domingo, 12 de maio de 2024

O PERIGO DA MURMURAÇÃO

         2° trimestre de 2024 

SUBSÍDIO PARA A LIÇÃO 7

Texto Base: Êxodo 16:1-7; 1Corintios 10:10,11.

“E não murmureis, como também alguns deles murmuraram e pereceram pelo destruidor“ (1Corintios 10:10).

Êxodo 16:

1.E, partidos de Elim, toda a congregação dos filhos de Israel veio ao deserto de Sim, que está entre Elim e Sinai, aos quinze dias do mês segundo, depois que saíram da terra do Egito.

2.E toda a congregação dos filhos de Israel murmurou contra Moisés e contra Arão no deserto.

3.E os filhos de Israel disseram-lhes: Quem dera que nós morrêssemos por mão do Senhor na terra do Egito, quando estávamos sentados junto às panelas de carne, quando comíamos pão até fartar! Porque nos tendes tirado para este deserto, para matardes de fome a toda esta multidão.

4.Então, disse o Senhor a Moisés: Eis que vos farei chover pão dos céus, e o povo sairá e colherá cada dia a porção para cada dia, para que eu veja se anda em minha lei ou não.

5.E acontecerá, ao sexto dia, que prepararão o que colherem; e será o dobro do que colhem cada dia.

6.Então, disse Moisés e Arão a todos os filhos de Israel: À tarde sabereis que o Senhor vos tirou da terra do Egito,

7.e amanhã vereis a glória do Senhor, porquanto ouviu as vossas murmurações contra o Senhor; porque quem somos nós para que murmureis contra nós? 

1Corintios 10:

10.E não murmureis, como também alguns deles murmuraram e pereceram pelo destruidor.

11.Ora, tudo isso lhes sobreveio como figuras, e estão escritas para aviso nosso, para quem já são chegados os fins dos séculos. 

INTRODUÇÃO

Na caminhada espiritual do cristão, a murmuração representa um perigo sutil, capaz de minar a fé e a comunhão entre os irmãos. Ao longo das Escrituras, encontramos exemplos marcantes que ilustram as consequências desastrosas desse comportamento. Desde os tempos do Antigo Testamento, como registrado em Números 14:27, até as orientações apostólicas do Novo Testamento, como em Filipenses 2:14, a murmuração é tratada como um obstáculo à vida cristã frutífera e harmoniosa.

Nesta Lição, exploraremos o perigo representado pela murmuração, analisando suas causas, consequências e como podemos superá-la em nossa caminhada de fé.

I. A MURMURAÇÃO NA BÍBLIA

1. O que é murmurar?

Segundo as Escrituras Sagradas, “murmurar” é mais do que simplesmente expressar descontentamento ou queixas; envolve uma atitude de desaprovação constante, acompanhada por uma disposição de coração rebelde e crítica. As palavras hebraicas e gregas usadas para descrever a murmuração sugerem um murmúrio baixo, uma expressão de descontentamento em um tom sussurrante, muitas vezes feito secretamente ou em conspiração contra alguém ou algo.

ü  No hebraico: verbo "liyn". Este termo significa "resmungar" ou "queixar-se". É usado em passagens como Números 14:36 para descrever a murmuração dos israelitas no deserto.

ü  No grego: verbo "goggúzõ". Esta palavra grega significa "murmurar", "queixar-se" ou "dizer algo contra, em um tom baixo". É usada, por exemplo, em João 7:32, onde descreve a murmuração das pessoas contra Jesus.

Essa atitude de murmuração pode se manifestar de várias formas, desde reclamações abertas e diretas até comentários negativos feitos nas entrelinhas, insinuações e fofocas.

A murmuração pode surgir em momentos de dificuldade, frustração, ou mesmo em situações aparentemente triviais do cotidiano.

No contexto bíblico, vemos exemplos de murmuração contra Deus, líderes espirituais e até mesmo entre irmãos. Os israelitas, por exemplo, murmuraram repetidamente durante sua jornada no deserto, questionando a liderança de Moisés e rebelando-se contra as instruções de Deus. Essa murmuração resultou em consequências graves e até mesmo em punição divina.

Veja alguns exemplos na Bíblia:

a)    Murmuração contra Deus:

·         Êxodo 16:2,3. Os israelitas murmuraram contra Moisés e Arão no deserto, mas sua queixa era contra Deus, pois reclamavam da falta de comida.

·         Números 14:27-29. Os israelitas murmuraram contra Deus no deserto após os relatos dos espias sobre a terra prometida.

b)   Murmuração contra líderes espirituais:

·         Números 16:11. Corá, Datã e Abirão murmuraram contra Moisés e Arão, questionando sua liderança e autoridade designadas por Deus.

·         1Samuel 8:6-8. O povo de Israel murmurou contra o governo teocrático liderado por Samuel e pediu um rei humano.

c)    Murmuração entre irmãos:

·         Atos 6:1,2. Houve murmuração entre os discípulos porque as viúvas gregas estavam sendo negligenciadas na distribuição diária de alimentos.

·         1Coríntios 1:10. Paulo exorta os crentes em Corinto a não haver divisões entre eles, indicando a presença de murmuração e desunião na igreja.

Esses são apenas alguns exemplos que demonstram como a murmuração pode se manifestar em diferentes contextos e relacionamentos no meio do povo de Deus, mostrando a importância de combater essa atitude com amor, paciência e respeito mútuo.

Portanto, murmurar não é apenas uma expressão de descontentamento, mas uma postura de rebeldia e falta de fé. É uma tentativa de minar a autoridade e a vontade de Deus, bem como a harmonia e unidade entre os irmãos.

2. O comportamento dos murmuradores

O comportamento dos murmuradores, conforme observado nos relatos bíblicos, é caracterizado por uma série de atitudes e padrões de pensamento que revelam uma falta de contentamento, gratidão e confiança em Deus. Aqui estão algumas características desse comportamento:

a)   Ingratidão. Os murmuradores frequentemente expressam insatisfação e reclamações em relação às circunstâncias da vida, mesmo quando têm sido abençoados por Deus. Eles se esquecem das bênçãos recebidas e se concentram nos aspectos negativos.

·         Em Números 11:4-6, o povo de Israel murmura contra Moisés e expressa desejo de voltar ao Egito, desconsiderando as bênçãos que receberam de Deus.

·         Em Salmos 106:25, o salmista descreve a murmuração dos israelitas no deserto, destacando sua falta de gratidão pelos milagres e livramentos de Deus.

b)   Falta de confiança em Deus. A murmuração muitas vezes reflete uma falta de fé e confiança em Deus. Em vez de confiar na providência divina e na sabedoria de Deus, os murmuradores duvidam do cuidado e da provisão de Deus para suas vidas.

·         Em Números 14:2,3, os israelitas duvidam da capacidade de Deus de levá-los à Terra Prometida, mesmo após testemunharem Seus poderosos feitos.

·         Em Mateus 6:25-34, Jesus exorta Seus seguidores a confiar na providência divina e não se preocuparem com as necessidades materiais.

c)   Crítica e negatividade. Os murmuradores tendem a criticar constantemente os outros e a situação ao seu redor. Eles destacam o que está errado em vez de reconhecer o que é bom e louvável.

·         Em Números 12:1,2, Miriã e Arão criticam Moisés por causa de sua esposa, demonstrando uma atitude crítica e negativa.

·         Em Filipenses 2:14,15, Paulo instrui os filipenses a fazerem todas as coisas sem murmurações nem contendas, para que possam brilhar como luzes no mundo.

d)   Descontentamento constante. Murmuradores estão sempre em busca do que falta, em vez de apreciar o que já têm. Eles nunca estão satisfeitos e estão sempre procurando razões para reclamar.

·         Em Êxodo 16:2,3, o povo de Israel murmura por causa da falta de comida no deserto, mesmo após Deus ter acabado de libertá-los da escravidão no Egito.

·         Em Filipenses 4:11,12, Paulo aprendeu a estar contente em todas as circunstâncias, demonstrando a importância do contentamento em todas as situações.

e)   Falta de humildade e submissão. A murmuração muitas vezes revela um coração orgulhoso e teimoso, que se recusa a se submeter à vontade de Deus e às autoridades estabelecidas por Ele.

·         Em Números 16:1-3, Corá, Datã e Abirão se rebelam contra Moisés e Arão, desejando para si mesmos uma posição de liderança que não lhes foi dada por Deus.

·         Em Hebreus 13:17, os crentes são instruídos a obedecer e submeter-se aos líderes espirituais, reconhecendo sua autoridade e ensinamentos.

Essas características mostram como o comportamento dos murmuradores pode ser prejudicial não apenas para sua própria saúde espiritual e emocional, mas também para a unidade e o testemunho da comunidade de fé como um todo. Portanto, é crucial cultivar uma atitude de gratidão, confiança em Deus e contentamento em todas as circunstâncias da vida.

3. O crente murmurador

O crente murmurador é alguém que, apesar de afirmar sua fé em Cristo e possuir o Espírito Santo em sua vida, se entrega à prática da murmuração. Isso revela uma falta de disciplina espiritual e um descuido com as virtudes do Espírito Santo, como mencionado em Gálatas 5:16.

Ao se tornar um murmurador, o crente se torna um instrumento nas mãos do Maligno, permitindo que o Diabo o domine e o utilize para suas próprias finalidades. Essa atitude vai contra a obra de Cristo no mundo e mina a credibilidade do testemunho cristão.

Além disso, a murmuração afeta profundamente a alma do crente murmurador, tornando-a doente e impedindo que ele manifeste a alegria, a bondade e a gratidão que deveriam caracterizar um seguidor de Cristo. Como Jesus ensinou em Mateus 6:22,23, se os olhos do crente forem bons, seu corpo estará cheio de luz, mas a murmuração obscurece essa luz, levando a uma vida espiritual opaca e desagradável.

Portanto, é essencial que o crente reconheça o perigo da murmuração e busque viver em obediência aos ensinamentos de Cristo, cultivando uma atitude de gratidão, contentamento e confiança em Deus em todas as circunstâncias.

II. MURMURAÇÃO: IMPEDIMENTO DA PRIMEIRA GERAÇÃO À TERRA PROMETIDA

1. A murmuração contra os líderes escolhidos por Deus

A murmuração contra os líderes escolhidos por Deus no Antigo Testamento é um tema recorrente que ilustra a gravidade desse pecado e suas consequências. Deus designou Moisés e seu irmão Arão como líderes do povo de Israel durante o êxodo do Egito em direção à Terra Prometida (Êxodo 7:1,2). No entanto, mesmo após testemunhar os grandes livramentos realizados por meio desses líderes, o povo frequentemente murmurava e se queixava contra eles (Êxodo 16:3).

Essa murmuração era uma expressão de incredulidade e falta de fé no plano e na liderança de Deus. Em vez de confiar na promessa de Deus e na orientação dos líderes que Ele havia designado, o povo se entregou à descrença e à insatisfação, culminando em murmúrios contra Moisés e Arão. Essa atitude revelava uma escolha pelo mal, pois os murmuradores optavam por ignorar os benefícios concedidos por Deus e focavam apenas em suas próprias dificuldades e descontentamento.

O resultado dessa murmuração foi severo. A primeira geração que saiu do Egito não entrou na Terra Prometida, pois sua murmuração e rebelião contra Deus e seus líderes resultaram em consequências desastrosas. A murmuração minou a fé do povo, gerou desunião e desrespeito à liderança estabelecida por Deus, e, como resultado, essa geração foi impedida de desfrutar da promessa divina.

Essa narrativa nos ensina sobre a importância da confiança e obediência à liderança espiritual designada por Deus, bem como sobre os perigos da murmuração e da incredulidade. Devemos aprender com os erros do povo de Israel e buscar cultivar uma atitude de confiança e gratidão em relação aos líderes escolhidos por Deus em nossas vidas, evitando cair na armadilha da murmuração e descrença.

Atentemos para os seguintes textos bíblicos:

1Tessalonicenses 5:12,13:

12.Agora, vos rogamos, irmãos, que acateis com apreço os que trabalham entre vós e os que vos presidem no Senhor e vos admoestam;

13.e que os tenhais com amor em máxima consideração, por causa do trabalho que realizam. Vivei em paz uns com os outros”.

Hebreus 13:17:

“Obedeçam aos seus líderes e sejam submissos a eles, pois zelam pela alma de vocês, como quem deve prestar contas. Que eles possam fazer isto com alegria e não gemendo; do contrário, isso não trará proveito nenhum para vocês”.

2. A murmuração contra Deus

A murmuração contra Deus é um comportamento que revela uma atitude de descontentamento e falta de confiança na providência divina. No relato do Êxodo do povo de Israel, vemos que, apesar de Deus prover o sustento diário do povo no deserto, eles frequentemente murmuravam e se queixavam contra Ele (Êxodo 16:4). Em vez de confiar na provisão de Deus e na Sua orientação, o povo demonstrava ingratidão e desconfiança, questionando as decisões e ações de Deus.

Essa murmuração contra Deus reflete uma falta de reconhecimento da soberania e bondade divinas. Em vez de buscar a Deus em humildade e gratidão, o povo se entregava à murmuração, expressando insatisfação e descontentamento com as circunstâncias da vida. No entanto, Deus, em Sua misericórdia, continuava a cuidar do Seu povo, mesmo diante de sua murmuração (Êxodo 16:12).

É importante reconhecer que Deus conhece as nossas necessidades e está sempre pronto para nos socorrer em nossas aflições. No entanto, Ele espera que nos aproximemos d'Ele com confiança e gratidão, em vez de nos entregarmos à murmuração e à ingratidão (Hebreus 4:16).

A murmuração contra Deus não apenas revela uma atitude de desconfiança e falta de fé, mas também pode nos afastar do Seu cuidado e bênção. Portanto, devemos buscar cultivar um coração grato e confiante na providência divina, evitando cair na armadilha da murmuração e da ingratidão.

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3. Por que é perigoso murmurar?

De acordo com o ensinamento da Bíblia, a murmuração é perigosa por várias razões. Em primeiro lugar, ela reflete uma falta de confiança e gratidão para com Deus. Em vez de reconhecer Suas bênçãos e Seu cuidado constante, os murmuradores se queixam das circunstâncias e questionam a providência divina. Isso revela uma atitude de incredulidade e desrespeito para com Deus.

Além disso, a murmuração tem o potencial de corromper a mente e o coração daqueles que a praticam. Ao focar nas dificuldades e nos problemas, em vez de nas promessas e na fidelidade de Deus, os murmuradores se tornam cada vez mais cegos para Sua presença e ação em suas vidas. Isso os impede de experimentar a paz e a alegria que vêm da confiança em Deus.

Outro perigo da murmuração é o seu efeito corrosivo no meio da Igreja Local. Quando os crentes se entregam à murmuração, eles minam a unidade e a comunhão entre si, criando divisões e conflitos. Isso enfraquece o testemunho da igreja e prejudica sua capacidade de cumprir sua missão no mundo.

Além disso, a murmuração pode levar a consequências graves e até mesmo à disciplina divina. A Bíblia registra vários exemplos de julgamento sobre aqueles que murmuraram contra Deus e Sua liderança. Aqui estão alguns exemplos:

a)   Os Israelitas no Deserto. Após a libertação do Egito, os israelitas murmuraram repetidamente contra Moisés e contra Deus por causa de várias situações no deserto, como a falta de comida (Êxodo 16:2,3), a falta de água (Êxodo 17:2,3), e outros desafios (Números 14:27-29). Como consequência de sua murmuração e incredulidade, Deus os julgou, muitas vezes resultando em punições severas, como pragas e até mesmo morte (Números 14:29-35; Números 16:41-50).

b)   O Julgamento de Corá, Datã e Abirão. Corá, Datã e Abirão lideraram uma rebelião contra Moisés e Arão, murmurando contra sua liderança designada por Deus (Números 16:1-3). Como resultado, Deus julgou-os de forma terrível, abrindo a terra para que eles fossem engolidos vivos juntamente com suas famílias e seguidores (Números 16:31-35).

c)   Os Israelitas na jornada para Canaã. Durante sua jornada para a Terra Prometida, os israelitas murmuraram várias vezes contra Deus e contra Moisés, duvidando de Sua provisão e poder (Números 21:4-6). Como resultado, Deus enviou serpentes venenosas entre o povo, resultando em muitas mortes, até que eles se arrependessem e pedissem perdão (Números 21:6-9).

Esses exemplos ilustram como a murmuração contra Deus e Sua liderança resultou em julgamento e punição divina na história do povo de Israel. Eles nos alertam sobre a seriedade desse pecado e as consequências graves que ele pode trazer. Portanto, é importante que os crentes evitem a murmuração e cultivem uma atitude de gratidão, confiança e louvor a Deus, mesmo nas dificuldades e provações da vida.

Alguns textos bíblicos que destacam o potencial corruptivo da murmuração na mente e no coração daqueles que a praticam. Por exemplo:

Ø  Filipenses 2:14,15 (NVI) - "Façam tudo sem queixas nem discussões, para que venham a tornar-se puros e irrepreensíveis, filhos de Deus inculpáveis no meio de uma geração corrompida e depravada, na qual vocês brilham como estrelas no universo". Estes versículos destacam a importância de evitar queixas e discussões, indicando que tal atitude contribui para a pureza e a irrepreensibilidade dos filhos de Deus. Isso implica que a murmuração pode corromper e comprometer essa pureza.

Ø  Efésios 4:29 (NVI). "Não saia da boca de vocês nenhuma palavra prejudicial, mas apenas a que for útil para edificar os outros, conforme a necessidade, para que conceda graça aos que a ouvem". Este versículo adverte contra palavras prejudiciais, sugerindo que a murmuração não edifica os outros, mas, ao contrário, pode causar dano e corrupção tanto a quem murmura quanto aos que ouvem.

Esses são apenas dois exemplos que ilustram como a murmuração pode afetar a mente e o coração daqueles que a praticam, mostrando a importância de cultivar uma atitude positiva e edificante em vez de se entregar a queixas e murmurações.

III. MURMURAÇÃO: UM PECADO QUE NOS IMPEDE DE ENTRAR NA CANAÃ CELESTIAL

1. O fim dos israelitas murmuradores

A murmuração dos israelitas não foi um evento isolado, mas um padrão recorrente ao longo de sua jornada no deserto. Desde a saída do Egito, eles demonstraram uma tendência de reclamar e questionar as decisões de Deus e de Moisés. Essa atitude revelava uma falta de confiança na providência divina e uma disposição para se voltarem ao conforto do passado, mesmo que isso significasse retornar à escravidão no Egito.

A murmuração dos israelitas teve consequências severas. Em Números 14, após o relato dos espias que exploraram a Terra Prometida, a nação se rebelou contra Deus e Moisés, recusando-se a entrar na terra devido ao medo das dificuldades e dos habitantes da terra. Como resultado, Deus declarou que aquela geração não entraria na Terra Prometida, exceto Calebe e Josué. Eles vagariam no deserto até que todos os adultos dessa geração morressem, privados da promessa de uma terra abundante.

Para os crentes, a história dos israelitas murmuradores oferece várias lições práticas. Primeiramente, destaca a importância da fé e confiança em Deus, mesmo em tempos de incerteza e adversidade. Também enfatiza a importância da gratidão e da obediência, reconhecendo os benefícios das bênçãos de Deus e seguindo Seus mandamentos, mesmo quando parecem difíceis.

O fim dos israelitas murmuradores nos lembra da fidelidade de Deus em cumprir Suas promessas, mas também da responsabilidade do homem em responder com fé e obediência. Como cristãos, devemos aprender com os erros do passado e buscar viver em gratidão e confiança no Senhor, sabendo que Ele é fiel para conduzir-nos em nossa jornada espiritual. Portanto, a história dos israelitas murmuradores é muito mais do que um relato histórico, é um lembrete atemporal da importância da fé, obediência e gratidão na vida do crente, e das consequências da descrença e murmuração.

2. O destino dos murmuradores

À luz dos relatos do livro de Números, o apóstolo Paulo faz uma séria advertência ao povo da Nova Aliança: “e não murmureis, como também alguns deles murmuraram e pereceram pelo destruidor” (1Coríntios 10:10). Embora o contexto original deste texto faça referência à morte física dos israelitas murmuradores no deserto, a advertência de Paulo também pode ser entendida no contexto espiritual.

Aqueles que persistem na murmuração podem experimentar uma morte espiritual gradual, caracterizada pela ausência de vida espiritual vibrante e pela presença do pecado não confessado e não tratado. Essa morte espiritual pode eventualmente se manifestar em consequências físicas e emocionais, afetando a saúde e o bem-estar geral.

Aqueles que se entregam à murmuração podem gradualmente perder o interesse e o prazer nas práticas espirituais, como a oração, a leitura da Bíblia, a comunhão com outros crentes e serviço ao próximo. A atitude negativa e crítica pode obscurecer a visão espiritual, tornando difícil experimentar a alegria e a plenitude que vêm da presença de Deus.

A murmuração representa um obstáculo significativo no processo de santificação do crente. Para progredir na vida cristã e crescer em maturidade espiritual, é essencial abandonar a murmuração e cultivar uma atitude de gratidão, confiança e submissão à vontade de Deus. Isso envolve a renovação da mente e a busca contínua pela transformação pelo Espírito Santo.

Em resumo, o destino dos murmuradores é um alerta para os crentes sobre os perigos espirituais da murmuração. É um chamado à vigilância espiritual, à renovação do coração e à busca contínua pela comunhão com Deus, evitando as armadilhas da insatisfação e da incredulidade.

Ao abandonar a murmuração e abraçar uma atitude de fé, gratidão e obediência, os crentes podem experimentar a plenitude da vida espiritual e viver em conformidade com os propósitos de Deus.

3. Os males da murmuração

A murmuração é uma prática prejudicial que pode causar uma série de males tanto na vida da Igreja Local quanto no caráter espiritual do indivíduo. Veja alguns males da murmuração:

a)   Desânimo espiritual e contendas comunitárias. A murmuração dentro da Igreja Local pode minar o ânimo espiritual dos membros, gerando descontentamento e desunião. As conversas negativas e críticas podem levar a contendas e conflitos entre os irmãos, prejudicando a comunhão e o testemunho da igreja perante a sociedade.

b)   Rebeldia espiritual e divisões ministeriais. A murmuração muitas vezes está ligada à rebeldia espiritual, onde os indivíduos se recusam a aceitar a autoridade espiritual estabelecida por Deus na igreja. Isso pode levar a divisões ministeriais, onde grupos dissidentes se separam do corpo principal, enfraquecendo assim o testemunho e a eficácia do trabalho ministerial.

c)   Destruição da comunhão da Igreja. A murmuração pode corroer a comunhão da igreja, minando a confiança e o respeito entre os membros. Quando os crentes se ocupam em fofocas e críticas constantes, torna-se difícil experimentar a verdadeira comunhão e compartilhar as bênçãos espirituais em conjunto.

d)   Afastamento do Espírito Santo. A murmuração está intrinsecamente ligada a outros pecados, como mentira, calúnia e difamação. Essas obras carnais entristecem o Espírito Santo e o afastam da vida do crente. Uma pessoa dominada por tais práticas não pode experimentar a plenitude do Espírito Santo em sua vida, resultando em um declínio espiritual e afastamento da presença de Deus (Ef.4:30; Gl.5:19-21).

e)   Atração de outros pecados. A murmuração serve como um portal para outros pecados, como idolatria, rebelião, adultério e blasfêmia contra Deus. Ao permitir que a murmuração domine suas vidas, os indivíduos abrem a porta para uma espiral descendente de pecado e distanciamento de Deus.

f)    Estagnação espiritual e serviço ao Inimigo. Aqueles que se entregam à murmuração acabam estagnando em sua jornada espiritual, incapazes de progredir na fé e no conhecimento de Deus. Além disso, ao se envolverem em comportamentos contrários ao caráter de Cristo, acabam prestando serviço ao inimigo e comprometendo seu testemunho como filhos de Deus.

Em suma, os males da murmuração são vastos e profundos, afetando não apenas a vida da Igreja Local, mas também o caráter espiritual e a comunhão pessoal com Deus. É vital que os crentes estejam vigilantes contra esse pecado, buscando viver em harmonia, amor e unidade, e evitando as armadilhas da murmuração e da divisão. O nosso Senhor disse que o reino dividido contra si mesmo é “devastado” e não “subsistirá“ (Mt.12:25; cf. Lc.1:17-22).

CONCLUSÃO

Este estudo sobre o Perigo da Murmuração na vida do crente destaca a seriedade desse pecado e suas consequências devastadoras tanto na comunidade da fé quanto na vida espiritual individual. A murmuração não é apenas uma expressão de descontentamento passageiro, mas uma atitude que revela um coração endurecido e descrente, afastando-se da comunhão com Deus e minando a unidade e o testemunho da Igreja.

Diante desse perigo, é imperativo que os crentes estejam vigilantes contra a murmuração, cultivando uma atitude de gratidão, fé e submissão à vontade de Deus. Devemos buscar a unidade e a comunhão na igreja, evitando fofocas e críticas prejudiciais, e dedicando-nos ao amor mútuo e ao serviço ao próximo. Somente assim podemos preservar a saúde espiritual da Igreja Local e continuar a avançar na jornada da santificação, vivendo em conformidade com os propósitos de Deus para nossas vidas.

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Luciano de Paula Lourenço – EBD/IEADTC

Referências Bibliográficas:

Bíblia de Estudo Pentecostal.

Bíblia de estudo – Aplicação Pessoal.

Bíblia de Estudo – Palavras Chave – Hebraico e Grego. CPAD

William Macdonald. Comentário Bíblico popular (Antigo e Novo Testamento).

Comentário do Novo Testamento – Aplicação Pessoal. CPAD.

Pr. Hernandes Dias Lopes. Efésios – Igreja, a noiva gloriosa de Cristo.

Pr. Hernandes Dias Lopes. 1Corinios – Como resolver conflitos na Igreja.

Pr. Hernandes Dias Lopes. Hebreus, a superioridade de Cristo.

domingo, 5 de maio de 2024

AS NOSSAS ARMAS ESPIRITUAIS

         2º Trimestre de 2024

SUBSÍDIO PARA A Lição 06

Texto Base: Lucas 4:1-4, 16-20

“Porque as armas da nossa milícia não são carnais, mas, sim, poderosas em Deus, para destruição das fortalezas” (2Coríntios 10:4).

Lucas 4:

1.E Jesus, cheio do Espírito Santo, voltou do Jordão e foi levado pelo Espírito ao deserto.

2.E quarenta dias foi tentado pelo diabo, e, naqueles dias, não comeu coisa alguma, e, terminados eles, teve fome.

3.E disse-lhe o diabo: Se tu és o Filho de Deus, dize a esta pedra que se transforme em pão.

4.E Jesus lhe respondeu, dizendo: Escrito está que nem só de pão viverá o homem, mas de toda palavra de Deus.

16.E, chegando a Nazaré, onde fora criado, entrou num dia de sábado, segundo o seu costume, na sinagoga e levantou-se para ler.

17.E foi-lhe dado o livro do profeta Isaías; e, quando abriu o livro, achou o lugar em que estava escrito:

18.O Espírito do Senhor é sobre mim, pois que me ungiu para evangelizar os pobres, enviou-me a curar os quebrantados do coração,

19.a apregoar liberdade aos cativos, a dar vista aos cegos, a pôr em liberdade os oprimidos, a anunciar o ano aceitável do Senhor.

20.E, cerrando o livro e tornando a dá-lo ao ministro, assentou-se; e os olhos de todos na sinagoga estavam fitos nele. 

INTRODUÇÃO

À medida que avançamos na Caminhada cristã, nos deparamos com desafios e adversidades que exigem uma resposta adequada. Nessa batalha espiritual, o cristão não está desarmado; pelo contrário, possui armas poderosas e eficazes disponíveis para enfrentar as investidas do inimigo.

Nesta lição, vamos explorar três das principais armas que o cristão tem à sua disposição: a Palavra de Deus, a Oração e o Jejum. Cada uma dessas armas desempenha um papel crucial na vida do crente, capacitando-o a resistir ao mal, fortalecer sua fé e manter comunhão íntima com Deus.

Ao compreendermos o poder e a importância dessas armas espirituais, seremos capacitados a utilizá-las de forma eficaz em nossa vida diária, fortalecendo-nos na fé e avançando na jornada cristã com confiança e determinação. Vamos compreender como essas armas podem nos equipar para viver uma vida de vitória e propósito no Reino de Deus.

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I. AS ARMAS DO CRENTE

1. As Armas

Na Bíblia, “armas”, é rico em simbolismo e significado. Embora muitas vezes associemos armas ao combate físico, as Escrituras nos mostram que, para o cristão, as armas são principalmente instrumentos de combate espiritual. Elas representam os meios pelos quais resistimos às tentações, enfrentamos as adversidades e nos mantemos firmes na fé.

No contexto espiritual, as armas são instrumentos de ataque e defesa que nos capacitam a combater as forças do mal que se opõem ao plano de Deus para nossas vidas. Assim como os soldados físicos se equipam com armas para a batalha, o cristão se equipa com as armas espirituais para a guerra espiritual que enfrenta diariamente.

Ao entendermos o significado simbólico das armas espirituais, somos lembrados de que nossa luta não é contra pessoas, mas contra as potestades espirituais do mal. Portanto, nossa confiança não está nas armas físicas, mas nas armas espirituais que Deus nos deu para vencer o inimigo e alcançar a vitória em Cristo.

2. As estratégias do Inimigo

As estratégias do inimigo são multifacetadas e astutas, projetadas para desviar, enganar e destruir aqueles que estão no caminho da fé. No Novo Testamento, somos alertados sobre diversas táticas que o Diabo utiliza para alcançar seus objetivos malignos. Uma das estratégias mais eficazes do inimigo é arrebatar a Palavra de Deus do coração das pessoas, como ilustrado na parábola do semeador (Mateus 13:19). Ele busca distorcer e corromper a verdade, lançando dúvidas e falsas doutrinas para desviar os crentes do caminho da fé genuína.

Além disso, o Diabo é mestre em usar pessoas como instrumentos para seus propósitos malignos. Ele pode manipular, enganar e influenciar indivíduos a agirem contra a vontade de Deus, como vemos no exemplo de Judas Iscariotes, que traiu Jesus (Lucas 22:3,4).

Outra estratégia do inimigo é enfraquecer a fé dos crentes, buscando semear dúvidas, medo e desânimo em seus corações (Lucas 22:32). Ele procura tirar a confiança dos cristãos em Deus, levando-os a duvidar de Sua fidelidade e bondade (1Timóteo 4:1).

É essencial estar vigilante e sóbrio diante das investidas do inimigo, como nos lembra o apóstolo Pedro - “sede sóbrios, vigiai, porque o diabo, vosso adversário, anda em derredor, bramando como leão, buscando a quem possa tragar (1Pd.5:8). Portanto, devemos estar alertas para não sermos pegos de surpresa por suas astutas ciladas, mas permanecer firmes na fé, confiando na proteção e fortaleza que Deus nos oferece.

3. O Chefe de toda força do mal

O apóstolo Paulo, em suas epístolas, oferece uma visão clara e inequívoca da autoridade e influência do Diabo como o chefe supremo de toda força do mal. Ele descreve o Diabo como o líder e instigador de todas as hostes malignas que se opõem aos propósitos de Deus e buscam a destruição dos crentes.

Primeiramente, Paulo enfatiza que o Diabo é o chefe de todos os poderes das trevas, destacando sua posição de liderança em meio às forças malignas (Efésios 6:11). Ele é retratado como um adversário formidável que comanda um exército espiritual em constante conflito contra os filhos de Deus (Romanos 13:12).

Além disso, Paulo reconhece que o Diabo tem poder para obstruir os planos dos servos de Deus, como evidenciado em sua própria experiência quando foi impedido pelo inimigo de ir a Tessalônica (1Tessalonicenses 2:18). Essa capacidade de interferir nos assuntos terrenos é enfatizada quando o apóstolo se refere a Satanás como o príncipe da potestade do ar, indicando sua influência sobre os reinos espirituais deste mundo (Efésios 2:2).

A expressão "o Deus deste século" (2Coríntios 4:4) ressalta ainda mais a influência dominante de Satanás sobre a sociedade humana, indicando que ele exerce uma autoridade significativa sobre os sistemas e valores deste mundo. É como se ele fosse adorado e seguido por muitos, apesar de sua natureza maligna e destrutiva.

Finalmente, o apóstolo menciona a organização hierárquica do reino do mal, composta por servos, emissários, principados e potestades, todos subordinados ao comando de Satanás (Lucas 11:17-22). Isso destaca a complexidade e a eficácia das estratégias do inimigo na oposição aos planos de Deus e na tentativa de desviar os crentes do caminho da verdade.

Portanto, é crucial para os cristãos reconhecerem a realidade e a gravidade da ameaça representada pelo Diabo e suas hostes espirituais, permanecendo vigilantes e revestidos da armadura de Deus para resistir aos seus ataques e permanecer firmes na fé.

II. AS TRÊS ARMAS ESPIRITUAIS DO CRISTÃO

1. A Palavra de Deus

A Palavra de Deus é uma das mais poderosas e indispensáveis armas espirituais à disposição do cristão. Ela não apenas instrui e guia, mas também fortalece e capacita o crente a enfrentar os desafios espirituais e resistir aos ataques do Inimigo.

Em primeiro lugar, a Palavra de Deus é fonte de vida espiritual e nutrição para a alma. Assim como o alimento físico é essencial para a sobrevivência do corpo, a Palavra de Deus é essencial para a vida espiritual. Jesus afirmou que não vivemos apenas de pão, mas de cada palavra que procede da boca de Deus (Mateus 4:4). Portanto, assim como o corpo requer nutrição constante, a alma também necessita ser alimentada regularmente pela Palavra de Deus para crescer e se fortalecer espiritualmente.

Além disso, a Palavra de Deus é uma fonte de orientação e sabedoria para o cristão. Ela contém os princípios e diretrizes divinas para a vida, oferecendo conselhos práticos e instruções para enfrentar os desafios do dia a dia. O salmista proclama: "Lâmpada para os meus pés é a tua palavra, e luz para o meu caminho" (Salmo 119:105). Assim, a Palavra de Deus ilumina o caminho do crente, ajudando-o a tomar decisões sábias e discernir entre o certo e o errado.

Além disso, a Palavra de Deus é uma arma poderosa na batalha espiritual. O apóstolo Paulo descreve a Palavra como "a espada do Espírito" (Efésios 6:17), destacando sua capacidade de combater as artimanhas do diabo. Assim como Jesus usou as Escrituras para resistir às tentações de Satanás no deserto, o crente pode usar a Palavra de Deus para derrotar os ataques do Inimigo e permanecer firme na fé.

Por fim, a Palavra de Deus é uma fonte de verdade absoluta e inabalável. Jesus afirmou: "Santifica-os na verdade; a tua palavra é a verdade" (João 17:17). Em um mundo repleto de mentiras e enganos, a Palavra de Deus é um alicerce sólido e confiável sobre o qual o crente pode construir sua vida. Ela revela quem Deus é, quem somos em Cristo e qual é o propósito e o plano de Deus para a humanidade.

Portanto, a Palavra de Deus é uma arma essencial para o cristão em sua jornada espiritual. Ela nutre, orienta, fortalece e protege, capacitando o crente a viver uma vida de fé e obediência a Deus.

2. A Oração

A Oração é outra arma espiritual poderosa e indispensável na vida do crente, sendo uma expressão vital da comunhão com Deus e da dependência Dele. Ela desempenha diversos papéis essenciais na vida espiritual do cristão:

a)    Comunhão com Deus. A oração é um meio pelo qual o crente se comunica com seu Pai celestial. É um momento de intimidade, onde podemos compartilhar nossos pensamentos, preocupações, alegrias e gratidão com Deus. Assim como qualquer relacionamento saudável requer comunicação, a oração fortalece nosso vínculo com Deus.

b)   Petição e Intercessão. A oração também é uma oportunidade para apresentarmos nossas petições e necessidades diante de Deus. Podemos trazer a Ele nossos pedidos pessoais, bem como interceder em favor de outras pessoas, da Igreja e das necessidades do mundo ao nosso redor. A Bíblia nos encoraja a apresentar a Deus todas as nossas ansiedades, pois ele cuida de nós (Filipenses 4:6; 1Pedro 5:7).

c)    Confissão e Arrependimento. A oração é um momento para confessarmos nossos pecados a Deus e buscarmos seu perdão. É uma oportunidade para reconhecermos nossas falhas, arrepender-nos diante de Deus e receber sua graça restauradora. O Salmo 51 é um exemplo poderoso de uma oração de confissão e arrependimento.

d)   Gratidão e Louvor. A oração também é um momento para expressarmos nossa gratidão e louvor a Deus por suas bênçãos e bondade em nossas vidas. Quando reconhecemos suas obras maravilhosas e glorificamos seu nome, somos fortalecidos em nossa fé e confiança nele.

e)    Fortalecimento e Proteção. Além disso, a oração é uma forma de buscar força e proteção espiritual contra as ciladas do Inimigo. Ao nos humilharmos diante de Deus e buscarmos Sua orientação e proteção, Ele nos fortalece e capacita a enfrentar as adversidades da vida.

Em resumo, a oração, aliada ao estudo da Palavra, é uma arma espiritual poderosa que fortalece nossa comunhão com Deus, alimenta nossa fé, nos protege do mal e nos capacita a viver uma vida de acordo com sua vontade. É um privilégio e uma responsabilidade que todo crente deve valorizar e praticar constantemente em sua jornada espiritual.

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3. O Jejum

O Jejum é uma prática espiritual significativa na vida do crente, que envolve abster-se voluntariamente de alimentos por um período de tempo específico, com o propósito de buscar a Deus em oração, arrependimento, consagração e busca por orientação divina. Essa prática é observada tanto no Antigo quanto no Novo Testamento e é considerada uma arma espiritual poderosa na vida do cristão.

O Jejum é mencionado em várias passagens da Bíblia, tanto no Antigo quanto no Novo Testamento, e é apresentado como uma prática que pode fortalecer a comunhão com Deus, promover a humildade e buscar a orientação divina. Há vários exemplos de pessoas que jejuaram em momentos de busca por direção divina, arrependimento, consagração e busca por intervenção divina em situações difíceis. Exemplos notáveis incluem Moisés (Êx.34:28), Elias (1Rs.19:8), Daniel (Dn.10:2,3), Ester (Ester 4:16), Neemias (Ne.1:4) e os profetas do Antigo Testamento (Daniel 9:3), bem como o próprio Jesus e seus discípulos no Novo Testamento (Mateus 4:2; Mateus 6:16-18). Os discípulos de João Batista também jejuavam (Mateus 9:14,15).

O Jejum não é apenas uma abstenção física de alimentos, mas uma prática espiritual com propósitos específicos, como humilhar-se diante de Deus, buscar sua vontade e orientação, quebrar cadeias espirituais, fortalecer a fé, demonstrar arrependimento e consagração, e intensificar a eficácia da oração.

É essencial que o jejum seja praticado com a motivação correta e o coração voltado para Deus. Jesus advertiu contra o jejum ostensivo e hipócrita, enfatizando a importância da sinceridade e da motivação correta por trás da prática (Mateus 6:16-18).

Embora o jejum seja uma prática espiritual valiosa, é importante praticá-lo com sabedoria e equilíbrio, levando em consideração a saúde física e as necessidades individuais. Consultar um profissional de saúde e buscar orientação espiritual são passos importantes ao embarcar em períodos de jejum prolongado.

Em resumo, o Jejum, aliado à Palavra de Deus e a Oração, é uma arma espiritual poderosa que pode fortalecer a vida espiritual do crente, promovendo comunhão com Deus, crescimento espiritual e busca por sua vontade. Quando praticado com motivação correta e em alinhamento com os princípios bíblicos, o jejum pode ser uma ferramenta eficaz para experimentar a presença e o poder de Deus em nossas vidas.

III. JESUS CRISTO: O NOSSO MAIOR MODELO

1. Vencendo o Diabo com a Palavra

Vencer o Diabo com a Palavra de Deus é uma estratégia fundamental na vida do crente, e Jesus Cristo é o nosso maior modelo de como utilizar essa arma com eficácia. Ao observarmos os episódios descritos em Lucas 4, podemos extrair lições valiosas sobre como aplicar a Palavra de Deus em nossa batalha espiritual contra o Maligno.

-No primeiro episódio, Jesus enfrenta o tentador no deserto e vence suas investidas usando as Escrituras. Quando Satanás tenta induzi-lo à tentação, Jesus responde com a Palavra de Deus, dizendo: "Está escrito: 'Não só de pão viverá o homem'" (Lucas 4:4), citando Deuteronômio 8:3. Aqui, Jesus nos ensina que a Palavra de Deus é nossa fonte de poder e autoridade sobre o Inimigo. Assim como ele, devemos conhecer e aplicar as Escrituras em nossas vidas, resistindo às tentações e mentiras do Diabo.

-No segundo episódio, Jesus lê uma passagem do profeta Isaías na sinagoga em Nazaré e declara que aquele texto se cumpre na sua própria pessoa. Ele diz: "Hoje se cumpriu esta Escritura em vossos ouvidos" (Lucas 4:21), citando Isaías 61:1,2. Aqui, Jesus nos mostra que as Escrituras não apenas nos fornecem defesa contra o inimigo, mas também revelam quem somos em Cristo e nossa autoridade como filhos de Deus. Ao declararmos as promessas de Deus sobre nós mesmos, estamos usando a Palavra como uma arma poderosa para reivindicar nossa identidade e vitória em Cristo.

Assim, seguindo o exemplo de Jesus, podemos vencer o Diabo com a Palavra de Deus ao:

ü  Conhecer as Escrituras. Devemos estudar e meditar na Palavra de Deus regularmente para conhecer seus princípios e promessas.

ü  Aplicar as Escrituras. Quando confrontados com as investidas do inimigo, devemos responder com a Palavra de Deus, declarando suas verdades sobre nossa vida e situação.

ü  Confiar na autoridade das Escrituras Sagradas. Assim como Jesus confiou na Palavra para resistir às tentações e cumprir sua missão, devemos confiar na autoridade e eficácia da Palavra para nos fortalecer e guiar em nossa jornada espiritual.

Ao seguir esses passos e imitar o exemplo de Jesus, podemos experimentar vitória sobre o Diabo e viver uma vida abundante em Cristo.

2. Vivendo em Oração

Vencer o Diabo com a arma da Oração é uma realidade demonstrada de forma vívida na vida e ministério de Jesus Cristo. Ele não apenas ensinou sobre a importância da oração, mas também a praticou de maneira constante e fervorosa, estabelecendo assim um exemplo sublime para todos os crentes.

a)    Exemplo de consistência na Oração. Jesus frequentemente se retirava para lugares solitários a fim de orar, demonstrando a importância de buscar a comunhão com o Pai em momentos de quietude e isolamento (Lucas 5:16; 6:12; 9:28). Ele nos ensinou que a oração é essencial para a vida espiritual e para enfrentar as adversidades.

b)   Intercessão em favor dos outros. Jesus não apenas orava por si mesmo, mas também intercedia fervorosamente pelos outros. Ele intercedeu pelos seus discípulos, pela Igreja, pelos que o crucificaram e até mesmo pelos que estavam ao seu redor em momentos de dificuldade (João 17:9,20-22; Lucas 23:34; 22:31,32; João 11:41,42). Essa prática de intercessão nos mostra a importância de orar não apenas por nossas próprias necessidades, mas também pelas necessidades dos outros.

c)    Prioridade e constância na Oração. Jesus nos ensinou a importância de priorizar a oração em nossa vida diária. Ele nos encorajou a buscar um lugar reservado, um tempo específico e a dedicar-nos à oração com fervor e persistência (Mateus 6:6). Essa disciplina na oração fortalece nossa comunhão com Deus e nos capacita a resistir aos ataques do Inimigo.

Portanto, ao seguir o exemplo de Jesus na prática da oração, podemos encontrar força, sabedoria e proteção para vencer as investidas do Diabo em nossas vidas. Assim como Jesus, devemos buscar uma vida de constante comunhão com o Pai, confiando em Sua orientação e poder para resistir o mal e viver uma vida que O glorifique.

3. Vivendo em Jejum

Ao seguir os passos de Jesus Cristo, nosso maior modelo de vitória contra o Inimigo, podemos perceber a importância do jejum em sua vida e ministério. Assim como Jesus, que jejuou durante quarenta dias no deserto antes de iniciar Seu ministério público, nós também somos incentivados a praticar o jejum como uma arma espiritual poderosa na luta contra o Diabo e suas astutas ciladas.

O jejum, quando combinado com o estudo da Palavra e a oração, fortalece nossa comunhão com Deus e nos ajuda a desenvolver uma sensibilidade maior ao Espírito Santo. Assim como Jesus se retirava para lugares desertos para buscar a presença do Pai em oração, nós também somos chamados a dedicar tempo e esforço para nos conectar com Deus em momentos de jejum e oração.

Por meio do jejum, somos capacitados a disciplinar nossos desejos carnais e a nos concentrar nas coisas espirituais. Ele nos ajuda a quebrar fortalezas espirituais, a resistir às tentações do inimigo e a fortalecer nossa fé. Ao jejuar, demonstramos nossa dependência de Deus e nossa disposição em sacrificar nossas necessidades físicas em prol de um relacionamento mais profundo com Ele.

Portanto, ao seguir o exemplo de Jesus em viver em jejum, estamos equipados para vencer o Diabo e suas artimanhas, fortalecidos pelo poder e pela presença de Deus em nossas vidas. Que possamos, como verdadeiros discípulos de Cristo, praticar o jejum com fé e diligência, confiantes de que Ele nos capacitará para enfrentar e superar qualquer desafio espiritual que possamos enfrentar.

CONCLUSÃO

Ao explorarmos as armas espirituais do cristão - a Palavra de Deus, a Oração e o Jejum - compreendemos a importância vital desses recursos na caminhada espiritual do crente.

Ø  A Palavra de Deus é uma espada afiada que nos capacita a discernir e resistir às artimanhas do inimigo, assim como Jesus fez ao confrontar Satanás no deserto.

Ø  A Oração nos conecta com o poder divino e nos fortalece para enfrentar os desafios da vida cristã, como exemplificado pela vida de Jesus, que buscava constantemente a comunhão com o Pai em momentos de oração.

Ø  O Jejum, por sua vez, nos permite disciplinar nossos desejos carnais, fortalecer nossa fé e aumentar nossa sensibilidade espiritual, seguindo o exemplo de Jesus, que jejuou e orou antes de iniciar Seu ministério terreno.

Portanto, ao adotarmos essas armas espirituais em nossa vida diária, nos tornamos mais capacitados para resistir ao mal e viver de acordo com os propósitos de Deus. Assim como um soldado se prepara para a batalha equipando-se com armadura e armas, o cristão se arma com a Palavra, a Oração e o Jejum para enfrentar os embates espirituais. Que possamos, como seguidores de Cristo, fazer uso eficaz dessas armas, confiando na provisão divina e na orientação do Espírito Santo para vencer as batalhas espirituais que enfrentamos em nossa jornada rumo ao céu.

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Luciano de Paula Lourenço – EBD/IEADTC

Referências Bibliográficas:

Bíblia de Estudo Pentecostal.

Bíblia de estudo – Aplicação Pessoal.

Bíblia de Estudo – Palavras Chave – Hebraico e Grego. CPAD

William Macdonald. Comentário Bíblico popular (Antigo e Novo Testamento).

Comentário do Novo Testamento – Aplicação Pessoal. CPAD.

Pr. Hernandes Dias Lopes. Efésios – Igreja, a noiva gloriosa de Cristo.

Pr. Hernandes Dias Lopes. Lucas – Jesus, o Homem perfeito.