1º Trimestre/2021
Texto Base: Isaias
53:4-6; Mateus 8:16,17
“Ele que perdoa todas
as tuas iniquidades e sara todas as tuas enfermidades” (Salmos 103:3).
Isaias
53:
4.Verdadeiramente,
ele tomou sobre si as nossas enfermidades e as nossas dores levou sobre si; e
nós o reputamos por aflito, ferido de Deus e oprimido.
5.Mas
ele foi ferido pelas nossas transgressões e moído pelas nossas iniquidades; o
castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e, pelas suas pisaduras, fomos
sarados.
6.Todos
nós andamos desgarrados como ovelhas; cada um se desviava pelo seu caminho, mas
o SENHOR fez cair sobre ele a iniquidade de nós todos.
Mateus
8:
16.E,
chegada a tarde, trouxeram-lhe muitos endemoninhados, e ele, com a sua palavra,
expulsou deles os espíritos e curou todos os que estavam enfermos,
17.para
que se cumprisse o que fora dito pelo profeta Isaías, que diz: Ele tomou sobre
si as nossas enfermidades e levou as nossas doenças.
INTRODUÇÃO
Nesta
Aula trataremos da cura divina. O Senhor Jesus ainda cura hoje, pois isto está
dentro do espectro de sua vontade, de sua soberania. Se quiser, Ele cura
qualquer tipo de enfermidade, pois Ele é o Deus Todo-Poderoso. Tudo Ele pode.
Porém, a intervenção divina se manifesta quando não há nenhuma possibilidade da
intervenção humana. Jesus nunca condenou que os seus servos procurassem os
médicos para obterem cura. O apóstolo Paulo tinha sempre por perto o médico
amado Lucas, até mesmo nos instantes finais de seu ministério terreno. Quando
tudo parece impossível o médico curar, como aconteceu com a mulher do fluxo de
sangue (cf.Lc.8:43-48), aí Jesus entra em ação. Como curou no passado, Ele
continua curando atualmente. Sua compaixão pelos que o buscam no momento de
desespero, é visível, é crível. Inúmeros são os testemunhos!
I. A CURA DIVINA NA
BÍBLIA
A
promessa da cura divina descrita na Bíblia Sagrada é uma realidade para os
nossos dias, mas precisamos crer que Jesus cura. Ela tem sido uma das marcas
identificadoras da pregação pentecostal ao redor do mundo. É algo destinado aos
que creem; é uma realidade atual e indispensável para que demonstremos a
presença de Deus no meio da Igreja, para que o nome do Senhor seja glorificado;
mas não devemos nos esquecer de que o propósito da cura divina não é a saúde física
de alguém, mas, sim, a glorificação do nome do Senhor, a confirmação da palavra
da pregação e a comprovação da presença de Deus no meio do seu povo. Por causa
disso, nem sempre Jesus cura, pois a cura tem propósitos que não se confundem com
a nossa vontade ou com os nossos caprichos. Por isso é importante sabermos por
que alguém está doente, a fim de que compreendamos qual o propósito do Senhor
nesta doença. Uma vez tendo compreendido isto, o que nem sempre será o enfermo
que conseguirá entender sozinho, pois, muitas vezes, necessitará do auxílio dos
servos de Deus neste discernimento, então deve-se clamar a Deus para que a sua
vontade seja feita.
1. A saúde pública no
Antigo Testamento
No
Antigo Testamento, entre os israelitas, Deus prometeu saúde física ao seu povo;
mas, o cumprimento dessa promessa era condicional, o povo deveria fazer a sua
parte (cf. Êx.15:26) – “E disse: Se ouvires atento a voz do SENHOR, teu Deus, e
fizeres o que é reto diante de seus olhos, e inclinares os teus ouvidos aos
seus mandamentos, e guardares todos os seus estatutos, nenhuma das enfermidades
porei sobre ti, que pus sobre o Egito; porque eu sou o SENHOR, que te sara”.
Deus
prometeu que, se o povo lhe obedecesse, estaria salvo dos males que infligiam
aos povos circunvizinhos. Mas eles sabiam que muitas leis morais recebidas de
Deus também tinham o propósito de mantê-los a salvo das doenças. Por exemplo,
obedecer à lei de Deus contra a prostituição os manteria livres das doenças venéreas.
Com frequência as leis de Deus destinam-se a proteger o seu povo de males. Como
seres complexos, as áreas física, sentimental e espiritual de nossa vida estão
entrelaçadas. A medicina moderna está agora reconhecendo o significado dessas
leis. Se desejamos que Deus cuide de nós, precisamos nos submeter à sua direção
e controle.
2. A prevenção de
doenças é bíblica
Vários
trechos da Bíblia mostram o conceito de Deus sobre como devemos tratar nosso
corpo. Por exemplo, a Bíblia condena excessos, incluindo a embriaguez e a gula
(Pv.23:20). A Lei de Deus dada ao Israel antigo incluía medidas para controlar
e, em alguns casos, até para prevenir doenças (cf.Lv.15).
As
leis da nação de Israel refletiam conceitos médicos e de higiene que estavam muito
à frente do seu tempo. Uns 35 séculos atrás, a nação de Israel estava para
entrar na Terra Prometida. Naquela ocasião, Deus disse que os protegeria contra
as “doenças terríveis” que eles haviam conhecido no Egito (Dt.7:15). Uma
maneira de fazer isso foi dar àquela nação instruções detalhadas sobre controle
de doenças e higiene. Por exemplo:
- As leis da nação
exigiam que os israelitas tomassem banho e lavassem as roupas (cf. Lv.15:4-27).
- Sobre o
excremento humano, Deus disse: “Deve-se determinar um lugar privativo fora
do acampamento, e é para lá que você deve ir. Entre os seus equipamentos
você deve ter uma estaca pequena; quando você se abaixar lá fora, deve
cavar um buraco com ela e cobrir seu excremento” (Dt.23:12,13).
- Quando havia a
suspeita de que alguém tinha uma doença contagiosa, ele precisava ficar de
quarentena, ou seja, tinha que ficar afastado de outros por um tempo.
Antes de voltar para junto dos outros, aqueles que haviam se recuperado de
uma doença precisavam lavar as roupas e tomar banho para serem
considerados puros (cf. Lv.14:8,9).
- Quem tocasse em
um cadáver devia ficar de quarentena (cf. Lv.5:2,3; Nm.19:16).
- A Lei também
continha normas de segurança específicas para a prevenção de ferimentos
(Dt.22:8).
Assim,
fica claro que a Bíblia nos incentiva a cuidar do corpo e tomar medidas
razoáveis para proteger nossa saúde física. No Antigo e no Novo Testamento,
Deus permitia que existissem profissionais da área médica entre seus servos
(Gn.38:28; Col.4:14); e nenhuma parte da Bíblia indica que Deus reprovou o uso
de plantas medicinais, pomadas, prescrição de dietas e outros tratamentos de
saúde. Vale lembrar que Jesus reconheceu que “as pessoas com saúde não precisam
de médico, mas sim os enfermos” (Mt.9:12).
É
bom afirmar que a melhor prevenção contra as doenças é o estilo de vida saudável,
ou seja: alimentação equilibrada, prática regular de exercícios físicos,
controle de peso e de estresse, sono reparador e check-ups periódicos.
3. O Novo Testamento:
as curas de Jesus
Jesus,
quando pregava o Evangelho do Reino, curou inúmeras enfermidades. Os milagres
que Cristo operava destinavam-se a chamar a atenção para o seu ministério, e
provar que Ele era o Messias esperado (Mt.4:23-25). A vinda de Cristo havia
sido predita pelos profetas, séculos antes. Os milagres que Ele operou eram
evidências da sua divindade, e para ser acreditado como sendo o enviado de
Deus. Após o homem pecar, Deus prometeu a vinda de Cristo ao mundo; Ele devia
vir como Filho de Deus, com poder divino. Jesus veio ao mundo para salvar os pecadores
(1Tm1:5), no entanto, por causa da miséria humana, operou inúmeras curas,
dentre outros milagres, prodígios e maravilhas. Sua compaixão era imensa, e
ainda continua; Ele continua curando por meio da Igreja.
Cito
algumas curas realizadas por Jesus:
·
Cura
do filho do Oficial (João 4:46-54).
·
Cura
do paralítico de Betesda (João 5:1-9).
·
Cura
da sogra de Pedro (Mt.8:14,15; Marcos 1:29-31; Lucas 4:38,39).
·
Purificação
do leproso (Mt.8:2-4; Marcos 1:40-45; Lucas 5:12-16).
·
Cura
do paralítico (Mt.9:2-8; Marcos 2:3-12; Lucas 5:18-26).
·
Cura
da mão ressequida (Mt.12:9-13; Marcos 3:1-5; Lucas 6:6-10).
·
Cura
do criado do centurião (Mt.8:5-13; Lucas 7:1-10).
·
Ressurreição
do filho da viúva de Naim(Lucas 7:11-15).
·
Cura
de um endemoninhado mudo (Mt.12:22 e Lucas 11:14).
·
Cura
da mulher enferma (Mt.9:20-22; Marcos 5:25-34; Lucas 8:43-48).
·
Ressurreição
da filha de Jairo (Mt.9:18,23-26; Mc.5:22-24, 35-43; Lc.8:41,42,49-56).
·
Cura
de dois cegos (Mt.9:27-31).
·
Cura
da filha da Cananéia (Mt.15:21-28; Marcos 7:24-30).
·
Cura
de um surdo e gago (Marcos 7:31-37).
·
Cura
do cego de Betsaida(Marcos 8:22-26).
·
Cura
de um cego (João 9:1-7).
·
Cura
de uma mulher enferma (Lucas 13:10-17).
·
Cura
de um hidrópico (Lucas 14:1-6).
·
Cura
dos leprosos (Lucas 17:11-19).
·
Cura
do cego Bartimeu (Mt.20:29-34; Marcos 10:46-52; Lucas 18:35-43).
·
Restauração
da orelha de Malco (Lucas 22:49-51; João 18:10).
II. A CURA DIVINA COMO
PARTE DA SALVAÇÃO
A
Salvação e a cura divina caminham juntas, mas a cura divina não é atestado de
salvação, nem de quem ora, nem de quem recebe a cura. Não é por outro motivo
que Jesus, ao encontrar-se com o ex-paralítico que ficava junto ao tanque de Betesda
aconselhou o homem para que não pecasse mais, a fim de que não lhe sucedesse
algo pior (João 5:14), quando, então, soube ele que quem o curara havia sido
Jesus. Pelo que se verifica desta passagem elucidativa, o homem havia sido
curado, mas ainda não tinha consciência de que havia sido salvo. Sua fé, até
aquele instante, havia sido apenas para cura, mas, posteriormente, foi
confrontado com a salvação e a necessidade de uma vida de santidade, até para
que a sua saúde perdurasse. Estava no templo, demonstrando, assim, ter tido
desejo de passar a adorar a Deus, mas não tinha consciência do que isto
significava. Assim como Jesus fez com que ele tivesse fé para ser curado, também
o orientou para que alcançasse a salvação.
De
igual modo, vemos no episódio do cego de nascença, quando ele, curado e salvo,
já testificava de Jesus, sem sequer saber que Ele era o Filho de Deus. Ao ser
confrontado pelo Senhor com esta verdade, de pronto creu em Jesus e O adorou
(João 9:38), demonstrando, assim, claramente que não só havia sido curado, como
também alcançara a salvação. E é neste episódio do cego de nascença que temos,
de forma bem clara, o propósito da promessa da cura divina: a manifestação das
obras de Deus na pessoa do enfermo (João 9:3). O propósito da cura divina é tão
somente o de confirmar a palavra da pregação (Mc.16:20; 1Ts.1:5), o de promover
a glória de Deus (At.4:21), o de provar a presença de Deus no meio do Seu povo
(At.10:38; 1Co.2:4,5).
1. A Salvação
A
Salvação é o restabelecimento da comunhão entre Deus e o homem, o retorno à
condição originalmente prevista para o ser humano, demonstrando, desta maneira,
tanto a fidelidade divina, quanto a Sua misericórdia.
A palavra “Salvação”
significa, em primeiro lugar, ser tirado de um perigo, livrar-se, escapar. No
Antigo Testamento, vemos diversas ações de Deus em favor do seu povo - livrando-o
da escravidão, da fome, das guerras e das enfermidades.
A Bíblia também fala da
salvação como libertação do perigo de uma vida sem Deus (At.26:18; Cl.1:13). Segundo
o Pr. Antônio Gilberto, Salvação é uma milagrosa transformação espiritual, operada
na alma e na vida – no caráter – de toda pessoa que, pela fé recebe Jesus
Cristo como seu único Salvador pessoal (Ef.2:8,9; 2Co.5:17; João 1:12;3:5).
Pessoalmente - isto é, em
relação à pessoa -, a Salvação que Cristo realiza abrange:
- A Regeneração da pessoa, aqui e agora (Tt.3:5; 2Co.3:18).
“Não pelas obras de justiça que houvéssemos feito, mas, segundo a sua
misericórdia, nos salvou pela lavagem da regeneração e da renovação do Espírito
Santo”.
“Mas todos nós, com cara descoberta, refletindo, como um espelho, a
glória do Senhor, somos transformados de glória em glória, na mesma imagem,
como pelo Espírito do Senhor”.
- A Redenção do corpo do crente, no futuro (Rm.8:23; 1Co.15:44).
“E não só ela, mas nós mesmos, que temos as primícias do Espírito, também
gememos em nós mesmos, esperando a adoção, a saber, a redenção do nosso corpo”.
“Semeia-se corpo animal, ressuscitará corpo espiritual. Se há corpo
animal, há também corpo espiritual”.
- A
glorificação integral do crente, também no
futuro (Cl.3:4; Ef.5:27).
“Quando Cristo, que é a nossa vida, se manifestar, então, também vós vos
manifestareis com ele em glória”.
“Para a apresentar a si mesmo igreja gloriosa, sem mácula, nem ruga, nem
coisa semelhante, mas santa e irrepreensível”.
O
desejo de Deus é que todos os seres humanos sejam salvos, mas para isso cada
pessoa precisa se arrepender dos seus pecados e se converter ao Senhor Jesus
(At.17:30; 1Tm.2:4).
A Salvação não se trata apenas de livramento
da condenação do Inferno; a Salvação abarca todos os atos e processos
redentores, bem como transformadores da parte de Deus para com o ser humano e o
mundo (isto é, a criação), através de Jesus Cristo, nesta vida e na outra (Rm.13:11;
Hb.7:25; 2Co.3:18).
“E isto digo, conhecendo o tempo, que é já hora de despertarmos do sono;
porque a nossa salvação está, agora, mais perto de nós do que quando aceitamos
a fé”.
“Portanto, pode também salvar perfeitamente os que por ele se chegam a
Deus, vivendo sempre para interceder por eles”.
“Mas todos nós, com cara descoberta, refletindo, como um espelho, a
glória do Senhor, somos transformados de glória em glória, na mesma imagem,
como pelo Espírito do Senhor”.
2. Cura Divina
A
doença e a morte física não estavam projetadas para o homem, não faziam parte do
propósito divino, mas que são resultado do pecado, consequências do pecado.
Assim, quando Deus apresentou o Seu plano de salvação, esta teria,
necessariamente, de propiciar um mecanismo de erradicação da doença e da morte
física.
A
saúde do homem, portanto, é um objetivo perseguido por Deus quando do
estabelecimento do plano da salvação. O Cordeiro de Deus que tira o pecado do
mundo (João 1:29), ao tirar o pecado, haveria, também, de tirar tudo aquilo que
era consequência do pecado, ou seja, a morte física e o seu corolário, que é a
doença. Não é por acaso que, durante Seu ministério terreno, Jesus tenha, por inúmeras
vezes, curado enfermos, como comprovação de que Seu trabalho, sobre a face da
Terra, era restaurar aquele estado anterior ao pecado, um estado onde a doença
simplesmente inexistia (Mt.8:16; 12:15; 14:14; 19:2; 21:14; Mc.1:34; 6:5;
Lc.7:21). Na sua feliz síntese do ministério de Cristo, o apóstolo Pedro não
deixou de lembrar que Jesus “…andou fazendo bem e curando a todos os oprimidos
do diabo, porque Deus era com Ele” (At.10:38b).
3. Salvação e cura
O
plano de Deus para a Salvação do homem abrange a cura das enfermidades, a
erradicação da doença, o restabelecimento da saúde. Como Jesus é o mesmo ontem,
hoje e eternamente (Hb.13:8), continua a ser Aquele que deu saúde ao criado do
centurião romano (Mt.8:7), que deu saúde a Enéias (At.9:34). Por isso, dentre
as tarefas que o Senhor deixou à Sua Igreja, está a de curar os enfermos
(Mc.16:18).
No
entanto, o fato de que a saúde faz parte do plano de Deus para a salvação não
significa que a doença venha a ser erradicada da vida de todo aquele que aceita
a Jesus Cristo como Senhor e Salvador da sua vida. Assim como o fato de ser
salvo não nos livra da morte física, consequência praticamente inevitável do
pecado, e que acomete tanto os salvos quanto os ímpios, assim também não
estamos imunes à doença.
O
corpo humano será redimido pela obra salvadora de Cristo Jesus, mas isto não é
algo que já tenha acontecido, mas algo que ainda esperamos (Rm.8:23), algo que
acontecerá somente com a glorificação, estágio final do processo da salvação
(1Co.15:5056), que, para a Igreja, se dará quando do arrebatamento. A morte é o
último inimigo a ser vencido (1Co.15:26), algo que se dará tão somente com a
destruição do sistema mundano, como nos mostra, claramente o capítulo 25 do
livro do profeta Isaías.
4. Isaias 53:3,4
"Verdadeiramente,
ele tomou sobre si as nossas enfermidades e as nossas dores levou sobre si; e
nós o reputamos por aflito, ferido de Deus e oprimido; Mas ele foi ferido por
causa das nossas transgressões, e esmagado por causa das nossas iniquidades; o
castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos
sarados” (Is.53.4,5).
Isaias
53 é a provisão de Deus em Cristo para cura física e espiritual. Essa provisão
foi efetivada na Cruz. A Cruz de Cristo é a mais eloquente expressão do amor de
Deus por nós. Deus prova o seu próprio amor para conosco pelo fato de ter Cristo
morrido por nós, sendo nós ainda pecadores.
Você
é tão especial para Deus, que ele amou você de tal maneira que deu tudo, deu a Si
mesmo, deu o seu único Filho. A cruz de Cristo não foi um acidente, mas uma
agenda de Deus desde a eternidade. Cristo veio para morrer. Ele foi morto desde
a fundação do mundo. Ele nasceu para ser o nosso substituto, representante e
fiador.
A
cruz sempre esteve incrustrada no coração de Deus, sempre esteve diante dos
olhos de Cristo. Ele jamais recuou da cruz. Ele marchou em direção a ela como
um rei caminha para a coroação. A cruz de Cristo foi o gesto mais profundo e
significativo de sacrifício. Jesus Cristo deixou a glória, o trono,
esvaziou-se, tornou-se homem, servo, foi perseguido, preso, açoitado, cuspido,
pregado na cruz. Sendo Deus, se fez homem; sendo Senhor, se fez servo; sendo Santo,
se fez pecado; sendo Bendito, se fez maldição; sendo o Autor da vida, deu a Sua
vida.
Ao
profeta Isaias foi revelado esse acontecimento 700 a.C. O registro detalhado,
preciso e meticuloso, que Isaias faz acerca da morte de Cristo é tão grande que
nos causa espanto. Boa parte dos verbos que compõem o texto de Isaias 53 está
no passado, como se Isaias estivesse vendo um ato já ocorrido, já historicizado.
É grande a precisão com que ele registra e relata o sacrifício de Cristo, que é
o ponto nevrálgico do Cristianismo.
Você
e eu não podemos desconsiderar a grandeza e a profundidade desta verdade,
porque na mente de Deus, nos decretos de Deus, o Cordeiro de Deus foi morto
desde a fundação do mundo. Ele nasceu para morrer. Ele nasceu para ser o nosso
substituto. Ele nasceu para ser o nosso representante, o nosso fiador. Ele nasceu
para nos dar a cura de nosso corpo físico e espiritual.
Portanto,
a cruz de Cristo, além de ser um fato já planejado na eternidade, expressa para
você e para mim o gesto do grande amor de Deus. Se você ainda tem dúvida do
amor de Deus, entenda que não há possibilidade de nós expressarmos de forma
mais eloquente e mais profunda o amor de Deus por nós do que a manifestação da Cruz.
Ali aconteceu o maior de todos os sacrifícios, porque o Filho de Deus deixou a
glória, deixou o céu, deixou a companhia dos anjos, deixou a glória do Pai, e
veio e se humilhou, se fez Servo; foi perseguido, foi preso, foi insultado, foi
cuspido, foi zombado, foi escarnecido, foi pregado na cruz.
Muitas
perguntas têm sido feitas ao longo da história da Igreja: Por que Jesus foi para
a cruz, o que levou Jesus a cruz? Eu digo que a morte de Cristo não foi
determinada por fatores circunstanciais. Cristo não foi morto porque os
sacerdotes o prenderam, porque o sinédrio o sentenciou, porque Pilatos o
entregou, porque os judeus o acusaram, porque Judas o traiu, porque Pedro o
negou, porque os soldados o pregaram na cruz. Não. Quem levou Jesus à cruz,
então?
a) Os nossos pecados levaram Jesus à cruz
“ele foi traspassado pelas nossas
transgressões e moído pelas nossas iniquidades” (Is.53:5).
“por causa da transgressão do meu povo, foi
ele ferido” (Is.53:8b).
“levou sobre si o pecado de muitos” (Is.53:12).
“Certamente, ele tomou sobre si as nossas
enfermidades e as nossas dores levou sobre si” (Is.53:4).
Portanto,
o que matou Jesus não foram os açoites, nem os soldados, nem o suplício da cruz;
fomos nós, foram os nossos pecados. Ele morreu pelos nossos pecados. Ele foi
moído pelos nossos pecados. Na cruz ele sorveu o cálice da ira de Deus sobre o
pecado. Na cruz Ele foi feito pecado por nós. A espada da lei caiu sobre Ele,
pois era o nosso substituto.
b) O Pai levou seu Filho Jesus à cruz
“O Senhor fez cair sobre ele a iniquidade de
todos nós” (Is.53:6).
“Todavia, ao Senhor agradou moê-lo, fazendo-o
enfermar” (Is.53:10).
“e nós o reputávamos por aflito, ferido de
Deus e oprimido” (Is.53:4b).
Jesus
não foi à cruz porque a multidão sanguissedenta gritou: crucifica-o, crucifica-o.
Ele não foi a cruz porque os sacerdotes o entregaram, por inveja; porque Judas
o traiu, por ganância; porque Pilatos o sentenciou, por covardia; e porque os
soldados o pregaram na cruz, por crueldade. Não. Ele foi à cruz porque o Pai o
entregou por amor.
c) Jesus, voluntariamente, foi à cruz
“Certamente, ele tomou sobre si as nossas enfermidades
e as nossas dores levou sobre si” (Is.53:4).
“quando der ele a sua
alma como oferta pelo pecado” (Is.53:10).
“O seu servo, o Justo,
com o seu conhecimento, justificará a muitos, porque as iniquidades deles
levará sobre si” (Is.53:11).
O
apóstolo Paulo diz que o amor de Cristo nos constrange. Ele nos amou e a si
mesmo se entregou por nós (2Co.5:14).
III. A CURA DIVINA E
OS DESAFIOS ATUAIS
O
Senhor Jesus ainda cura hoje, mas precisamos de discernimento para saber sobre
a natureza da enfermidade, se o problema é físico ou espiritual, e sobre a
vontade de Deus na operação da cura.
1. As doenças
A
enfermidade física é um fato incontestável, e a Escritura afirma que o primeiro
motivo deste terrível mal sobre a humanidade foi a queda de Adão e Eva. O pecado
é a razão pela qual o mal natural impera sobra a humanidade, todavia, nem toda
enfermidade é consequência do pecado pessoal. Há debilidades físicas que são o
efeito do pecado, outras procedem de causas espirituais e naturais, e algumas
ocorrem de acordo com o propósito divino. Veja a seguir os diversos motivos de
enfermidades, segundo as Escrituras.
Motivos |
Referências |
Pecado |
2Cr.26:16-19;
João 5:14; 9:1,2 |
Possessão
ou influência demoníaca |
Lc.13:10-12;
Mt.9:33,34; 17:18-21 |
Permissão
divina |
Jó
1:10-12; 1Co.12:7-10 |
Causas
naturais, calamidade |
Mt.8:2,3;
9:18-26 |
Glória
de Deus |
João
9:2; Êx.7:3-5 (pragas) |
2. As enfermidades
entre os crentes
Os
salvos podem adoecer? Claro que sim. Vivemos no mundo sujeito às consequências
do pecado, e a terra foi maldita por causa do pecado do homem (Ex.3:17).
Portanto, enquanto estivermos aqui estaremos sujeitos às doenças e à morte,
todavia, quando o nosso corpo for revestido da incorruptibilidade, aí sim,
gozaremos, para sempre, uma vida de plena saúde.
Mas,
há ainda aqueles que insinuam em dizer que os crentes não podem adoecer, como é
o caso dos “teólogos” da teologia da prosperidade. Segundo esses
"teólogos", quem fica doente não está reivindicando seus direitos
como filho de Deus ou não tem fé. Que falácia! Tudo isso porque as suas
mensagens visam agradar o ser humano e atendê-lo em suas necessidades restritas
a essa vida, como saúde, prosperidade e bem-estar. O ensino bíblico, porém, é claro ao ensinar
que muitas são as aflições do justo (Sl.34:19). Muitos durante essa pandemia
que assola o mundo afirmaram essa mesma tese, e milhares deles foram dizimados
pelo Covid-19.
O
ser humano se desgasta, pois, o seu corpo é corruptível (2Co.4:16). Por
enquanto, embora Jesus tenha poder para nos curar, segundo a sua vontade (1João
5:14; Mt.6:9,10), estamos sujeitos às enfermidades. Um dia, os salvos se
revestirão de incorruptibilidade (1Co.15:54).
Os
pregadores da saúde perfeita sempre exigem a cura e dizem que o Senhor cura
sempre, pois a saúde é um direito do crente. Por que, então, Eliseu morreu em
decorrência de uma enfermidade (2Rs.13:14)? Por que Timóteo e Trófimo não foram
curados (1Tm.5:23; 2Tm.4:20)? Se a saúde é um direito do crente, por que ele
fica doente? Em Salmos 41:3, está escrito: “O Senhor o sustentará no leito de
enfermidade; tu renovas a sua cama na doença”.
O
fato de que a saúde faz parte do plano de Deus para a salvação não significa
que a doença venha a ser erradicada da vida de todo aquele que aceita a Jesus
Cristo como Senhor e Salvador da sua vida. Assim como o fato de ser salvo não
nos livra da morte física, consequência praticamente inevitável do pecado e que
acomete tanto os salvos quanto os ímpios, assim também não estamos imunes à
doença.
3. Não confundir doença
com possessão maligna
Nem
todas as doenças provêm do maligno. A Bíblia está repleta de exemplos de homens
e mulheres de Deus que, apesar de terem uma vida de comunhão com o Senhor,
adoeceram e, por vezes, até morreram doentes, sem que esta doença significasse
qualquer desvio espiritual ou pecado por parte do servo do Senhor. A propósito,
o profeta que maior número de milagres fez no Antigo Testamento, Eliseu, em que
repousava porção dobrada do Espírito Santo que havia estado em Elias, diz-nos
as Escrituras, morreu por causa de uma doença (2Rs.13:14).
O
corpo ainda não está plenamente salvo. Na cruz, Jesus garantiu a salvação de
nosso espírito, alma e corpo, dando-nos direito à vida eterna e à cura das
enfermidades, em seu nome (Is.53.4,5; Mc.16.18). Entretanto, quanto ao corpo, o
efeito da obra salvífica ainda não se manifestou plenamente; isso porque,
enquanto o espírito e a alma (o homem interior - 2Co.4:16) são salvos no
momento da conversão a Cristo, o corpo ainda aguarda a completa redenção (Rm.8.23;
1Co.15:42-45,53,54). Todavia, isto não significa que não podemos ter uma vida
saudável.
Um
dia não haverá mais doenças nem morte (Ap.21.4), porém, enquanto estamos aqui,
devemos zelar pela nossa saúde física, mental e emocional. Precisamos lembrar
que o nosso corpo é o templo do Espírito Santo, por isso, temos de cuidar de
nossa saúde por meio de uma alimentação correta, repouso adequado, exercícios
físicos, jejum e oração.
CONCLUSÃO
Conscientizem-nos
de que a cura divina é atual e real; ela é uma promessa dada por Deus aos que creem
no Seu poder, mas cujo propósito é a glorificação do nome do Senhor. Jesus cura
os enfermos, e este é um sinal de que Ele venceu a morte e o inferno, de que é
o Salvador do mundo.
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Luciano de Paula Lourenço –
EBD/IEADTC
Disponível no Blog: http://luloure.blogspot.com
Referências Bibliográficas:
Bíblia de Estudo Pentecostal.
Bíblia de estudo – Aplicação Pessoal.
Bíblia de Estudo – Palavras Chave – Hebraico e
Grego. CPAD
William Macdonald. Comentário Bíblico popular
(Novo e Antigo Testamento).
Comentário Bíblico Pentecostal. CPAD.
Comentário do Novo Testamento – Aplicação
Pessoal. CPAD.
Pr. Caramuru
Afonso Francisco. A Promessa da Cura divina. PortalEBD_2007.
Hernandes Dias Lopes.
MARCOS – O Evangelho dos Milagres.