quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

PROPÓSITOS PARA O ANO NOVO

Quando um novo ano se aproxima, muita gente contempla o futuro como uma oportunidade de fazer mudanças na sua vida – em seu estilo de vida, no seu planejamento, nas suas atividades, em seus alvos, entre outras mudanças. É bem verdade que muitos propósitos irrelevantes são estabelecidos e, poucos dias depois, são abandonados; porém, alguns propósitos genuínos podem ser mantidos.

As Escrituras Sagradas fornecem exemplos desse último tipo de propósito. Daniel, o grande profeta judeu, “Resolveu [...] firmemente, não contaminar-se com as finas iguarias do rei, nem com o vinho que ele bebia...” (Daniel 1.8). Ao preparar-se para um novo ano, sugiro que você “resolva firmemente” dar passos concretos que levarão a um aperfeiçoamento de sua vida espiritual, emocional e física no ano que se aproxima.

Deus nos criou à Sua imagem – com uma natureza trina: espírito, alma e corpo. A alma é aquilo que realmente somos, a saber, o “homem [a mulher] interior do coração”. Antes de nos tornarmos “nova criatura” em Cristo, existíamos em nosso espírito “natural” (i.e., uma natureza consciente), que a Bíblia denomina de “o velho homem”; Cristo nos concedeu uma nova vida espiritual, ou seja, “o novo homem”. O mais fortalecido desses dois é o que vai dominar ou controlar nossas atitudes e procedimentos no dia-a-dia. O mais forte em nossa vida será aquele ao qual mais alimentamos, o mais nutrido dentre os dois. O “homem natural” deseja aquelas coisas que estimulam as paixões da carne e que buscam o reconhecimento humano; o “homem espiritual” prospera na Palavra de Deus pela prática do que agrada a Ele.

O apóstolo Paulo desafiou os crentes em Cristo recém-convertidos de Tessalônica com as seguintes palavras: “O mesmo Deus da paz vos santifique em tudo; e o vosso espírito, alma e corpo sejam conservados íntegros e irrepreensíveis na vinda de nosso Senhor Jesus Cristo” (1 Tessalonicenses 5.23).

Paulo lhes trouxe à memória o fato de que o “tribunal de Cristo” ocorrerá depois do Arrebatamento, não para julgar os pecados que eles haviam cometido antes de conhecer a Cristo (pois todos os pecados foram pagos e perdoados na cruz), mas para avaliar o modo pelo qual viveram a nova vida na qualidade de crentes em Jesus (2 Coríntios 5.10). Nesse tribunal será avaliado o uso que cada salvo em Cristo fez do seu espírito, alma e corpo. Por essa razão, a decisão mais sábia que podemos tomar é a de sermos diligentes no uso de nosso tempo e da nossa energia, de modo que alimentemos regularmente nossa nova natureza com a Palavra de Deus.

Há alguns anos, reuníamos um grupo de jogadores de futebol americano do time do Chargers em nossa casa para estudarmos a Bíblia. Na seqüência de estudos bíblicos demonstrei ao grupo a necessidade de crescermos em nossa vida cristã e expliquei que, apesar de termos nascido de novo em Cristo, o espírito do “velho homem” ainda está presente em nós junto com o espírito do “novo homem”. Então, um dos jogadores perguntou: “Ora, se eu ainda possuo essas duas naturezas, qual delas controla minha vida?”. Minha resposta imediata foi a seguinte: “Aquela que você mais alimenta!”.

Isso continua a ser verdade! Sua consciência espiritual é fortalecida pela quantidade de tempo que você passa com o Mestre e pela prática de Seus ensinos. Se você assume em seu coração o propósito de fortalecer-se “...no Senhor e na força de Seu poder” (Efésios 6.10), um método regular de leitura e estudo da Palavra de Deus promoverá o desenvolvimento de sua nova natureza, a qual, por conseguinte, prevalecerá sobre seu espírito natural. Na Carta aos Hebreus está escrito: “Porque a palavra de Deus é viva, e eficaz, e mais cortante do que qualquer espada de dois gumes, e penetra até ao ponto de dividir alma e espírito, juntas e medulas, e é apta para discernir os pensamentos e propósitos do coração” (Hebreus 4.12).

Essa promessa assegura que até mesmo nossos pensamentos podem se ajustar aos pensamentos de Deus. A comunhão diária com o Senhor nos proporciona um relacionamento mais íntimo com Ele e uma compreensão melhor do Seu poder. Tal relacionamento não pode ser obtido por nossa própria força. Em 2 Pedro 1.3-4, as Escrituras Sagradas nos garantem que é possível alcançar esse padrão elevado de viver para Deus:“Visto como, pelo seu divino poder, nos têm sido doadas todas as coisas que conduzem à vida e à piedade, pelo conhecimento completo daquele que nos chamou para a sua própria glória e virtude, pelas quais nos têm sido doadas as suas preciosas e mui grandes promessas, para que por elas vos torneis co-participantes da natureza divina, livrando-vos da corrupção das paixões que há no mundo”.

Que maior promessa poderíamos obter do que a de nos tornarmos participantes da natureza divina no momento em que depositamos nossa confiança em Jesus Cristo? Se aprendermos a privar nossa velha natureza daquilo que a alimenta, fazendo-a passar fome (i.e., gastarmos menos tempo e energia com coisas banais que não têm valor eterno), desfrutaremos de uma vida vitoriosa com a natureza de Cristo que se encontra em nós.

Na vida moderna, os maiores ataques à nossa mente são oriundos daquilo que assistimos e vemos na mídia eletrônica – os filmes, os programas de televisão e a internet. Grande parte daquilo que é oferecido na mídia eletrônica é prejudicial ao espírito e à mente, impedindo o crescimento de nosso “homem espiritual”.

Charlie “Tremendous” [i.e., “Extraordinário”] Jones, um conferencista evangélico das décadas de 1980 e 1990, freqüentemente dizia: “Você, hoje, é o resultado dos livros que leu e das pessoas com as quais teve contato nos últimos dez anos”. Creio que isso seja verdade, contudo, atualmente eu acrescentaria: “...bem como dos filmes, vídeos, DVDs e programas de TV a que você assiste, além dos sites da internet que tem acessado”. Em termos espirituais, você, hoje, é o resultado da quantidade de tempo que tem dedicado à Palavra de Deus.

Bem no começo de meu ministério pastoral aprendi o método que a organização evangélica The Navigator’s utilizava para ajudar os recém-convertidos a crescerem em Cristo. The Navigator’s desenvolveu o diagrama da “mão”, através do qual apresentava cinco passos para a edificação de uma vida de fé em Jesus Cristo (cada dedo da “mão” corresponde a um passo), a saber:

1. Ouvir a Palavra de Deus (Romanos 10.17)
Participar de uma igreja que creia na Bíblia; uma igreja que ensine a Palavra de Deus e que a ponha em prática como autoridade suprema e final para todos os crentes em Cristo. Tome cuidado com a “igreja emergente” que se denomina “evangélica”, mas não reconhece a autoridade da Palavra de Deus da forma como está escrita na Bíblia.

2. Ler diariamente a Palavra de Deus (Apocalipse 1.3)
Deus optou por nos apresentar uma Palavra escrita e o propósito dEle é que os seres humanos de todas as gerações a leiam. Manter um diário daquilo que você tem aprendido pode ser muito útil. Fazer esse registro diário é realmente muito simples. Apenas peça a Deus que lhe fale pela Sua Palavra, a Bíblia; em seguida, escreva no seu diário cada mensagem que o Senhor, através das Escrituras, comunicou a você naquele dia.

3. Estudar a Palavra de Deus (2 Timóteo 2.15)
Você não pode dar aquilo que não possui. Para estar apto a compartilhar seu testemunho e o amor de Cristo com outras pessoas, é fundamental que você participe de um grupo saudável de estudo bíblico ou se inscreva num curso bíblico por correspondência. A diferença entre um cristão e um servo de Cristo é o estudo bíblico.

4. Memorizar a Palavra de Deus (Salmo 119.11)
Memorizar textos bíblicos faz com que a Palavra de Deus se torne parte de você e é a maneira mais rápida de crescer em Cristo. Esse recurso também lhe será extremamente proveitoso quando você tiver necessidade urgente de orientação e não possuir nenhuma Bíblia à mão. Uma prática que auxilia a memorização é a de escrever versículos específicos num cartão a fim de que a pessoa possa levá-lo e ler, várias vezes ao dia, os versículos nele escritos.

5. Meditar diariamente na Palavra de Deus (Salmo 119.15-16)
A reflexão diária nos textos lidos da Palavra de Deus irá ajudá-lo a aplicar os princípios bíblicos à sua vida. Busque maneiras de colocar em prática no seu viver tudo o que você tem aprendido.

Os propósitos que você estabeleceu para o ano novo podem influenciar seu espírito, sua alma e seu corpo se você realmente deseja aperfeiçoar sua vida íntima e seu relacionamento com Jesus Cristo. Mesmo que você falhe em algum dia, não desista. A Bíblia faz a seguinte declaração sobre o ser humano: “Porque, como imagina em sua alma, assim ele é...” (Provérbios 23.7). Ao investir tempo no estudo da Palavra de Deus e meditar em suas verdades, você tem condição de aplicar à sua vida o que tem aprendido nas Escrituras. O salmista afirmou: “Bem-aventurado [i.e., ‘feliz’] o homem que não anda no conselho dos ímpios [...] Antes, o seu prazer está na lei do Senhor, e na sua lei medita de dia e de noite”. É essa postura que auxilia a pessoa nas muitas decisões que precisa tomar diariamente em sua vida (cf. Mateus 4.4).

Que Deus lhe conceda um abençoado ano novo! Creio que Ele o fará se você nutrir sua alma regularmente com a Palavra de Deus. Jesus disse: “Está escrito: Não só de pão viverá o homem, mas de toda palavra que procede da boca de Deus” (Mateus 4.4). (Tim LaHaye - Pre-Trib Perspectives - http://www.chamada.com.br/).

segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Aula 01 - O SURGIMENTO DA TEOLOGIA DA PROSPERIDADE

Acautelai-vos e guardai-vos da avareza, porque a vida de qualquer não consiste na abundancia do que possui”(Lc 12:15).

INTRODUÇÃO
Nos dias hodiernos, muita ênfase tem se dado à riqueza e à prosperidade, inclusive em muitos púlpitos evangélicos. A mensagem da cruz, da salvação e da santificação tem sido substituída pela pregação da “teologia da prosperidade”, movimento que surgiu nos Estados Unidos, alastrou-se pela América Latina e tem feito muitas igrejas abandonarem o genuíno Evangelho. Este movimento prega que o cristão não pode ser pobre e nem pode sofrer, mas a Palavra de Deus está repleta de exemplos de homens que padeceram dores, enfermidades e escassez. Muitos cristãos vivem em busca de riquezas materiais e se esquecem das riquezas espirituais que Deus nos oferece através de Jesus Cristo (Ef 1:3; 2:6; Tg 2:5). Portanto, faz-se necessário entendermos, à luz das Escrituras, o que é a “Verdadeira Prosperidade”. É o que vamos estudar ao longo deste 1º trimestre de 2012.
I. RAIZES DA TEOLOGIA DA PROSPERIDADE
O pr. Caramuru Afonso Francisco, em sua colaboração para a Escola Bíblica Dominical, sobre o Tema “A promessa da Verdadeira Prosperidade”, informa assim sobre as raízes da Teologia da Prosperidade:
1. Sua origem. A história da teologia da prosperidade teve início com o norte-americano Phineas Parkhurst Quimby (1802-1866), que nasceu em New Lebanon, no estado de New Hampshire. Quimby era um relojoeiro e, a partir de 1847, dedicou-se à cura de doenças por intermédio da mente. Este curandeiro e hipnotizador negava a existência da matéria, do sofrimento, do pecado, da enfermidade etc. Fundador do Novo Pensamento, tornou-se conhecido como o guru da Ciência da Mente. Suas ideias influenciaram a Mary Baker Eddy que, em 1879, fundou a Igreja da Ciência Cristã. Os promotores dos ideais de Quimby procuram se passar por cristãos evangélicos, mas a Bíblia nos adverte com relação a eles e seus assemelhados: “Acautelai-vos, porém, dos falsos profetas, que vêm até vós vestidos como ovelhas, mas interiormente são lobos devoradores”(Mt 7: 15).
Quimby dedicou-se ao estudo da “cura espiritual”, estudo este iniciado com a prática da hipnose, que havia há pouco sido introduzida nos Estados Unidos. Depois de identificar, pela hipnose, de que uma mente poderia influenciar outra, Quimby começa a elaborar o que afirmava ser a “cura das doenças pela mente”. Para Quimby, a “doença era um estado desarranjado da mente” e, portanto, com a realização do “arranjo mental”, ter-se-ia a cura. Para Quimby, saúde é “… sabedoria perfeita e o quanto um homem é sábio, assim é a sua saúde. Como nenhum homem é perfeitamente sábio, nenhum homem pode ter perfeita saúde, pois a ignorância é a doença, embora não necessariamente acompanhada por dor…” (QUIMBY, P. Doença). Percebemos, aqui, portanto, que a ideia de Quimby era de que a saúde era vinculada ao estado espiritual da pessoa.
Depois da morte de Quimby, Eddy diz ter descoberto os fatos importantes relacionados com o espírito e com a superioridade deste sobre a matéria, denominando de “ciência cristã” esta sua descoberta, que deu origem à doutrina. Em 1879, fundou a Igreja do Cristo Cientista, da qual foi eleita presidenta, sendo, em 1881, eleita pastora. Eddy apresentou diversas doutrinas contrárias às Escrituras, de modo que sua “ciência cristã” não pode ser reconhecida nem como ciência, vez que é refutada pelos cientistas, que a consideram uma prática ocultista, nem como “cristã”, na medida em que não põe Cristo no Seu legítimo lugar de único e suficiente Senhor e Salvador do mundo.
2. Principal idealizador da teologia da prosperidade:Essek W. Kenyon. Essek William Kenyon, que se destacou nas décadas de 30 e 40, foi influenciado pela Ciência da Mente, Ciência Cristã e pela Metafísica do Novo Pensamento. Aproveitando-se dos conceitos de Mary B. Eddy, empenhou-se em pregar a salvação e a cura em Jesus Cristo. Dava ênfase aos textos bíblicos que falam de saúde e prosperidade, além de aplicar a técnica do poder do pensamento positivo.
Kenyon, que pastoreou várias igrejas e fundou outras, não era pentecostal. Ele é reconhecido hoje como o pai da Confissão Positiva que, por sua vez, identifica-se com a Teologia da Prosperidade e com a Palavra da Fé ou Movimento da Fé. Kenyon exerceu nítida influência, durante a sua vida, sobre grandes nomes que se tornariam os pregadores mais conhecidos do chamado “movimento da fé”, entre os quais se destacam Kenneth Hagin, Tommy L. Osborn e F.F. Bosworth.
3. Principal divulgador da Teologia da Prosperidade: Kenneth Hagin. Se Essek William Kenyon foi o principal idealizador da “teologia da prosperidade”, coube a Kenneth Hagin a sua divulgação maciça por todo o mundo. Em abril de 1933, teria tido uma dramática experiência, que o levou à conversão, quando, por três vezes, teria morrido, vendo os horrores do inferno e retornando à vida. Em 1934, teria também se levantado do “leito da morte” pela “revelação da fé na Palavra de Deus”. Estudando os escritos de Kenyon, divulgou-os em livros, cassetes e seminários, dando sempre ênfase à confissão positiva. Em 1974, fundou o Centro Rhema de Adestramento Bíblico, em Oklahoma.
Com Hagin temos a configuração do falso ensino da “palavra da fé”, conceito tão importante que é o próprio título da principal revista do ministério criado por Hagin, num desenvolvimento das teses apresentadas por Kenyon. Reside aqui a ideia da “confissão positiva”, ou seja, como dizia Kenyon, “o que eu confesso, eu possuo”.
Essa doutrina se origina em uma “aparição”, em uma “visão” e, o que é mais importante, quando o próprio Hagin afirma que se encontrava aborrecido porque via os ímpios prosperarem, enquanto os membros de sua igreja passavam por dificuldades. Ele diz: “…"Eu costumava me preocupar quando eu via pessoas não salvas obtendo resultados, mas os membros da minha igreja não obtinham resultados. Então clareou em mim o que os pecadores estavam fazendo. Eles estavam cooperados com a lei de Deus – a lei da fé…” (HAGIN, K. Tendo fé em sua fé, p.4,5 apud HOWARD, J).
- Refutação: Não devemos nos perturbar com a prosperidade dos ímpios. Devemos confiar em Deus e saber que tudo coopera para o bem daqueles que amam a Deus e são chamados pelo Seu decreto (Rm 8:28). Se atentarmos para a prosperidade dos ímpios, que é uma prosperidade puramente material e que finda aqui, corremos o risco de nos desviarmos dos caminhos do Senhor, como nos ensina o salmista Asafe (Sl 73). Vemos que, infelizmente, não foi o caminho seguido por Hagin que, excessivamente preocupado com tais circunstâncias, acabou sendo presa fácil de uma “aparição”, que traria um falso ensinamento para o meio do povo de Deus. Aqui no Brasil, um dos segmentos religiosos em evidência, que segue o falso ensino de Kenneth Hagin é a “Igreja Internacional da Graça”.
II. PRINCIPAIS ENSINAMENTOS DA “TEOLOGIA DA PROSPERIDADE”
Veja a seguir alguns ensinamentos de Kenyon sobre a “teologia da prosperidade” que influenciaram os sucessores do seu ideal, e a refutação bíblica:
01) Um dos principais ensinos de Kenyon é o de que “… pecado e doença são um só. Eles não podem dominar a nova criatura (…). O que Deus diz é se você é uma nova criatura, então não há condenação para você. Se não há condenação, a doença não pode ser senhora sobre você.…”(KENYON, E.W. Jesus, o curador).
- Refutação Bíblica: Quando observamos as Escrituras Sagradas, vemos que, embora o pecado tenha gerado, entre suas consequências, a morte física (cf. Gn 3:19) e, por conseguinte, as doenças sejam resultado desta penalidade, não é exato afirmar que a pessoa que contraia doença, necessariamente esteja em pecado. A Bíblia tem exemplos de pessoas que, embora estivessem doentes, estavam em comunhão com Deus, como é o caso de Jó, Eliseu (2Rs 13:14), do cego de nascença (João 9:3) e de Timóteo (1Tm 5:23).
02) Outro ensino de Kenyon é de que a salvação nos livrou da pobreza e da necessidade. Segundo suas palavras: “… Virá a hora em que você saberá que a necessidade e a pobreza são coisas do passado…”.
- Refutação Bíblica: Quando observamos as Escrituras Sagradas, vemos que, embora o pecado tenha gerado, entre suas consequências, a necessidade do trabalho para a sobrevivência do homem e a penosidade deste mesmo trabalho (Gn 3:18,19), não é menos exato de que a pobreza não significa necessariamente que haja pecado. Aliás, pelo contrário, a pobreza foi considerada por Jesus como um obstáculo a menos para a salvação, visto que afirmou que os ricos teriam maior dificuldade para servir ao Senhor (Mc 10:25; Lc 18:25). Na própria igreja primitiva, havia aqueles crentes que viviam da assistência social, ou seja, da caridade pública e nem por isso tinham deixado de ser crentes (At 6:1,2). Os crentes da Judéia estavam passando necessidade a ponto de o apóstolo Paulo fazer uma coleta em seu favor e este fato não o impediu de serem considerados como verdadeiros e genuínos servos do Senhor, chamados, inclusive, de santos (Rm 15:26). Aliás, o mesmo Paulo testifica que Jesus Se fez pobre (2Co 8:9), e nunca pecou (Hb 4:15).
03) Kenyon também ensinou que Jesus, para nos remir, não só sofreu no Calvário, morrendo por nós, como também teve de sofrer no Hades, sede do domínio de Satanás, até que Seus direitos fossem reclamados, quando, então, o diabo não pôde mais detê-lo e Ele ressurgiu - ”… Veja, Jesus foi feito pecado com nosso pecado. Ele Se tornou nosso substituto. Nós morremos com Ele. Fomos sepultados com Ele. Fomos julgados com Ele. Ele foi para o lugar que nós deveriam ter ido e lá Ele sofreu até que os clamores de justiça contra nós fossem encontrados, até que todos os clamores fossem satisfeitos. Então, a sepultura não pôde mais detê-Lo(…). O trabalho foi aceito, terminado por Jesus quando Ele sentou à mão direita do Pai. Ele não foi terminado na cruz. Ele começou na cruz, mas foi consumado quando o sangue foi aceito e Cristo assentado.…” (KENYON, E.W - A realidade da redenção).
- Refutação: A morte de Jesus foi suficiente para alcançar a nossa justificação (Rm 5:10). Não se fez necessário “acerto de contas” algum no Hades com Satanás para que Jesus obtivesse o perdão dos nossos pecados, uma vez que a dívida que o homem tinha era com Deus e não com o diabo. O pecado é desobediência contra o Senhor, é injustiça e é um problema que diz respeito ao relacionamento entre Deus e os homens (Is 59:2). O diabo nada tem, nada representa neste processo, sendo apenas um ser que procura matar, roubar e destruir o homem (João 10:10), mantendo-o iludido com relação às coisas de Deus (2Co 4:4). Jesus completou a Sua obra salvadora no Calvário, como Ele mesmo disse (João 19:30), não havendo sequer um “lugar” onde o diabo reine, como pressupôs Kenyon, até porque o Hades é o lugar dos mortos e, pela história que Jesus nos conta do rico e de Lázaro, o diabo ali não está (Lc 16:19-31), mas, sim, nas regiões celestiais (Ef 6:12), de onde será tirado, junto com os seus anjos, quando chegar a Nova Jerusalém, para receber os santos arrebatados pelo Senhor (Ap 12:7-12).
A morte de Jesus foi suficiente para tirar o pecado do mundo, pois, se não fosse assim, o véu do templo não se teria, naquele momento exato da morte do Senhor, se rasgado de alto a baixo (Mt 26:50,51). A ressurreição de Jesus, além de ser cumprimento da Palavra do Senhor, já vaticinada desde os profetas (Sl 16:8,11; At 2:31; 1Co 15:3), é a garantia de que o Seu sacrifício foi aceito e que o pecado do mundo foi tirado(1Co 15:14). Assim também Sua ascensão aos céus, que é a Sua glorificação, é confirmação da Palavra do Senhor (João 14:1-3) e uma necessidade para que houvesse a dispensação da graça, a demonstração plena do amor de Deus à humanidade (cf. Rm 9).
04) Divinização do homem. Célebre é a frase de Kenyon, que depois foi repetida por Kenneth Hagin: “… Todo homem que ‘nasceu de novo’ é uma encarnação e a Cristandade é um milagre. O crente é tão Encarnação quanto o foi Jesus de Nazaré…”.
- Refutação: Percebemos, portanto, que, para Kenyon, a salvação nos equipara ao próprio Deus, visto que passamos a ter o Espírito Santo e, por isso, nada pode mais nos abalar, estamos praticamente divinizados e é a isto que se denominou de “confissão positiva”, ou seja, a salvação nos traz “direitos”, “afirmações”, “poderes” que, praticamente, nos equipara a Deus. Este tipo de pensamento justifica o nome de “evangelho da Nova Era” que alguns estudiosos deram ao “movimento da fé”, visto que, no fundo, utilizando-se de uma “roupagem evangélica”, chega a mesma conclusão que o movimento Nova Era, qual seja, a de que o homem pode se tornar deus. Este pensamento, bem propício para quem foi influenciado por ideias de que podemos “curar pela mente”, como defendiam Quimby e Eddy, não tem qualquer respaldo bíblico. A salvação não nos faz tornar “pequenos deuses”, mas, sim, “filhos de Deus”, que não deixam, porém, de ser homens e, por isso mesmo, submissos ao Senhor. Quando alcançamos a salvação, retomamos a imagem e semelhança de Deus originais, a posição perdida pelo primeiro casal, que, como se vê, claramente, no livro do Gênesis, era uma posição de absoluta subserviência a Deus, como “mordomos” da criação terrena. O próprio Jesus, ao descrever a condição humana no estado eterno, ou seja, após o desaparecimento destes céus e terra, disse que nós seremos “como os anjos que estão nos céus’ (Mc 12:25), descartando, assim, qualquer “igualdade” entre os redimidos e a Divindade.
05. Negação do Sofrimento. Kenyon defende a ideia de que “como Deus está em nós”, passamos a fazer parte da “divindade”, não podendo, pois, ter qualquer espécie de sofrimento ou de dor: “Nós temos nossa Redenção. Não há coisa alguma que tenhamos de orar ou pedir…”.
- Refutação Bíblica. A negação do sofrimento é outro equivoco da falaciosa teologia da prosperidade. Para essa “teologia”, o sofrimento deve ser rechaçado, pois é uma indicação direta da falta de fé na Palavra de Deus. A realidade, porem, nos mostra fragilidade desse argumento. Muitos dos chamados homens de Deus, cujas histórias encontram-se nas Escrituras, experimentaram o sofrimento e a adversidade, e a Bíblia narra diversos desses sofrimentos (leia Hebreus cap. 11, que fala dos heróis da fé). Em nenhum momento foi atribuído a esses homens faltarem com sua fé quando passaram por agruras, nem que tais agruras eram resultadas direto da falta de fé em Deus. Veja os sofrimentos do apóstolo Paulo exaradas em 2Co 11:22-33; apesar disso nunca demonstrou falta de fé(cf Hb 4:7). Leia também 2Co 4:8-14.
III. CONSEQUENCIAS DA “TEOLOGIA DA PROSPERIDADE”
1. Profissionalismo ministerial e espiritualidade mercantil.
A primeira consequência danosa que a falaciosa “teologia da prosperidade” causa pode ser vista nos púlpitos das igrejas. Há pastores que transformam o púlpito em uma praça de negócios, e os crentes em consumidores. São obreiros fraudulentos, gananciosos, avarentos e enganadores. São amantes do dinheiro e estão embriagados pela sedução da riqueza. Há pastores que mudam a mensagem para auferir lucros. Pregam prosperidade e enganam o povo com mensagens tendenciosas para abastecer a si mesmos.
Muitos têm se aproveitado desta falsa teologia para amealharem riquezas e fazerem do evangelho um negócio rentável e cada vez mais crescente. Esta possibilidade não passou despercebida do Senhor que, em Sua Palavra, já nos primórdios da fé cristã, já advertia os crentes que muitos seriam feitos negócio com palavras fingidas de pessoas inescrupulosas (2Pe 2:3). Antes mesmo da formação da Igreja, o profeta Ezequiel já indicara a existência de pastores infiéis, que têm como objetivo tão somente explorar as ovelhas (Ez 34:4). Eles estão mais interessados no dinheiro das ovelhas do que na salvação delas. Eles negociam o ministério, mercadejam a Palavra e transformam a igreja em um negócio lucrativo.
Hoje estamos assistindo ao fenômeno do mercadejamento da fé. Pastores e mais pastores estão se desvinculando da estrutura eclesiástica e rompendo com suas denominações para criar ministérios particulares, em que o líder se torna o dono da igreja. A igreja passa a ser uma propriedade particular do pastor. O ministério da igreja torna-se um governo dinástico, em que a esposa é ordenada, e os filhos são sucessores imediatos. Não duvidamos de que Deus chame alguns para o ministério específico em que toda a família esteja envolvida e engajada no projeto, mas a multiplicação indiscriminada desse modelo é deveras preocupante.
2. Narcisismo e hedonismo. A “teologia da prosperidade” tem gerado inúmeros cristãos narcisistas, isto é, pessoas que só pensam em si e nunca nos outros; são pessoas egoístas. Paulo nos instrui a nos resguardar contra qualquer forma de egoísmo, preconceito ou ciúme que podem levar à dissensão – “Não atente cada um para o que é propriamente seu, mas cada qual também para o que é dos outros”(Fp 2:4). Portanto, mostrar um interesse genuíno pelos outros será sempre um passo positivo para manter a unidade entre os crentes.
Outra consequência maligna que a “teologia da prosperidade” tem gerado nos corações daqueles que cristãos dizem ser é o hedonismo, isto é, a busca exacerbada e incessante pelo prazer.
O envolvimento com as coisas deste mundo, a busca incessante pelo prazer, que tanto caracteriza o mundo hodierno, é uma das coisas que faz com que se despreze a busca de um tempo dedicado a Deus. Nestes últimos dias, em que há homens “mais amigos dos deleites do que amigos de Deus” (2Tm 3:4), é natural que “não se tenha tempo para Deus”.
A Igreja, no seu todo, e cada crente, em particular, só poderá ser um referencial para o mundo e para os homens se viver de uma maneira diferente do que vive as pessoas que não receberam Cristo como Salvador; se tiver motivos para justificar o convite para que as pessoas que estão lá fora venham para o nosso meio e vivam como nós vivemos. Mas, se convidarmos, e elas vierem, e aqui descobrirem que em nosso meio existe a mesma luta pelo poder, como existe lá fora, o mesmo apego às coisas materiais, as mesmas mentiras e trapaças, os mesmos sentimentos de vaidade, de orgulho e de egoísmo, então, elas não terão motivos para desejarem ficar conosco.
3. Modismos e perdas de ideais. Diversos modismos têm surgido nas igrejas que propagam a teologia da prosperidade. Dentre as inúmeras cito, como exemplo, a “purificação de ambientes”, para “proteção do crente e de sua família”. Nestas chamadas “purificações” são utilizados os mais variados elementos tais como “sal grosso”, “rosa ungida”, “óleo de Israel”, “água do rio Jordão” e tantas outras coisas que nos fazem lembrar as “relíquias” da Igreja Romana, que tantos absurdos e crendices causaram na cristandade, tendo sido vigorosos instrumentos para a campanha anti-religiosa que tomou conta da Europa a partir do século XIX e que é a principal responsável pelo atual nível de indiferentismo religioso que vive aquele continente.
Queridos irmãos em Cristo, isto é pura idolatria, misturada com a mais banal feitiçaria. Como pode um servo de Deus, lavado e remido no sangue do Cordeiro, crer que, para estar livre dos espíritos malignos, deve ter sal grosso em casa, rosa ungida ou ter um frasco com água do rio Jordão? Qual a diferença deste proceder com aqueles que usam patuás, fitas benzidas, pés de coelho, figas ou outros conhecidos amuletos e talismãs? Evidentemente que é nenhuma!
As pessoas crentes que se deixam levar por isto são tão cegas quanto os incrédulos, para não dizer que estão ainda mais longe da salvação do que aqueles, pois, por pura ignorância, não sabem que Jesus liberta de tudo isto e não impõe estas coisas, como é defendido pelos pregadores deste falso e supersticioso evangelho. Tudo isto é resultado da ignorância espiritual.

- Outra consequência terrível da falaciosa teologia da prosperidade é a perda dos ideais cristãos. Muitos cristãos estão preocupados somente com as coisas materiais, com o aqui e o agora, e estão esquecendo que o objetivo precípuo da nossa jornada é morar no Céu(cf João 14:1-3). Infelizmente, boa parte da igreja evangélica tem perdido a dimensão escatológica do Reino de Deus, quando demonstra privilegiar apenas seu aspecto externo, isto é, o “ter” e não seu lado atemporal ou eterno – o “ser”(1Ts 4:17; 1Co 16:22). Encontramos no Novo Testamento certo homem preocupado mais em “ter” do que “ser”(Lc 12:2-5). Ele queria, por exemplo, ter muitos bens materiais, mas, por outro lado, não demonstrou nenhuma preocupação em ser alguém zeloso com as coisas espirituais (Lc 12:21). O apóstolo Paulo foi claríssimo ao afirmar que se esperarmos em Cristo só para as coisas desta vida seremos os mais miseráveis de todos os homens (1Co 15:19). É esta a triste situação espiritual dos milhões que têm procurado Jesus única e exclusivamente para terem a “prosperidade” apregoada pelos falsos mestres da atualidade, eles mesmos escravos da ganância (2Pe 2:3). Isso é lamentável!
CONCLUSÃO
Diante do que foi exposto, cabe a nós refletir sobre o verdadeiro sentido da prosperidade dentro dos padrões divinos. A doutrina da prosperidade, no Novo Testamento, não está fundamentada na posse de riquezas. Jesus dessacralizou o conceito de prosperidade que, anteriormente, se pautava nos bens materiais. A prosperidade verdadeira resulta de uma vida cristã equilibrada, equilibrada pelo contentamento. É claro que precisamos trabalhar “para que tenhamos uma vida quieta e sossegada, em toda a piedade e honestidade” (1Tm 2.2). Isso, no entanto, não deve nos escravizar, colocando-nos à mercê das teias do consumismo, que nos leva a acreditar que não somos felizes se não tivermos um uma mansão luxuosa, um carro importando ou um celular de última geração. A verdadeira prosperidade é Cristo, nEle repousa toda as riquezas de Deus (Ef 2:7). Com Ele, temos razões para estarmos sempre contentes, trabalhando sempre, com respeito e dignidade (Ef 4:28; 1Ts 2:9; 2Ts 3:8), mas confiando nEle que nos supre do que temos real necessidade (Mt 6:33). Pense nisso!
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Elaboração: Luciano de Paula Lourenço – Prof. EBD – Assembléia de Deus – Ministério Bela Vista. Disponível no Blog: http://luloure.blogspot.com
Referências Bibliográficas:
William Macdonald – Comentário Bíblico popular (Novo Testamento).
Bíblia de Estudo Pentecostal.
Bíblia de estudo – Aplicação Pessoal.
Revista Ensinador Cristão – nº 49.
O Novo Dicionário da Bíblia – J.D.DOUGLAS.
Comentário Bíblico Beacon – CPAD.
Comentário Bíblico NVI – EDITORA VIDA.
Caramuru Afonso Francisco - A promessa da verdadeira Prosperidade

domingo, 25 de dezembro de 2011

Lições Bíblicas do 1º Trimestre de 2012




No 1º Trimestre de 2012, estaremos estudando, através das Lições Bíblicas da CPAD, sobre o tema: “A Verdadeira Prosperidade – A Vida Cristã Abundante”. As lições serão comentadas pelo pastor José Gonçalves. Os assuntos são os seguintes
Lição 1 – O Surgimento da Teologia da Prosperidade
Lição 2 – A Prosperidade no Antigo Testamento
Lição 3 – Os Frutos da Obediência na Vida de Israel
Lição 4 – A Prosperidade no Novo Testamento
Lição 5 – As Bênçãos de Israel e o que Cabe à Igreja
Lição 6 – A Prosperidade dos Bem-aventurados
Lição 7 – Tudo Posso Naquele que me Fortalece
Lição 8 – O Perigo de Querer Barganhar com Deus
Lição 9 – Dízimo e Oferta
Lição 10 – Uma Igreja Verdadeiramente Próspera
Lição 11 – Como Alcançar a Verdadeira Prosperidade
Lição 12 – O Propósito da Verdadeira Prosperidade
Lição 13 – Somente em Jesus Temos a Verdadeira Prosperidade
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Nenhuma Teologia jamais fez tanto sucesso no Brasil quanto à “Teologia da Prosperidade”. Alavancada a partir de movimentos pseudopentecostais, essa teologia tem atraído milhões de pessoas em todo o mundo, especialmente em países pobres, onde a fé do povo pode ser mais facilmente explorada. Movidos em primeira mão por suas necessidades básicas, mas em seguida por outras motivações não tão dignas, quanto à inveja, a ganância, o poder, etc, muitas pessoas buscam a Deus tão somente por aquilo que Ele pode oferecer, ignorando o Seu caráter e o desejo do Seu coração de que sejamos pessoas melhores. Diante desse quadro, cabe a nós estudar sobre o verdadeiro sentido da prosperidade dentro dos padrões divinos. É o que vamos fazer no decorrer do 1º trimestre de 2012.

Muito diferente do que ensina a falaciosa “Teologia da Prosperidade”, Prosperidade Verdadeira não significa acúmulo de riquezas e bens, poder adquirido a partir de status social, mas uma satisfação e bem-estar que vem quando nos relacionamos bem com aquilo que temos, quando vivemos satisfeito em meio a toda e qualquer circunstância.

Conforme aponta a Bíblia Sagrada, uma vida próspera se fundamenta em um correto relacionamento com Deus. Isso quer dizer que não podemos estabelecer um ideal de prosperidade em cima de técnicas, fórmulas ou quaisquer outros meios que possam substituir a comunhão do crente com o seu Deus. Quando esse princípio não é observado, então já não temos mais a Prosperidade Bíblica, mas uma “teologia da barganha”. É exatamente isso que estamos presenciando hoje em muitas igrejas ditas evangélicas: um verdadeiro festival de “toma-lá-dá-cá”. Há uma rifa da fé e quem der mais tem a promessa de conseguir muitas bênçãos.

Não tem cabimento a afirmação de que, para ter a promessa da prosperidade se faz necessário que a pessoa seja um dizimista. Não resta dúvida de que o contribuinte da obra de Deus é abençoado pelo Senhor, porque o Senhor ama ao que dá com alegria (2Co 9:7), mas dizer que a condição para ter o suficiente para viver (ou para ser rico e bilionário, como dizem os enganadores), seja necessário primeiro contribuir, dar o dízimo ou, então, “dar o seu tudo” nas fogueiras “santas” da vida, tem-se uma abominável distorção das Escrituras Sagradas, distorção esta que não ficará imune às severas punições divinas àqueles que falsificam a sua Palavra.

A prosperidade prometida pelo Senhor está condicionada única e exclusivamente à justiça, à obediência da pessoa à sã doutrina. Deus promete a prosperidade ao justo, como se vê no Salmo nº 1 e no Salmo 37:25. O texto sagrado fala em justo, não em ofertante ou dizimista. Não existe um “toma-lá-dá-cá”, uma barganha econômico-financeira. Absolutamente não!

Quando se abrem os textos bíblicos relacionados com dízimos, contribuições e ofertas, em momento algum percebemos Deus condicionando a prosperidade a um prévio doar da parte do homem, como se Deus fosse um mendigo, um necessitado. O texto de Malaquias, tão utilizado para estes fins, não serve para este objetivo. Primeiro, o texto está dirigido a Israel, sendo, mais uma vez, uma promessa “nacional”, inaplicável à Igreja e, o que é mais grave, o profeta denuncia, em primeiro lugar, a desobediência à lei (Ml 3:7), isto é, a injustiça, para, então, dizer que ocorria um roubo quando não se traziam os dízimos à casa do tesouro. Mas não é só! Caso os israelitas voltassem a dizimar, o Senhor lhes daria uma bênção tal que lhes traria a maior abastança, ou seja, Deus não prometeu tornar Israel bilionário, mas teria ele o suficiente para ter uma existência digna, que seria louvada entre as nações, que os chamariam de “bem-aventurados” (Ml 3:11). Vemos, pois, todas as características de uma promessa “nacional”, mas que está vinculada à justiça e à abastança. Assim, ainda que se transfira tal promessa à Igreja, não é ela, em hipótese alguma, um compromisso divino para o enriquecimento desmedido nem tampouco uma dispensa de observância da sã doutrina. Na Lição 9 daremos mais ênfase sobre este assunto.

A prosperidade verdadeira é o triunfo, o êxito em alcançar o fim da nossa fé: a salvação da nossa alma (1Pe 1:9). Eis o motivo pelo qual Asafe, quando via apenas os bens materiais acumulados pelos ímpios, quase se desviou da fé (Sl 73:2), mas, ao entrar no santuário de Deus, pôde entender o fim(Sl 73:17), ou seja, o verdadeiro triunfo, o verdadeiro êxito, que é o de obter a salvação da vida na pessoa bendita de Nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. Somente neste fim, diz o profeta Malaquias, veremos a diferença entre o justo e o ímpio (Ml 3:18), entenderemos quem, na verdade, é o exitoso, o triunfante, pois de que adianta ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma? (Mc 8:36).

Que neste 1º trimestre de 2012, o Espírito Santo nos ajude a compreender a Verdadeira Prosperidade, conforme preceitua a Bíblia Sagrada. Amém!


quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

CELEBREMOS O NASCIMENTO DE JESUS

E ela dará à luz um filho, e lhe porás o nome de JESUS, porque ele salvará o seu povo dos seus pecados” (Mt 1.21).

O que mais mobiliza as pessoas na época de Natal? Com certeza é o ato de dar e receber presentes. Porém, mais que uma época de dar e receber presentes, o Natal deve ser uma oportunidade de render graças àquele que foi enviado ao mundo com a missão de redimir o homem de seus pecados, e, assim, proporcionar-nos uma nova vida.

Jesus foi enviado a Terra para trazer a paz, a alegria, o amor, o verdadeiro sentido para nossa vida e o direito de desfrutarmos da vida eterna. Não podemos esquecer que o Seu nascimento mudou a nossa história por completo. Estávamos condenados à morte e ao sofrimento eterno. Seu nascimento, Sua vida, Sua morte e Sua ressurreição trouxeram novas esperanças e a confiança de que um dia todos nós estaremos com Ele, em Sua glória, vivendo eternamente em Seu Reino.

Quando compreendemos o propósito da vinda de Jesus, a grandiosidade do Seu sacrifício, e o confessamos como Senhor e Salvador de nossa vida, o Natal deixa de ser apenas uma data festiva no calendário, pois nos tornamos discípulos dele, vivendo de acordo com o que Ele ensinou com Sua própria vida.

Essa compreensão nos levará a experimentar todos os dias o mesmo sentimento de alegria que os pastores experimentaram ao receber a visita do anjo que lhes anunciou o nascimento de Jesus: “E o anjo lhes disse: Não temais, porque eis aqui vos trago novas de grande alegria, que será para todo o povo, pois, na cidade de Davi, vos nasceu hoje o Salvador, que é Cristo, o Senhor. E, no mesmo instante, apareceu com o anjo uma multidão dos exércitos celestiais, louvando a Deus e dizendo: Glória a Deus nas alturas, paz na terra, boa vontade para com os homens! “(Lucas 2.10,11,13,14).

Que neste Natal você possa repensar no que o nosso Senhor e Salvador veio ensinar-nos por meio de Sua vida e Seu relacionamento com Deus-Pai e com os homens. A Bíblia relata em Lucas 2.52: “E crescia Jesus em sabedoria, e em estatura, e em graça para com Deus e os homens”.

Assim como Jesus, que busquemos intimidade com Deus-Pai, pois receberemos dele a unção, a autoridade e o poder que fortalecerão a nossa fé e a nossa caminhada cristã. Andemos, então, segundo o exemplo deixado por Cristo. Exercitemos o amor, o perdão, a alegria, a paz, a bondade, a mansidão, a tolerância, a compaixão e o domínio próprio.

Se você tem andado longe do Senhor, não deixe passar mais uma oportunidade. Hoje é o dia de retornar para os braços do Pai. Renove os seus votos com uma declaração de amor ao Messias. Medite sobre quem é Jesus e sobre o que Ele fez e poderá fazer por você. Prometa amá-lo, honrá-lo e obedecer a Ele durante todo o tempo de sua jornada nesta terra, pois Ele é o maior interessado na sua vida. Que o Senhor reine em sua vida e em sua família.

Feliz Natal! •

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

COMUNISMO COREANO: IDOLATRIA E OPRESSÃO






Norma Braga




Há alguns anos, quando eu ainda trabalhava como professora de francês, caiu-me nas mãos uma revista feminina francesa que veiculava fotos de multidões de crianças chorando, rostos em desespero, com a simples visão pública do ditador coreano. A reportagem mostrava de que forma elas tinham sido treinadas para reagir assim, em uma calculada histeria coletiva. Aquelas imagens nunca mais saíram de minha mente, como um retrato emblemático da deformação da alma infantil. Não tenho mais a revista, mas qualquer pessoa pode pesquisar e, o inglês ajudando, compreender a crueldade de um regime que obriga as pessoas a adorarem seus líderes e as pune severamente quando se recusam a isso.

Pois morreu o ditador da Coreia do Norte, Kim-Jong il, deixando o mesmo legado comunista que conhecemos: fome generalizada, opressão, tirania, campos de concentração, idolatria (nesse caso, rasgada) e perda da liberdade, além de um punhado de armas nucleares que preocupam o mundo. No Brasil, que é governado por um partido comprometido ideologicamente, a mídia raramente ousa tratar das sistemáticas violações aos Direitos Humanos naquele país. Em uma rápida olhada pela internet, é impossível deixar de reconhecer que as notícias sobre essa morte são pouco informativas e, em geral, vergonhosas, enfatizando as lamentações (em grande número, forçadas!) e usando eufemismos como “mão de ferro” para o ditador cruel que queria a adoração como um deus. O comunismo brasileiro também mostrou de que lado está: a Folha de São Paulo veiculou a rasgada exaltação do PC do B ao regime. Não há desculpas para a falta de informação: até no You Tube há documentários que mostram a real face do totalitarismo comunista coreano.

A Coreia do Norte, hoje, é o primeiro país no ranking da perseguição religiosa, de acordo com o site Portas Abertas. Você, cristão, vai continuar a defender o comunismo? Busque informação e se posicione: você não pode ficar calado diante da perseguição, seja religiosa, seja política. Salgar o mundo, nesse caso, é abrir a boca pelos verdadeiros oprimidos dos sistemas comunistas em vigor, bem como denunciar a opressão em marcha nos países que ainda se consideram “democráticos” – uma opressão que tem sido praticada em nome do amorrrr politicamente correto, e que se revela na aprovação de leis mesquinhas que dão ao Estado o controle da consciência (lei contra a homofobia, lei da palmada, leis que buscam coibir a imprensa etc.), e isto em todo o mundo ocidental.

Fonte:http://normabraga.blogspot.com/2011/12/comunismo-coreano-idolatria-e-opressao.html

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

O MELHOR PRESENTE DE TODOS




O Natal é a época do ano em que enfrentamos shoppings lotados, gastamos até o último tostão e estouramos o limite do cartão de crédito tentando comprar presentes para todos os que amamos – e até para alguns que não amamos.

Mas o maior presente de todos não custa nem um centavo. Não é preciso ficar em pé numa loja apinhada de gente esperando ser atendido para poder comprá-lo. Não é preciso esvaziar a carteira para pagar por ele. E não é preciso sacar o cartão de crédito e acrescentar mais um débito à sua conta já sobrecarregada.

De fato, não é possível comprar esse presente. Tudo o que podemos fazer é recebê-lo. Outra pessoa o comprou para nós. E lhe custou tudo o que tinha.

Na verdade, ele é um presente de muitas facetas, como uma jóia – mas muito melhor. Ele nunca sai de moda. Não se pode perdê-lo. Ele não pode ser arrancado, nem roubado. Ele jamais se quebra, nem precisa de conserto. Não precisamos comprar uma garantia para ele. Além disso, à medida que o tempo passa, ele vai melhorando cada vez mais.

Esse presente existe em quantidade suficiente para todas as pessoas do mundo. Infelizmente, muita gente não sabe nada a respeito dele, ou não entende que tudo o que precisa fazer é pedi-lo. Ninguém jamais tem seu pedido recusado.

Esse é o melhor presente de Natal que alguém pode receber. Aqui estão algumas coisas que vêm junto com ele: perdão dos pecados (Ef 1.7), paz (João 14.27), amor (Rm 8.35), vida eterna (João 3.16), vida abundante (João 10.10), a garantia de uma herança (Ef 1.3,11,14) e um corpo novinho em folha, no futuro (1Co 15.50-54).

Para receber esse presente, tudo o que você tem a fazer é concordar com Deus e admitir que você é pecador. A Bíblia diz: “Não há homem justo sobre a terra que faça o bem e que não peque” (Ec 7.20). Se você já fez alguma coisa que o próprio Deus não faria, você está fora dos padrões dEle (Lv 20.7; Rm 3.23). Portanto, está qualificado a receber esse presente. Na verdade, você precisa dele. Foi por isso que Deus o preparou para você.

“Mas Deus prova o seu próprio amor para conosco pelo fato de ter Cristo [o Messias] morrido por nós, sendo nós ainda pecadores” (Rm 5.8). Jesus recebeu o castigo pelos pecados que você cometeu, porque Ele o ama. E, porque Ele é Deus, ressuscitou dentre os mortos e está pronto a dar-lhe o presente da vida eterna. Tudo o que você tem a fazer é pedir.

Mas como você pode ter certeza de que Ele realmente lhe dará esse presente? Porque Ele mesmo diz: “O que vem a mim, de modo nenhum o lançarei fora” (Jo 6.37). “Porque o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna em Cristo Jesus, nosso Senhor” (Rm 6.23).

Você não gostaria de receber agora mesmo o presente da vida eterna que Deus tem para lhe dar? Basta pedir. Será o melhor presente que você já ganhou na vida. E não existe melhor época para recebê-lo do que agora!

Fonte: http://www.chamada.com.br/

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Aula 13 - A INTEGRIDADE DE UM LÍDER

Texto Básico: Neemias 1:5-11
"Assim os limpei de todos os estranhos e designei os cargos dos sacerdotes e dos levitas, cada um na sua obra, [...] Lembra-te de mim, Deus meu, para o bem"(Ne 13:30,31)

INTRODUÇÃO
A integridade faz parte da vida do líder. Um líder que não é íntegro em sua vida pessoal não é um verdadeiro líder. Para que um líder seja íntegro, ele deve ser sincero, esta sinceridade é verificada em seu viver diário: nas conversações, no agir, nas finanças, no serviço.
Ao examinarmos a vida e o trabalho de Neemias, como foram retratados ao longo deste trimestre, ficamos impressionados com a inabalável lealdade e integridade desse homem em todas as situações que enfrentou. Nenhum sacrifício era demasiado grande e nenhuma tarefa era difícil demais para ele, quando tinha a certeza de qual era a vontade de Deus. Ele estava disposto a adotar quaisquer medidas para colocar em prática aquilo que tinha a certeza de ser a vontade de Deus. Em alguns momentos agiu de forma austera; ele admoestou, repreendeu, protestou, contendeu, amaldiçoou, e até mesmo arrancou os cabelos de alguns(Ne 13:25). Enfim, tornou muito difícil a vida dos impiedosos! Era um homem corajoso e um general astuto em sua luta contra o mal. Além disso, era um trabalhador incansável e um grande restaurador das coisas de Deus. Ele trabalhou duramente a favor da justiça, porem mantinha o coração terno diante do Senhor. Era um homem honesto, íntegro, convicto e piedoso. Sem dúvida, ele foi um magnífico exemplo de liderança.
I. DEUS ESCOLHE E PREPARA LIDERES PARA SUA OBRA
Segundo afirma J. Oswald Sanders, "líderes espirituais não são feitos mediante eleição ou nomeação por homens ou quaisquer grupos de homens, nem por reuniões eclesiásticas ou sínodos. Só Deus pode fazer líderes. O simples fato de uma pessoa ocupar um lugar de importância não a torna um líder; fazer cursos de liderança não produz líderes; a resolução de tornar-se líder não faz da pessoa um líder".[1]
"[...] todo líder deve ter a certeza de que sua tarefa foi designada por Deus e Deus está nela, pois os fardos são muitos pesados e são muitas as horas de dedicação. É importante que os que têm a responsabilidade de escolher o líder também sintam que essa é uma escolha de Deus".[2]
Existem inúmeras pessoas ocupando funções e cargos de liderança na igreja, sem, contudo, estarem habilitadas ou serem vocacionadas por Deus para isso. Pode ser familiar ou parente de quem quer que seja, pode ter dinheiro, pode ser amigo de "fulano" ou "beltrano", pode ter status social, ser influente etc., se Deus não chamou, essa liderança não produzirá os resultados (frutos) esperados.
A escolha de um líder espiritual deveria sempre ser precedida por uma "revelação" visível ou audível da parte de Deus. Um sentimento que promovesse paz e segurança para o coração daqueles que são responsáveis pela indicação de novos líderes. Mas nem sempre isto acontece. Cada vez mais, os propósitos para a indicação de líderes são norteados por interesses pessoais e egoístas por parte daqueles que são detentores do poder de indicar. Há pessoas na igreja que brigam, atropelam, pisam, morrem e matam para serem líderes. Poderão até chegar a alcançar uma posição de líder, mas nunca serão líderes de verdade.
Se você não foi escolhido por Deus para liderar Seu povo, não importa quão maravilhoso seja seu caráter, ou quão bem habilitado você está para a tarefa, você nunca se tornará um grande líder cristão. Por outro lado, tenha a absoluta certeza, de que, se você foi vocacionado pelo Senhor para ser um líder, ninguém, nem nada, poderá impedir que esse propósito de Deus se cumpra de maneira cabal em vossa vida. Pense nisso!
II. AS CARACTERISTICAS DE UM LIDER
1. Integridade espiritual.
Integridade é o proceder santo; é o caráter diferenciado do mundo e da sociedade em que vivemos; é não se conformar com os costumes e modismos que nos cercam; é seguir um padrão de comportamento Bíblico diante de uma sociedade corrupta e imoral. É acima de tudo ser fiel a Deus e à sua Palavra. Em romanos 12:2 o apostolo Paulo assim admoesta: "E não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus". O apóstolo Pedro também diz: "Como filhos obedientes, não vos conformeis às concupiscências que antes tínheis na vossa ignorância"(1Pe 1:14).
Neemias foi um homem integro e temente a Deus, não se limitou a reconstruir os muros e reformar as portas de Jerusalém, mas foi usado por Deus para corrigir desmandos e desvios que estavam ocorrendo em Jerusalém. Restaurou os cultos conforme os ditames da lei de Deus. Ele reconheceu que os casamentos mistos que o povo contraiu eram prejudiciais ao fortalecimento da nação, e exortou o povo a que se separasse dessas pessoas. Em alguns momentos agiu de forma radical, como colocar guardas na entrada da cidade para impedir que houvesse comércio no sábado, mas o fez com o objetivo de tornar viva a lei de Deus para o povo. O autêntico líder espiritual conduz o povo à santidade e a um viver íntegro.
2. Integridade moral. Ter uma vida moral reta é algo que não tem preço; não se pode comprar. Tendo uma vida limpa perante Deus e das pessoas, o líder terá uma visão clara de seus alvos e objetivos; será mais fácil para ele alcançar seus objetivos. Pessoas com problemas de visão procuram um oftalmologista para corrigir o problema. Líderes com problemas em sua vida moral, terão uma visão distorcida do ministério, não mais agirão com clareza. Por isso, é fator primordial ter uma vida limpa.
3. Um testemunho irrepreensível. É indispensável que o líder exerça a sua liderança ao lado de Deus. Para isso, é necessário que o coração do líder seja inteiramente de Deus (2Cr 16:9). Seu viver deve ser irrepreensível(ler 1Tm 3:2; Tito 1:6,7). O que ele ensina em relação às verdades espirituais da Palavra de Deus, devem condizer com a verdade. Não deve acontecer de que um membro chegue diante dele e o acuse de não estar praticando o que prega, de não estar cumprindo este ou aquele outro mandamento da Palavra de Deus.
Os inimigos de Neemias tentaram denegrir a sua imagem com falsas acusações. Mas permaneceu firme em seu trabalho, não se deixando levar pelos comentários maliciosos de seus inimigos, e sempre motivando seus companheiros a que permanecessem constantes em suas posições. Ele entendeu que as falsas acusações que lhe foram enviadas eram frutos da inveja, e agiu focado em sua missão, demonstrando, cinquenta e dois dias depois, o resultado de sua fé, de seu trabalho e de sua coragem: os muros de Jerusalém reconstruídos e as portas reformadas.
Outro exemplo é o de Daniel. Ele era irrepreensível, nada havia que as pessoas pudessem falar com relação a faltas em sua vida. Sendo assim, seus inimigos tentaram achar algo para acusá-lo na lei de Deus. Nada encontraram. Por fim, tiveram que fazer algo para que ele viesse a cair, mas sua vida espiritual era tão elevada que mesmo diante do decreto do rei, ele não sucumbiu. Sua firmeza espiritual foi o seu segredo (Daniel cap. 6). Não esqueçamos que liderança é exemplo. O discurso do líder tem de ser coerente com a sua prática.
4. Exerce influencia em tudo que faz na vida das pessoas. O líder é uma pessoa cuja influência se faz sentir em todos os aspectos. Por onde quer que vá, ele é alvo de observações e por isso há de exercer uma influência na vida das pessoas que o cercam. Ele não deve procurar fazer certas coisas somente para que outras pessoas vejam que ele está fazendo, mas ele deve ter em sua mente que quando ele faz alguma coisa os outros estão observando o seu modo de fazer ou agir. Até mesmo tudo o que o líder fala, faz ou pensa serve para influenciar os seus liderados, quer positiva, quer negativamente. De uma maneira ou de outra, o líder, influenciará os seus liderados em tudo o que faz, portanto, é necessário que se tenha o máximo cuidado para não ser uma influência negativa na vida deles.
III. A VIDA DEVOCIONAL DO LIDER DE DEUS
1. A oração.
Sem oração o líder não vai a lugar algum. Não se pode conduzir o rebanho de Deus sem oração. O líder que negligencia esta ferramenta é considerado presa fácil para Satanás, por ausência do poder de Deus em sua vida. Por meio da oração, o líder busca saber a orientação de Deus para os determinados fins que aspira realizar. As vitórias são conquistadas quando os joelhos são dobrados diante de Deus. A oração é a nossa maior arma; é o maior meio que nós temos para recorrer aos recursos infinitos de Deus.
O Senhor Jesus Cristo é o nosso maior exemplo. Ele começou Seu ministério terreno em oração. Deu prosseguimento ao ministério em oração e terminou a Sua vida aqui na terra da mesma forma que iniciou, em oração (Mt 26:39-42; Lc 5:16; 22:41-44). Que belíssimo exemplo a ser seguido, imitado, almejado. O líder deve ser exemplo.
Muitas vezes, o líder se encontra sob o peso da responsabilidade da liderança para com os liderados. Esse peso pode drenar-lhe muito de suas forças e energias. Quando este se encontra sobrecarregado com o peso do ministério e as várias circunstâncias que podem estar à sua volta, provavelmente o único meio de vir a aliviar sua tensão é através da oração. A oração deve ser a base para todo líder prosseguir com o seu ministério. Sem oração não existe liderança profícua.
Neemias era um homem dedicado à oração. Orou no palácio, pedindo a Deus pela oportunidade de poder ir a Jerusalém e restaurar a cidade(ler Ne 1:5-11). Ele orou diversas vezes, rogando a Deus que o direcionasse em seus desafios, e acima de tudo, reconheceu que Deus estava dirigindo a história da restauração.
Qualquer obra que for feita deve ser em oração. Os servos de Deus, em comunhão com Ele, têm ousadia em falar com Ele, da mesma forma que Neemias teve ousadia em falar com o rei(Ne 2:1-8). A oração é uma verdadeira luta, uma luta que o obreiro de Deus deve tratar sem se cansar(1Ts 5:17). A oração deve ser como sangue que passa em nossas veias, constantemente.
2. O estudo da Palavra de Deus. Além da oração, outro aspecto que deve ser uma constante na vida espiritual diária do pastor que lidera é a leitura e o estudo da Bíblia Sagrada, que é a Palavra de Deus. A Bíblia Sagrada é a Palavra de Deus e a principal fonte de revelação da vontade de Deus para com o homem. Se queremos ter uma vida de comunhão com Deus, faz-se mister que saibamos qual é a vontade dEle para com o homem e esta vontade está estampada na Palavra de Deus.
O ponto fundamental para conhecermos o caráter e a vontade de Deus é conhecer a Sua Palavra e, por este motivo, Jesus sempre demonstrou que Seu ministério nada mais era senão o cumprimento das Escrituras (Mt 5:17,18; João 5:39; Lc 24:44-47). O estudo e o ensino da Palavra era, ao lado da pregação do Evangelho, o principal e exclusivo trabalho dos apóstolos na igreja primitiva (At 6:2,4). O apóstolo Paulo foi um líder que deu imenso valor o estudo da Palavra de Deus. Em Éfeso, ele ensinou a Palavra durante dois anos, e o ensino era diário - Leia Atos 19:8-10.
Vimos no capítulo 8 de Neemias que o povo se reuniu para ouvir a Palavra. A leitura, a explicação e a aplicação da Palavra trouxeram choro pelo pecado e alegria de Deus na vida do povo. Vimos também que a liderança reuniu-se para aprofundar-se no estudo da Palavra e o resultado foi a restauração da vida religiosa de Jerusalém. Essas reuniões de estudo aconteceram durante 24 dias (8:1-3,8,13,18; 9:1). Havia fome da Palavra. O estudo e a obediência dela trouxeram um poderoso reavivamento espiritual. Não temos nenhum outro relato bíblico de um culto tão impressionante quanto esse, quando o povo, pelo exemplo de seus líderes, reuniu-se durante um mês para estudar a Palavra e acertar a sua vida com Deus.
Através do estudo da Palavra de Deus, liderado por Esdras e Neemias, os israelitas compreenderam que se tivessem guardado a Lei do Senhor não tinham ido para o cativeiro, as cidades não tinham sido devastadas e os muros não necessitavam de reconstrução. O arrependimento pelos pecados cometidos fez com que o povo de Israel assumisse um compromisso de obedecer ao Senhor e à Sua Palavra.
O salmista alerta que a felicidade do homem está em ter prazer na lei do Senhor de dia e de noite (Sl 1:1,2) e, desde o tempo de Moisés, é dito que o segredo da própria vida espiritual é o fato de termos conhecimento e praticarmos, dia-a-dia, a Palavra do Senhor (Dt 6:1-9).
Portanto, o pastor que exerce liderança deve ser um homem que ame de verdade a Palavra de Deus, a Bíblia Sagrada. Ele não pode ler e estudar a Bíblia profissionalmente, buscando mensagem; deve lê-la e estuda-la com avidez, e respeitá-la. Ao subir ao púlpito, o povo deve ver seu amor e seu zelo pelas Escrituras. Ao expô-la, ele deve mostrar conhecimento da Bíblia e como ela se aplica à vida do povo. Para acontecer isto, o pastor deve estudá-la.
3. Adoração ao Senhor. Os nossos compromissos com Deus não devem ser apenas gerais, mas também, e, sobretudo, em áreas específicas como, por exemplo, a adoração ao Senhor. O fim principal da nossa vida é glorificar e adorar a Deus, por isso o culto deve ser o centro da nossa vida. O rev. Hernandes Dias Lopes citando John Piper diz que adoração, e não missões, é a ocupação principal da igreja, porque Deus, e não o homem, é o centro de todas as coisas. O propósito de missões é que os povos adorem o Deus vivo, que está assentado no trono do universo. Conforme disse Hernandes Dias Lopes, John Frame, escrevendo sobre adoração, afirma: "A adoração deve ser teocêntrica. Nós adoramos a Deus porque Ele supremamente merece ser adorado e deseja ser adorado. Nós adoramos para agradar a Deus e não a nós mesmos. Nesse sentido, adoração é vertical, focada em Deus. Não devemos adorar para sermos entretidos ou para melhorar a nossa auto-estima, mas para honrar nosso Senhor que nos criou e nos redimiu".
Na dedicação dos muros e portas de Jerusalém, Neemias preparou um culto especial de adoração e louvores a Deus (Ne 12:27) e ordenou que dois corais fossem à frente dos cortejos durante a celebração(Ne 12:38). O verdadeiro líder adora a Deus, porque sabe que toda a glória deve ser endereçada ao Senhor de toda a glória. Neemias adorou a Deus: "Ah! Senhor, Deus dos céus, Deus grande e terrível, que guardas o concerto e a benignidade para com aqueles que te amam e guardam os teus mandamentos!"(Ne 1:5). Deus deve ser adorado por ser quem ele é: bendito, exaltado, supremo. Diante dele os anjos se curvam. "Ora, ao Rei dos séculos, imortal, invisível, ao único Deus, seja honra e glória para todo o sempre. Amém"(1Tm 1:17).
CONCLUSAO
O segredo da vitória de Neemias frente aos desafios que enfrentara, foi a sua "integridade". O verdadeiro servo de Deus deve ser um íntegro, ou seja, estar inteiramente moldado pelo Senhor. É a sinceridade (ser "sem cera", sem qualquer trinco em seu caráter), que nos permitirá vencer o mal e alcançar a vida eterna. Será que podemos repetir as palavras do apóstolo Paulo: "sede meus imitadores, como eu sou de Cristo? "(1Co 11:1). Não nos esqueçamos de que nosso Deus conhece o íntimo do homem (1Sm.16:7; Jo 2:23-25). Assim, não adianta participarmos dos cultos e demais reuniões se não formos sinceros, íntegros e tementes a Deus.
Concluindo, gostaria de dizer que há muito para se reconstruir em nossos dias, ou seja, o mundo (humanidade) está com os muros fendidos e as portas destruídas. A humanidade está em calamidade espiritual, moral e material. Deus precisa contar com mulheres e homens destemidos e determinados para refazer lares e revitalizar vidas. Aprendamos, pois, com Neemias que em momento algum retrocedeu. Não faltaram motivos para que esse servo de Deus viesse a fracassar ou desanimar com o ministério que Deus lhe havia confiado, ou seja, revitalizar a cidade de Jerusalém que estava totalmente destruída (cf Ne 2:13-17). No entanto, mesmo diante dos obstáculos foi capaz e muito perseverante em seu objetivo, buscando forças no Senhor para começar e terminar a tarefa de reconstrução da cidade. Coragem, determinação, comprometimento, motivação, amor à obra de Deus e outras qualidades foram muito importantes para o sucesso e triunfo ministerial de Neemias. Da mesma forma a liderança das igrejas locais podem muito bem ser comparadas ao trabalho de Neemias, pois o dia-a-dia de um pastor-líder é desafiador e muito desgastante. Como Neemias, o pastor enfrenta todo tipo de oposição. Apesar de tudo, o Senhor Jesus falou que: "ninguém que lança mão do arado e olha para trás é apto para o reino de Deus"(Lc 9: 62).
Aqui concluímos o estudo do precioso livro de Neemias, conforme tópicos propostos pelas lições da CPAD. Aprendi muito com a vida e obra deste grande homem de Deus. E você, o que achou?
Muito obrigado por acompanhar-me durante todo este trimestre. Espero que os subsídios tenham contribuído para otimizar suas aulas. Que Deus esteja com todos nós no decorrer do ano de 2012. Que o Espírito Santo conserve em nós a mesma integridade, sinceridade, desvelo, obediência a Palavra de Deus, dependência total dEle, e demais qualidades que fizeram de Neemias um servo amado por Deus. Que ao longo de 2012, Deus se agrade de nosso trabalho como se agradou do trabalho de Neemias. Amém?
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Elaboração: Luciano de Paula Lourenço – Prof. EBD – Assembléia de Deus – Ministério Bela Vista. Disponível no Blog: http://luloure.blogspot.com
Referências Bibliográficas:
William Macdonald – Comentário Bíblico popular(Novo Testamento).
Bíblia de Estudo Pentecostal.
Bíblia de estudo – Aplicação Pessoal.
Revista Ensinador Cristão – nº 48.
O Novo Dicionário da Bíblia – J.D.DOUGLAS.
Comentário Bíblico Beacon – CPAD.
Comentário Bíblico NVI – EDITORA VIDA.
Hernandes Dias Lopes – Neemias -o líder que restaurou uma nação.
BARNA, George (editor). Líderes em ação: sabedoria e encorajamento na arte de liderar o povo de Deus. Campinas, SP: United Press, 1999.
[1] SANDERS, J. Oswald. Liderança espiritual: os atributos que deus valoriza na vida de homens e mulheres para exercerem liderança. São Paulo: Mund Cristão, 1985.
[2] HABECKER, Eugene B. Redescobrindo a alma da liderança. São Paulo: Vida, 1998.

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Aula 12 - AS CONSEQUENCIAS DO JUGO DESIGUAL

Texto Básico: Neemais 13:23-29
"Não vos prendais a um jugo desigual com os infiéis; porque que sociedade tem a justiça com a injustiça? E que comunhão tem a luz com as trevas?"(2Co 6:14)

INTRODUÇÃO
O casamento não é um contrato social. É a união divinamente dirigida, de um homem com uma mulher, com o objetivo de constituir família e servir e adorar a Deus. Essa união deve ser entendida no sentido amplo e abrangente; trata-se de uma união, ao mesmo tempo, espiritual, física e social.
O casamento é a única forma de união consagrada por Deus para a constituição da família, objetivando o bem-estar do ser humano em todos os aspectos da vida. Foi o próprio Deus quem instituiu o matrimônio. Na Bíblia, vemos o casamento elevado a um nível bem alto, como observamos na Epístola aos Hebreus 13.4: "Venerado seja entre todos o matrimônio e o leito sem mácula; porém, aos que se dão à prostituição, e aos adúlteros Deus os julgará".
Nesta aula estudaremos acerca do casamento misto; veremos como o cristão deve encarar o casamento, e compreender que as uniões mistas prejudicam o povo de Deus. Deus nunca aprovou a união dos israelitas com os outros povos. Todas as vezes que Israel desobedeceu à ordenança do Senhor sobre o casamento misto, sofreu duras consequências. Da mesma forma também não é da vontade de Deus o casamento entre o fiel e o infiel; a Bíblia chama isso de jugo desigual. Como pode haver comunhão genuína entre o casal, que não concorda entre si sobre questões espirituais? Diz a Bíblia: "Porventura andarão dois juntos, se não estiverem de acordo?"(Am 3:3).
I. O CASAMENTO NO ANTIGO TESTAMENTO
Não é de hoje que o assunto "casamento misto" vem sendo apresentado nas Escrituras como um dos grandes perigos ao Reino de Deus, desde a fundação de Israel até os dias da Igreja. Há pessoas que pensam que Deus tem em mente, proibindo os casamentos mistos, tirar a alegria de um casal que pretende se unir pelos laços do matrimônio. O que o Senhor deseja é ver preservada a comunhão com Ele. O Senhor mesmo instituiu o casamento como uma regra, mas deixou claro uma exceção: a união entre quem pertence ao povo de Deus com uma pessoa que não pertence ao povo de Deus. Deuteronômio 7:3,4 deixa claro a forma com que os israelitas deveriam se portar quando entrassem na terra prometida: não deveriam realizar pactos de paz com as nações que lá existiam, e principalmente não aparentar-se com elas. O princípio ordenado por Deus aos israelitas é que eles reconheçam o Senhor como único e verdadeiro Deus.
1. A natureza do casamento. O casamento tem por objetivo não somente a necessidade do homem de procriação e de companhia, mas também de satisfazer suas necessidades sexuais. Na cidade de Corinto a imoralidade sexual era descomedida e sem limite. E os cristãos daquela igreja, principalmente os incautos e os solteiros, corriam sério perigo em sua vida espiritual e no padrão moral familiar. Tal como era naquela cidade, acontece hoje. Por isso a recomendação de Paulo sobre a necessidade do casamento é bastante clínica: "mas, por causa da prostituição, tenha cada homem sua própria mulher e cada mulher seu próprio marido"(1Co 7:2). Este versículo mostra que o casamento trata de uma aliança monogâmica e heterossexual, comprometendo um homem e uma única mulher(Gn 1:26,27; 2:18; 3:16). Portanto, o ajuntamento homossexual é uma excentricidade e uma abominação aos olhos de Deus(ler Lv 18:22).
Também, o texto de 1Corintios 7:2 estabelece o princípio de que a ordem de Deus para seu povo permanece como sempre foi, a saber, que cada pessoa deve ter apenas um cônjuge - é o princípio da monogamia; a afirmação de que cada homem deve ter a sua própria mulher implica monogamia.
O escritor aos Hebreus diz que devemos respeitar o casamento e que este deve ser constituído "sem mácula", ou seja, sem mancha (Hb 13:4). Qual seria a mancha deste casamento? O mesmo texto que nos manda respeitar o casamento responde: a prostituição, ou seja, a impureza sexual (que envolve toda e qualquer prática sexual antes do casamento) e o adultério (que é a prática sexual de um casado com quem não é seu cônjuge).
O casamento entre o homem e uma mulher quando é realizado com amor recíproco preserva e protege a pureza moral da sociedade a partir da família.
O casamento é uma aliança, um pacto, então não deve ser quebrado. Se o nosso Deus é um Deus de aliança, e Ele não quebra nem permite quebra de aliança, também não permite que o casamento seja quebrado. Como Deus não se divorcia do seu povo, assim ele não permite que marido e mulher se divorciem. Divorciar-se é quebrar o matrimônio da Aliança. Lemos em Malaquias 2:16: "Porque o Senhor Deus de Israel diz que odeia o divórcio...".
Precisamos compreender o texto de Mateus 19:1-7 em que Jesus diz que o divórcio é proibido, mas que foi permitido por causa da dureza do coração. Deus nunca intencionou o divórcio, pois este contraria a essência do casamento como uma aliança que nunca deverá ser quebrada, anulada. Você então pergunta: Por que foi dada a permissão para o divórcio conforme Mateus 19:7? Jesus responde em Mateus 19:9: "Quem repudiar sua mulher, não sendo por causa de relações sexuais ilícitas, e casar com outra comete adultério...". Note bem que a única razão para o divórcio conforme Jesus é o adultério, e isto para proteger a parte inocente, e não para dar às pessoas uma maneira fácil de cair fora de um relacionamento desagradável. Fora do adultério, o casamento só pode ser dissolvido pela morte. Divórcio é o atestado do pecado humano.
2. Casamentos proibidos. O povo de Israel recebeu advertências enérgicas de não se misturar com as nações pagãs e idólatras que habitavam em Canaã (Dt 7:1-5). Deus havia escolhido Israel para ser o seu povo próprio, separado para Ele(ler Dt 7:6-11). Não desejava que fosse como as outras nações. Não o escolheu por ser mais numeroso (era o menor de todos os povos). Escolheu-o simplesmente porque o amava e desejava que lhe obedecesse em todas as coisas, inclusive não promovendo matrimônios com pessoas fora da sua linhagem.
Neemias usou como exemplo os erros de Salomão para ensinar o seu povo (Ne 13:26). Se um dos maiores reis de Israel caiu por causa da influência dos incrédulos, outras pessoas também poderiam cair. Neemias enxergou este principio no exemplo de Salomão. Seus dons e pontos fortes não terão beneficio algum se você falhar em lidar com suas fraquezas. Embora Salomão tenha sido um grande rei, seus casamentos com mulheres estrangeiras trouxeram uma grande tragédia para todo o seu reino (ler 1Reis cap. 11). Sob a influência de suas mulheres estrangeiras, Salomão construiu altares aos deuses estranhos, caindo assim no pecado da idolatria (ler 1Rs 11:6-8). Uma propensão ao pecado deve ser rapidamente reconhecida e tratada; caso contrario, ela pode nos dominar e derrubar. Portanto, devemos ter cuidado com as uniões que vão de encontro aos princípios estabelecidos por Deus ao seu povo, exarados na Bíblia Sagrada.
II. O CASAMENTO MISTO NO TEMPO DE NEEMIAS
1. A constatação do erro.
Não sabemos o motivo dos casamentos mistos entre os israelitas, mas sabemos que Deus se desagradara deles, e que exigia uma mudança urgente daquela situação. Neemias relata que houve consenso entre os filhos de Israel, de não entregarem suas filhas para os povos da terra, nem desses povos tomarem esposas para seus filhos (Ne 10:30). Mas quando do seu retorno à Jerusalém, constatou que havia irregularidades em muitos casamentos, até mesmo na linhagem sacerdotal (Ne 13:28); o mesmo erro que levou Salomão à queda espiritual(Ne 13:26; veja 1Rs 11:5). Ele disse: "Vi também, naqueles dias, judeus que tinham casado com mulheres asdonitas, amonitas e moabitas"(Ne 13:23). Agora, deveriam se separar dos seus cônjuges estrangeiros (Ne 13:30). Deve ter sido uma situação muito difícil para aqueles homens. Não é fácil cortar laços familiares antigos, mas Deus o exigiu, a fim de que o povo pudesse ser abençoado e cumprisse os mandamentos do Senhor. É claro que para a Igreja isso não seria aplicável (ler 1Co 7:12,13). O compêndio doutrinário da Igreja é o Novo Testamento; não estamos mais debaixo da lei, mas da Graça de Deus (cf Rm 6:14). Todavia, a admoestação do apóstolo Paulo é que os crentes devem casar "no Senhor" (cf 1Co 7:39). Isso significa, em primeiro lugar, que a pessoa cristã deve casar-se com uma pessoa, também, cristã, desde que seja "no Senhor", ou seja, "segundo a vontade do Senhor". Em outras palavras, a pessoa cristã pode casar-se com uma pessoa, também, cristã e, ainda assim, estar fora da vontade do Senhor. A pessoa deve buscar a orientação de Deus nessa importante questão e casar-se com a pessoa que Deus preparou para ela.
Entre as diversas formas com que Deus pode ser esquecido como único e verdadeiro Deus é justamente quando um de seus filhos ou filhas resolve se unir com quem não é filho dEle. Esse tipo de convivência tende a suprimir a fé de um dos cônjuges, e afastá-lo de suas crenças e culto. Essa é uma forma de se negar a Deus, e começa justamente pelos sentimentos que um(a) crente nutre por um(a) não-crente. Isto pode parecer radical para algumas pessoas hoje, mas Deus deixa claro o motivo: "pois elas fariam desviar teus filhos de mim, para que servissem a outros deuses"(Dt 7:4). Portanto, Deus, em sua sabedoria, determinou que o povo fosse preservado em sua fé também a partir do matrimonio.
2. As consequências do casamento misto. O casamento misto sempre foi um problema na história do povo de Deus. O dilúvio foi provocado quando os filhos de Deus se casaram com as filhas dos homens, ou seja, quando houve casamentos entre aqueles que serviam a Deus com aqueles que não O serviam (Gn 6:1-3). Mais tarde, quando o povo de Israel entrou na Terra Prometida, o casamento misto foi uma das causas da apostasia espiritual da nação, desaguando no cativeiro babilônico (Êx 34:16). Ao tirar Israel do Egito, Deus ordenou-lhe, de modo claro e veemente, que não se misturasse com outros povos (cf Ex 34:12,16).
O casamento misto pode provocar: conflitos conjugais, desmoronamento do lar, perda das referencias culturais e espirituais (Ne 13:23-29). Veja o que Neemias diz: "E seus filhos falavam meio asdonita e não podiam falar judaico, senão segundo a língua do povo"(Ne 13:24). O que Neemais quis dizer aqui? Perda de referencias culturais e, também, espirituais. Os filhos desses casamentos mistos não conseguiam falar a língua de Israel de forma correta, mas falavam a língua dos países dos quais um de seus pais era oriundo; isto significava que elas não estava sendo educadas no caminho de Deus(Lv 20:7), mas educadas na cultura pagã e, sem dúvida, nos seus ritos pagãos. Isso deixou Neemias bastante irritado, a ponto de agir de forma violenta contra alguns deles (Ne 13:25).
Não é muito diferente na igreja hoje. Há jovens em nossas congregações que se enamoram não crentes, imaginando que no relacionamento poderão ganhá-los para Jesus, como se o namoro fosse uma forma adequada de evangelismo. Essa "estratégia" não tem o apoio do Senhor, até porque o nosso testemunho fala mais alto quando obedecemos a Deus, e não quando o desobedecemos em assuntos tão importantes como esse.
Portanto, o motivo para proibirem o casamento misto não era racial, mas espiritual. A questão não era preconceito racial, mas pureza doutrinária. A mistura de credos levaria ao afrouxamento das relações com Deus. Esdras (Ed 9:1-3), Neemias (13:23- 29) e Malaquias (Ml 2:10-16) confrontaram esse problema de forma firme depois do cativeiro babilônico.
Os casamentos mistos foram tão sérios em Israel que até filhos de sacerdotes se casaram com mulheres estrangeiras (Ed 10:18; cf Ne 13:28). Isto quase atingiu fatalmente o coração da religião judaica. Um dos filhos de Joiada, filho do sumo sacerdote Eliasibe, casou-se com uma filha de Sambalate, o grande inimigo dos judeus (cf Ne 13:28).
Portanto, o princípio espiritual de se evitar o casamento misto é lealdade a Deus. Essas uniões mistas com estrangeiros pagãos eram condenadas pela lei (Ex 34:12-16; Dt 7:3; Ed 9:12,14), mas era permitida quando o estrangeiro era convertido a Deus. Rute, por exemplo, sendo moabita, casou-se com Boaz e tornou-se membro da família genealógica do Messias.
III. RESPONSABILIDADE MINISTERIAL ACERCA DO CASAMENTO
1. O jugo desigual.
O povo de Israel havia prometido não permitir que seus filhos se casassem com pagãos (Ne 10:30). Mas na ausência de Neemias o povo havia se casado com pagãos, desobedecendo, ostensivamente, a aliança que havia previamente firmada com Deus. Neemias ficou indignado com a desobediência do povo. A reação de Neemias foi bastante enérgica e contundente (Ne 13:25). Ele adotou várias medidas saneadoras tanto na administração da cidade quanto no exercício do santo ministério. Ele sabia que o povo jamais teria a benção de Deus se continuasse a misturar-se com os idólatras. O severo tratamento aplicado por Neemias aos israelitas que quebraram o pacto com Deus contrasta sua profunda fidelidade a Deus e a negligencia, desobediência e infidelidade do povo (ver também Esdras 10:3). O jugo desigual não era e nem é permitido.
Não podemos ignorar os perigos do jugo desigual. O apostolo Paulo, escrevendo sob a influência e inspiração do Espírito Santo, diz que precisamos nos separar dos incrédulos e não nos envolvermos em alianças ou sociedades com eles. Ele admoesta: "Não vos prendais a um jugo desigual com os infiéis; porque que sociedade tem a justiça com a injustiça? E que comunhão tem a luz com as trevas?"(2Co 6:14).
A palavra "jugo" refere-se à canga, um implemento de madeira, utilizado para prender uma junta de bois pelo pescoço e ligá-los à carroça ou ao arado. Se alguém tentasse prender um boi com uma mula por meio do jugo, o resultado seria desastroso, pois eles não trabalhariam bem em conjunto (ler Dt 22:10). Dois bois ou duas mulas seriam bons, mas as diferenças de temperamento e de tamanho entre bois e mulas não permite combinar os dois. O ponto aqui é que os crentes precisam evitar qualquer situação em que fiquem em jugo desigual com um incrédulo. Isso inclui exemplos como namoro, casamento, sociedades nos negócios, associações voluntárias (clubes, etc.) por meio das quais aqueles que não têm os mesmos valores espirituais possam exercer pressão sobre você. As amizades íntimas com as pessoas erradas também devem ser evitadas.
2. As consequências do jugo desigual. O casamento é considerado um pacto entre duas pessoas e Deus (Pv 2:17; Ml 2:14). Assim, o casamento misto(jugo desigual) corrói a própria base do casamento. O lar deve ser a base da sociedade, a estrutura sobre a qual uma nação se constrói. O Novo Testamento testemunha contra o casamento de cristãos com incrédulos. Como já frisei acima, Paulo pede aos cristãos que se casem "somente no Senhor"(1Co 7:39). Hoje, porém, como em outras épocas, alguns cristãos tentam apresentar boas justificativas, imaginando que conseguirão levar o cônjuge incrédulo a Cristo. Todavia, isso raramente acontece, e os filhos tendem a seguir o caminho do cônjuge não regenerado, à semelhança das crianças israelitas do tempo de Neemias, que não possuíam quaisquer referencias espirituais. E muitos, que no inicio era cristão, com o decorrer do tempo se tornam apóstatas por influencia do outro cônjuge descrente.
Querido irmão, tudo aquilo que não contribui em coisa alguma para nossa aproximação com Deus deve ser evitado. Portanto, quando formos meditar sobre esta ou aquela conduta, lembremo-nos que o que está em jogo é o nosso relacionamento com Deus e que Deus quer que nós nos santifiquemos.
3. Uma recomendação sempre atual. Com relação ao casamento misto, o rev. Hernandes Dias Lopes aponta três possibilidades: (1) o cônjuge incrédulo não se converter; (2) o cônjuge incrédulo converter-se; (3) o cônjuge crente afastar-se da igreja. Setenta e cinco por cento dos casamentos mistos tornam-se experiências amargas para o cônjuge crente. Você teria coragem de pegar um vôo para determinado destino sabendo que naquela rota 75% dos vôos estão caindo? Você se aventuraria num casamento misto, sabendo que 75% por cento deles estão naufragando ou enfrentando sérios problemas?
Os jovens precisam se acautelar nessa área vital da vida. Creio que todo jovem crente precisa observar alguns aspectos antes de dizer sim no altar. A pessoa com quem vai se casar já nasceu de novo? É uma pessoa que tem caráter aprovado? Ela possui valores familiares sólidos? É uma pessoa que respeita os pais? Ela respeita você? Essa pessoa ama você e demonstra isso em palavras e atitudes? Seus pais apóiam esse relacionamento? As pessoas que acompanham você testificam positivamente acerca desse relacionamento? Pense nisso!
Sejamos cautelosos e prudentes ao tomarmos decisões que influenciarão as nossas vidas para sempre. A exemplo de Neemias, oremos ao Senhor, pedindo-lhe que venha abençoar e purificar o seu povo(Ne 13:29)!
CONCLUSÃO
Água e óleo não se misturam,
porque são substancias heterogêneas. Com os casamentos mistos acontece a mesma coisa, ou seja, humanamente pode haver uma ligeira impressão de unidade, mas Deus não vê assim. Isto significa que casamentos, cujos cônjuges professam fé diferente e que não tem a Bíblia como regra de fé e pratica é como água e óleo num mesmo recipiente, não há unidade. Como andarão juntos se não professam a mesma fé? Qual educação religiosa prevalecerá em relação aos filhos? Em que tipo de fé serão ensinados? Sigamos,a ordem do Senhor de não contrair matrimonio com os infiéis, para que tenhamos uma família abençoada por Ele. Amém?
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Elaboração: Luciano de Paula Lourenço – Prof. EBD – Assembléia de Deus – Ministério Bela Vista. Disponível no Blog: http://luloure.blogspot.com
Referências Bibliográficas:
William Macdonald – Comentário Bíblico popular(Novo Testamento).
Bíblia de Estudo Pentecostal.
Bíblia de estudo – Aplicação Pessoal.
Revista Ensinador Cristão – nº 48.
O Novo Dicionário da Bíblia – J.D.DOUGLAS.
Comentário Bíblico Beacon – CPAD.
Comentário Bíblico NVI – EDITORA VIDA.
Hernandes Dias Lopes – Neemias -o líder que restaurou uma nação
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sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

DIA DA BÍBLIA - Domingo,11/12/2011.







Lâmpada para os meus pés é tua Palavra e luz, para o meu caminho”(Salmo 119:105).

Segundo a história, o dia da Bíblia surgiu em 1549, na Grã-Bretanha, quando o bispo Crammer incluiu no livro de orações do rei Eduardo VI um dia especial para que a população intercedesse em favor da leitura do Livro Sagrado. A data escolhida foi o segundo domingo do advento que antecedem o Natal. Foi assim que o segundo domingo de dezembro tornou-se o dia da Bíblia. Hoje, o dia da Bíblia é comemorado em cerca de 60 Paises, porém, em alguns deles a comemoração é no segundo domingo de setembro, numa referencia ao trabalho do tradutor Jerônimo, na Vulgata, conhecida tradução da Bíblia para o Latim. No Brasil, o dia da Bíblia começou a ser comemorado pelos primeiros missionários evangélicos, vindo da Europa e dos Estados Unidos, a partir de 1850. Todavia, a liberdade religiosa aos cultos protestantes era muito restrita, o que impedia as manifestações públicas dos evangélicos. Contudo, a partir de 1880, esta liberdade foi crescendo e o movimento evangélico, juntamente com o dia da Bíblia, foi-se popularizando. Pouco a pouco, as diversas denominações evangélicas institucionaram a tradição do dia da Bíblia.

A comemoração do dia da Bíblia foi fortalecida com a fundação da Sociedade Bíblica do Brasil, em junho de 1948. Em dezembro desse mesmo ano, aconteceu uma das primeiras comemorações públicas do dia da Bíblia, em São Paulo, junto ao monumento do Ipiranga. No Brasil, o dia da Bíblia é comemorado, oficialmente. A comemoração do dia da Bíblia foi oficializada através da lei nº 10.335, de 19 de Dezembro de 2001, promulgada pelo então presidente da Republica Fernando Henrique Cardoso. Esta lei oficializou a tradição de se comemorar, no Brasil, o dia da Bíblia, no segundo domingo de Dezembro.

A BÍBLIA SAGRADA É A PALAVRA DE DEUS

A Bíblia é a Palavra de Deus. Ela mesma assim se define e o cumprimento exato de tudo quanto nela está desde os primórdios da história da humanidade é a prova irrefutável de que ela é, sem sombra de dúvida, a Palavra de Deus, a revelação de Deus aos homens. Muitos têm tentado, ao longo dos séculos, levantar-se contra o Divino Livro, mas todos têm fracassado em seu intento de calá-la ou desacreditá-la, precisamente porque não se trata de uma obra feita pela mente, vontade ou imaginação humana, mas tem sua origem, sua concepção e o zelo pelo seu cumprimento diretamente em Deus.

No Salmo 68:11, é dito textualmente que “O Senhor deu a Palavra”. Em Hebreus 1:1, o escritor afirma que o Senhor falou antigamente aos pais pelos profetas de muitas maneiras e uma destas maneiras foram as Escrituras, que compunham “a lei e os profetas” (Mt 7:12; 22:40), lembrando-se que “a lei” foi escrita por Moisés (Dt 31:24), sendo ele próprio, Moisés, um profeta (Dt 34:10). Mas o escritor aos hebreus não diz que eram divinas apenas as Escrituras que são o Antigo Testamento, mas, também, afirma que passou Deus a falar pelo Filho, que é o Verbo de Deus (João 1:1). Ora, o Filho já era revelado por intermédio das Escrituras do Antigo Testamento (João 5:39) e continuou a sê-lo através do Novo Testamento, que é o registro determinado pelo Espírito Santo para tudo quanto Jesus ensinou (João 14:26; 2Pedro 3:16,17), Palavra esta que é a verdade e nossa fonte de santificação (João 17:17), pois, desde a antiga aliança, o Senhor utilizava do escrito para memória do que havia dito (Ex 17:14a).

Não há, portanto, dúvida alguma de que a Bíblia provém diretamente de Deus, de que é a revelação do próprio Deus ao homem e, por isso, estamos diante da Palavra de Deus. É interessante notar que nenhum outro livro sagrado das diversas religiões que existem sobre a face da Terra tem esta qualidade. Embora se digam sagrados e frutos de revelações, jamais tais livros se apresentam como sendo a revelação do próprio Deus ao homem, como tendo origem no próprio Deus.


Aquele que não crê na Bíblia não crê na existência de Deus, pois ela é a prova segura da existência do Criador Onipotente. Se Deus não existisse a Bíblia não teria valor algum, logo, Davi, Salomão, Pôncio Pilatos, e mesmo o imperador romano Cezar, que dominava o mundo na época de Jesus também não existiriam; assim como Babilônia, Etiópia, reino da Pérsia e outros paises cujos nomes estão inseridos na Bíblia seriam apenas lenda. Como negar tudo isso? Isso seria negar também a existência dos árabes e judeus. Isso é possível? Não! Não é!

São muitas as provas da veracidade da Bíblia e entre elas destacamos a existência de Israel como nação entre as demais nações na terra. Israel viveu na diáspora por quase dois mil anos, reinos lutaram para exterminá-lo, mas Israel sobreviveu e retornou à sua terra conforme a promessa bíblica. Será que já se viu na terra coisa semelhante? Nem o seu idioma desapareceu, nem seus costumes, nem a sua fé religiosa, com todo esse tempo espalhados entre as nações conseguiram manter a integridade nacional, não é isso um milagre? Não precisamos de mais provas, porque o que a Bíblia diz se cumpre! Nela está escrito que Israel voltaria à sua terra e Israel voltou (cf Ezequiel 37:21,22). Alguém tem duvida disto?

Nada pode ser colocado ao lado e, muito menos, acima da Bíblia Sagrada. Ela deve ser a única regra de fé e de prática. As heresias e falsas doutrinas sempre apresentam outros “escritos”, outras “revelações”, que buscam “complementar” as Escrituras, mas tudo deve ser sumariamente rejeitado, pois só à Sua Palavra o Senhor engrandeceu. Jesus foi bem incisivo ao afirmar que somente a Palavra de Deus permanece para sempre (Mt 24:35; Lc 21:33; 1Pedro 1:23,25).

Nos dias difíceis em que vivemos, precisamos tomar cuidado para que nada seja igualado à Palavra de Deus. A Bíblia Sagrada deve ser a nossa única regra de fé e de prática. Até mesmo as manifestações espirituais devem ser julgadas à luz da Palavra de Deus (1Co 14:29,32 combinado com João 7:24). Nestes dias, somente quem se agarrar à Palavra do Senhor poderá resistir até o dia do arrebatamento da Igreja!

Obrigado Senhor pela Tua Palavra! Ela é lâmpada para os meus pés e luz, para o meu caminho(Sl 119:105).

Feliz dia da Bíblia!

Luciano de Paula Lourenço

Escatologia: O Momento Crítico da Europa




Por Caramuru A. Francisco

A Europa vive, neste ano de 2011, um momento de crise econômico-financeira que é o mais grave e intenso desde o término da Segunda Guerra Mundial. Os países da União Europeia estão a sofrer um aumento do desemprego, com gravíssimas consequências para a população, ao mesmo tempo em que os governos não têm condição alguma de enfrentar a situação com políticas sociais, como foi a tônica a partir de meados da década de 1960, quando surgiu o chamado “Welfare State”, ou seja, o Estado do bem-estar social, que garantia um freio nas gritantes desigualdades da sociedade e condições de vida dignas para a grande parte dos cidadãos.

Com efeito, os governos dos países europeus estão praticamente falidos, não têm como se endividar mais, não tendo, portanto, condições de enfrentar esta situação econômica adversa. As projeções são de que não haverá qualquer crescimento econômico no continente pelos próximos dez anos.

O fato é que a União Europeia vive uma crise de identidade, na medida em que os países não querem abrir mão de sua soberania, formando uma federação, embora 17 dos 25 países já estejam vivendo uma união monetária, com uma moeda única (o euro), o que, aliás, serviu para agravar ainda mais a crise, na medida em que os governos, embora tenham autonomia para efetuar gastos e montar seus orçamentos, não têm mais a liberdade de controlar as suas moedas.

A crise econômico-financeira de 2008, que teve seu nascedouro nos Estados Unidos, atingiu fortemente a União Europeia e as desigualdades entre os países da chamada “zona do euro” se fizeram sentir, levando, praticamente, à inadimplência os países mais pobres da união monetária, em especial, Grécia, Portugal, Espanha e Irlanda, com inevitáveis repercussões na Itália e na França.

O que vemos, no enfrentamento da crise nos últimos meses, é a demonstração de uma falta de líderes capazes de movimentar suas nações para as necessárias reformas, seja a implementação de uma maior unidade entre os países da União Europeia, retomando-se o rumo da “Constituição da Europa”, que acabou sendo rejeitada no início do século, ou a redefinição da União Europeia, com a redução da integração ou a retirada de alguns países da união monetária.


A prova desta falta de lideranças está na circunstância de como se deram a substituição dos governos da Grécia e da Itália recentemente, quando políticos cederam seus lugares para técnicos que, praticamente impostos pelos “burocratas” da União Europeia, passarão a realizar duras e pesadas reformas impopulares, como verdadeiros “interventores” desta “nomenclatura” que toma conta dos órgãos da União Europeia.

Este vácuo de lideranças e a retirada dos políticos do cenário decisório, num verdadeiro triunfo da “burocracia” europeia é uma importante sinalização de que nos aproximamos do final de nossa dispensação.

É de todos sabido que esta “burocracia europeia” é fortemente anticristã, tanto que, na sua tentativa de criar uma “Constituição da Europa” tentou romper com os laços cristãos do continente, não sendo de hoje as iniciativas que tem tomado para “varrer” a tradição cristã do Velho Continente.

A maneira como está, agora, a tomar os governos europeus para os seus próprios desígnios, em verdadeiros “golpes de mercado”, como denominou o jornalista brasileiro Clóvis Rossi, mostra, claramente, que as rédeas das nações europeias passaram a ser ditados por esta ideologia anticristã, que, aliás, também está presente em outros organismos internacionais, como as Nações Unidas.

O que está a faltar para a Europa, pois, é uma liderança continental, que consiga levantar as massas e, depois do serviço realizado por estes “títeres”, mobilize os europeus para uma integração mais forte, fora dos padrões cristãos, consolidando assim a instauração deste novo regime que venha a trazer “prosperidade e bem-estar” para a Europa.

Esta liderança, a ser levantada pelos governantes títeres da União Europeia, não é nada mais, nada menos que o Anticristo, a “ponta muito pequena” da visão do profeta Daniel (Dn.8:9), que surgirá de um consenso de dez nações da União Europeia e que fará ressurgir o Império Romano, ou seja, uma Europa governada por um único líder, como, aliás, está profetizado em Dn.7:24 e Ap.13:1.

As vozes da maior parte dos políticos europeus são de que há necessidade de criação de mecanismos de maior integração, mas com a concessão de maiores poderes aos países mais representativos do bloco, até porque os países mais periféricos são considerados os responsáveis por esta crise. Tudo está a indicar, portanto, que os países mais poderosos acabarão por impor aos mais fracos a sua vontade, criando um “núcleo duro” dentro da União Europeia que passe a ditar as regras, precisamente este grupo de “dez reinos” de que falam as Escrituras Sagradas.

Entretanto, ante a crescente indignação e revolta das populações europeias, é imprescindível que este “núcleo duro” venha a se valer de uma liderança carismática, que consiga o apoio popular para o estabelecimento de uma “nova ordem”, que traga “melhores condições de vida” para a população, “nova ordem” esta que esteja definitivamente afinada com a “mentalidade anticristã” que tem caracterizado a Europa nos últimos anos, a ponto de a própria Igreja Romana, já nos tempos do Papa João Paulo II, ter chamado o estado espiritual dos europeus de “apostasia silenciosa”.

Esta liderança carismática levará, certamente, as massas a aderir de corpo e alma a este projeto de uma “nova Europa”, de um governo único capaz de ditar suas normas e seu proceder. Este roteiro foi visto por todos nós na Alemanha do período entre-guerras, quando Adolf Hitler, com sua liderança carismática, fez com que os alemães aceitassem mudar sua ordem sócio-política em nome de uma “restauração nacional”, do fim da “humilhação” que acompanhava uma situação econômica desastrosa.

O cenário apresenta-se praticamente montado, cabendo a cada um de nós que servimos a Cristo Jesus, seguir o conselho de Nosso Senhor e Salvador: …quando virdes todas estas coisas, sabei que ele está próximo às portas. Em verdade vos digo que não passará esta geração sem que todas estas coisas aconteçam.” (Mt.24:33,34). Vigiemos, pois, amados irmãos, para que o Senhor Jesus não venha e nós sejamos achamos despercebidos.