4º Trimestre/2012
Texto Básico: Malaquias 1:1;
2:10-16
“Portanto,
deixará o varão o seu pai e a sua mãe e apegar-se-á à sua mulher, e serão ambos
uma carne “(Gn 2:24).
INTRODUÇÃO
Famílias em perigo é um tema que está nas
manchetes dos grandes jornais. É um tema atual, oportuno e urgente. A maior
crise que estamos vivendo é a crise da família.
Conforme indicação de Malaquias, havia fortes sintomas de
degeneração da fé do povo de Israel. A visão que o povo tinha de Deus era quase
deísta: questionava o Seu amor (Ml 1:2), Sua honra e grandeza (Ml 1:14; 2:2),
Sua justiça (Ml 2:17) e Seu caráter (Ml 3:13-15). Essa visão deficiente a
respeito de Deus produziu uma atitude arrogante e fez que as funções do Templo
fossem realizadas com enfado, o que insultava o Senhor ao invés de adorá-lo (Ml
1:7-10). O resultado moral dessa religião desprezível foi o povo voltar-se para
a feitiçaria, adultério, perjúrio, fraude e opressão do pobre (Ml 3:5). A
discórdia familiar era frequente, levando-os a se divorciarem das esposas
judias para se casarem com mulheres pagãs (Ml 2:10-14;4.6); a sacralidade da
família não era levada em consideração. As condições eram tão más que se fazia
necessária a atuação de um Elias [Jesus Cristo] para restaurar a paz familiar e
evitar outra destruição do Senhor (Ml 4:5).
A família é um projeto divino – uma ideia que nasceu no
coração de Deus, executada por Ele mesmo. Foi um plano incluído dentro do
projeto geral da criação, perfeito em todos os aspectos: “Viu Deus tudo
quanto fizera, e eis que era muito bom” (Gn 1:31).
I.
O LIVRO DE MALAQUIAS
1. Contexto histórico. Com
relação ao aspecto histórico, nada sabemos sobre a vida do profeta Malaquias.
Tudo o que entendemos é o que deduzimos de suas declarações. Não há como ter
certeza de que Malaquias, que significa “mensageiro de Jeová”, é o nome
do profeta ou apenas seu título.
Malaquias não data a sua
profecia, mas todos concordam que ele é um profeta pós-exílico. O livro não
menciona diretamente o reinado em que Malaquias exerceu seu ministério. Segundo
alguns estudiosos, a referência ao “governador” (Ml 1:8) localiza o livro no
período persa, e a ênfase de Malaquias dada à lei (Ml 4:4) pode indicar o
período do ministério de Esdras de
restauração da importância e autoridade da lei (Ed 7:14,25,26; Ne 8:18). Alguns
datam o livro entre o aparecimento de Esdras (458 a.C) e o de Neemias (445
a.C). Outros localizam Malaquias entre as duas visitas de Neemias a Jerusalém,
por volta de 433 a.C. Cremos,
entretanto, que Malaquias profetizou logo depois do período de Neemias. No
tempo de Malaquias, o Templo já havia sido reconstruído. O culto, entretanto,
estava sendo oferecido com desleixo: tanto o sacerdócio quanto o povo estavam
em profunda letargia espiritual. O povo estava vivendo um grande ceticismo.
Conquanto não tenhamos certeza
quanto ao nome do profeta, não temos dificuldade em formar uma concepção clara
e precisa sobre a personalidade de Malaquias. O livro que leva o seu nome
apresenta um pregador impetuoso e vigoroso que buscava sinceridade na adoração
e santidade de vida. Possuía intenso amor por Israel e pelos serviços do
Templo. É verdade que ele deu mais
destaque à adoração do que à espiritualidade. Contudo, “para ele o ritual
não era um fim em si mesmo, mas uma expressão da fé do povo no Senhor”.
No cativeiro, os judeus ouviram
bonitas e promissoras promessas de Deus por parte dos profetas Ezequiel e
Zacarias. Eles voltaram extremamente esperançosos. Eles pensavam que o
cumprimento das profecias desses profetas eram imediatas e que a era messiânica
era iminente. A expectativa era que a nação encontrava-se a ponto de recuperar
a glória perdida do reino de Davi. O solo ficaria milagrosamente fértil e as
cidades, populosas. Logo surgiria o rei ideal, e todas as nações iriam a
Jerusalém para servir ao Senhor.
Mas, com a passagem dos anos, a
desilusão se instalou. A prosperidade e benção esperadas não se materializaram.
A vida era dura. As colheitas eram fracas, os parasitas acabavam com as plantas
e os frutos eram insatisfatórios. Visto que estas condições persistiram ano
após ano, e os sonhos maravilhosos dos velhos tempos não se concretizaram, um
espírito de pesada depressão se alojou na comunidade. Os sacerdotes relaxaram
no desempenho dos deveres e negligenciaram a instrução religiosa concernente ao
cargo. Os judeus passaram a reclamar que Deus não os amava ou não se importava
com eles. Um espírito de cinismo se espalhou pela população e, até os que
permaneceram fiéis a Deus, começaram a perguntar: “Por quê?”. Muitos retiveram
os dízimos e ofertas (Ml 3:10). A injustiça social tornou-se comum. O casamento
com os pagãos vizinhos era praticado livremente. O divórcio virou a ordem do
dia enquanto o povo se esqueceu do concerto com Deus. Todo o mundo estava
disposto a questionar a autoridade e os caminhos do Senhor.
Portanto, a situação do povo de
Israel era muito difícil e critica, e exigia um profeta comprometido com a
Palavra de Deus e destemido para enfrentar esse espectro espiritual do povo.
Porventura, esta situação do povo
de Israel não tem certa pertinência aos nossos dias, em que vemos com
clarividência uma aguda depressão espiritual em muitos que cristãos dizem
ser? Oremos a Deus para que Ele suscite
líderes, homens de Deus, capazes de trazer o povo de Deus, o povo da
dispensação da graça, ao avivamento espiritual, ao estado original de sua
criação.
2. A vida pessoal de Malaquias.
“Malaquias” significa “mensageiro de Jeová”. A opinião de que Malaquias, em Ml
1:1, seja um título descritivo, ao invés de um nome pessoal, é altamente
improvável. Embora não tenhamos mais informações no restante do Antigo
Testamento a respeito do profeta, sua personalidade fica bem patente neste
livro. Era um judeu devoto da Judá pós-exílica, e contemporâneo de Neemias.
Era, provavelmente, um profeta sacerdotal. Suas firmes convicções a favor da
fidelidade ao concerto (Ml 2:4,5,8,10), e contra a adoração hipócrita e
mecânica (Ml 1:7-2:9), a idolatria (Ml 2:10-12), o divórcio (Ml 2:13-16) e o
roubo de dízimos e ofertas (Ml 3:8-10), revelam um homem de rigorosa
integridade e de intensa devoção a Deus.
3. Estrutura e mensagem.
1. Estrutura. O livro,
que consiste num sêxtuplo “peso da palavra do Senhor contra Israel, pelo
ministério de Malaquias” (Ml 1:1), está entremeado por uma série de dez
perguntas retóricas e irônicas feitas por Israel com as respectivas respostas
de Deus por intermédio do profeta. Embora o emprego de perguntas e respostas
não seja exclusivo de Malaquias, seu uso é distintivo por ser crucial à estrutura
literária do livro.
O “peso” (ou “mensagem repressiva”) do Senhor
proclamado por Malaquias é assim constituído:
·
Deus reafirma seu fiel amor a Israel segundo o concerto (Ml
1:2-5).
·
Deus repreende os profetas por serem vigilantes infiéis do
relacionamento entre o Senhor e Israel segundo o concerto (Ml 1:6-2:9).
·
Deus repreende Israel por ter rompido o concerto dos pais
(Ml 2:10-16).
·
Deus relembra a Israel a certeza do castigo divino por
causa dos pecados contra o concerto (Ml 2:17-3:6).
·
Deus conclama toda a comunidade judaica pós-exílica a
arrepender-se, e a voltar-se ao Senhor, para que tornasse a receber as suas
bênçãos (Ml 3:7-12).
·
A mensagem final refere-se ao “memorial escrito” diante de
Deus a respeito daqueles que o temem e lhe estimam o nome (Ml 3:13-18).
·
Malaquias encerra seu livro com uma advertência e promessas
proféticas a respeito do futuro “Dia do Senhor” (Ml 4:1-6)
(Fonte: Bíblia
de Estudo Pentecostal).
2.
Mensagem. “Sentença pronunciada pelo Senhor contra Israel, por
intermédio de Malaquias” (Ml 1:1). Malaquias é o último profeta do Antigo
Testamento antes que a voz da profecia se calasse num silêncio de quatrocentos
anos. Que diz esse último mensageiro? Qual é a mensagem final? Qual é a palavra
de despedida? Malaquias emboca a sua trombeta e faz uma urgente e apaixonada
convocação ao povo de Deus para arrepender-se e voltar-se para o Senhor. Na
verdade, a mensagem de Malaquias é uma denúncia contra o pecado e o formalismo.
Os tempos mudaram, mas o coração do homem não. Os problemas que a igreja
contemporânea enfrenta são praticamente os mesmos. Daí, a mensagem de Malaquias
ser atualíssima e oportuna para a igreja hoje.
A mensagem de Malaquias é uma
sentença, um fardo, um peso. Não é uma mensagem consoladora, mas de profundo
confronto e censura. Essa mensagem tinha um triplo peso: era um peso para o
profeta, para o povo e para Deus. A palavra "sentença", “peso”,
significa mais do que uma palavra da parte do Senhor. É algo pesado, duro, que
o Senhor vai dizer. É um peso para o coração do profeta, para o coração do povo
e para o coração de Deus. Não é uma mensagem palatável, azeitada, fácil de
ouvir. A profecia de Malaquias era profecia contra Israel. A carga que pesava
sobre o profeta devia pesar também sobre a consciência das pessoas, até que se
preparassem para “aquele Dia”.
Estamos hoje também com sérias
deficiências em nossa espiritualidade. Precisamos ouvir a mensagem de Deus. O
espírito pós-moderno com seu pragmatismo corre atrás de mensagens suaves, de
auto-ajuda, que fazem cócegas na vaidade humana. O ouvinte contemporâneo não
quer pensar, quer sentir; ele não busca conhecimento, mas entretenimento; seu
culto não é racional, mas sensório.
Os púlpitos contemporâneos estão
deixando de tratar do pecado e falhando em chamar o povo ao arrependimento. Os
pregadores modernos pregam o que o povo quer ouvir e não o que povo precisa
ouvir. Pregam para entreter e não para converter. Os pregadores modernos estão
mais interessados em agradar aos bodes do que alimentar as ovelhas. A pregação
contemporânea prega fé sem arrependimento e salvação sem conversão.
II. O JUGO DESIGUAL
O
perigo que ameaça a fé: o jugo desigual. A expressão “jugo desigual”
contém a ideia de alguém estar num jugo desnivelado. O pano de fundo aqui é a
proibição de pôr animais de natureza diferente sob o mesmo jugo. Havia uma
proibição de “lavrar com junta de boi e jumento”(Dt 22:10) e também de fazer
cruzamento de animais de diferentes espécies(Lv 19:19).
O
apóstolo Paulo quando quis exortar a igreja de Corinto sobre este assunto, ele
disse: ”Não vos prendais a um jugo desigual
com os infiéis; porque que sociedade tem a justiça com a injustiça? E que
comunhão tem a luz com as trevas?”(1Co 6:14). A ideia que Paulo está
transmitindo é que existem certas coisas que são essencialmente distintas e
fundamentalmente incompatíveis, que jamais podem ser naturalmente unidas. Assim
como água e óleo não se misturam, a comunhão dos santos com os infiéis equivale
a um jugo desigual.
Um crente
não deve pôr-se debaixo do mesmo jugo com um incrédulo em, pelo menos, duas
áreas: vida conjugal e participação em práticas cultuais pagãs.
Aprofundar
a comunhão com pessoas descompromissadas com o Evangelho de Jesus Cristo é
abrir brechas para Satanás. A associação entre o cristão e o incrédulo deve ser
o mínimo necessário à conveniência social ou econômica. Leia e medite no Salmo
1. O crente, portanto, não deve ter comunhão ou amizade íntima com incrédulos,
porque tais relacionamentos corrompem sua comunhão com Cristo.
1. A
paternidade de Deus (Ml 2:10).“Não temos
nós todos um mesmo Pai? Não nos criou um mesmo Deus? Por que seremos desleais
uns para com os outros, profanando o concerto de nossos pais?(Ml 2:10). Deus é o
Pai do Seu povo de uma forma especial (Ml 1:6). Ele fez Israel o povo de Sua
possessão. Deus chamou Israel para ser o Seu povo particular (Os 11:1). Nós, a
Igreja de Cristo, também pertencemos à família de Deus. Jesus fez-nos filhos de
Deus por adoção e também gerados peio Espírito de Deus. Por isso, temos a
liberdade e direito de chamar ao Senhor de Pai (João 1:12; Gl 4:6). Somos
coparticipantes da natureza divina (2Pe 1:4). Deus fez conosco uma aliança de
ser o nosso Deus e sermos o Seu povo para sempre. Ele requer de nós fidelidade.
2. A
deslealdade. “Judá foi desleal, e abominação se
cometeu em Israel e em Jerusalém; porque Judá profanou a santidade do SENHOR, a
qual ele ama, e se casou com a filha de deus estranho”(Ml 2:11). O jugo
desigual é a quebra da aliança feita pelos pais (Ml 2:10). Quando o povo
recebeu a lei de Deus no Sinai, ele prometeu a Deus que não daria seus filhos
ou suas filhas em casamento aos adoradores de outros deuses (Êx 34:16; Dt 7:3).
A questão não era os casamentos inter-raciais, mas a união com adoradores de
deuses estranhos (Ml 2:11). O problema não era racial, mas religioso, pois a
Bíblia menciona o casamento de Boaz com Rute, uma moabita. Embora estrangeira,
ela foi convertida ao Deus de Israel e tornou-se membro da árvore genealógica
de Cristo (Mt 1:5).
O casamento com pessoas não
judias estava ameaçando a sobrevivência da fé da aliança (Ml 2:10,11; Ed 9:1,2;
Ne 13:1-3). Ele era uma espécie de infidelidade conjugal com o Deus da aliança.
Era uma traição e uma quebra da aliança (Êx 34:11-16; Nm 25; Nm 13:23-29). O
apóstolo Paulo pergunta: "Que harmonia há entre Cristo e o Maligno? Ou que
união há do crente com o incrédulo? Que ligação há entre o santuário de Deus e
os ídolos?" (2Co 6:15,16).
Hoje, quando uma pessoa crente se
casa com alguém não nascido de novo, está quebrando esse preceito bíblico (1Co
7:39; 2Co 6:14-17).
3. O casamento misto (Ml
2:11). O casamento misto é um
instrumento poderosíssimo na mão do inimigo para retirar a identidade do povo
de Deus, para impedir a sua continuidade. Uma das funções
primordiais do casamento é o de propiciar a perpetuação da espécie humana, e a
mistura entre salvos e ímpios no casamento é a garantia que tem o adversário de
nossas almas de que a próxima geração seja completamente ignorante das coisas
de Deus, esteja inevitavelmente comprometida e envolvida com o pecado.
A decadência da geração
antediluviana foi devido ao casamento entre os filhos de Deus com as filhas dos
homens, ou seja, de uma geração piedosa com uma geração que não temia a Deus.
Foi assim também entre a geração que possuiu a Terra Prometida. Conforme Números
25, o relacionamento com as jovens moabitas preparou o caminho para a
idolatria. Os casamentos mistos foram o fator principal da apostasia religiosa
de Israel. Salomão e Acabe são exemplos tristes desse fato. De igual modo,
aconteceu com a geração pós-cativeiro. O casamento misto foi duramente
reprovado por Esdras (Ed 9:1,2), Neemias (Ne 10:30; 13:23-27) e Malaquias (Ml
2:10-16).
O
casamento misto implica em infidelidade a Deus (Ml 2:11). Três são as razões
que provam esse ponto:
a) O casamento misto atenta
contra o propósito da família de viver para a glória de Deus. A
família deve ser a escola da vida conforme os preceitos do Eterno. É no lar que
devemos aprender a amar a Deus e a obedecê-lo (Dt 11:19). A vida cristã deve
ser vivida exclusivamente para a glória de Deus. O casamento deve ser uma
demonstração do casamento de Cristo com a Igreja. O lar precisa ser uma igreja
santa, adorando ao Deus santo. Uma casa dividida não pode prevalecer. O profeta
Amós pergunta: "Andarão dois juntos se não houver entre eles acordo?"
(Am 3:3).
b) O casamento misto conspira
contra a criação dos filhos no temor do Senhor (Ml 2:15). Um
casamento misto tem grandes dificuldades na criação dos filhos. Ele
constitui-se num sério obstáculo à criação dos filhos na disciplina e
admoestação do Senhor (Ef 6:4). Uma casa dividida não pode manter-se em pé. Os
filhos que nascem e crescem num contexto de casamento misto são puxados de um
lado para o outro, ouvindo ensinos contraditórios, com exemplos contraditórios.
As maiores vítimas do casamento misto são os filhos. Famílias desestruturadas e
quebradas desembocam em igrejas fragilizadas.
c) O casamento misto é uma
declarada desobediência ao mandamento de Deus (Ml 2:11). Tanto no
Antigo quanto no Novo Testamento não encontramos amparo para o casamento misto.
Ele não é a vontade de Deus para o Seu povo (Dt 7:3,4; 2Co 6:14-17).
III.
DEUS ODEIA O DIVÓRCIO
“Ainda fazeis isto: cobris o
altar do SENHOR de lágrimas, de choros e de gemidos; de sorte que ele não olha mais para a oferta, nem a
aceitará com prazer da vossa mão. E dizeis: Por quê? Porque o SENHOR foi
testemunha entre ti e a mulher da tua mocidade, com a qual tu foste desleal, sendo ela a tua companheira e a mulher
do teu concerto. E não fez ele somente um, sobejando-lhe espírito? E por que
somente um? Ele buscava uma semente de
piedosos; portanto, guardai-vos em vosso espírito, e ninguém seja desleal
para com a mulher da sua mocidade.
Porque o SENHOR, Deus de Israel, diz que aborrece o repúdio e aquele que
encobre a violência com a sua veste,
diz o SENHOR dos Exércitos; portanto, guardai-vos em vosso espírito e não sejais desleais” (Ml 2:13-16).
Um das causas do divórcio é a
falta de cuidado de si e do cônjuge (Ml 2:15,16). O casamento é como uma
conta bancária, se sacarmos mais que depositamos, vamos à falência. Se
investíssemos mais no casamento, teríamos menos divórcios (Mt 19:3-9). Quem ama
o cônjuge, a si mesmo se ama (Ef 5:28).
Quais são os cuidados que
precisamos ter? Andar em sintonia com Deus e Sua Palavra; não deixar o
casamento cair na rotina; não guardar mágoa; não se descuidar da comunicação;
suprir as necessidades emocionais e sexuais do cônjuge; administrar sabiamente
a questão financeira
1. O
relacionamento conjugal (2:11-13). Os casamentos mistos estavam
ameaçando a teocracia judaica, a integridade espiritual da nação, e o divórcio
estava colocando em risco a integridade das famílias. O abandono do cônjuge
estava ameaçando o desmoronamento do lar em Israel.
Deus é o arquiteto, o fundamento
e o sustentador do casamento. Ele está presente como a testemunha principal. O
casamento foi instituído por Ele e é feito na presença dele. Em toda cerimônia
de casamento é costume os nubentes convidarem testemunhas. Muitas vezes essa
prática não passa de uma convenção social. Essas pessoas ilustres, acabada a
cerimônia, voltam à sua rotina e não mais acompanham a vida do casal. Todavia,
Deus é uma testemunha sempre presente (Ml 2:14). Nada acontece no
relacionamento conjugal sem que Ele saiba. Ele vela pelos cônjuges, reprova a
infidelidade e odeia o divórcio.
2. O
compromisso do casamento. A união conjugal é a mais
próxima e íntima relação de todo relacionamento humano. A união entre marido e
mulher é mais estreita do que a relação entre pais e filhos. Os filhos de um
homem são parte dele mesmo, mas sua esposa é ele mesmo. O apóstolo Paulo diz
que quem ama a sua esposa a si mesmo se ama (Ef 5:28). O casamento é uma
aliança em que deve existir lealdade e fidelidade. A infidelidade conjugal
atenta contra a santidade dessa aliança. O cônjuge precisa ser um jardim
fechado, uma fonte reclusa.
No projeto de Deus, o casamento é
indissolúvel. Ninguém tem autoridade para separar o que Deus uniu.
Marido e mulher devem estar juntos na alegria e na tristeza, na saúde e na
doença, na prosperidade e na adversidade. Só a morte pode separá-los (Rm 7:2;
1Co 7:39). A quebra da aliança conjugal é deslealdade. Jesus claramente
afirmou: "o que Deus uniu não o separe o homem" (Mt 19:6).
3. As
consequências do divórcio. O divórcio é desinstalador. É como um terremoto,
provoca grandes estragos. O divórcio é o colapso dos sonhos, o naufrágio da
esperança e a desistência deliberada de uma aliança firmada na presença de
Deus.
A seguir,
destacamos quatro consequências do divórcio apontadas pelo profeta Malaquias:
a) O
divórcio provoca profunda dor na pessoa abandonada (Ml 2:13). À época
de Malaquias, quando as esposas abandonadas iam ao altar e derramavam suas
lágrimas, isso tocava o coração de Deus a ponto de Ele não aceitar as orações
dos maridos que as abandonavam.
b) O
divórcio traz graves problemas para os filhos (Ml 2:15). A
poligamia e o divórcio não são compatíveis com a criação de filhos no temor de
Deus. E, em última instância, essas práticas não eram proveitosas para obter a
semente piedosa na árvore genealógica do Messias prometido. Ninguém poderia
divorciar-se, casando-se com uma idólatra e ainda esperar uma santa posteridade
atrás de si.
c) O
divórcio provoca uma crise espiritual e uma quebra da comunhão com Deus na vida
da pessoa que abandona seu cônjuge (Ml 2:13b). Os contemporâneos de
Malaquias estavam subestimando o pecado do divorcio. Eles choravam, mas não
obedeciam. Quando Deus não aceita o ofertante, Ele rejeita a oferta. No
primeiro capitulo de Malaquias, Deus recusa-se a aceitar os sacrifícios porque
os animais eram defeituosos (Ml 1:8,10,13); agora, Deus os rejeita por causa do
divórcio dos ofertantes. A Bíblia diz que se há iniquidade no coração, Deus não
ouve as orações (Sl 66:18). O apóstolo Pedro diz que se o marido não vive a
vida comum do lar, suas orações são interrompidas (1Pe 3:7). Deus não aceita o
culto desses homens porque Ele não aceita a quebra da aliança conjugal deles.
d) O
divórcio provoca o repúdio de Deus (Ml 2:16). Deus odeia o divórcio e
repudia aquele que age com violência com o cônjuge abandonado. Para Deus, o
divórcio é como cobrir de violência as suas vestes. De fato, toda vítima do
divórcio é violentada psicologicamente. Os golpes psicológicos precedem à
separação física.
Precisamos alertar que Deus é a
testemunha de toda cerimônia de casamento, e também será a testemunha de toda
violação desses votos. O pecado do divórcio é uma coisas abominável que Deus
odeia sempre. Pense nisso!
CONCLUSÃO
O casamento é um dos mais solenes
concertos e comprometimentos que pode haver entre duas pessoas. É uma
“comunhão divina e humana entre um homem e uma mulher”. Trata-se,
pois, de um compromisso assumido entre um homem e uma mulher que ultrapassa o
mero aspecto biológico ou social, mas que atinge, também, o nível espiritual. É
a forma que Deus estabeleceu para a formação da família (Gn 2:24) e, por isso,
exige que ambos os cônjuges sejam comprometidos com o Senhor, e que levem a
sério a sacralidade do relacionamento familiar, para que se tenha o ambiente
propício para a adoração ao Senhor.
Agradeço a todos que me
acompanharam ao longo deste ano letivo. Que o Senhor abençoe a todos
grandiosamente. Até o próximo ano, se Deus quiser! Feliz Ano Novo!
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Elaboração: Luciano de Paula Lourenço – Prof.
EBD – Assembléia de Deus – Ministério Bela Vista. Disponível no Blog: http://luloure.blogspot.com
Referências Bibliográficas:
William Macdonald – Comentário Bíblico popular (Antigo
Testamento).
Bíblia de Estudo Pentecostal.
Bíblia de estudo – Aplicação Pessoal.
O Novo Dicionário da Bíblia – J.D.DOUGLAS.
Comentário Bíblico NVI – EDITORA VIDA.
Revista Ensinador Cristão – nº 52 – CPAD.
A Teologia do Antigo Testamento – Roy B.Zuck.
Comentário Bíblico Beacon, v.5 – CPAD.
Malaquias – Rev. Hernandes Dais Lopes.