domingo, 31 de outubro de 2021

Aula 06 – PAULO NO PODER DO ESPÍRITO SANTO

 

4º Trimestre/2021

Texto Base: Atos 19:1-7

“E, impondo-lhes Paulo as mãos, veio sobre eles o Espírito Santo; e falavam línguas e profetizavam” (Atos 19:6).

V.P.: “Uma vez movidos no poder do Espírito, podemos ser bem-sucedidos na missão de pregar o Evangelho a toda a criatura”.

 

Atos 19:

1.E sucedeu que, enquanto Apolo estava em Corinto, Paulo, tendo passado por todas as regiões superiores, chegou a Éfeso e, achando ali alguns discípulos,

2.disse-lhes: Recebestes vós já o Espírito Santo quando crestes? E eles disseram-lhe: Nós nem ainda ouvimos que haja Espírito Santo.

3.Perguntou-lhes, então: Em que sois batizados, então? E eles disseram: No batismo de João.

4.Mas Paulo disse: Certamente João batizou com o batismo do arrependimento, dizendo ao povo que cresse no que após ele havia de vir, isto é, em Jesus Cristo.

5.E os que ouviram foram batizados em nome do Senhor Jesus.

6.E, impondo-lhes Paulo as mãos, veio sobre eles o Espírito Santo; e falavam línguas e profetizavam.

7.Estes eram, ao todo, uns doze varões.

INTRODUÇÃO

Nesta Aula veremos como Paulo pregou o Evangelho no poder do Espírito Santo. O Espírito Santo foi o Agente fundamental para que Paulo tivesse êxito nas missões que realizou. Sem o Espírito Santo, Paulo não teria sido o que foi, pois os obstáculos em seu ministério foram numerosos. Só o Espírito Santo pode conduzir a vida do crente entre os obstáculos que sempre surgem. Nenhum missionário, evangelista, terá êxito no nobre ofício de pregar o evangelho de Cristo sem o revestimento de poder do Espírito Santo. Sua unção é indispensável à nossa caminhada com Cristo. Não podemos viver sem Ele, muito menos, extinguir a sua presença em nossas vidas. Por isso, a recomendação de Paulo: “Não apagueis o Espírito” (1Ts.5:19).

I. PREGANDO A CRISTO NO PODER DO ESPÍRITO

1. Paulo, movido pelo poder do Espírito Santo

Para fazer a obra de Deus é preciso estar na plenitude do Espírito Santo. Paulo começou a caminhada no Espírito Santo, viveu no Espírito e terminou no Espírito Santo. Em todo o seu ministério, Paulo foi movido pelo poder do Espírito Santo. Assim sendo, ele passou a ter como missão de vida dar testemunho de Jesus e provar que Ele é o Cristo (Atos 19:21,22).

Revestido de poder, logo após sua conversão (Atos 9:17), Paulo se mostrou sobrenaturalmente habilitado para pregar, manter e defender a verdade quando pregava. Movido pelo Espírito Santo, Paulo tornou-se embaixador de Cristo e pregador do evangelho (Atos 9:20-22). Inicialmente, ele pregou nas sinagogas de Damasco afirmando que Jesus é o Filho de Deus (Atos 9:20) e, mais tarde, demonstrando que Jesus é o Cristo prometido (Atos 9:22). Durante todo o seu ministério ele foi movido pelo poder do Espírito; ele mesmo disse “que ninguém pode dizer que Jesus é o Senhor, senão pelo Espírito Santo” (1Co.12:3). Portanto, Paulo, movido pelo poder do Espírito, não tinha outra missão, senão, pregar a Jesus, e este crucificado (1Co.2:2).

2. O caminho de pregação

Paulo, logo após ter sido curado e recebido a plenitude do Espírito Santo, ele passou a pregar nas sinagogas de Damasco, afirmando que Jesus é o Filho de Deus (Atos 9:20). Em seguida, foi para a Arábia, onde passou três anos recebendo revelação de Cristo Jesus (Gl.1:15-17). Na verdade, ele quis ficar a sós com Deus. Naquele momento não sentiu a necessidade de orientação humana, mas da presença e da ajuda de Deus. Ele precisava de tempo e quietude e solidão para reorganizar sua mente, seus conceitos, seus valores, sua teologia.

Depois disso, voltou outra vez para Damasco; e, agora, ele não apenas afirmava que Jesus é o Filho de Deus, mas o demonstrava, provando detalhada, exaustiva e meticulosamente que Cristo é o Messias (Atos 9:22). Paulo voltou para Damasco para dar testemunho de Jesus aos que outrora perseguira.

De Damasco foi a Jerusalém para enfrentar o seu passado; Disse ele: “Depois, passados três anos, fui a Jerusalém para ver a Pedro e fiquei com ele quinze dias” (Gl.1:18). Mas, sua volta a Jerusalém não foi fácil; ele arriscou sua vida. Seus amigos de antes, os judeus, reclamaram seu sangue, porque para eles Paulo era um renegado e traidor. Já os cristãos poderiam rejeitá-lo por pensar que ele estava sabotando a fé cristã e se infiltrava na Igreja para persegui-la (Atos 9:26). O propósito de Paulo a Jerusalém foi pessoal – ele foi visitar o apostolo Pedro, que na ocasião era o líder da Igreja (Gl.1:19); ele não viu a nenhum outro dos apóstolos, senão a Tiago, irmão do Senhor” (Gl.1:19), que era o pastor e líder da Igreja Jerosolimitana. Ele foi visitar Pedro para mostrar que nunca estava em plena desarmonia com todas as opiniões dos apóstolos. Vale destacar que grande parte daquelas duas semanas em Jerusalém foi ocupada em pregações e ensinos (Atos 9:28,29).

Ainda em Jerusalém, ele recebeu uma revelação de que deveria sair de lá (Atos 22:17,18) - “...quando orava no templo, fui arrebatado para fora de mim. E vi aquele que me dizia: Dá-te pressa e sai apressadamente de Jerusalém, porque não receberão o teu testemunho acerca de mim”. Então, ele foi para Síria e Cilícia (Gl.1:21). Tarso, na Cilícia, era a cidade onde Paulo nasceu. Ele estava ali obviamente não porque fosse de sua vontade voltar à sua terra natal, mas porque não podia mais permanecer em Jerusalém (Atos 9:29,30). Aliás, o próprio Deus o mandou sair de Jerusalém (Atos 22:17-21). Na verdade, Paulo foi levado a Cesareia e dali enviado a Tarso (Atos 9:30). Paulo passou mais de dez anos em Tarso, longe dos holofotes. Nesse tempo, Deus trabalhou nele para depois trabalhar por intermédio dele.

3. Paulo e as duas viagens missionárias

Depois de dez anos em Tarso, agora instruído e convicto de sua missão, o Espírito Santo mandou chamá-lo para fazer parte do grupo de líderes da Igreja de Antioquia e, certamente, para a missão que Jesus tinha preparado para ele - “E partiu Barnabé para Tarso, a buscar Saulo; e, achando-o, o conduziu para Antioquia” (Atos 11:25). Barnabé foi a Tarso à procura de Saulo, pois Tarso era a cidade natal de Saulo, para onde os crentes de Jerusalém o havia enviado, quando sua vida estava ameaçada (Atos 9:28-30). Não sabemos o que ele esteve fazendo nesse período, embora a sua Epístola aos Gálatas parece indicar que esteve pregando na Síria e Cilícia. Alguns comentaristas sugerem que foi durante esse período que ele sofreu algumas perseguições físicas às quais se referiu mais tarde, e provavelmente foi desertado pela família.

Barnabé foi buscar Saulo porque, certamente, deve ter ouvido falar do chamado de Saulo para ser apóstolo aos gentios (Atos 9:15,17), e é bem possível que as conversões gentias em Antioquia tenham-lhe feito pensar em Saulo. Em todo caso, tendo-o encontrado, levou-o para Antioquia. E por todo um ano se reuniram naquela Igreja, cuja maioria eram novos convertidos sem instrução, e ensinaram numerosa multidão (Atos 9:26a). Logo depois, a Igreja de Antioquia, obedecendo a ordem do Espírito Santo, separou Paulo e Barnabé para realizarem juntos as duas primeiras viagens missionárias (Atos 13:2,3):

“E, servindo eles ao Senhor e jejuando, disse o Espírito Santo: apartai-me a Barnabé e a Saulo para a obra a que os tenho chamado. Então, jejuando, e orando, e pondo sobre eles as mãos, os despediram”. Com estas palavras começou o grande movimento missionário da Igreja “até aos confins da terra” (Atos 1:8).

-De Antioquia a Chipre (Atos 13:1-12). “E assim estes, enviados pelo Espírito Santo, desceram a Selêucia e dali navegaram para Chipre” (Atos 13:4). Este versículo inicia o registro da jornada conhecida como “Primeira Viagem Missionária de Paulo”, que se estende até Atos 14:26. Nessa viagem, os missionários concentraram seus esforços na Ásia Menor. De Antioquia, na Síria, os dois servos intrépidos de Cristo desceram primeiro a Selêucia, um porto a cerca de vinte e cinco quilômetros de Antioquia. De lá, navegaram para a ilha de Chipre. Depois de chegarem a Salamina, na costa leste de Chipre, visitaram várias sinagogas, onde anunciaram a Palavra de Deus. Ao se dirigirem primeiro às sinagogas, Barnabé, Saulo e seu auxiliar, João Marcos, estavam cumprindo a determinação divina de apresentar o evangelho aos judeus antes de levá-lo aos gentios (cf. Atos 13:5).

Saindo de Salamina, atravessaram toda a ilha até Pafos (capital de Salamina – principal cidade comercial). Em Pafos, encontraram um judeu, mágico e falso profeta chamado Barjesus (isto é, filho de Jesus ou de Josué). Quando Sérgio Paulo, procôncul romano que administrava a ilha, mandou chamar Barnabé e Saulo para instruírem-no acerca da Palavra de Deus, o mágico tentou interferir. É provável que tenha sido inspirado por Satanás a tentar impedir a propagação do evangelho. Ao perceber que Sérgio Paulo estava buscando a verdade com um coração sincero e que o mágico era um inimigo da verdade, Paulo, com autoridade do Espírito Santo, repreendeu este último com severidade (cf. Atos 13:9,10). Ele ficou “cego [...] por algum tempo”. Com este episódio o procônsul tornou-se um verdadeiro seguidor do Senhor Jesus. Foi o primeiro fruto da graça dessa viagem missionária.

-De Chipre a Antioquia da Pisídia (Atos 13:13-52). Da cidade de Pafos, os missionários rumaram para Perge da Panfília. A Panfília era uma província romana localizada na costa sul da Ásia Menor, cuja população era devota de Diana (Ártemis, para os romanos). Perge era sua capital. Ao chegarem a Perge, João Marcos os deixou e voltou para Jerusalém. Talvez a ideia de levar o evangelho aos gentios não o agradasse. Paulo considerou sua partida uma deserção e se recusou a permitir que Marcos o acompanhasse na segunda viagem missionária. Essa decisão provocou um conflito sério entre Paulo e Barnabé e levou os dois a seguirem caminhos separados no ministério (cf. Atos 15:36-39). Posteriormente, Marcos reconquistou a confiança do apóstolo Paulo (2Tm.4:11).

Depois do Concílio de Jerusalém (Atos 15:1-30), Paulo e Barnabé resolveram empreender a Segunda Viagem Missionária. Tinha dois objetivos: visitar as igrejas que eles fundaram durante a Primeira Viagem; e abrir novos campos de trabalho (ler Atos 15:36,41). Barnabé decidira levar João Marcos com eles; Paulo por sua vez rejeitou a ideia, alegando que João Marcos os havia deixado em meio à viagem anterior, voltando a Jerusalém (Atos 15:37,38). Tal contenda causou a divisão entre ambos. Barnabé acompanhado de João Marcos foi novamente a Chipre, enquanto Paulo, levando Silas em sua companhia, saiu a percorrer a Ásia Menor, visitada durante a Primeira Viagem Missionária, e entregando às igrejas, cópias da decisão apostólica tomada no Concílio de Jerusalém (Atos 16:4,5).

II. O ARGUMENTO DE PAULO SOBRE A PLENITUDE DO ESPÍRITO SANTO

1. Paulo aclara o ensino sobre a plenitude do Espírito

Na Segunda Viagem Missionária houve uma nova liderança – o jovem Silas é o novo companheiro de Paulo (Atos 16:1-3). Agora, Paulo e Silas, acompanhado por Lucas, conforme se depreende de Atos 16:10-17, chegaram às cidades de Derbe e Listra; ali encontram o jovem Timóteo, filho de mãe judia e pai grego, moço de bom testemunho tanto em sua cidade, Listra, como na cidade vizinha, Icônio; e Paulo quis que ele o acompanhasse. Timóteo possuía um legado espiritual: aprendera as sagradas letras desde a infância com sua mãe Eunice e com sua avó Loide (2Tm.1:5; 3:15). Paulo o chamou de filho amado (1Co.4:17) e disse que não havia ninguém igual a ele, que cuidava dos interesses da Igreja de Cristo (Fp.2:19,20). Paulo adotou Timóteo como seu filho espiritual (1Co.4:17; 1Tm.1:2,18; 2Tm.1:2).

Nessa Viagem Missionaria, a última cidade da Ásia Menor a visitar foi a cidade de Éfeso (Atos 18:19). E “ele, entrando na sinagoga, disputava com os judeus. E, rogando-lhe eles que ficasse por mais algum tempo, não conveio nisso. Antes, se despediu deles, dizendo: Querendo Deus, outra vez voltarei a vós. E partiu de Éfeso” (Atos 18:19-21). Na sua Terceira Viagem Missionária, Paulo voltou novamente à cidade de Éfeso (cf. Atos 19).

Na Terceira viagem Missionária, Paulo, após passar sucessivamente pela província da Galácia e da Frigia, pregando o evangelho e ensinando os crentes já convertidos (Atos 18:23), ele chegou à cidade de Éfeso. O texto de Atos 19:1-6 diz que “Paulo, tendo passado por todas as regiões superiores, chegou a Éfeso e, achando ali alguns discípulos, disse-lhes: Recebestes vós já o Espírito Santo quando crestes? E eles disseram-lhe: Nós nem ainda ouvimos que haja Espírito Santo. Perguntou-lhes, então: Em que sois batizados, então? E eles disseram: No batismo de João. Mas Paulo disse: Certamente João batizou com o batismo do arrependimento, dizendo ao povo que cresse no que após ele havia de vir, isto é, em Jesus Cristo. E, impondo-lhes Paulo as mãos, veio sobre eles o Espírito Santo; e falavam línguas e profetizavam”.

Esses doze crentes de Éfeso tinham crido em Jesus e tinham nascido de novo pelo Espírito Santo. Depois de terem sido batizados em água (Atos 19:5), Paulo impôs sobre eles as mãos, e foram batizados no Espírito Santo. Observe que, neste caso, o batismo em água precedeu o recebimento da plenitude do Espírito Santo (Atos 19:6). Quando o Espírito Santo veio sobre eles, começaram a falar noutras línguas e a profetizar (Atos 19:7). Lucas nunca apresenta o derramamento do Espírito Santo como algo que se possa perceber somente pela fé. Pelo contrário, mostra que é uma experiência identificável e que pode ser comprovada objetivamente; falar em línguas era a comprovação externa e visível que o Espírito Santo viera sobre esses seguidores de Jesus Cristo.

É válido ressaltar que a pergunta de Paulo, nesse contexto (“Recebestes vós já o Espírito Santo quando crestes?”), indica que ele achava plenamente possível “crer” em Cristo sem a pessoa experimentar o batismo no Espírito Santo. Este texto é fundamental por demostrar que uma pessoa pode ser crente sem ter recebido o batismo no Espírito Santo.

Portanto, o Batismo no Espírito Santo é uma experiência distinta da Salvação. A salvação vem pela fé em Cristo e não pelo batismo no Espírito; este, reflete a busca por uma aproximação mais pessoal do crente com Deus; capacita o crente a ser eficaz no testemunho do Evangelho ao mundo. Quando a Palavra de Deus é proclamada sob o poder do Espírito, sua veracidade é confirmada muito mais do que naquelas pessoas que são dotadas apenas de refinamento formal e intelectual, embora isto possa ter um importante papel, desde que esteja sob o domínio do Espírito Santo. Portanto, todos aqueles que foram salvos em Cristo - sejam eles pentecostais, ou não, foram eles batizados no Espírito Santo, ou não -, têm o Espírito Santo, e foram batizados no Corpo de Cristo (1Co.12:13)

2. É preciso crer para receber o Espírito Santo

A promessa do batismo no Espírito Santo é diferente da promessa da salvação, visto que é dirigida à Igreja; portanto, é para todas as pessoas que se convertem ao Senhor Jesus em todos os lugares e em todas as épocas; “ninguém recebe o batismo no Espírito Santo antes de crer em Cristo como Salvador”.

Todavia, nem todos os crentes em Jesus são batizados no Espírito Santo. Jesus, ao anunciar que os discípulos deveriam aguardar o revestimento de poder, Jesus não fez qualquer restrição a respeito de quem deveria aguardar o batismo no Espírito Santo - "Ficai, porém, na cidade de Jerusalém, até que do alto sejais revestidos de poder" (Lc.24:49). Estas foram palavras proferidas pelo Senhor no Monte das Oliveiras, por ocasião do seu último discurso antes de ascender os céus que, segundo nos dá conta o apóstolo Paulo, foram ouvidas por mais de quinhentos crentes (cf. 1Co.15:6; At.1:12; Lc.24:50,51). Assim, a promessa foi feita para todos quantos criam em Jesus e professavam Seu nome naquele tempo, ou seja, a toda a igreja então existente.

Lamentavelmente, dos mais de quinhentos que ouviram a promessa, apenas “quase cento e vinte” perseveraram até o dia de Pentecostes (At.1:15); e, por isso, só estes, naquela oportunidade, foram revestidos de poder. Entretanto, e isto é muito importante, tantos quantos perseveraram e creram nas palavras do Senhor, alcançaram a bênção, mesmo se não eram do colégio apostólico, mesmo se eram homens ou mulheres (sim, mulheres também estavam entre os que foram batizados no Espírito Santo, cf. At.1:14), se eram crentes antigos (como os primeiros discípulos, como Pedro, João e André) ou se eram crentes recentemente convertidos (como os irmãos de Jesus, que se converteram apenas depois da ressurreição do Senhor, cf.1Co.15:7). Jesus quer batizar a tantos quantos creiam na promessa e nela perseverem.

3. Paulo cuida para esclarecer Apolo (Atos 18:24-28)

Apolo era um judeu natural de Alexandria, uma cidade egípcia de grande importância por causa de sua cultura. Fundada por Alexandre, o Grande (daí seu nome), em 332 a.C., só perdia para Atenas como centro de cultura e aprendizado. Apolo, certamente, teve uma destacada formação, principalmente no conhecimento das Escrituras Sagradas. Ele era um homem eloquente e poderoso nas Escrituras Sagradas (Atos 18:24). Sendo instruído na Palavra, pregava com entusiasmo e fervor. Lucas assim narra sobre ele: “Este era instruído no caminho do Senhor; e, fervoroso de espírito, falava e ensinava diligentemente as coisas do Senhor, conhecendo somente o batismo de João” (Atos 18:25). Nas palavras de Matthew Henry, “Apolo era um pregador que tinha tanto o fogo divino quanto a luz divina. Muitos pregadores são fervorosos de espírito, mas são fracos no conhecimento. Por outro lado, outros são eloquentes nas Escrituras, mas lhes falta fervor”.

Mesmo pregando com fervor e precisão sobre Jesus, Apolo não tinha todo conhecimento necessário. Ao que parece, havia sido devidamente instruído acerca do ministério de João Batista e sabia que João havia chamado a nação de Israel ao arrependimento em preparação para a vinda do Messias (Atos 18:25). Porém, não parecia conhecer o batismo no Espírito Santo e outras questões da doutrina cristã. Ao ouvirem-no falar numa sinagoga de Éfeso (Atos 18:26), o casal Priscila e Áquila observaram que ele precisava de mais instrução. Vendo que Apolo tinha um grande potencial, Priscila e Áquila investiram nele e expuseram-lhe com mais exatidão o caminho de Deus (Atos 18:26). Com uma atitude louvável, o pregador eloquente mostrou-se disposto a aprender com um casal de fazedores de tendas.

Os ensinos recebidos de Priscila e Áquila foram eficazes, e os cristãos em Éfeso passaram a ter plena confiança em Apolo, a ponto de escreverem uma carta de apresentação aos discípulos na Acaia quando ele resolveu ir para lá (Atos 18:27). Chegando a Acaia, especialmente a Corinto, Apolo auxiliou muito os crentes, porque com grande poder convencia publicamente os judeus, provando por meio das Escrituras que Jesus era de fato o Messias (Atos 18:28).

III. A FONTE DO ENSINO DE PAULO SOBRE O ESPÍRITO SANTO AOS EFÉSIOS

1. As Escrituras como fonte de revelação sobre o Espírito Santo

Sem dúvida, as Escrituras Sagradas são a fonte de revelação sobre o Espírito Santo. Ele é o mesmo que atuou no Antigo Testamento. Paulo era cônscio disto, haja vista que a sua primeira fonte de conhecimento acerca da divindade era a revelação do cânon do Antigo Testamento. O Espírito Santo é mencionado 85 vezes no Antigo Testamento, cerca de um terço de todas as referências bíblicas. Isto é mais do que suficiente para demonstrar quanto o Espírito Santo manteve-se atuante nesse período.

Qual a diferença, então, da atuação do Espírito Santo no Antigo Testamento com relação à sua atuação no Novo Testamento? Naquele período, o Espírito habitava no meio do povo (Ag.2:5), ou estava sobre alguém (Nm.11:17; Is.59:21); no Novo Testamento, está dentro de ou em nós (João 14:17). Naquele período, eram usados indivíduos (como Saul, Davi, etc.); neste período, ele usa um povo (1Co.6:19; Ef.2:22; Ap.3:6). Naquele período, era temporário (Nm.11:25); neste período, em caráter permanente (João 16:7).

Na Criação, a atuação do Espírito Santo foi importantíssima (Jó 26:13; Sl.33:6; 140:30); também na transmissão, tanto oral (Mq.3:8) quanto escrita, da Palavra de Deus (2Pd.1:21). Afirmou o apóstolo Pedro: “porque a profecia nunca foi produzida por vontade de homem algum, mas os homens santos de Deus falaram inspirados pelo Espírito Santo” (2Pd.1:21). Disse Paulo: “Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção, para a educação na justiça, a fim de que o servo de Deus seja perfeito e perfeitamente habilitado para toda boa obra” (2Tm.3:16,17).

2. Pentecostes sobre fonte de revelação do Espírito Santo

No Antigo Testamento a atuação do Espírito Santo foi mostrada de forma subjetiva, mas no Novo Testamento, em especial na primeira festa de Pentecostes, após a morte e Ressurreição de Cristo, a atuação do Espírito Santo foi revelada de maneira objetiva e clara.

A festa de Pentecostes era uma das três grandes festividades anuais do povo israelita, conforme determinado na lei de Moisés. Como nada que ocorre nas Escrituras e, por conseguinte, no plano de Deus ao homem é por acaso, é sem propósito, também não é coincidência nem muito menos um acidente que a promessa do derramamento do Espírito Santo tenha se cumprido no dia de Pentecostes. A própria festa de Pentecostes, também chamada de “festa da sega dos primeiros frutos” (Ex.23:16), “festa das semanas” (Dt.16:16) ou “festa das primícias (Ex.34:22), já era uma figura que apontava para o próprio derramamento do Espírito Santo.

Naquele Pentecostes subsequente à Ressurreição de Jesus, cumpriu-se a profecia de Joel, como afirmou o apóstolo Pedro no sermão inaugural da Igreja (Jl.2:28-32; Atos 2:16,17). A promessa é de “derramamento”, que atingiria “toda a carne” (Jl.2:28a); ou seja, o Espírito de Deus, que, segundo os preceitos judaicos, era peculiar ao povo de Israel, estaria sendo disseminado entre todas as nações, todos os povos, sobre todo o ser humano. Tal promessa prenunciava, portanto, um tempo inteiramente novo sobre a Terra, onde a presença do Senhor se faria sentir além das fronteiras do orbe sacerdotal, da “propriedade peculiar entre os povos”, que era Israel (Ex.19:5,6), algo jamais visto pela humanidade desde a queda do homem no jardim do Éden. Ele continua com a Igreja até entregá-la ao Senhor Jesus no dia de sua gloriosa vinda.

3. Paulo ensina acerca do Espírito Santo aos efésios (Atos 19:1-6)

1.E sucedeu que, enquanto Apolo estava em Corinto, Paulo, tendo passado por todas as regiões superiores, chegou a Éfeso e, achando ali alguns discípulos,

2.disse-lhes: Recebestes vós já o Espírito Santo quando crestes? E eles disseram-lhe: Nós nem ainda ouvimos que haja Espírito Santo.

3.Perguntou-lhes, então: Em que sois batizados, então? E eles disseram: No batismo de João.

4.Mas Paulo disse: Certamente João batizou com o batismo do arrependimento, dizendo ao povo que cresse no que após ele havia de vir, isto é, em Jesus Cristo.

5.E os que ouviram foram batizados em nome do Senhor Jesus.

6.E, impondo-lhes Paulo as mãos, veio sobre eles o Espírito Santo; e falavam línguas e profetizavam.

Paulo, por ocasião de Terceira Viagem Missionária, voltou à cidade de Éfeso. Ao chegar, encontrou-se com uns doze homens que professavam ser discípulos. Durante a conversa, Paulo perguntou-lhes: “recebestes, porventura, o Espírito Santo quando crestes?” (Atos 19:2). E eles responderam: “Nós nem ainda ouvimos que haja Espírito Santo” (Atos 19:2). Por serem discípulos de João Batista, como o versículo seguinte informa, deviam saber da existência do Espírito Santo pelo Antigo Testamento. Além disso, segundo o ensino de João Batista a seus discípulos, o Messias que viria depois dele os batizaria com o Espírito Santo. O que os discípulos ignoravam era a vinda o Espírito Santo no dia de Pentecostes, conforme argumenta William Macdonald.

Depois que eles foram batizados nas águas, pela autoridade do Senhor Jesus (Atos 19:5), dando assim testemunho público de que haviam aceitado Jesus Cristo como o Senhor de sua vida, e, certamente, recebido ensinos do apóstolo sobre o batismo no Espírito Santo, Paulo impôs as mãos sobre eles, e receberam o Espírito Santo da mesma maneira que os discípulos de Jesus receberam no dia de Pentecostes (Atos 19:6,7). Esta foi a quarta vez em Atos que Lucas narra que o Espírito Santo foi concedido de forma clara. O pr. Elienai Cabral argumenta que “essa experiência levou os discípulos efésios a anunciarem Jesus como Salvador, e fez a Igreja crescer. Nesse tempo, sinais e prodígios foram marcas externas da presença e do poder do Espírito Santo na vida da Igreja”.

CONCLUSÃO

O apóstolo Paulo, no poder do Espírito Santo, pode realizar uma grande obra evangelística em toda a Ásia e em uma parte da Europa. Sem o poder do Espírito Santo, ele não teria o êxito nas missões que realizou, e não teria sido o que foi: o maior embaixador do Cristianismo. E este poder ainda continua hoje na vida dos crentes. O propósito principal deste poder do Espírito Santo na vida do crente é capacitá-lo a testemunhar a sua fé em Cristo, algo que é próprio e característico da dispensação da graça (Lc.24:49; At.1:8). Não eram apenas os discípulos da geração apostólica que deveriam pregar o Evangelho, mas a grande comissão é tarefa de toda a Igreja, como nos deixam claro as expressões de Jesus, que são dirigidas a toda a Igreja (Mc.16:15 e At.1:8), assim como os ensinamentos de Paulo a este respeito (1Co.9:16; 2Tm.4:1,2). Ora, diante disto, temos que o revestimento de poder do Espírito Santo é uma operação que deve perdurar enquanto a Igreja estiver pregando o evangelho, o que acontecerá até o final desta dispensação (Mt.24:14; Ap.22:17).

É bom enfatizar que o revestimento de poder do Espírito Santo cumpre alguns propósitos na vida do crente. Muitos o confundem como algo mágico, manipulado, um objeto sobrenatural para produzir fenômenos que glorifiquem o homem ou lhe traga algum tipo de vantagem, como pensava o mágico Simão, duramente repreendido pelos apóstolos Pedro e João (At 8:9-24). No entanto, Deus não dá dons aos homens para produzir espetáculos, para glorificação humana, mas com finalidades bem específicas na sua obra.

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Luciano de Paula Lourenço – EBD/IEADTC

Disponível no Blog: http://luloure.blogspot.com

Referências Bibliográficas:

Bíblia de Estudo Pentecostal.

Bíblia de estudo – Aplicação Pessoal.

Bíblia de Estudo – Palavras Chave – Hebraico e Grego. CPAD

William Macdonald. Comentário Bíblico popular (Novo Testamento).

Comentário Bíblico Pentecostal. CPAD.

Comentário do Novo Testamento – Aplicação Pessoal. CPAD.

Rev. Hernandes Dias Lopes. Atos -A ação do Espírito Santo na vida da Igreja.

Rev. Hernandes Dias Lopes. Paulo, o maior líder do Cristianismo.

Pr. Ciro Sanches Zibordi. Evangelhos que Paulo jamais pregaria. CPAD.

Rev. Hernandes Dias Lopes. 1Corintios – como resolver conflitos na Igreja.

John Stott. A Mensagem de Atos, Até os confins da Terra.

domingo, 24 de outubro de 2021

Aula 05 – JESUS CRISTO, E ESTE CRUCIFICADO” – A MENSAGEM DO APÓSTOLO

 

4º Trimestre/2021


Texto Base: 1Corintios 1:18-25; 2:1-5

 

“mas nós pregamos a Cristo crucificado, que é escândalo para os judeus e loucura para os gregos” (1Co.1:23).

V.P.: “O Cristo crucificado, o centro da mensagem da cruz, é a encarnação da verdadeira sabedoria para a salvação”.

1 Coríntios 1:

18.Porque a palavra da cruz é loucura para os que perecem; mas para nós, que somos salvos, é o poder de Deus.

19.Porque está escrito: Destruirei a sabedoria dos sábios e aniquilarei a inteligência dos inteligentes.
20.Onde está o sábio? Onde está o escriba? Onde está o inquiridor deste século? Porventura, não tornou Deus louca a sabedoria deste mundo?

21.Visto como, na sabedoria de Deus, o mundo não conheceu a Deus pela sua sabedoria, aprouve a Deus salvar os crentes pela loucura da pregação.

22.Porque os judeus pedem sinal, e os gregos buscam sabedoria;

23.mas nós pregamos a Cristo crucificado, que é escândalo para os judeus e loucura para os gregos.
24.Mas, para os que são chamados, tanto judeus como gregos, lhes pregamos a Cristo, poder de Deus e sabedoria de Deus.

25.Porque a loucura de Deus é mais sábia do que os homens; e a fraqueza de Deus é mais forte do que os homens.

1Corintios 2:

1.E eu, irmãos, quando fui ter convosco, anunciando-vos o testemunho de Deus, não fui com sublimidade de palavras ou de sabedoria.

2.Porque nada me propus saber entre vós, senão a Jesus Cristo e este crucificado.

3.E eu estive convosco em fraqueza, e em temor, e em grande tremor.

4.A minha palavra e a minha pregação não consistiram em palavras persuasivas de sabedoria humana, mas em demonstração do Espírito e de poder,

5.para que a vossa fé não se apoiasse em sabedoria dos homens, mas no poder de Deus.

INTRODUÇÃO

Nesta Aula trataremos do conteúdo da mensagem de Paulo durante o seu ministério, desde quando foi vocacionado por nosso Senhor Jesus Cristo. Ao direcionar a sua 1ª Epístola aos crentes de Corinto ele disse que quando fosse ter com eles, anunciando-os o testemunho de Deus, não iria com “sublimidade de palavras ou de sabedoria” humana” (1Co.2:1). Antes, sua atenção estaria concentrada na verdade central do evangelho: a redenção em Cristo, o Crucificado, que é o centro da mensagem cristã. Portanto, o conteúdo da mensagem de Paulo era: “Jesus Cristo, e este crucificado” (1Co.2:2). “Jesus Cristo” se refere à sua Pessoa, enquanto “este crucificado” se refere à Sua obra. A Pessoa e a obra do Senhor Jesus constituem a substância das boas-novas cristãs. Esta mensagem era a verdadeira pregação do Evangelho que Paulo pregava - “Porque Cristo não me enviou para batizar, mas para pregar o evangelho; não em sabedoria de palavras, para não se tornar vã a cruz de Cristo” (1Co.1:17).

I. A CENTRALIDADE DA PREGAÇÃO DE PAULO

1. O Ministério da pregação e o Cristo crucificado

Sem dúvida, a centralidade da pregação de Paulo foi a cruz de Cristo. A cruz aponta para a justiça e para o amor de Deus. Jesus Cristo, o Crucificado, é o centro da mensagem de Paulo, e deve ser de todos os seguidores fiéis de Cristo.

Infelizmente, hoje, assim como era na Igreja de Corinto, o evangelho está misturado ao pragmatismo. Segundo Hernandes Dias Lopes, temos hoje a mistura do evangelho com o pragmatismo. Está em voga um cristianismo de mercado. O evangelho está se transformando num produto de lucro. As igrejas estão agindo como empresas que fazem de tudo para agradar a freguesia. A igreja oferece o que as pessoas querem. A verdade não é mais a referência, mas aquilo que funciona. Os púlpitos estão oferecendo um evangelho ao gosto da freguesia, como se o evangelho fosse um produto que se coloca na prateleira e se oferece ao freguês quando ele deseja. A maioria dos programas evangélicos que circulam nas mídias está perdendo a centralidade da cruz e centralizando-se no homem. Nem a pandemia do Covid-19 mudou este pragmatismo insano. O evangelho, porém, não é antropocêntrico, mas Cristocêntrico. Para Paulo, a centralidade da sua pregação é o Cristo crucificado; para ele o evangelho é absolutamente cristocêntrico, centraliza-se na morte de Cristo. A morte de Cristo não é uma doutrina periférica do cristianismo, mas sua própria essência. A cruz de Cristo não é um apêndice, ela é o núcleo, o centro, o eixo, e o âmago do cristianismo.

2. A Palavra de cruz é a loucura da pregação

“Porque a palavra da cruz é loucura para os que perecem; mas para nós, que somos salvos, é o poder de Deus” (1Co.1:18).

Na sociedade corrupta como a de Corinto, onde se exaltava a sabedoria humana, a oratória extraordinária e o argumento filosófico, falar em morte na cruz era associar a tudo o que havia de mais vergonhoso e infame. Falar de salvação somente por meio do sofrimento e da morte de um homem crucificado era um modo garantido de despertar o mais profundo e puro desprezo.

-Para os judeus, o Cristo crucificado era “escândalo”. Eles esperavam um líder militar que os libertaria da opressão de Roma. Em vez disso, o evangelho lhes oferecia um Salvador que fora pregado numa uma cruz vergonhosa.

-Para os gentios, entre eles os gregos, Cristo crucificado era “loucura”. Eles não conseguiam entender como Aquele que havia morrido em aparente fraqueza e fracasso poderia resolver os seus problemas.

-Para os que são salvos, porém, o evangelho é “poder de Deus”. Aqueles que ouvem a mensagem, aceitam-na pela fé e experimentam o milagre da regeneração em sua vida.

Observe o modo rígido com que 1Co.1:18 divide a humanidade em apenas dois grupos: aqueles que se perdem e aquele que são salvos. Não há nenhuma classe intermediária. As pessoas podem apegar-se à sabedoria humana, a ciência, a razão, mas somente o evangelho conduz à salvação. Somente Cristo é o caminho a verdade e a vida; ninguém vai ao Céu senão por Ele” (João 14:6).

3. Para os judeus e gregos

Nos dias de Paulo, nem todos acreditavam na possibilidade de que um homem crucificado seria o Filho de Deus - para os judeus, isso era blasfêmia; para os gregos, loucura. Entretanto, o apóstolo Paulo não deixava de falar a respeito do Cristo crucificado tanto para os judeus quanto para os gentios. Somente em Cristo está a verdadeira sabedoria de vida. 

Por intermédio do ministério que Paulo exercia, judeus e gregos, orgulhosos de sua religiosidade e conhecimento, ficaram cientes de que a manifestação da sabedoria de Deus ao mundo é o “Cristo Crucificado”. Por isso, judeus e gentios são chamados por Deus para ver no Cristo Crucificado o único meio de salvação e da verdadeira sabedoria (1Co.1:24). Disse o apostolo Pedro: “E em nenhum outro há salvação, porque também debaixo do céu nenhum outro nome há dado entre os homens, pelo qual devamos ser salvos” (Atos 4:12).

II. EXPRESSÕES – CHAVE NA DOUTRINA DE PAULO

Há algumas expressões de grande importância no ministério de pregação do apóstolo Paulo: “Evangelho de Cristo”, “Cristo crucificado” e “Cristo Ressurreto”.

1. “Evangelho de Cristo”

O apóstolo Paulo foi vocacionado para pregar o Evangelho de nosso Senhor Jesus Cristo. Logo, não é de se admirar que ele proferiu esta expressão tantas vezes em suas epístolas – 54 vezes, segundo afirma o pr. Elienai Cabral.

O Evangelho tem poder para transformar a cultura dominada pela iniquidade; estudamos isto na Lição 10 do 1º trimestre de 2020. O apóstolo Paulo afirmou: “Porque não me envergonho do evangelho de Cristo, pois é o poder de Deus para salvação de todo aquele que crê...” (Rm.1:16).  Paulo não se envergonhava de levar as boas novas de Deus à cidade sofisticada de Roma, apesar de essa mensagem ser pedra de tropeço para os judeus e loucura para os gregos, pois sabia que ele “é o poder de Deus para a salvação”, ou seja, diz como Deus, por seu poder, salva os que creem em seu Filho. Esse poder é oferecido da mesma forma a judeus e a gentios.

Sem o Evangelho as pessoas estão perdidas, por causa de seu modo de vida iniquo, conforme narra Rm.1:18 – “Porque do céu se manifesta a ira de Deus sobre toda impiedade e perversão dos homens que detêm a verdade em injustiça”.

Embora não seja possível converter todas as pessoas de uma determinada cultura, podemos fazer com que muitas pessoas sejam influenciadas pela pregação do Evangelho. E a melhor e mais impressionante forma de pregarmos o Evangelho é vivermos de acordo com o Evangelho; é termos uma vida sincera e irrepreensível diante de Deus e dos homens, como Paulo assim se apresentava. O povo de Antioquia, ao ouvir a mensagem do Evangelho, começou a chamar os discípulos de cristãos, porque, ao compararem o modo de vida de cada crente com o que era mostrado nas Escrituras, descobriram que os crentes daquela Igreja eram “parecidos com Cristo”, ou seja, eram “cristãos”. Somos assim atualmente?

2. “Cristo Crucificado”

“Cristo Crucificado” é o tema dominante nas mensagens que Paulo pregava. Em Gálatas 3:1, ele afirma: “[...] não foi diante dos olhos de vocês que Jesus Cristo foi exposto como crucificado?” (NAA). O evangelho centraliza-se na morte de Cristo. A morte substitutiva de Cristo na cruz é o ponto central e culminante do evangelho. Portanto, não há outro evangelho a ser pregado a não ser “Jesus Cristo, e este crucificado” (1Co.2:2).

Observe que Paulo não apresentou Jesus como um ilustre mestre da religião, ou mesmo como o supremo exemplo da espiritualidade. Não. Antes, Paulo pregou “Jesus Cristo, e este crucificado”; ou seja, Paulo anunciou a morte de Cristo na cruz. Todas as vezes que a Igreja perde de vista a centralidade da morte de Cristo, ela perde a essência do próprio evangelho. A mesma cruz que era escândalo para os judeus e loucura para os gregos, era o conteúdo da pregação de Paulo; ele se gloriava daquilo que os judeus e gregos se envergonhavam. Como nós hoje estamos precisando ter este mesmo sentimento do apostolo Paulo! Não podemos deixar de pregar o Cristo Crucificado.

3. “Cristo Ressurreto”

Outra expressão importante no ministério de pregação de Paulo é: “Cristo Ressurreto”. Este é um fato bíblico e comprovadamente histórico. É o episódio que dá sentido e significado à fé cristã. Sem ela, como disse o apóstolo Paulo, o cristianismo não teria razão de ser (1Co.15:14). Ela é o fato que distingue o Cristianismo de toda e qualquer outra religião, é a verdade que demonstra que Jesus é o Salvador do mundo, a Verdade e a Vida.

O primeiro argumento para fundamentar a doutrina do Cristo ressuscitado tem sua base na Palavra de Deus; depois temos as provas factuais, pois a ressurreição de Jesus é um fato incontestável. A Bíblia afirma que Jesus "... se apresentou vivo, com muitas e infalíveis provas, sendo visto por eles por espaço de quarenta dias" (At.1:3). A expressão "infalíveis provas” refere-se à prova baseada em fatos que, por si só, suscitam credibilidade. Essas provas infalíveis e incontestáveis jamais puderam ser refutadas. As autoridades religiosas de Jerusalém lutaram muito para neutralizá-las, mas não o conseguiram (Mt.28.11-15).

O apostolo Paulo testemunhou a aparição do Senhor ressuscitado, conforme ele mesmo testifica (1Co.15:8) – “e, por derradeiro de todos, me apareceu também a mim, como a um abortivo”. Após ter um encontro pessoal com Jesus ressurreto, Paulo não pôde negar a realidade da ressurreição de Cristo, e passou a pregá-la (1Co.15:1-4), mesmo que isto representasse o escárnio dos intelectuais de seu tempo (At.17:32). Como entender que alguém tão letrado e versado tanto na lei judaica, quanto na filosofia grega ou no direito romano, renegasse todo o seu conhecimento e o saber que tinha em nome de uma “ilusão”, de uma “alucinação”, “alucinação” que o levaria a enfrentar morte e perseguição? Não há como se justificar tal fato senão pela circunstância de que a ressurreição é uma realidade que gera fé e esperança por meio de Jesus, que dá sentido à vida espiritual.

A ressurreição de Jesus é o fundamento da nossa fé, é o motivo da esperança que faz com que o crente não se desespere ao ver a partida de um irmão em Cristo. Assim como Jesus ressuscitou, também os crentes que morrerem antes da volta do Senhor ressuscitarão (1Co.15:51-54). Esta é a mais sublime esperança do crente em Cristo Jesus.

III. OS EFEITOS DA MENSAGEM DA CRUZ

“Os efeitos da mensagem da cruz se revelam por meio de uma vida no poder de Deus, de humildade e dependência do Espírito Santo”.

1. Uma vida no poder de Deus

“Porque a palavra da cruz é deveras loucura para os que perecem; mas para nós, que somos salvos, é o poder de Deus”(1Co.1:18).

A mensagem da cruz era de crucial importância para Paulo. Ele nos diz que esta mensagem é a verdadeira pregação do Evangelho. Esta mensagem é a maneira como o poder de Deus se manifesta – “a palavra da cruz [...] para nós, que somos salvos, é o poder de Deus” (1Co.1:18). Ser cristão é crer e aceitar Jesus, e este crucificado. Ser cristão é crer que Cristo morreu na cruz para salvar os pecadores da destruição eterna. A mensagem da cruz é o poder de Deus para a salvação do que crê.

A pregação legitima da Palavra de Deus, seja ela falada, escrita, cantada, tocada, etc, é simples e não requer que o mensageiro seja ornado de diplomas ou de conhecimento técnico de retórica. O Espírito Santo é o principal condutor da mensagem ao coração do ouvinte necessitado de salvação. Veja o caso de Pedro, logo após ser batizado no Espírito Santo na festa do Pentecostes, onde ele apenas discursou ungido pelo Espírito Santo (At.2:14-40), e quase três mil almas foram salvas naquele dia (At 2:41). O discurso de Pedro foi conduzido pelo Espírito Santo ao coração daquelas pessoas, e foram salvas.

O apóstolo Paulo, também, pregou a mensagem do Evangelho de uma maneira bem simples e milhares de pessoas foram salvas, e muitos prodígios e maravilhas foram realizados por intermédio dele. Isto aconteceu porque:

a) Paulo estava na dependência total do Espírito Santo, ou seja, estava revestido de poder. O revestimento de poder era indispensável, absolutamente necessário para que Paulo efetuasse a missão espinhosa que lhe estava destinada. Ele mesmo afirma: "a minha palavra, e a minha pregação, não consistiu em palavras persuasivas de sabedoria humana, mas em demonstração de Espírito e de poder, para que a vossa fé não se apoiasse em sabedoria dos homens, mas no poder de Deus” (1Co.2:4,5). "Porque o nosso evangelho não foi a vós somente em palavras, mas também em poder, e no Espírito Santo, e em muita certeza…" (1Ts.1:5a). Sem este revestimento de poder, não haveria qualquer diferença entre a pregação efetuada e um belo exercício de retórica.

b) Paulo tinha a convicção, a certeza de que Jesus é o Salvador. Não poderemos jamais pregar o evangelho se não tivermos convicção, certeza de que Jesus é o Salvador. Jamais seremos pregadores convincentes do evangelho se nós mesmos não estivermos convencidos pelo Espírito Santo, se não tivermos convicção de que o evangelho é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê (Rm.1:16). É, precisamente, por causa desta necessária convicção que o batismo no Espírito Santo se apresenta como uma necessidade na vida do crente. Se o evangelho é poder de Deus, é mister que experimentemos deste poder, que sintamos e sejamos instrumentos deste poder, sem o que não poderemos ter esta convicção. Paulo tinha esta convicção e, por isso, podia diferenciar-se dos grandes e eloquentes oradores de seu tempo, pois a sua pregação não era mera retórica, mas demonstração do poder de Deus (1Co.2:4-6).

2. Uma vida de humildade

Outro efeito da mensagem da cruz é revelado por meio da humildade. No cristão que expressa sua fé e seu amor a Cristo, a verdadeira grandeza é vista em sincera humildade, no desejo de servir tanto a Deus, quanto às pessoas, e na disposição de ser considerado o menos importante no reino de Deus (Fp.2:3).

A verdadeira grandeza não está na posição, no cargo, na liderança, no poder, na influência, nos diplomas de nível superior, na fama, na capacidade, nas grandes realizações, nem no sucesso. O que importa não é tanto o que fazemos para Deus, mas o que somos em espírito interiormente diante de Deus. Como bem diz o pr. Elienai Cabral, a mensagem da cruz nos constrange a viver a humildade.

Acerca da humildade falou Salomão: “Antes da ruína eleva-se o coração do homem; e adiante da honra vai à humildade” (Pv.18:12).

Davi disse: “Ainda que o Senhor é excelso, contudo, atenta para o humilde; mas ao soberbo, conhece-o de longe” (Sl.138:6).

Paulo exortou: “Revesti-vos, pois, como eleitos de Deus, santos e amados, de coração compassivo, de benignidade, humildade...” (Cl.3:12).

Jesus disse: “Portanto, quem se tornar humilde como esta criança, esse é o maior no reino dos céus” (Mt.18:4).

Estas e outras referências bíblicas nos lembram da importância da humildade na vida do Servo de Deus. Portanto, para ser grande no Reino de Deus, precisa ser antes humilde - “O Senhor eleva os humildes, e humilha os perversos até a terra” (Sl.147:6).

3. Uma vida na dependência do Espírito Santo

A mensagem da cruz nos ensina a depender exclusivamente do Espírito Santo. A pregação do Evangelho sem o auxílio do Espírito Santo não subsiste por muito tempo numa sociedade pervertida como, por exemplo, era a de Corinto à época de Paulo. Nossa eficácia em compartilhar o evangelho com outras pessoas não depende de nossas habilidades, capacidade ou conhecimento. O Espírito Santo opera poderosamente mediante a própria mensagem. Portanto, ao compartilhar as Boas Novas com outras pessoas, devemos seguir o exemplo de Paulo e manter a nossa mensagem simples e básica; o Espírito Santo dará poder às nossas palavras e as usará para que o nome de Jesus seja glorificado. Paulo afirmou: “A minha palavra e a minha pregação não consistiram em palavras persuasivas de sabedoria humana, mas em demonstração do Espírito e de poder” (1Co.2:4), Todavia, é bom deixar claro que, neste texto, Paulo não está negando a importância do estudo e da preparação para pregar. Ele, aliás, teve uma educação completa baseada nas Escrituras Sagradas. A pregação efetiva resulta da cuidadosa preparação e da confiança no trabalho do Espírito Santo. Portanto, não devemos usar esta declaração de Paulo como uma desculpa para não estudar ou não se preparar.

CONCLUSÃO

A mensagem da cruz é a mensagem central do cristianismo e não existe cristianismo verdadeiro sem a verdadeira compreensão da obra de Cristo na cruz. A morte de Cristo é o ponto central da história. Para ela, todas as estradas do passado convergem; e dela saem todas as estradas para o futuro. Somente encontramos Jesus se pudermos vê-lo como Cristo crucificado e Ressurreto. Não podemos vê-lo antes da cruz somente, nem depois somente. Muitos param antes da cruz; outros tentam encontrá-lo somente como ressuscitado. Muitos evitam a cruz, e assim fazendo rejeitam a Jesus. É bom ressaltar que não estamos simplesmente falando do madeiro em si mesmo, mas da “cruz” de Cristo que representa a sua obra redentora mediante sua morte substitutiva no Calvário.

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Luciano de Paula Lourenço – EBD/IEADTC

Disponível no Blog: http://luloure.blogspot.com

Referências Bibliográficas:

Bíblia de Estudo Pentecostal.

Bíblia de estudo – Aplicação Pessoal.

Bíblia de Estudo – Palavras Chave – Hebraico e Grego. CPAD

William Macdonald. Comentário Bíblico popular (Novo Testamento).

Comentário Bíblico Pentecostal. CPAD.

Comentário do Novo Testamento – Aplicação Pessoal. CPAD.

Rev. Hernandes Dias Lopes. Atos -A ação do Espírito Santo na vida da Igreja.

Rev. Hernandes Dias Lopes. Paulo, o maior líder do Cristianismo.

Pr. Ciro Sanches Zibordi. Evangelhos que Paulo jamais pregaria. CPAD.

Rev. Hernandes Dias Lopes. 1Corintios – como resolver conflitos na Igreja.

John Stott. A Mensagem de Atos, Até os confins da Terra.

domingo, 17 de outubro de 2021

Aula 04 - PAULO, A VOCAÇÃO PARA SER APÓSTOLO

 

4º Trimestre/2021


Texto Base: Atos 9:15-22; Gálatas 1:11-18

 

“Paulo (chamado apóstolo de Jesus Cristo, pela vontade de Deus) e o irmão Sóstenes” (1Co.1:1).

V.P.: “Deus chama pessoas para realizar grandes feitos no reino divino”.

Atos 9:

15.Disse-lhe, porém, o Senhor: Vai, porque este é para mim um vaso escolhido para levar o meu nome diante dos gentios, e dos reis, e dos filhos de Israel.

16.E eu lhe mostrarei quanto deve padecer pelo meu nome.

17.E Ananias foi, e entrou na casa, e, impondo-lhe as mãos, disse: Irmão Saulo, o Senhor Jesus, que te apareceu no caminho por onde vinhas, me enviou, para que tornes a ver e sejas cheio do Espírito Santo.

18.E logo lhe caíram dos olhos como que umas escamas, e recuperou a vista; e, levantando-se, foi batizado.

19.E, tendo comido, ficou confortado. E esteve Saulo alguns dias com os discípulos que estavam em Damasco.

20.E logo, nas sinagogas, pregava a Jesus, que este era o Filho de Deus.

21.Todos os que o ouviam estavam atônitos e diziam: Não é este o que em Jerusalém perseguia os que invocavam este nome e para isso veio aqui, para os levar presos aos principais dos sacerdotes?

22.Saulo, porém, se esforçava muito mais e confundia os judeus que habitavam em Damasco, provando que aquele era o Cristo.

Gálatas 1:

11.Mas faço-vos saber, irmãos, que o evangelho que por mim foi anunciado não é segundo os homens,

12.porque não o recebi, nem aprendi de homem algum, mas pela revelação de Jesus Cristo.

13.Porque já ouvistes qual foi antigamente a minha conduta no judaísmo, como sobremaneira perseguia a igreja de Deus e a assolava.

14.E, na minha nação, excedia em judaísmo a muitos da minha idade, sendo extremamente zeloso das tradições de meus pais.

15.Mas, quando aprouve a Deus, que desde o ventre de minha mãe me separou e me chamou pela sua graça,

16.revelar seu Filho em mim, para que o pregasse entre os gentios, não consultei carne nem sangue,

17.nem tornei a Jerusalém, a ter com os que já antes de mim eram apóstolos, mas parti para a Arábia e voltei outra vez a Damasco.

18.Depois, passados três anos, fui a Jerusalém para ver a Pedro e fiquei com ele quinze dias.

INTRODUÇÃO

Nesta Aula trataremos da vocação de Paulo para ser apóstolo aos gentios. A palavra apóstolo significa “alguém enviado com uma comissão”. A referida palavra significa “um mensageiro especial, com um status especial, desfrutando uma autoridade e um comissionamento que procedem de um organismo mais elevado que ele próprio”. No uso neotestamentário, o termo “apóstolo” traz o sentido de alguém que falava com toda a autoridade daquele que o envia; sua importância fica claramente condicionada pela posição de quem o envia. O apostolado de Paulo levava o carimbo da origem divina. Ele não se autodenominou apóstolo nem foi constituído apóstolo pela Igreja; ele recebeu seu apostolado do próprio Senhor Jesus e teve plena consciência de que sua autoridade não emanava dele mesmo, mas daquele que o constituiu como tal (Gl.1:1). Jesus Cristo o vocacionou para levar o evangelho aos gentios e reis, bem como perante os filhos de Israel (Atos 9:15).

I. O PONTO DE PARTIDA PARA A VOCAÇÃO DE PAULO

1. Chamada e presciência divina

“Paulo, apóstolo, não da parte de homens, nem por intermédio de homem algum, mas por Jesus Cristo e por Deus Pai, que o ressuscitou dentre os mortos” (Gálatas 1:1).

“Mas, quando aprouve a Deus, que desde o ventre de minha mãe me separou e me chamou pela sua graça” (Gálatas 1:15).

A chamada de Paulo foi estabelecida segundo a presciência de Deus. Atos 9:15 atesta a presciência divina na chamada de Paulo, quando o próprio Senhor Jesus diz a Ananias: “Vai, porque este é para mim um vaso escolhido para levar o meu nome diante dos gentios, e dos reis, e dos filhos de Israel”. Paulo não recebeu seu apostolado de Ananias, quando este impôs as mãos sobre ele, nem foi nomeado como tal pelos apóstolos de Jerusalém (Gl.1:15-17). Ele destaca que seu chamado não veio dos homens, mas de Deus; não veio da terra, mas do Céu (Gl.1:1b). Como Deus conheceu Jeremias antes que fosse formado no ventre da sua mãe e o consagrou e o constituiu profeta antes de sair da madre (Jr.1:5), assim também Deus escolheu Paulo antes de seu nascimento (Gl.1:15). Deus separou Paulo para um propósito especial: que ele fosse o instrumento a levar o evangelho aos gentios (Atos 9:15; 22:15; 26:16-18). O chamado de Paulo, portanto, foi feito antes que ele pudesse pensar por si mesmo, e isto deve comprovar que o evangelho que ele pregava não era invenção dele, não vinha de seu próprio intelecto.

2. Um ministério na plenitude do Espírito Santo

A prova que Deus deu a Ananias de que Paulo agora era um irmão convertido a Cristo, e não mais um perseguidor, era que ele seria batizado no Espírito Santo. Ananias impôs as mãos sobre ele, e ele recebeu a plenitude do Espírito Santo (Atos 9:17), que é o revestimento e derramamento de poder do Alto (Atos 1:8) para o ingresso do crente numa vida de mais profunda adoração e eficiente serviço para Deus. O crente batizado no Espírito Santo goza do privilégio de uma comunhão mais profunda com Deus, de uma vida de oração mais poderosa, de mais capacidade para entender a Palavra de Deus e suportar as provações e as tentações com mais facilidade.

Revestido na plenitude do Espírito Santo, o ministério de Paulo fluiu com grande desenvoltura e progresso. Ele foi o maior missionário, o maior pastor, o maior pregador, o maior teólogo e o maior plantador de igrejas da história do cristianismo. Ele pregou a tempo e fora de tempo; em prisão e em liberdade; com saúde e doente; pregou nos lares, nas sinagogas, no templo, nas ruas, nas praças, na praia, em navios, nos salões governamentais, nas escolas. O pr. Elienai Cabral afirma: “não podemos fazer a obra de Deus sem a atuação do Espírito Santo. Ele é quem confirma a Palavra de Deus”.

3. Deus mudou o nome de Saulo para Paulo?

Não! Muitas pessoas pensam que Saulo virou Paulo, mas isto é um pensamento errôneo. Deus não trocou o nome de Saulo para Paulo. É verdade que na Bíblia há registros de ocasiões em que Deus mudou o nome de uma pessoa, mas esse não foi o caso de Saulo. Há uma ideia popular de que na ocasião de sua conversão a Cristo no caminho de Damasco, Saulo virou Paulo, ou seja, o perseguidor Saulo teve seu nome mudado para Paulo, tornando-se um grande pregador do Evangelho. No entanto, em nenhuma parte do texto bíblico que narra a conversão de Saulo há a informação de que seu nome foi mudado de Saulo para Paulo. Inclusive, mesmo após ter sido convertido, Saulo continuou sendo designado no texto bíblico pelo seu nome, Saulo (Atos 9—13:7). No livro de Atos dos Apóstolos, por exemplo, há uma referência direta a Saulo já como um homem repleto do Espírito Santo. E essa referência é interessante porque ela explica que Saulo também se chamava Paulo (Atos 13:9). Isso quer dizer que Paulo era um cognome de Saulo.

Saulo era um judeu legitimo nascido na cidade de Tarso da Cilícia. Ele pertencia à tribo de Benjamim, foi circuncidado no oitavo dia de vida e educado na Lei como um fariseu (Fp.3:5; Atos 22:3). Então por ocasião de seu nascimento, ele recebeu o nome judaico Saul - igual ao nome do primeiro rei de Israel que, inclusive, também pertencia à tribo de Benjamim. O nome Saul significa “pedido” ou “desejado”. Assim, o nome Saulo nada mais é do que a tradução grega do nome hebraico Saul. No entanto, Saulo também tinha cidadania romana herdada de seu pai (Atos 22:8); então como cidadão romano, Saulo tinha outro nome. É assim que podemos explicar o nome Paulo, que no grego aparece como Paulos, mas vem do latim Paulus, que significa “pequeno”. Portanto, Paulo provavelmente era o cognome romano de Saulo.

II. UMA VOCAÇÃO EFETIVDA PELO CRISTO RESSURRETO

1. Saulo viu o esplendor glorioso de Cristo ressurreto (Atos 9:3-6)

O texto sagrado narra que, quando Saulo e seus companheiros de viagem aproximavam-se de Damasco, subitamente, uma luz intensa do Céu brilhou ao seu redor e fez Saulo cair por terra. Ele “ouviu uma voz que lhe dizia: Saulo, Saulo, por que me persegues?”. Quando Saulo perguntou: “Quem és tu, Senhor?”, a voz respondeu: “Eu sou Jesus, a quem tu persegues”. Aqui, o texto mostra que, realmente, houve uma gloriosa manifestação de Jesus. Pelo menos quatro coisas aconteceram a Paulo (Adaptado do livro “Paulo”, de Hernandes Dias Lopes):

a) Paulo viu uma luz (Atos 22:6,11). Subitamente, uma grande luz do céu brilhou ao seu redor (Atos 9:3). Aquilo não foi uma miragem, um êxtase, uma visão subjetiva. Não. Foi uma grande luz do céu tão forte que lhe abriu os olhos da alma e tirou-lhe a visão física. Ele ficou cego por causa do fulgor daquela luz (Atos 22:11). Não foi apenas uma luz que apareceu a Paulo, mas o próprio Jesus (Atos 9:17). Aquela luz era a glória do próprio Filho de Deus ressurreto.

b) Paulo caiu por terra (Atos 22:7). Considerado como um touro furioso, selvagem e indomável, estava agora subjugado. Aquele que prendia estava preso. Aquele que encerrava em prisão estava dominado. Aquele que se achava detentor de todo o poder para perseguir estava prostrado ao chão, impotente. O Senhor quebrou todas as suas resistências.

c) Paulo ouviu uma voz (Atos 22:7). O mesmo Jesus que Paulo perseguiu com fúria, agora fala com voz poderosa aos seus ouvidos: “Saulo, Saulo, por que me persegues? Dura cousa é recalcitrar contra os aguilhões” (Atos 26:14). A voz do Senhor é poderosa; ela despede chamas de fogo; faz tremer o deserto; é irresistível. Paulo então perguntou: “quem és tu, Senhor?”. Ao que Jesus respondeu: “Eu sou Jesus, o Nazareno, a quem tu persegues” (Atos 22:8). O mesmo Paulo que perseguia a Jesus (Atos 26:9), agora chama Jesus de Senhor. Ele se curva. Ele se prostra. O touro selvagem foi subjugado. Não há salvação sem que o pecador se renda aos pés do Senhor Jesus.

d) Paulo reconheceu que precisava ser guiado pelo Senhor (Atos 22:10). A autossuficiência de Paulo acabou no caminho de Damasco. Ele agora pergunta: “que farei, Senhor?” (Atos 22:10). Agora quer ser guiado. Agora está pronto a obedecer. Ele que esperava entrar em Damasco na plenitude de seu orgulho e bravura, como um autossuficiente adversário de Cristo, estava sendo guiado por outros, humilhado e cego, capturado pelo Cristo a quem se opunha. O Senhor ressurreto aparecera a ele. A luz que viu era a glória de Cristo, e a voz que ouviu era a voz de Cristo. Cristo o capturou antes que ele pudesse capturar qualquer crente em Damasco.

2. Uma vocação inevitável para o apostolado entre os gentios

O Senhor tinha planos maravilhosos para Saulo. Disse Jesus a Ananias: “este é par mim um instrumento escolhido para levar o meu nome perante os gentios e reis, bem como perante os filhos de Israel; pois eu lhe mostrarei quanto lhe importa sofrer pelo meu nome” (Atos 9:15,16). Portanto, sua vocação ao apostolado seria inevitável. E ele não resistiu ao chamado do Senhor para tão nobre encargo – “Senhor, que queres que faça” (Atos 9:6). Paulo tornou-se embaixador de Cristo e pregador destemido do evangelho, logo após sua conversão (Atos 9:20-22).

Saulo seria, acima de tudo, o apóstolo aos gentios, uma comissão que o colocaria diante de reis. Não obstante, pregaria também aos seus compatriotas segundo a carne, os quais o perseguiria intensamente e impiedosamente. Ele foi severamente perseguido em Damasco, apedrejado em Listra, preso e açoitado em Filipos, escorraçado de Tessalônica e Bereia, chamado de tagarela em Atenas e de impostor em Corinto, enfrentou feras em Éfeso, foi preso em Jerusalém, acusado em Cesareia e enviado a Roma para ser julgado pelo imperador; lá, foi decapitado pela guilhotina romana.

3. A vocação mudou o rumo da vida de Saulo

A visão gloriosa de Cristo Ressurreto no caminho para Damasco mudou definitivamente o rumo da vida de Saulo, e não somente dele, também de milhões de pessoas ao longo do tempo. Agora, em vez de perseguir os cristãos, promove a fé evangélica. Em vez de tapar a boca dos cristãos, abre a boca para testemunhar do nome de Jesus Cristo.

Jesus Cristo chamou Saulo e o transformou no apóstolo que seria o maior responsável pela expansão da Igreja no mundo gentílico. Ele plantou igrejas na região da Galácia, nas províncias da Macedônia, Acaia e Ásia Menor. Não apenas plantou igrejas, mas pastoreou-as com intenso zelo, com profundo amor e com forte senso de responsabilidade. Pesava sobre ele a preocupação com todas as igrejas (2Co.11:28).

Nas palavras de Hernandes Dias Lopes, “como perseguidor e exterminador de cristãos, Saulo pedia cartas para prender, amarrar e matar os crentes (Atos 9:2,14); mas, depois da visão gloriosa de Cristo, depois de convertido, ele escreveu Cartas para abençoar. Paulo foi o maior escritor do Novo Testamento. Ele escreveu treze Epístolas; suas Epístolas são mais conhecidas do que qualquer obra jamais escrita na história da humanidade; suas Epístolas têm sido alimento diário para milhões de crentes em todos os tempos. Essas Epístolas são luzeiros que brilham, são pão que alimentam, são água que dessedenta, são verdades inspiradas pelo Espírito Santo que ensinam, exortam e levam pessoas a Cristo todos os dias”. Só o Espírito Santo faz obra tão extraordinária como esta feita na vida de Paulo. Ele continua operando!

III. VOCAÇÃO DE PAULO E O APRENDIZADO NO DESERTO

O deserto está sempre presente no relato bíblico, seja como um espaço geográfico ou como uma figura de linguagem. Ele tem muitas características: solidão, aridez, desconforto, esterilidade. Todas as vezes em que nos deparamos com tais realidades é porque estamos, com toda certeza, atravessando um deserto – que pode ser uma doença terminal, um problema familiar insolúvel, um luto traumático, um divórcio ameaçador, um problema financeiro que nos tira do sério, etc.

Não importa, seja real ou não, físico ou psicológico, o fato é que desertos têm sempre a mesma fisionomia: são secos, solitários e terrivelmente deprimentes; são capazes de gerar em nós a pior das sensações: a solidão. Existem pessoas que se culpam ao chegar lá, achando que Deus as desprezou ou que não está satisfeito com elas. Elas ainda não compreenderam o sentido ou o propósito do deserto em suas vidas.

Na Bíblia e em toda a história, homens e mulheres passaram por este lugar como uma maneira de serem capacitados por Deus, para cumprirem seu propósito. Portanto, o deserto não significa rejeição, mas preparo divino.

-Abraão foi levado ao deserto para oferecer Isaque, seu único filho - o filho da promessa - como sacrifício vivo ao Senhor, e ali aprendeu a confiar ainda mais no Deus que tudo provê.

-Moisés foi ao deserto e presenciou a sarça ardente, acontecimento que prenunciava a permanente presença de Deus entre o povo que seria liberto do Egito.

-O povo hebreu passou 400 anos cativo e, após sua libertação, experimentou 40 anos de peregrinação no deserto, onde recebeu orientações e mandamentos divinos, e desenvolveu princípios que o tornaria um diferencial entre as nações à sua volta.

-No deserto, também, encontramos João Batista, vivendo, anunciando e preparando o caminho para o Messias, que já estava entre o povo da nação de Israel.

-O próprio Filho de Deus, Jesus Cristo, foi conduzido ao deserto pelo Espírito Santo, para testificar ao mundo que Satanás seria vencido, de uma vez por todas.

-Paulo, logo após a sua chamada, partiu para o deserto, e após reconstruir sua teologia, voltou para Damasco, pronto para pregar aos gentios.

Assim, podemos afirmar que:

-O deserto não é apenas um lugar de provação e tribulação, mas, acima de tudo, é também o local onde Deus espera que sejamos preparados para mostrar ao mundo a excelência de Seu poder e soberania.

-O deserto não é um lugar onde somos deixados abandonados por Deus para que sejamos alvo fácil para a ação de Satanás. O Senhor nos guia no deserto. Ele está conosco no deserto. A segunda geração dos filhos de Israel viveu no deserto e recebeu de Deus esta promessa: “E te lembrarás de todo o caminho pelo qual o Senhor, teu Deus, te guiou no deserto estes quarenta anos” (Dt.8.2).

1. A ida do apóstolo Paulo para o deserto

O deserto é uma pedagogia de Deus para o Seu povo. Quando o curso de nossa vida toma esse aspecto, Deus quer ensinar-nos algumas lições importantes. Por mais que os desertos sejam produzidos por situações criadas pelo próprio homem e suas próprias decisões, a Bíblia nos ensina que o deserto, com todas as suas dificuldades, sempre é uma escola de Deus.

No deserto, aprendemos a ouvir a voz de Deus; é um lugar em que Deus fala e nós ouvimos; com isso, aprendemos a ser humildes. Por exemplo, em Deuteronômio 8:2 lemos que o Senhor levou Seu povo ao deserto para fazê-lo humilde. Ou seja, o deserto é uma "lixa" de Deus, que remove a espessa e dura camada de orgulho com a qual nos revestimos nos momentos de prosperidade.

Gálatas 1:17,18 mostra que Saulo esteve na Arábia por três anos. Mas por que ele foi para Arábia? Para ficar a sós com Deus. Disse ele: “...não fui imediatamente consultar outras pessoas, nem fui a Jerusalém para me encontrar com os que já eram apóstolos antes de mim, mas fui para as regiões da Arábia...” (Gl.1:16b,17). Ele preferiu viver em um lugar, na região desértica da Arábia, onde habitavam alguns grupos nômades; ali, ele era totalmente desconhecido.

Todos que foram treinados por Deus no deserto foram grandemente usados por Ele; e quanto mais intenso é o treinamento, mais a pessoa pode ser instrumentos do Altíssimo. Por exemplo:

-Moisés, foi treinado por Deus por 40 anos no deserto, por isso pôde libertar Israel da escravidão e guiar esse povo rumo à Terra Prometida.

 Elias, foi graduado na escola do deserto, por isso pôde enfrentar, com bravura, a fúria do ímpio rei Acabe e trazer a nação apóstata de volta para a presença do Senhor.

-Paulo, passou três anos no deserto da Arábia, e foi preparado pelo Espírito Santo para ser o maior líder do cristianismo.

2. As lições do deserto

Saulo passou cerca de três anos na Arábia fazendo um seminário intensivo com Jesus (Gl.1:18), e lá colheu lições preciosas que beneficiariam gerações ao longo da história do Cristianismo. Segundo alguns autores, a Arábia ficava cerca de 320 quilômetros ao sul de Damasco e 160 quilômetros a sudeste de Jerusalém. Vale lembrar que a Arábia era um deserto e não uma metrópole próspera. Ali, Paulo teve comunhão com Deus em vez de comunicação com os homens. Tendo em vista que Jesus passou três anos treinando seus apóstolos, agora investe três anos treinando Saulo, como um apóstolo chamado fora do tempo. Nesse período, Saulo releu o Antigo Testamento e descobriu que aquele mesmo Jesus que outrora perseguira era de fato o Messias prometido (Atos 9:22). O ensino detalhado de Saulo em Damasco, provando que Jesus é o Cristo, provavelmente aconteceu depois de sua estada na Arábia.

Saulo havia sido um fariseu que buscava agradar a Deus pela justiça própria; acreditava ser aceito por Deus por sua religiosidade e suas boas obras. Por causa de seus autoenganos, chegou a perseguir furiosamente a Igreja de Deus para devastá-la. Porém, logo que se converteu, quis ficar a sós com Deus. Ele sabia que precisava aprofundar o seu conhecimento acerca de Jesus Cristo, pois a sua jornada seria de confrontos com dúvidas, oposição e rejeição. Nesse momento não sentiu necessidade de orientação humana, mas da presença e da ajuda de Deus. Ele precisava de um tempo de quietude e solidão para reorganizar sua mente, seus conceitos, seus valores, sua teologia. Antes de falar aos homens, Paulo precisou falar com Deus. Só se levantam diante dos homens aqueles que primeiro se prostram diante de Deus.

3. Mais lições do deserto

No deserto da Arábia, Saulo, como bem diz o pr. Elienai Cabral, “foi despido de toda a filosofia e religiosidade legalista do judaísmo. Lá, ele aprendeu que a simplicidade era a chave que abria a porta do cristianismo, que era preciso dominar suas paixões, substituindo-as pela alegria da salvação em Cristo. Saulo descobre também, na experiência do silencio e da solidão do deserto, que as coisas de Deus são do modo como Ele quer e não como nós queremos. No deserto, Deus ensinou Paulo a ser o líder que Ele precisava para expandir o seu Reino”.

Após sua estada no deserto da Arábia, a sós com Deus, preparando-se para o ministério que Deus lhe vocacionou, Saulo voltou para Damasco, pronto para pregar aos gentios. Logo na primeira viagem missionária, Lucas começa a usar o nome gentio do apóstolo (Paulo) em vez de seu nome judaico (Saulo), uma mudança que indica a propagação florente do evangelho entre os gentios.

CONCLUSÃO

A conversão e a vocação de Paulo é uma das maravilhas do Cristianismo. Sua trajetória, da conversão até o momento em que foi chamado para Antioquia da Síria, onde saiu como missionário, pode ser traçado assim: conversão no caminho de Damasco (Atos 9:1-19a); breve estada em Damasco (Atos 9:19b-22); isolamento na Arábia (Gl.1:17); retorno a Damasco por algum tempo (Atos 9:23); fuga para Jerusalém (Atos 9:23-26; 2Co.11:32,33); encontro com os apóstolos (Atos 9:27,28; Gl.1:18,19); partida para a Síria e Cilícia (Atos 9:30, Gl.1:21).

Paulo tornou-se o maior embaixador de Cristo, o maior pregador do Evangelho; o seu testemunho foi, eminentemente, cristocêntrico; por onde ele passava testemunhava que Jesus é o Filho de Deus e o Messias prometido (Atos 9:20,22). Ele se mostrou sobrenaturalmente habilitado para pregar, manter e defender a verdade quando a pregava; aonde ele pregava, os corações eram impactados com o Evangelho. Não podemos imaginar a Igreja sem Paulo.

Paulo, também, foi o maior escritor de Epístolas às Igrejas - foram 13(treze) epístolas, que fazem parte da maior parte do compêndio doutrinário da Igreja. Divinamente inspiradas pelo Espírito Santo, essas epístolas trazem instruções teológicas indispensáveis à doutrina cristã. Elas instruem os cristãos quanto: a natureza de Deus; o significado do ministério e obra de Cristo; o ministério do Espírito Santo na Igreja; a doutrina da salvação; a doutrina dos acontecimentos que se darão no final dos tempos; o caráter cristão e a aplicação da vontade de Deus na vida prática dos crentes; a ordem no culto; o governo da Igreja; etc. É difícil imaginar o cristianismo sem o apóstolo Paulo. Deus seja louvado pela salvação e chamada desse extraordinário homem.

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Luciano de Paula Lourenço – EBD/IEADTC

Disponível no Blog: http://luloure.blogspot.com

Referências Bibliográficas:

Bíblia de Estudo Pentecostal.

Bíblia de estudo – Aplicação Pessoal.

Bíblia de Estudo – Palavras Chave – Hebraico e Grego. CPAD

William Macdonald. Comentário Bíblico popular (Novo Testamento).

Comentário Bíblico Pentecostal. CPAD.

Comentário do Novo Testamento – Aplicação Pessoal. CPAD.

Rev. Hernandes Dias Lopes. Atos -A ação do Espírito Santo na vida da Igreja.

Rev. Hernandes Dias Lopes. Paulo, o maior líder do Cristianismo.

Pr. Ciro Sanches Zibordi. Evangelhos que Paulo jamais pregaria. CPAD.

Rev. Hernandes Dias Lopes. Gálatas – a Carta da liberdade cristã.

John Stott. A Mensagem de Atos, Até os confins da Terra.