sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

CONSERVANDO O PRIMEIRO AMOR















Ap 2:4,5: “Tenho, porém, contra ti que deixaste o teu primeiro amor. Lembra-te, pois, donde caíste, e arrepende-te, e pratica as primeiras obras; e se não, brevemente virei a ti, e removerei do seu lugar o teu candeeiro, se não te arrependeres”.

Estas palavras foram dirigidas a Igreja de Éfeso, aquela que representou os cristãos até o ano 100 depois de Cristo. Aquela, cujos membros viviam em plena comunhão com Deus e o próximo(Ef 1:15); aquela que tinha como principal tema a Ressurreição e volta de Cristo( 1 Tes 2:19); aquela que buscava os dons espirituais(1Co 14:1); aquela que quando orava pelos mortos eles ressuscitavam(At 9:40); aquela que quando orava o chão tremia(At 4:31); aquela que tinha o prazer de contribuir com liberalidade para a obra missionária(2Co 9:13); aquela que orava sem cessar(At 1:14); aquela que não tinha medo de morrer por amor a Cristo(Fp 1:21); aquela que não tinha por preciosa as coisas desta vida; aquela que dizia “vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim”(Gl 2:20); aquela que sabia perdoar(Cl 3:13); aquela que pregava o evangelho com palavras e atitudes, o evangelho puro e simples como simples é Jesus(2Co 11:3); aquela cuja esperança era a vida eterna(Tt 1:2; 3:7); aquela que era isenta da ganância(Hb 13:5); aquela que aguardava a coroa da vida(Tg 1:12), um coroa incorruptível(1Co 9:25);aquela que não se embaraçava com os negócios desta vida(2Tm 2:4). Onde está essa Igreja?

Quando estas palavras foram proferidas muitos dos seus fundadores já haviam morrido e a maioria dos crentes da segunda geração havia perdido seu zelo por Deus. Era uma igreja muito ocupada. Seus membros faziam muito em beneficio próprio e da comunidade, mas estavam agindo de acordo com motivos errados. A obra de Deus deve ser motivada pelo amor a Deus; caso contrário, não durará.

Há pouco tempo a Igreja evangélica viveu momentos de grande avivamento espiritual, mormente a Assembléia de Deus, no que tange ao movimento pentecostal, em que os deleites espirituais da igreja primitiva foram vivenciados. Mas, qual a igreja de Éfeso, à medida que as gerações vão sendo sucedidas por outras, a igreja vai mudando o seu ritmo e sua maneira bíblica e apostólica de viver. Muitos falsos pastores e mestres têm surgido e tem causado tremendos prejuízos espirituais à Igreja, mas uma coisa é certa: As Portas do Inferno não prevalecerão contra a Igreja do Senhor(Mt 16:18). Portanto a mensagem atual é: Volta irmão ao primeiro amor!!

Deus está alertando a igreja de hoje como o fez com a igreja de Sardes: “...Conheço as tuas obras; tens nome de que vives, e estás morto. Sê vigilante, e confirma o restante, que estava para morrer; porque não tenho achei as tuas obras perfeitas diante de Deus. Lembra-te, portanto, do que tens recebido e ouvido, e guarda-o, e arrepende-te. Porquanto, se não vigiares, virei como ladrão, e não conhecerás de modo algum em que hora virei contra ti”(Ap 3:1-3).

"Tens nome de que estás vivo, e estás morto". Na sociedade daquele tempo, ou até mesmo entre os crentes, Sardes era considerada uma Igreja viva. Até tinha evidências de um avivamento. Porém, aos olhos de Deus, havia lá muito material necrosado, morto. A Igreja estava morta espiritualmente. Assim são muitos crentes e muitas Igrejas locais atualmente. Muitas vezes, há neles uma "aparência" de avivamento, um barulho "santo", mas é só barulho, são só lampejos de um verdadeiro avivamento. Deus alerta seus filhos para que despertem: Ef 5:14, "Pelo que diz: Desperta, ó tu que dormes, levanta-te de entre os mortos, e Cristo te iluminará". Nesta passagem encontramos Paulo advertindo a certos crentes, que dormem espiritualmente. Estão "mortos" em sua vida com Deus. Precisam despertar urgentemente! Rm 13:11, "E digo isto a vós outros que conheceis o tempo: já é hora de vos despertardes do sono; porque a nossa salvação está, agora, mais perto do que quando no princípio cremos". Esta passagem é dirigida aos filhos de Deus que conhecem os fatos relacionados à volta do Senhor, mas vivem como se Cristo nunca fosse voltar.

Sardes era uma igreja rica materialmente, mas pobre espiritualmente. Que lástima! A luta intensa e insensata para a obtenção de riqueza, tem esfriado a fé na vida de muitos crentes, que depois de enriquecerem não têm mais sossego, como está escrito em Eclesiastes 5.12: “Doce é o sono do trabalhador, quer coma pouco quer muito; mas a saciedade do rico não o deixa dormir”. Não há pecado em ser rico, desde que sempre dependamos de Deus e vivamos para Ele.

Sê vigilante”- O Senhor está dizendo à Igreja: “Desperta dessa anestesia espiritual!”. O Apóstolo Paulo disse a Timóteo: "Mas os homens perversos e impostores irão de mal a pior, enganando e sendo enganados”(2Tm 3:13). Numa Igreja que tem aparência de viva, mas está morta, não há frutos, arrependimentos, santidade, ética, caráter... Uma Igreja assim precisa de uma reforma, de um novo começo, precisa voltar ao primeiro amor.

"...e confirma o resto que estava para morrer..." – Na Igreja de Sardes, as poucas coisas que ainda viviam já estavam à beira da morte, mas poderiam ser salvas, mediante uma pronta intervenção do Senhor da Igreja. A aparência e as formas estavam bem, mas precisavam ser trocadas pelo poder e pela dedicação.Temos aqui também, um grande perigo. Muitos já morreram na vida cristã. Mas outros há que estão morrendo em sua passividade. É necessário interromper este "sono letal", esta "morte lenta", que atinge um certo número de irmãos no seio da Igreja local nos dias hodiernos.

Nessa igreja local havia muitas pessoas doentes, à deriva, e que era preciso fortalecê-las. E como é que se fortalece uma pessoa que está à deriva na obra de Deus? O Apóstolo Paulo explicou sobre isto em Efésios 5:14: "Pelo que diz: Desperta, ó tu que dormes, levanta-te de entre os mortos, e Cristo te iluminará”. O que o Senhor faz? Desperta a nossa alma! Mostra-nos os elementos principais da Graça de Deus, ilumina os olhos do nosso coração, para compreendermos a herança e a esperança dos santos.

"Não achei as tuas obras perfeitas diante de Deus". As obras que a Igreja de Sardes fazia, os poucos que eram fiéis, ainda estavam envolvidos com as obras da lei. Fomos criados para boas obras: "Pois somos feitura dele, criados em Cristo Jesus para boas obras, as quais Deus de antemão preparou para que andássemos nelas”(Ef 2:10 ). Nós fomos preparados para boas obras. Nada de sacrifícios que não agradam a Deus. Lê Gálatas 3:10-11.

"Lembra-te do que tens recebido e ouvido". Deus está dizendo: “Volta aos princípios fundamentais da obra de Deus – a Graça”, ou seja, volta ao primeiro amor! Diz assim a Palavra, em 1Coríntios 4:7: "Pois quem é que te faz sobressair? E que tens tu que não tenhas recebido? E, se o recebeste, por que te vanglorias, como se o não tiveras recebido?" O Apóstolo Paulo nos mostra que tudo que nós temos, recebemos de Deus. Nós ouvimos a Palavra: lembra-te de como ouviste? Lembra-te de como recebeste? - Ler Gálatas 5:7 e Colossenses 2:6.

“...guarda...-” - Isto significa guardar a Palavra de Deus. Guardar a Palavra é uma das coisas básicas da vida espiritual. Em 2João 1:8, 10-11 está escrito: ”Acautelai-vos, para não perderdes aquilo que temos realizado com esforço, mas para receberdes completo galardão... Se alguém vem ter convosco e não traz esta doutrina, não o recebais em casa, nem lhe deis as boas-vindas. Porquanto aquele que lhe dá boas-vindas faz-se cúmplice das suas obras más." Se nós guardarmos a Palavra e abrirmos a nossa casa, o nosso coração para vãs filosofias, ou para ensinos quaisquer, estaremos nos tornando cúmplices das más obras; o que é uma insensatez.

"Arrepende-te". Arrepende-te quer dizer: muda a tua forma de pensar e de agir – imediatamente. Foi o que Deus disse aos Gálatas, em 3:1: “Ó insensatos gálatas! quem vos fascinou a vós, ante cujos olhos foi representado Jesus Cristo como crucificado? “. O arrependimento bíblico não é só mudança de coração, mas também de conduta, e deve acompanhar o crente em toda a sua vida. O cristão deve arrepender-se como filho, não como ímpio. Volta igreja ao primeiro amor!!

“...Porquanto, se não vigiares, virei como ladrão, e não conhecerás de modo algum em que hora virei contra ti”. Certamente aquela igreja tinha adotado um modelo de vida à moda deles, onde cada um fazia o que desejava, sem consultar a vontade do Senhor. Por isso, Jesus adverte: "Virei a ti como um ladrão", isto é, de repente, inesperadamente, e para perda de algo. O Senhor está alertando que a Igreja de Jesus deve viver sempre como se a sua vinda fosse iminente. Nós devemos viver hoje como se fosse o último dia da nossa vida. A antiga Sardes era constantemente fustigada por bandidos que desciam das montanhas e saqueavam o povo. Assim eles sabiam muito bem o que o Espírito estava dizendo da vinda do Senhor como um ladrão. Somente a vigilância e a preparação serão suficientes para se estar preparado para sua vinda. A família de Noé estava bem consciente do dilúvio iminente, e estando consciente foi preparada e salva. Mas o mundo dos ímpios foi submerso. Embora eles estivessem diariamente em contato com os oito justos e ouvissem a verdade, eles desprezaram-na até que foi tarde demais. Aquele povo completamente carnal naquele período antigo tipificaram os cristãos nominais de hoje cujas vidas estão cheias de coisas terrenas, e desfrutam os prazeres delas em tal extensão que eles não têm nenhum desejo das coisas espirituais, e não estão conscientes disto. Igreja, volta ao primeiro amor antes que seja tarde demais!

Como conservar o primeiro amor

Em primeiro lugar, dando prioridade à meditação na Palavra de Deus. Como diz o salmista, se alguém quer ser bem-aventurado e, como Jesus nos ensina no sermão do monte, bem-aventurados aos seus discípulos, é preciso que, antes, tenha prazer na lei do Senhor e nela medite de dia e de noite (Sl 1:1,2). Ler a Bíblia de forma devocional e sistemática é elemento constitutivo da disciplina da vida cristã.

Em segundo lugar, vivendo uma vida de obediência à Palavra de Deus. Não basta orarmos, nem tampouco meditarmos na Palavra de Deus, mas precisamos pôr em prática aquilo que aprendemos ao estudarmos a Bíblia Sagrada, como também aquilo que recebermos da orientação direta do Espírito Santo. O conhecimento teórico das Escrituras de nada serve. Jesus mostrou que os fariseus tinham amplo e correto conhecimento da Palavra, mas não viviam coisa alguma daquilo que ensinavam (Mt 23:1-3). Torna-se necessário retomarmos as ações determinadas pelas Escrituras, santificarmo-nos cada dia mais, a fim de não nos transformarmos em hipócritas.

Em terceiro lugar, sendo vigilantes, extremamente cuidadosos e atentos para impedir que o inimigo invada as fileiras de nossas igrejas locais com falsas doutrinas e embaraços que produzam a perdição. Foi, aliás, esta a primeira recomendação que o Senhor Jesus deu ao remanescente fiel da igreja de Sardo: “Sê vigilante”.

Em quarto lugar, não mudando a nossa posição, não deixando os nossos valores, as nossas crenças, a nossa fé.

Em quinto lugar, perseverando em cultuar ao Senhor. Os crentes da igreja primitiva “perseveravam unânimes todos os dias no templo”. Os crentes sentiam prazer em cultuar a Deus e, por isso, iam ao Templo, onde haviam sido ensinados, por sua cultura, a adorar ao Senhor. Os avivamentos sempre mostram, nos seus registros, multidões reunidas para adorar a Deus e ouvir a sua Palavra, nas mais adversas circunstâncias de tempo ou de lugar. Nada supera o desejo que tem o crente avivado em se reunir e adorar ao Senhor e ouvi-lo falar, pois ele está “…certo de que, nem a morte, nem a vida, nem os anjos, nem os principados, nem as potestades, nem o presente, nem o porvir, nem a altura, nem a profundidade, nem alguma outra criatura nos poderá separar do amor de Deus, que está em Cristo Jesus nosso Senhor.” (Rm.8:38,39).

Em sexto lugar, amando a Deus sobre todas as coisas. Muitos se encontram na mesma situação do jovem rico, também chamado de “mancebo de qualidade”. Ele tinha “sede de Deus”, era religioso, possuidor de boas qualidades, mas sabia que nem a sua religiosidade, nem tampouco a sua moral ilibada eram suficientes para saciar a sua “sede de Deus”, a sua necessidade de ter um encontro verdadeiro com o Senhor, de desfrutar a vida eterna. Foi ao encontro de Jesus, mas dali saiu triste, porque não quis deixar as suas riquezas, porque amava mais as riquezas do que a Deus (Mt 19:16-22; Mc 10:17-22; Lc 18:18-23). Perdeu a salvação, desperdiçou a oportunidade de ter a vida eterna. Por que era rico? Não, pois Deus não faz acepção de pessoas, mas perdeu a salvação porque não amou a Deus. Portanto, sem que amemos a Deus não há como sermos participantes da natureza divina, até porque, como João nos ensina, Deus é amor. Sem que amemos a Deus, não O buscaremos, não desejaremos as coisas de Deus e, por conseguinte, não teremos qualquer prazer em sermos um com o Senhor, em desfrutarmos da vida eterna.

Na atualidade, entre aqueles que se dizem cristãos, há uma profusão de pregações, sermões, cânticos e reflexões sobre os “sonhos”. Há um estímulo, um incentivo sem igual para que os crentes “sonhem”, “acreditem nos seus sonhos”, “não deixem seus sonhos morrer”, “que você não vai morrer antes de se cumprir os seus sonhos”, e outras asneiras desse gênero. Mas toda esta “sonhomania” é mais uma demonstração do esfriamento do amor a Deus. Quando acalentamos nossos sonhos em vez de buscarmos a Deus, quando têm mais importância e nos chama mais a atenção o estímulo e incentivo de nossos sonhos, do que a busca das coisas de Deus, do que o desfrute da eternidade, temos um sinal, uma evidência exuberante de que o amor a Deus está ausente de muitos corações, o primeiro amor já se foi. Em vez de sonharmos ou desejarmos com coisas desta vida, por que não atentarmos para as coisas de Deus, para a salvação tão grandiosa que Jesus nos proporcionou? - “Como escaparemos nós se não atentarmos para uma tão grande salvação?” (Hb 2:3a).

Deus nos mostra a necessidade de voltarmos ao cristianismo dos primeiros dias de nossa vida em Cristo. Voltar ao primeiro amor – “Tenho, porém, contra ti que deixaste o teu primeiro amor”(Ap 2:4).

Há promessas aos vencedores:


a) “Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas: Ao que vencer, dar-lhe-ei a comer da árvore da vida, que está no meio do paraíso de Deus”( Ap 2:7);
b) “Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas: Ao que vencer darei eu a comer do maná escondido, e dar-lhe-ei uma pedra branca, e na pedra um novo nome escrito, o qual ninguém conhece senão aquele que o recebe”(Ap 2:17)
c) “E ao que vencer, e guardar até ao fim as minhas obras, eu lhe darei poder sobre as nações”(Ap 2:26);
d) “Ao que vencer lhe concederei que se assente comigo no meu trono; assim como eu venci, e me assentei com meu Pai no seu trono”(Ap 3:31).
e) “Bem-aventurado o homem que sofre a tentação; porque, quando for provado, receberá a coroa da vida, a qual o Senhor tem prometido aos que o amam”(Tg 1:12);
f)) “Nada temas das coisas que hás de padecer... Sê fiel até à morte, e dar-te-ei a coroa da vida”(Ap 2:10).

Recomendação final: “E agora, filhinhos, permanecei nele; para que, quando ele se manifestar, tenhamos confiança, e não sejamos confundidos por ele na sua vinda”(1João 2:28).

“...aviva, ó Senhor, a tua obra no meio dos anos; faze que ela seja conhecida no meio dos anos; na ira lembra-te da misericórdia”(Hc 3:2).
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Luciano de Paula Lourenço – Prof. EBD/Assembléia de Deus –Ministério Bela Vista/Fortaleza-CE.

2 comentários:

  1. quem dera pudéssemos viver na integra esta mensagem, mas que Deus nos ajude que venhamos a ter em mente, que possa brotá no nosso coração igreja do século XXI o amor, o primeiro amor

    Pastor, esta postagem é benção de Deus
    que Deus continue abençoando a todos e sua família tambem.

    Irmão Samuel

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  2. Izaldil Tavares de Castro12 de fevereiro de 2011 às 17:52

    Caro irmão Luciano,
    Obrigado por suas considerações sobre a minha postagem PROPAGANDA ENGANOSA. Tenho certeza de que esta mídia gera lições de Bíblia para todos os nossos irmãos que ainda estão cegos quanto a muitos líderes que os subjugam. Agradeço por lutar comigo nessa arena. Há muitos outros homens de Deus cuja importância assinalo, com trabalhos que ficam muito distantes, ao alto, das minhas insignificantes, mas sinceras observações. Por exemplo, o próprio irmão; o Pr. Ciro Zibordi; o Pr. Carpintero entre outros. Vejo-os como valentes do Senhor nesse combate ao erro.
    Meu abraço fraternal,
    Prof. Ev. Tavares.

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