo, que governa nos céus, onde
todos os crentes possuem a sua cidadania definitiva.
Somos peregrinos
neste mundo, não somos daqui. Nascemos de cima, do
alto, de Deus. O Céu é a nossa origem e também o nosso destino. O nosso nome
está arrolado no Céu (Lc 10:20), está registrado no livro da vida (Fp 4:3). É
isso que determina nossa entrada final no país celestial (Ap 20:15).
Por causa da
expectativa de habitar em uma cidade superior, Abraão
contentou-se em viver em uma tenda (Hb 11:13-16). Por causa da expectativa da
recompensa do Céu, Moisés dispôs-se a abrir mão dos tesouros do Egito (Hb
11:24-26). Por causa da esperança de vivermos com Cristo no Céu, devemos buscar
uma vida de santidade hoje (1Jo 3:3).
2.
A segunda vinda de Jesus é a nossa esperança - “donde também
esperamos o Salvador, o Senhor Jesus Cristo”.
A igreja é a comunidade da esperança. Somos um povo que vive com os pés no
presente, mas com os olhos no futuro. Vivemos cada dia na expectativa da
iminente volta de Jesus. Cada geração sucessiva da Igreja desfruta o privilegio
de viver como se fosse a geração que haverá de saudar o retorno de Cristo. A
esperança do regresso de Cristo tem poder purificador: “E qualquer que nele
tem esta esperança purifica-se a si mesmo, como também ele é puro”(1João
3:3).
3.
A glorificação é a nossa certeza inequívoca - “Que transformará o nosso corpo
abatido” (Fp 3:21). Quando o Senhor vier da Sua glória,
do Céu, Ele transformará nosso corpo. Quando a trombeta de Deus soar, e Cristo
vier com o Seu séquito de anjos, acompanhado dos santos glorificados, os mortos
em Cristo ressuscitarão com corpos imortais, incorruptíveis, gloriosos,
poderosos e celestiais (1Co 15:43-56). Os vivos, nessa ocasião, serão
transformados e arrebatados para encontrar o Senhor nos ares, e, assim,
estaremos para sempre com o Senhor (1Ts 4:13-18). Nosso corpo de humilhação,
sujeito à fraqueza, à enfermidade e ao pecado, será revestido da imortalidade e
brilhará como o sol no seu fulgor, brilhará como as estrelas no firmamento, e
será um corpo tão glorioso quanto o corpo da glória de Cristo. Seremos
"... conformes à imagem de seu Filho" (Rm 8:29). O nosso corpo
será semelhante ao corpo da glória de Cristo - "Sabemos que, quando ele
se manifestar, seremos semelhantes a ele, porque haveremos de vê-lo como ele é"
(1João 3:2b); seremos “conforme o seu corpo glorioso, segundo o seu eficaz
poder de sujeitar também a si todas as coisas” (Fp 3:21).
Porventura existe
ou existirá uma promessa tão gloriosa e maravilhosa com esta? E ainda tem
pessoas, que se dizem cristãs, que trocam tudo isso por coisas efêmeras desta
vida. É simplesmente pasmoso!
CONCLUSÃO
A cruz de Cristo
deu cabo da religião do ritualismo como meio de chegar até Deus. Com a morte de
Cristo, o véu do templo foi rasgado, e agora o homem tem livre acesso a Deus
por meio de Cristo, o novo e vivo caminho (Hb 10:19-25). O que os inimigos da
cruz de Cristo consideravam uma linha divisória entre os homens, a circuncisão,
Cristo derrubou por meio da sua morte (Ef 2:14-16). Precisamos estar atentos,
pois os inimigos da cruz de Cristo procuram introduzir, sorrateiramente,
doutrinas contrárias e perniciosas à fé cristã. Portanto, vigiemos, oremos e
permaneçamos inabaláveis “na doutrina dos apóstolos” até a vinda de Jesus,
sabendo que “as aflições deste tempo presente não são para comparar com a
glória que em nós há de ser revelada (Rm 8:18). Amém?
--------
Elaboração: Luciano
de Paula Lourenço – Prof. EBD – Assembleia de Deus – Ministério Bela Vista.
Disponível no Blog: http://luloure.blogspot.com
Referências
Bibliográficas:
Comentário Bíblico popular (Novo Testamento)
- William Macdonald.
Bíblia de Estudo Pentecostal.
Bíblia de estudo – Aplicação Pessoal.
O Novo Dicionário da Bíblia – J.D.DOUGLAS.
Comentário Bíblico NVI – EDITORA VIDA.
Revista Ensinador Cristão – nº 55 – CPAD.
Comentário do Novo Testamento – Aplicação
Pessoal.
Filipenses – A alegria triunfante no meio
das provas – Rev. Hernandes Dias Lopes.