segunda-feira, 29 de junho de 2020

Aula 01 - DANIEL ORA POR UM DESPERTAMENTO


3º Trimestre/2020
EDIÇÃO ESPECIAL
Texto Base: Daniel 9.1-3; 6.10; 2.17-19; Esdras 1.1-5
05/07/2020
"Confessai as vossas culpas uns aos outros e orai uns pelos outros, para que sareis; a oração feita por um justo pode muito em seus efeitos" (Tg.5.16).
Daniel 9:
1.No ano primeiro de Dario, filho de Assuero, da linhagem dos medos, o qual foi constituído rei sobre o reino dos caldeus,
2.No primeiro ano do seu reinado, eu, Daniel, entendi pelos livros que o número dos anos, de que falara o SENHOR ao profeta Jeremias, em que haviam de cumprir-se as desolações de Jerusalém, era de setenta anos.
3.E eu dirigi o meu rosto ao Senhor Deus, para o buscar com oração e súplicas, com jejum, e saco e cinza.
Daniel 6:
10.Daniel, pois, quando soube que o edito estava assinado, entrou em sua casa ( ora havia no seu quarto janelas abertas do lado de Jerusalém ), e três vezes no dia se punha de joelhos, e orava, e dava graças diante do seu Deus, como também antes costumava fazer.
Daniel 2:
17.Então Daniel foi para a sua casa, e fez saber o caso a Hananias, Misael e Azarias, seus companheiros;
18.Para que pedissem misericórdia ao Deus do céu, sobre este mistério, a fim de que Daniel e seus companheiros não perecessem, juntamente com o restante dos sábios de Babilônia.
19.Então foi revelado o mistério a Daniel numa visão de noite; então Daniel louvou o Deus do céu.
Esdras 1:
1.NO primeiro ano de Ciro, rei da Pérsia (para que se cumprisse a palavra do SENHOR, pela boca de Jeremias), despertou o SENHOR o espírito de Ciro, rei da Pérsia, o qual fez passar pregão por todo o seu reino, como também por escrito, dizendo:
2.Assim diz Ciro, rei da Pérsia: O SENHOR Deus dos céus me deu todos os reinos da terra, e me encarregou de lhe edificar uma casa em Jerusalém, que está em Judá.
3.Quem há entre vós, de todo o seu povo, seja seu Deus com ele, e suba a Jerusalém, que está em Judá, e edifique a casa do SENHOR Deus de Israel (ele é o Deus) que está em Jerusalém.
4.E todo aquele que ficar atrás em algum lugar em que andar peregrinando, os homens do seu lugar o ajudarão com prata, com ouro, com bens, e com gados, além das dádivas voluntárias para a casa de Deus, que está em Jerusalém.
5.Então se levantaram os chefes dos pais de Judá e Benjamim, e os sacerdotes e os levitas, com todos aqueles cujo espírito Deus despertou, para subirem a edificar a casa do SENHOR, que está em Jerusalém.

INTRODUÇÃO

As tribulações, as provas intensas, as expectativas frustradas, sempre trazem desânimo e arrefecimento na fé de uma pessoa. O povo de Israel estava cativo na Babilônia; seu país fora destruído; e, por conseguinte, a fé do povo foi ao mais baixo vale. É difícil levantar os ânimos quando a tempestade se forma mais forte do que nós. Mas Deus sempre tem uma saída para o seu povo. No cativeiro, Ele levanta Daniel para ser o Seu porta voz e trazer despertamento espiritual e reanimar o povo. Daniel, após analisar as Escrituras proféticas de Jeremias, se colocou diante de Deus para orar por um despertamento do seu povo e cumprimento daquilo que estava determinado por Deus para ele.

I. DANIEL FOI DESPERTADO PARA ORAR

Ao examinar as Escrituras de Jeremias (Dn.9:2), Daniel fez uma grande descoberta: ele descobriu que o cativeiro babilônico teria a duração de setenta anos. Com esta descoberta ele foi despertado a buscar a Deus com muito fervor, cobrindo-se de saco e cinza, em sinal de profunda tristeza (Dn.9:1-3); orou com perseverança. Ele fez uma efusiva oração, em que adorou a Deus, fez confissão do seu pecado e dos pecados do povo e pediu a Deus a restauração de sua cidade, Jerusalém (cf. Dn.9:3-19).

1. Daniel vivia uma vida consagrada a Deus

Daniel, a despeito de tantas perdas – seu país foi invadido, sua cidade arrasada e o templo do Senhor derrubado, seu povo estava debaixo de opróbrio, estava longe de casa, em um país estranho, com uma língua estranha, sem a Palavra de Deus nas mãos, sem o templo, sem sacerdotes e sem os rituais do culto -, porém, não deixou seu coração ser envenenado pela mágoa. Em vez de buscar a vingança dos inimigos, procurou ser instrumento de Deus na cidade deles. Daniel não foi um jovem influenciado, mas um influenciador. No meio de uma cultura sem Deus e sem absolutos morais, Daniel não se corrompeu (Dn.1:8). Mesmo numa cidade das liberdades sem fronteiras, do pecado atraente e fácil, Daniel manteve-se íntegro, fiel e puro diante de Deus e dos habitantes da Babilônia. Ele vivia uma vida consagrada a Deus.

2 A estatura espiritual de Daniel capacitava-o para enfrentar verdadeiros combates em oração

A vida de oração constante levou Daniel a uma estatura espiritual modelar. Não há como enfrentar os inimigos sem a arma da oração. O apostolo Paulo era cônscio disto, por isso, recomendou aos crentes de Efésios: “Revesti-vos de toda a armadura de Deus, para que possais estar firmes contra as astutas ciladas do diabo; orando em todo tempo com toda oração e súplica no Espírito...” (Ef.6:10,18).
Daniel foi nomeado pelo rei Dario para um dos três presidentes sobre os cento e vinte sátrapas que administravam as províncias do império. Graças ao espírito excelente de Daniel, Dario pensava em estabelecê-lo sobre todo o reino (Dn.6:1-3). Mas, governantes invejosos de Daniel, que sabiam ser impossível culpá-lo de algum crime real, convenceram o rei a publicar um decreto proibindo que se orasse a qualquer deus ou a qualquer homem, senão ao rei. Uma vez sancionado e transformado em lei, o decreto se tornava irrevogável (Dn6:4-8). A fidelidade de Daniel é um desafio para nós (1Pd.3:13-17).
Dario assinou o decreto, mas Daniel continuou a orar ao Senhor “três vezes por dia” (Dn.6:10), fato que seus inimigos se apressaram em relatar ao rei (Dn.6:9-13). Até o pôr do sol, Dario se empenhava para salvar Daniel, mas o decreto era inalterável, e o rei se viu obrigado a ordenar que Daniel fosse lançado na cova dos leões. Não obstante, o rei pagão o incentivou, dizendo-lhe que o “Deus a quem” Daniel servia continuamente o livraria da cova dos leões. É bonito ver como até mesmo os incrédulos por vezes assimilam a fé e a moral de sevos de Deus fiéis do seu convívio próximo. Muitas vezes, porém, os cristãos desapontam seus amigos e parentes incrédulos quando não demonstram os padrões de fé e prática elevados que o mundo espera do povo de Deus.
Dario recusou o entretimento habitual e preferiu passar a noite em jejum. Pela manhã, ao romper do dia, levantou-se o rei e, preocupado, foi com pressa à cova dos leões. Lá, encontrou Daniel vivo e ileso. Como sempre fazia, o profeta deu glória ao Senhor: “O meu Deus enviou o seu anjo e fechou a boca aos leões, para que não me fizesse dano”. O rei ordenou que os acusadores de Daniel fossem lançados na cova, onde os leões os devoraram. Como resultado, Dario publicou um decreto aos povos, nações e pessoas de todas as línguas honrando o Deus de Daniel (Dn.6:18-28).
Sem dúvida, para adquirir uma estrutura espiritual capaz de enfrentar tempestades, embates contra os inimigos, a oração é uma arma imprescindível. Infelizmente, há muitos que não gostam de orar, e isto os tornam vulneráveis diante dos inimigos e das intempéries da vida.
A Oração é a alma do cristianismo e expressa a nossa total dependência de Deus. Ela é indispensável para uma vida de comunhão com Deus. Ela é o canal pelo qual o homem exercita a sua submissão a Deus. Ela é a forma pela qual o crente se põe como um verdadeiro servo do Senhor. Ela é a própria exteriorização de nossa qualidade de servo de Deus. Assim como a fome e a sede, instintos naturais do homem, exigem uma satisfação correspondente (comer e beber), assim também a alma humana precisa ser despertada e alimentada pela presença do Criador. O salmista diz: “A minha alma tem sede do Deus vivo!”(Sl.42:2). Essa sede de Deus é uma necessidade básica do espírito.

3. Coincidindo com o período de oração de Daniel, profundas mudanças estavam para acontecer na Babilônia

Na época em que Daniel foi despertado a orar por um despertamento, o reino da Babilônia estava em guerra com os medos e persas.
Segundo Roy E. Swim, após a morte de Nabucodonosor, o seu filho, Evil-Merodaque, o sucedeu no trono.; este é o rei que deu honra especial ao rei Joaquim (filho de Jeoaquim), depois de 37 anos de exílio, ao soltá-lo da prisão e designar-lhe uma pensão (cf. Jr.52:31-34; 2Rs.25:27-30). Depois de dois anos, Neriglissar, o cunhado de Evil-Merodaque, liderou uma revolta e o assassinou. Neriglissar tinha se casado com uma das filhas de Nabucodonosor e reivindicava um certo direito real, especialmente por meio do seu filho, Labashi-Marduque; mas o jovem não recebeu apoio e logo foi morto pelos seus amigos de confiança. Os generais e líderes políticos escolheram Nabonido, outro genro de Nabucodonosor, um auxiliar experimentado e de confiança durante a maior parte do seu reinado. Nitocris, filha de Nabucodonosor, deu um filho a Nabonido, seu nome era Belsazar.
Por causa do seu sangue real, Belsazar, três anos após a ascensão de Nabonido ao trono, foi feito corregente com seu pai. Ele tinha a incumbência de governar a cidade e a província da Babilônia. Esse foi o rei Belsazar descrito por Daniel (1).
À época de Belsazar, em face de uma série de reis incompetentes, Babilônia encontrava-se numa trajetória decaída, deixando para trás sua época dourada. A ruína de Babilônia estava prestes a acontecer, pois um destacamento militar persa, comandado por Ciro, deslocara-se rapidamente para o sul, estacionando junto aos muros de Babilônia. Os muros eram grandes e fortes e seus armazéns achavam-se repletos de alimentos. O rio Eufrates trazia água à vontade para dentro da cidade. Para os líderes nacionais, Babilônia era invencível a qualquer inimigo. Apesar da presença dos inimigos junto aos muros da Babilônia, deliberadamente o rei Belsazar decidiu desafiar o Deus Altíssimo e por isso teve que enfrentar as consequências finais das escolhas que livremente tomara.
Belsazar zombou de Deus e de Suas coisas sagradas (Dn.5:1-31). Belsazar, filho de Nabonido e neto de Nabucodonosor, ofereceu um grande banquete idólatra, no qual usou os utensílios sagrados de ouro e de prata que Nabucodonosor havia levado do templo em Jerusalém. O rei e sua corte beberam o vinho até ficarem embriagados e deram louvores aos deuses de ouro, de prata, de bronze, de ferro, de madeira e de pedra. Enquanto os convidados se embebedavam e farreavam, apareceram uns dedos de mão de homem e escreviam na parede. Amedrontado, ele ofereceu um manto de púrpura, uma cadeia de ouro e uma promoção para quem interpretasse a inscrição.
Por sugestão da rainha, Belsazar convocou Daniel para interpretar a escritura. Mesmo depois de tantos anos e mudanças no governo, pelo menos alguém ainda se lembrava do espirito excelente, conhecimento e inteligência de Daniel.
Depois de recapitular a experiência de Nabucodonosor e de repreender Belsazar com ousadia por haver profanado os utensílios do templo ao usá-los para se embebedar com seus convidados em um banquete idólatra, Daniel revelou o teor da escritura e seu significado. A inscrição na parede dizia: “MENE, MENE, TEQUEL E PARSIM”.
  • MENE quer dizer “contados”. Deus contou o império babilônico e deu cabo dele.
  • TEQUEL significa “pesado”. Belsazar foi pesado na balança e achado em falta.
  • PARSIM (plural de PERES) quer dizer “dividido”. O reino de Belsazar foi dividido e dado aos medos e aos persas.
Naquela mesma noite, os exércitos medos-persas invadiram a Babilônia, mataram Belsazar e se tornaram a nova potência mundial, sob o governo de Dario, o medo.
O desprezo do conhecimento de Deus leva o homem a uma vida dissoluta moralmente. A atitude do rei em utilizar os utensílios do templo de Jerusalém em sua festa devassa e idólatra, mostrava o caráter perverso de Belsazar. Ele estava afrontando ao Senhor e profanando publicamente aquilo que pertencia a Deus. O castigo viria inevitavelmente e imediatamente.
A vida é uma semeadura; colhemos o que plantamos - aqueles que plantam o mal colhem o mal; aqueles que semeiam vento colhem tempestade. Aqueles que semeiam na carne, da carne colhem corrupção. Aquilo que fazemos aqui determinará nosso destino amanhã. Querer fazer o mal e receber o bem é zombar de Deus, e de Deus ninguém zomba (Gl.6:7).

II. A RESPOSTA ÀS ORAÇÕES DE DANIEL

Enquanto estudava o Livro de Jeremias (Dn.9:2), Daniel se deu conta de que os setenta anos de cativeiro estava quase chegando ao fim. Em sua oração ele confessou o seu pecado e as iniquidades de seu povo, e pediu que o Senhor cumprisse suas promessas acerca de Jerusalém e do povo de Judá. Em resposta às orações de Daniel (Dn.9:21), Deus lhe concedeu a revelação extremamente importante das setenta semanas (Dn.9:24), considerada a “espinha dorsal da profecia bíblica”. É claro que nesta Aula não falaremos a respeito deste assunto, mas quem quiser saber mais sobre isso acesse o link: http://luloure.blogspot.com/2014/12/aula-10-as-setenta-semanas-de-daniel.html.
Daniel baseou suas petições no caráter de Deus - sua grandeza, temibilidade, fidelidade, justiça, misericórdia e perdão; e em seus interesses - teu povo, tua cidade, teu santo monte, teu santuário.
Enquanto Daniel ainda estava em oração, o anjo Gabriel se apresentou rapidamente e o tocou à hora do sacrifício da tarde(Dn.9:21); garantiu a Daniel que ele era mui amado (Dn.9:23) - um tributo maravilhoso, vindo do próprio Deus. Em seguida, ele apresentou um esboço da história futura de Israel como nação por meio da imagem das setenta semanas (cf.Dn.9:20-23).

1. A Bíblia relata o que realmente aconteceu

Ao ler as Escrituras, especialmente o livro de Jeremias, Daniel descobre que o tempo do cativeiro havia chegado ao fim (Dn.9:2). Apesar da apatia dos judeus, Daniel sabia das promessas do Senhor. Ele desejava a restauração da sua nação, por isso, ele começou orar, e na sua súplica pela restauração da nação podemos notar que ele desejava: pede perdão pelas transgressões de Israel; pede para que cessasse a ira e o furor do Senhor sobre Jerusalém e sobre o templo; pede o cumprimento da profecia com a libertação do cativeiro, o retorno para Canaã e o restabelecimento do culto. Deus ouviu a oração de Daniel. As Escrituras afirmam:
"No primeiro ano de Ciro, rei da Pérsia (para que se cumprisse a palavra do SENHOR, por boca de Jeremias), despertou o SENHOR o espírito de Ciro, rei da Pérsia, o qual fez passar pregão por todo o seu reino, como também por escrito, dizendo: Assim diz Ciro, rei da Pérsia: O SENHOR, Deus dos céus, me deu todos os reinos da terra; e ele me encarregou de lhe edificar uma casa em Jerusalém, que é em Judá. Quem há entre vós, de todo o seu povo, seja seu Deus com ele, e suba a Jerusalém, que é em Judá, e edifique a Casa do SENHOR, Deus de Israel; ele é o Deus que habita em Jerusalém" (Ed.1:1-3).

2. Conforme a declaração de Ciro, estava cumprida a promessa divina dada através do profeta Jeremias

Deus cumpre com as suas promessas; Ele nunca falha. Pela instrumentalidade do rei da Pérsia, Ciro, Deus cumpriu todas as promessas feitas pela instrumentalidade do profeta Jeremias ao povo de Judá. Em 2Crônicas está escrito assim:
“para que se cumprisse a palavra do Senhor, por boca de Jeremias, até que a terra se agradasse dos seus sábados; todos os dias da desolação repousou, até que os setenta anos se cumpriram. Porém, no primeiro ano de Ciro, rei da Pérsia, para que se cumprisse a palavra do Senhor, por boca de Jeremias, despertou o Senhor o espírito de Ciro, rei da Pérsia, o qual fez passar pregão por todo o seu reino, como também por escrito, dizendo: Assim diz Ciro, rei da Pérsia: O Senhor, Deus dos céus, me deu todos os reinos da terra e me encarregou de lhe edificar uma casa em Jerusalém, que está em Judá; quem entre vós é de todo o seu povo, que suba, e o Senhor, seu Deus, seja com ele” (2Cr.36:21-23).
Deus usou Ciro, rei da Pérsia, para proclamar um pregão autorizando os judeus a retornar a Judá e reconstruir o templo em Jerusalém. Além disso, ordenou aos países vizinhos que contribuíssem generosamente com o remanescente que retornava a Israel. Além das riquezas doadas pelas nações vizinhas, o rei Ciro devolveu aos judeus “cinco mil e quatrocentos” utensílios “de ouro e de prata” que Nabucodonosor havia retirado do templo em Jerusalém (cf.Ed.1:5-11).
Quando os judeus chegaram a Jerusalém, alguns dos cabeças de famílias doaram ouro e prata para a construção da Casa do Senhor, além de vestes para os sacerdotes. O povo passou a habitar em suas respectivas cidades (cf.Ed.2:68-70).
Muitos anos antes de nascer, Ciro foi chamado e separado por Deus para cumprir esse importante propósito (cf. Is.44:28 – 45:13). Ciro é um exemplo da verdade apresentada em Provérbios 21:1: “Como ribeiros de águas assim é o coração do rei na mão do SENHOR; este, segundo o seu querer, o inclina”.
O decreto de Ciro encerrou os setenta anos do cativeiro judaico. Esse período pode ser calculado de duas formas: dede o ataque de Nabucodonosor a Jerusalém, em 605 a.C.(gerando a primeira era de exilados) até o assentamento da fundação do templo em 535 a.C.; ou desde a queda de Jerusalém, em 586 a.C., até o término das obras de reconstrução do templo, em 516 a.C.
Em resumo, os acontecimentos dos fatos:
ü  Todos os Judeus seriam liberados para voltarem a Judá, caso quisessem (Ed.1:3).
ü  Receberam permissão para reedificar o templo.
ü  Todas as despesas da construção do Templo poderiam ser tiradas dos tributos de além do rio.
ü  Os vasos sagrados deveriam ser entregues aos cuidados de Zorobabel, nomeado governador dos judeus pelo rei Ciro, para serem transportados de volta para Jerusalém (Ed.1:7).
Todavia, apesar do cumprimento da profecia de Jeremias, muitos dentre o povo estavam acostumadas com a Babilônia. Do mesmo modo, em nossos dias, muitos que se dizem cristãos estão acostumados e conformados com o mundo; entretanto, a nossa Pátria está nos céus (Fp.3:20); devemos, pois, clamar pela volta de Jesus. “Amém! Vem, Senhor Jesus! (Ap.22:20).

III. O RESULTADO DE UM DESPERTAMENTO PROVENIENTE DE DEUS

1. O rei Ciro foi despertado em seu espírito

“Despertou o Senhor o espírito do rei Ciro” (Ed.1:1).
Observe que o monarca persa não foi despertado pela influência de nenhuma outra pessoa, mas foi despertado pelo Senhor. Mais ou menos 200 anos antes do seu nascimento, o profeta Isaias, inspirado pelo Espírito Santo, profetizou acerca de Ciro (Is.44:28): “quem diz de Ciro: É meu pastor e cumprirá tudo o que me apraz; dizendo também a Jerusalém: Sê edificada; e ao templo: Funda-te” (Is.44:28). Esta profecia é bastante notável pelo fato de mencionar o nome do rei num interstício tão longo. Também é surpreendente Deus chamá-lo de “meu pastor”. Ciro é citado como o instrumento usado por Deus para libertar seu povo da Babilônia e autorizar a reconstrução do templo. Josefo, o historiador judeu, escreveu:
“Ora, Ciro tomou conhecimento desse fato (da construção do templo) por meio da leitura do livro de que Isaias havia deixado com suas profecias 210 anos antes [...]. Isaias predisse tais coisas 140 anos antes de o templo ser destruído. Quando, portanto, Ciro as leu e se admirou de seu caráter divino, impulso e emulação o levaram a fazer conforme estaca escrito” (Josefo. História dos Hebreus).
Em Isaias 45:1, o Senhor chama Ciro de “seu ungido” – “Assim diz o Senhor ao seu ungido, a Ciro...” (o mesmo termo que “messias” em hebraico), pois o monarca da Pérsia foi um protótipo do Messias prometido, que concederia livramento final ao seu povo. Jeová prometeu lhe dar vitória sobre as nações, principalmente a Babilônia, além de remover todos os obstáculos a suas conquistas e lhe entregar grandes quantidades de tesouros escolhidos e riquezas encobertas. Ainda se dirigindo a Ciro, o Senhor se refere a si mesmo como o único Deus verdadeiro que trata Ciro “pelo [...] nome”, que o chama de “ungido” e “pastor” (Is.44:28), e que o capacita para sua missão. Deus faz tudo isso por amor a seu povo e para que todo o mundo saiba que somente Ele é o Senhor.

2. O resultado do despertamento do rei Ciro

O Cativeiro terminou no ano 536 a.C., por força de um Decreto de Ciro, conforme Esdras registrou nos Capítulos 1 e 2 de Seu Livro. Por esse Decreto, Ciro autorizou os judeus a voltarem para sua terra e estabeleceu um objetivo que deveria ser cumprido - “... suba a Jerusalém, que é em Judá, e edifique a Casa do Senhor, Deus de Israel ...” (Ed.1:3). “A Casa do Senhor” era um símbolo da presença de Deus no meio do Seu povo. Quando Nabucodonosor destruiu Jerusalém e levou para Babilônia a terceira turma de cativos, no ano 586 a. C., o Templo de Salomão foi totalmente destruído; significando, assim, que Deus não habitava mais em Israel.
Quando Deus autorizou, pela instrumentalidade de Ciro, a volta dos judeus, também ele tomou as medidas necessárias para que um novo Templo, ou uma nova Casa do Senhor fosse construída. Deus queria, novamente, habitar no meio de seu povo, em Jerusalém.
Os que retornaram sob o comando de Zorobabel e do sumo sacerdote Josué, entenderam qual era a vontade de Deus. A primeira providência, quando chegaram à Jerusalém, foi edificar um altar - “... e edificaram o altar do Deus de Israel, para oferecerem sobre ele holocaustos, como está escrito na lei de Moisés, o homem de Deus” (Ed.3:2).
Isto nos faz entender que um período de provação, no Cativeiro, contribui para levar o crente de volta ao altar do Senhor. A provação é um instrumento que Deus usa para, entre outros propósitos, trazer os seus filhos para junto do altar.
Dois anos depois, em 534 a. C., foram lançados os fundamentos para a construção do novo Templo.

3. No despertamento ou avivamento é preciso ter cuidado com os ardis de Satanás

Durante os setenta anos de Cativeiro, os Samaritanos e outros povos vizinhos tinham ocupado a terra de Israel. Assim, num primeiro momento, certamente por inspiração de Satanás, estes povos que estavam na terra quiseram misturar-se com o povo de Deus. Satanás sempre usou esta tática.
Quando a construção do Templo foi iniciada, eles quiseram ajudar, trabalhando junto com os judeus; uma atitude, aparentemente louvável, para quem não conhece a Palavra de Deus. É princípio bíblico que Deus não aceita aliança com Satanás, não aceita a mistura do Seu povo com os “povos da terra”, ou do mundo.
“Os povos da terra” disseram: “deixa-nos edificar convosco, porque como vós, buscaremos o vosso Deus ...” (Ed.4:2). O crente, hoje, que não conhece a Palavra de Deus, talvez dissesse: “mas, isto é uma bênção!”. Porém, Zorobabel e o sumo sacerdote Josué conheciam a Palavra de Deus, e não podiam fazer “aliança” com aquela gente:
Porém Zorobabel, e Jesua, e os outros chefes dos pais de Israel lhes disseram: não convém que vós e nós edifiquemos casa a nosso Deus: mas nós sós a edificaremos ao Senhor, Deus de Israel” (Ed.4:3).
Falhando o projeto da mistura, então Satanás passou ao ataque, à perseguição, usando calúnias, mentiras, difamações (vide Esdras 4:5-24).
Quem aceita a “mistura” pode ficar livre das perseguições; a Casa do Senhor pode se encher - mas, encher com “os povos da terra”. Todavia, a Casa do Senhor precisa se encher com o povo de Deus; esta é uma verdade bíblica!
Em consequência da rejeição da ajuda, a construção do Templo foi paralisada - “então cessou a obra da casa de Deus, que estava Jerusalém ...” (Ed.4:24); isto ocorreu no ano 429 a.C..
Ciro, o Rei Persa que havia autorizado a volta dos judeus e a construção do Templo, morreu em 530 a.C... Seu filho, conhecido na história secular como Cambisis II, assumiu o trono entre 529 e 522 a.C.; foi, portanto, o rei que decretou a paralisação da Obra que tinha sido autorizada por seu pai. A construção do Templo permaneceu parada até 520 a.C., quando, então, entraram em cena os dois profetas Ageu e Zacarias. Através destes dois profetas, o Espírito de Deus levantou o “moral” dos dirigentes e do povo:
 “... e começaram a edificar a Casa de Deus, que está em Jerusalém; e com eles os profetas de Deus que os ajudaram” (Ed.5:2).
Satanás pode implantar os seus ardis e prejudicar, temporariamente, a Obra de Deus, porém, acabar com ela, nunca! O Senhor Jesus falando a respeito de Sua Igreja, afirmou: “... as portas do inferno não prevalecerão contra ela” (Mt.16:18).

CONCLUSÃO

Satanás não dá trégua! Durante toda a Obra de Deus ele vai fazer oposição; destruir faz parte da essência do seu caráter(ler João 10:10). Isto nos remete à realidade de que a vida cristã é uma guerra contínua; é uma batalha sem trégua. É impossível realizar a Obra de Deus sem oposição. Precisamos orar a Deus com mais frequência e com maior dedicação para que Ele desperte o seu povo à união e unidade da fé nesta peleja contra os ardis de Satanás, que pertinaz procura enfraquecer o povo de Deus promovendo o secularismo no seu meio. Quando o mundo quiser cooperar conosco na Obra do Senhor, que possamos ousar em dizer: não aceitamos, porque o Senhor é a nossa força e Ele está conosco!
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Luciano de Paula Lourenço – EBD/IEADTC
Disponível no Blog: http://luloure.blogspot.com
Referências Bibliográficas:
Bíblia de Estudo Pentecostal.
Bíblia de estudo – Aplicação Pessoal.
Comentário Bíblico popular (Antigo e Novo Testamento) - William Macdonald.
Comentário Bíblico Pentecostal. CPAD.
Comentário do Novo Testamento – Aplicação Pessoal. CPAD.
(1) Roy E. Swim. Comentário Bíblico Beacon. CPAD.
Daniel – As visões para estes últimos dias. Severino Pedro da Silva. CPAD.
Hernandes Dias Lopes. Daniel (Um homem amado do Céu. Hagnos.

sábado, 27 de junho de 2020

LIÇÕES BÍBLICAS – 3º TRIMESTRE/2020


Graça e paz, da parte de Deus, nosso Pai, e da do Senhor Jesus Cristo!
Amados irmãos e amigos deste blog, em atenção ao comunicado da Casa Publicadora das Assembleias de Deus (veja a seguir), no 3ºTrimestre de 2020 estaremos reprisando as Lições do 2º Trimestre. Todos os subsídios, em texto, das respectivas lições, preparados por mim, estão disponíveis neste blog, que você poderá ter acesso clicando em cada link a seguir.
Contudo, no afã de oferecer outra opção de apresentação dessas Lições, publicarei toda semana, neste blog, Vídeo-Slide para cada Aula elaborada, seguindo todos os tópicos e itens propostos. As Aulas que foram publicadas em formato de texto serão disponibilizadas em formato de Vídeo-Slide. É uma ótima opção para aqueles que gostam de apresentar suas Aulas usando o projetor. Foi um trabalho bastante exaustivo, mas com muito prazer me dediquei a esta empreitada a fim de oferecer aos seguidores deste blog outra opção, bastante usual, de ministração de estudos bíblicos e Lições da Escola Dominical em suas classes. Eu, particularmente, quando estou ministrando as minhas aulas, e quando há equipamento disponível, gosto mais de utilizar essa modalidade de apresentação, pois os alunos além de ouvirem também veem o conteúdo apresentado e terão maior possibilidade de absorvê-lo.
Entrementes, apresentarei subsídios às Lições da Edição Especial publicada pela CPAD para o 3º Trimestre de 2020. Em caráter especial, estudaremos sobre o seguinte tema: “Os Princípios Divinos em Tempos de Crise - A reconstrução de Jerusalém e o Avivamento Espiritual como Exemplos para os Nossos Dias”. Estas Lições é uma reprisa do 3º Trimestre de 1993. O comentarista é o saudoso pastor Eurico Bergstén, e estão distribuídas sob os seguintes assuntos:
Lição 1.Daniel ora por um despertamento.
Lição 2.Despertamento Espiritual - um milagre.
Lição 3.O Despertamento renova o altar.
Lição 4.A Construção do Templo enfrentou oposição.
Lição 5.Zorobabel recomeça a construção do Templo.
Lição 6.Neemias reconstrói os muros de Jerusalém.
Lição 7.O povo de Deus deve separar-se do Mal.
Lição 8.As causas da desunião devem ser alienadas.
Lição 9.Como vencer as oposições à obra de Deus.
Lição 10.Provai se os espíritos são de Deus.
Lição 11.Esdras vai a Jerusalém ensinar a Palavra.
Lição 12.Esdras e Neemias combatem o casamento misto.
Lição 13.A vigilância conserva pura a Igreja.





Abraços a todos e que Deus os abençoe sobremaneira.
Luciano de Paula Lourenço

domingo, 21 de junho de 2020

Aula 13 – A BATALHA ESPIRITUAL E AS ARMAS DO CRENTE


2º Trimestre/2020
Texto Base: Efésios 6:10-20
 “Revesti-vos de toda a armadura de Deus, para que possais estar firmes contra as astutas ciladas do diabo” (Ef.6:11).

Efésios 6:
10.No demais, irmãos meus, fortalecei-vos no Senhor e na força do seu poder.
11.Revesti-vos de toda a armadura de Deus, para que possais estar firmes contra as astutas ciladas do diabo;
12.porque não temos que lutar contra carne e sangue, mas, sim, contra os principados, contra as potestades, contra os príncipes das trevas deste século, contra as hostes espirituais da maldade, nos lugares celestiais.
13.Portanto, tomai toda a armadura de Deus, para que possais resistir no dia mau e, havendo feito tudo, ficar firmes.
14.Estai, pois, firmes, tendo cingidos os vossos lombos com a verdade, e vestida a couraça da justiça,
15.e calçados os pés na preparação do evangelho da paz;
16.tomando sobretudo o escudo da fé, com o qual podereis apagar todos os dardos inflamados do maligno.
17.Tomai também o capacete da salvação e a espada do Espírito, que é a palavra de Deus,
18.orando em todo tempo com toda oração e súplica no Espírito e vigiando nisso com toda perseverança e súplica por todos os santos
19.e por mim; para que me seja dada, no abrir da minha boca, a palavra com confiança, para fazer notório o mistério do evangelho,
20.pelo qual sou embaixador em cadeias; para que possa falar dele livremente, como me convém falar.

INTRODUÇÃO

Com esta Aula concluímos os estudos da Epístola aos Efésios. Tenho certeza de que fomos ricamente abençoados com todo o conteúdo estudado. Nesta última Aula do trimestre trataremos da “Batalha espiritual e as armas do crente”. A Igreja, desde o seu nascedouro no Pentecostes, está em uma luta renhida, luta esta que não é física, mas espiritual; em Efésios 6:13-20, o apóstolo usa a metáfora da armadura romana para mostrar a realidade dessa guerra. Embora Paulo estivesse preso em Roma, por instigação dos judeus, por determinação das autoridades romanas, na antessala do martírio, escreve dizendo que nossa batalha não era contra os seus algozes que o prenderam e que o mantinha preso, mas era contra forças demoníacas, contra batalhões de anjos caídos, contra espíritos maus, demônios, sob a liderança de Satanás, que pertinaz procura impedir que o Plano de Deus se concretize. Embora não possamos vê-los, estamos cercados constantemente por seres espirituais malignos; mesmo sendo verdade que eles não podem habitar num crente verdadeiro, podem oprimi-lo e molestá-lo.
Neste estudo vamos conhecer as armas que Deus tem colocado à nossa disposição para lutarmos contra o nosso arqui-inimigo e seus asseclas. O apóstolo usou os instrumentos bélicos como metáfora de uma realidade que todos nós conhecemos. Na armadura de Deus o crente tem tudo o que é necessário para suportar os ataques de Satanás e suas hostes. Portanto, há uma batalha espiritual e, para enfrentá-la, precisamos estar bem preparados com as armas espirituais. Devemos estar prontos, e armados, a fim de lutarmos e vencermos essa guerra.

I. O PREPARO ESPIRITUAL DO CRENTE PARA A BATALHA

A guerra espiritual não é uma ficção. O fato de o nosso inimigo ser invisível não quer dizer que é irreal. Os demônios existem de fato, mas não passam de um inconveniente diante do poder de Jesus Cristo; são entidades destituídas de poder quando estão na presença do Senhor Jesus (Mc.1:23-26; 3:11). No entanto, nós seres humanos não podemos desafiá-los com nossas próprias forças; para enfrentá-los e vencê-los não podemos usar armas convencionais; precisamos da ajuda divina; precisamos de armas espirituais poderosas em Deus para desbaratar o inimigo; precisamos estar na dependência de Deus.
“Porque as armas da nossa milícia não são carnais, mas, sim, poderosas em Deus, para destruição das Fortalezas” (2Co.10:4).
Apresentamos duas verdades a serem consideradas nesta batalha contra as hostes espirituais do mal:

1. Precisamos estar fortalecidos no poder de Deus (Ef.6:10)

"Finalmente, fortalecei-vos no Senhor e na força do seu poder".
Não podemos entrar nesse campo de batalha fiados em nossa própria força. Precisamos ser revestidos com poder. Sem autoridade espiritual seremos humilhados nessa peleja. Não basta falar de poder, é preciso experimentá-lo. A igreja contemporânea está parecida com os discípulos de Cristo no sopé do monte da transfiguração (Lc.9:40). Estamos sem poder porque perdemos muitas vezes o foco com discussões inócuas, enquanto deveríamos orar, jejuar, crer e fazer a obra de Deus na força do seu poder (Mc.9:14). Concordo com Hernandes Dias Lopes quando afirma que, “hoje, a igreja tem extensão, mas não tem profundidade; tem influência política, mas não tem autoridade moral; tem poder econômico, mas está vazia de poder espiritual. Estamos precisando de poder, de uma capacitação especial do Espírito de Deus. Não falamos de um desempenho diante dos homens; não falamos de um poder cosmético que tem brilho, mas não calor; que tem aparência, mas não substância. Precisamos de um batismo de fogo, e não de fogo estranho; precisamos de uma obra do Céu, e não dos embustes da Terra”.

2. Precisamos estar vigilantes em toda oração e súplica (Ef.6:18)

“orando em todo tempo com toda oração e súplica no Espírito e vigiando nisso com toda perseverança e súplica por todos os santos”.
Ser vigilante é ficar de prontidão para o combate; é não dormir em meio à luta, como os discípulos de Jesus dormiram no Getsêmani. Vigiar é não brincar com o pecado, é fugir da tentação, é não ficar flertando com situações sedutoras. O diabo não usa as suas "ciladas" contra o incrédulo, contra o não cristão, ele escala seus demônios mais terríveis para atacar os filhos de Deus.
A oração é a energia que capacita o soldado crente a usar a armadura e brandir a Espada do Espírito. Não podemos lutar nessa guerra com nossas próprias forças, no nosso próprio poder. Moisés orou, e Josué brandiu a espada contra Amaleque. Oração e ação caminham juntas (Ex.17:8-16). A oração é o poder para a vitória.
Em Efésios 6:18, Paulo fala sobre seis elementos importantes a respeito da oração (Adaptado do livro Efésios – a Igreja, a noiva gloriosa. Rev. Hernandes Dias Lopes).
a) O tempo da oração (Ef.6:18) - "Orando em todo tempo". Isso quer dizer que devemos estar em constante comunhão com Deus. Não é correto dizer: "Senhor, vimos agora à tua presença", porque o crente jamais tem licença para sair da presença do Senhor. O crente deve orar sempre, porque ele está sempre exposto ao ataque do inimigo.
b) A natureza da oração (Ef.6:18) - "Com toda oração e súplica". Isto é mais do que um tipo de oração. Devemos usar súplica, intercessão e ação de graças. O crente que ora apenas pedindo coisas está perdendo o real sentido da oração, que é se manter em intimidade com Deus, deleitando-se nEle.
c) A esfera da oração (Ef.6:18) - "no Espírito". Isto quer dizer que essa oração precisa ser motivada e assistida pelo Espírito (Rm.8:26,27). Não é oração feita no monte ou em línguas, mas no Espírito. O Espírito assiste-nos em nossa fraqueza, porque não sabemos orar como convém. O Espírito é como o fogo que faz o incenso da oração subir como aroma suave diante de Deus. Diz o apóstolo Paulo: “E da mesma maneira também o Espírito ajuda as nossas fraquezas; porque não sabemos o que havemos de pedir como convém, mas o mesmo Espírito intercede por nós com gemidos inexprimíveis” (Rm.8:26).
d) A vigilância da oração (Ef.6:18) - "e vigiando nisso." Devemos orar de “olhos” abertos. Devemos orar e vigiar. Devemos fazer como Neemias: "Nós, porém, oramos ao nosso Deus; e colocamos guardas para proteger-nos de dia e de noite" (Ne.4:9). Orar e vigiar é o segredo da vitória sobre o mundo (Mc.13:33), a carne (Mc.14:38) e o diabo (Ef.6:18). Porque Pedro dormiu no Getsêmani, e não orou nem vigiou, ele foi derrotado (Mc.14:29-31,67-72).
e) A perseverança da oração (Ef.6:18) - "com toda perseverança". A igreja primitiva orou com perseverança (At.1:14; 2:42; 6:4), e também devemos orar da mesma forma (Rm.12:12). Robert Law disse: "A oração não é para fazer a vontade do homem no céu, mas para fazer a vontade de Deus na terra".

II. CONHECENDO O CAMPO DA BATALHA ESPIRITUAL

1. As astutas ciladas do Diabo

Revesti-vos de toda a armadura de Deus, para que possais estar firmes contra as astutas ciladas do diabo” (Ef.6:11).
O diabo é mais perigoso em sua astúcia do que em sua ferocidade; ele usa ciladas, armadilhas e ardis; ele age dissimuladamente como uma serpente; ele disfarça-se; ele transfigura-se em anjo de luz; ele usa voz mansa; ele usa diversas máscaras; ele tenta enganar as pessoas levando-as a duvidar da Palavra de Deus, exaltando o homem ao apogeu da glória. Ele também age assustadoramente como um leão, ele ruge para assustar; ele sabe agir de maneira a angariar para si vantagens e a não se deixar enganar; ele é hábil para fazer maldades; ele e seus asseclas ameaçam e intimidam as pessoas com o propósito de destruí-las; eles atacam com fúria no dia mau. Eles também agem com diversidade de métodos; eles estudam cada pessoa para saber o lado certo e o momento certo para atacá-la. Sanção, Davi, Pedro foram derrubados porque o diabo variou seus métodos. O Inimigo age dissimuladamente como uma serpente.
Precisamos, pois, estar atentos para identificar as ciladas do inimigo; do contrário, sofreremos sérios danos. William Hendriksen, escrevendo sobre essas ciladas do diabo, afirmou:
“Alguns destes manhosos ardis e malignos estratagemas são: confundir a mentira com a verdade de forma a parecer plausíveis (Gn.3:4,5,22); citar erroneamente as Escrituras (Mt.4:6); disfarçar-se em anjo de luz (2Co.11:4) e induzir seus "ministros" a fazerem o mesmo, aparentando ser apóstolos de Cristo (2Co.11:13); arremedar a Deus (2Ts.2:1-4,9); reforçar a crença humana de que ele não existe (At.20:22); entrar em lugar onde não se esperava que entrasse (Mt.24:15; 2Ts.2:4); e, acima de tudo, prometer ao homem que por meio das más ações pode-se chegar a obter o bem” (Lc.4:6,7).

2. O conflito contra o reino das trevas

Os cristãos não estão em uma campanha militar terrena – nossa batalha não é contra carne e sangue. Afirma o apóstolo Paulo: “porque não temos que lutar contra carne e sangue, mas, sim, contra os principados, contra as potestades, contra os príncipes das trevas deste século, contra as hostes espirituais da maldade, nos lugares celestiais” (Ef.6:12).
Observe que o nosso inimigo é invisível e poderoso, e o campo de batalha não é mundo material, e sim espiritual; e a luta se dá tanto na área individual quanto na área coletiva da Igreja (1Pd.5:8,9).
Note que essa guerra não é contra filósofos ateus, líderes, pregadores e mestre religiosos mentirosos, praticantes de cultos que negam a Cristo ou governadores desleais. Não. A batalha é contra forças demoníacas, contra batalhões de anjos caídos, contra espíritos maus que tem imenso poder. Embora não possamos vê-los, estamos cercados constantemente por seres espirituais malignos. Mesmo sendo verdade que não podem habitar num crente verdadeiro, eles podem oprimi-lo e molestá-lo. O crente não deve se preocupar continuamente com o demonismo, tampouco dever viver com medo de demônios. Na armadura de Deus ele tem tudo o que é necessário para suportar os seus ataques.
O principal objetivo desse inimigo é derrotar a Igreja de Cristo. Quando cremos em Cristo, esses seres se tornam nossos inimigos e tentam tudo o que for possível para nos afastar do Senhor e levar-nos de volta ao pecado. Embora tenhamos a vitória garantida, devemos nos engajar nesta luta até a volta de Cristo, porque Satanás está pelejando constantemente contra aqueles que estão do lado do Senhor. Precisamos do poder sobrenatural do Senhor Jesus Cristo para vencermos Satanás, e Deus nos deu o precioso Espírito Santo, que está dentro de cada um de nós, bem como a sua armadura, que está sobre cada um de nós. Quando nos sentirmos desencorajados, lembremos das palavras de Jesus a Pedro: “sobre esta Pedra edificarei a minha Igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela” (Mt.16:18).

3. As Agências das potestades do ar

Paulo identifica as forças do mal que militam contra a Igreja como “principados, potestades, príncipes das trevas deste século e hostes espirituais da maldade” (Ef.6:12). Eles são demônios, e são numerosos. Não podemos vencer esse terrível exército do mal sozinhos nem com nossas próprias armas.
Os demônios são anjos caídos que se juntaram a satanás em sua rebelião e, dessa forma, se tornaram maus e pervertidos. A descrição revela as características desses inimigos, bem como a sua esfera de atuação:
Ø “Principados” - Esses são poderes cósmicos ou demônios, mencionados em Ef.1:21. A despeito de serem poderosos, o poder deles é limitado. Eles são invisíveis (nos lugares celestiais).
Ø “Potestades” refere-se àqueles poderes espirituais que aspiram conquistar o mundo. A essência do caráter deles é a maldade (das trevas) e atualmente governam os sistemas deste mundo (Mt.4:8,9; 1João 5:19).
Ø “As hostes espirituais da maldade, nos lugares celestiais” – é uma expressão que se refere às moradas dos demônios (possivelmente, o chamado segundo céu – Ef.6:2), a partir dos quais eles controlam a vida das pessoas. Essas regiões celestiais não podem ser vistas com olhos carnais; é um céu onde se encontra tudo o que é espiritual; é também onde os anjos de Deus travam as batalhas espirituais com Satanás e seus demônios (Dn.10:1-13; Ap.12:7); é o lugar onde se encontram os anjos e os demônios os quais não podemos ver com olhos humanos; é onde Satanás e seus demônios planejam as suas estratégias para derrubar os crentes e destruir o povo de Deus.
Aqui está, portanto, um exército de forças espirituais agrupadas contra nós, exigindo que usemos a armadora completa de Deus. Esses são seres reais e poderosos, não meras fantasias. Os crentes não devem subestimá-los. Os efésios haviam praticado magia negra e feitiçaria (Atos 19:19) e estavam bem a par do poder das trevas.
Portanto, o diabo, mesmo não sendo onipresente, onisciente e onipotente, tem seus agentes espalhados por toda parte, e esses seres caídos estão a seu serviço para guerrear contra o povo de Deus. O diabo e seus demônios rodeiam a terra e passeiam por ela (Jó 1:7). Eles investigam nossa vida, buscando uma oportunidade para nos atacar (1Pd.5:8). Esse inimigo não dorme, não tira férias nem descansa. Esse inimigo tem um variado arsenal. Ele usa "ciladas", “dardos inflamados” (Ef.6:16). Para cada pessoa ele usa uma estratégia diferente. Ele ousa mudar os métodos.
Como foi dito no item anterior, enfrentamos um poderoso exército cujo objetivo é derrotar a Igreja de Cristo. Quando cremos em Cristo, os seres satânicos tornam-se nossos inimigos e usam todos os truques para nos afastar dEle e nos levar de volta ao pecado. Embora nós, os crentes, tenhamos certeza da vitória, devemos nos engajar na luta até que Cristo retorne, porque Satanás luta constantemente contra todos que estão ao lado de Deus.

III. AS ARMAS ESPIRITUAIS INDISPENSÁVEIS AO CRENTE

1. A armadura completa de Deus

Quando nos tornamos cristãos e participantes do Reino dos céus, pela fé em Cristo, iniciamos uma verdadeira batalha espiritual. Desta feita, como bem diz o rev. Hernandes Dias Lopes, a vida cristã não é uma colônia de férias, não vivemos numa redoma de vidro nem numa estufa espiritual; ao contrário, vivemos num campo minado pelo inimigo, uma arena de lutas renhidas, de combates sem trégua; há uma luta mundial, supra terrena, espiritual e contínua. Não há acordo de paz nessa guerra.
Nessa guerra, só existem duas categorias: aqueles que estão alistados no exército de Deus e aqueles que pertencem ao exército de Satanás. Para lutar nessa guerra é preciso armadura completa de Deus. Paulo exorta os crentes em Cristo da seguinte maneira: “Revesti-vos de toda a armadura de Deus...” (Ef.6:11), pois há uma batalha, não contra sangue e carne, mas contra o império do diabo (Ef.6:11-13).
Não há espaço para descansar, pois a luta é renhida e contínua. Daí se compreende porque Jesus insistiu tantas vezes para seus discípulos: “Vigiai e orai”. É bom entender que a vitória de um dia, não garante a vitória para o dia seguinte.
Mas, o que significa revestir-se “de toda a armadura de Deus”? Significa o crente se “fortalecer no Senhor e na força do seu poder” (Ef.6:10). Logo, a armadura de Deus é Cristo e de tudo aquilo que Ele conquistou para nós, a saber, o poder que vem dEle. Portanto, a “armadura de Deus” pode ser definida como um conjunto de armas que forma uma vestimenta de guerra, cujo objetivo é servir de blindagem para um soldado no campo de batalha.
Estar revestido de toda armadura de Deus, portanto, é estar revestido do próprio Cristo (Rm.13:14). O que devemos fazer é tomar posse dessa armadura que é Cristo, o Senhor.
“Portanto, tomai toda a armadura de Deus, para que possais resistir no dia mau e, havendo feito tudo, ficar firmes” (Ef.6:13).
Observe que Paulo exorta a Igreja a tomar “toda a armadura de Deus “para poder resistir no dia mau” (Ef.6:13). O "dia mau" é o dia de duras provas, os momentos mais críticos da vida, quando o diabo e seus subordinados sinistros nos assaltam com grande intensidade. O "dia mau" refere-se àqueles dias críticos de tentação ou de constante assalto satânico que todos os filhos de Deus conhecem; nesses dias, somos subitamente assaltados, sem nenhum aviso, sem nenhum sinal de tempestade.
Portanto, nestes últimos dias da Igreja aqui na Terra, precisamos nos revestir de toda a armadura de Deus, para que estejamos firmes contra as astutas ciladas do diabo. Observe que é necessário que o crente seja completamente revestido com a armadura; uma ou duas peças não bastam; nada menos que todo o equipamento que Deus fornece servirá para nos manter invulneráveis. O diabo tem muitas estratégias – desânimo, frustração, desordem, falhas morais, divisão e erros doutrinários; ele conhece o nosso ponto fraco e o ataca. Se não conseguir nos vencer de uma maneira, tentará de outra.

2. As armas indispensáveis de defesa

O apóstolo Paulo listou cinco armas de defesa imprescindíveis para entrarmos na peleja contra o inimigo.
a) A Verdade - como cinto (Ef.6:14a) – “Estai, pois, firmes, tendo cingidos os vossos lombos com a verdade...”.
A “Verdade”, aqui, é como fosse um cinto. O cinto era uma das peças mais importante da armadura do soldado romano; ele cobria toda a parte do abdome; era o suporte do restante da armadura; tudo era suportado pelo cinto.
Não é de estranhar que Paulo começa dizendo que a “Verdade” é o “cinto” da amadura de Deus. É desta realidade que nós partimos: da Verdade do Evangelho que Deus revelou. E como isso nos protege contra Satanás? A arma maior de satanás é o erro religioso. Uma vez que você conhece a “Verdade”, que você se apoderou da Verdade do evangelho em Cristo Jesus, então você está em condição de se defender das mentiras, das heresias, do erro religioso que é apresentado por Satanás, às vezes de forma muita atrativa, através de homens preparados para ludibriar os incautos, e até mesmo pessoas cristãs com grande experiência no caminho. Mas, aquele que conhece a “Verdade”, satanás não tem o poder de derrubá-lo. Esta “Verdade” é a porta de entrada para a maturidade cristã - “Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará” (João 8:32). Então, a “Verdade” é como um cinto; é o primeiro equipamento da armadura de Deus.
Como me aproprio dessa “Verdade”? Como e quando vou obedecer a essa ordem - “cingi-vos da verdade”? Todo dia enchendo a nossa cabeça com essa Verdade: meditando na “Verdade”, que é Cristo; meditando nas grandes promessas do Evangelho; crendo nessas coisas; deleitando-se nas verdades espirituais. Desta maneira, estaremos cingindo os nossos lombos com a Verdade. Fazendo assim, essa “Verdade” se torna o “cinto” que protege o nosso “abdômen”, de onde estão ligados os outros equipamentos da armadura de Deus.
b) Couraça da Justiça (Ef.6:14)“...e vestida a couraça da justiça”. A couraça era uma armadura defensiva em forma de um manto de ferro feito de couro, tiras de metal ou escamas de bronze (1Sm.17:5). Sua função era proteger o pescoço, o peito, os ombros, o abdome e as costas. Dependendo da época e da civilização, a couraça chegava até à coxa.
No soldado romano, a couraça cobria o peito dele, era firmado no cinto, no qual ele estava cingido, e era proteção para órgãos vitais. Geralmente, era proteção contra os golpes que poderiam ser fatais.
Esta peça da armadura é um símbolo da justiça que o crente tem em Cristo (2Co.5:21), como também o caráter justo que o crente exerce em sua vida diária (Ef.4:24). Ela representa a vida devota e santa do crente, ou seja, a retidão moral.
O apóstolo Paulo usa a couraça como metáfora para ilustrar a defesa espiritual como "couraça da justiça". “Justiça”, aqui, não é um atributo ético, mas é a justiça de Deus pela fé em Cristo Jesus; é a justiça com a qual Deus justifica pecadores como nós; é a justificação, que funciona como uma couraça. Paulo compara a justiça de Deus em Cristo Jesus, ou a justificação, a uma couraça, e essa comparação é muita perfeita, porque uma vez que você foi justificado em Cristo, diariamente você tem que se lembrar disso. Eis uma declaração do próprio Paulo, em Romanos 8:31-33:
“Que diremos, pois, a estas coisas? Se Deus é por nós, quem será contra nós? Aquele que nem mesmo a seu próprio Filho poupou, antes, o entregou por todos nós, como nos não dará também com ele todas as coisas? Quem intentará acusação contra os escolhidos de Deus? É Deus quem os justifica”.
Sem a justiça de Cristo e a santidade pessoal não há defesa contra as acusações de Satanás (Zc.3:1-3). Satanás é o acusador, mas sua acusação não prospera por causa da justiça de Cristo imputada a nós (Rm.8:34). Mas nossa justiça posicional em Cristo, sem uma justiça prática na vida diária, apenas dá a Satanás oportunidade para nos atacar.
c) Paz do Evangelho - como sapato - “e calçados os pés na preparação do evangelho da paz (Ef.6:15). O calçado do soldado romano era uma semibota entrelaçada de um solado de couro duro, que tinha como objetivo evitar os objetos pontiagudos que os inimigos jogavam no campo de batalha. Acontecia que, às vezes, o soldado corria descalço e os inimigos jogavam objetos pontiagudos e aquilo feria os pés do soldado prejudicando a sua eficácia na batalha. Para que ele pudesse correr no campo de batalha com segurança e com firmeza ao encontro do inimigo ou se defender, ele precisava estar calçado e protegido.
Se quisermos ficar firmes e de pé na luta, precisamos estar calçados com o Evangelho (que nos dá paz com Deus e com o próximo); precisamos ter pés velozes para anunciar o evangelho da paz aos perdidos (Is.52:7). O diabo declara guerra para destruir os homens, mas nós somos embaixadores do evangelho da paz (2Co.5:18-20).
d) A Fé em Cristo - como escudo - “tomando sobretudo o escudo da fé, com o qual podereis apagar todos os dardos inflamados do Maligno” (Ef.6:16). O “escudo” que Paulo se refere aqui é um escudo quadrado, muito popular nos filmes de hollywood, quando em momentos de conflito os soldados se juntam e forma uma grande proteção contra flechas, lanças, etc. Esse escudo media 1,60m de altura por 70cm de largura. Ele protegia todo o corpo do soldado. Era feito de madeira e coberto por um couro curtido. Quando os soldados lutavam emparelhados, formavam como que uma parede contra o adversário. Uma das armas mais terríveis eram os dardos de fogo porque não apenas feriam, mas também incendiavam. Curtis Vaughan diz que “esses dardos de fogo eram flechas untadas com breu ou com outro material combustível e acesas imediatamente antes de ser lançadas contra o adversário. Não só feriam, como também queimavam” (VAUGHAN, Curtis. Efésios).
O diabo lança dardos de fogo em nosso coração e mente: mentiras, pensamentos blasfemos, pensamentos de vingança, dúvidas, murmurações e ardentes desejos de pecar. Se não apagarmos esses dardos pela fé, eles acendem fogo em nosso interior e nós desobedecemos a Deus. Na aljava do diabo há toda espécie de dardos ardentes. Alguns dardos inflamam a dúvida, outros a lascívia, a cobiça, a vaidade e a inveja.
e) Capacete da Salvação - “Tomai também o capacete da salvação...” (Ef.6:17). O capacete do soldado romano era feito de couro e peças de metal para proteger a cabeça, parte superimportante do corpo do soldado; se ele fosse ferido na cabeça, já ficava impossibilitado de atuar no conflito.
Satanás ataca a mente. Essa foi a estratégia pela qual ele derrotou Eva. Essa peça da armadura fala de uma mente controlada por Deus. Infelizmente, muitos crentes dão pouco valor à mente, à razão, ao conhecimento, à sabedoria. Quando Deus controla nossa mente, Satanás não pode levar o crente a fracassar. O crente que estuda a Bíblia e está firmado na Palavra de Deus não cede às propostas sedutoras do diabo facilmente.

3. A imprescindível arma ofensiva

Finalmente, a sexta armadura que deve fazer parte do conjunto para o crente ficar bem protegido do inimigo é a Palavra de Deus, como a Espada do Espírito - “Tomai também... a espada do Espírito, que é a palavra de Deus” (Ef.6:18).
Havia dois tipos de espada que eram usados pelo soldado romano: uma espada comprida, que não é a que Paulo menciona aqui; e uma espada curta, que era levada na cintura, que os soldados usavam para defesa e ataque em uma luta corpo a corpo.
Observe que a Espada do Espírito é arma de ataque. Vencemos os ataques do diabo e triunfamos sobre ele por meio da Palavra; é pela Palavra que os cativos são libertos. A Palavra é poderosa, viva e eficaz. Moisés quis libertar os israelitas do Egito com a espada do homem carnal e fracassou, mas quando usou a Espada do Espírito o povo foi liberto. Pedro quis defender a Cristo com a espada humana e fracassou, mas quando brandiu a Espada do Espírito, multidões se renderam a Cristo (Atos 2:41).
Cristo venceu Satanás no deserto usando a Espada do Espírito. As viagens de Paulo, pregando o evangelho, plantando igrejas e arrancando vidas da potestade de Satanás para Deus é uma descrição eloquente de como ele usou a Espada do Espírito.
Precisamos conhecer bem a Palavra de Deus. A Bíblia nos afasta do pecado ou o pecado nos afasta da Bíblia. Infelizmente, há multidões de crentes mais comprometidos com as mídias sociais do que com a Palavra de Deus. Isso é lamentável!

CONCLUSÃO

Amados irmãos e amigos, nossa luta contra o diabo e suas hostes continuará até que ele seja lançado no lago de fogo. Enquanto vivermos aqui, teremos luta. Aqui não é lugar de descanso, mas de guerra. Viver é lutar. Nessa peleja não existe o cessar-fogo; não existe trégua; não existem acordos de paz. Depois de uma vitória, não devemos arriar as armas, pois não há momento mais vulnerável na vida de um indivíduo do que depois de uma grande vitória. O segredo da vitória é estar revestidos “de toda a armadura de Deus, para que possais estar firmes contra as astutas ciladas do diabo” (Ef.6:11).
Deus vos abençoe e vos guarde, e que Ele levante o Seu rosto sobre todos nós e nos dê a Sua preciosa Paz.
No próximo trimestre reprisaremos todos estes subsídios, haja vista que as Lições serão as mesmas deste trimestre, conforme nota da CPAD. Irei apresentar todos estes subsídios, mas em forma de vídeos-slides, que serão publicados aqui neste blog e no YouTube. Até lá, então!
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Luciano de Paula Lourenço – EBD/IEADTC
Disponível no Blog: http://luloure.blogspot.com
Referências Bibliográficas:
Bíblia de Estudo Pentecostal.
Bíblia de estudo – Aplicação Pessoal.
Comentário Bíblico popular (Novo Testamento) - William Macdonald.
Comentário Bíblico Pentecostal. CPAD.
Comentário do Novo Testamento – Aplicação Pessoal. CPAD.
Pr. Douglas Baptista. A Igreja Eleita. Redimida pelo Sangue de Cristo e Selada com o Espírito Santo. CPAD.
Rev. Hernandes Dias Lopes. Efésios. Igreja, a noiva gloriosa de Cristo.
SHEDD, Russel. Epístolas da Prisão: uma análise. São Paulo: Edições Vida Nova,
2005, p. 15.
STOTT, John. A Mensagem de Efésios. São Paulo: ABU Editora, 2007.
STOTT, John. Lendo Efésios.
Luloure.blogpost.com. Aula 09 – Conhecendo a Armadura De Deus. 2019.
Rev. Hernandes Dias Lopes. Como ser um vencedor na batalha espiritual.
Dr. Caramuru Afonso Francisco. Resistindo aos apelos do mundanismo. PortalEBD_2008.