sexta-feira, 29 de junho de 2012

3º Trimestre de 2012 - Vencendo as Aflições da Vida - Introdução

 Ev. Dr. Caramuru Afonso Francisco

Vídeo veiculado primeiramente no PORTAL EBD

segunda-feira, 25 de junho de 2012

Aula 01 – NO MUNDO TEREIS TRIBULAÇÕES


3º Trimestre/2012

Texto Básico: João 16:20,21,25-33


“Tenho-vos dito isso, para que em mim tenhais paz; no mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo; eu venci o mundo”(João 16:33)

 

INTRODUÇÃO

O cristão não está isento de passar por tribulações. Na verdade, Jesus disse que no mundo teríamos aflições, mas não deveríamos perder o ânimo (João 16:33). Paulo nos ensina que, na tempestade, precisamos olhar para Deus, e não para as circunstâncias. Deus é maior do que as circunstancias. Mesmo quando as coisas parecem perdidas, Deus pode irromper na nossa tragédia e mudar o cenário da nossa vida. Ele ainda transforma desertos em mananciais, e o vale da derrota, em vale de benção. Lembremos da circunstancia difícil porque passou Paulo e os seus companheiros dentro do navio que os levava a Roma, conforme descrito em Atos 27. Esse episódio nos recupera diversas verdades, mas cito apenas duas:
1. Na tempestade, encoraje as pessoas (At 27:21,22). Quando toda a esperança se dissipou, Paulo se posicionou como um agente da vida. Ele não ficou dizendo: “Eu avisei, bem feito! Agora estamos perdidos. Agora vamos morrer todos, Agora vocês se virem. É fácil pisar em quem já está caído. É fácil esmagar a cana quebrada. É fácil atar mais um fardo de culpa sobre aquele que já está derrotado pelas circunstâncias da vida. Paulo procurou uma alternativa para mudar a crise. Na tempestade, não procure culpados, procure solução. Todo problema traz uma semente de vitória! Deus não nos desampara. Ele está conosco. Paulo disse: “Porque, esta mesmo noite, um anjo de Deus, de quem eu sou e a quem sirvo, esteve comigo, dizendo: Paulo, não temas!... Portanto, senhores, tende bom ânimo! Pois eu confio em Deus que sucederá do modo que me foi dito”.
2. Na tempestade, abra os olhos para a intervenção de Deus(At 27:23-26). Quando você estiver na sua noite mais escura, pensando que está sozinho, lembre-se de que Deus está com você. Ele é Deus Emanuel, que não vai embora na hora da sua crise. Na jornada da fé: Há tempestade, mas também há Deus conosco;  Há fornalha ardente, mas há o quarto Homem; Há cova de leões, mas há o anjo do Senhor fechando a boca deles.
O Deus a quem servimos é o nosso escudo. Ele é o guarda de Israel, que não dorme nem toscaneja. Seus olhos estão atentos; suas mãos, estendidas; seu coração, aberto. Ele envia seus anjos para nos proteger. O que nos ameaça e se acha fora do nosso controle está literalmente debaixo dos pés do Senhor Jesus.

I. AS AFLIÇÕES DO TEMPO PRESENTE

As aflições do tempo presente podem nos instruir a depender inteiramente de Deus, nosso auxílio e consolo. Afirma o apóstolo Paulo que "as aflições deste tempo presente não são para comparar com a glória que em nós há de ser revelada" (Rm 8:18). Isto significa que, apesar das cruéis perseguições, das tribulações, das aflições – sejam elas de ordem natural[ex.: tsunami, inundação, enchentes, deslizamentos de terra, terremotos, etc], econômica[ex.: desemprego, diminuição de patrimônio, falência de empresa, etc] ou física[ex.: doenças psicossomáticas, depressão, câncer, etc] -, a Igreja tem triunfado; as portas do inferno não podem prevalecer contra ela. É dito que as aflições do tempo presente não se comparam com a glória a ser revelada em nós (ver Cl 3:4; 2Ts 1:7-12; 2:14; 1Pe 1:13; 4:14; 1João 3:2). Desta feita, “as aflições do tempo presente” jamais podem abalar ou desestimular o futuro glorioso da Igreja do Senhor. De forma firme e resoluto pergunta Paulo: “Quem nos separará do amor de Cristo?”(ler Rm 8:35-39). Pela resposta desse servo de Deus, nada o abalaria. E esta deve ser a posição de cada cristão genuíno.
Em qualquer época, desastres e tempos difíceis podem vir sobre o crente: a morte de uma pessoa querida, enfermidade, perdas irreversíveis nos negócios, divisões na família, etc. De maneira contrária ao ensino bastante divulgado nas igrejas, os crentes não estão isentos de problemas e aflições dos quais o ser humano é herdeiro. Na verdade, os crentes têm de esperar que compartilharão plenamente de sofrimentos neste mundo, por serem filhos de um Deus vivo. O Senhor Jesus mesmo lhes deu certeza de aflições nesta vida. Se não estamos passando ou sendo atribulados por algum teste ou prova de nossa fé, devemos parar e questionar a nós mesmos sobre a realidade de nossa experiência cristã. As Escrituras afirmam claramente que o Senhor disciplina todos aqueles que são seus filhos. Se não estamos sendo disciplinados, o autor inspirado afirmou com ousadia que somos bastardos (Hb 12:8).
As aflições sobrevêm às nossas vidas, pelo menos, por meio destes três instrumentos:
1. Por meio de nossas atitudes imprudentes, julgamentos incorretos, ideias extravagantes, orgulho e falta de discernimento espiritual.
2. Por meio das atitudes irrefletidas ou deliberadas de outras pessoas. Estas são áreas sobre as quais temos pouquíssima influência.
3. Por meio do curso natural dos acontecimentos. Estas são áreas sobre as quais não temos nenhum controle ou influência.
As áreas mencionadas nos dois últimos pontos são as que nos trazem as maiores dificuldades. “Como pode um Pai tão amoroso permitir que tais coisas aconteçam aos seus próprios filhos?”, dizem alguns. Não podemos emitir em público esse sentimento. No entanto, em nossos sentimentos mais íntimos e, às vezes, em nossas orações particulares, expressamos tais sentimentos petulantes.
Nossa incapacidade para entender os motivos e aceitar as diversas aflições que sobrevêm à nossa vida resulta do fato de que olhamos para os instrumentos humanos pelos quais estas aflições aparecem em nossa vida, e não para a verdadeira fonte destas aflições e provações. Nós as vemos como se viessem do homem e até do diabo, e não as vemos como se viessem das mãos de um Deus soberano e amável. Atribuímos tudo à “má sorte”, a um “acidente” ou mesmo a uma “ação do inimigo”. Assaltamos o trono da graça com a súplica constante de que nossa aflição seja removida de nós. Mas perdemos de vista o fato de que as Escrituras revelam o Senhor como a causa fundamental de todas as coisas que sobrevêm às nossas vidas, quer sejam boas, quer sejam más. Embora Deus mesmo não seja o autor do pecado, e não nos tente a pecar, e não nos leve ao pecado, está crucialmente envolvido em tudo que nos acontece. Na verdade, as próprias provações que estamos experimentando agora fazem parte do plano de Deus para a nossa vida. Esta é a soberana vontade de Deus para nós. Estou enfatizando isso levando em consideração o fato de que no cristão verdadeiro, nascido de novo, “o maligno não lhe toca”(1João 5:18), a não ser com a permissão de Deus(veja o exemplo de Jó, do apóstolo Paulo).

II. POR QUE O CRENTE SOFRE

Se Jesus nos ama, por que sofremos? Este é um dos assuntos mais intrigantes da vida. Não é simples refletir a respeito desta questão do sofrimento do justo. Os profetas analisaram esta questão e ficaram muitas vezes angustiados com o sofrimento do justo.
O profeta Habacuque, num dado momento da sua vida, ficou até desesperado ao perceber como o justo era esmagado, injustiçado e pisado pelo ímpio.
O salmista Asafe, por sua vez, no Salmo 73, entra numa crise espiritual, porque olha de sua janela e vê o ímpio prosperando, tendo saúde, amigos e ele, que é piedoso, é castigado cada manhã, passando por lutas e provações as mais amargas.
Talvez estejamos enfrentando esta crise. Temos andado continuamente com Deus e neste momento estamos passando por dificuldades e aflições indescritíveis. Quem sabe tenhamos perdido o emprego, ou estamos lidando com dramas de enfermidade em nossa casa. Pode ser que estejamos passando por lutas emocionais ou lutas espirituais. Talvez nossa vida esteja sendo encurralada por circunstâncias adversas que fogem ao nosso controle. Talvez estejamos enfrentando como que uma avalanche que desce sobre nós e nos envolve e engole e, então, não sabemos mais o que fazer da vida.
Concordo com o Rev. Hernandes Dias Lopes, quando diz que o fato de sermos cristãos não significa que temos uma carta de alforria ou um cartão de imunidade das lutas e das provações da vida. Cristianismo não é uma sala vip. O Cristianismo não é um parque de diversões, nem uma colônia de férias. Nós não temos imunidades especiais. Mas temos sim imanência sobrenatural, temos a presença de Jesus conosco. O profeta Isaias diz: “Quando passares pelas águas, eu serei contigo; quando, pelos rios, eles não te submergirão; quando passares pelo fogo, não te queimarás, nem a chama arderá em ti. Porque, eu sou o Senhor, teu Deus, o Santo de Israel”(Isaias 43:2-3a).
Deus está conosco no vale da dor. Deus está conosco no leito da enfermidade. Deus está conosco nas agruras, nas intempéries, nas vicissitudes, nas tempestades da vida. Mas quero lhe dizer que as crises, muitas vezes surpreendentes, que não conseguimos controlar, se agigantam, mesmo quando somos pessoas que andam com Deus, da mesma forma que aconteceu com Lázaro (amigo de Jesus). Ele ficou doente e piorou, a ponto de chegar a morrer. Todavia, não existe causa perdida para Jesus. Não existe problema que Ele não possa resolver. Não existe situação irrecuperável para Jesus. Lázaro estava morto e sepultado há quatro dias. Era uma causa perdida para muitos, mas, para Jesus, era uma causa vitoriosa.
Talvez haja algumas causas na vida que consideramos perdidas. Talvez ficamos pensando que nosso casamento não tem mais jeito. Que nosso ente-querido não tem mais recuperação. Quem sabe com relação à nossa saúde, os médicos já lavraram a sentença: não tem cura. Mas há algo importantíssimo que quero dizer aqui: Se Jesus quiser, com toda certeza, tem jeito!
Para Jesus não há causa perdida. Talvez pensemos: Eu já fui longe demais; estou afundado no pecado, no vício, para mim não tem mais jeito, não tem mais recuperação. Se Jesus quiser, tem jeito, porque Ele perdoa pecados, é Ele quem levanta o caído e restaura o abatido, Ele faz novas todas as coisas. Jesus pode restaurar nossa alma e salvar a nossa vida.
Jesus Cristo sabe o que é a dor do sem-teto, porque Ele não tinha onde reclinar a sua cabeça. Jesus Cristo sabe o que é a dor da solidão, porque na hora mais angustiante de sua vida, nem os seus discípulos mais achegados estavam do seu lado, quando Ele estava com o rosto em terra suando gotas de sangue, clamando ao Pai: “Meu Pai, se possível, passe de mim este cálice!”(Mt 26:39). Jesus Cristo sabe o que é a dor da perseguição, porque Ele foi perseguido desde a sua infância por Herodes, o Grande; foi perseguido pelos fariseus, pelos escribas, pelos sacerdotes, pela multidão. Jesus Cristo sabe o que é a dor da traição, porque o seu discípulo em quem ele investiu, o traiu lhe dando um beijo traidor. Ele sabe o que é ser ultrajado, cuspido, zombado, escarnecido. Ele sabe a dor que passamos, que sentimos. Ele sabe o que é a dor da enfermidade, porque  a Bíblia diz que Ele foi enfermado, Ele tomou sobre si as nossas dores, as nossas enfermidades, os nossos pecados. Jesus sabe o que é a dor da morte, porque lá na cruz do Calvário, quando Ele foi feito pecado por nós, quando foi feito maldição por nós, Ele deu um grito de desamparo: “Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?”(Mt 27:46). E, naquele momento, Ele foi ferido. Naquele momento Ele foi traspassado. Naquele momento Ele sentiu o drama da angústia avassalando a sua alma.
Quando sofremos, isso não está fora do controle de Jesus. Isso não está fora do conhecimento dEle. Isso está incluído na agenda de Deus. Faz parte do projeto de Deus. Um projeto bom, um projeto perfeito, um projeto glorioso, vitorioso e vencedor.
O sofrimento não é sinônimo do desprazer de Deus. Às vezes Deus permite que soframos, para que experimentemos da sua consolação, da sua intervenção milagrosa.
Nem sempre Deus livra o cristão do sofrimento, mas no sofrimento, e, como lemos na galeria dos heróis da fé de hebreus 11, determinadas aflições somente cessarão na eternidade. Mas o sofrimento do crente sempre tem um propósito, um deles é a produção de consolo e salvação para os outros (2Co 1:6). A morte de vários cristãos ao longo da história serviu de semente para que o evangelho aflorasse em várias regiões do mundo.
O sofrimento serve também como instrumento de conforto e consolo para outros crentes que sofrem. Afinal, a promessa de consolo vem do Senhor que também produz em nós essa mesma característica a fim de consolar outros (2Co 1:7).
O sofrimento não necessariamente decorre de pecado, na verdade, os crentes mais consagrados podem passar por provas desesperadoras (2Co 1:8). Paulo testemunha que sofreu inúmeras perseguições tanto por parte dos judeus (At 20:19; 21:27) quanto dos gentios (At 19:23-40), e é bem provável que em uma dessas situações tenha sido sentenciado à morte. Mas o crente sabe que a morte não é o fim(estudaremos sobre isso na Aula nº 03).
A eternidade deva ser o alvo central da vida do cristão sofredor, pois quando tudo terminar, Deus estenderá sua mão, contanto que confiemos nEle, não em nós mesmos (2Co 1:9). Ele é o mesmo Deus e do mesmo modo que agiu no passado agirá no presente e no futuro a fim de cumprir com Sua palavra (2Co 1:10).
Nós os cristãos não devemos ficar transtornados pelos problemas e pelo sofrimento de nossa vida, ou por aquilo que vemos nas vidas de muitas pessoas piedosas em nosso redor. Podemos amar Jesus agora mais do que nunca anteriormente, e não entender o porquê de estarmos enfrentando tanto sofrimento e tantas dores. Podemos estar seguro de que Deus possui um propósito divino por trás de cada provação, por trás de cada sofrimento que estamos enfrentando neste instante!
Se estamos sofrendo, se estamos angustiados, se estamos desesperados, vamos entregar a nossa causa para Jesus. Ele sabe o que está fazendo. Ele sabe quem somos, onde estamos, o que estamos passando, e Ele pode vir, trazer o socorro de que tanto precisamos.
Em qualquer lugar onde estivermos, podemos fechar nossos olhos e orar. Podemos colocar a nossa causa na presença de Deus. Talvez nossa oração possa ser esta: “Oh Deus, em nome de Jesus, quero colocar agora nas tuas mãos a nossa causa. Senhor, toca nosso coração com as consolações do Espírito Santo. Meu Deus, enxuga nossas lágrimas. Meu Deus, restaura aquele que está caído, cura aquele que está enfermo, perdoa aquele que está caído na sarjeta do pecado, agrilhoado neste cipoal do vício, de desespero emocional, de desespero espiritual. Restaura nossa vida Senhor, restaura nosso coração, levanta nossa família, faz novas todas as coisas, e glorifica o teu nome em nossa vida, em nossa família. Oh Deus, opera agora o milagre maravilhoso do consolo, do refrigério, para que nossa família possa receber a intervenção do céu, a manifestação da tua graça. Em nome do Senhor Jesus. Amém!”.

III. O CRESCIMENTO E A PAZ NAS AFLIÇÕES

Desfrutamos de verdadeira paz nos momentos de aflições, pois o Senhor Deus, como soberano, tem pleno domínio sobre a vida do cristão. E sendo assim, qualquer aflição que nos acometa é da vontade permissiva de Deus, o que nos garante que, se Ele quiser, tudo o que está acontecendo conosco certamente será revertido.
1. A soberania divina na vida do crente. A soberania divina na vida do crente é a garantia de que as promessas de Deus jamais falham. E a análise desta prerrogativa do Senhor é importantíssima para o fortalecimento de nossa fé. A soberania de Deus recebe forte ênfase nas Escrituras Sagradas. Nela, o Senhor é apresentado como o Criador, e Sua vontade como a causa de todas as coisas. Em virtude de Sua obra criadora, o céu, a terra e tudo o que eles contêm lhe pertencem. Ele está revestido de autoridade absoluta sobre as hostes celestiais e sobre os moradores da terra. Ele sustenta todas as coisas com a Sua onipotência, e determina os fins que elas estão destinadas a cumprir. Ele governa como Rei no sentido mais absoluto da palavra, e todas as coisas dependem dele e lhe são subservientes.
A menos que nós cheguemos ao ponto de crer e aceitar a soberania de Deus sobre as nossas vidas e sobre tudo o que nos acontece, não seremos capazes de reagir de uma maneira cristã em relação a tudo que nos ocorre nesta vida terrena. Na verdade, não seremos capazes de lutar contra o mundo conforme ele é hoje. Poderemos ser vencidos, desencorajados e alarmados, se não reconhecermos que Deus, por meio de sua vontade soberana e imutável, está no pleno controle de todas as coisas. Nada em nossa vida é acidente, incidente ou coincidência.
Jó reconheceu isto, quando disse, em meio às suas terríveis aflições: “Temos recebido o bem de Deus e não receberíamos também o mal?” (Jó 2:10). A sua esposa lhe havia sugerido que amaldiçoasse a Deus e morresse; Jó, porém, ainda que não pudesse entender o motivo, discerniu corretamente que todas as suas aflições haviam sido, de alguma maneira, enviadas por Deus. Jó estava expressando o fato de que, embora o homem seja uma criatura racional e responsável por suas decisões e atitudes, Deus ainda é soberano e realiza a sua própria vontade, sem pisotear a nossa. Esta soberania de Deus é a rocha sobre a qual repousa a consolação do crente.
2. Tudo coopera para o bem. Deus faz todas as coisas cooperarem para o bem daqueles que o amam, daqueles que são chamados segundo o seu propósito. Assim expressou o apóstolo Paulo: “E sabemos que todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito”(Rm 8:28, ARA). Talvez nem sempre pareça ser o caso. Por vezes, quando passamos por momentos de aflição, tragédia, decepção, frustração ou tristeza profunda, perguntamo-nos se a dor resultará em algum bem. Certamente, tudo o que Deus permite em nossa vida tem o objetivo de nos conformar à imagem de seu Filho(Rm 8:29). Quando percebemos isso, a dúvida é dissipada. Nossa vida não é controlada por forças impessoais como o acaso, a sorte ou o destino, mas por um Deus maravilhoso e pessoal, que é amoroso demais para ser insensível e sábio demais para errar. Glórias sejam dadas ao nosso Senhor Jesus!
3. Desfrutando a paz do Senhor. Ele prometeu: “... a minha paz vos dou; eu não vo-la dou como o mundo a dá. Não se turbe o vosso coração, nem se atemorize” (João 14:27). Mesmo vivendo em um mundo de aflições, podemos experimentar a paz do Senhor Jesus:
·   Não a falsa paz das coisas cobiçadas normalmente pelos homens: prazer, fama e riqueza. Estas coisas geram preocupação, ansiedade e remorso. Elas não satisfazem os desejos da alma imortal, nem são capazes de alcançar aquela paz pela qual o eu mais profundo suspira.
·   Não a paz como os homens do mundo dão. Eles se cumprimentam com palavras e gestos de paz, porém são palavras vazias; professam amizade, dão apertos de mão, beijos e abraços que não traduzem paz, porquanto são meramente formais, frequentemente insinceros.
·   Não como os sistemas de filosofia e falsas religiões dão. Eles professam a paz, mas ela não é real. Tais sistemas filosóficos e religiões não passam de falsos paliativos. Não tranquilizam a voz da consciência culpada; não removem o pecado - origem da ausência da paz; não reconciliam o espírito com Deus.
A Paz que o Senhor nos dá é tal que satisfará todos os anseios da nossa alma; silenciará os alarmes da consciência; permanecerá sempre, mesmo em meio a todas as mudanças e tempestades; não nos deixará nem na hora da nossa morte, porque o Senhor mesmo é o Príncipe da Paz.
O Evangelho de Marcos, no capítulo 4:35-41, relata que certa feita Jesus e  os discípulos propuseram atravessar o Mar da Galiléia em direção à praia leste. Não fizeram nenhum preparativo de antemão. Outros barcos o seguiam. Então, de repente, um grande temporal surgiu. Enquanto a tempestade rugia com toda fúria, Jesus estava dormindo. Os discípulos, apavorados, o despertaram, censurando-o por sua aparente falta de preocupação com a segurança deles. Será que Jesus sabia que a tempestade viria? É óbvio que sim. Ele sabe todas as coisas; nada o apanha de surpresa. Então, se sabia, por que dormiu? Ele dormiu por duas razões: dormiu porque descansava totalmente na providencia do Pai; dormiu porque sabia que a tempestade seria pedagógica na vida dos seus discípulos. O fato de Jesus estar descansando durante a tempestade já deveria ter acalmado e encorajado os discípulos. Jesus estava descansando na vontade do Pai e sabia que o Pai podia cuidar dele enquanto dormia. Jonas dormiu na tempestade com uma falsa segurança, visto que estava fugindo de Deus. Jesus dormiu na tempestade porque ele estava verdadeiramente seguro na vontade do Pai. O Senhor, despertando, repreendeu o vento e as ondas. A Paz foi imediata e completa. Depois, Jesus brevemente ralhou com seus seguidores por temerem e não confiarem. As tempestades da vida podem nos abalar, mas não abalam o Senhor. Elas podem ficar fora do nosso controle, mas não fora do controle de Jesus.
Conta-se que certo rei ofereceu um prêmio ao artista que pintasse o melhor quadro da paz. Muitos artistas tentaram. O rei examinou todos os quadros, mas havia apenas dois dos quais ele realmente gostou, e teve que escolher entre eles:
* Um quadro era de um lago tranquilo. O lago era um espelho perfeito para pacíficas torres de montanhas ao redor dele. No alto estava um céu azul com nuvens brancas. Todos que viam este quadro consideravam-no um quadro perfeito da paz.
* O outro quadro também tinha montanhas. Mas estas eram acidentadas e nuas. Acima estava um céu irado de onde caía a chuva, e relâmpagos eram vistos. Lá embaixo, ao lado da montanha, caía uma cascata espumante. Isto não parecia de forma alguma um quadro da paz. Só que o rei escolheu este segundo quadro. Sabe por quê? Quando o rei olhou, atrás da cascata viu um minúsculo arbusto crescendo numa rachadura na rocha. No arbusto um pássaro-mãe havia construído seu ninho. Ali, no meio da fúria das águas correntes, deitou-se o pássaro-mãe em seu ninho, em paz perfeita. O rei explicou: "Paz não quer dizer estar num lugar onde não há qualquer barulho, problema, ou trabalho duro. Paz quer dizer estar no meio de todas essas coisas e ainda assim estar tranqüilo no seu coração. Este é o significado da paz real". Por isso, a Paz é uma das virtudes do Fruto do Espírito Santo (Gl 5:22), pois ela permanece mesmo em meio ao perigo e circunstâncias contrárias. Isaías declara: “Tu conservarás em perfeita paz aquele cuja mente está firme em Ti; porque ele confia em Ti”. Portanto, se sua mente e coração estão em Deus, então você desfrutará a genuína Paz do Senhor, mesmo em um mundo de aflições. Pense nisso!

CONCLUSÃO

Qual a nossa atitude diante de Deus quando os problemas nos afligem? Murmuramos? Queixamo-nos por Ele nos ter abandonado? Afastamo-nos de Sua presença?  Precisamos aprender a louvar e agradecer ao Senhor em todos os momentos. Na alegria e no sucesso, por Sua grande misericórdia e amor; nas lutas, por Ele estar nos preparando para grandes conquistas; nos momentos de decepções e frustrações, porque valorizaremos ainda mais as nossas vitórias. O Senhor Jesus prometeu estar conosco todos os dias e isso inclui também os dias de lutas e tribulações. A nós cabe confiar e agradecer a Sua companhia. Por mais que o dia esteja “nublado” e “triste”, logo voltará a brilhar o Sol da alegria em nossos corações.
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Elaboração: Luciano de Paula Lourenço – Prof. EBD – Assembléia de Deus – Ministério Bela Vista. Disponível no Blog: http://luloure.blogspot.com
Referências Bibliográficas:
William Macdonald – Comentário Bíblico popular (Novo Testamento).
Bíblia de Estudo Pentecostal.
Bíblia de estudo – Aplicação Pessoal.
O Novo Dicionário da Bíblia – J.D.DOUGLAS.
Comentário Bíblico NVI – EDITORA VIDA.
Caramuru Afonso Francisco – Suportando as Tribulações.

quinta-feira, 21 de junho de 2012

LIÇÕES BÍBLICAS DO 3º TRIMESTRE DE 2012








No 3º Trimestre de 2012, estaremos estudando, através das Lições Bíblicas da CPAD, sobre o tema: “VENCENDO AS AFLIÇÕES DA VIDA”. As lições serão comentadas pelo pastor Eliezer de Lira e Silva. Foram divididas nos seguintes temas:


Lição 01 – No Mundo Tereis Aflições

Lição 02 – A Enfermidade na Vida do Crente

Lição 03 – A Morte para o Verdadeiro Cristão

Lição 04 – Superando os Traumas da Violência Social

Lição 05 – As Aflições da Viuvez

Lição 06 – A Despensa Vazia

Lição 07 – A Divisão Espiritual no Lar

Lição 08 – A Rebeldia dos Filhos

Lição 09 – A Angústia das Dívidas

Lição 10 – A Perda dos Bens Terrenos

Lição 11 – Inveja, um Grave Pecado

Lição 12 – As Dores do Abandono

Lição 13 – A Verdadeira Motivação do Crente

Lição 14 – A Vida Plena nas Aflições
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VENCENDO AS AFLIÇÕES DA VIDA
“Muitas são as aflições do justo, mas o Senhor o livra de todas”(Salmo 34:19).
 Aflições da vida, uma certeza bíblica aos crentes. Certeza esta anunciada pelo próprio Jesus: “... no mundo tereis aflições ...”(João 16:33). Paulo, como fiel discípulo de Jesus, não rejeitou esta certeza, e disse: “E não somente isto, mas também nos gloriamos nas tribulações ...” (Rm 5:3). Paulo, não apenas aceitou para si as tribulações, como também ensinou os obreiros, seus companheiros de Ministério, a aceitá-las. Escrevendo a Timóteo, disse: “Sofre pois, comigo, as aflições como bom soldado de Jesus Cristo” (2Tm 2:3).
Portanto, crer em Deus e viver em retidão não isenta ninguém de problemas e aflições nesta vida. Pelo contrário, a dedicação a Deus, amiúde, nos traz provações e sofrimentos(ver Mateus 5:10). Está dito da parte de Deus que por muitas tribulações devemos entrar no seu Reino(At 14:22; cf 1Co 15:19; 2Tm 3:12).
Uma vez cumprido o propósito de Deus ao permitir a aflição, Ele passa a nos livrar dela, ou pela intervenção sobrenatural direta nesta vida, ou pela morte triunfante e o ingresso na vida futura(cf Hb 11:35-37).
Deus, às vezes, usa o sofrimento para testar a nossa fé, para ver se permanecemos fiéis a Ele. A Bíblia diz que as provações que enfrentamos são “a prova da vossa fé”(Tg 1:3); elas são um meio de aperfeiçoamento da nossa fé em Deus(ver Dt 8:3). É nosso dever reconhecer que uma fé autentica resultará em “louvor, e honra, e glória na revelação de Jesus Cristo(1Pe 1:7).
Deus emprega as aflições, não somente para fortalecer a nossa fé , mas também para nos ajudar no desenvolvimento do caráter cristão e da retidão. Segundo vemos nas cartas de Paulo e Tiago, Deus quer que aprendamos a ser pacientes mediante o sofrimento(Rm 5:3-5). Na aflição, aprendemos a depender menos de nós mesmos e mais de Deus e da sua graça(ver 2Co 12:9). É nosso dever estar afinados com aquilo que Deus quer que aprendamos através da aflição ou tribulação.
Deus também pode permitir que soframos dor e aflição para que possamos melhor consolar e animar outros que estão a sofrer(ver 2Co 1:4). É nosso dever usar nossa experiência advinda do sofrimento para encorajar e fortalecer outros crentes.
Deus pode usar, e usa mesmo, as aflições dos justos para propagar o seu reino e seu plano redentor. Por exemplo: toda injustiça por que José passou nas mãos dos seus irmãos e dos egípcios fazia parte do plano de Deus “para conservar vossa sucessão na terra e para guardar-vos em vida por um grande livramento”(Gn 45:7). O principal exemplo que podemos mencionar aqui é o sofrimento de Cristo, “o Santo e Justo”(At 3:14), que experimentou perseguição, agonia e morte para que o plano divino da salvação fosse plenamente cumprido. Isso não exime da iniquidade aqueles que o crucificaram(At 2:23), mas indica, sim, como Deus pode usar o sofrimento dos justos pelos pecadores, para seus propósitos e sua própria glória.
Hoje, em algumas Denominações ditas Evangélicas, há uma tendência de não falar em tribulação ou aflição; talvez para não desencorajar as pessoas. Preferem falar apenas de coisas agradáveis ao ouvido do homem natural, tal como riquezas, saúde e prosperidade. O Senhor Jesus, e também Paulo, falavam das tribulações, dos sofrimentos, das aflições. Os que preferem falar só de coisas agradáveis, se esquecem, ou não sabem, que tribulações, sofrimentos, aflições constituem uma promissão bíblica para os crentes.
Muitos, por má fé ou por ignorância da Palavra de Deus, ao convidar as pessoas para virem à Igreja, acenam com falsas ilusões, usam uma “propaganda enganosa”, afirmando que todos os seus problemas serão resolvidos, que todas as enfermidades ou doenças serão curadas e que elas desfrutarão as bênçãos da riqueza e da prosperidade. Esquecem, ou não sabem, que o Plano de Deus, na Pessoa bendita de Seu Filho Jesus, não era e não é transformar a vida aqui na Terra num paraíso.
Nós cremos num Deus que tudo pode e num Evangelho que é “... o poder de Deus para salvação de todo aquele que crê ...”(Rm 1:16), e que o homem salvo pode sentir alegria até mesmo nas tribulações, nos sofrimentos, nas aflições. É neste sentido o ensino de Pedro: “Amados, não estranheis a ardente prova que vem sobre vós para vos tentar, como se coisa estranha vos acontecesse. Mas alegrai-vos no fato de serdes participantes das aflições de Cristo, para que também na revelação da sua glória vos regozijeis e alegreis”(1Pedro 4: 12-13).
Não precisamos ter medo de prevenir, até mesmo os novos convertidos, sobre a necessidade de suportar as aflições da vida, na certeza de que as venceremos em nome Jesus Cristo.

Luciano de Paula Lourenço

 

  

domingo, 17 de junho de 2012

Aula 13 - A FORMOSA JERUSALÉM


Texto Básico: Apocalipse 21:9-18

“Mas nós, segunda a sua promessa, aguardamos novos céus e nova terra, em que habita a justiça”(2Pe 3:13)

INTRODUÇÃO

Quando Deus criou o ser humano Ele o fez não para viver um período de tempo determinado, mas para viver indefinidamente, desde que fosse obediente ao seu Deus, ao seu Criador. Deus o proibiu de comer “da árvore do conhecimento do bem e do mal”; se fosse desobediente a esse mandamento morreria (Gn 2:17), ou seja, enquanto O obedecesse, viveria independentemente do tempo. O ambiente desta eternidade condicional era o Éden, onde Deus havia criado um jardim para nele pôr o homem e sua companheira (Gn 2:8). Entretanto, o homem desobedeceu a Deus, por isso passou a sofrer o impacto do tempo e a morte física (Gn 3:19), bem como a destituição da glória de Deus. Por causa disso, o ser humano perdeu a oportunidade de viver num lugar onde desfrutaria continuadamente da presença e da companhia do Senhor (Gn 3:22,23). Foi expulso do Éden. Entretanto, é importante observar, que ao expulsar o homem do Éden, Deus mostrou toda a Sua misericórdia e graça, pois, dali por diante, empreendeu um plano a fim de fazer o homem retornar ao convívio eterno com Ele, numa eternidade irreversível. O alvo de Deus para o homem é, precisamente, criar este novo ambiente de comunhão, este novo “tabernáculo de Deus com os homens”(cf Ap 21:3), que é, precisamente, a Nova Jerusalém, a Formosa Jerusalém Celestial, de que falaremos nesta Aula.
I. O QUE É A NOVA JERUSALÉM CELESTIAL
A Nova Jerusalém é a cidade celestial que foi feita para ser o local onde Deus habitará juntamente com os homens que lhe foram fiéis e aceitaram a sua oferta de submissão e obediência à sua Palavra. É o local que substituirá o Éden como morada de Deus com os homens. Ela é explicitamente mencionada e revelada no capítulo 21 do livro do Apocalipse, mas, antes da visão do apóstolo João, já havia referências a ela nas Escrituras. O próprio Jesus já havia mencionado existir um lugar que seria por Ele preparado para que os seus servos nele habitassem para sempre com o Senhor (João 14:1-3). 
O objetivo de Deus é fazer com que tenhamos, novamente, um lugar onde possamos habitar com Deus, e a Nova Jerusalém é este local. Mas, se bem analisarmos, veremos que o Senhor é tão maravilhoso que, ao invés de tão somente substituir o Éden, proporcionou um lugar melhor do que o Éden. Ao vermos que a Nova Jerusalém é superior ao Éden, temos que concluir que os bem-aventurados que nela puderem entrar (cf. Ap 22:14) reconhecer-se-ão uns aos outros, serão pessoas conscientes de onde estão, de quem são e porque ali estão.
Muitos indagam se no Céu nós iremos ter noção de quem somos, de onde estamos e que o que estaremos a fazer. Muitos acham que, como a Bíblia afirma que não nos lembraremos mais de nossas dores e tristezas deste mundo, seremos pessoas sem noção do que fomos aqui na Terra e não teremos condição de nos reconhecermos uns aos outros. Entretanto, não entendemos assim. Por que Deus salvaria milhões e milhões de pessoas, para com eles habitar, se estas pessoas não tivessem sequer a noção de quem são, de quem é Deus e de onde estão? Como pessoas que venceram o pecado, que combateram o bom combate, que foram fiéis até o fim, passariam a eternidade sem a mínima noção de quem são? Como poderiam pessoas glorificadas terem menos consciência do que quando viviam ainda numa natureza sujeita ao pecado? Certamente que homens e mulheres remidos, vivos para todo o sempre, não terão motivo algum para se lembrarem ou se amargurarem com sofrimentos, pesares, recordações do tempo em que viveram nos antigos céus e terra. Agora, o fato de não nos lembrarmos, de não ficarmos presos a fatos passados, em absoluto significa que seremos verdadeiros “zumbis” na Nova Jerusalém, sem saber sequer quem somos. Deus, pelo seu caráter, jamais iria realizar um plano para a salvação do ser humano que quis conhecer o bem e o mal, para ter adoradores inconscientes e sem noção sequer de quem são. Como poderá o ser humano, na eternidade, louvar e bendizer ao Senhor, para todo o sempre, sem sequer saber quem é e que existem outras pessoas ali juntamente com ele? Definitivamente, não é esta ideia concordante com o que as Escrituras afirmam ser o nosso Deus.
Se soubesse que, na eternidade, eu seria apenas uma “fumacinha”, vagando na imensidão de um céu irreal, sem identidade, despojado de minha personalidade, não sabendo quem eu sou, e nem quem eu fui, de onde vim e o que estou fazendo ali, então eu não gostaria de estar lutando para viver nesse céu!
Todavia, pela Bíblia, eu sei que existe um Céu, que este Céu é real, que o Senhor Jesus o identificou como sendo a “Casa de meu Pai”. Que lá eu terei um corpo semelhante ao de Jesus, real, tangível, glorioso. Que eu terei uma identidade, que vou saber quem sou, como cheguei até ali, que vou poder servir, e adorar, eternamente o meu Salvador e Redentor.

II. AS CARACTERISTICAS DA NOVA JERUSALÉM

O Apóstolo João disse: “... e mostrou-me a grande cidade, a santa Jerusalém...”. Quer nos parecer que João não teve dúvidas em identificar o que ele viu: ele disse ter visto uma cidade. Contudo, descrever como era essa cidade, tornou-se um desafio para o Apóstolo “... a quem Jesus amava...”(João 21:20). Certamente que, sob a orientação do Espírito Santo, ele usou símbolos, figuras, para falar da grandeza, da perfeição, da beleza da Formosa Jerusalém Celestial.
1. É um lugar real. A Formosa Jerusalém Celestial é uma cidade real, visível, palpável; uma cidade que tem fundamentos e cujo Artífice e Construtor é o próprio Deus (Hb 11:10).
a) Abraão pôde crer na existência desta cidade. Abraão viveu aqui na Terra, porém, não fixou nela as suas raízes. Ele tinha os pés na terra e o pensamento no céu. Era diferente de muitos pregadores de hoje, os quais induzem o povo a pensar e a lutar pela conquista dos bens terrenos. Com relação a ele a Bíblia diz: “Pela fé Abraão, sendo chamado, obedeceu, indo para um lugar que havia de receber por herança; e saiu, sem saber para onde ia. Pela fé habitou na terra da promessa, como em terra alheia, morando em cabanas com Isaque e Jacó, herdeiros com ele da mesma promessa. Porque esperava a cidade que tem fundamentos, da qual o artífice e construtor é Deus”(Hb 11:8-10). Hoje nós sabemos, pela revelação que foi dada ao apóstolo João que esta cidade é a Formosa Jerusalém Celestial. Abraão creu na existência desta cidade. Não sabemos como ele teve essa revelação, mas ele tinha convicção de que ela era real.
b) Paulo também pôde crer como creu Abraão. Paulo cria, como creu Abraão, por isto dizia que - “... a nossa cidade está nos céus, donde também esperamos o Salvador, o Senhor Jesus Cristo” (Fp 3:20). Abraão não fundou nenhuma cidade, na Terra: nem ergueu um Império para si, ou para os seus. Paulo, também, não! Abraão e Paulo, dois homens chamados por Deus, viveram na esperança de um dia habitar na Jerusalém Celestial, a Cidade que tem fundamento e cujo Artífice e Construtor é Deus.
c) Nós também podemos crer, como creram Paulo e Abraão. Nós somos crentes, porque cremos. Fomos chamados para crer. Não necessitamos de ver, para crer, mas, cremos para ver. Por isto temos a viva esperança não apenas de ver, mas de morar, eternamente, na Formosa Jerusalém Celestial.
d) Lá, o nosso corpo será real. O Corpo de Jesus era real, era palpável, podia ser tocado pelas mãos dos homens. Para vir à Terra ele tomou um Corpo igual ao nosso. Quando Ele ressuscitou, o seu Corpo não era intangível, não era uma simples “fumaça”. Ele podia ser tocado pela mão de alguém - E, falando ele dessas coisas, o mesmo Jesus se apresentou no meio deles e disse-lhes: Paz seja convosco. E eles, espantados e atemorizados, pensavam que viam algum espírito. E ele lhes disse: Por que estais perturbados, e por que sobem tais pensamentos ao vosso coração? Vede as minhas mãos e os meus pés, que sou eu mesmo; tocai-me e vede, pois um espírito não tem carne nem ossos, como vedes que eu tenho. E, dizendo isso, mostrou-lhes as mãos e os pés”. Mostrou-lhes as “mãos e os pés”, porque neles estavam, como ainda estão, as marcas dos cravos com os quais ele foi pregado na cruz. Quando Ele vier, no Dia da Revelação do Senhor, antes do Milênio e no final da Grande Tribulação, os judeus, ao vê-lo, perguntarão: “... que feridas são essas nas tuas mãos? Dirá ele: são as feridas com que fui ferido em casa dos meus amigos” (Zc 13:6).
Sabemos, pela Bíblia, que quando Ele vier este nosso corpo corruptível e mortal será transformado - “Porque convém que isto que é corruptível se revista da incorruptibilidade e que isto que é mortal se revista da imortalidade”(1Co 15:53). Será, pois, nesse Dia, que o Senhor Jesus “... transformará o nosso corpo abatido, para ser conforme o seu corpo glorioso, segundo o seu eficaz poder de sujeitar também a si todas as coisas” (Fp 3:21).
Portanto, o nosso corpo com o qual seremos levados para o Céu, no Dia do Arrebatamento, será conforme o corpo de Jesus; então nós receberemos um corpo real, palpável. Não seremos, apenas, “uma fumaça”. Que maravilhosa Esperança!
2. Sua localização. A Formosa Jerusalém não é o Céu. Ela está no Céu, e que, de lá, descerá até próximo à Terra, quando o Senhor Jesus Cristo vier para implantar seu Reino, aqui na Terra, conforme o Apóstolo João escreveu - “E veio um dos sete anjos que tinham as sete taças cheias das últimas sete pragas e falou comigo, dizendo: Vem, mostrar-te-ei a esposa, a mulher do Cordeiro. E levou-me a um grande e alto monte e mostrou-me a grande cidade, a santa Jerusalém, que de Deus descia do céu”(Ap 21:9-10). A Formosa Jerusalém descerá do Céu e estará aqui durante o Milênio. Tal como o anjo mostrou a João, estará no Milênio colocada, fixamente, no vazio, entre o céu e a Terra, sobre a Jerusalém terrestre, pela mesma força que sustenta toneladas de águas presas pelas nuvens e que sustenta a Terra, suspensa sobre o nada, conforme escreveu Jó: O norte estende sobre o vazio; suspende a terra sobre o nada. Prende as águas em densas nuvens, e a nuvem não se rasga debaixo delas”(Jó 26:7-8).
O Dr. Caramuru Afonso Francisco escrevendo sobre este assunto – numa de suas participações para EBD -, disse: “É importante verificarmos que a Nova Jerusalém já está vindo para ocupar o seu devido lugar no novo universo que será formado. Esta cidade maravilhosa vem continuadamente vindo em direção à Terra. Chegará à área das regiões celestiais - hoje habitadas pelas hostes espirituais da maldade -, no instante do Arrebatamento da Igreja. Depois, já com a Igreja arrebatada em seu interior, continuará a descer e atingirá a atmosfera terrestre exato sete anos depois, quando, então, ocorrerá a batalha do Armagedom. Após essa batalha, receberá em seu interior, os que completarem a primeira ressurreição (as duas testemunhas, os 144 MIL e os mártires da Grande Tribulação). Em seguida, nos ares de nossa atmosfera, pairará durante todo o Milênio. Por fim, ao término do Milênio, ocupará o seu devido lugar, nos novos céus e nova terra, que substituirão os antigos céus e terra. A Nova Jerusalém seria, assim, como uma super e gigantesca estação espacial a caminho da Terra”.
Jesus afirmou que a Nova Jerusalém já existia ao tempo de Seu ministério terreno. Sua assertiva é bem clara: “na casa do meu Pai, há muitas moradas, se não fosse assim, Eu vo-lo teria dito. Vou preparar-vos lugar”. A Cidade santa já existia e já tinha muitas moradas. Embora ela existisse, porém, o ser humano não poderia habitá-la, ou seja, o homem não estava preparado para poder ingressar nesta cidade, precisamente porque tinha suas vestes manchadas pelo pecado. Veja este paralelo: Os Estados Unidos existe; lá têm milhares de cidades, com casas, edifícios; mas não há lugar algum preparado para aquele estrangeiro que não tiver visto para ali entrar. No dia em que lhe for providenciado um visto, ele ali poderá entrar, ele ali terá lugar. Pois é exatamente o que ocorre com a Nova Jerusalém Celestial. Jesus afirmou que a cidade já existia, que tinha muitas moradas, mas o lugar ainda não estava preparado, porque não havia como o ser humano conseguir ali entrar. Era preciso que alguém morresse e pagasse o preço da desobediência e, assim, retirasse o obstáculo que impedia o acesso do ser humano à árvore da vida (Gn 3:24). Esse obstáculo foi retirado por Jesus, quando morreu por nós na cruz do Calvário e, assim, nos abriu um novo e vivo caminho que nos introduz à Jerusalém celestial (Hb 10:19-23). Isso é mui maravilhoso! Glorifique a Deus por isso!
3. Seu aspecto. A descrição da Nova Jerusalém é sublime e nos enche de gozo e nos faz pensar, como o poeta sacro, que, se é glorioso pensar nas grandezas dali, que não será desfrutá-las. E é por isso que o apóstolo Paulo nos conclama a jamais desanimarmos nem desistirmos, por maiores que sejam as provas e as lutas, pois “… as aflições deste tempo presente não são para comparar com a glória que em nós há de ser revelada” (Rm 8:18). No entanto, não devemos nos esquecer que a nova Jerusalém é de outra dimensão, da dimensão celestial; portanto, muito de sua descrição é figurativa, é alegórica, não pode ser compreendida literalmente, pois se trata de uma descrição feita por Deus aos homens para que pudéssemos compreender, na limitação da nossa mente, o que nos está reservado, pois é algo que está muito além de nossa parca imaginação (ler 1Co 2:9).
a) Ela tem a glória de Deus (Ap 21:11). A glória de Deus é uma característica típica dos lugares santos, e, por isso, a Nova Jerusalém é o lugar santo por excelência e nela não haverá necessidade de templo, pois o seu templo será o próprio Deus.
b) A Cidade tem doze portas, com os nomes das doze tribos de Israel e o muro da cidade, doze fundamentos, com os nomes dos doze apóstolos do Cordeiro. Isto, naturalmente, é uma linguagem figurada para nos mostrar que o fundamento, a razão de ser da convivência eterna com Deus é a salvação na pessoa bendita de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. Pode, também, significar que a Igreja que ali está, foi a Igreja que ensinou e que viveu de acordo com a Doutrina dos Apóstolos.
c) A cidade tem um “muro”. João descreve a Formosa Jerusalém Celestial, procurando, com certeza, traduzir para o entendimento tudo o que seus olhos contemplavam. Esse “muro” simboliza a segurança absoluta em que estarão os seus habitantes; simboliza que a Cidade é organizada.
Uma muralha bem fortificada era símbolo da segurança da Cidade. A Babilônia era considerada uma cidade inconquistável, por causa de suas muralhas. Segundo os historiadores, ela era circundada por uma muralha de 96 quilômetros de extensão, 90 metros de altura por 25 de espessura. Possuía 250 torres e 100 portões de cobre. Dentro destas muralhas a cidade tinha condições de resistir a um cerco de 20 anos. O Rei Belsazar sentia-se seguro, a ponto de celebrar uma grande festa em seu palácio, embora Babilônia estivesse cercada, há dois anos, pelo exército de Ciro.
O Muro da Formosa Jerusalém Celestial é mais alto que um prédio de vinte andares – cento e quarenta e quatro côvados. Considerando-se as diversas variações do côvado, podemos dizer que o “muro” tinha de altura cerca de uns setenta metros. Mas é uma forma clara de o Senhor nos revelar que a Nova Jerusalém é um local de ordem, de organização, de proteção divina e onde o Senhor estabelecerá o seu domínio para todo o sempre.
d) A sua riqueza é incomparável. A Cidade é descrita como contendo pedras preciosas e ouro; os muros são feitos e ornados de pedras preciosas, as ruas, de ouro. Os remidos pisarão em ruas de ouro, ou seja, os valores materiais, aquilo que os homens tanto veneram e respeitam em nossa vida secular, nada representam na vida celestial.
e) A Formosa Cidade não necessita de Sol nem de Luz. Ela não necessitará de sol nem de luz, porque será iluminada pela glória divina e, mais, terá o Cordeiro como sua lâmpada (Ap 21:23).
f) A Cidade apresenta o rio puro da água da vida, claro como cristal, que procede do trono de Deus e do Cordeiro e, no meio da praça, a árvore da vida, que produz doze frutos, dando o seu fruto de mês em mês, cujas folhas são para a saúde das nações (Ap 22:1,2). Esta linguagem, que é figurada, fala-nos da eternidade de que desfrutarão os habitantes desta santa Cidade. No Éden, o homem possuía uma eternidade condicional, embora, enquanto obedecesse ao Senhor, jamais morreria. Aqui, porém, a situação é bem diferente: o homem tem a vida eterna, esta dádiva que é recebida por todos aqueles que crêem em Jesus Cristo (João 3:16; 17:3;1João 2:25; 5:11,12).
·   O texto de Ap 22:1,2 fala-nos da vida, porque o rio puro da água da vida que procede do trono de Deus e do Cordeiro é símbolo da comunhão entre Deus e o homem através de Jesus Cristo, resultado da crença em Jesus.Quem crê em Mim, como diz a Escritura, rios de água viva manarão do seu ventre” (João 7:38); e “…aquele que beber da água que Eu lhe der nunca terá sede, porque a água que Eu lhe der se fará nele uma fonte de água a jorrar para a vida eterna (João 4:14). Somente pode morar na Nova Jerusalém quem tem a vida eterna, quem recebeu a água viva oferecida por Jesus.
·   O texto também nos fala de eternidade, porque nos diz que, no meio da praça, há “a árvore da vida”. A vida na Nova Jerusalém é eterna, pois Deus se encarregará de regenerar constantemente o homem, de impedir que o tempo tenha qualquer efeito sobre ele. É o Estado Eterno, ou seja, o tempo não mais existirá. Os séculos terão se consumado (Mt 28:20), mas o Senhor continuará conosco, providenciando e garantindo a perpetuidade da nossa existência ao Seu lado. A árvore da vida é o próprio Cristo, o Pão da Vida - “…o pão que desce do céu, para que o que dele comer não morra”(João 6:50), “…o pão vivo que desceu do céu [que] se alguém comer (…) viverá para sempre” (João 6:51a). A comunhão que nos dá a vida eterna, simbolizada na ceia do Senhor, será, então, uma realidade contínua e completa para todo o sempre.
·   O texto também nos fala que, “de mês em mês, dá seu fruto e que seu fruto é restaurador, sarador, é para a saúde das nações”. A periodicidade mencionada aqui no texto de Ap 22:2 é figurativa. Apenas retrata a constância com que se dará esta comunhão, pois, na Nova Jerusalém, não haverá mais tempo.
·   Também é figurativa a afirmação concernente à saúde das nações, pois, na Nova Jerusalém, não haverá qualquer possibilidade de doença. O que o texto está a afirmar é que a restauração espiritual operada nos homens que perseveraram até o fim será eternamente sustentada e garantida pelo Senhor, a nossa árvore da vida.

g) Haverá grande alegria, pureza e santidade (Ap 21.2,11). Lá só haverá alegria, infinitamente superior a tudo o que já sentimos nesta vida. Imaginemos qual será o sentimento de todos nós, ao vermos o rosto de Deus e do Cordeiro (Ap 22:4).
h) Para sempre serviremos ao Senhor (Ap 22.3). Alguns pensam que no Céu, na eternidade com Cristo, na Santa Cidade, não haverá trabalho. Esquecem-se de que Deus, sendo perfeito em tudo, trabalha (João 5:17; Is 64:4). Aqueles que tiverem sido servos do Senhor aqui hão de continuar a servi-lo ali: "os seus servos o servirão". 
Estejamos, pois, preparados para o glorioso Dia do Arrebatamento da Igreja, pois "assim estaremos sempre com o Senhor. Portanto, consolai-vos uns aos outros com estas palavras" (1Ts 4:17,18).

III. O PERFEITO ESTADO ETERNO

O Estado Eterno é chamado de Novo Céu e Nova Terra, que não devem ser confundidos com os novos céus e nova terra descritos em Isaias 65:17-25. A passagem do Antigo Testamento trata do Milênio, pois o pecado e a norte ainda estão presentes. Os dois elementos (o pecado e a morte) serão totalmente excluídos do Estado Eterno; neste só haverá perfeição.

No Estado Eterno haverá:

1. Governo perfeito. O homem não tem sabido, nem podido governar bem a Terra. Todas as tentativas humanas nesse sentido fracassaram: dos gregos, através da cultura; dos romanos, através da força e da justiça; e dos governantes dos nossos tempos, através da ciência e da política. Mas Cristo exercerá um governo perfeito, no seu tempo. Nunca jamais haverá desordem, insatisfação, injustiça.
2. Habitantes perfeitos. "Nunca mais haverá qualquer maldição" (Ap 22:3), Isto é, não haverá mais pecado, o que resultará em santidade perfeita. Foi o pecado que trouxe toda sorte de maldição(ler Gn 3:17; Gl 3:13).
3. Serviço perfeito. "Os seus servos o servirão" (Ap 22:3). O maior privilégio do homem é servir a Deus. O trabalho para Deus será então perfeito. Culto perfeito. Atividades perfeitas. Quantas maravilhas não aguardam os salvos!?
4. Comunhão perfeita. A Formosa Jerusalém é a restauração da convivência completa e perfeita entre Deus e os homens que havia antes que o pecado causasse o atual estado de divisão que existe entre Deus e a humanidade. João ouve uma proclamação vinda do Céu: “Eis o tabernáculo de Deus com os homens. Deus habitará com eles”(Ap 21:3). Como povo de Deus, desfrutaremos comunhão mais próxima com Ele do que jamais imaginamos. Deus mesmo estará com todos os seus santos num relacionamento mais íntimo e afetuoso. Somente na Nova Jerusalém, esta comunhão será restabelecida por completo, ocorrendo aquilo que é dito pelo apóstolo João, de vermos Deus como Ele é (1João 3:2).
5. Visão perfeita. "Contemplarão a sua face" (Ap 22:4). Somente com uma visão perfeita será isso possível. Aqui neste mundo, servos dificilmente (e talvez nunca) veem a face de seus senhores - os chefes de nações -, mas nós veremos a face do nosso Senhor!
6. Identificação perfeita. "E nas suas frontes está o nome dele" (Ap 22:4). Nome na Bíblia fala de caráter; daquilo que a pessoa de fato é. Haverá então uma perfeita identificação entre Deus e os seus remidos. No Antigo Testamento o sumo sacerdote levava gravadas numa lâmina de ouro puro, sobre a sua coroa sagrada, as palavras: "Santidade ao Senhor" (Êx 39:30), mas na Formosa Jerusalém, onde a santidade é perfeita, o próprio nome de Deus estará sobre a fronte dos seus filhos.
7. Conhecimento Perfeito. Hoje, conhecemos a Deus apenas em parte, mas na Formosa Jerusalém o nosso conhecimento será perfeito dentro do plano humano, em glória(cf 1Co 13:12).
8. Interação perfeita. "E reinarão pelos séculos dos séculos" (Ap 22:5). Na Formosa Jerusalém, todos juntos, harmonicamente, e sempre, reinaremos. Isso jamais será conseguido aqui, mas no Perfeito Estado Eterno, sim!
Irmãos queridos, quantas coisas preciosas tem o Senhor reservadas à Sua amada Igreja. Concordo com o grande mestre, o pr. Antonio Gilberto, quando diz: “Se pudéssemos todos apreciar de fato, pela visão do Espírito, o que é o Céu, a eterna bem-aventurança dos salvos, teríamos tanto desejo de ir para lá, e nos desprenderíamos tanto das coisas daqui, que o Diabo não teria um só torcedor; um só amigo seu na terra. Inúmeros crentes por não terem essa visão estão demasiadamente presos às coisas deste mundo, que jaz no Maligno (1João 5:19)”.

CONCLUSÃO

Aqui concluímos o estudo do Apocalipse, sobre os temas propostos pelo Pr. Claudionor de Andrade, comentarista das lições deste trimestre. “O Apocalipse encerra a história humana da mesma forma que o livro de Gênesis a iniciou: no Paraíso. Mas existe uma diferença inconfundível no livro de Apocalipse: o mal foi eliminado para sempre. Gênesis descreve Adão e Eva caminhando e falando com Deus; Apocalipse descreve as pessoas adorando a Deus face a face. Gênesis descreve um jardim com uma serpente do mal; Apocalipse descreve uma cidade perfeita, sem qualquer influencia maligna. O Jardim do Éden foi destruído pelo pecado, mas o Paraíso foi recriado na Nova Jerusalém Celestial”(Aplicação Pessoal).
Também, o Apocalipse termina com uma promessa e uma bênção.
a) A promessa: Aquele que testifica estas coisas diz: Certamente, cedo venho. Amém! Ora, vem, Senhor Jesus!”(Ap 22:20). Este anseio é também o de todos os cristãos verdadeiros. É também uma confissão de que, enquanto Ele não vier, nossa redenção está incompleta, o mal e o pecado não estão exterminados, e este mundo não está renovado. Nossos esforços para melhorar o mundo são importantes, mas seus resultados não podem ser comparados com a transformação que Jesus trará por ocasião de sua volta. Somente Ele controla a historia da humanidade, perdoa os pecados e recriará a Terra e trará a paz eterna.
Temos a certeza de que a vinda do Senhor se aproxima para levar da Terra os seus fiéis servos para a Casa do Pai (João 14:1-3; 1Ts 4:16-18); depois, Ele voltará em glória e triunfo, para reinar para sempre como “Rei dos reis e Senhor dos senhores”(Ap 19:16). Essa é a nossa imutável esperança e jubilosa expectativa (2Pe 1:19).
b) A bênção: “A graça de nosso Senhor Jesus Cristo seja com todos vós. Amém!”(Ap 22:21). Esta é a bênção final deste livro maravilhoso e da Palavra de Deus. É um encerramento sereno para um livro repleto de trovões e julgamentos divino.
“Conservemos em nossa lembrança as riquezas do lindo país e guardemos conosco a esperança de uma vida melhor, mais feliz. Pois dali, pois dali, uma voz verdadeira não cansa de oferecer-nos do reino da luz o amor protetor de Jesus. Se quisermos gozar da ventura que no belo país haverá, é somente pedir de alma pura, que de graça Jesus nos dará. Pois dali, pois dali, todo cheio de amor, de ternura, deste amor que mostrou-nos na cruz, nos escuta, nos ouve Jesus” (3ª e 4ª estrofes do hino 202 da Harpa Cristã).

Queridos seguidores deste blog – amigos e irmãos em Cristo -, muito grato por acompanhar-me durante este ditoso trimestre. Confesso que foi muito agradável estudar estas lições. Cada vez que participo de estudos sobre este tema aprendo coisas novas e vivifico muito mais a minha fé, esperança e expectativa de um lindo e mavioso porvir. Espero que tenham gostado das aulas! É claro que nunca haverá um consenso, quando o assunto é Escatologia. Todavia, temos um ponto em comum: Jesus em breve virá e nos levará para estar com Ele para sempre, na Formosa Jerusalém Celestial!
Até breve, se Deus quiser!

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Elaboração: Luciano de Paula Lourenço – Prof. EBD – Assembléia de Deus – Ministério Bela Vista. Disponível no Blog: http://luloure.blogspot.com

Referências Bibliográficas:

William Macdonald – Comentário Bíblico popular (Novo Testamento).

Bíblia de Estudo Pentecostal.

Bíblia de estudo – Aplicação Pessoal.

Revista Ensinador Cristão – nº 50.

O Novo Dicionário da Bíblia – J.D.DOUGLAS.

Comentário Bíblico NVI – EDITORA VIDA.

Antonio Gilberto – Calendário do Apocalipse.

Ciro Sanches Zibordi - Teologia Sistemática Pentecostal.

Caramuru Afonso Francisco – A Formosa Jerusalém Celestial.
J.Dwight Pentecost – Manual de Escatologia.