Ev. Dr. Caramuru Afonso Francisco
Vídeo veiculado primeiramente no PORTAL EBD
Este é um blog evangelizador. Sua principal missão é divulgar o Evangelho genuíno de Jesus Cristo. Contém subsídios para Lições da Escola Bíblica Dominical, destinados a todos que se interessarem em otimizar suas aulas, concernentes aos tópicos propostos nas lições bíblicas da CPAD. "Se é ministério, seja em ministrar; se é ensinar, haja dedicação ao ensino”(Rm.12:7).
sexta-feira, 29 de junho de 2012
segunda-feira, 25 de junho de 2012
Aula 01 – NO MUNDO TEREIS TRIBULAÇÕES
3º
Trimestre/2012
Texto Básico: João
16:20,21,25-33
“Tenho-vos
dito isso, para que em mim tenhais paz; no mundo tereis aflições, mas tende bom
ânimo; eu venci o mundo”(João 16:33)
INTRODUÇÃO
O cristão não está isento de passar por
tribulações. Na verdade, Jesus disse que no mundo teríamos aflições, mas não
deveríamos perder o ânimo (João 16:33). Paulo nos ensina que, na tempestade,
precisamos olhar para Deus, e não para as circunstâncias. Deus é maior do que
as circunstancias. Mesmo quando as coisas parecem perdidas, Deus pode irromper
na nossa tragédia e mudar o cenário da nossa vida. Ele ainda transforma
desertos em mananciais, e o vale da derrota, em vale de benção. Lembremos da
circunstancia difícil porque passou Paulo e os seus companheiros dentro do
navio que os levava a Roma, conforme descrito em Atos 27. Esse episódio nos
recupera diversas verdades, mas cito apenas duas:
1. Na tempestade, encoraje as pessoas
(At 27:21,22). Quando toda a esperança se dissipou, Paulo se posicionou como um
agente da vida. Ele não ficou dizendo: “Eu avisei, bem feito! Agora estamos
perdidos. Agora vamos morrer todos, Agora vocês se virem. É fácil pisar em quem
já está caído. É fácil esmagar a cana quebrada. É fácil atar mais um fardo de
culpa sobre aquele que já está derrotado pelas circunstâncias da vida. Paulo
procurou uma alternativa para mudar a crise. Na tempestade, não procure
culpados, procure solução. Todo problema traz uma semente de vitória! Deus não
nos desampara. Ele está conosco. Paulo disse: “Porque, esta mesmo noite, um
anjo de Deus, de quem eu sou e a quem sirvo, esteve comigo, dizendo: Paulo, não
temas!... Portanto, senhores, tende bom ânimo! Pois eu confio em Deus que
sucederá do modo que me foi dito”.
2. Na tempestade, abra os olhos para a
intervenção de Deus(At 27:23-26). Quando você estiver na sua noite mais escura,
pensando que está sozinho, lembre-se de que Deus está com você. Ele é Deus
Emanuel, que não vai embora na hora da sua crise. Na jornada da fé: Há
tempestade, mas também há Deus conosco;
Há fornalha ardente, mas há o quarto Homem; Há cova de leões, mas há o
anjo do Senhor fechando a boca deles.
O Deus a quem servimos é o nosso escudo.
Ele é o guarda de Israel, que não dorme nem toscaneja. Seus olhos estão
atentos; suas mãos, estendidas; seu coração, aberto. Ele envia seus anjos para
nos proteger. O que nos ameaça e se acha fora do nosso controle está
literalmente debaixo dos pés do Senhor Jesus.
I. AS AFLIÇÕES DO TEMPO PRESENTE
As aflições do tempo
presente podem nos instruir a depender inteiramente de Deus, nosso auxílio e
consolo. Afirma o apóstolo Paulo que "as
aflições deste tempo presente não são para comparar com a glória que em nós há
de ser revelada" (Rm 8:18). Isto significa que, apesar das cruéis
perseguições, das tribulações, das aflições – sejam elas de ordem natural[ex.: tsunami,
inundação, enchentes, deslizamentos de terra, terremotos, etc],
econômica[ex.: desemprego, diminuição de patrimônio, falência de empresa,
etc] ou física[ex.: doenças psicossomáticas, depressão, câncer, etc]
-, a Igreja tem triunfado; as portas do inferno não podem prevalecer contra
ela. É dito que as aflições do tempo presente não se comparam
com a glória a ser revelada em nós (ver Cl 3:4; 2Ts 1:7-12; 2:14; 1Pe 1:13;
4:14; 1João 3:2). Desta feita, “as aflições do tempo presente” jamais podem
abalar ou desestimular o futuro glorioso da Igreja do Senhor. De forma firme e
resoluto pergunta Paulo: “Quem nos separará do amor de Cristo?”(ler Rm
8:35-39). Pela resposta desse servo de Deus, nada o abalaria. E esta deve ser a
posição de cada cristão genuíno.
Em qualquer época, desastres e tempos
difíceis podem vir sobre o crente: a morte de uma pessoa querida, enfermidade,
perdas irreversíveis nos negócios, divisões na família, etc. De maneira
contrária ao ensino bastante divulgado nas igrejas, os crentes não estão
isentos de problemas e aflições dos quais o ser humano é herdeiro. Na verdade,
os crentes têm de esperar que compartilharão plenamente de sofrimentos neste mundo,
por serem filhos de um Deus vivo. O Senhor Jesus mesmo lhes deu certeza de
aflições nesta vida. Se não estamos passando ou sendo atribulados por algum
teste ou prova de nossa fé, devemos parar e questionar a nós mesmos sobre a
realidade de nossa experiência cristã. As Escrituras afirmam claramente que o
Senhor disciplina todos aqueles que são seus filhos. Se não estamos sendo
disciplinados, o autor inspirado afirmou com ousadia que somos bastardos (Hb
12:8).
As aflições sobrevêm às nossas vidas,
pelo menos, por meio destes três instrumentos:
1. Por meio de nossas atitudes imprudentes, julgamentos incorretos,
ideias extravagantes, orgulho e falta de discernimento espiritual.
2. Por meio das atitudes irrefletidas ou deliberadas de outras
pessoas. Estas são áreas sobre as quais temos pouquíssima influência.
3. Por meio do curso natural dos acontecimentos. Estas são áreas
sobre as quais não temos nenhum controle ou influência.
As áreas mencionadas nos dois últimos
pontos são as que nos trazem as maiores dificuldades. “Como pode um Pai tão
amoroso permitir que tais coisas aconteçam aos seus próprios filhos?”, dizem
alguns. Não podemos emitir em público esse sentimento. No entanto, em nossos
sentimentos mais íntimos e, às vezes, em nossas orações particulares, expressamos
tais sentimentos petulantes.
Nossa incapacidade para entender os
motivos e aceitar as diversas aflições que sobrevêm à nossa vida resulta do
fato de que olhamos para os instrumentos humanos pelos quais estas aflições
aparecem em nossa vida, e não para a verdadeira fonte destas aflições e
provações. Nós as vemos como se viessem do homem e até do diabo, e não as vemos
como se viessem das mãos de um Deus soberano e amável. Atribuímos tudo à “má
sorte”, a um “acidente” ou mesmo a uma “ação do inimigo”. Assaltamos o trono da
graça com a súplica constante de que nossa aflição seja removida de nós. Mas
perdemos de vista o fato de que as Escrituras revelam o Senhor como a causa
fundamental de todas as coisas que sobrevêm às nossas vidas, quer sejam boas,
quer sejam más. Embora Deus mesmo não seja o autor do pecado, e não nos tente a
pecar, e não nos leve ao pecado, está crucialmente envolvido em tudo que nos
acontece. Na verdade, as próprias provações que estamos experimentando agora
fazem parte do plano de Deus para a nossa vida. Esta é a soberana vontade de
Deus para nós. Estou enfatizando isso levando em consideração o fato de que no
cristão verdadeiro, nascido de novo, “o maligno não lhe toca”(1João 5:18), a
não ser com a permissão de Deus(veja o exemplo de Jó, do apóstolo Paulo).
II. POR QUE O CRENTE SOFRE
Se Jesus nos ama, por que sofremos? Este
é um dos assuntos mais intrigantes da vida. Não é simples refletir a respeito
desta questão do sofrimento do justo. Os profetas analisaram esta questão e
ficaram muitas vezes angustiados com o sofrimento do justo.
O profeta Habacuque, num dado momento da
sua vida, ficou até desesperado ao perceber como o justo era esmagado,
injustiçado e pisado pelo ímpio.
O salmista Asafe, por sua vez, no Salmo
73, entra numa crise espiritual, porque olha de sua janela e vê o ímpio
prosperando, tendo saúde, amigos e ele, que é piedoso, é castigado cada manhã,
passando por lutas e provações as mais amargas.
Talvez estejamos enfrentando esta crise.
Temos andado continuamente com Deus e neste momento estamos passando por
dificuldades e aflições indescritíveis. Quem sabe tenhamos perdido o emprego,
ou estamos lidando com dramas de enfermidade em nossa casa. Pode ser que
estejamos passando por lutas emocionais ou lutas espirituais. Talvez nossa vida
esteja sendo encurralada por circunstâncias adversas que fogem ao nosso
controle. Talvez estejamos enfrentando como que uma avalanche que desce sobre
nós e nos envolve e engole e, então, não sabemos mais o que fazer da vida.
Concordo com o Rev. Hernandes Dias
Lopes, quando diz que o fato de sermos cristãos não significa que temos uma
carta de alforria ou um cartão de imunidade das lutas e das provações da vida.
Cristianismo não é uma sala vip. O Cristianismo não é um parque de diversões, nem
uma colônia de férias. Nós não temos imunidades especiais. Mas temos sim
imanência sobrenatural, temos a presença de Jesus conosco. O profeta Isaias
diz: “Quando passares pelas águas, eu serei contigo; quando, pelos rios,
eles não te submergirão; quando passares pelo fogo, não te queimarás, nem a
chama arderá em ti. Porque, eu sou o Senhor, teu Deus, o Santo de
Israel”(Isaias 43:2-3a).
Deus está conosco no vale da dor. Deus
está conosco no leito da enfermidade. Deus está conosco nas agruras, nas
intempéries, nas vicissitudes, nas tempestades da vida. Mas quero lhe dizer que
as crises, muitas vezes surpreendentes, que não conseguimos controlar, se
agigantam, mesmo quando somos pessoas que andam com Deus, da mesma forma que
aconteceu com Lázaro (amigo de Jesus). Ele ficou doente e piorou, a ponto de
chegar a morrer. Todavia, não existe causa perdida para Jesus. Não existe
problema que Ele não possa resolver. Não existe situação irrecuperável para
Jesus. Lázaro estava morto e sepultado há quatro dias. Era uma causa perdida
para muitos, mas, para Jesus, era uma causa vitoriosa.
Talvez haja algumas causas na vida que
consideramos perdidas. Talvez ficamos pensando que nosso casamento não tem mais
jeito. Que nosso ente-querido não tem mais recuperação. Quem sabe com relação à
nossa saúde, os médicos já lavraram a sentença: não tem cura. Mas há algo
importantíssimo que quero dizer aqui: Se Jesus quiser, com toda certeza, tem
jeito!
Para Jesus não há causa perdida. Talvez
pensemos: Eu já fui longe demais; estou afundado no pecado, no vício, para mim
não tem mais jeito, não tem mais recuperação. Se Jesus quiser, tem jeito,
porque Ele perdoa pecados, é Ele quem levanta o caído e restaura o abatido, Ele
faz novas todas as coisas. Jesus pode restaurar nossa alma e salvar a nossa
vida.
Jesus Cristo sabe o que é a dor do
sem-teto, porque Ele não tinha onde reclinar a sua cabeça. Jesus Cristo sabe o
que é a dor da solidão, porque na hora mais angustiante de sua vida, nem os
seus discípulos mais achegados estavam do seu lado, quando Ele estava com o
rosto em terra suando gotas de sangue, clamando ao Pai: “Meu Pai, se possível,
passe de mim este cálice!”(Mt 26:39). Jesus Cristo sabe o que é a dor da
perseguição, porque Ele foi perseguido desde a sua infância por Herodes, o Grande;
foi perseguido pelos fariseus, pelos escribas, pelos sacerdotes, pela multidão.
Jesus Cristo sabe o que é a dor da traição, porque o seu discípulo em quem ele
investiu, o traiu lhe dando um beijo traidor. Ele sabe o que é ser ultrajado,
cuspido, zombado, escarnecido. Ele sabe a dor que passamos, que sentimos. Ele
sabe o que é a dor da enfermidade, porque
a Bíblia diz que Ele foi enfermado, Ele tomou sobre si as nossas dores,
as nossas enfermidades, os nossos pecados. Jesus sabe o que é a dor da morte, porque
lá na cruz do Calvário, quando Ele foi feito pecado por nós, quando foi feito
maldição por nós, Ele deu um grito de desamparo: “Deus meu, Deus meu, por que
me desamparaste?”(Mt 27:46). E, naquele momento, Ele foi ferido. Naquele
momento Ele foi traspassado. Naquele momento Ele sentiu o drama da angústia
avassalando a sua alma.
Quando sofremos, isso não está fora do
controle de Jesus. Isso não está fora do conhecimento dEle. Isso está incluído
na agenda de Deus. Faz parte do projeto de Deus. Um projeto bom, um projeto
perfeito, um projeto glorioso, vitorioso e vencedor.
O sofrimento não é sinônimo do desprazer
de Deus. Às vezes Deus permite que soframos, para que experimentemos da sua
consolação, da sua intervenção milagrosa.
Nem sempre Deus livra o cristão do
sofrimento, mas no sofrimento, e, como lemos na galeria dos heróis da fé de
hebreus 11, determinadas aflições somente cessarão na eternidade. Mas o
sofrimento do crente sempre tem um propósito, um deles é a produção de consolo
e salvação para os outros (2Co 1:6). A morte de vários cristãos ao longo da
história serviu de semente para que o evangelho aflorasse em várias regiões do
mundo.
O sofrimento serve também como
instrumento de conforto e consolo para outros crentes que sofrem. Afinal, a
promessa de consolo vem do Senhor que também produz em nós essa mesma
característica a fim de consolar outros (2Co 1:7).
O sofrimento não necessariamente decorre de
pecado, na verdade, os crentes mais consagrados podem passar por provas
desesperadoras (2Co 1:8). Paulo testemunha que sofreu inúmeras perseguições
tanto por parte dos judeus (At 20:19; 21:27) quanto dos gentios (At 19:23-40),
e é bem provável que em uma dessas situações tenha sido sentenciado à morte.
Mas o crente sabe que a morte não é o fim(estudaremos sobre isso na Aula nº
03).
A eternidade deva ser o alvo central da
vida do cristão sofredor, pois quando tudo terminar, Deus estenderá sua mão,
contanto que confiemos nEle, não em nós mesmos (2Co 1:9). Ele é o mesmo Deus e
do mesmo modo que agiu no passado agirá no presente e no futuro a fim de
cumprir com Sua palavra (2Co 1:10).
Nós os cristãos não
devemos ficar transtornados pelos problemas e pelo sofrimento de nossa vida, ou
por aquilo que vemos nas vidas de muitas pessoas piedosas em nosso redor.
Podemos amar Jesus agora mais do que nunca anteriormente, e não entender o
porquê de estarmos enfrentando tanto sofrimento e tantas dores. Podemos estar
seguro de que Deus possui um propósito divino por trás de cada provação, por
trás de cada sofrimento que estamos enfrentando neste instante!
Se estamos sofrendo, se estamos
angustiados, se estamos desesperados, vamos entregar a nossa causa para Jesus.
Ele sabe o que está fazendo. Ele sabe quem somos, onde estamos, o que estamos
passando, e Ele pode vir, trazer o socorro de que tanto precisamos.
Em qualquer lugar onde estivermos,
podemos fechar nossos olhos e orar. Podemos colocar a nossa causa na presença
de Deus. Talvez nossa oração possa ser esta: “Oh Deus, em nome de Jesus, quero
colocar agora nas tuas mãos a nossa causa. Senhor, toca nosso coração com as
consolações do Espírito Santo. Meu Deus, enxuga nossas lágrimas. Meu Deus,
restaura aquele que está caído, cura aquele que está enfermo, perdoa aquele que
está caído na sarjeta do pecado, agrilhoado neste cipoal do vício, de desespero
emocional, de desespero espiritual. Restaura nossa vida Senhor, restaura nosso
coração, levanta nossa família, faz novas todas as coisas, e glorifica o teu
nome em nossa vida, em nossa família. Oh Deus, opera agora o milagre
maravilhoso do consolo, do refrigério, para que nossa família possa receber a
intervenção do céu, a manifestação da tua graça. Em nome do Senhor Jesus.
Amém!”.
III. O CRESCIMENTO E A PAZ NAS AFLIÇÕES
Desfrutamos de verdadeira paz nos
momentos de aflições, pois o Senhor Deus, como soberano, tem pleno domínio
sobre a vida do cristão. E sendo assim, qualquer aflição que nos acometa é da
vontade permissiva de Deus, o que nos garante que, se Ele quiser, tudo o que
está acontecendo conosco certamente será revertido.
1. A soberania
divina na vida do crente. A soberania divina na
vida do crente é a garantia de que as promessas de Deus jamais falham. E a
análise desta prerrogativa do Senhor é importantíssima para o fortalecimento de
nossa fé. A soberania de
Deus recebe forte ênfase nas Escrituras Sagradas. Nela, o Senhor é apresentado
como o Criador, e Sua vontade como a causa de todas as coisas. Em virtude de
Sua obra criadora, o céu, a terra e tudo o que eles contêm lhe pertencem. Ele
está revestido de autoridade absoluta sobre as hostes celestiais e sobre os
moradores da terra. Ele sustenta todas as coisas com a Sua onipotência, e
determina os fins que elas estão destinadas a cumprir. Ele governa como Rei no
sentido mais absoluto da palavra, e todas as coisas dependem dele e lhe são
subservientes.
A menos que nós cheguemos ao ponto de crer e aceitar a soberania
de Deus sobre as nossas vidas e sobre tudo o que nos acontece, não seremos
capazes de reagir de uma maneira cristã em relação a tudo que nos ocorre nesta
vida terrena. Na verdade, não seremos capazes de lutar contra o mundo conforme
ele é hoje. Poderemos ser vencidos, desencorajados e alarmados, se não
reconhecermos que Deus, por meio de sua vontade soberana e imutável, está no
pleno controle de todas as coisas. Nada em nossa vida é acidente, incidente ou
coincidência.
Jó reconheceu isto, quando disse, em
meio às suas terríveis aflições: “Temos recebido o bem de Deus e não
receberíamos também o mal?” (Jó 2:10). A sua esposa lhe havia sugerido que
amaldiçoasse a Deus e morresse; Jó, porém, ainda que não pudesse entender o
motivo, discerniu corretamente que todas as suas aflições haviam sido, de
alguma maneira, enviadas por Deus. Jó estava expressando o fato de que, embora
o homem seja uma criatura racional e responsável por suas decisões e atitudes,
Deus ainda é soberano e realiza a sua própria vontade, sem pisotear a nossa.
Esta soberania de Deus é a rocha sobre a qual repousa a consolação do crente.
2. Tudo coopera para o bem. Deus faz todas as coisas cooperarem para o bem daqueles que o
amam, daqueles que são chamados segundo o seu propósito. Assim expressou o
apóstolo Paulo: “E sabemos que todas as coisas cooperam para o bem daqueles
que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito”(Rm
8:28, ARA). Talvez nem sempre pareça ser o caso. Por vezes, quando passamos por
momentos de aflição, tragédia, decepção, frustração ou tristeza profunda,
perguntamo-nos se a dor resultará em algum bem. Certamente, tudo o que Deus
permite em nossa vida tem o objetivo de nos conformar à imagem de seu Filho(Rm
8:29). Quando percebemos isso, a dúvida é dissipada. Nossa vida não é
controlada por forças impessoais como o acaso, a sorte ou o destino, mas por um
Deus maravilhoso e pessoal, que é amoroso demais para ser insensível e sábio
demais para errar. Glórias sejam dadas ao nosso Senhor Jesus!
3. Desfrutando a paz do Senhor. Ele prometeu: “... a minha paz vos dou; eu não vo-la dou como
o mundo a dá. Não se turbe o vosso coração, nem se atemorize” (João 14:27).
Mesmo vivendo em um mundo de aflições, podemos experimentar a paz do Senhor
Jesus:
·
Não a falsa paz das coisas cobiçadas
normalmente pelos homens: prazer, fama e riqueza. Estas coisas geram
preocupação, ansiedade e remorso. Elas não satisfazem os desejos da alma imortal,
nem são capazes de alcançar aquela paz pela qual o eu mais profundo suspira.
·
Não a paz como os homens do mundo dão. Eles se
cumprimentam com palavras e gestos de paz, porém são palavras vazias; professam
amizade, dão apertos de mão, beijos e abraços que não traduzem paz, porquanto
são meramente formais, frequentemente insinceros.
·
Não como os sistemas de filosofia e falsas
religiões dão. Eles professam a paz, mas ela não é real. Tais sistemas
filosóficos e religiões não passam de falsos paliativos. Não tranquilizam a voz
da consciência culpada; não removem o pecado - origem da ausência da paz; não
reconciliam o espírito com Deus.
A Paz que o Senhor nos dá é tal que satisfará todos os anseios da nossa
alma; silenciará os alarmes da consciência; permanecerá sempre, mesmo em meio a
todas as mudanças e tempestades; não nos deixará nem na hora da nossa morte,
porque o Senhor mesmo é o Príncipe da Paz.
O Evangelho de Marcos, no
capítulo 4:35-41, relata que certa feita Jesus e os discípulos propuseram atravessar o Mar da Galiléia em direção
à praia leste. Não fizeram nenhum preparativo de antemão. Outros barcos o
seguiam. Então, de repente, um grande temporal surgiu. Enquanto a tempestade
rugia com toda fúria, Jesus estava dormindo. Os discípulos, apavorados, o
despertaram, censurando-o por sua aparente falta de preocupação com a segurança
deles. Será que Jesus sabia que a tempestade viria? É óbvio que sim. Ele sabe
todas as coisas; nada o apanha de surpresa. Então, se sabia, por que dormiu?
Ele dormiu por duas razões: dormiu porque descansava totalmente na providencia
do Pai; dormiu porque sabia que a tempestade seria pedagógica na vida dos seus
discípulos. O fato de Jesus estar descansando durante a tempestade já deveria
ter acalmado e encorajado os discípulos. Jesus estava descansando na vontade do
Pai e sabia que o Pai podia cuidar dele enquanto dormia. Jonas dormiu na
tempestade com uma falsa segurança, visto que estava fugindo de Deus. Jesus
dormiu na tempestade porque ele estava verdadeiramente seguro na vontade do
Pai. O Senhor, despertando, repreendeu o vento e as ondas. A Paz foi imediata e
completa. Depois, Jesus brevemente ralhou com seus seguidores por temerem e não
confiarem. As tempestades da vida podem nos abalar, mas não abalam o Senhor. Elas
podem ficar fora do nosso controle, mas não fora do controle de Jesus.
Conta-se que certo
rei ofereceu um prêmio ao artista que pintasse o
melhor quadro da paz. Muitos artistas tentaram. O rei examinou todos os
quadros, mas havia apenas dois dos quais ele realmente gostou, e teve que
escolher entre eles:
* Um quadro era de um lago tranquilo. O lago era um espelho
perfeito para pacíficas torres de montanhas ao redor dele. No alto estava um
céu azul com nuvens brancas. Todos que viam este quadro consideravam-no um
quadro perfeito da paz.
* O outro
quadro também tinha montanhas. Mas estas eram acidentadas e nuas. Acima estava
um céu irado de onde caía a chuva, e relâmpagos eram vistos. Lá embaixo, ao
lado da montanha, caía uma cascata espumante. Isto não parecia de forma alguma
um quadro da paz. Só que o rei escolheu este segundo quadro. Sabe por quê?
Quando o rei olhou, atrás da cascata viu um minúsculo arbusto crescendo numa
rachadura na rocha. No arbusto um pássaro-mãe havia construído seu ninho. Ali,
no meio da fúria das águas correntes, deitou-se o pássaro-mãe em seu ninho, em
paz perfeita. O rei explicou: "Paz não quer dizer estar num lugar onde
não há qualquer barulho, problema, ou trabalho duro. Paz quer dizer estar no
meio de todas essas coisas e ainda assim estar tranqüilo no seu coração. Este é
o significado da paz real". Por isso, a Paz é uma das virtudes do
Fruto do Espírito Santo (Gl 5:22), pois ela permanece
mesmo em meio ao perigo e circunstâncias contrárias. Isaías declara: “Tu conservarás em perfeita paz aquele cuja
mente está firme em Ti; porque ele confia em Ti”. Portanto, se sua mente e
coração estão em Deus, então você desfrutará a genuína Paz do Senhor, mesmo em
um mundo de aflições. Pense nisso!
CONCLUSÃO
Qual a nossa atitude
diante de Deus quando os problemas nos afligem? Murmuramos? Queixamo-nos por
Ele nos ter abandonado? Afastamo-nos de Sua presença? Precisamos aprender a louvar e agradecer ao Senhor
em todos os momentos. Na alegria e no sucesso, por Sua grande misericórdia e
amor; nas lutas, por Ele estar nos preparando para grandes conquistas; nos
momentos de decepções e frustrações, porque valorizaremos ainda mais as nossas
vitórias. O Senhor Jesus prometeu estar conosco todos os dias e isso inclui
também os dias de lutas e tribulações. A nós cabe confiar e agradecer a Sua
companhia. Por mais que o dia esteja “nublado” e “triste”, logo voltará a
brilhar o Sol da alegria em nossos corações.
------
Elaboração: Luciano de Paula Lourenço – Prof. EBD – Assembléia de Deus
– Ministério Bela Vista. Disponível no Blog: http://luloure.blogspot.com
Referências Bibliográficas:
William Macdonald – Comentário Bíblico popular (Novo
Testamento).
Bíblia de Estudo Pentecostal.
Bíblia de estudo – Aplicação Pessoal.
O Novo Dicionário da Bíblia – J.D.DOUGLAS.
Comentário Bíblico NVI – EDITORA VIDA.
Caramuru Afonso Francisco – Suportando as Tribulações.
quinta-feira, 21 de junho de 2012
LIÇÕES BÍBLICAS DO 3º TRIMESTRE DE 2012
No 3º Trimestre de 2012, estaremos estudando,
através das Lições Bíblicas da CPAD, sobre o tema: “VENCENDO AS AFLIÇÕES DA VIDA”. As lições
serão comentadas pelo pastor Eliezer de Lira e Silva. Foram
divididas nos seguintes temas:
Lição 01 – No Mundo Tereis
Aflições
Lição 02 – A Enfermidade na
Vida do Crente
Lição 03 – A Morte para o
Verdadeiro Cristão
Lição 04 – Superando os Traumas
da Violência Social
Lição 05 – As Aflições da
Viuvez
Lição 06 – A Despensa Vazia
Lição 07 – A Divisão Espiritual
no Lar
Lição 08 – A Rebeldia dos
Filhos
Lição 09 – A Angústia das
Dívidas
Lição 10 – A Perda dos Bens
Terrenos
Lição 11 – Inveja, um Grave
Pecado
Lição 12 – As Dores do Abandono
Lição 13 – A Verdadeira
Motivação do Crente
Lição 14 – A Vida Plena nas
Aflições
************************************
No 3º Trimestre de 2012, estaremos estudando,
através das Lições Bíblicas da CPAD, sobre o tema: “VENCENDO AS AFLIÇÕES DA VIDA”. As lições
serão comentadas pelo pastor Eliezer de Lira e Silva. Foram
divididas nos seguintes temas:
Lição 01 – No Mundo Tereis
Aflições
Lição 02 – A Enfermidade na
Vida do Crente
Lição 03 – A Morte para o
Verdadeiro Cristão
Lição 04 – Superando os Traumas
da Violência Social
Lição 05 – As Aflições da
Viuvez
Lição 06 – A Despensa Vazia
Lição 07 – A Divisão Espiritual
no Lar
Lição 08 – A Rebeldia dos
Filhos
Lição 09 – A Angústia das
Dívidas
Lição 10 – A Perda dos Bens
Terrenos
Lição 11 – Inveja, um Grave
Pecado
Lição 12 – As Dores do Abandono
Lição 13 – A Verdadeira
Motivação do Crente
Lição 14 – A Vida Plena nas
Aflições
VENCENDO AS AFLIÇÕES DA VIDA
“Muitas são as
aflições do justo, mas o Senhor o livra de todas”(Salmo 34:19).
Aflições da vida, uma
certeza bíblica aos crentes. Certeza esta anunciada pelo próprio Jesus: “... no
mundo tereis aflições ...”(João 16:33). Paulo, como fiel discípulo de Jesus,
não rejeitou esta certeza, e disse: “E não somente isto, mas também nos
gloriamos nas tribulações ...” (Rm 5:3). Paulo, não apenas aceitou para si as
tribulações, como também ensinou os obreiros, seus companheiros de Ministério,
a aceitá-las. Escrevendo a Timóteo, disse: “Sofre pois, comigo, as aflições
como bom soldado de Jesus Cristo” (2Tm 2:3).
Portanto, crer
em Deus e viver em retidão não isenta ninguém de problemas e aflições nesta
vida. Pelo contrário, a dedicação a Deus, amiúde, nos traz provações e
sofrimentos(ver Mateus 5:10). Está dito da parte de Deus que por muitas
tribulações devemos entrar no seu Reino(At 14:22; cf 1Co 15:19; 2Tm 3:12).
Uma vez
cumprido o propósito de Deus ao permitir a aflição, Ele passa a nos livrar dela,
ou pela intervenção sobrenatural direta nesta vida, ou pela morte triunfante e
o ingresso na vida futura(cf Hb 11:35-37).
Deus, às vezes, usa o sofrimento para
testar a nossa fé, para ver se permanecemos fiéis a Ele. A Bíblia diz que as
provações que enfrentamos são “a prova da vossa fé”(Tg 1:3); elas são um meio
de aperfeiçoamento da nossa fé em Deus(ver Dt 8:3). É nosso dever reconhecer
que uma fé autentica resultará em “louvor, e honra, e glória na revelação de
Jesus Cristo(1Pe 1:7).
Deus emprega as aflições, não somente para
fortalecer a nossa fé , mas também para nos ajudar no desenvolvimento do
caráter cristão e da retidão. Segundo vemos nas cartas de Paulo e Tiago, Deus
quer que aprendamos a ser pacientes mediante o sofrimento(Rm 5:3-5). Na aflição,
aprendemos a depender menos de nós mesmos e mais de Deus e da sua graça(ver 2Co
12:9). É nosso dever estar afinados com aquilo que Deus quer que aprendamos
através da aflição ou tribulação.
Deus também pode permitir que soframos dor
e aflição para que possamos melhor consolar e animar outros que estão a
sofrer(ver 2Co 1:4). É nosso dever usar nossa experiência advinda do sofrimento
para encorajar e fortalecer outros crentes.
Deus pode
usar, e usa mesmo, as aflições dos justos para propagar o seu reino e seu plano
redentor. Por exemplo: toda injustiça por que José passou nas mãos dos seus
irmãos e dos egípcios fazia parte do plano de Deus “para conservar vossa
sucessão na terra e para guardar-vos em vida por um grande livramento”(Gn
45:7). O principal exemplo que podemos mencionar aqui é o sofrimento de Cristo,
“o Santo e Justo”(At 3:14), que experimentou perseguição, agonia e morte para
que o plano divino da salvação fosse plenamente cumprido. Isso não exime da
iniquidade aqueles que o crucificaram(At 2:23), mas indica, sim, como Deus pode
usar o sofrimento dos justos pelos pecadores, para seus propósitos e sua
própria glória.
Hoje, em algumas Denominações ditas
Evangélicas, há uma tendência de não falar em tribulação ou aflição; talvez
para não desencorajar as pessoas. Preferem falar apenas de coisas agradáveis ao
ouvido do homem natural, tal como riquezas, saúde e prosperidade. O Senhor
Jesus, e também Paulo, falavam das tribulações, dos sofrimentos, das aflições.
Os que preferem falar só de coisas agradáveis, se esquecem, ou não sabem, que
tribulações, sofrimentos, aflições constituem uma promissão bíblica para os
crentes.
Muitos, por má fé ou por ignorância da
Palavra de Deus, ao convidar as pessoas para virem à Igreja, acenam com falsas
ilusões, usam uma “propaganda enganosa”, afirmando que todos os seus problemas
serão resolvidos, que todas as enfermidades ou doenças serão curadas e que elas
desfrutarão as bênçãos da riqueza e da prosperidade. Esquecem, ou não sabem,
que o Plano de Deus, na Pessoa bendita de Seu Filho Jesus, não era e não é
transformar a vida aqui na Terra num paraíso.
Nós cremos num Deus que tudo pode e num Evangelho que é “... o poder de Deus para salvação de todo aquele que crê ...”(Rm 1:16), e que o homem salvo pode sentir alegria até mesmo nas tribulações, nos sofrimentos, nas aflições. É neste sentido o ensino de Pedro: “Amados, não estranheis a ardente prova que vem sobre vós para vos tentar, como se coisa estranha vos acontecesse. Mas alegrai-vos no fato de serdes participantes das aflições de Cristo, para que também na revelação da sua glória vos regozijeis e alegreis”(1Pedro 4: 12-13).
Nós cremos num Deus que tudo pode e num Evangelho que é “... o poder de Deus para salvação de todo aquele que crê ...”(Rm 1:16), e que o homem salvo pode sentir alegria até mesmo nas tribulações, nos sofrimentos, nas aflições. É neste sentido o ensino de Pedro: “Amados, não estranheis a ardente prova que vem sobre vós para vos tentar, como se coisa estranha vos acontecesse. Mas alegrai-vos no fato de serdes participantes das aflições de Cristo, para que também na revelação da sua glória vos regozijeis e alegreis”(1Pedro 4: 12-13).
Não precisamos ter medo de prevenir, até
mesmo os novos convertidos, sobre a necessidade de suportar as aflições da
vida, na certeza de que as venceremos em nome Jesus Cristo.
Luciano
de Paula Lourenço
domingo, 17 de junho de 2012
Aula 13 - A FORMOSA JERUSALÉM
Texto Básico: Apocalipse 21:9-18
“Mas nós, segunda a sua
promessa, aguardamos novos céus e nova terra, em que habita a justiça”(2Pe
3:13)
INTRODUÇÃO
Quando Deus criou o ser humano
Ele o fez não para viver um período de tempo determinado, mas para viver
indefinidamente, desde que fosse obediente ao seu Deus, ao seu Criador. Deus o
proibiu de comer “da árvore do conhecimento do bem e do mal”; se fosse
desobediente a esse mandamento morreria (Gn 2:17), ou seja, enquanto O
obedecesse, viveria independentemente do tempo. O ambiente desta eternidade
condicional era o Éden, onde Deus havia criado um jardim para nele pôr o homem
e sua companheira (Gn 2:8). Entretanto, o homem desobedeceu a Deus, por isso
passou a sofrer o impacto do tempo e a morte física (Gn 3:19), bem como a
destituição da glória de Deus. Por causa disso, o ser humano perdeu a
oportunidade de viver num lugar onde desfrutaria continuadamente da presença e
da companhia do Senhor (Gn 3:22,23). Foi expulso do Éden. Entretanto, é
importante observar, que ao expulsar o homem do Éden, Deus mostrou toda a Sua
misericórdia e graça, pois, dali por diante, empreendeu um plano a fim de fazer
o homem retornar ao convívio eterno com Ele, numa eternidade irreversível. O alvo
de Deus para o homem é, precisamente, criar este novo ambiente de comunhão,
este novo “tabernáculo de Deus com os homens”(cf Ap 21:3), que é, precisamente,
a Nova Jerusalém, a Formosa Jerusalém Celestial, de que falaremos nesta Aula.
I. O QUE
É A NOVA JERUSALÉM CELESTIAL
A Nova Jerusalém é a cidade celestial que foi feita
para ser o local onde Deus habitará juntamente com os homens que lhe foram
fiéis e aceitaram a sua oferta de submissão e obediência à sua Palavra. É o
local que substituirá o Éden como morada de Deus com os homens. Ela é
explicitamente mencionada e revelada no capítulo 21 do livro do Apocalipse,
mas, antes da visão do apóstolo João, já havia referências a ela nas
Escrituras. O próprio Jesus já havia mencionado existir um lugar que seria por
Ele preparado para que os seus servos nele habitassem para sempre com o Senhor
(João 14:1-3).
O objetivo de Deus é fazer com que tenhamos, novamente, um
lugar onde possamos habitar com Deus, e a Nova Jerusalém é este local. Mas, se
bem analisarmos, veremos que o Senhor é tão maravilhoso que, ao invés de tão
somente substituir o Éden, proporcionou um lugar melhor do que o Éden. Ao
vermos que a Nova Jerusalém é superior ao Éden, temos que concluir que os
bem-aventurados que nela puderem entrar (cf. Ap 22:14) reconhecer-se-ão uns aos
outros, serão pessoas conscientes de onde estão, de quem são e porque ali
estão.
Muitos indagam se no Céu nós iremos ter noção de quem
somos, de onde estamos e que o que estaremos a fazer. Muitos acham que, como a
Bíblia afirma que não nos lembraremos mais de nossas dores e tristezas deste
mundo, seremos pessoas sem noção do que fomos aqui na Terra e não teremos
condição de nos reconhecermos uns aos outros. Entretanto, não entendemos assim.
Por que Deus salvaria milhões e milhões de pessoas, para com eles habitar, se
estas pessoas não tivessem sequer a noção de quem são, de quem é Deus e de onde
estão? Como pessoas que venceram o pecado, que combateram o bom combate, que
foram fiéis até o fim, passariam a eternidade sem a mínima noção de quem são?
Como poderiam pessoas glorificadas terem menos consciência do que quando viviam
ainda numa natureza sujeita ao pecado? Certamente que homens e mulheres
remidos, vivos para todo o sempre, não terão motivo algum para se lembrarem ou
se amargurarem com sofrimentos, pesares, recordações do tempo em que viveram
nos antigos céus e terra. Agora, o fato de não nos lembrarmos, de não ficarmos
presos a fatos passados, em absoluto significa que seremos verdadeiros “zumbis”
na Nova Jerusalém, sem saber sequer quem somos. Deus, pelo seu caráter, jamais
iria realizar um plano para a salvação do ser humano que quis conhecer o bem e
o mal, para ter adoradores inconscientes e sem noção sequer de quem são. Como
poderá o ser humano, na eternidade, louvar e bendizer ao Senhor, para todo o
sempre, sem sequer saber quem é e que existem outras pessoas ali juntamente com
ele? Definitivamente, não é esta ideia concordante com o que as Escrituras
afirmam ser o nosso Deus.
Se soubesse que, na eternidade, eu seria apenas uma
“fumacinha”, vagando na imensidão de um céu irreal, sem identidade, despojado
de minha personalidade, não sabendo quem eu sou, e nem quem eu fui, de onde vim
e o que estou fazendo ali, então eu não gostaria de estar lutando para viver
nesse céu!
Todavia, pela Bíblia, eu sei que existe um Céu,
que este Céu é real, que o Senhor Jesus o identificou como sendo a “Casa de meu Pai”. Que lá
eu terei um corpo semelhante ao de Jesus, real,
tangível, glorioso. Que eu terei uma identidade, que vou saber quem sou, como
cheguei até ali, que vou poder servir, e adorar, eternamente o meu Salvador e
Redentor.
II.
AS CARACTERISTICAS DA NOVA JERUSALÉM
O Apóstolo João disse: “... e mostrou-me a grande cidade, a
santa Jerusalém...”. Quer nos parecer que João não teve dúvidas em identificar
o que ele viu: ele disse ter visto uma cidade. Contudo, descrever como era essa
cidade, tornou-se um desafio para o Apóstolo “... a quem Jesus amava...”(João
21:20). Certamente que, sob a orientação do Espírito Santo, ele usou símbolos,
figuras, para falar da grandeza, da perfeição, da beleza da Formosa Jerusalém
Celestial.
1. É um
lugar real. A
Formosa Jerusalém Celestial é uma cidade real, visível, palpável; uma cidade
que tem fundamentos e cujo Artífice e Construtor é o próprio Deus (Hb 11:10).
a) Abraão pôde crer na existência
desta cidade.
Abraão viveu aqui na Terra, porém, não fixou nela as suas raízes. Ele tinha os
pés na terra e o pensamento no céu. Era diferente de muitos pregadores de hoje,
os quais induzem o povo a pensar e a lutar pela conquista dos bens terrenos.
Com relação a ele a Bíblia diz: “Pela fé Abraão, sendo chamado, obedeceu,
indo para um lugar que havia de receber por herança; e saiu, sem saber para
onde ia. Pela fé habitou na terra da promessa, como em terra alheia, morando em
cabanas com Isaque e Jacó, herdeiros com ele da mesma promessa. Porque esperava
a cidade que tem fundamentos, da qual o artífice e construtor é Deus”(Hb
11:8-10). Hoje nós sabemos, pela revelação que foi dada ao apóstolo João que
esta cidade é a Formosa Jerusalém Celestial. Abraão creu na existência desta
cidade. Não sabemos como ele teve essa revelação, mas ele tinha convicção de
que ela era real.
b) Paulo
também pôde crer como creu Abraão. Paulo cria, como creu Abraão,
por isto dizia que - “... a nossa cidade está nos céus, donde também
esperamos o Salvador, o Senhor Jesus Cristo” (Fp 3:20). Abraão não fundou
nenhuma cidade, na Terra: nem ergueu um Império para si, ou para os seus.
Paulo, também, não! Abraão e Paulo, dois homens chamados por Deus, viveram na
esperança de um dia habitar na Jerusalém Celestial, a Cidade que tem fundamento
e cujo Artífice e Construtor é Deus.
c) Nós
também podemos crer, como creram Paulo e Abraão. Nós
somos crentes, porque cremos. Fomos chamados para crer. Não necessitamos de
ver, para crer, mas, cremos para ver. Por isto temos a viva esperança não
apenas de ver, mas de morar, eternamente, na Formosa Jerusalém Celestial.
d) Lá, o
nosso corpo será real. O Corpo de Jesus era real, era palpável, podia ser
tocado pelas mãos dos homens. Para vir à Terra ele tomou um Corpo igual ao
nosso. Quando Ele ressuscitou, o seu Corpo não era intangível, não era uma
simples “fumaça”. Ele podia ser tocado pela mão de alguém - “E,
falando ele dessas coisas, o mesmo Jesus se apresentou no meio deles e
disse-lhes: Paz seja convosco. E eles, espantados e atemorizados, pensavam que
viam algum espírito. E ele lhes disse: Por que estais perturbados, e por que
sobem tais pensamentos ao vosso coração? Vede as minhas mãos e os meus pés, que
sou eu mesmo; tocai-me e vede, pois um espírito não tem carne nem ossos, como
vedes que eu tenho. E, dizendo isso, mostrou-lhes as mãos e os pés”. Mostrou-lhes
as “mãos e os pés”, porque neles estavam, como ainda estão, as marcas dos
cravos com os quais ele foi pregado na cruz. Quando Ele vier, no Dia da
Revelação do Senhor, antes do Milênio e no final da Grande Tribulação, os
judeus, ao vê-lo, perguntarão: “... que feridas são essas nas tuas mãos?
Dirá ele: são as feridas com que fui ferido em casa dos meus amigos” (Zc
13:6).
Sabemos,
pela Bíblia, que quando Ele vier este nosso corpo corruptível e mortal será
transformado - “Porque convém que isto que é corruptível se revista
da incorruptibilidade e que isto que é mortal se revista da imortalidade”(1Co
15:53). Será, pois, nesse Dia, que o Senhor Jesus “... transformará o nosso
corpo abatido, para ser conforme o seu corpo glorioso, segundo o seu eficaz
poder de sujeitar também a si todas as coisas” (Fp 3:21).
Portanto, o nosso corpo
com o qual seremos levados para o Céu, no Dia do Arrebatamento, será conforme
o corpo de Jesus; então nós receberemos um corpo real, palpável.
Não seremos, apenas, “uma fumaça”. Que maravilhosa Esperança!
2. Sua
localização. A Formosa Jerusalém não é o Céu. Ela está no Céu, e que, de
lá, descerá até próximo à Terra, quando o Senhor Jesus Cristo vier para
implantar seu Reino, aqui na Terra, conforme o Apóstolo João escreveu - “E
veio um dos sete anjos que tinham as sete taças cheias das últimas sete pragas
e falou comigo, dizendo: Vem, mostrar-te-ei a esposa, a mulher do Cordeiro. E
levou-me a um grande e alto monte e mostrou-me a grande cidade, a santa
Jerusalém, que de Deus descia do céu”(Ap 21:9-10). A Formosa Jerusalém
descerá do Céu e estará aqui durante o Milênio. Tal como o anjo mostrou a João,
estará no Milênio colocada, fixamente, no vazio, entre o céu e a Terra, sobre a
Jerusalém terrestre, pela mesma força que sustenta toneladas de águas presas
pelas nuvens e que sustenta a Terra, suspensa sobre o nada, conforme escreveu Jó:
“O norte estende
sobre o vazio; suspende a terra sobre o nada. Prende as águas em densas nuvens,
e a nuvem não se rasga debaixo delas”(Jó 26:7-8).
O Dr. Caramuru Afonso Francisco escrevendo sobre este
assunto – numa de suas participações para EBD -, disse: “É importante
verificarmos que a Nova Jerusalém já está vindo para ocupar o seu devido lugar
no novo universo que será formado. Esta cidade maravilhosa vem continuadamente
vindo em direção à Terra. Chegará à área das regiões celestiais - hoje habitadas
pelas hostes espirituais da maldade -, no instante do Arrebatamento da Igreja.
Depois, já com a Igreja arrebatada em seu interior, continuará a descer e
atingirá a atmosfera terrestre exato sete anos depois, quando, então, ocorrerá
a batalha do Armagedom. Após essa batalha, receberá em seu interior, os que
completarem a primeira ressurreição (as duas testemunhas, os 144 MIL e os
mártires da Grande Tribulação). Em seguida, nos ares de nossa atmosfera,
pairará durante todo o Milênio. Por fim, ao término do Milênio, ocupará o seu
devido lugar, nos novos céus e nova terra, que substituirão os antigos céus e
terra. A Nova Jerusalém seria, assim, como uma super e gigantesca estação
espacial a caminho da Terra”.
Jesus afirmou que a Nova
Jerusalém já existia ao tempo de Seu ministério terreno. Sua assertiva é bem
clara: “na casa do meu Pai, há muitas moradas, se não fosse assim, Eu
vo-lo teria dito. Vou preparar-vos lugar”. A Cidade santa já existia e
já tinha muitas moradas. Embora ela existisse, porém, o ser humano não poderia
habitá-la, ou seja, o homem não estava preparado para poder ingressar nesta
cidade, precisamente porque tinha suas vestes manchadas pelo pecado. Veja este
paralelo: Os Estados Unidos existe; lá têm milhares de cidades, com casas,
edifícios; mas não há lugar algum preparado para aquele estrangeiro que não
tiver visto para ali entrar. No dia em que lhe for providenciado um visto, ele
ali poderá entrar, ele ali terá lugar. Pois é exatamente o que ocorre com a
Nova Jerusalém Celestial. Jesus afirmou que a cidade já existia, que tinha
muitas moradas, mas o lugar ainda não estava preparado, porque não havia como o
ser humano conseguir ali entrar. Era preciso que alguém morresse e pagasse o
preço da desobediência e, assim, retirasse o obstáculo que impedia o acesso do
ser humano à árvore da vida (Gn 3:24). Esse obstáculo foi retirado por Jesus,
quando morreu por nós na cruz do Calvário e, assim, nos abriu um novo e vivo
caminho que nos introduz à Jerusalém celestial (Hb 10:19-23). Isso é mui
maravilhoso! Glorifique a Deus por isso!
3. Seu
aspecto. A descrição da Nova Jerusalém é sublime e nos enche de
gozo e nos faz pensar, como o poeta sacro, que, se é glorioso pensar nas
grandezas dali, que não será desfrutá-las. E é por isso que o apóstolo Paulo
nos conclama a jamais desanimarmos nem desistirmos, por maiores que sejam as
provas e as lutas, pois “… as aflições deste tempo presente não são para
comparar com a glória que em nós há de ser revelada” (Rm 8:18). No entanto,
não devemos nos esquecer que a nova Jerusalém é de outra dimensão, da dimensão
celestial; portanto, muito de sua descrição é figurativa, é alegórica, não pode
ser compreendida literalmente, pois se trata de uma descrição feita por Deus
aos homens para que pudéssemos compreender, na limitação da nossa mente, o que
nos está reservado, pois é algo que está muito além de nossa parca imaginação
(ler 1Co 2:9).
a) Ela
tem a glória de Deus (Ap 21:11). A glória de Deus é uma
característica típica dos lugares santos, e, por isso, a Nova Jerusalém é o lugar
santo por excelência e nela não haverá necessidade de templo, pois o seu templo
será o próprio Deus.
b) A
Cidade tem doze portas, com os nomes das doze tribos de Israel e o muro da
cidade, doze fundamentos, com os nomes dos doze apóstolos do Cordeiro.
Isto, naturalmente, é uma linguagem figurada para nos mostrar que o fundamento,
a razão de ser da convivência eterna com Deus é a salvação na pessoa bendita de
nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. Pode, também, significar que a Igreja que ali
está, foi a Igreja que ensinou e que viveu de acordo com a Doutrina dos
Apóstolos.
c) A
cidade tem um “muro”. João descreve a Formosa Jerusalém Celestial, procurando, com certeza,
traduzir para o entendimento tudo o que seus olhos contemplavam. Esse
“muro” simboliza a
segurança absoluta em que estarão os seus habitantes; simboliza que a Cidade é
organizada.
Uma muralha bem fortificada era símbolo da segurança da
Cidade. A Babilônia era considerada uma cidade inconquistável, por causa de
suas muralhas. Segundo os historiadores, ela era circundada por uma muralha de
96 quilômetros de extensão, 90 metros de altura por 25 de espessura. Possuía
250 torres e 100 portões de cobre. Dentro destas muralhas a cidade tinha
condições de resistir a um cerco de 20 anos. O Rei Belsazar sentia-se seguro, a
ponto de celebrar uma grande festa em seu palácio, embora Babilônia estivesse
cercada, há dois anos, pelo exército de Ciro.
O Muro da Formosa Jerusalém
Celestial é mais alto que um prédio de vinte andares – cento e quarenta e quatro
côvados. Considerando-se as diversas variações do côvado, podemos dizer que o
“muro” tinha de altura cerca de uns setenta metros. Mas é
uma forma clara de o Senhor nos revelar que a Nova Jerusalém é um local de
ordem, de organização, de proteção divina e onde o Senhor estabelecerá o seu
domínio para todo o sempre.
d) A sua riqueza é incomparável. A Cidade é descrita como contendo
pedras preciosas e ouro; os muros são feitos e ornados de pedras preciosas, as
ruas, de ouro. Os remidos pisarão em ruas de ouro, ou seja, os valores
materiais, aquilo que os homens tanto veneram e respeitam em nossa vida
secular, nada representam na vida celestial.
e) A Formosa Cidade não necessita
de Sol nem de Luz.
Ela não necessitará de sol nem de luz, porque será iluminada pela glória divina
e, mais, terá o Cordeiro como sua lâmpada (Ap 21:23).
f) A Cidade
apresenta o rio puro da água da vida, claro como cristal, que procede do trono
de Deus e do Cordeiro e, no meio da praça, a árvore da vida, que produz doze
frutos, dando o seu fruto de mês em mês, cujas folhas são para a saúde das
nações (Ap 22:1,2). Esta linguagem, que é figurada, fala-nos da
eternidade de que desfrutarão os habitantes desta santa Cidade. No Éden, o
homem possuía uma eternidade condicional, embora, enquanto obedecesse ao
Senhor, jamais morreria. Aqui, porém, a situação é bem diferente: o homem tem a
vida eterna, esta dádiva que é recebida por todos aqueles que crêem em Jesus
Cristo (João 3:16; 17:3;1João 2:25; 5:11,12).
· O texto
de Ap 22:1,2 fala-nos da vida, porque o rio puro da água da vida que
procede do trono de Deus e do Cordeiro é símbolo da comunhão entre Deus e o
homem através de Jesus Cristo, resultado da crença em Jesus. “Quem
crê em Mim, como diz a Escritura, rios de água viva manarão do seu ventre”
(João 7:38); e “…aquele que beber da água que Eu lhe der nunca terá sede,
porque a água que Eu lhe der se fará nele uma fonte de água a jorrar para a
vida eterna (João 4:14). Somente pode morar na Nova Jerusalém quem tem a
vida eterna, quem recebeu a água viva oferecida por Jesus.
· O texto
também nos fala de eternidade, porque nos diz que, no meio da praça, há “a
árvore da vida”. A vida na Nova Jerusalém é eterna, pois Deus se
encarregará de regenerar constantemente o homem, de impedir que o tempo tenha
qualquer efeito sobre ele. É o Estado Eterno, ou seja, o tempo não mais
existirá. Os séculos terão se consumado (Mt 28:20), mas o Senhor continuará
conosco, providenciando e garantindo a perpetuidade da nossa existência ao Seu
lado. A árvore da vida é o próprio Cristo, o Pão da Vida - “…o pão que desce
do céu, para que o que dele comer não morra”(João 6:50), “…o pão vivo que
desceu do céu [que] se alguém comer (…) viverá para sempre” (João 6:51a). A
comunhão que nos dá a vida eterna, simbolizada na ceia do Senhor, será, então,
uma realidade contínua e completa para todo o sempre.
· O texto
também nos fala que, “de mês em mês, dá seu fruto e que seu fruto é
restaurador, sarador, é para a saúde das nações”. A
periodicidade mencionada aqui no texto de Ap 22:2 é figurativa. Apenas retrata
a constância com que se dará esta comunhão, pois, na Nova Jerusalém, não haverá
mais tempo.
· Também é
figurativa a afirmação concernente à saúde das nações, pois,
na Nova Jerusalém, não haverá qualquer possibilidade de doença. O que o texto
está a afirmar é que a restauração espiritual operada nos homens que
perseveraram até o fim será eternamente sustentada e garantida pelo Senhor, a
nossa árvore da vida.
g) Haverá grande alegria,
pureza e santidade (Ap 21.2,11). Lá só haverá alegria,
infinitamente superior a tudo o que já sentimos nesta vida. Imaginemos qual
será o sentimento de todos nós, ao vermos o rosto de Deus e do Cordeiro (Ap
22:4).
h) Para
sempre serviremos ao Senhor (Ap 22.3). Alguns pensam que no
Céu, na eternidade com Cristo, na Santa Cidade, não haverá trabalho.
Esquecem-se de que Deus, sendo perfeito em tudo, trabalha (João 5:17; Is 64:4).
Aqueles que tiverem sido servos do Senhor aqui hão de continuar a servi-lo ali:
"os seus servos o servirão".
Estejamos, pois, preparados para
o glorioso Dia do Arrebatamento da Igreja, pois "assim estaremos sempre
com o Senhor. Portanto, consolai-vos uns aos outros com estas palavras"
(1Ts 4:17,18).
III.
O PERFEITO ESTADO ETERNO
O Estado Eterno é chamado de Novo Céu e Nova Terra, que não
devem ser confundidos com os novos céus e nova terra descritos em Isaias
65:17-25. A passagem do Antigo Testamento trata do Milênio, pois o pecado e a
norte ainda estão presentes. Os dois elementos (o pecado e a morte) serão
totalmente excluídos do Estado Eterno; neste só haverá perfeição.
No Estado Eterno haverá:
1. Governo perfeito. O homem
não tem sabido, nem podido governar bem a Terra. Todas as tentativas humanas
nesse sentido fracassaram: dos gregos, através da cultura; dos romanos, através
da força e da justiça; e dos governantes dos nossos tempos, através da ciência
e da política. Mas Cristo exercerá um governo perfeito, no seu tempo. Nunca
jamais haverá desordem, insatisfação, injustiça.
2. Habitantes perfeitos.
"Nunca mais haverá qualquer maldição" (Ap 22:3), Isto é, não haverá
mais pecado, o que resultará em santidade perfeita. Foi o pecado que trouxe
toda sorte de maldição(ler Gn 3:17; Gl 3:13).
3. Serviço perfeito. "Os
seus servos o servirão" (Ap 22:3). O maior privilégio do homem é
servir a Deus. O trabalho para Deus será então perfeito. Culto perfeito.
Atividades perfeitas. Quantas maravilhas não aguardam os salvos!?
4. Comunhão perfeita. A
Formosa Jerusalém é a restauração da convivência completa e perfeita entre Deus
e os homens que havia antes que o pecado causasse o atual estado de divisão que
existe entre Deus e a humanidade. João ouve uma proclamação vinda do Céu: “Eis
o tabernáculo de Deus com os homens. Deus habitará com eles”(Ap 21:3). Como
povo de Deus, desfrutaremos comunhão mais próxima com Ele do que jamais
imaginamos. Deus mesmo estará com todos os seus santos num relacionamento mais
íntimo e afetuoso. Somente na Nova Jerusalém, esta comunhão será restabelecida
por completo, ocorrendo aquilo que é dito pelo apóstolo João, de vermos Deus
como Ele é (1João 3:2).
5. Visão perfeita. "Contemplarão
a sua face" (Ap 22:4). Somente com uma visão perfeita será isso
possível. Aqui neste mundo, servos dificilmente (e talvez nunca) veem a face de
seus senhores - os chefes de nações -, mas nós veremos a face do nosso Senhor!
6. Identificação perfeita. "E
nas suas frontes está o nome dele" (Ap 22:4). Nome na Bíblia fala de
caráter; daquilo que a pessoa de fato é. Haverá então uma perfeita
identificação entre Deus e os seus remidos. No Antigo Testamento o sumo
sacerdote levava gravadas numa lâmina de ouro puro, sobre a sua coroa sagrada,
as palavras: "Santidade ao Senhor" (Êx 39:30), mas na Formosa
Jerusalém, onde a santidade é perfeita, o próprio nome de Deus estará sobre a
fronte dos seus filhos.
7. Conhecimento Perfeito. Hoje,
conhecemos a Deus apenas em parte, mas na Formosa Jerusalém o nosso
conhecimento será perfeito dentro do plano humano, em glória(cf 1Co 13:12).
8. Interação perfeita. "E
reinarão pelos séculos dos séculos" (Ap 22:5). Na Formosa Jerusalém,
todos juntos, harmonicamente, e sempre, reinaremos. Isso jamais será conseguido
aqui, mas no Perfeito Estado Eterno, sim!
Irmãos
queridos, quantas coisas preciosas tem o Senhor reservadas à Sua amada Igreja.
Concordo com o grande mestre, o pr. Antonio Gilberto, quando diz: “Se
pudéssemos todos apreciar de fato, pela visão do Espírito, o que é o Céu, a
eterna bem-aventurança dos salvos, teríamos tanto desejo de ir para lá, e nos
desprenderíamos tanto das coisas daqui, que o Diabo não teria um só torcedor;
um só amigo seu na terra. Inúmeros crentes por não terem essa visão estão
demasiadamente presos às coisas deste mundo, que jaz no Maligno (1João 5:19)”.
CONCLUSÃO
Aqui concluímos o estudo do Apocalipse, sobre os temas
propostos pelo Pr. Claudionor de Andrade, comentarista das lições deste
trimestre. “O Apocalipse encerra a história humana da mesma forma que o livro
de Gênesis a iniciou: no Paraíso. Mas existe uma diferença inconfundível no
livro de Apocalipse: o mal foi eliminado para sempre. Gênesis descreve Adão e
Eva caminhando e falando com Deus; Apocalipse descreve as pessoas adorando a
Deus face a face. Gênesis descreve um jardim com uma serpente do mal;
Apocalipse descreve uma cidade perfeita, sem qualquer influencia maligna. O Jardim
do Éden foi destruído pelo pecado, mas o Paraíso foi recriado na Nova Jerusalém
Celestial”(Aplicação Pessoal).
Também, o Apocalipse termina com uma promessa e uma
bênção.
a) A promessa: “Aquele
que testifica estas coisas diz: Certamente, cedo venho. Amém! Ora, vem, Senhor
Jesus!”(Ap 22:20). Este anseio é também o de todos os cristãos
verdadeiros. É também uma confissão de que, enquanto Ele não vier, nossa
redenção está incompleta, o mal e o pecado não estão exterminados, e este mundo
não está renovado. Nossos esforços para melhorar o mundo são importantes, mas
seus resultados não podem ser comparados com a transformação que Jesus trará
por ocasião de sua volta. Somente Ele controla a historia da humanidade, perdoa
os pecados e recriará a Terra e trará a paz eterna.
Temos a certeza de que a vinda do
Senhor se aproxima para levar da Terra os seus fiéis servos para a Casa do Pai
(João 14:1-3; 1Ts 4:16-18); depois, Ele voltará em glória e triunfo, para
reinar para sempre como “Rei dos reis e Senhor dos senhores”(Ap 19:16). Essa é
a nossa imutável esperança e jubilosa expectativa (2Pe 1:19).
b) A bênção: “A
graça de nosso Senhor Jesus Cristo seja com todos vós. Amém!”(Ap
22:21). Esta é a bênção final deste livro maravilhoso e da Palavra de Deus. É
um encerramento sereno para um livro repleto de trovões e julgamentos divino.
“Conservemos em nossa lembrança
as riquezas do lindo país e guardemos conosco a esperança de uma vida melhor,
mais feliz. Pois dali, pois dali, uma voz verdadeira não cansa de oferecer-nos
do reino da luz o amor protetor de Jesus. Se quisermos gozar da ventura que no
belo país haverá, é somente pedir de alma pura, que de graça Jesus nos dará.
Pois dali, pois dali, todo cheio de amor, de ternura, deste amor que
mostrou-nos na cruz, nos escuta, nos ouve Jesus” (3ª e 4ª estrofes do hino 202
da Harpa Cristã).
Queridos seguidores deste blog – amigos e irmãos em Cristo
-, muito grato por acompanhar-me durante este ditoso trimestre. Confesso que
foi muito agradável estudar estas lições. Cada vez que participo de estudos
sobre este tema aprendo coisas novas e vivifico muito mais a minha fé,
esperança e expectativa de um lindo e mavioso porvir. Espero que tenham gostado
das aulas! É claro que nunca haverá um consenso, quando o assunto é
Escatologia. Todavia, temos um ponto em comum: Jesus em breve virá e nos levará
para estar com Ele para sempre, na Formosa Jerusalém Celestial!
Até breve, se Deus quiser!
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Elaboração: Luciano de Paula Lourenço – Prof. EBD – Assembléia de Deus
– Ministério Bela Vista. Disponível no Blog: http://luloure.blogspot.com
Referências Bibliográficas:
William Macdonald – Comentário Bíblico popular (Novo
Testamento).
Bíblia de Estudo Pentecostal.
Bíblia de estudo – Aplicação Pessoal.
Revista Ensinador Cristão – nº 50.
O Novo Dicionário da Bíblia – J.D.DOUGLAS.
Comentário Bíblico NVI – EDITORA VIDA.
Antonio
Gilberto – Calendário do Apocalipse.
Ciro
Sanches Zibordi - Teologia Sistemática Pentecostal.
Caramuru
Afonso Francisco – A Formosa Jerusalém Celestial.
J.Dwight Pentecost – Manual de Escatologia.
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