domingo, 28 de fevereiro de 2021

Aula 10 – O SENHOR JESUS CURA HOJE

 

1º Trimestre/2021


Texto Base: Isaias 53:4-6; Mateus 8:16,17

“Ele que perdoa todas as tuas iniquidades e sara todas as tuas enfermidades” (Salmos 103:3).

 

Isaias 53:

4.Verdadeiramente, ele tomou sobre si as nossas enfermidades e as nossas dores levou sobre si; e nós o reputamos por aflito, ferido de Deus e oprimido.

5.Mas ele foi ferido pelas nossas transgressões e moído pelas nossas iniquidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e, pelas suas pisaduras, fomos sarados.

6.Todos nós andamos desgarrados como ovelhas; cada um se desviava pelo seu caminho, mas o SENHOR fez cair sobre ele a iniquidade de nós todos.

Mateus 8:

16.E, chegada a tarde, trouxeram-lhe muitos endemoninhados, e ele, com a sua palavra, expulsou deles os espíritos e curou todos os que estavam enfermos,

17.para que se cumprisse o que fora dito pelo profeta Isaías, que diz: Ele tomou sobre si as nossas enfermidades e levou as nossas doenças.

INTRODUÇÃO

Nesta Aula trataremos da cura divina. O Senhor Jesus ainda cura hoje, pois isto está dentro do espectro de sua vontade, de sua soberania. Se quiser, Ele cura qualquer tipo de enfermidade, pois Ele é o Deus Todo-Poderoso. Tudo Ele pode. Porém, a intervenção divina se manifesta quando não há nenhuma possibilidade da intervenção humana. Jesus nunca condenou que os seus servos procurassem os médicos para obterem cura. O apóstolo Paulo tinha sempre por perto o médico amado Lucas, até mesmo nos instantes finais de seu ministério terreno. Quando tudo parece impossível o médico curar, como aconteceu com a mulher do fluxo de sangue (cf.Lc.8:43-48), aí Jesus entra em ação. Como curou no passado, Ele continua curando atualmente. Sua compaixão pelos que o buscam no momento de desespero, é visível, é crível. Inúmeros são os testemunhos!

I. A CURA DIVINA NA BÍBLIA

A promessa da cura divina descrita na Bíblia Sagrada é uma realidade para os nossos dias, mas precisamos crer que Jesus cura. Ela tem sido uma das marcas identificadoras da pregação pentecostal ao redor do mundo. É algo destinado aos que creem; é uma realidade atual e indispensável para que demonstremos a presença de Deus no meio da Igreja, para que o nome do Senhor seja glorificado; mas não devemos nos esquecer de que o propósito da cura divina não é a saúde física de alguém, mas, sim, a glorificação do nome do Senhor, a confirmação da palavra da pregação e a comprovação da presença de Deus no meio do seu povo. Por causa disso, nem sempre Jesus cura, pois a cura tem propósitos que não se confundem com a nossa vontade ou com os nossos caprichos. Por isso é importante sabermos por que alguém está doente, a fim de que compreendamos qual o propósito do Senhor nesta doença. Uma vez tendo compreendido isto, o que nem sempre será o enfermo que conseguirá entender sozinho, pois, muitas vezes, necessitará do auxílio dos servos de Deus neste discernimento, então deve-se clamar a Deus para que a sua vontade seja feita.

1. A saúde pública no Antigo Testamento

No Antigo Testamento, entre os israelitas, Deus prometeu saúde física ao seu povo; mas, o cumprimento dessa promessa era condicional, o povo deveria fazer a sua parte (cf. Êx.15:26) – “E disse: Se ouvires atento a voz do SENHOR, teu Deus, e fizeres o que é reto diante de seus olhos, e inclinares os teus ouvidos aos seus mandamentos, e guardares todos os seus estatutos, nenhuma das enfermidades porei sobre ti, que pus sobre o Egito; porque eu sou o SENHOR, que te sara”.

Deus prometeu que, se o povo lhe obedecesse, estaria salvo dos males que infligiam aos povos circunvizinhos. Mas eles sabiam que muitas leis morais recebidas de Deus também tinham o propósito de mantê-los a salvo das doenças. Por exemplo, obedecer à lei de Deus contra a prostituição os manteria livres das doenças venéreas. Com frequência as leis de Deus destinam-se a proteger o seu povo de males. Como seres complexos, as áreas física, sentimental e espiritual de nossa vida estão entrelaçadas. A medicina moderna está agora reconhecendo o significado dessas leis. Se desejamos que Deus cuide de nós, precisamos nos submeter à sua direção e controle.

2. A prevenção de doenças é bíblica

Vários trechos da Bíblia mostram o conceito de Deus sobre como devemos tratar nosso corpo. Por exemplo, a Bíblia condena excessos, incluindo a embriaguez e a gula (Pv.23:20). A Lei de Deus dada ao Israel antigo incluía medidas para controlar e, em alguns casos, até para prevenir doenças (cf.Lv.15).

As leis da nação de Israel refletiam conceitos médicos e de higiene que estavam muito à frente do seu tempo. Uns 35 séculos atrás, a nação de Israel estava para entrar na Terra Prometida. Naquela ocasião, Deus disse que os protegeria contra as “doenças terríveis” que eles haviam conhecido no Egito (Dt.7:15). Uma maneira de fazer isso foi dar àquela nação instruções detalhadas sobre controle de doenças e higiene. Por exemplo:

  • As leis da nação exigiam que os israelitas tomassem banho e lavassem as roupas (cf. Lv.15:4-27).
  • Sobre o excremento humano, Deus disse: “Deve-se determinar um lugar privativo fora do acampamento, e é para lá que você deve ir. Entre os seus equipamentos você deve ter uma estaca pequena; quando você se abaixar lá fora, deve cavar um buraco com ela e cobrir seu excremento” (Dt.23:12,13).
  • Quando havia a suspeita de que alguém tinha uma doença contagiosa, ele precisava ficar de quarentena, ou seja, tinha que ficar afastado de outros por um tempo. Antes de voltar para junto dos outros, aqueles que haviam se recuperado de uma doença precisavam lavar as roupas e tomar banho para serem considerados puros (cf. Lv.14:8,9).
  • Quem tocasse em um cadáver devia ficar de quarentena (cf. Lv.5:2,3; Nm.19:16).
  • A Lei também continha normas de segurança específicas para a prevenção de ferimentos (Dt.22:8).

Assim, fica claro que a Bíblia nos incentiva a cuidar do corpo e tomar medidas razoáveis para proteger nossa saúde física. No Antigo e no Novo Testamento, Deus permitia que existissem profissionais da área médica entre seus servos (Gn.38:28; Col.4:14); e nenhuma parte da Bíblia indica que Deus reprovou o uso de plantas medicinais, pomadas, prescrição de dietas e outros tratamentos de saúde. Vale lembrar que Jesus reconheceu que “as pessoas com saúde não precisam de médico, mas sim os enfermos” (Mt.9:12).

É bom afirmar que a melhor prevenção contra as doenças é o estilo de vida saudável, ou seja: alimentação equilibrada, prática regular de exercícios físicos, controle de peso e de estresse, sono reparador e check-ups periódicos.

3. O Novo Testamento: as curas de Jesus

Jesus, quando pregava o Evangelho do Reino, curou inúmeras enfermidades. Os milagres que Cristo operava destinavam-se a chamar a atenção para o seu ministério, e provar que Ele era o Messias esperado (Mt.4:23-25). A vinda de Cristo havia sido predita pelos profetas, séculos antes. Os milagres que Ele operou eram evidências da sua divindade, e para ser acreditado como sendo o enviado de Deus. Após o homem pecar, Deus prometeu a vinda de Cristo ao mundo; Ele devia vir como Filho de Deus, com poder divino. Jesus veio ao mundo para salvar os pecadores (1Tm1:5), no entanto, por causa da miséria humana, operou inúmeras curas, dentre outros milagres, prodígios e maravilhas. Sua compaixão era imensa, e ainda continua; Ele continua curando por meio da Igreja.

Cito algumas curas realizadas por Jesus:

·         Cura do filho do Oficial (João 4:46-54).

·         Cura do paralítico de Betesda (João 5:1-9).

·         Cura da sogra de Pedro (Mt.8:14,15; Marcos 1:29-31; Lucas 4:38,39).

·         Purificação do leproso (Mt.8:2-4; Marcos 1:40-45; Lucas 5:12-16).

·         Cura do paralítico (Mt.9:2-8; Marcos 2:3-12; Lucas 5:18-26).

·         Cura da mão ressequida (Mt.12:9-13; Marcos 3:1-5; Lucas 6:6-10).

·         Cura do criado do centurião (Mt.8:5-13; Lucas 7:1-10).

·         Ressurreição do filho da viúva de Naim(Lucas 7:11-15).

·         Cura de um endemoninhado mudo (Mt.12:22 e Lucas 11:14).

·         Cura da mulher enferma (Mt.9:20-22; Marcos 5:25-34; Lucas 8:43-48).

·         Ressurreição da filha de Jairo (Mt.9:18,23-26; Mc.5:22-24, 35-43; Lc.8:41,42,49-56).

·         Cura de dois cegos (Mt.9:27-31).

·         Cura da filha da Cananéia (Mt.15:21-28; Marcos 7:24-30).

·         Cura de um surdo e gago (Marcos 7:31-37).

·         Cura do cego de Betsaida(Marcos 8:22-26).

·         Cura de um cego (João 9:1-7).

·         Cura de uma mulher enferma (Lucas 13:10-17).

·         Cura de um hidrópico (Lucas 14:1-6).

·         Cura dos leprosos (Lucas 17:11-19).

·         Cura do cego Bartimeu (Mt.20:29-34; Marcos 10:46-52; Lucas 18:35-43).

·         Restauração da orelha de Malco (Lucas 22:49-51; João 18:10).

II. A CURA DIVINA COMO PARTE DA SALVAÇÃO

A Salvação e a cura divina caminham juntas, mas a cura divina não é atestado de salvação, nem de quem ora, nem de quem recebe a cura. Não é por outro motivo que Jesus, ao encontrar-se com o ex-paralítico que ficava junto ao tanque de Betesda aconselhou o homem para que não pecasse mais, a fim de que não lhe sucedesse algo pior (João 5:14), quando, então, soube ele que quem o curara havia sido Jesus. Pelo que se verifica desta passagem elucidativa, o homem havia sido curado, mas ainda não tinha consciência de que havia sido salvo. Sua fé, até aquele instante, havia sido apenas para cura, mas, posteriormente, foi confrontado com a salvação e a necessidade de uma vida de santidade, até para que a sua saúde perdurasse. Estava no templo, demonstrando, assim, ter tido desejo de passar a adorar a Deus, mas não tinha consciência do que isto significava. Assim como Jesus fez com que ele tivesse fé para ser curado, também o orientou para que alcançasse a salvação.

De igual modo, vemos no episódio do cego de nascença, quando ele, curado e salvo, já testificava de Jesus, sem sequer saber que Ele era o Filho de Deus. Ao ser confrontado pelo Senhor com esta verdade, de pronto creu em Jesus e O adorou (João 9:38), demonstrando, assim, claramente que não só havia sido curado, como também alcançara a salvação. E é neste episódio do cego de nascença que temos, de forma bem clara, o propósito da promessa da cura divina: a manifestação das obras de Deus na pessoa do enfermo (João 9:3). O propósito da cura divina é tão somente o de confirmar a palavra da pregação (Mc.16:20; 1Ts.1:5), o de promover a glória de Deus (At.4:21), o de provar a presença de Deus no meio do Seu povo (At.10:38; 1Co.2:4,5).

1. A Salvação

A Salvação é o restabelecimento da comunhão entre Deus e o homem, o retorno à condição originalmente prevista para o ser humano, demonstrando, desta maneira, tanto a fidelidade divina, quanto a Sua misericórdia.

A palavra “Salvação” significa, em primeiro lugar, ser tirado de um perigo, livrar-se, escapar. No Antigo Testamento, vemos diversas ações de Deus em favor do seu povo - livrando-o da escravidão, da fome, das guerras e das enfermidades.

A Bíblia também fala da salvação como libertação do perigo de uma vida sem Deus (At.26:18; Cl.1:13). Segundo o Pr. Antônio Gilberto, Salvação é uma milagrosa transformação espiritual, operada na alma e na vida – no caráter – de toda pessoa que, pela fé recebe Jesus Cristo como seu único Salvador pessoal (Ef.2:8,9; 2Co.5:17; João 1:12;3:5).

Pessoalmente - isto é, em relação à pessoa -, a Salvação que Cristo realiza abrange:

- A Regeneração da pessoa, aqui e agora (Tt.3:5; 2Co.3:18).

“Não pelas obras de justiça que houvéssemos feito, mas, segundo a sua misericórdia, nos salvou pela lavagem da regeneração e da renovação do Espírito Santo”.

“Mas todos nós, com cara descoberta, refletindo, como um espelho, a glória do Senhor, somos transformados de glória em glória, na mesma imagem, como pelo Espírito do Senhor”.

- A Redenção do corpo do crente, no futuro (Rm.8:23; 1Co.15:44).

“E não só ela, mas nós mesmos, que temos as primícias do Espírito, também gememos em nós mesmos, esperando a adoção, a saber, a redenção do nosso corpo”.

“Semeia-se corpo animal, ressuscitará corpo espiritual. Se há corpo animal, há também corpo espiritual”.

 - A glorificação integral do crente, também no futuro (Cl.3:4; Ef.5:27).

“Quando Cristo, que é a nossa vida, se manifestar, então, também vós vos manifestareis com ele em glória”.

“Para a apresentar a si mesmo igreja gloriosa, sem mácula, nem ruga, nem coisa semelhante, mas santa e irrepreensível”.

O desejo de Deus é que todos os seres humanos sejam salvos, mas para isso cada pessoa precisa se arrepender dos seus pecados e se converter ao Senhor Jesus (At.17:30; 1Tm.2:4).

A Salvação não se trata apenas de livramento da condenação do Inferno; a Salvação abarca todos os atos e processos redentores, bem como transformadores da parte de Deus para com o ser humano e o mundo (isto é, a criação), através de Jesus Cristo, nesta vida e na outra (Rm.13:11; Hb.7:25; 2Co.3:18).

“E isto digo, conhecendo o tempo, que é já hora de despertarmos do sono; porque a nossa salvação está, agora, mais perto de nós do que quando aceitamos a fé”.

“Portanto, pode também salvar perfeitamente os que por ele se chegam a Deus, vivendo sempre para interceder por eles”.

“Mas todos nós, com cara descoberta, refletindo, como um espelho, a glória do Senhor, somos transformados de glória em glória, na mesma imagem, como pelo Espírito do Senhor”.

2. Cura Divina

A doença e a morte física não estavam projetadas para o homem, não faziam parte do propósito divino, mas que são resultado do pecado, consequências do pecado. Assim, quando Deus apresentou o Seu plano de salvação, esta teria, necessariamente, de propiciar um mecanismo de erradicação da doença e da morte física.

A saúde do homem, portanto, é um objetivo perseguido por Deus quando do estabelecimento do plano da salvação. O Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo (João 1:29), ao tirar o pecado, haveria, também, de tirar tudo aquilo que era consequência do pecado, ou seja, a morte física e o seu corolário, que é a doença. Não é por acaso que, durante Seu ministério terreno, Jesus tenha, por inúmeras vezes, curado enfermos, como comprovação de que Seu trabalho, sobre a face da Terra, era restaurar aquele estado anterior ao pecado, um estado onde a doença simplesmente inexistia (Mt.8:16; 12:15; 14:14; 19:2; 21:14; Mc.1:34; 6:5; Lc.7:21). Na sua feliz síntese do ministério de Cristo, o apóstolo Pedro não deixou de lembrar que Jesus “…andou fazendo bem e curando a todos os oprimidos do diabo, porque Deus era com Ele” (At.10:38b).

3. Salvação e cura

O plano de Deus para a Salvação do homem abrange a cura das enfermidades, a erradicação da doença, o restabelecimento da saúde. Como Jesus é o mesmo ontem, hoje e eternamente (Hb.13:8), continua a ser Aquele que deu saúde ao criado do centurião romano (Mt.8:7), que deu saúde a Enéias (At.9:34). Por isso, dentre as tarefas que o Senhor deixou à Sua Igreja, está a de curar os enfermos (Mc.16:18).

No entanto, o fato de que a saúde faz parte do plano de Deus para a salvação não significa que a doença venha a ser erradicada da vida de todo aquele que aceita a Jesus Cristo como Senhor e Salvador da sua vida. Assim como o fato de ser salvo não nos livra da morte física, consequência praticamente inevitável do pecado, e que acomete tanto os salvos quanto os ímpios, assim também não estamos imunes à doença.

O corpo humano será redimido pela obra salvadora de Cristo Jesus, mas isto não é algo que já tenha acontecido, mas algo que ainda esperamos (Rm.8:23), algo que acontecerá somente com a glorificação, estágio final do processo da salvação (1Co.15:5056), que, para a Igreja, se dará quando do arrebatamento. A morte é o último inimigo a ser vencido (1Co.15:26), algo que se dará tão somente com a destruição do sistema mundano, como nos mostra, claramente o capítulo 25 do livro do profeta Isaías.

4. Isaias 53:3,4

"Verdadeiramente, ele tomou sobre si as nossas enfermidades e as nossas dores levou sobre si; e nós o reputamos por aflito, ferido de Deus e oprimido; Mas ele foi ferido por causa das nossas transgressões, e esmagado por causa das nossas iniquidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados” (Is.53.4,5).

Isaias 53 é a provisão de Deus em Cristo para cura física e espiritual. Essa provisão foi efetivada na Cruz. A Cruz de Cristo é a mais eloquente expressão do amor de Deus por nós. Deus prova o seu próprio amor para conosco pelo fato de ter Cristo morrido por nós, sendo nós ainda pecadores.

Você é tão especial para Deus, que ele amou você de tal maneira que deu tudo, deu a Si mesmo, deu o seu único Filho. A cruz de Cristo não foi um acidente, mas uma agenda de Deus desde a eternidade. Cristo veio para morrer. Ele foi morto desde a fundação do mundo. Ele nasceu para ser o nosso substituto, representante e fiador.

A cruz sempre esteve incrustrada no coração de Deus, sempre esteve diante dos olhos de Cristo. Ele jamais recuou da cruz. Ele marchou em direção a ela como um rei caminha para a coroação. A cruz de Cristo foi o gesto mais profundo e significativo de sacrifício. Jesus Cristo deixou a glória, o trono, esvaziou-se, tornou-se homem, servo, foi perseguido, preso, açoitado, cuspido, pregado na cruz. Sendo Deus, se fez homem; sendo Senhor, se fez servo; sendo Santo, se fez pecado; sendo Bendito, se fez maldição; sendo o Autor da vida, deu a Sua vida.

Ao profeta Isaias foi revelado esse acontecimento 700 a.C. O registro detalhado, preciso e meticuloso, que Isaias faz acerca da morte de Cristo é tão grande que nos causa espanto. Boa parte dos verbos que compõem o texto de Isaias 53 está no passado, como se Isaias estivesse vendo um ato já ocorrido, já historicizado. É grande a precisão com que ele registra e relata o sacrifício de Cristo, que é o ponto nevrálgico do Cristianismo.

Você e eu não podemos desconsiderar a grandeza e a profundidade desta verdade, porque na mente de Deus, nos decretos de Deus, o Cordeiro de Deus foi morto desde a fundação do mundo. Ele nasceu para morrer. Ele nasceu para ser o nosso substituto. Ele nasceu para ser o nosso representante, o nosso fiador. Ele nasceu para nos dar a cura de nosso corpo físico e espiritual.

Portanto, a cruz de Cristo, além de ser um fato já planejado na eternidade, expressa para você e para mim o gesto do grande amor de Deus. Se você ainda tem dúvida do amor de Deus, entenda que não há possibilidade de nós expressarmos de forma mais eloquente e mais profunda o amor de Deus por nós do que a manifestação da Cruz. Ali aconteceu o maior de todos os sacrifícios, porque o Filho de Deus deixou a glória, deixou o céu, deixou a companhia dos anjos, deixou a glória do Pai, e veio e se humilhou, se fez Servo; foi perseguido, foi preso, foi insultado, foi cuspido, foi zombado, foi escarnecido, foi pregado na cruz.

Muitas perguntas têm sido feitas ao longo da história da Igreja: Por que Jesus foi para a cruz, o que levou Jesus a cruz? Eu digo que a morte de Cristo não foi determinada por fatores circunstanciais. Cristo não foi morto porque os sacerdotes o prenderam, porque o sinédrio o sentenciou, porque Pilatos o entregou, porque os judeus o acusaram, porque Judas o traiu, porque Pedro o negou, porque os soldados o pregaram na cruz. Não. Quem levou Jesus à cruz, então?

a) Os nossos pecados levaram Jesus à cruz

 “ele foi traspassado pelas nossas transgressões e moído pelas nossas iniquidades” (Is.53:5).

 “por causa da transgressão do meu povo, foi ele ferido” (Is.53:8b).

 “levou sobre si o pecado de muitos” (Is.53:12).

 “Certamente, ele tomou sobre si as nossas enfermidades e as nossas dores levou sobre si” (Is.53:4).

Portanto, o que matou Jesus não foram os açoites, nem os soldados, nem o suplício da cruz; fomos nós, foram os nossos pecados. Ele morreu pelos nossos pecados. Ele foi moído pelos nossos pecados. Na cruz ele sorveu o cálice da ira de Deus sobre o pecado. Na cruz Ele foi feito pecado por nós. A espada da lei caiu sobre Ele, pois era o nosso substituto.

b) O Pai levou seu Filho Jesus à cruz

 “O Senhor fez cair sobre ele a iniquidade de todos nós” (Is.53:6).

 “Todavia, ao Senhor agradou moê-lo, fazendo-o enfermar” (Is.53:10).

 “e nós o reputávamos por aflito, ferido de Deus e oprimido” (Is.53:4b).

Jesus não foi à cruz porque a multidão sanguissedenta gritou: crucifica-o, crucifica-o. Ele não foi a cruz porque os sacerdotes o entregaram, por inveja; porque Judas o traiu, por ganância; porque Pilatos o sentenciou, por covardia; e porque os soldados o pregaram na cruz, por crueldade. Não. Ele foi à cruz porque o Pai o entregou por amor.

c) Jesus, voluntariamente, foi à cruz

 “Certamente, ele tomou sobre si as nossas enfermidades e as nossas dores levou sobre si” (Is.53:4).

“quando der ele a sua alma como oferta pelo pecado” (Is.53:10).

“O seu servo, o Justo, com o seu conhecimento, justificará a muitos, porque as iniquidades deles levará sobre si” (Is.53:11).

O apóstolo Paulo diz que o amor de Cristo nos constrange. Ele nos amou e a si mesmo se entregou por nós (2Co.5:14).

III. A CURA DIVINA E OS DESAFIOS ATUAIS

O Senhor Jesus ainda cura hoje, mas precisamos de discernimento para saber sobre a natureza da enfermidade, se o problema é físico ou espiritual, e sobre a vontade de Deus na operação da cura.

1. As doenças

A enfermidade física é um fato incontestável, e a Escritura afirma que o primeiro motivo deste terrível mal sobre a humanidade foi a queda de Adão e Eva. O pecado é a razão pela qual o mal natural impera sobra a humanidade, todavia, nem toda enfermidade é consequência do pecado pessoal. Há debilidades físicas que são o efeito do pecado, outras procedem de causas espirituais e naturais, e algumas ocorrem de acordo com o propósito divino. Veja a seguir os diversos motivos de enfermidades, segundo as Escrituras.

Motivos

Referências

Pecado

2Cr.26:16-19; João 5:14; 9:1,2

Possessão ou influência demoníaca

Lc.13:10-12; Mt.9:33,34; 17:18-21

Permissão divina

Jó 1:10-12; 1Co.12:7-10

Causas naturais, calamidade

Mt.8:2,3; 9:18-26

Glória de Deus

João 9:2; Êx.7:3-5 (pragas)

2. As enfermidades entre os crentes

Os salvos podem adoecer? Claro que sim. Vivemos no mundo sujeito às consequências do pecado, e a terra foi maldita por causa do pecado do homem (Ex.3:17). Portanto, enquanto estivermos aqui estaremos sujeitos às doenças e à morte, todavia, quando o nosso corpo for revestido da incorruptibilidade, aí sim, gozaremos, para sempre, uma vida de plena saúde.

Mas, há ainda aqueles que insinuam em dizer que os crentes não podem adoecer, como é o caso dos “teólogos” da teologia da prosperidade. Segundo esses "teólogos", quem fica doente não está reivindicando seus direitos como filho de Deus ou não tem fé. Que falácia! Tudo isso porque as suas mensagens visam agradar o ser humano e atendê-lo em suas necessidades restritas a essa vida, como saúde, prosperidade e bem-estar.  O ensino bíblico, porém, é claro ao ensinar que muitas são as aflições do justo (Sl.34:19). Muitos durante essa pandemia que assola o mundo afirmaram essa mesma tese, e milhares deles foram dizimados pelo Covid-19.

O ser humano se desgasta, pois, o seu corpo é corruptível (2Co.4:16). Por enquanto, embora Jesus tenha poder para nos curar, segundo a sua vontade (1João 5:14; Mt.6:9,10), estamos sujeitos às enfermidades. Um dia, os salvos se revestirão de incorruptibilidade (1Co.15:54).

Os pregadores da saúde perfeita sempre exigem a cura e dizem que o Senhor cura sempre, pois a saúde é um direito do crente. Por que, então, Eliseu morreu em decorrência de uma enfermidade (2Rs.13:14)? Por que Timóteo e Trófimo não foram curados (1Tm.5:23; 2Tm.4:20)? Se a saúde é um direito do crente, por que ele fica doente? Em Salmos 41:3, está escrito: “O Senhor o sustentará no leito de enfermidade; tu renovas a sua cama na doença”.

O fato de que a saúde faz parte do plano de Deus para a salvação não significa que a doença venha a ser erradicada da vida de todo aquele que aceita a Jesus Cristo como Senhor e Salvador da sua vida. Assim como o fato de ser salvo não nos livra da morte física, consequência praticamente inevitável do pecado e que acomete tanto os salvos quanto os ímpios, assim também não estamos imunes à doença.

3. Não confundir doença com possessão maligna

Nem todas as doenças provêm do maligno. A Bíblia está repleta de exemplos de homens e mulheres de Deus que, apesar de terem uma vida de comunhão com o Senhor, adoeceram e, por vezes, até morreram doentes, sem que esta doença significasse qualquer desvio espiritual ou pecado por parte do servo do Senhor. A propósito, o profeta que maior número de milagres fez no Antigo Testamento, Eliseu, em que repousava porção dobrada do Espírito Santo que havia estado em Elias, diz-nos as Escrituras, morreu por causa de uma doença (2Rs.13:14).

O corpo ainda não está plenamente salvo. Na cruz, Jesus garantiu a salvação de nosso espírito, alma e corpo, dando-nos direito à vida eterna e à cura das enfermidades, em seu nome (Is.53.4,5; Mc.16.18). Entretanto, quanto ao corpo, o efeito da obra salvífica ainda não se manifestou plenamente; isso porque, enquanto o espírito e a alma (o homem interior - 2Co.4:16) são salvos no momento da conversão a Cristo, o corpo ainda aguarda a completa redenção (Rm.8.23; 1Co.15:42-45,53,54). Todavia, isto não significa que não podemos ter uma vida saudável.

Um dia não haverá mais doenças nem morte (Ap.21.4), porém, enquanto estamos aqui, devemos zelar pela nossa saúde física, mental e emocional. Precisamos lembrar que o nosso corpo é o templo do Espírito Santo, por isso, temos de cuidar de nossa saúde por meio de uma alimentação correta, repouso adequado, exercícios físicos, jejum e oração.

CONCLUSÃO

Conscientizem-nos de que a cura divina é atual e real; ela é uma promessa dada por Deus aos que creem no Seu poder, mas cujo propósito é a glorificação do nome do Senhor. Jesus cura os enfermos, e este é um sinal de que Ele venceu a morte e o inferno, de que é o Salvador do mundo.

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Luciano de Paula Lourenço – EBD/IEADTC

Disponível no Blog: http://luloure.blogspot.com

Referências Bibliográficas:

Bíblia de Estudo Pentecostal.

Bíblia de estudo – Aplicação Pessoal.

Bíblia de Estudo – Palavras Chave – Hebraico e Grego. CPAD

William Macdonald. Comentário Bíblico popular (Novo e Antigo Testamento).

Comentário Bíblico Pentecostal. CPAD.

Comentário do Novo Testamento – Aplicação Pessoal. CPAD.

Pr. Caramuru Afonso Francisco. A Promessa da Cura divina. PortalEBD_2007.

Hernandes Dias Lopes. MARCOS – O Evangelho dos Milagres.

domingo, 21 de fevereiro de 2021

Aula 09 – VIVENDO O FERVOR ESPIRITUAL

 

1º Trimestre/2021


Texto Base: Efésios 5:15-20

 

“E não vos embriagueis com vinho, em que há contenda, mas enchei-vos do Espírito” (Ef.5:18).

 

Efésios: 5:

15.Portanto, vede prudentemente como andais, não como néscios, mas como sábios,

16.remindo o tempo, porquanto os dias são maus.

17.Pelo que não sejais insensatos, mas entendei qual seja a vontade do Senhor.

18.E não vos embriagueis com vinho, em que há contenda, mas enchei-vos do Espírito,

19.falando entre vós com salmos, e hinos, e cânticos espirituais, cantando e salmodiando ao Senhor no vosso coração,

20.dando sempre graças por tudo a nosso Deus e Pai, em nome de nosso Senhor Jesus Cristo,

INTRODUÇÃO

Nesta Aula trataremos de um dos fatores que caracterizam o movimento pentecostal: o fervor espiritual. A exortação do apóstolo é enfática: “enchei-vos do Espírito (Ef.5:18); isto significa viver a plenitude ou o fervor do Espírito Santo. Porém, muitos têm confundido barulho com fervor espiritual. Em muitas igrejas vemos movimentos e agitação sem, contudo, haver espiritualidade. Hoje está muito em voga o “falar em línguas”. Tem pregadores que, no momento da pregação, insistem que todas as pessoas presentes na igreja falem línguas, independentemente de serem ou não batizados no Espírito Santo, pré-requisito para o dom de línguas. E em atenção ao tal pregador o auditório se agita e se envolve num tremendo barulho, sem nenhuma espiritualidade. A maioria das vezes o que parece fervor espiritual é apenas sensacionalismo, resultante de motivações e mecanismos externos, que é efêmero. O genuíno fervor espiritual está intimamente vinculado com a maturidade cristã, que não é medida pela quantidade de dons que uma igreja exercita, mas pelo exercício da piedade e da vida cristã consagrada (Ef.4:17-32). O cristão não deve fazer sensacionalismo com o(s) dom(ns) que recebeu, mas usá-los humildemente no serviço do Senhor.

I. A IMPORTÂNCIA DA DEVOÇÃO PELA PALAVRA E ORAÇÃO

A Palavra de Deus e a Oração são pilares sustentadores da vida do crente. Por isso, precisamos apegar a eles, se quisermos obter vitórias nos dias maus. Sem oração o crente não vai a lugar algum. O crente que negligencia esta ferramenta é considerado presa fácil para Satanás, por ausência de poder em sua vida. Por meio da oração, a pessoa busca saber a orientação de Deus para os determinados fins que aspira realizar. As vitórias são conquistadas quando os joelhos são dobrados diante de Deus. A oração é a nossa maior arma, é o maior meio que nós temos para recorrer aos recursos infinitos de Deus. O Senhor Jesus Cristo é o nosso maior exemplo. Ele começou Seu ministério terreno em oração; deu prosseguimento ao ministério em oração e terminou a Sua vida aqui na terra da mesma forma que iniciou, em oração (Mt.26:39-42; Lc.5:16; 22:41-44). Que belíssimo exemplo a ser seguido, imitado, almejado!

Além da oração, outro aspecto que deve ser uma constante na vida espiritual diária do crente é a leitura e o estudo da Bíblia Sagrada. A Palavra de Deus é a principal fonte de revelação da vontade de Deus para com o homem. Se queremos ter uma vida de comunhão com Deus, faz-se mister que saibamos qual é a vontade dEle para com o homem, e esta vontade está estampada na Palavra de Deus.

1. Devoção

A palavra “devoção” tem raiz no latim devotione, e significa afeição, dedicação, apego intenso, culto. Em nosso caso, apego intenso à Palavra e à Oração. Estes são dois pilares que nos sustentam diante das tempestades da vida. São importantes práticas espirituais desde o princípio da Igreja. Não há como a Igreja ser vencedora diante das tempestades, intempéries e adversidades, sem o apego intenso a estes dois pilares espirituais.

2. A Oração e a Palavra

a) A Oração. É a essência da Igreja, e expressa a nossa total dependência de Deus. É o ato reverente e piedoso através do qual o crente adora e se aproxima de Deus, mediante a intercessão de nosso Senhor Jesus Cristo. No Antigo e Novo Testamento, a oração era o supremo recurso usado pelo povo de Deus para suplicar, agradecer, adorar, pedir, interceder e bendizer ao único e verdadeiro Senhor. Na oração, a fé é manifestada, porque quando alguém se dispõe a orar, é porque sabe que Deus existe e está pronto a atender ao clamor dos que O buscam - “... é necessário que aquele que se aproxima de Deus creia que ele existe...”(Hb.1:6).

Em muitas ocasiões, Deus decidiu agir através da oração dos crentes. Lembre-se do apóstolo Paulo, e da grandeza do seu ministério. Lembre-se de Martinho Lutero, e do impacto da sua vida em todo o mundo. Lembre-se de João Wesley, e do avivamento que varreu a Europa e os Estados Unidos. Lembre-se de Smith Wigglesworth, e das milhares de pessoas que foram curadas. E lembre-se de que, por trás de todas essas pessoas, existe uma vida de oração. A Igreja pode transformar o mundo, você pode transformar o mundo. Qual é o caminho? Uma vida de oração.

Quando oramos expressamos as seguintes verdades:

·         Reconhecemos a soberania de Deus, pois estamos dizendo que Deus é o único que pode atender aos nossos pedidos, bem como é o único que merece nosso louvor e adoração.

·         Reconhecemos a nossa insuficiência, pois demonstramos a consciência de que tudo está no controle de Deus e que, sem Ele, nada podemos fazer.

·         Revelamos nossa fé, pois demonstramos que nossa confiança está em Deus e não em qualquer outro ser.

·         Revelamos a nossa obediência, pois cumprimos a vontade de Deus expressa em sua Palavra, que quer que oremos sem cessar (1Ts.5:17).

·         Demonstramos o nosso amor para com o próximo, pois intercedemos por eles e, como somos justos, permitimos que tal oração tenha uma eficácia benévola em suas vidas, o que é o complemento do grande mandamento (Mt.22:39,40).

b) A Palavra. O ponto fundamental para conhecermos o caráter e a vontade de Deus é conhecer a Sua Palavra e, por este motivo, Jesus sempre demonstrou que Seu ministério nada mais era senão o cumprimento das Escrituras (Mt.5:17,18; João 5:39; Lc.24:44-47).

No princípio da Igreja, o estudo e o ensino da Palavra era, ao lado da pregação do Evangelho, o principal e exclusivo trabalho dos apóstolos (At.6:2,4). O apóstolo Paulo foi um líder que deu imenso valor ao estudo da Palavra de Deus; em Éfeso, ele ensinou a Palavra durante dois anos, e o ensino era diário (cf.Atos 19:8-10).

À época de Neemias, o povo se reuniu desejoso para ouvir a Palavra (cf. Neemias capítulo 8). A leitura, a explicação e a aplicação da Palavra trouxeram choro pelo pecado e alegria de Deus na vida do povo. Vimos também que a liderança se reuniu para aprofundar-se no estudo da Palavra, e o resultado foi a restauração da vida religiosa de Jerusalém. Essas reuniões de estudo aconteceram durante 24 dias (Ne.8:1-3,8,13,18; 9:1). Havia fome da Palavra. O estudo e a obediência a ela trouxeram um poderoso reavivamento espiritual. Não temos nenhum outro relato bíblico de um culto tão impressionante quanto esse, quando o povo, pelo exemplo de seus líderes, reuniu-se durante um mês para estudar a Palavra e acertar a sua vida com Deus.

Através do estudo da Palavra de Deus, liderado por Esdras e Neemias, os israelitas compreenderam que se tivessem guardado a Lei do Senhor não teriam sido levados para o cativeiro, as cidades não tinham sido devastadas e os muros não necessitavam de reconstrução. O arrependimento pelos pecados cometidos fez com que o povo de Israel assumisse um compromisso de obedecer ao Senhor e à Sua Palavra. 

O salmista alerta que a felicidade do homem está em ter prazer na lei do Senhor de dia e de noite (Sl.1:1,2) e, desde o tempo de Moisés, é dito que o segredo da própria vida espiritual é o fato de termos conhecimento e praticarmos, dia a dia, a Palavra do Senhor (Dt.6:1-9).

3. O viver sabiamente (Ef.5:15)

“Portanto, vede prudentemente como andais, não como néscios, mas como sábios[...]” (Ef.5:15-17).

Tudo que vale a pena fazer requer cuidados. Nós nos preocupamos com o que nos parece importante – trabalho, educação, lar e família, habitação, roupas e aparência. Assim, como cristãos, diz Paulo, devemos nos preocupar com a nossa vida cristã; devemos tratá-la com a seriedade que ela requer. Quais são, portanto, as marcas das pessoas que vivem sabiamente? (Adaptado do Livro “Lendo Efésios com Jon Stott”).

a) Aproveitam ao máximo todas as oportunidades para fazer o bem. As pessoas sábias sabem que o tempo é um bem precioso. Todos temos o mesmo tempo à disposição. Nenhum de nós pode esticar o tempo; mas as pessoas sábias usam-no para a maior vantagem possível. Elas sabem que o tempo está passando e que “os dias são maus”. Assim, aproveitam cada oportunidade passageira enquanto ela é oferecida. Uma vez passada, nem mesmo as pessoas mais sábias não conseguem recuperá-la.

b) Discernem a vontade de Deus. As pessoas têm certeza de que a sabedoria deve ser encontrada na vontade de Deus, em nenhum outro lugar. O próprio Jesus orou: “Não seja feita a minha vontade, mas a tua”, e ensinou-nos a orar: “seja feita a tua vontade, assim na terra como no céu”. Nada é mais importante na vida do que descobrir e cumprir a vontade de Deus.

Segundo Stott, ao procurar descobrir a vontade de Deus, devemos distinguir entre Sua vontade geral e Sua vontade particular. Sua vontade geral se relaciona com todos nós - isto é, tornar-nos como Cristo. Sua vontade particular, no entanto, diz respeito às especialidades de nossa vida, e é diferente para cada um de nós – que carreira seguiremos, se devemos nos casar e, se sim, com quem. Encontramos Sua vontade nas Escrituras Sagradas, mas não encontramos Sua vontade particular lá. Para termos certeza, há princípios gerais na Bíblia para nos guiar, mas decisões detalhadas precisam ser tomadas após cuidadosa reflexão e oração, e a busca de conselhos de cristãos maduros e experientes.

“Devemos priorizar a vontade de Deus em nossas decisões, atitudes e não focar as aparentes vantagens, como faz o mundo. O modo de vida do crente não pode ser o mesmo padrão do mundo (Rm.12:1)”.

4. Remindo o tempo (Ef.5:16)

remindo o tempo, porquanto os dias são maus”.

Como já foi dito anteriormente, remir o tempo é uma das marcas da pessoa que vive sabiamente. Remir o tempo é praticar a mordomia do tempo, e a mordomia do tempo é também a mordomia das oportunidades. Remir o tempo significa otimizar e aproveitar ao máximo cada oportunidade de forma prudente. O tempo é um presente precioso que Deus nos dá para sermos bons mordomos dele.

Como remir o tempo que Deus nos concede? Para o crente a mordomia do tempo está diretamente relacionada a uma vida guiada pelo Espírito Santo; uma vida de acordo com a vontade de Deus. O apóstolo Paulo escreve: “Portanto, vede prudentemente como andais, não como néscios, e sim como sábios, remindo o tempo, porque os dias são maus. Por esta razão, não vos torneis insensatos, mas procurai compreender qual a vontade do Senhor” (Ef.5:15-17).

Sem dúvida, a melhor aplicação do nosso tempo é aquela que prioriza o Reino de Deus. O próprio Senhor Jesus diz que devemos buscar em primeiro lugar o Reino de Deus e a sua justiça, e todas as demais coisas essenciais à nossa sobrevivência serão acrescentadas (Mt.6:33).

II. A IMPORTÂNCIA EM MANTER-SE “CHEIO DO ESPÍRITO”

Paulo falou que somos selados pelo Espírito Santo (Ef.1:13-14) e que não devemos entristecer o Espírito (Ef.4:30); agora nos ordena a sermos cheios do Espírito (Ef.5:18). É o Espírito Santo que nos convence do pecado; é Ele quem opera em nós o novo nascimento; é Ele quem nos ilumina o coração para entendermos as Escrituras; é Ele quem nos consola e intercede por nós com gemidos inexprimíveis; é Ele quem nos batiza no corpo de Cristo; é Ele quem testifica com o nosso Espírito que somos filhos de Deus; é Ele quem habita em nós. Todavia, é possível ser nascido do Espírito, ser batizado no Espírito, habitado pelo Espírito, selado pelo Espírito e estar ainda sem a plenitude do Espírito. Aquele que já tem o Espírito, que é batizado no Espírito, deve agora, ser cheio do Espírito.

1. “E não vos embriaguez com vinho” (Ef.5:18a)

O apóstolo Paulo faz um contraste entre se embriagar com o vinho, que produz uma temporária sensação de “bem-estar”, e ser cheio do Espírito, que produz uma permanente alegria. Embriagar-se com vinho está associado à forma de vida ímpia e aos seus iníquos prazeres. Em Cristo, gozamos de uma alegria superior mais elevada e mais duradora, que cura a depressão, monotonia ou tensão mental. Não devemos nos preocupar com o quanto temos do Espírito em nós, mas com o quanto a nossa vida está entregue a Ele. Submeta-se diariamente a sua orientação e obtenha dele forças.

William MacDonald diz que as Escrituras não condenam o uso do vinho, mas condenam seu abuso. O uso do vinho como medicinal é recomendado (Pv.31:6; 1Tm.5:23); Jesus transformou água em vinho para ser consumido numa festa de casamento (João 2:1-11). Porém, o uso do vinho se transforma em abuso sob as seguintes circunstâncias, sendo então proibido:

·     Quando há excessos (Pv.23:29-35).

·     Quando o indivíduo passa a ser dominado por ele (1Co.6:12b).

·     Quando ofende a consciência fraca de outro crente (Rm.14:13; 1Co.8:9).

·     Quando destrói o testemunho do cristão na comunidade e, portanto, não glorifica a Deus (1Co.10:31).

·     Quando há alguma dúvida na mente do cristão sobre essa prática (Rm.14:23).

Concordo com o Rev. Hernandes Dias Lopes, quando diz que na embriaguez, o homem perde o controle de si mesmo; no enchimento do Espírito, ele ganha o controle de si, pois o domínio próprio é fruto do Espírito.

Martyn Llody-Jones, médico e pastor, disse: “o vinho e o álcool farmacologicamente falando, não são estimulantes, mas depressivos. O álcool sempre está classificado na farmacologia entre os depressivos. O álcool é um ladrão de cérebros. A embriaguez, deprimindo o cérebro, tira do homem o autocontrole, a sabedoria, o entendimento, o julgamento, o equilíbrio e o poder para avaliar as coisas. Ou seja, a embriaguez impede o homem de agir de maneira sensata.

Todavia, o resultado da plenitude do Espírito é totalmente diferente; em vez de nos aviltar e embrutecer, o Espírito nos enobrece, enleva e eleva; torna-nos mais humanos, mais parecidos com Jesus. O Espírito Santo não pode ser posto num manual de farmacologia, mas Ele é estimulante, antidepressivo; Ele estimula a mente, o coração e a vontade.

2. “..., Mas enchei-vos do Espírito” (Ef.5:18b)

John Stott disse que “enchei-vos do Espírito” é um mandamento; não é uma proposta provisória, mas uma ordem inquestionável. Deixar-se encher pelo Espírito é obrigatório, não opcional, e a ordem é dirigida a toda a comunidade cristã. Todos devemos ser cheios do Espírito. A plenitude do Espírito não é um privilégio elitista, mas está à disposição de todo o povo de Deus.

Stott diz ainda que, embora seja uma ordem, é uma ordem para permitirmos que algo nos aconteça, não algo pelo qual somos os principais responsáveis. A versão Nova Almeida Atualizada diz: “deixem-se encher do Espírito” [“Deixem o Espírito encher vocês”, tradução livre]. O que é essencial é o penitente abandono do que entristece o Espírito Santo e a abertura fiel a Ele, de modo que nada o impeça de nos encher.

Quando devemos ser cheios? Agora. A palavra grega descreve uma ação contínua. Não devemos ser cheios apenas uma vez, mas continuar a ser cheios, pois a plenitude do Espírito não é uma experiência única que nunca podemos perder, mas o privilégio de sermos constantemente renovados, mediante a fé e a obediência contínuas. Fomos selados com o Espírito de uma vez por todas, mas precisamos ser cheios do Espírito e continuar a ser cheios todos os dias, em todos os momentos do dia. Davi preocupava-se com isso, tanto que fez o seguinte pedido ao Senhor: “Não me lances fora da tua presença e não retires de mim o teu Espírito Santo” (Salmos 51:11).

3. Não confundir com o batismo no Espírito Santo

“Ser cheio do Espírito” não deve ser confundido com o Batismo no Espírito Santo, que estudamos na Aula 03. O batismo no Espírito é uma experiência que acontece uma única vez na vida do crente; o ser cheio do Espírito é uma experiência continua.

Às vezes a plenitude do Espírito parece ser apresentada na Bíblia como uma dádiva soberana de Deus. Por exemplo, João Batista era cheio do Espírito Santo desde o ventre da sua mãe (Lc.1:15). Nesse caso, a pessoa recebe a plenitude sem preencher nenhuma condição prévia. Não é algo que obtém por obras ou orações. Deus o dá conforme o seu bel-prazer. Em Efésios 5:18, porém, o crente recebe a ordem de encher-se do Espírito. Logo, isso requer ação da sua parte. Ele tem de cumprir certas condições. É resultado de obediência e não vem automaticamente. Por essa razão, a plenitude do Espírito não pode ser confundida com seus outros ministérios, tais como:

·     O batismo no Espírito Santo. Este é o revestimento e derramamento de poder do Alto - “Mas recebereis a virtude do Espírito Santo, que há de vir sobre vós...” (Atos 1:8) -, com a evidência física inicial de línguas estranhas (Atos 2:2,3), conforme o Espírito Santo concede, pela instrumentalidade do Senhor Jesus, para o ingresso do crente numa vida de mais profunda adoração e eficiente serviço para Deus.

·     O batismo pelo Espírito Santo. Esta é a obra do Espírito pela qual ele incorpora o crente no corpo de Cristo (1Co.12:13).

·     A habitação. Por este ministério o Consolador habita no corpo do cristão e o fortalece para a santidade, adoração e o serviço (João 14:16).

·     A unção. O Espírito é a própria unção que ensina ao filho de Deus as coisas do Senhor (1João 2:27).

·     O Penhor e o Selo. O Espírito Santo como penhor garante ao santo a sua herança, e como selo preserva o crente para a sua herança (Ef.1:13,14).

Estes são alguns dos ministérios do Espírito Santo que o crente desfruta no momento em que é salvo.

Estar cheio do Espírito é diferente. Não é uma experiência que acontece uma vez por todas na vida do discípulo de Jesus. Antes, trata-se de um processo contínuo, como já dissemos anteriormente. A tradução literal desse mandamento é: ”Permaneça[LdPL1]  sendo cheio pelo Espírito”. Esta condição é a ideal do crente aqui na Terra, mas estar cheio hoje não significa estar cheio amanhã; é uma condição que deve ser almejada continuamente. Todavia, para que isto aconteça, devemos:

Ø  Confessar e abandonar todo o pecado de que temos consciência na nossa vida (1João 1:5-9). É evidente que o Espírito, sendo santo, não pode trabalhar livremente numa vida em que o pecado é evidente.

Ø  Submeter-nos completamente ao seu controle (Rm.12:1,2). Isso significa que rendemos a nossa vontade, a nossa inteligência, o nosso corpo, o nosso tempo, o nosso talento e o nosso dinheiro a Ele. Todas as áreas da nossa vida devem estar debaixo do seu controle.

Ø  Fazer com que a Palavra de Cristo habite ricamente em nós (Cl.3:16). Isso envolve a sua leitura, estudo e obediência. Quando a Palavra de Cristo habita ricamente em nós, seguem-se os mesmos resultados que se verificam na plenitude do Espírito (Ef.5:19).

Ø  Finalmente, devemos nos esvaziar do egoísmo (Gl.2:20). Para poder encher um copo com um novo ingrediente é necessário primeiramente esvaziá-lo. Para nos enchermos do Espírito Santo precisamos esvaziar-nos de nós mesmos.

III. VIGILANTES CONTRA A FRIEZA ESPIRITUAL

Certa vez perguntaram a um pregador: “qual a diferença entre o pecado dos crentes e o pecado dos ímpios”? Ao que o pregador respondeu: há toda diferença. Os pecados dos crentes são piores. São piores porque lhes falta muitas vezes a percepção de que isto é uma afronta ao Deus que lhe concedeu toda a graça; é pior porque ao contrário dos ímpios e dos incrédulos os crentes experimentam e conhecem o Deus de toda Glória. É diferente porque mesmo sendo salvo, o crente prestará conta de suas atitudes e de seus atos para com Deus.

O domínio do pecado na vida do crente é o grande causador da frieza espiritual. Por isso, temos que ser vigilantes para que o pecado não faça o seu ninho em nosso coração, ocupando o lugar que é exclusivo do Espírito Santo. Precisamos estar cheio do Espírito Santo para que Deus se agrade de nós.

A seguir, tratamos de quatro características de uma pessoa cheia do Espírito Santo: testemunho transbordante, gratidão por tudo, uma vida de adoração, uma vida de sujeição.

1. Testemunho transbordante (Ef.5:19)

 “falando entre vós com salmos”.

Este texto nos fala da comunhão cristã. O crente cheio do Espírito não vive resmungando, reclamando da sorte, criando intrigas, cheio de amargura, inveja e ressentimento; sua comunicação é só de enlevo espiritual para a vida do irmão. Rev. Hernandes Dias Lopes diz que o enchimento do Espírito é remédio de Deus para toda sorte de conflito na Igreja. A falta de comunhão na Igreja é carnalidade e infantilidade espiritual (1Co.3:1-3). Precisamos mostrar um testemunho transbordante em quaisquer circunstâncias.

2. Uma vida de adoração (Ef.5:19)

“Cantando [...] hinos, e cânticos espirituais, cantando e salmodiando ao Senhor no vosso coração”.

O contexto aqui é a comunhão na adoração. No culto público, o crente cheio do Espírito Santo edifica o irmão, é bênção na vida do irmão. “Vinde, cantemos ao Senhor, com júbilo, celebremos o rochedo da nossa salvação” (Sl.95:1). É um convite recíproco ao louvor!

Em Ef.5:19, “cânticos” não é entre vós, mas sim, ao Senhor; não é adoração fria, formal e sem entusiasmo, sem vida. O crente cheio do Espírito adora a Deus com entusiasmo e profusa alegria. Ele usa toda a sua mente, emoção e vontade. Um culto vivo não é carnal nem morno; não é barulho, misticismo nem emocionalismo; não é experiencialismo, exibicionismo, mas um culto em espírito e em verdade, um culto cristocêntrico, alegre, reverente, vivo e cheio de fervor.

3. Dá graça em tudo (Ef.5:20)

“dando sempre graças por tudo a nosso Deus e Pai, em nome de nosso Senhor Jesus Cristo”.

O crente cheio do Espírito, está cheio não de queixas, de murmuração, mas de gratidão. Todo ser humano gosta de receber agradecimentos ou elogios. Deus também gosta de receber elogios e de ouvir palavras de gratidão de nossa parte. Deus se agrada quando reconhecemos o seu cuidado e o seu amor diário para conosco. A Bíblia está cheia de homens e mulheres que demonstraram sinceras atitudes de gratidão a Deus. Cito alguns:

-Noé, após sobreviver ao dilúvio, expressou sua gratidão oferecendo sacrifico a Deus (Gn.8:20).

-Davi, no salmo 116:7, declara: “eu te darei uma oferta de gratidão e a ti farei as minhas orações”.

-Ana agradeceu a Deus por lhe abrir a madre oferecendo o seu filho Samuel para ser exclusivo na casa do Senhor (Samuel 1).

Mas, há uma passagem no Novo Testamento que muito expressa gratidão a Deus de maneira prática e com sinceridade: a cura dos dez leprosos (Lc.17:11-19). Observe que só um voltou para agradecer a Jesus, e era Samaritano, ou seja, não era crente. Ele prostrou-se aos pés de Jesus, com o rosto em terra, dando-lhe graças. O que isso significa? Significa que ele foi capaz de reconhecer que Jesus é Deus, que Ele é a fonte de todas as dádivas.

A maior forma de oração é o louvor que reconhece que Deus é Deus e que o ser humano é uma simples criatura. Observe que os demais leprosos, que eram judeus, que se julgavam povo de Deus, logo que receberam a bênção tão desejada esqueceram de Jesus. Foram ingratos. Jesus se sensibilizou com esta atitude de ingratidão, por isto perguntou: “não foram dez os limpos? e onde estão os nove?  não houve quem voltasse para dar glória a Deus, senão este estrangeiro?” (Lc.17:17,18).

Quantos cristãos na atualidade não tem tido atitude semelhante a esta desses judeus. Quando recebem a bênção que tanto almejava se esquecem de Deus, se esquecem da Bíblia sagrada, se esquecem de agradecer pelas bênçãos recebidas. Devemos dar graças por tudo (Ef.5:20).

Embora o texto diga que devemos dar graças sempre por tudo, é necessário interpretar corretamente este versículo. Não podemos dar graças pelo mal moral. John Stott tem razão quando diz que o “tudo” pelo qual devemos dar graças a Deus deve ser qualificado pelo seu contexto, a saber, “a Deus, o Pai, em nome de nosso Senhor Jesus Cristo”. Nossas ações de graças devem ser por tudo que é consistente com a amorosa paternidade de Deus e com a revelação de si mesmo que nos concedeu em Jesus Cristo.

Infelizmente, uma noção estranha está conquistando popularidade em alguns círculos cristãos: a noção de que o grande segredo da liberdade e da vitória cristãs é o louvor incondicional – o marido deve louvar a Deus pelo adultério da esposa; a esposa deve louvar a Deus pelo filho que foi para as drogas e pela filha que se perdeu. Isso é um absurdo! Dar graças pelo mal moral é insensatez e blasfêmia.

Naturalmente, os filhos de Deus aprendem a não discutir com o Senhor nos momentos de sofrimento, mas, sim, a confiar nele e, na verdade, dar-lhe graças por sua amorosa providência mediante a qual Ele pode fazer até mesmo o mal servir aos seus bons propósitos (cf. Gn.50:20; Rm.8:28). Mas, isso é louvar a Deus por ser Deus, e não o louvar pelo mal. Fazer isso seria reagir de modo insensível à dor das pessoas (ao passo que a Bíblia nos manda chorar com os que choram). Fazer isso seria desculpar e até encorajar o mal (ao passo que a Bíblia nos manda odiá-lo e resistir ao diabo). O mal é uma abominação para o Senhor, e não podemos louvá-lo nem dar-lhe graças por aquilo que ele abomina.

4. Sujeição (Ef.5:21)

“Sujeitando-vos uns aos outros no temor de Cristo”.

Uma pessoa cheia do Espírito Santo não pode ser altiva, arrogante, soberba. Os que são cheios do Espírito Santo têm o caráter de Cristo, são mansos e humildes de coração. Em Cristo, devemos ser submissos uns aos outros. Paulo viu os perigos do individualismo na comunidade cristã de Corinto (1Co.14:26-33) e censurou esse erro (Fp.2:1; 4:2). Paulo sabia que o segredo de manter a comunhão de gozo na comunidade era a ordem e a disciplina que vem da submissão espontânea de uns aos outros. Pense nisso!

CONCLUSÃO

Apesar de vivermos dias difíceis de apostasia e de dificuldades crescentes no campo espiritual, não podemos desanimar nem achar que tudo está perdido. Não está tudo perdido, porque Jesus, que é o Senhor de todas as coisas, não desanimou nem desistiu daqueles que vivem sem fervor espiritual, trazendo-lhes um conselho para que abandonem este estado de espiritualidade. Deus não tolera uma vida espiritual medíocre; Ele deseja que todos os crentes estejam envolvidos no amor e no serviço. Deus não aceita frieza espiritual, pois Ele abomina uma religião que mantém a aparência, e que ignora a fé genuína e sincera. Continuemos na busca incessante do fervor espiritual!

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Luciano de Paula Lourenço – EBD/IEADTC

Disponível no Blog: http://luloure.blogspot.com

Referências Bibliográficas:

Bíblia de Estudo Pentecostal.

Bíblia de estudo – Aplicação Pessoal.

Bíblia de Estudo – Palavras Chave – Hebraico e Grego. CPAD

William Macdonald. Comentário Bíblico popular (Novo e Antigo Testamento).

Comentário Bíblico Pentecostal. CPAD.

Comentário do Novo Testamento – Aplicação Pessoal. CPAD.

Pr. Hernandes Dias Lopes. Efésios - Igreja, a noiva gloriosa de Cristo.

John Stott. Lendo Efésios.