sexta-feira, 29 de abril de 2011

A ÚLTIMA MENSAGEM DE UM GRANDE AMIGO DE ISRAEL








Milhões de cristãos e amigos pelo mundo fora lamentam a partida do Pastor David Wilkerson num trágico acidente de automóvel na quarta-feira passada, considerando-o um "homem de Deus", sempre fiel aos seus princípios. Além de fundador da organização de ajuda e recuperação de toxicómanos "Desafio Jovem", Wilkerson era também pastor senior da Times Square Church, no coração de Manhatan, Nova Iorque.
David Wilkerson era também um bom amigo e defensor de Israel, estando esta nação escolhida sempre no foco das orações da Times Square Church, na sua reunião semanal de oração.
No passado dia 27, poucas horas antes do trágico acidente que levou Wilkerson a ser promovido à Glória e que deixou ainda sua esposa em mau estado - oremos por ela - o Pastor David Wilkerson tinha deixado no seu blog uma poderosa mensagem de ânimo e encorajamento que passo a transcrever:
"Acreditar quando todos os meios falham é extremamente agradável e aceitável para Deus. Jesus disse a Tomé: 'Creste porque viste, mas bem-aventurados os que crêm e que não viram' (João 20:29).
Bem-aventurados são os que crêm quando não há nenhuma evidência de uma resposta à oração - que confiam para além da esperança e quando todos os meios têm falhado.
Quando alguém chegou ao lugar do desespero - o fim da esperança - o fim de todos os meios. Um ente querido que está enfrentando a morte e os médicos não dão nenhuma esperança. Quando a morte parece inevitável. Quando a esperança partiu. Quando o milagre pelo qual se orou não acontece.
É então que as hordas satânicas vêm atacar a tua mente com o medo, a raiva e aquelas avassaladoras questões: 'Onde é que está agora o teu Deus? Oraste até não restarem mais lágrimas. Jejuaste. Permaneceste nas promessas. Confiaste'.
Pensamentos blasfemos serão injectados na tua mente: 'A oração falhou. A fé falhou. Não desistas de Deus - apenas não confies mais n'Ele. Não funciona!'
Até questionar a existência de Deus será injectado na tua mente. Estes têm sido desde há séculos os estratagemas de Satanás. Alguns dos homens e mulheres mais santos que já viveram estiveram debaixo de tais ataques demoníacos.
Àqueles que estão atravessando o vale da sombra da morte, escutai esta palavra: O choro permanecerá ao longo de algumas tenebrosas e terríveis noites - e nessa escuridão escutareis em breve o Pai a sussurrar: 'Eu estou contigo. Não te posso explicar agora os porquês, mas um dia tudo fará sentido. Verás que tudo isso fazia parte do meu plano. Não foi por acidente. Não foi por falha da tua parte. Mantém-te firme. Deixa-me que te abrace nesta hora de dor.'
Amados: Deus nunca falhou em agir na base da bondade e do amor. Quando todos os meios falham - o Seu amor prevalece. Agarra-te à tua fé. Mantém-te firme na Sua Palavra, Não há nenhuma outra esperança neste mundo."








Wilkerson era um sério amigo e apoiante de Israel. Numa entrevista a uma revista cristã em 2003, ele expressou esse apoio e o da Igreja que pastoreou nestas palavras extraídas da sua entrevista:
"...avisei o nosso presidente (Bush) de que tudo gira à volta de Israel".
"Saddam (Hussein) planeou destruir Israel, com a ajuda de outras nações árabes. Saddam Hussein é uma pessoa teimosa, e estou grato que Deus deu ao nosso presidente esta forte convicção para salvar Israel."
"...é por isso que eu apelo aos cristãos...que orem contra o anti-semitismo que ainda existe na Igreja. Quando inicialmente estabeleci a Times Square Church, Deus avisou-me que devemos permanecer sempre fiéis a Israel. E assim tenho feito."
"Leio o Corão e estou certo que este livro é falso ensino. O Islão é uma religião de destruição. Acho tão estranho que haja pregadores do Evangelho que não compreendem que Deus não quebrou a Sua aliança com Israel. Deus deu a Terra a Israel, e toda a nação que quiser destruir Israel será punida."
Respondendo ao comentário feito pelo jornalista: "O sr. tem uma grande coragem em tomar uma tão forte posição pró-Israel...", David Wilkerson respondeu: "Sou muitas vezes criticado no mundo cristão por causa disto. Mas eu sinto as ricas bênçãos de Deus sobre isto, e isso é muito mais valioso para mim."
Wilkerson era uma verdadeiro profeta de Deus. Que muitas vezes incomodava. Mas incomodar é sinal de verdadeiro profeta. À pergunta que lhe foi colocada pelo jornalista: "Depois da guerra no Iraque, Israel está mais uma vez no topo da agenda mundial. Acha que o "roadmap" (acordo de paz proposto por George Bush) tem alguma chance de trazer a paz entre israelitas e palestinianos?", David Wilkerson respondeu profeticamente (note-se que estava-se em 2003, em pleno governo Bush e com o dólar forte):
"Não! Como é que pode o Bush, que conhece a Bíblia, não ter o temor de Deus e pressionar Israel a um compromisso territorial por amor ao "roadmap"? Deus irá puni-lo por isso. O dólar irá cair, o Bush vai cair em depressão..."
"Deus prometeu proteger o Seu povo. Ele fez uma aliança e deu-lhes a Terra Prometida. Ele estabeleceu as fronteiras da nação e irá protegê-las. Não vejo uma esperança realista para a paz (entre Israel e os árabes) porque não consigo imaginar Israel a ceder os aldeamentos judaicos, tal como os árabes exigem. Os árabes também dizem que não haverá paz a menos que Jerusalém oriental se torne a capital de um estado palestiniano. Mas isso é estritamente contra a vontade de Deus. Meu amigo: se o mundo forçar a que Jerusalém seja dividida, virá o caos. Por favor publique o meu aviso às nações que se colocam contra o povo de Deus e a Sua cidade de Jerusalém. Deus disse isto e vai cumpri-lo. Shalom e as bênçãos de Deus."
Obrigado, irmão Wilkerson!
Que este legado de fé, convicções e fidelidade que este homem de Deus nos deixou seja seguido por muitos!
Shalom, Israel!






Fonte: SHAOM ISRAEL - http://shalom-israel-shalom.blogspot.com/

domingo, 24 de abril de 2011

Aula 05 - A IMPORTÂNCIA DOS DONS ESPIRITUAIS

Texto Base: 1Co 12:1-11

“Acerca dos dons espirituais, não quero, irmãos, que sejais ignorantes”(1Co 12:1).

INTRODUÇÃO

Paulo falando a respeito dos dons espirituais, conhecendo a importância deles e a responsabilidade de quem os recebe, disse: “Acerca dos dons espirituais, não quero, irmãos, que sejais ignorantes”(1Co 12:1). Os dons espirituais são chamados, no original grego, de "charismata", palavra que significa "graças", ou seja, os dons espirituais são dádivas, são favores imerecidos que Deus concede aos homens que estão dispostos a servi-lo. A verificação do significado da palavra "charismata" é muito importante, pois demonstra, de forma cabal, que os dons espirituais são concessões divinas, decorrem do exercício da Sua infinita misericórdia, não havendo, portanto, qualquer merecimento por parte daqueles que são aquinhoados pelo Espírito Santo com um dom espiritual. Quem o diz não somos nós, mas a própria Palavra de Deus: "Mas um só mesmo Espírito opera todas estas coisas, repartindo particularmente a cada um como quer”(1Co 12:11).
Condição Básica para o uso dos Dons Espirituais: apresentação do corpo “em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus”, ou seja, uma vida colocada no altar, uma vida de consagração a Deus, uma vida de santificação. O Senhor nosso Deus usa vasos limpos, ou purificados, vasos que não estejam em conformidade com o mundo.


I. OS DONS ESPIRITUAIS


1. O significado da palavra “dom” e o crescimento da igreja. A palavra “dom”(gr. charisma) tem mais de um sentido. Pode significar:


Dom natural, isto é, habilidade, aptidão e competência inata, que é extensivo a todos os homens, filhos, ou não de Deus (tomando, apenas, um exemplo, diríamos que ninguém será um grande músico se não tiver nascido com o dom natural da música. Uma vez convertido ele não perderá esse dom, e, será de grande valia na obra de Deus, se colocado em suas mãos e ao seu serviço);


Dom ministerial, isto é, capacitação extraordinária, que o Senhor Jesus Cristo, mediante o Espírito Santo, coloca à disposição da classe obreira da igreja, visando o pleno desempenho do ministério;


Dom espiritual, isto é, dotação ou concessão especial e sobrenatural pelo Espírito Santo, de capacidade divina sobre o crente, visando: o aperfeiçoamento dos santos; a ampliação do conhecimento, do poder e da proclamação do povo de Deus; e chamar atenção dos incrédulos à realidade divina.


Nesta aula, trataremos acerca dos dons espirituais. Foi a poderosa e abundante operação dos dons do Espírito que promoveu a expansão e o triunfo da igreja primitiva, como se vê no livro de Atos dos Apóstolos e nas Epístolas, apesar das limitações da época, da oposição e das perseguições. A obra missionária também avançou celeremente como fogo em campo aberto.


2. A concessão dos dons espirituais.Uma das formas de operação do Espírito Santo, no atual período da graça de Deus, é através da concessão de dons aos servos do Senhor. É válido ressaltar que os dons de Deus não são concedidos como presentes, mas, como instrumentos de trabalho para serem usados na obra de Deus. Eles são dados “... conforme a medida da fé que Deus repartiu a cada um”, e são distribuídos pelo Espírito Santo “... a cada um para o que for útil”(1Co 12:7). Portanto, cada um recebe segundo a sua capacidade e habilidade no seu uso. O Senhor Deus conhece essa capacidade e habilidade de cada um.


Um estetoscópio é um instrumento de trabalho de grande utilidade nas mãos de um médico. Porém, não terá nenhuma serventia nas mãos de um pedreiro. Da mesma forma um prumo é um instrumento de trabalho de grande utilidade nas mãos de um pedreiro, porém, de nada servirá nas mãos de um médico. O Espírito Santo dá o instrumento à pessoa certa; àquela que tem condições de usá-lo. Assim, se você recebeu um dom é porque você pode e deve usá-lo em beneficio da obra de Deus, nunca em beneficio pessoal, porque você é um servo.


Sendo instrumento de trabalho, usar, ou não usar o dom, não é uma questão de querer; Deus dá para ser usado! Quem não o usa pode ser responsabilizado. O mesmo pode acontecer com aquele que usa o dom, não na obra de Deus, mas, para satisfazer algum interesse pessoal e particular. Vemos a comprovação disso exposta por Jesus nas parábolas dos talentos e das minas (Mt 25:14-30 e Lc 10:11-27). Nem os Talentos, nem as Minas foram dados como presentes aos seus amigos. Foram, na verdade, dados aos servos para que fossem usados de acordo com os interesses do Senhor, o legitimo dono dos Talentos e das Minas. Contudo, um dos servos, ou não entendeu, ou foi negligente, pois, resolveu não trabalhar com o valor recebido: “... cavou na terra, e escondeu o dinheiro do seu senhor”(Mt 25:18). Perceba a expressão “o dinheiro do seu senhor”. Da mesma forma os dons de Deus não se tornam propriedade daquele que os recebe. São dados para serem usados na obra de Deus. A negligencia, ou dolo, pela não utilização, ou pelo uso indevido por parte de quem os recebe resultará em consequências negativas quando o dono voltar, tal como aconteceu naquelas duas Parábolas referidas – “Lançai o servo inútil nas trevas exteriores; ali haverá planto e ranger de dentes”(Mt 25:30).
Assim, meu irmão, se você recebeu um, ou mais dons, eles não lhes foram dados para você exibir sua espiritualidade, mas, para você mostrar serviços na obra de Deus. Tampouco, você não pode enterrá-los.


3. A manifestação do dom.“Mas a manifestação do Espírito é dada a cada um para o que for útil”(1Co 12:7). De acordo com Stanley Horton, teólogo pentecostal, os dons são como "faculdades da Pessoa divina operando no ser humano", ou seja, o Espírito se manifesta na vida de cada cristão por meio de algum dom concedido (1Co 12:7-11). Essa manifestação do Espírito visa à edificação e à santificação da Igreja.


Os dons não são fornecidos para exibição ou gratificação própria, mas para ajudar os outros. As manifestações do Espírito dão-se de acordo com a vontade do Espírito(1Co 12:11), ao surgir a necessidade, e também conforme o anelo do crente na busca dos dons(1Co 12:31; 14:1).
Muitos são os que acham que os portadores de dons espirituais são crentes superiores aos demais, que têm um nível maior de espiritualidade e que, em razão disto, desfrutam de uma posição diferenciada no meio da comunidade. Este pensamento, inclusive, tem feito com que muitos crentes andem à procura desses irmãos a fim de que obtenham curas divinas, maravilhas, sinais ou profecias, num comportamento totalmente contrário ao que determina a Palavra de Deus, que ensina que os sinais seguem os crentes e não os crentes correm atrás de sinais (Mc 16:17,20).


II. OS DONS DO ESPÍRITO SANTO E A ESPIRITUALIADE


1. A espiritualidade e os dons.Nossa espiritualidade não pode ser avaliada pelos dons espirituais que exercemos e nem pelos atos miraculosos realizados, mas mediante o fruto do Espírito, manifesto em nossa vida (Cl 5:22). Os crentes de Corinto possuíam variados dons espirituais (1Co 1:7), porém, Paulo afirma que eles eram carnais (cf 1Co 3:3). Os dons espirituais são dádivas, poderes que o Espírito Santo concede a alguns crentes, a fim de que seja evidenciada, no meio do povo de Deus, a presença do Senhor e seja confirmada a pregação do Evangelho (Mc 16:20), ele próprio poder de Deus para a salvação de todo aquele que nele crê (Rm 1:16). Não podem ser considerados indicativos de santidade, pois são concedidos não por mérito, mas dados “a cada um para o que for útil”(1Co 12:7), de acordo com a vontade do Espírito Santo.

Quando um coxo de nascença foi curado, à porta do Templo, através da instrumentalidade dos apóstolos Pedro e João, o povo ficou maravilhado, pois nunca tinham visto aquilo na sua geração(At 3:1-12). Pelo grau de admiração diante do acontecido – “ficaram cheios de pasmos e assombro”(At 3:10) -, eles atribuíam aos dois apóstolos uma supervalorização espiritual. Mas Pedro, sabendo que o mérito não era seu, mas do Espírito Santo, tratou corrigir de imediato o equívoco. Disse o apóstolo: "Varões israelitas, por que vos maravilhais disto? Ou por que olhais tanto para nós, como se por nossa própria virtude ou santidade fizéssemos andar este homem? O Deus de Abraão, e de Isaque, e de Jacó, o Deus de nossos pais, glorificou a seu Filho Jesus, a quem vós entregastes e perante a face de Pilatos negastes [...] E, pela fé no seu nome, fez o seu nome fortalecer a este que vedes e conheceis; e a fé que é por ele deu a este, na presença de todos vós, esta perfeita saúde”(Atos 3:12,13,16). O apóstolo deixou claro que o milagre aconteceu não por seus méritos, mas através da fé em o nome de Jesus Cristo. Situação parecida ocorreu com Paulo e Barnabé, em Listra, por ocasião de sua primeira viagem missionária (ler Atos 14:6-18). Portanto, o milagre é uma autenticação da mensagem do Evangelho para a salvação de vidas, não motivo de espetáculo (At 4.1-31).


2. Os dons espirituais sem o fruto do Espírito.Não há como o crente progredir no exercício dos dons espirituais sem o Fruto do Espírito. É pelo Fruto do Espírito que se conhece o autêntico cristão e não pelos dons espirituais. Veja o exemplo do jovem rico, descrito por Marcos no capítulo 10:17 – no momento de demonstrar o Fruto do Espírito, falhou -, ou seja, ele sabia todos os mandamentos, mas no momento de demonstrar uma ação inerente ao Fruto do Espírito, que seria a Benignidade e a Bondade, falhou, ou seja, o jovem rico ainda não estava convertido.


A formação do Fruto do Espírito é um privilégio do crente salvo. É ele, o Fruto do Espírito, que mostra quem nós somos. É tão importante que não dá para imaginar um profeta sem o domínio próprio, ou um crente que tenha o dom da palavra de conhecimento sem mansidão, ou uma pessoa que tem os dons de curar sem ser misericordiosa, ou uma pessoa que possui a interpretação de línguas sem amor. É o fruto do Espírito o diferencial na vida de um servo de Deus. Podemos, como crentes pentecostais, apoiados na Palavra de Deus, buscar os dons espirituais, mas não devemos esquecer o Fruto do Espírito.


O dom espiritual pode ser dado a qualquer momento, mas o Fruto do Espírito é desenvolvido com o passar do tempo. Como o fruto de uma árvore, ele cresce com o passar do tempo, em meio às adversidades, sendo nutrido diretamente por uma comunhão com o Pai.


3. Imaturidade espiritual e os dons. Como a verdadeira espiritualidade pode ser expressa? Através dos dons espirituais? Evidentemente que não. É o caráter do cristão, que chamamos de Fruto do Espírito, que identifica a verdadeira espiritualidade do genuíno cristão.


Há crentes que ainda são meninos em Cristo (1Co 3:1), lactentes (Hb 5:12), que ainda são espiritualmente fracos, sem desenvolvimento (Rm 14:2). Tudo isto nos prova que o crescimento não é automático e exige um contínuo esforço por parte do cristão. Ao comparar a vida espiritual ao desenvolvimento de uma videira, Jesus mostrou que se trata de um processo lento, continuado e não de um toque de mágica. A formação do Fruto do Espírito não acontece num único ato, mas, é um processo formado por muitos atos “Até que todos cheguemos... a varão perfeito, à medida da estatura completa de Cristo”(Ef 4:13).


Há crente que por ter um dom espiritual, quase sempre o de Profecia, julga-se no direito de ser ouvido e até de dirigir a Igreja, passando por cima do pastor. Igreja não se dirige com os dons espirituais. Igreja tem que ser dirigida com a Palavra de Deus. Por isto é preciso conhecê-la. Paulo pensava assim, pois, disse que o neófito, ou novo convertido, não deveria ser separado para o Ministério – “Não neófito, para que, ensoberbecendo-se, não caia na condenação do diabo”(1Tm 3:6). É sabido que o novo convertido, ou neófito, pode receber os dons espirituais, mesmo antes do batismo nas águas. Isto, contudo, não o credencia para o Ministério. Para o Ministério é necessário amadurecimento espiritual; isto só se consegue através da formação do Fruto do Espírito na vida do homem.


A igreja de Corinto possuía todos os dons (1Co 1:7), mas o exercício dos mesmos resultava em imaturidade e atitudes carnais (1Co 3:1-4). A desordem era tal que o próprio culto tornou-se um entrave para o progresso espiritual dos crentes. Se você fosse a uma das reuniões daquela igreja (excetuando a Ceia), com certeza gostaria do "movimento pentecostal" que lá havia. Entretanto, a espiritualidade ali retratada desfazia-se no primeiro obstáculo que o crente precisasse enfrentar. Isso é um sintoma de que não havia em Corinto uma verdadeira espiritualidade. Podemos até dizer que no confronto entre o padrão moral externado e a espiritualidade apresentada havia um verdadeiro paradoxo. O que isso significa? Puro emocionalismo! Imaturidade espiritual!


Na atualidade, tal qual na igreja de Corinto, vivemos dias em que as pessoas defendem que se deve “extravasar”, “pôr para fora tudo o que sente” e isto até mesmo em relação a sua adoração a Deus, o que gera as aberrações que temos presenciado cada vez mais, em que se substitui o culto racional pelo emocionalismo, pelo irracionalismo, pela pura carnalidade. Esta incontinência é a mais clara demonstração de que essas pessoas são guiadas pela carne e não pelo Espírito, pois a carne é quem possui a concupiscência, ou seja, o desejo desmedido e incontrolado.
A presença do poder de Deus como na igreja primitiva, a plenitude do Espírito, jamais significou o emocionalismo, o irracionalismo, que hoje são, por muitos, considerado como “sinal da presença de Deus”. A Palavra de Deus é a verdade, e o poder de Deus não se confunde com desatinos e espetáculos lamentáveis. O culto racional é incompatível com meninices e com práticas como o “reteté”. A Igreja do Senhor precisa trilhar o caminho da verdadeira espiritualidade para que a luz de Cristo brilhe e o nome do Jesus Cristo seja exaltado.


III. OS PROPÓSITOS DOS DONS ESPIRITUAIS


1. Edificar a Igreja.Os dons espirituais visam à edificação da igreja – “Assim também vós, já que estais desejosos de dons espirituais, procurai abundar neles para a edificação da igreja”(1Co 14:12). O Senhor poderia demonstrar os dons espirituais em um ambiente diverso da Igreja? Provavelmente sim, mas é na casa de Deus que Ele manifesta os dons espirituais. Na igreja, os crentes crescem e são edificados, ouvem a Palavra e aprendem a forma correta de usar os dons. Quando Deus inspirou o apóstolo Paulo a falar sobre os dons, Ele o fez apresentando-os para a edificação da Igreja, e não para outro propósito.


Por serem dados por Deus, os dons devem ser usados com ética e sabedoria no culto. Dizemos isso para que os que têm um ou mais dons não sejam pessoas exaltadas nem se usem em nome de Deus a fim de receber benesses indevidas. O Todo-Poderoso não nos dá seus dons para que com eles façamos riquezas ou promovamos o nosso próprio nome, pois ambas as coisas são pecado diante dEle. Lembremo-nos de que não somos senhores, e sim mordomos que daremos contas de tudo o que fizermos com o que Ele nos concedeu. Que isso nos torne mais tementes com o uso dos dons na Casa do Senhor.


2. Promover a pregação do evangelho.A tarefa evangelizadora da Igreja abrange não só a pregação do Evangelho, mas também a realização de sinais e maravilhas, cujo papel é confirmar a palavra que é pregada, sendo, como nos mostra Mc 16:20, uma cooperação do Senhor no trabalho de Seus discípulos. Cito como exemplo para justificar este item a proclamação do evangelho através de Filipe (diácono-evangelista): “E, descendo Filipe à cidade de Samaria, lhes pregava a Cristo. E as multidões unanimemente prestavam atenção ao que Filipe dizia, porque ouviam e viam os sinais que ele fazia, pois que os espíritos imundos saíam de muitos que os tinham, clamando em alta voz; e muitos paralíticos e coxos eram curados. E havia grande alegria naquela cidade”(Atos 8:5-8).


Vemos aqui que Filipe pregava o evangelho do reino e Deus confirmava a Palavra com sinais e prodígios. Aqui é demonstrado que “os dons espirituais tornam a pregação do Evangelho mais eficaz, pois confirmam a Palavra de Deus que está sendo proclamada” (Hb 2:3,4). Observe a sequência: primeiro, a pregação do evangelho; depois, os sinais e maravilhas. Inverter esta ordem não é correto, bíblico; é um procedimento tendencioso.


Bem disse o pr. Elienai Cabral: “Infelizmente, muitos utilizam os dons, principalmente os de curar, para atrair multidões. Enquanto isto, a mensagem que leva o pecador ao arrependimento é deixada de lado. De que adianta ser curado no corpo e ter a alma lançada no inferno? A pregação verdadeiramente bíblica e pentecostal é centrada em Cristo e na sua morte na cruz. Cremos na cura divina e na operação de maravilhas. No entanto, este é o maior milagre: o novo nascimento que Deus opera no coração do pecador mediante a ação do Espírito Santo. O compromisso do Espírito é com a” palavra da cruz", ‘o evangelho da salvação’ (Ef 1.13; 1 Co 1.18)”.


3. O aperfeiçoamento dos santos (Ef 4.11,12).A igreja é aquinhoada pelo seu Senhor com tudo o que é necessário tanto para a evangelização dos pecadores quanto para o aperfeiçoamento dos santos, pois a obra é dEle e não de cada um dos integrantes da igreja local. Os dons espirituais, quando usados com sabedoria(1Co 14:40), contribuem sobremaneira para o aperfeiçoamento espiritual dos cristãos, e possam ser achados aptos a entrar no gozo do seu Senhor (Mt 25:14-30).


CONCLUSÃO


Quem recebe um dom espiritual deve estar consciente que, em razão deste dom, não foi feito melhor dos que os demais irmãos, mas, bem ao contrário, foi-lhe dada uma responsabilidade ainda maior, de forma que deverá, sempre, usar este dom conforme a vontade do Senhor e de acordo com as Escrituras, pois deve sempre exercer este dom para a glória do nome do Senhor.

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Elaboração: Luciano de Paula Lourenço – Prof. EBD – Assembléia de Deus – Ministério Bela Vista. E-Mail: luloure@yahoo.com.br. Disponível no Blog: http://luloure.blogspot.com





Referências Bibliográficas:

William Macdonald – Comentário Bíblico popular(Novo Testamento).
Bíblia de Estudo Pentecostal.
Revista Ensinador Cristão – nº 46.
O Novo Dicionário da Bíblia – J.D.DOUGLAS.
Teologia Sistemática – Atual e Exaustiva – Wayne Grudem.
Antonio Gilberto – A doutrina do Espírito Santo – Teologia Sistemática.
Caramuru Afonso Francisco - O Fruto e os dons do Espírito Santo.
Antonio Gilberto - O Fruto do Espírito.

sábado, 23 de abril de 2011

A RESSURREIÇÃO DE CRISTO


















A ressurreição de Jesus é um fato bíblico e comprovadamente histórico. É o episódio que dá sentido e significado à fé cristã. Sem ela, como disse o apóstolo Paulo, o cristianismo não teria razão de ser (1Co 15:14). Ela é o fato que distingue o Cristianismo de toda e qualquer outra religião, a verdade que demonstra que Jesus é o Salvador do mundo, a Verdade e a Vida.
Vários líderes religiosos deixaram suas marcas e ensinamentos na história da humanidade. Todos morreram e seus restos mortais ainda se encontram na sepultura. Somente o sepulcro de Jesus se encontra vazio, e a respeito dEle os anjos disseram: “Ele não está aqui, porque já ressuscitou” (Mt 28:6). Esse é motivo de grande surpresa, como o foi para os oficiais romanos (Mt 28:2,4), e para todos nós também. Os discípulos, por sua vez, passaram a ter plena convicção daquele acontecimento, o que lhes trouxe coragem e ousadia, no Espírito. Homens que, outrora medrosos, passaram a anunciar o evangelho de Cristo, sacrificando, se necessário fosse, suas vidas por amor a Cristo (João 20:28; At 2:24,32; 3:15; 5:30).
O Evangelho de Lucas assim registra a ressurreição de Nosso Senhor: "E, no primeiro dia da semana, muito de madrugada, foram elas ao sepulcro, levando as especiarias que tinham preparado. E acharam a pedra do sepulcro removida. E, entrando, não acharam o corpo do Senhor Jesus. E aconteceu que, estando elas perplexas a esse respeito, eis que pararam junto delas dois varões com vestes resplandecentes. E, estando elas muito atemorizadas, e abaixando o rosto para o chão, eles lhes disseram: Por que buscais o vivente entre os mortos? Não está aqui, mas ressuscitou. Lembrai-vos como vos falou, estando ainda na Galiléia" (Lc 24:1-6). Esta é a grande diferença entre a fé cristã e as demais crenças que o homem tem: o fato de que Deus provou a verdade do evangelho e do perdão dos pecados em Cristo Jesus por intermédio da Sua ressurreição.
Portanto, a Ressurreição de Cristo é a base angular de nossa fé, a ponto de o apóstolo Paulo ter dito que a fé cristã seria vã, seria vazia, não teria qualquer sentido se Cristo não tivesse ressuscitado. O túmulo vazio é a principal e a irrefutável prova de que a Ressurreição de Cristo é um fato, e que Ele é a verdade e que Seu sacrifício foi aceito por Deus e tem poder para reconciliar a humanidade com o seu Criador.

As evidências da ressurreição de Cristo

A ressurreição de Jesus é um fato incontestável. A Bíblia afirma que Jesus "... se apresentou vivo, com muitas e infalíveis provas, sendo visto por eles por espaço de quarenta dias" (At 1:3). A expressão "infalíveis provas” refere-se à prova baseada em fatos que, por si só, suscitam credibilidade. Essas provas infalíveis e incontestáveis jamais puderam ser refutadas. As autoridades religiosas de Jerusalém lutaram muito para neutralizá-las, mas não o conseguiram (Mt 28.11-15). A Bíblia registra as seguintes aparições de Jesus após a Ressurreição:

Às várias mulheres que voltavam do sepulcro(Mt 28:9,10). Elas já sabiam que Jesus havia ressuscitado, pois, além de terem visto o túmulo vazio, um anjo lhes anunciou a mensagem da ressurreição. Elas, apressadamente, foram até onde estavam os discípulos e contaram o que havia se passado. Neste primeiro contato, já havia, pelo menos, quatro testemunhas, pois foram ao sepulcro: Maria Madalena; Maria, mãe de Tiago, o menor, e de José; Salomé, que era a mãe de Tiago e de João; e Joana (Mt 28:1; Mc 16:1; Lc 24:10; João 20:1). Tinha-se, pois, número suficiente para que se considerasse verdadeiro o testemunho das mulheres segundo a lei de Moisés (Dt 19:15; Mt 18:16).

A Pedro - em localização indefinida (Lc 24:34; 1Co 15:5). Não se tratava mais de “depoimento de mulheres”, nem tampouco de alguém que tivesse visto a Jesus solitariamente.

Aos dois discípulos que iam a caminho de Emaús(Lc 24:13-32). O nome de um dos dois era Cleopas(24:18); não sabemos a identidade do outro. Existe a possibilidade de ser sua esposa. Certa tradição afirma que era Lucas. Somente podemos ter certeza de que não se tratava de um dos onze discípulos(cf 24:33). Ao chegar em Emaús os dois convidaram o seu Companheiro de viagem a passar a noite com eles. Ao assentar à mesa, o Convidado partiu o pão e lhes deu, eles o reconheceram pela primeira vez. Logo que isso aconteceu, desapareceu. Então eles retomaram a viagem do dia. Em vez de passar a noite em Emaús, voltaram depressa a Jerusalém onde acharam os onze e os outros reunidos. Antes de eles poderem compartilhar as alegres noticias, os discípulos em Jerusalém anunciaram que o Senhor verdadeiramente ressuscitara e aparecera a Simão Pedro.

A todos os discípulos, exceto Tomé e outros com eles(Lc 24:36-43). Os discípulos o viram, depois ouviram-no dizer: “Paz seja convosco”. Eles ficaram atemorizados, pensando que era um espírito. Somente quando ele lhes mostrou as marcas do seu sofrimento nas mãos e nos pés começaram a entender. Mesmo assim, era bom demais para ser verdade. Para poder mostrar-lhes que ele era realmente Jesus, o Senhor comeu um pedaço de peixe assado e um favo de mel.

A todos os discípulos num domingo à noite, uma semana depois (João 20:26-31). Uma semana depois, o Senhor apareceu aos seus discípulos novamente. Dessa vez Tomé estava com eles. Outra vez o Senhor pôs-se entre eles de maneira milagrosa e de novo saudou-os com “Paz seja convosco”. O Senhor tratou de forma amável e paciente seu seguidor incrédulo. Convidou-o a provar a realidade da sua ressurreição pondo a sua mão no ferimento da lança no seu lado. Tomé se convenceu. Se ele pôs a mão no lado do Senhor, não sabemos. Mas ele sabia enfim que Jesus havia ressuscitado e que era tanto Senhor como Deus.

A sete discípulos no Mar da Galiléia (João 21:1-25). Agora a aparição de Jesus se dá no Mar da Galiléia. Os discípulos viajaram para o norte, aos seus lares na Galiléia. O Senhor Jesus os encontrou ali. Sete dos discípulos estavam juntos no momento: Pedro, Tomé, Natanael, Tiago e João(os filhos de Zebedeu) e mais dois cujos nomes não conhecemos. Ali foi feito o grande milagre da pesca, onde sob a ordem do Senhor foi lançada a rede à direita do barco e foi colhido cento e cinqüenta e três grandes peixes(João 24:11).

A 500 crentes na Galiléia(cf Mt 28:16-20 com 1Co 15:6). Acredita-se que a aparição do Senhor a mais de quinhentos irmãos se deu na Galiléia. Na época em que Paulo escreveu a epístola de 1Corintios, alguns desses irmãos já estavam com o Senhor no lar celestial, mas a maioria permanecia viva(1Co 15:6). Em outras palavras, se alguém desejasse contestar a veracidade das afirmações do apóstolo, as testemunhas ainda estavam vivas e podiam ser interrogadas.

A Tiago(1Co 15:7). Era meio-irmão natural de Jesus. Antes, ele não acreditava que Jesus fosse o Messias de Israel (João 7:5). Jesus, já ressurreto apareceu a Tiago, que veio a tornar-se uma das colunas entre os santos (Gl 2:9). A propósito, não devemos nos esquecer de que os irmãos de Jesus eram incrédulos (João 7:5). Ora, como, então, entender que tenham crido em Jesus e, inclusive, juntamente com sua mãe, esperaram o derramamento do Espírito Santo até o dia de Pentecostes no cenáculo (At 1:14), senão pelo impacto gerado pelo fato de Jesus ter aparecido a Tiago após a ressurreição? Pessoas que não creram em Jesus enquanto Ele curava, expulsava demônios, fazia milagres, teriam passado a crer com base em alucinações, farsas e fantasias? Evidentemente que não! Jesus realmente ressuscitou e isto não pôde ser desmentido por ninguém! Aleluia!

Aos apóstolos no momento da sua ascensão(At 1:3-11). Durante os quarenta dias entre sua ressurreição e ascensão, Cristo apareceu aos discípulos e ofereceu provas incontestáveis de sua ressurreição física. Neste ínterim, também tratou com eles de questões referentes ao reino de Deus. Sua preocupação central não era com os reinos deste mundo, mas com o reino onde Deus é reconhecido como Rei. Logo depois de comissionar os discípulos, Jesus foi levado às alturas, à vista deles, e numa nuvem o encobriu dos seus olhos. No momento apareceram dois varões vestidos de branco, eram seres angelicais que apareceram na terra na forma de varões. E eles se dirigiram aos discípulos e disseram: “Varões galileus, por que estais olhando para o céu? Esse Jesus, que dentre vós foi recebido em cima no céu, há de vir assim como para o céu o viste ir”(At 1:11). Temos aqui uma certeza clara da segunda vinda do Senhor para estabelecer seu reino na terra. Não se trata do arrebatamento, mas da vinda do reino.

Ao apóstolo Paulo(1Co 15:8). A última aparição do Senhor ressuscitado foi testemunhada pelo apóstolo Paulo, conforme ele mesmo testifica. Paulo, após ter um encontro pessoal com Jesus, o Jesus ressurreto, não pôde negar a realidade da ressurreição de Cristo e passou a pregá-la(1Co 15:1-4), mesmo quando isto representasse o escárnio dos intelectuais de seu tempo (At 17:32). Como entender que alguém tão letrado e versado tanto na lei judaica, quanto na filosofia grega ou no direito romano, renegasse todo o seu conhecimento e o saber que tinha em nome de uma “ilusão”, de uma “alucinação”, “alucinação” que o levaria a enfrentar morte e perseguição? Não há como se justificar tal fato senão pela circunstância de que a ressurreição é uma realidade que gera fé e esperança por meio de Jesus, que dá sentido à vida espiritual.

Todas estas aparições de Jesus tiveram por finalidade mostrar que Ele verdadeiramente ressuscitou e que não havia como negar este fato concreto, que, além do mais, se encontrava demonstrado pelo túmulo vazio. Os discípulos, que não haviam compreendido que Ele havia de ressuscitar, ao verem Jesus ressurreto, não tiveram dúvida alguma da veracidade desta mensagem e passaram a pregá-la com veemência e intrepidez.

Portanto,

A Ressurreição de Jesus é a demonstração de que o seu sacrifício foi aceito por Deus (Is 53:10-12), assim como a saída do sumo sacerdote do lugar santíssimo em vida significava, no tempo da lei, que Deus havia perdoado as iniqüidades do povo e que cobrira os pecados por mais um ano (Lv 16:29-34).
A Ressurreição de Jesus é a demonstração de que Ele venceu a morte e que, por isso, também nós poderemos nEle vencê-la e alcançar a vida eterna (Rm 8:11; 2Co 4:14; Ef.2:6; 1Ts 4:14).
A Ressurreição de Jesus é a prova cabal de que o Evangelho é a verdade, de que podemos crer em Jesus, pois é a ressurreição que nos mostra que a fé em Jesus não é uma ilusão, uma fantasia, mas algo inteligente, palpável. Esta, aliás, é a verdadeira “fé inteligente”, a crença em Jesus e na sua obra expiatória, a certeza e convicção de que, se nos arrependermos de nossos pecados e crermos em Jesus, alcançamos a vida eterna, pois Jesus morreu por nós e pagou o preço de nossa alma, sendo a prova da eficácia deste sacrifício a sua ressurreição (1Pe 1:21).
A Ressurreição de Jesus é a principal garantia de que devemos morrer para este mundo e viver para Deus, de que vale a pena renunciar a si mesmo e seguir a Jesus, porque Jesus a tudo renunciou, inclusive à própria vida, mas isto agradou a Deus que O ressuscitou e O exaltou sobre todo o nome. Assim, também, se formos “inteligentes” e não buscarmos as coisas e prazeres desta vida, mas única e exclusivamente fazer a vontade de Deus, também teremos o mesmo destino que teve o Senhor Jesus – o de agradar a Deus e ser levado à glória assim como foi o Senhor (Rm 6:4; 7:4; 2Co 5:15; Cl 2:12).
A Ressurreição de Jesus é a principal garantia de que devemos aguardá-lo, pois, assim como Ele ressuscitou, como havia prometido, Ele também voltará para arrebatar a sua Igreja e nos livrar da ira futura (1Co 15:51-57; 1Ts 1:10).
Glórias sejam dadas ao Senhor Jesus, que vive e reina para todo sempre! - “fui morto, mas eis aqui estou vivo pelos séculos dos séculos; e tenho as chaves da morte e do hades”(Ap 1:18). Amém!



Luciano de Paula Lourenço

quarta-feira, 20 de abril de 2011

A PÁSCOA

"Assim, pois, o comereis: Os vossos lombos cingidos, os vossos sapatos nos pés, e o vosso cajado na mão; e o comereis apressadamente; esta é a páscoa do Senhor”(Êxodo 12:11).

CONTEXTO HISTÓRICO


Desde que Israel partiu do Egito em cerca de 1500 a.C, o povo hebreu (posteriormente chamado "judeus") celebra a Páscoa todos os anos, na primavera (em data aproximada da sexta-feira santa).
Depois de os descendentes de Abraão, Isaque e Jacó passarem mais de quatrocentos anos de servidão no Egito, Deus decidiu libertá-los da escravidão. Suscitou Moisés e o designou como o líder do êxodo (Ex. Cap. 3 — 4). Em obediência ao chamado de Deus, Moisés compareceu perante Faraó e lhe transmitiu a ordem divina: "Deixa ir o meu povo”. Para conscientizar Faraó da seriedade dessa mensagem da parte do Senhor, Moisés, mediante o poder de Deus, invocou pragas como julgamentos contra o Egito. No decorrer de várias dessas pragas, Faraó concordava em deixar o povo ir, mas, a seguir, voltava atrás, uma vez a praga sustada. Soou a hora da décima e derradeira praga, aquela que não deixaria aos egípcios nenhuma outra alternativa senão a de lançar fora os israelitas. Deus mandou um anjo destruidor através da terra do Egito para eliminar "todo primogênito... desde os homens até aos animais" (Ex 12.12).
Visto que os israelitas também habitavam no Egito, como poderiam escapar do anjo destruidor? O Senhor emitiu uma ordem específica ao seu povo; a obediência a essa ordem traria a proteção divina a cada família dos hebreus, com seus respectivos primogênitos. Cada família tinha de tomar um cordeiro macho de um ano de idade, sem defeito e sacrificá-lo ao entardecer do dia quatorze do mês de Abibe; famílias menores podiam repartir um único cordeiro entre si (Ex 12.4). Parte do sangue do cordeiro sacrificado, os israelitas deviam aspergir nas duas ombreiras e na verga da porta de cada casa. Quando o destruidor passasse por aquela terra, ele passaria por cima daquelas casas que tivessem o sangue aspergido sobre elas (daí o termo Páscoa, do hb. pessach, que significa "pular além da marca", "passar por cima"). Assim, pelo sangue do cordeiro morto, os israelitas foram protegidos da condenação à morte executada contra todos os primogênitos egípcios. Deus ordenou o sinal do sangue, não porque Ele não tivesse outra forma de distinguir os israelitas dos egípcios, mas porque queria ensinar ao seu povo a importância da obediência e da redenção pelo sangue, preparando-o para o advento do "Cordeiro de Deus”, que séculos mais tarde tiraria o pecado do mundo (João 1.29).
Naquela noite específica, os israelitas deviam estar vestidos e preparados para viajar (12.11). A ordem recebida era para assar o cordeiro e não fervê-lo, e preparar ervas amargas e pães sem fermento. Ao anoitecer, portanto, estariam prontos para a refeição ordenada e para partir apressadamente, momento em que os egípcios iam se aproximar e rogar que deixassem o país. Tudo aconteceu conforme o Senhor dissera (12.29-36).

A PÁSCOA NA HISTÓRIA ISRAELITA


A partir daquele momento da história, o povo de Deus ia celebrar a Páscoa toda primavera, obedecendo as instruções divinas de que aquela celebração seria "estatuto perpétuo" (12.14). Era, porém, um sacrifício comemorativo, exceto o sacrifício inicial no Egito, que foi um sacrifício eficaz. Antes da construção do templo, em cada Páscoa os israelitas reuniam-se segundo suas famílias, sacrificavam um cordeiro, retiravam todo fermento de suas casas e comiam ervas amargas. Mais importante: recontavam a história de como seus ancestrais experimentaram o êxodo milagroso na terra do Egito e sua libertação da escravidão ao Faraó. Assim, de geração em geração, o povo hebreu relembrava a redenção divina e seu livramento do Egito (ver Ex 12.26). Uma vez construído o templo, Deus ordenou que a celebração da Páscoa e o sacrifício do cordeiro fossem realizados em Jerusalém (Dt 16.1-6). O Antigo Testamento registra várias ocasiões em que uma Páscoa especialmente relevante foi celebrada na cidade santa (2 Cr 30.1-20; 35.1-19; 2 Rs 23.21-23; Ed 6.19-22).
Nos tempos do Novo Testamento, os judeus observavam a Páscoa da mesma maneira. O único incidente na vida de Jesus como menino, que as Escrituras registram, foi quando seus pais o levaram a Jerusalém, aos doze anos de idade, para a celebração da Páscoa (Lc 2.41-50). Posteriormente, Jesus ia cada ano a Jerusalém para participar da Páscoa (João 2.13). A última Ceia de que Jesus participou com os seus discípulos em Jerusalém, pouco antes da cruz, foi uma refeição da Páscoa (Mt 26.1,2,17-29). O próprio Jesus foi crucificado na Páscoa, como o Cordeiro pascoal (cf. 1 Co 5.7) que liberta do pecado e da morte todos aqueles que nEle crêem.
Os judeus hoje continuam celebrando a Páscoa, embora seu modo de celebrá-la tenha mudado um pouco. Posto que já não há em Jerusalém um templo para se sacrificar o cordeiro em obediência a Dt 16.1-6, a festa judaica contemporânea (chamada Seder) já não é celebrada com o cordeiro assado. Mas as famílias ainda se reúnem para a solenidade. Retiram-se cerimonialmente das casas judaicas, e o pai da família narra toda a história do êxodo.

A PÁSCOA E JESUS CRISTO


Para os cristãos, a Páscoa contém rico simbolismo profético a falar de Jesus Cristo. O Novo Testamento ensina explicitamente que as festas judaicas "são sombras das coisas futuras" (Cl 2.16,17; Hb 10.1), isto é, a redenção pelo sangue de Jesus Cristo. Note os seguintes itens em Êxodo 12, que nos fazem lembrar do nosso Salvador e do seu propósito para conosco.
(1) O âmago do evento da Páscoa era a graça salvadora de Deus. Deus tirou os israelitas do Egito, não porque eles eram um povo merecedor, mas porque Ele os amou e porque Ele era fiel ao seu concerto (Dt 7.7-10). Semelhantemente, a salvação que recebemos de Cristo nos vem através da maravilhosa graça de Deus (Ef 2.8-10; Tt 3.4,5).
(2) O propósito do sangue aplicado às vergas das portas era salvar da morte o filho primogênito de cada família; esse fato prenuncia o derramamento do sangue de Cristo na cruz a fim de nos salvar da morte e da ira de Deus contra o pecado (Ex 12.13,23,27; Hb 9.22).
(3) O cordeiro pascoal era um "sacrifício" (Ex 12.27) a servir de substituto do primogênito; isto prenuncia a morte de Cristo em substituição à morte do crente (ver Rm 3.25). Paulo expressamente chama Cristo nosso Cordeiro da Páscoa, que foi sacrificado por nós (1 Co 5.7).
(4) O cordeiro macho separado para morte tinha de ser "sem mácula" (Ex 12.5); esse fato prefigura a impecabilidade de Cristo, o perfeito Filho de Deus (João 8.46; Hb 4.15).
(5) Alimentar-se do cordeiro representava a identificação da comunidade israelita com a morte do cordeiro, morte esta que os salvou da morte física (1 Co 10.16,17; 11.24-26). Assim como no caso da Páscoa, somente o sacrifício inicial, a morte dEle na cruz, foi um sacrifício eficaz. Realizamos em continuação a Ceia do Senhor como um memorial, "em memória" dEle (1 Co 11.24).
(6) A aspersão do sangue nas vergas das portas era efetuada com fé obediente (Ex 12.28; Hb 11.28); essa obediência pela fé resultou, então, em redenção mediante o sangue (Ex 12.7,13). A salvação mediante o sangue de Cristo se obtém somente através da “obediência da fé” (Rm 1.5; 16.26).
(7) O cordeiro da Páscoa devia ser comido juntamente com pães ásmos (12.8). Uma vez que na Bíblia o fermento normalmente simboliza o pecado e a corrupção (ver Ex 13.7; Mt 16.6; Mc 8.15), esses pães ásmos representavam a separação entre os israelitas redimidos e o Egito, isto é, o mundo e o pecado. Semelhantemente, o povo redimido por Deus é chamado para separar-se do mundo pecaminoso e dedicar-se exclusivamente a Deus.
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Fonte: Bíblia de Estudo Pentecostal

domingo, 17 de abril de 2011

Aula 04 - ESPIRITO SANTO - AGENTE CAPACITADOR DA OBRA DE DEUS

Texto Base: Lucas 24:46-49; Atos 1:4-8 “Mas recebereis a virtude do Espírito Santo, que há de vir sobre vós; e ser-me-eis testemunhas tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria e até aos confins da terra”(Atos 1:8).

INTRODUÇÃO

Para cada crente salvo Deus tem uma chamada; e para cada chamada, uma forma de preparação, de capacitação. Cremos que Deus age em nossas vidas de acordo com seus propósitos. Ele preparou Moisés em seus primeiros 40 anos de vida no Egito a fim de ser um poderoso líder no deserto. Preparou Elias em Querite(1Rs 17:3,5) e em Sarepta(1Rs 17:9,10), para depois fazer chover em uma terra assolada pela seca e fazer descer fogo do céu diante dos profetas de baal. Preparou Davi, junto das ovelhas, para ser rei de Israel. Da mesma forma, o Espírito Santo nos prepara para a chamada de Deus, de forma que estejamos sempre dependendo dEle ao longo do cumprimento de nossa vocação.

I. O RELACIONAMENTO DO ESPÍRITO SANTO COM A HUMANIDADE

A vinda do Espírito Santo no Dia de Pentecostes, momento em que os quase 120 discípulos (Atos 1:15) foram batizados com o Espírito Santo, inaugurou um nova fase no relacionamento com a humanidade. Antes, se usufruía do Espírito Santo apenas individualmente (1Sm 10:6; 16:13); agora, temos o Espírito Santo (1Co 7:40; Gl 3:5; 1João 4:13; 1Ts 4:8). Antes, o Espírito habitava no meio do povo (Ag 2:5), ou estava sobre alguém (Nm 11:17; Is 59:21); agora, está dentro de ou em nós (Ez 36:27; João 14:17). Antes, eram usados indivíduos (como Saul, Davi, etc.); agora, ele usa um povo (1Co 6:19; Ef 2:22; Ap 3:6). Antes, era temporário (Nm 11:25); agora, em caráter permanente (João 16:7).

1. Um dos aspectos mais denunciativo do relacionamento do Espírito Santo com a humanidade é a sua operação na faculdade mental do ser humano. Jesus disse que a primeira operação do Espírito Santo, ao anunciar a Sua vinda a Terra, seria o convencimento do pecador: "E, quando Ele vier, convencerá o mundo do pecado, e da justiça e do juízo" (João 16:8). O Espírito Santo atua sobre a alma do pecador, a fim de que ela possa se arrepender dos seus pecados e decidir aceitar a Cristo como Seu único e suficiente Salvador. Quando isto ocorre, temos a primeira operação que foi atribuída ao Espírito Santo no período da graça: o novo nascimento. Ao nascer de novo, a pessoa recebe o batismo pelo Espírito Santo(1Co 12:13), ou seja, ele é batizado(mergulhado) no corpo de Cristo(a Igreja), unindo-o a este corpo; fazendo com que ele seja um só com os demais crentes.

Quando a pessoa aceita a Jesus Cristo como seu Senhor e Salvador, arrependendo-se dos seus pecados, decide mudar de direção na sua vida, converte-se, porque é convencido pelo Espírito Santo. Neste instante, ao aceitar a Jesus, a pessoa tem seus pecados perdoados e é purificada pelo sangue do Cordeiro(1João 1:7; 2:1). Como consequência do perdão dos pecados, a pessoa passa a ter livre acesso a Deus, pois não existe mais qualquer separação entre ela e a Divindade, já que os pecados foram perdoados, restabelecendo-se, portanto, a comunhão com Deus. Esta comunhão caracteriza-se pela circunstância de o espírito humano ser vivificado, ou seja, aquela parte do homem que estava sem função, separada de Deus, feita, exatamente, para que mantenhamos este contacto com o Senhor, é ativada e este espírito passa a ter um relacionamento com Deus. Ora, a Pessoa da Trindade que faz este relacionamento entre o homem salvo e o seu Criador é, precisamente, o Espírito Santo.

2. A pessoa regenerada é adotada como filho(Rm 8:15). Nesta nova fase do relacionamento do Espírito Santo com o ser humano, este, agora regenerado (nascido de novo), é adotado como filho. Adotar significa “por como filho”. Sem a ação do Espírito Santo, jamais seríamos adotados pelo Pai. Agora, o Espírito Santo testifica com o nosso espírito de que somos filhos de Deus (Rm 8:16).

3. O Espírito Santo permite ao ser humano conhecer a vontade de Deus. Nesta nova fase do tratamento de Deus com a humanidade, o Espírito Santo permite-nos conhecer a vontade de Deus e a guiar nossos passos segundo ela, pois somente o Espírito de Deus pode discernir as coisas que são de Deus(1Co 2:11-13). A salvação dá-nos novos valores, um novo modo de vida, de modo que não mais passamos a compartilhar dos valores e dos desejos existentes no mundo, no pecado e no mal. Somente quem é salvo desfruta deste privilégio. O mundo não pode receber nem pode conhecer o Espírito Santo, porque o Espírito, como Seu nome o diz, é Santo, ou seja, está totalmente separado do pecado.

II. O ESPÍRITO SANTO NA VIDA DO CRENTE

O Espírito Santo na vida do crente é um sinal evidente de que ele pertence a Jesus, que é um salvo, que é um filho de Deus. Somente aqueles que têm o Espírito de Deus são considerados filhos de Deus (Rm 8:16).

1. O crente é o templo do Espírito Santo. “Não sabeis vós que sois o templo de Deus e que o Espírito de Deus habita em vós?”(1Co 3:16). “Ou não sabeis que o vosso corpo é o templo do Espírito Santo, que habita em vós, proveniente de Deus, e que não sois de vós mesmos?”(1Co 6:19).

O homem é tornado templo do Espírito Santo e, como tal, passa a ter um corpo que tem como finalidade e propósito única e exclusivamente a glorificação do nome do Senhor e a realização de obras que sejam boas e agradáveis a Deus. Há muitas pessoas que procuram ver a presença do Espírito Santo na vida de alguém baseando-se em atos de poder, sinais ou maravilhas que esta pessoa esteja realizando em nome do Senhor, mas não é este o critério estabelecido pelas Escrituras para sabermos se alguém tem, ou não, o Espírito Santo. Uma pessoa será possuidora do Espírito de Deus se for santa, se ouvir e praticar a Palavra de Deus, se der o fruto do Espírito(Gl 5:22), pois haverá muitos que executarão muitos sinais e maravilhas, mas que, por praticarem a iniquidade, serão dados como desconhecidos de Deus, ou seja, pessoas pertencentes ao mundo, que não pode conhecer nem receber o Espírito Santo do Senhor(Mt 7:15-23; 2Tm 2:19).

2. Na vida do crente o Espírito Santo é o seu Paracleto (defensor, mentor, protetor). O Espírito Santo não deixa o crente solitário e à deriva no mar da vida, mas, após convencê-lo da morte, do pecado e do juízo, vem habitar no interior do crente, vem ser seu companheiro até o final. O Espírito Santo é chamado por Jesus de Consolador, ou seja, de Paracleto, palavra que significa aquele que está ao lado, aquele que defende e que se coloca no lugar da pessoa, um verdadeiro advogado. Este é o papel do Espírito Santo, que pronto está para nos ajudar e nos orientar em todos os momentos, de forma a que possamos andar segundo a vontade de Deus.

3. O Espírito Santo habita na vida do crente, mas é inquilino. A Bíblia mostra-nos que Ele vem fazer morada no homem que resolve aceitar a Cristo como seu Senhor e Salvador, mas é um verdadeiro inquilino, ou seja, alguém que, embora ocupando o interior do homem, não elimina a liberdade e o livre-arbítrio do ser humano onde está habitando. Tanto assim é que o apóstolo recomenda que não entristeçamos o Espírito Santo(Ef 4:30), pois, caso isto ocorra, poderá Ele afastar-Se de nós, o que sempre ocorre quando resolvemos pecar e transgredir os mandamentos divinos, situação que foi vivenciada por Davi, que, desesperado, suplicou para que o Espírito dele não Se apartasse(Sl 51:11). Trata-se, portanto, de um morador sensível, que está pronto a nos ajudar, mas que não tolera convivência ou mistura com o pecado, pois, como é Deus, é Santo e abomina o pecado(Lv 20:7, 1Pe 1:15,16).

4. O Espírito Santo na vida do crente salvo produz uma série de benefícios, que lhe permitem um contínuo crescimento espiritual.

a) Faz com que o cristão inicie um contínuo processo de santificação, que nada mais é que a progressiva e contínua separação do pecado. A cada dia, o Espírito Santo faz-nos viver segundo a vontade de Deus, não mais segundo a nossa própria vontade. O velho homem, o homem pecaminoso, é mortificado a cada instante, ou seja, é mantido preso e crucificado (Gl 2:20), sem ação na nossa vida. Não andamos mais segundo a carne, ou seja, segundo estes desejos de nossa natureza pecaminosa, evitando praticar a iniquidade e o mal. Isto só é possível porque passamos a nos inclinar para as coisas do espírito, a fim de agradar a Deus (Rm 8:5-13).

b) Faz com que desejemos, cada vez, que o nome de Jesus cresça em nós e que nós diminuamos na Sua presença (João 3:30). O Espírito Santo tem como finalidade a glorificação do nome de Jesus(João 16:14) e, se nós permitimos que Ele habite em nós, consequentemente, também estamos moldando a nossa vida a fim de que, também, através de nós, os homens glorifiquem a Jesus(Mt 5:16). Não seremos, portanto, egoístas, nem ególatras, mas, muito pelo contrário, tudo faremos para que, em nossas vidas, o nome de Jesus seja glorificado pelos homens, ainda que isto signifique o padecimento de nós mesmos(2Co 4:5-11).

c) Traz-nos a garantia e a certeza da nossa salvação. A Bíblia diz-nos que o Espírito testifica com o nosso espírito que somos filhos de Deus. Sendo assim, temos, em nós, a garantia de que somos salvos, a certeza da nossa própria salvação. É o próprio Deus, na Pessoa do Espírito, que dá testemunho de nossa comunhão com Ele. Há muitos crentes que são duvidosos a respeito da sua salvação, que se deixam embaraçar por quaisquer afirmações daqueles que os cercam, no sentido de que não podem ter garantia de que têm a vida eterna, notadamente de pessoas religiosas que acham que a salvação depende de obras e coisas similares. Entretanto, a Bíblia afirma-nos, claramente, que é o Espírito Santo quem nos dá esta certeza e a sua habitação em nós permite que tenhamos esta garantia. É, por isso, que a Bíblia nos afirma que o Espírito é o selo da nossa redenção. Como todos sabemos, o selo é um símbolo, é um sinal que representa a garantia de um documento, que confirma a sua autenticidade, que confirma a autoridade de alguém (Gn 38:18;Jr 22:24). O Espírito Santo é, portanto, a garantia que temos de que somos salvos. Quando o Espírito está conosco, dirigindo-nos, dando-nos orientação, testificando de nossa condição de filhos de Deus, temos a certeza de que estamos nas mãos do Senhor e de que ninguém de lá pode nos arrebatar (João 10:28).

d) Promove o envolvimento do crente na obra do Senhor. Como passamos a fazer a vontade de Deus, como passamos a glorificar o nome do Senhor, como temos certeza da salvação, a Bíblia afirma que rios de água viva passam a correr do nosso interior(João 7:38), ou seja, não há como o crente se conter diante de tão grande salvação e começa a ser impelido para pregar o Evangelho e fazer a obra de Deus sobre a terra. Paulo tinha esta consciência e exclamava: ai de mim se não anunciar o evangelho!(1Co 9:16). Cada um tem um trabalho na seara do Mestre e o Espírito Santo, habitando em nós, fará com que executemos este trabalho na forma por Ele pretendida, a fim de que almas sejam salvas e os crentes, aperfeiçoados (Rm 6:13,19,22).

e) Promove um despertamento para a oração e a meditação da Palavra de Deus. O Espírito Santo tem como missão fazer-nos lembrar da Palavra de Deus e ensinar-nos esta mesma Palavra (João 14:26), ao mesmo tempo em que é um ajudador sempre presente nas nossas orações, gemendo com gemidos inexprimíveis diante do Pai por nós(Rm 8:26). Para tanto, a presença do Espírito Santo leva-nos, naturalmente, a uma vida de oração de estudo e meditação na Palavra de Deus. Percebamos que, já revestidos de poder, os apóstolos passaram a se dedicar ao ministério da oração e da Palavra (At 6:4). O Espírito Santo faz-nos, assim, enveredar por este caminho glorioso da devoção diária e incessante, preparando-nos para sermos instrumentos de justiça.

f) Promove maior sensibilidade espiritual, pois é através do Espírito Santo que passamos a discernir as coisas espirituais. A presença do Espírito Santo faz-nos entender as coisas espirituais, entender e compreender a vontade de Deus e, portanto, a termos uma vida de intimidade e de comunhão com o Senhor, intimidade esta que é contínua e progressiva (2Co 3:18). O Espírito Santo faz-nos ficar cada vez mais distantes do pecado e do mundo, residindo nesta transformação, segundo alguns, a própria essência da obra do Espírito Santo na vida do ser humano: o retorno da plenitude da imagem e semelhança de Deus no homem.

III. O BATISMO COM O ESPIRITO SANTO CAPACITA-NOS A FAZER A OBRA DE DEUS

A capacitação para a obra missionária, nos moldes desejados pelo Senhor, exige, previamente, o batismo com o Espírito Santo. Não fosse assim, Jesus não teria determinado que os discípulos, antes de darem início a esta obra, aguardassem o batismo com o Espírito Santo (Lc.24:49), como também não teria revestido de poder a Paulo antes mesmo de ele iniciar a pregação do evangelho nas sinagogas de Damasco. Se Jesus entende ser necessário, indispensável, que alguém, antes de iniciar a obra missionária, ser revestido de poder, sendo, como é, o dono da obra, quem somos nós para questionarmos esta realidade?

No Novo Testamento, mui especialmente no livro de Atos dos Apóstolos, o Espírito Santo teve uma participação ativa no desenvolvimento da obra missionária da geração apostólica da Igreja. Só esta circunstância autoriza-nos a dizer que, como Deus não muda e nEle não há sombra de variação(Tg 1:17), como Jesus Cristo é o mesmo, ontem, hoje e eternamente (Hb 13:8), que, do mesmo modo como o Espírito Santo operou no início da história da igreja, está operando nos nossos dias. A assistência do Espírito Santo é imprescindível à obra missionária.

1. Na visão missionária do Espírito Santo cada crente batizado deve ser um missionário, em potencial. O Poder é concedido para que o crente seja testemunha. O objetivo do Espírito Santo é arrebanhar súditos para o Reino de Deus. Ele só pode fazer isto através do homem. Não pode fazer direta e pessoalmente; não pode convocar os Anjos para esse trabalho. Os Anjos não podem contar o que Jesus fez por eles. Não podem ser testemunhas. Foi ao homem que o Senhor Jesus entregou a missão de pregar o Evangelho. Foi ao homem que ele disse “... Ide por todo o mundo, pregai o Evangelho a toda a criatura”(Mt 16:15). Foi aos homens que ele ordenou: “Portanto, ide, ensinai todas as nações, batizando-as em nome do Pai, e do Filho e do Espírito Santo. Ensinando-as a guardar todas as coisas que eu vos tenho mandado...”(Mt 28:19-20). É para atender o “Ide” de Jesus que Ele capacita o crente através do batismo com o Espírito Santo, pois, foi neste sentido que ele disse: “... recebereis a virtude do Espírito Santo... e ser-me-eis testemunhas...”.

Neste trecho está demonstrada, em duas partes, a vontade de Jesus quanto à capacitação do crente para fazer a Sua obra:

Primeira parte da vontade do Senhor Jesus: “recebereis a virtude o Espírito Santo”. Para que o crente possa cumprir sua missão - descrita em Marcos 16:15 e Mateus 28:19,20 - o Espírito Santo, na Sua visão missionária, concede-lhe o poder, conforme promessa feita por Jesus: “Mas recebereis a virtude do Espírito Santo, que há de vir sobre vós...”.
Segunda parte da vontade do Senhor: “ser-me-eis testemunhas”. A virtude ou o poder é dado com um objetivo: aplicá-lo na obra de Deus. Com este poder o crente é capacitado para falar de Jesus – para ser sua testemunha – através de sua maneira de viver, através da pregação ou ensino da Palavra. Se o crente for como uma bateria carregada, porém, não estiver gastando a energia acumulada, então, esse crente está em falta diante de Deus.

Acredita-se que a maioria dos pentecostais não está observando o sentido e o objetivo desta expressão “recebereis a virtude do Espírito Santo” e o “ser-me-eis testemunhas”. Esta maioria usa o batismo com o Espírito Santo apenas para falar em “línguas estranhas”. Isto é bom, é uma bênção! Porém, Paulo afirmou que “... o que fala língua estranha não fala aos homens senão a Deus...”. Afirmou ainda que “o que fala língua estranha edifica-se a si mesmo...”(1Co 14:2-4), ou seja, falar em línguas estranhas é uma forma de fortalecer-se, individualmente. É como uma bateria ligada a um carregador. Mas, essa carga, ou energia acumulada na bateria precisa ser utilizada, do contrário, não faz sentido manter a bateria carregada. Assim, quem recebe o Batismo com o Espírito Santo e guarda a Virtude, ou o Poder para si próprio, fica em débito diante de Deus.

2. Pedro recebeu “a virtude do Espírito Santo” e fez uso dela. Antes de receber “a virtude do Espírito Santo”, pelo Batismo, Pedro teve medo de “ser testemunha de Jesus”. Negou ter estado com ele, negou ser seu discípulo, negou conhecê-lo, conforme está escrito: “Ora Pedro estava assentado fora, no pátio; e, aproximando-se dele uma criada, disse: tu também estavas com Jesus, o Galileu. Mas ele negou diante de todos, dizendo: não sei o que dizes”. “E, saindo para o vestíbulo, outra criada o viu, e disse aos que ali estavam: este também estava com Jesus, o nazareno. E ele negou outra vez com juramento: Não conheço tal homem”. “E daí a pouco, aproximando os que ali estavam, disseram a Pedro: verdadeiramente também tu és deles, pois a tua fala te denuncia. Então começou ele a praguejar e a jurar, dizendo: Não conheço esse homem”(Mt 26:69-74). Pedro negou... uma...duas...três vezes; “E imediatamente o galo cantou”.

De um homem tão fraco, como Pedro, o que se poderia esperar? Porém, o Senhor afirmou: “... recebereis a virtude do Espírito Santo, que há de vir sobre vós...”. E o Espírito Santo veio e Pedro recebeu a Sua virtude. Essa virtude, ou Poder, não foi dada para ser armazenada dentro do homem, mas para ser utilizada - “e ser-me-eis testemunhas”. Pedro utilizou essa virtude e deu testemunho de Jesus – “Pedro, porém, pondo-se em pé com os onze, levantou a sua voz, e disse-lhes: varões Judeus e todos os que habitais em Jerusalém, seja-vos isto notório, e escutai as minhas palavras...”(Atos 2:1).

O mesmo homem que há cinquenta dias atrás negou até mesmo conhecer Jesus, agora, em pé, diante de milhares de pessoas, com ousadia, pregou a Palavra de Deus, como uma verdadeira testemunha de Jesus. Como resultado de sua pregação “... naquele dia agregaram-se quase três mil almas”(Atos 2:41).

Portanto, o Espírito Santo, na sua visão missionária, reveste o homem de Deus com a sua virtude, ou poder: para ganhar almas para o Reino de Deus; a fim de que a Igreja do Senhor seja edificada, porque edificar a Igreja e aprontá-la para ser entregue a Jesus, constitui a principal missão, que, como missionário do Pai, veio realizar na terra. Assim, a concessão de poder para capacitar o homem a fazer a obra do Senhor é uma das relações que existe entre o batismo com o Espírito Santo e a obra missionária.

CONCLUSÃO

O Espírito Santo continua operando da mesma maneira que nos primeiros dias da igreja, notadamente nos últimos 100 anos. A história de movimentos como as Assembléias de Deus no Brasil estão repletos de testemunhos e de demonstrações de ações do Espírito Santo em prol do desenvolvimento da obra missionária, obra esta que é a mais intensa evangelização de toda a história da humanidade. No que se refere, por exemplo, à história das Assembléias de Deus no Brasil, o seu início, feito sob exclusiva operação sobrenatural do Espírito Santo, que, inclusive, indicou o local onde deveriam iniciar a pregação ("Pará"), sem que ao menos se soubesse em que país este lugar ficava, é uma inegável comprovação de que "nosso Deus é o mesmo”, e como no início, Ele batiza com o Espírito Santo e capacita o seu servo para realizar a sua obra.

Elaboração: Luciano de Paula Lourenço – Prof. EBD – Assembléia de Deus – Ministério Bela Vista. E-Mail: luloure@yahoo.com.br. Disponível no Blog: http://luloure.blogspot.com

Referências Bibliográficas:
William Macdonald – Comentário Bíblico popular(Novo Testamento. Bíblia de Estudo Pentecostal. Revista Ensinador Cristão – nº 46. O Novo Dicionário da Bíblia – J.D.DOUGLAS. Teologia Sistemática – Atual e Exaustiva – Wayne Grudem. Antonio Gilberto – A doutrina do Espírito Santo – Teologia Sistemática. Caramuru Afonso Francisco - A Divindade do ESPÍRITO Santo. Pr. Caramuru Afonso Francisco - O batismo com o Espírito Santo e a obra missionária.

quinta-feira, 14 de abril de 2011

VERDADEIROS ADORADORES NÃO NEGAM A TRINDADE




















A TRINDADE E A SALVAÇÃO DO PECADOR

É um grande erro pensar que a doutrina da Trindade não é tão importante e que pode ser negada sem maiores consequências. Quem a nega é contra a Bíblia; opõe-se ao próprio Senhor Jesus; rejeita o Espírito Santo, posto que Ele é uma Pessoa e é Deus; opõe-se também à teologia, uma vez que a Trindade é a chave para várias outras doutrinas fundamentais; e rejeita o próprio plano da salvação. Na obra salvífica, o Pai enviou o Filho (Gl 4.4,5), que consumou a obra recebida daquEle (Jo 17,4,5; 19.30), e o Espírito Santo é quem convence o pecador dessa maravilhosa salvação (Jo 16.8-11). Biblicamente, Deus é uno e, ao mesmo tempo, triúno (Gn 1.1,26; 3.22; 11.7; Dt 6.4; 1 Jo 5.7). O Pai, o Filho e o Espírito são três divinas e distintas Pessoas. A Trindade transcende a razão humana e devemos aceitá-la alegremente, pela fé, a qual precede a doutrina (1 Tm 4.6). As três divinas Pessoas da Trindade são coeternas e iguais entre si. Mas em suas operações concernentes à criação e à redenção, Deus, o Pai, planejou a criação de tudo (Ef 3.9); Deus, o Filho, executou o plano, criando (Jo 1.3; Cl 1.16; Hb 1.2; 11.3); e Deus, o Espírito Santo, vivificou, ordenou, pôs tudo, todo o universo, em ação: desde a partícula infinitesimal e invisível até ao supermacroscópico objeto existente (Jó 33.4; Jo 6.63; Gl 6.8; SI 33.6; Tt 3.5). Ou seja, o Pai domina, o Filho realiza, e o Espírito Santo vivifica, preserva e sustenta. Na redenção da humanidade, o Pai planejou a salvação, no céu (Jo 3.16; Gl 4.4,5); o Filho consumou-a, na Terra (Jo 17.4,5; 19.30); e o Espírito Santo realiza e aplica essa tão grande salvação à pessoa humana (Jo 16.8-11; Tt 3.5). Entretanto, num exame cuidadoso da Bíblia, vemos que, em qualquer desses atos divinos, as três Pessoas da Trindade estão presentes (cf. 2 Co 5.19; Jo 16.23, etc).

VERDADEIROS ADORADORES NÃO NEGAM A TRINDADE

Diante do exposto, estejamos atentos, pois os verdadeiros adoradores não manipulam a Palavra de Deus como bem entendem, como se ela confirmasse o nosso raciocínio e as nossas concepções. Antes, permitem que a Palavra de Deus guie as suas vidas (Sl 119.105). Tomemos cuidado com as argumentações antitrinitárias baseadas na lógica humana. Em João 5.31,32, o Senhor Jesus disse: "Se eu testifico de mim mesmo, o meu testemunho não é verdadeiro. Há outro que testifica de mim, e sei que o testemunho que ele dá de mim é verdadeiro". Não há como negar o fato de que o Pai e o Filho são duas Pessoas distintas ante essa declaração do próprio Senhor de que outro, isto é, o Deus Pai, dá testemunho dEle. Como os pentecostais da unicidade enfatizam apenas a Pessoa de Jesus, fica a impressão errônea de que, com isso, são mais cristãos do que os que crêem na Trindade. Eu tenho conhecimento, inclusive, de grupos unicistas que consideram os que crêem na Trindade como hereges. Soube que, em certa reunião, um recém-convertido ao unicismo teria declarado: "Antes eu era da Assembleia de Deus, mas agora eu piso na cabeça da Trindade". Isso não é uma blasfêmia? Sim, além de um grande engano. Quem nega a Trindade demonstra não respeitar a ordenança clara do Senhor Jesus em Mateus 28.19, texto que, comparado com Atos 7.55, 1 Coríntios 12.4-11, 2 Coríntios 13.13, Romanos 5.1-5, Apocalipse 1.4-6, etc, não deixa dúvidas quanto à tripessoalidade divina. Mas não confunda tripessoalidade com triteísmo. A Trindade é formada por três Pessoas divinas (tripessoalidade), e não por três Deuses (triteísmo). Não há como negar, à luz da Bíblia, que o Pai é uma Pessoa, o Filho é uma Pessoa, e o Espírito é uma Pessoa. E também não há como negar que as três Pessoas formam um único Deus. Jesus disse que Ele e o Pai são um (Jo 10.30). Quanto ao fato de o Senhor Jesus ter dito que Ele estaria conosco até a consumação dos séculos, trata-se de uma alusão ao Espírito Santo representando-o na Terra, visto que o Senhor foi assunto ao céu (At 1.8-11). Jesus no mundo representava o Pai (Jo 14), e o Espírito Santo, o outro (gr. allos) Consolador, representa o Consolador Jesus Cristo. Portanto, que "A graça do Senhor Jesus Cristo, e o amor de Deus, e a comunhão do Espírito Santo seja com vós todos. Amém" (2 Co 13.13) (Pr. Ciro Sanches Zibordi).

Extraído do Livro: “ERROS QUE OS ADORADORES DEVEM EVITAR”( Pg. 77 – 79)

domingo, 10 de abril de 2011

Aula 03 - O QUE É O BATISMO COM O ESPÍRITO SANTO

Texto Base: Atos 2:1-4,7,8

E foram vistas por eles línguas repartidas, como que de fogo, as quais pousaram sobre cada um deles. E todos foram cheios do Espírito Santo e começaram a falar em outras línguas, conforme o Espírito Santo lhes concedia que falassem”(Atos 2:2,3).

INTRODUÇÃO

O Batismo com Espírito Santo é o revestimento e derramamento de poder do Alto - “Mas recebereis a virtude do Espírito Santo, que há de vir sobre vós...”(Atos 1:8) -, com a evidência física inicial de línguas estranhas, conforme o Espírito Santo concede, pela instrumentalidade do Senhor Jesus, para o ingresso do crente numa vida de mais profunda adoração e eficiente serviço para Deus. O crente batizado com o Espírito Santo goza do privilégio de uma comunhão mais profunda com Deus, de uma vida de oração mais poderosa, de mais capacidade para entender a Palavra de Deus. Ele pode suportar as provações, as tentações com mais facilidade.

I. O QUE NÃO É O BATISMO COM O ESPÍRITO SANTO

1. O batismo com o Espírito Santo não é a regeneração espiritual do pecador. O Novo Nascimento, ou Regeneração, ao lado da Justificação, da Adoção e da Santificação, é parte integrante do processo de Salvação, enquanto que o Batismo com o Espírito Santo é uma promessa e uma benção para o crente salvo.

Portanto, a experiência do novo nascimento e do Batismo com o Espírito Santo são distintas, sendo que esta última deve ser, necessariamente, antecedida da primeira, ou seja, o batismo com o Espírito Santo é uma experiência que se segue à conversão na vida espiritual do crente. Após ter nascido de novo, o homem tem à sua disposição a possibilidade de ser revestido de poder, de receber poder divino para que, assim, possa, de uma forma plena e eficaz, ser testemunha de Jesus Cristo neste mundo.

Veja o exemplo dos irmãos da igreja de Éfeso que Paulo relata em Atos 19:1,2, por ocasião de sua terceira viagem missionária. Aqueles homens eram salvos - foram chamados de discípulos; Paulo ao dizer “quando crestes” entendeu que o problema da Salvação estava resolvido visto que ele sabia que a Salvação se resolve crendo em Jesus, como ele mesmo tinha afirmado em Filipo, ao Carcereiro - “Crê no Senhor Jesus Cristo e será salvo...”(Atos 16: 31). Assim, Paulo não pregou a salvação para eles - Paulo reconheceu que eles eram salvos.

Apolo é mais um exemplo de um homem salvo que não era batizado com o Espírito Santo. Está escrito que ele conhecia “somente o batismo de João”, porém era um homem fervoroso de espírito e poderoso nas Escrituras (ler Atos 18: 24-25). Apolo era salvo, regenerado, conhecia Jesus, mas, não conhecia o Espírito Santo. Portanto, o batismo com o Espírito Santo não é a regeneração espiritual do pecador. 2. O batismo no corpo de Cristo não é batismo com o Espírito Santo. Não podemos confundir o batismo com Espírito Santo com o batismo descrito em 1Co 12:13; Gl 3.27; Ef 4.5. Nestes textos sagrados, trata-se de um batismo figurado, apesar de real. Todos aqueles que experimentaram o novo nascimento (João 3:5)são imersos no corpo místico de Cristo (Hb 12:23; 1Co 12:12ss). Nesse sentido, todos os salvos são batizados pelo Espírito Santo, mas nem todos são batizados com o Espírito Santo. Portanto, o Batismo no Corpo de Cristo não é o Batismo com o Espírito Santo.

É possível ser Batizado no Corpo de Cristo e não ser Batizado com o Espírito Santo. Mas, não é possível ser Batizado com o Espírito Santo sem ter sido Batizado no Corpo de Cristo. O Batismo com o Espírito Santo é um ato espiritual, invisível e é realizado somente por Jesus, conforme afirmou João Batista -“...ele vos batizará com o Espírito Santo, e com fogo”(Mt 3: 11).

3. O batismo com o Espírito Santo não é uma experiência exclusiva dos dias apostólicos. A maior parte dos chamados evangélicos tradicionais (ou reformados), ou seja, as denominações evangélicas surgidas durante a Reforma Protestante, movimento de renovação espiritual surgido a partir do século XV na Europa e que teve, entre outros, grandes expressões nas figuras de Martinho Lutero e João Calvino, não aceitam que o batismo com o Espírito Santo seja uma realidade para os nossos dias. Argumentam que o derramamento do Espírito Santo foi um acontecimento restrito ao dia de Pentecostes ou, quando muito, aos tempos apostólicos, algo como a própria inspiração do Espírito Santo que resultou na elaboração do Novo Testamento. Entretanto, este entendimento não pode ser aceito, porque não tem respaldo bíblico, pois a Bíblia diz que no dia de Pentecostes, Pedro já dá a amplitude desta operação do Espírito Santo, ao invocar a profecia de Joel a respeito do derramamento do Espírito. O texto sagrado deixa-nos bem claro que a promessa estava reservada para os últimos dias, até o grande e glorioso dia do Senhor (At 2:16-20), reforçando, ao término da pregação, que a promessa dizia respeito tanto a judeus quanto a gentios, a tantos quantos Deus nosso Senhor chamar (At.2:39).

Não bastasse isso, vemos que um dos objetivos do batismo com o Espírito Santo é a devida preparação para a obra de evangelização, algo que é próprio e característico do período da graça (Lc 24:49; At 1:8). Não eram apenas os discípulos da geração apostólica que deveriam pregar o Evangelho, mas a grande comissão é tarefa de toda a igreja, como nos deixam claro as expressões de Jesus, que são dirigidas a toda a igreja (Mc 16:15 e At 1:8), assim como os ensinamentos de Paulo a este respeito (1Co 9:16; 2Tm 4:1,2). Ora, diante disto, temos que o batismo com o Espírito Santo é uma operação que deve perdurar enquanto a igreja estiver pregando o evangelho, o que acontecerá até o final do período da graça (Mt 24:14; Ap 22:17).

É bom ressaltar que os resultados vividos pela Igreja a partir do despertamento espiritual experimentado a partir do final do século XIX é o avivamento mais duradouro que se tem notícia desde então, com a evangelização de praticamente todo o mundo. Isto mostra-nos, claramente, que nos encontramos no período da "chuva serôdia" descrita pelo profeta Joel (Jl 2:23), ou seja, que nos encontramos no término da dispensação da graça e que, portanto, como nunca, estamos vendo que o batismo com o Espírito Santo é algo que é indispensável e necessário para que a Igreja cumpra o seu objetivo e para que, juntamente com o Espírito Santo, encontre-se com o Senhor nos ares. Maranata!

II. O QUE É O BATISMO COM O ESPÍRTO SANTO

O batismo com o Espírito Santo é uma demonstração do poder de Deus, é uma exuberante oportunidade em que o Espírito Santo usa um servo de Deus para magnificar o nome do Senhor e levar o mundo a conhecer as grandezas de Deus, por intermédio da sobrenaturalidade. No instante em que as pessoas regeneradas recebem o batismo com o Espírito Santo, começam a falar com Deus, a exaltá-lo, a louvá-lo, a glorificá-lo de uma forma evidente e que pode ser notada e contemplada por muitas pessoas (como aconteceu no Pentecostes).

O batismo com o Espírito Santo é uma promessa de Deus feita no Antigo Testamento(Jl 2:28-32) e cumprida no Novo Testamento(At 2:1-4). Essa promessa é concedida a todos os que crêem em Cristo, e não há qualquer versículo no Novo Testamento que comprove que essa experiência ficou restrita à época dos discípulos. É algo a ser vivenciado pela Igreja em nossos dias.

1. O falar em línguas como sinal do batismo. O sinal das línguas estranhas foi estabelecido para ser o sinal característico e identificador do batismo com o Espírito Santo, não havendo qualquer outro sinal que tenha sido indicado nas Escrituras como sendo a prova de que alguém foi batizado com o Espírito Santo. Alguns, entretanto, sem qualquer respaldo bíblico, procuram identificar outros sinais (como alegria, amor, conhecimento bíblico, santificação) para o batismo com o Espírito Santo, o que deve ser repelido pelos servos de Deus, já que as Escrituras são bem claras ao apontar como único sinal do revestimento de poder as línguas estranhas.

A Base Bíblica para esta afirmação está no Livro de Atos dos Apóstolos, onde dos cinco casos registrados, em que houve batismo com Espírito Santo, três deixam bem claro que os que foram batizados falaram em “línguas estranhas”.

a) Os três, lugares onde se afirma, claramente, ter havido “línguas estranhas” quando os crentes foram batizados com o Espírito Santo: Jerusalém, em Judá; Cesaréia, em Samaria; Éfeso, na Ásia Menor. São três ocasiões diferentes: Jerusalém, ano 29 d.C.; Cesaréia, provavelmente entre 40 e 42 d.C.; Éfeso, por volta de 53 ou 54 d.C., durante a Terceira Viagem Missionária de Paulo. Nestes três lugares estavam reunidas pessoas diferentes umas das outras - diferentes do ponto de vista social, econômico e cultural.

Em Jerusalém - cerca de 120(Atos 1:15), eram todos judeus, todos seguidores de Cristo - Apóstolos e Discípulos, incluindo a mãe de Jesus(Atos 1:14). Do ponto de vista social, econômico e cultural, era um grupo formado por pessoas simples e humildes. Estavam numa reunião de oração e buscavam o batismo com o Espírito Santo, conforme o Senhor Jesus havia ordenado (Lc 24:49 e Atos 1:8).

Em Cesaréia - o grupo de pessoas ali reunidas era formado por gente importante, do ponto de vista social, econômico e cultural. Nenhum deles conhecia Jesus. A reunião foi na casa de Cornélio - “... centurião da corte chamada Italiana”(Atos 10:1). Este Centurião reuniu em sua casa - “... os seus parentes e amigos mais íntimos”(Atos 10:24). Sendo Romano, seus parentes também eram; sendo um homem importante e poderoso, seus “amigos mais íntimos”, certamente não eram as pessoas pobres e humildes de Cesaréia.

Em Éfeso - eram “... ao todo, uns doze varões”(Atos 19:7). Sabemos que já eram discípulos. Não temos informações materiais sobre eles. Certamente eram ex-adoradores de Diana, a “deusa” dos Efésios(Atos 19:28).

Pelo exposto, pode-se afirmar que, do ponto de vista material, nada havia em comum entre estes três grupos. Reuniram-se em locais diferentes e distantes; as reuniões foram realizadas em tempos também diferentes. Porém, do ponto de vista espiritual, houve algo em comum: todos ouviram a exposição da Palavra de Deus; todos creram que Jesus, de Nazaré, era o Filho de Deus; todos o aceitaram como seu Salvador; todos foram batizados com o Espírito Santo; e todos, quando foram batizados, falaram em “línguas estranhas”.

b) Os dois lugares onde não se diz, claramente, ter havido “línguas estranhas”: Samaria e Damasco.

Samaria - Samaria recebeu a Palavra de Deus por intermédio de Filipe(Atos 8:5-8). Pelo relato do que houve em Samaria não restam dúvidas de que Filipe não era, apenas, Pentecostal, mas, era, também, um homem cheio do Espírito Santo. É possível ser pentecostal e não ser cheio do Espírito Santo. Quando Pedro e João ali chegaram, enviados pela Igreja de Jerusalém, então “...oraram por eles para que recebessem o Espírito Santo...Então lhes impuseram as mãos, e receberam o Espírito Santo”(Atos 8:15-17). Este é o relato bíblico. Não foi registrado o falar em “línguas estranhas”.

O que leva a crer que houve “línguas estranhas” é a atitude de Simão, o mago: “E Simão, vendo que pela imposição das mãos dos apóstolos era dado o Espírito Santo, lhes ofereceu dinheiro”(Atos 8:18). Acredita-se, portanto, que quando Pedro e João oraram e os crentes receberam o batismo com o Espírito Santo, Simão viu alguma coisa que ele não tinha visto antes. Esta coisa teria sido o falar em “ínguas estranhas”. É claro que se este fosse o único caso registrado na Bíblia, não se poderia formar doutrina com base em ilações, ou suposições.

Damasco - o caso de Paulo. É claro que Paulo era batizado com o Espírito Santo e que tinha o Dom de “variedades de línguas”. Ele deixou isto bem claro aos Coríntios, quando afirmou: “Dou graças ao meu Deus, porque falo mais línguas do que vós todos”(1Co 14:18). Dizer, aqui, que Paulo era um poliglota e que estava se referindo a línguas humanas, como afirmam alguns, é forçar o entendimento e torcer a Palavra de Deus. Todavia, em Damasco, o que a Bíblia registra é: “E Ananias foi, e entrou na casa, e, impondo-lhe as mãos, disse: Irmão Saulo, o Senhor Jesus, que te apareceu no caminho por onde vinhas, me enviou, para que tornes a ver e sejas cheio do Espírito Santo. E logo lhe caíram dos olhos como que umas escamas, e recuperou a vista; e, levantando-se, foi batizado”(Atos 9:17,18). Deduz-se que ali Paulo foi batizado com o Espírito Santo pela declaração de Ananias: “... o Senhor Jesus que te apareceu no caminho por onde vinhas, me enviou para que tornes a ver e sejas cheio do Espírito Santo”.

É possível crer que, em Damasco, Paulo tenha sido batizado com o Espírito Santo, porém, Lucas não registrou ter ele, ali, falado em “línguas estranhas”. O fato de ter falado é uma dedução lógica de quem crê que o falar em “línguas estranhas” é a evidência física do batismo com o Espírito Santo. É claro que com esta passagem bíblica e com a descrita em Atos 8, o caso de Samaria, não se poderia firmar um princípio doutrinário sobre “Línguas Estranhas como evidência inicial do Batismo com o Espírito Santo”. Todavia, é possível firmar um Princípio Doutrinário baseado nas três passagens bíblicas: Atos 2:2-4; Atos 10:44-47; Atos 19:1-7, onde se afirma, literalmente, que os que foram batizados com o Espírito Santo falaram em “línguas estranhas”.

2. O dom de variedade de línguas(1Co 12:10). É o dom concedido pelo Espírito Santo a alguns crentes para que falem em “línguas estranhas”, de forma sobrenatural, para o fim de edificação própria de quem fala. É o dom mais disseminado no meio do povo de Deus, até porque é, também, aquele que é mais buscado. Este Dom não se confunde com o sinal do batismo com o Espírito Santo. O sinal do revestimento de poder é o falar em “línguas estranhas”, mas o dom de “variedade de línguas” é algo diverso, pois se trata de uma comunicação que se estabelece em mistério entre Deus e o homem, uma comunicação direta do espírito humano com o Espírito de Deus, tanto que o intelecto humano dele não participa. Sua finalidade, como vimos, é promover a edificação espiritual individual daquele que fala.

Diz a Bíblia que a língua estranha como dom espiritual é repartida particularmente pelo Espírito Santo a quem Ele quer, ou seja, não é uma bênção que seja distribuída a todos os crentes batizados com o Espírito Santo, mas tão somente a quem o Espírito Santo quer. O próprio apóstolo Paulo afirmou, em 1Coríntios 12:2, que havia aqueles que falavam em língua estranha, prova de que não eram todos os que falavam em língua estranha.

O dom de línguas, portanto, não é para todos, mas para alguns, ainda que seja, historicamente, o mais disseminado dos dons espirituais, o que se compreende tanto pelo fato de que se trata de um instrumento de edificação individual, quanto pela circunstância de ser o dom mais buscado pelos crentes, a ponto de Paulo ter tido necessidade de pedir aos coríntios que buscassem mais os dons de profecia e o de interpretação das línguas.

Todos os batizados com o Espírito Santo falam em língua estranha quando recebem o revestimento de poder, mas nem todos têm o dom de línguas, então há um grupo de crentes que, apesar de ser batizado com o Espírito Santo, não possui o dom de línguas e, por conseguinte, apesar de ter falado em língua estranha no instante do batismo, não mais falará dali por diante. A existência deste grupo deve ser aqui realçada, pois, inadvertida e erroneamente, há muitos que acham que, se alguém foi batizado com o Espírito Santo e deixou de falar em língua estranha, precisa ser renovado, não está bem espiritualmente, pecou ou fez algo que não era da vontade de Deus. Nem sempre podemos assim considerar, pois nem sempre quem é batizado com o Espírito Santo, recebe o dom de línguas.

3. A finalidade do dom de línguas. Sendo um dom espiritual, tem como finalidade a edificação, a construção espiritual do povo de Deus. O dom de línguas tem, assim, um fim diverso do sinal do batismo com o Espírito Santo. Este fim, diz-nos Paulo, é, em primeiro lugar, a edificação individual do falante (1Co 14:4); em segundo lugar, permitir que a mensagem que serve de edificação individual do falante possa ser interpretada e seja conhecida por toda a igreja que, assim, poderá compartilhar desta edificação do falante (1Co 14:5).

Muitos têm confundido barulho com fervor espiritual, esquecendo-se que, nas Escrituras, o barulho que chama a atenção da multidão é o da língua estranha enquanto sinal do batismo com o Espírito Santo(1Co14:22), não enquanto dom espiritual. A inobservância desta regra bíblica somente trará escândalo e prejuízo à causa do Evangelho (1Co 14:23). Será que as pessoas que têm causado barulho intenso nas reuniões da igreja local, que perturbam a reunião, que impedem que as pessoas ouçam a mensagem, em especial as que não são crentes, costumam passar horas em oração, nas madrugadas, falando em línguas com o Senhor? Será que são pessoas que têm efetiva intimidade com Deus ou querem apenas aparecer, nas reuniões, tomando para si uma atenção que deveria estar voltada apenas para o Senhor? Será que têm sido demonstrações do poder de Deus ou instrumentos do adversário para atrapalhar a operação divina em nossas reuniões?

III. A EXPERIENCIA DE ATOS CAPÍTULO 2

1. Glossolalia. É popularmente conhecida como “línguas estranhas”. É a manifestação física do enchimento do Espírito Santo. Na “Glossolalia” as palavras não são ditas pela mente do homem, mas, são inspiradas pelo Espírito Santo. É o falar não movido pela vontade, e, sim, é o falar sob a unção do Espírito. Esse falar pode ser em línguas conhecidas e faladas pelo homem, como aconteceu em Jerusalém no dia de Penteconstes – “... cada um os ouvia falar na sua própria língua” -, como também pode ser em línguas não faladas pelo homem, e só entendidas por Deus – “... o que fala língua estranha não fala aos homens, senão a Deus; porque ninguém o entende, e em espírito fala em mistérios”(1Co 14:2). Todavia, quer sejam línguas humanas, ou espirituais, é certo que o homem não está falando numa língua que tenha aprendido.

Glossolalia” nada tem a ver com a capacidade de aprender e falar noutros idiomas, que chamamos de “Poliglotismo”. Esta capacidade trata-se de línguas, ou idiomas aprendidos por aquele que fala; é um Dom Natural concedido por Deus através de sua Graça Comum. Com este dom a pessoa possui facilidade para aprender e falar muitos idiomas. É o que chamamos de poliglota.

2. Xenolalia. Ocorre quando uma pessoa fala ou faz uma oração em línguas que expressam uma linguagem humana real, tal como espanhol, francês ou alemão, que era até então desconhecida para o indivíduo. “No dia de Pentecostes, os crentes cheios do Espírito Santo falaram num idioma desconhecido para eles, mas, como a cidade de Jerusalém estava repleta de estrangeiros, estes puderam tomar conhecimento da mensagem do Evangelho em sua própria língua. O que vemos em Atos 2 foi uma concessão divina, afim de que muitos pudessem crer em Jesus e receber a salvação. Foi um sinal para os incrédulos. Foi o batismo com o Espírito Santo acompanhado, simultaneamente, de uma mensagem de salvação”(LBM –Pr. Elienai Cabral).

Portanto, a experiência do batismo no Espírito Santo está atrelada à obra de evangelismo, de proclamar a Jesus como único Salvador, e o livro de Atos nos aponta que o sinal evidente desse enchimento é o falar em outras línguas.

3. Atualidade das manifestações espirituais. A atualidade do batismo com o Espírito Santo e dos Dons espirituais é confirmada pelas Escrituras e experiência cristã. Se estas manifestações espirituais cessaram após a morte dos apóstolos, por que Paulo escreveria a igreja de Corinto para que buscassem ardentemente os dons e zelassem por ele, sabendo que os dons não durariam mais do que 50 anos? Não há qualquer analogia plausível para sustentar tal absurdo. A experiência pentecostal de incontáveis cristãos, em todas as épocas e lugares, é evidência complementar da atualidade dos dons conforme a verdade bíblica, pois, como disse o apóstolo Pedro, “ a promessa vos diz respeito a vós, a vossos filhos e a todos os que estão longe, a tantos quantos Deus, nosso Senhor, chamar”(Atos 2:39).

CONCLUSÃO

O Batismo com o Espírito Santo pode fazer a diferença entre dois crentes, assim como a tração em quatro e em duas rodas faz a diferença entre dois carros. Em terreno nivelado, em estradas asfaltadas, com o tempo bom, pode-se não notar a diferença entre um carro com tração nas quatro rodas e outro com tração em apenas duas. Porém, na vida espiritual, nem sempre estamos na planície, há vales e montes; nem sempre caminhamos por estradas asfaltadas e caminhos floridos; existem estradas de lama, caminhos estreitos e esburacados; nem sempre o tempo é bom e o céu é azul; enfrentamos tempestades, vendavais, calor e frio, nuvens negras e carregadas, prontas a desabar sobre nós. Nesses momentos o Batismo com o Espírito Santo pode fazer a diferença - engata-se uma reduzida, perde-se em velocidade, mas ganha-se em potência. Em mecânica, reduzida é uma engrenagem especial que possuem certos veículos. Quando usada, o veículo tem diminuída sua velocidade, mas aumenta sua força de tração.

Todos os Salvos precisam ser Batizados com o Espírito Santo, pois, nos momentos necessários pode-se fazer uso deste poder sobrenatural que é derramado sobre aquele que é Batizado com o Espírito Santo. Neste caso a travessia do deserto se tornará mais fácil e a certeza de chegar à Canaã Celestial torna-se muito maior.
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Elaboração: Luciano de Paula Lourenço – Prof. EBD – Assembléia de Deus – Ministério Bela Vista. E-Mail: luloure@yahoo.com.br. Disponível no Blog: http://luloure.blogspot.com/

Referências Bibliográficas:

William Macdonald – Comentário Bíblico popular(Novo Testamento)

Bíblia de Estudo Pentecostal.

Revista Ensinador Cristão – nº 46.

O Novo Dicionário da Bíblia – J.D.DOUGLAS.

Teologia Sistemática – Atual e Exaustiva – Wayne Grudem Teologia Sistemática Pentecostal -CPAD

Todos os salvos precisam ser batizados com Espírito Santo – pr. Caramuru Afonso Francisco

segunda-feira, 4 de abril de 2011

Aula 02 - NOMES E SÍMBOLOS DO ESPÍRITO SANTO

Texto Base: João 1:29-33; Romanos 8:911,14,15

“E, sendo Jesus batizado, saiu logo da água, e eis que se lhe abriram os céus, e viu o Espírito de Deus descendo como pomba e vindo sobre ele”(Mt 3:16).

INTRODUÇÃO

A Bíblia dá-nos conta de que o Espírito Santo é, dentre as Pessoas da Trindade, aquela que atua diretamente no interior do homem e que zela pela Igreja do Senhor enquanto ela se encontra na dimensão terrena, ou seja, é a Pessoa da Trindade que acompanha o cotidiano, o dia-a-dia do cristão. Portanto, conhecer a pessoa e a obra do Espírito Santo é, simplesmente, termos conhecimento de como Deus orienta e guia o nosso relacionamento com Ele, relacionamento este tornado possível pelo perdão dos nossos pecados mediante o sangue de Jesus. Nesta aula, conheceremos alguns nomes e símbolos do Espírito Santo. De acordo com o pastor Eurico Bergsten, “por meio dos símbolos do Espírito Santo podemos focalizar importantes detalhes sobre a sua pessoa e sua obra. Através desses símbolos vemos salientadas a limitação humana e a absoluta dependência que temos da operação do Espírito Santo”(Introdução à Teologia Sistemática, CPAD, pg 103).

I. A PLURALIDADE DOS NOMES DO ESPÍRITO SANTO

Os diversos nomes do Espírito Santo que as Sagradas Escrituras revelam, demonstram a pluralidade de ação exercida por Ele, na e através da Igreja. Eles nos oferecem chaves para entendermos a sua pessoa e obra. O autêntico cristão não se contenta em apenas conhecer o Espírito Santo teoricamente; esforça-se em alcançar uma experiência real com Ele e valoriza a sua obra, cônscio de sua posição de Agente divino que inclui o crente no Corpo de Cristo e confirma a veracidade das Escrituras.

O cristão autêntico tem o Espírito Santo - “... se alguém não tem o Espírito de Cristo, esse tal não é dele”(Rm 8:9), e tudo o que acontece em sua vida é direcionado por Ele – “...todos os que são guiados pelo Espírito de Deus, esses são filhos de Deus”(Rm 8:14). Tal direcionamento não depende do grau de consagração dos convertidos ao Espírito Santo, mas do relacionamento iniciado no momento da conversão.

Vejamos, a seguir, alguns nomes do Espírito Santo.

1. O Consolador. “E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Consolador, para que fique convosco para sempre, o Espírito da verdade, que o mundo não pode receber, porque não o vê, nem o conhece; as vós o conheceis, porque habita convosco e estará em vós”(João 14:16,17).

A palavra “Consolador”, do grego “parakletos”, quer dizer alguém convocado ao lado do outro para ajudar. É também traduzida como Advogado(1João 2:1). O Senhor Jesus é nosso Advogado ou Auxiliador, e o Espírito Santo é “outro Consolador”, não outro de um tipo diferente, mas outro de natureza semelhante. O Espírito Santo estaria sempre com os cristãos. No Antigo Testamento, o Espírito Santo descia sobre os homens em vários tempos, mas muitas vezes os deixava. Agora, Ele veio ficar para sempre.

2. O Espírito da Verdade. “a saber, o Espírito da verdade, o qual o mundo não pode receber; porque não o vê nem o conhece; mas vós o conheceis, porque ele habita convosco, e estará em vós"(João 14:17). "Quando vier, porém, aquele, o Espírito da verdade, ele vos guiará a toda a verdade; porque não falará por si mesmo, mas dirá o que tiver ouvido, e vos anunciará as coisas vindouras"(João 16:13).

A verdade é um atributo de Deus. Sua palavra será sempre válida. Neste sentido, o Espírito Santo faz oposição a Satanás que é o pai da mentira, guiando o servo de Jesus no caminho que deve andar. O Espírito Santo é alguém em que se pode confiar cegamente, e depositar-se em suas mãos; alguém a quem se pode consultar como a uma fonte inesgotável de saber. O Espírito Santo é o único que pode mostrar o caminho ao pecador, o único que pode orientar e ensinar com autoridade.

3. Espírito de Graça. "de quanto maior castigo cuidais vós será julgado merecedor aquele que pisar o Filho de Deus, e tiver por profano o sangue do pacto, com que foi santificado, e ultrajar ao Espírito da graça?"(Hb 10:29).

O apóstata será considerado merecedor de mais severo castigo, pois seu privilégio foi maior. A gravidade de seu pecado é mostrada nas seguintes acusações: (1) tornar-se culpado de pisar Jesus Cristo, tratá-lo com desprezo e menosprezar sua vida e morte; (2) ter o sangue de Cristo como indigno da nossa lealdade; e (3) insultar o Espírito Santo e rebelar-se contra Ele, o qual comunica a Graça de Deus ao nosso coração.

Além do mais, o apóstata ultrajou o Espírito da Graça. O Espírito de Deus o tinha iluminado com relação às boas-novas, convencido do pecado e apontado para ele Cristo como o único refúgio da alma, mas ele ultrajou o gracioso Espírito, desprezando-o completamente, e também a salvação que ele ofereceu.

Tenhamos cuidado, pois, sem o Espírito Santo dificilmente haverá a salvação do ser humano, pois é Ele quem nos conduz ao arrependimento; é Ele quem convence o ser humano do pecado, da justiça e do juízo(João 16:8).

4. Espírito de Vida. “Porque a lei do Espírito de vida, em Cristo Jesus, me livrou da lei do pecado e da morte”(Rm 8:2). Vemos aqui duas leis ou princípios opostos. O princípio característico do Espírito Santo é dar poder aos cristãos para a vida de santidade. O principio característico do pecado é arrastar a pessoa para a morte. É como a lei da gravidade. Quando lançamos uma pedra para o alto, ela volta, pois é mais pesada que o ar que desloca. Um pássaro também é mais pesado que o ar, mas pode voar. A lei da vida no pássaro supera a lei da gravidade. Assim também o Espírito Santo provê a vida ressurreta do Senhor Jesus e liberta o cristão da lei do pecado e da morte.

II. OS SÍMBOLOS BÍBLICOS

A Bíblia (a Palavra de Deus) é rica em linguagem simbólica. Essa linguagem era usada para ajudar ou atrapalhar a compreensão das pessoas, dependendo das circunstâncias e da pessoa a quem se dirigia a palavra em questão. Para se compreender os símbolos é necessário interpretá-lo dentro do seu contexto de origem. Dentre estes símbolos, temos alguns que denominam as funções da Bíblia na vida do homem, como:

a) Luz. Quanto mais luz você colocar em um ambiente escuro, mais claro ele se tornará, assim também quanto mais a Palavra de Deus tiver em você, mais a luz de Deus brilhará em sua vida - "Lâmpada para os meus pés é a tua palavra e, luz para os meus caminhos” (Sl 119:105).

b) Mel. O mel que revigora e dá prazer ao seu paladar, assim também é a palavra de Deus - "Quão doces são as tuas palavras ao meu paladar! Mais que o mel à minha boca”(Sl 119:103).

c) Alimento. Assim como nossa carne precisa do alimento sólido para se manter, precisamos da Bíblia como nosso alimento espiritual:

1Pe 2:2 - "desejai ardentemente, como crianças recém-nascidas, o genuíno leite espiritual, para que, por ele, vos seja dado crescimento para salvação".

Mt 4:04 - "Jesus, porém, respondeu: Está escrito: Não só de pão viverá o homem, mas de toda palavra que procede da boca de Deus".

João 6:51 - "Eu sou o pão vivo que desceu do céu; se alguém dele comer, viverá eternamente; e o pão que eu darei pela vida do mundo é a minha carne”.

João 6:63 - "O espírito é o que vivifica; a carne para nada aproveita; as palavras que eu vos tenho dito são espírito e são vida”.

d) Fogo e Martelo. O ouro na Bíblia tipifica a pureza de Deus, assim como o ouro é purificado pelo fogo, nós também somos "queimados" pela palavra de Deus, para que nossas impurezas sejam retiradas - "Não é a minha palavra fogo, diz o SENHOR, e martelo que esmiúça a penha?"(Jr 23:29).

e) Água. Antigamente, as roupas eram lavadas em tanques de cimento, com ondulações, e depois enxaguadas no mesmo tanque; quanto mais enxaguada é a roupa, mais ela saia limpa do tanque. Assim também devemos ser mais e mais "enxaguados" pela palavra de Deus, para que sejamos limpos de toda sujeira adquirida no passado, e no dia a dia em que vivemos - "para que a santificasse, tendo-a purificado por meio da lavagem de água pela palavra"(Ef 5:26).

f) Chuva. A chuva simboliza a palavra que rega e nos traz vida - "Goteje a minha doutrina como a chuva, destile a minha palavra como o orvalho, como chuvisco sobre a relva e como gotas de água sobre a erva"(Dt 32:2).

g) Espada. Nossas juntas e medulas são as partes mais difíceis de se separar, mas a Bíblia é comparada a uma espada que pode dividir juntas e medulas, ou alma e espírito, isso que dizer que, através da Bíblia, nós adquirimos o discernimento espiritual para sabermos se estamos agindo em nós mesmos, ou seja, seguindo a nossa carne e o desejo da nossa alma, ou se estamos agindo segundo a vontade de Deus, revelada a nós através de sua Palavra em nosso espírito - "Porque a palavra de Deus é viva, e eficaz, e mais cortante do que qualquer espada de dois gumes, e penetra até ao ponto de dividir alma e espírito, juntas e medulas, e é apta para discernir os pensamentos e propósitos do coração"(Hb 4:12).

h)Sapato. Assim como nossos pés são protegidos pelo sapato de toda sujeira, pedras e objetos cortantes que encontramos em nosso caminho, nosso caminhar (proceder), é protegido pela palavra de Deus - "Calçai os pés com a preparação do evangelho da paz"(Ef 6:15).

III. OS SÍMBOLOS DO ESPÍRITO SANTO

Na Bíblia, os símbolos são usados para representar uma entidade real. Isto faz parte do conceito bíblico de aprendizagem e compreensão. No caso de Jesus, por exemplo, Ele é comparado a um pastor, um cordeiro, um leão, uma porta etc. Através destes símbolos compreendemos a sua pessoa e obra. Com relação ao Espírito Santo, cada símbolo destaca algum aspecto de Seu caráter infinitamente glorioso e de Sua obra. Embora seja representado por símbolos, o Espírito Santo é uma Pessoa. Sendo Pessoa, tem personalidade, ama, sente, pensa, dirige e faz parte da Divindade triúna. Os símbolos mais conhecidos analisados nesta aula são: Fogo, Água, Selo, Pomba, Óleo e Vento. Estes símbolos ilustram a obra e os ministérios que o Espírito Santo desenvolve no relacionamento do Céu com a Terra.

1. Fogo. O fogo é um dos símbolos do Espírito Santo. No Tabernáculo, havia fogo continuamente no Altar do Holocausto - “O fogo, pois, sobre o altar arderá nele, não se apagará... O fogo arderá continuamente sobre o altar; não se apagará”(Lv 6:12-13). Havia fogo continuamente no Altar do Incenso - “E Arão sobre ele queimará o incenso das especiarias; cada manhã, quando põe em ordem as lâmpadas, o queimará. E, acendendo Arão as lâmpadas à tarde, o queimará; este será incenso continuo perante o Senhor pelas vossas gerações”(Êx 30:7-8).

O Altar do Holocausto fala da nossa consagração e entrega para servir ao Senhor; o Altar do Incenso fala da nossa vida de oração, de adoração a Deus. Não é sem razão que este Altar estava colocado no lugar Santo, porém, em frente a Arca, da qual estava separado apenas por um véu. A Arca é símbolo da presença de Deus. A presença do fogo em ambos os Altares significa a impossibilidade de uma entrega ao serviço de Deus e de uma vida de oração, consagração, adoração, sem estar cheio do Espírito Santo. Por isto Paulo recomenda: “...enchei-vos do Espírito”(Ef 5:18). O Incenso precisa ser queimado pelo fogo para que a fumaça possa subir. Talvez por esta razão é que Paulo diz: “E não entristeçais o Espírito Santo de Deus, no qual estais selados para o Dia da Redenção”(Ef 4:30). Uma das coisas que entristece o Espírito Santo é conformar-se, ou estar de acordo, ou identificar-se com o mundo. Por isto Paulo aconselha: “E não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus”(Rm 12:2).

A Renovação Espiritual do Crente passa pela necessidade de incenso, muito incenso sobre o Altar, e de fogo, muito fogo para que uma coluna de fumaça, continuamente suba até o Trono de Deus. O incenso tinha que ser renovado, diariamente, no Tabernáculo e no Templo. Hoje, cada crente é o próprio Tabernáculo e o próprio Templo, no qual Deus, na pessoa do Espírito Santo, habita. Há incenso em nosso Altar? Há fogo para queimá-lo? Em não havendo, ou havendo de forma insuficiente, então, faz-se necessário uma renovação espiritual. PENSE NISSO!

2. Água, rio (João 7:38.39). O Senhor Jesus afirmou: “Quem crê em mim, como diz a Escritura, rios d`água viva correrão do seu ventre. E isto disse ele do Espírito Santo que haviam de receber os que nele cressem; porque o Espírito Santo ainda não fora dado, por ainda Jesus não ter sido glorificado”. Após a leitura deste texto chegamos as seguintes conclusões:

a) Jesus compara o Espírito Santo a água.

b) Como a água é essencial a toda forma de vida, não pode haver vida sem a água. Usando o mesmo princípio, também não há vida espiritual sem a presença do Espírito Santo.

c) Derramar água em um terreno seco produz crescimento. No Nordeste do Brasil, é comum a existência de regiões secas. A vegetação simplesmente desaparece. O verde some e a vista é triste. Porém, quando vem a chuva, tudo floresce de repente. O verde aparece, a vida ressurge e a paisagem muda. O mesmo acontece com vidas ressequidas sem a presença do Espírito Santo. Porém, quando Ele vem ao coração daquele que O recebe, tudo muda.

3. Selo (2Co 1:21,22; Ef 1:14). A Bíblia nos afirma que o Espírito é o selo da nossa redenção (ler 2Co 1:22;5:5; Ef 1:14). Como todos sabemos, o selo é um símbolo, é um sinal que representa a garantia de um documento, que confirma a sua autenticidade, que confirma a autoridade de alguém(Gn 38:18;.Jr 22:24). O Espírito Santo é, portanto, a garantia que temos de que somos salvos. Quando o Espírito está conosco, dirigindo-nos, dando-nos orientação, testificando de nossa condição de filhos de Deus, temos a certeza de que estamos nas mãos do Senhor e de que ninguém de lá pode nos arrebatar (João 10:28).

É importante observar, aqui, que este selo da redenção está presente na vida de todo e qualquer salvo, mesmo os que não são batizados com o Espírito Santo. Há um costume antigo, entre os pentecostais, de chamar o batismo com o Espírito Santo de "selo" e os batizados com o Espírito Santo de "selados", mas não confundamos esta nomenclatura que surgiu no meio do povo pentecostal com o texto bíblico de Ef 4:30, que se refere a todos os salvos, pois o Espírito Santo é a garantia da redenção, ou seja, da salvação, para todos quantos creram em Jesus como Senhor e Salvador, ainda que não tenham sido revestidos de poder.

4. Pomba. Foi em forma corpórea de uma pomba que o Espírito Santo desceu sobre Jesus(Mt 3:16). É o símbolo da agilidade e das boas notícias. Foi uma pomba que deu a Noé a boa notícia da recriação(Gn 8:8-12). Este animal não tem fel, ou seja, não produz amargura; um animal que tem espantoso senso de direção; um animal que apresenta grande resistência; um animal simples; um animal que passou a ser valorizado pela sua beleza decorativa. Todas estas caracteristicas mostram algo do Espírito Santo: é doce, nunca produz amargor, que resiste juntamente com a Igreja e impede a manifestação do Anticristo até a vinda do Senhor para arrebatar a Sua Igreja, que é valorizado por aqueles que passam a ser a Sua habitação, que adorna a Igreja do Senhor com dons espirituais.

5. Azeite. O azeite é um dos símbolos do Espírito Santo, e Ele ainda se encontra entre nós, e conosco. É tempo de “comprar” azeite, pois depois da meia-noite não haverá mais Azeite -“Então, todas aquelas virgens se levantaram e prepararam as suas lâmpadas. E as loucas disseram às prudentes: Dai-nos do vosso azeite, porque as nossas lâmpadas se apagam. Mas as prudentes responderam, dizendo: não seja caso que nos falte a nós e a vós; ide, antes, aos que o vendem e comprai-o para vós. E, tendo elas ido comprá-lo, chegou o esposo...”(Mateus 25:7-10). As Virgens Loucas representam os crentes não salvos, aqueles que abraçaram o Evangelho como se fosse uma religião. Aqueles que mudaram de religião, mas que não mudaram de vida. Estão na Igreja, são batizados nas águas, são parecidos com os verdadeiros crentes, mas, não têm vida espiritual, porque não têm Azeite. É interessante observar que elas não tendo conseguido o Azeite, por empréstimo, junto às Virgens Prudentes, foram comprá-lo. Isto me faz pensar duas coisas: elas sabiam onde poderiam “comprar” Azeite; elas tinham condições, ou o “dinheiro” necessário para pagarem o preço requerido. Assim, se não tinham Azeite em suas vasilhas, foi por pura negligencia, mesmo! Elas tiveram tempo, pois, o esposo tardou a chegar; elas sabiam que havia Azeite disponível para ser adquirido; elas tinham condições para poder adquirir. Para que não incorramos no erro das Virgens Loucas, Paulo nos adverte, dizendo: “... enchei-vos do Espírito”(Efésios 5:18). Isto é para ser feito antes da “meia-noite”.

6. Vento. O vento não é visível, não sabemos de onde vem nem para onde vai. Entretanto, embora seja invisível seus efeitos são evidentes.

a) O vento não é propriedade de ninguém – “O vento assopra onde quer...”(João 3:8). Ele não respeita fronteiras. Não pede licença para entrar. Estando aberto, ele entra. Ninguém pode controlar o Espírito Santo. Ele assopra onde quer. Ninguém é dono do Espírito Santo.

b) O vento movimenta as águas. Não havendo vento as águas ficam paradas. Sem a operação do Espírito Santo, tudo fica parado, quieto. O pecado estando nas vidas, o diabo fica sossegado. Só o Espírito Santo pode movimentar as águas.

c) O vento limpa as árvores – as folhas secas ou murchas, os galhos secos, os frutos podres, tudo cai quando sopra o vento. Quando o Espírito Santo opera, a nossa vida fica limpa.

d) Quando não há vento, a gente fica sufocado pelo calor. Uma brisa suave é refrescante. Quando estamos sendo sufocados pelo calor das lutas e o Espírito Santo desce sobre nós, todas as tensões ficam aliviadas.

e) É o vento que ajunta as nuvens para que a chuva possa cair. Sem vento não haverá chuva. Sem a ação do Espírito Santo não cairão as bênçãos do céu. Ainda mais, os ventos limpam os céus, dissipando as nuvens negras. O vento espalha o odor das flores. O vento leva o pólen que fecunda as flores. O vento pode ser sentido, mas não explicado. O homem não pode dirigir o vento. O vento pode ser suave como uma brisa ou poderoso como um furacão. Por isto, ele é um símbolo do Espírito Santo.

CONCLUSÃO

Damos graças a Deus porque conhecemos melhor a obra e a Pessoa do Espírito Santo por meio dos nomes e símbolos apresentados nesta aula. “É difícil sugerir que um dos títulos[nomes] ou propósitos do Espírito Santo seja mais importante que o outro. Tudo que o Espírito Santo faz é vital para o Reino de Deus. Há, no entanto, um propósito, uma função essencial do Espírito Santo, sem a qual tudo quanto se tem dito a respeito dEle até agora não passa de palavras vazias: o Espírito Santo é o penhor que garante nossa futura herança em Cristo. Em quem[Cristo] também vós estais, depois que ouvistes a palavra da verdade, o evangelho da vossa salvação; e, tendo nele também crido, fostes selados com o Espírito Santo da promessa; o qual é o penhor da nossa herança, para redenção da possessão de Deus, para louvor da sua glória”( Ef 1:13,14). Qual a garantia oferecida pela operação do Espírito Santo em nossa vida e na vida da Igreja?(veja 2Co 5:1-5)”(Horton, Stanley M. – Teologia Sistemática: Um perspectiva Pentecostal, CPAD).

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Elaboração: Luciano de Paula Lourenço – Prof. EBD – Assembléia de Deus – Ministério Bela Vista. E-Mail: luloure@yahoo.com.br. Disponível no Blog: http://luloure.blogspot.com/


Referências Bibliográficas: William Macdonald – Comentário Bíblico popular(Novo Testamento)

Bíblia de Estudo Pentecostal. Revista Ensinador Cristão – nº 46.

O Novo Dicionário da Bíblia – J.D.DOUGLAS.

Teologia Sistemática – Atual e Exaustiva – Wayne Grudem

Teologia Sistemática Pentecostal -CPAD