domingo, 29 de julho de 2018

Aula 06 – A DOUTRINA DO CULTO LEVÍTICO


3º Trimestre/2018

Texto Base: Levítico 9:1-14

“Do SENHOR é a terra e a sua plenitude, o mundo e aqueles que nele habitam” (Sl.24:1).

INTRODUÇÃO
Nesta Aula trataremos a respeito da doutrina do culto a Deus realizado na Antiga Aliança, apresentado de uma maneira peculiar no Livro de Levítico, que em suas celebrações e ordenanças repousam princípios eternos aplicáveis ao povo de Deus da Nova Aliança, em sua militância rumo à Jerusalém celeste. Aprenderemos que a essência do culto levítico é conduzir o povo de Deus a adorá-lo e a consagrar-lhe tudo quanto tem, porque tudo pertence ao Senhor: o planeta Terra (Sl.24:1); o reino animal; o reino vegetal e; o ser humano. O tempo todo o Livro de Levítico, por intermédio do culto realizado pelos sacerdotes e levitas auxiliares, mostra que Deus é soberano e, portanto, o Senhor de todas as coisas, inclusive da história; Ele é quem governa tudo. Portanto, somente Deus merece ser adorado. Que venhamos como filhos de Deus, alcançados pela graça, consagrar tudo a Ele e em especial todo o nosso ser.
I. A TERRA É DO SENHOR
O salmista afirma: “Do SENHOR é a terra e a sua plenitude, o mundo e aqueles que nele habitam” (Sl.24:1). Se do Senhor é a Terra, como devemos proceder? Devemos cuidar dela, preservá-la e adorar o Criador. Jamais adorar a criação, pois adorar a criação em lugar do Criador é uma reprovável idolatria. Nos dias de hoje, a Terra é adorada como a deusa Gaia. Até o planeta foi submetido ao processo pós-moderno de afeminação. Para evitar tal absurdo, o livro de Levítico mostra, em seus sacrifícios e oferendas, o nosso planeta como obra de Deus; mostra que Deus, sendo o Criador dos Céus e da Terra, deve ser adorado por tudo quanto existe, por tudo que temos e pelo que Ele é.
1. Deus é o Criador dos Céus e da Terra. O povo de Deus não tem dúvida deste fato. Nos dois capítulos iniciais do Livro de Gênesis é mostrado como vieram a existir os céus, a Terra e a humanidade. Tudo foi criado por Deus - “No princípio, criou Deus os céus e a terra” (Gn.1:1). Não está escrito que ele começou a criar, mas está escrito que “no princípio criou Deus os céus e a terra”. Não há como identificar quando ocorreu esse “princípio”. Não vamos tentar entender o que o Espírito de Deus não revelou. Pelo que está revelado, sabemos que Deus é o Criador - “... criou Deus...”. Deus não fez, Deus criou. Fazer significa construir ou elaborar alguma coisa utilizando-se algo preexistente, ou seja, matéria prima. Criar significa trazer à existência o que antes não existia, ou seja, do nada. Portanto, o fazer é do homem, mas o criar é de Deus. A matéria não é eterna, como quer a ciência. A matéria teve uma origem - foi criada por Deus.
Se o Livro de Gênesis mostra que Deus criou tudo quanto existe (Gn.1:1), o Livro de Levítico reivindica dos israelitas que consagrem tudo ao Senhor (Lv.1:2,17). Todos os moradores deviam adorar ao Criador com os produtos de suas rendas. Toda vez que um israelita oferecia um sacrifício a Jeová, quer pacífico, quer por sua iniquidade, ele confessava dramaticamente reconhecer o senhorio divino sobre tudo que existe.
“Fala aos filhos de Israel e dize-lhes: Quando algum de vós oferecer oferta ao SENHOR, oferecereis as vossas ofertas de gado, de vacas e de ovelhas. E o sacerdote a queimará em cima do altar sobre a lenha que está no fogo; holocausto é, oferta queimada, de cheiro suave ao SENHOR”.
Concomitantemente, o Livro de Levítico exorta, didaticamente, os israelitas, por meio das ofertas e dos sacrifícios, que nenhum ídolo pode ser adorado - “Não vos virareis para os ídolos, nem vos fareis deuses de fundição. Eu sou o SENHOR, vosso Deus” (Lv.19:4).
Deus jamais aceita ser substituído por qualquer outra coisa criada ou imaginada (Is.42:8) -“Eu sou o SENHOR; este é o meu nome; a minha glória, pois, a outrem não darei, nem o meu louvor, às imagens de escultura”.
2. Deus é o libertador de Israel. Deus libertou Israel da escravidão do Egito e, depois, da perseguição dos seus inimigos. Sabedor desta tão espetacular intervenção divina para beneficiar o povo hebreu, eles deviam agradecer ao Senhor pelo Êxodo. Por esse motivo, a teologia de Levítico era essencialmente memorialista; o Libertador de Israel jamais poderá ser esquecido. Contudo, Deus exigia que nenhum israelita poderia comparecer diante dEle de mãos vazias (Êx.23:15). Ele seria lembrado em cada sacrifício, oferta e apresentação.
Este princípio aplica-se ao povo de Deus da Nova Aliança. Jesus Cristo se fez carne e nos redimiu de todo o mal, nos libertou da escravidão do pecado e do aguilhão da morte; também pode libertar-nos da perseguição do inimigo das nossas almas. Sua libertação é uma obra completa. Ele quer, portanto, que nos apresentemos a Ele com o coração puro e sincero; Ele quer que apresentemos a Ele um culto racional (Rm.12:1). Ele não requer de nós sacrifícios de animais ou ofertas de manjares; nem mesmo nos obriga a contribuir financeiramente para sua obra; Ele apenas diz: “Cada um contribua segundo propôs no seu coração, não com tristeza ou por necessidade; porque Deus ama ao que dá com alegria” (2Co.9:7). Ele requer apenas um sacrifício em nossa adoração a Ele: o sacrifício de louvor; o louvor, diz-nos a Bíblia, é um sacrifício (Sl.50:14,23; Hb.13:15) e, como tal, Deus somente aceitará se tiver como origem um coração puro, uma vida de obediência e santidade (Is.1:10-20). Pense nisso!
3. Israel é o templo de Deus. A teologia de Levítico tinha por objetivo também conscientizar Israel de sua vocação divina (Lv.20:26). Quando lemos com atenção o Livro Levítico, aprendemos que o intento do autor sagrado era conduzir, didática e profeticamente, Israel a ser a congregação e a Casa do Senhor. Era o desejo de Deus que Israel, em Canaã, fosse um santuário consagrado a Ele; que o povo de Israel fosse santo, separado das abominações dos gentios e desfrutando as bênçãos da terra prometida (Lv.20:22-26).
Israel precisava se conscientizar de sua chamada divina; precisava se conscientizar que toda a nação era (e no reino milenial de Cristo o será) um templo de adoração ao Senhor (Lv.10:3). Mas, para que isso fosse uma realidade, alguns estágios eram imprescindíveis. Antes de tudo, o povo hebreu teria de assumir sua identidade como congregação de Jeová. Isso significa que os israelitas precisavam superar, com urgência, as diferenças tribais, as arestas culturais e dialetais e, principalmente, as barreiras políticas que, a essa altura, já eram bem visíveis. Sem comunhão, não pode haver povo de Deus. A congregação de Jeová teria de ser tão unida que, aos olhos dos gentios, deveria parecer um único povo. Dessa forma, ao adentrarem a Terra Prometida, os israelitas não enfrentariam maiores dificuldades em transformá-la num templo a céu aberto. Alcançado esse ideal, eles não precisariam de uma edificação tão suntuosa como a de Salomão. Infelizmente, os israelitas não assimilaram o que Deus queria que eles fossem, e acabaram se envolvendo em abominável idolatria, e até mesmo o primeiro Templo foi objeto de adoração (Jr.7:4).
Deus queria que o seu povo se conscientizasse que mera religiosidade não lhe agrada, e sim um coração puro voltado a uma adoração por excelência ao Senhor (Lv.9:23). Quando há uma sincera adoração ao Senhor, a sua presença é real – “E disse Moisés: Esta coisa que o SENHOR ordenou fareis; e a glória do SENHOR vos aparecerá” (Lv.9:6). “Então, entraram Moisés e Arão na tenda da congregação; depois, saíram e abençoaram o povo; e a glória do SENHOR apareceu a todo o povo” (Lv.9:23). Jesus disse: "onde estiverem dois ou três reunidos em meu nome, aí estou eu no meio deles" (Mt.18:20)
Este princípio teológico aplica-se também ao povo da Nova Aliança. Deus requer de sua igreja mui sinceridade e reverência no culto que é realizado a Ele. Somos o templo do Espírito Santo (1Co.6:19); desta feita, devemos cultuar a Deus a todo instante, em espírito e em verdade (João 4:21-24). Diz o apóstolo Paulo: “Não sabeis que sois santuário de Deus e que o Espírito de Deus habita em vós?”(1Co.3:16). Sendo assim, devemos manter o nosso corpo em perfeita santidade, porque Deus é santo. Não só não devemos usar nosso corpo como instrumento do pecado, porque isto é comportamento de quem não alcançou a salvação (Rm.6:12,13), como também devemos ter o corpo pronto para ser oferecido em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o nosso culto racional (Rm.12:1).
II. OS ANIMAIS E OS VEGETAIS SÃO DO SENHOR
Está escrito que os animais e vegetais foram criados pelo Senhor e pertencem a Ele. Esta teologia mostrada no Livro de Levítico, coadunada perfeitamente com a do Livro de Gênesis (Gn.1:11,24), visava conscientizar o povo israelita que a criação é serva do Criador, logo, não pode ser adorada.
Por que essa preocupação da teologia do Livro de Levítico? Porque o povo de Israel era recém-saído do Egito, onde não se fazia distinção entre o Criador e a criação. No Egito se adorava o boi, o crocodilo, o falcão, o gato, etc; assim como acontecia com os povos da época do império romano (Rm.1:25). Eis porque Deus, ao punir o Egito com as dez pragas, mostrou quão inúteis eram adorar elementos da natureza.
Deus criou os animais e vegetais para receber a glória e a honra que lhe são devidas. Todos os elementos da natureza – por exemplo: o sol e a lua, as árvores da floresta, a chuva e a neve, os rios e os córregos, as colinas e as montanhas, os animais e as aves – rendem louvores ao Deus que os criou (Sl.98:7-9; 148:1-10).
“Brame o mar e a sua plenitude; o mundo e os que nele habitam. Os rios batam palmas; regozijem-se também as montanhas, perante a face do SENHOR, porque vem a julgar a terra; com justiça julgará o mundo e o povo, com equidade” (Sl.98:7-9).
Quanto aos animais, também foram criados por Deus, logo, não se deve adorá-los jamais. Está escrito: “E disse Deus: Produza a terra alma vivente conforme a sua espécie; gado, e répteis, e bestas-feras da terra conforme a sua espécie. E assim foi. E fez Deus as bestas-feras da terra conforme a sua espécie, e o gado conforme a sua espécie, e todo o réptil da terra conforme a sua espécie. E viu Deus que era bom” (Gn.1:24,25).
O Livro de Levítico, portanto, levava o povo de Israel a conscientizar-se de que os animais não são deuses, e sim criaturas do Deus Criador que recentemente os tirara da terra do Egito, onde se adorava os animais como se fossem deuses. Os sacrifícios levíticos, tacitamente, mostravam isso aos israelitas, de que os animais são criaturas, e que Deus é o Criador, e que somente Ele merece toda honra e glória e culto (1Tm.1:17) – “Ora, ao Rei dos séculos, imortal, invisível, ao único Deus seja honra e glória para todo o sempre. Amém”.
Portanto, os animais e vegetais foram criados pelo Senhor e pertencem somente a Ele. Por isso, toda a natureza criada por Deus deve ser bem administrada e preservada pelo ser humano (Gn.1:26); jamais nenhum elemento da natureza deve ser adorado. Na Antiga Aliança, no culto levítico, animais e vegetais eram utilizados para louvar e enaltecer a Deus.
“E falou o SENHOR a Moisés, dizendo: Fala aos filhos de Israel e dize-lhes: Quando houverdes entrado na terra, que vos hei de dar, e segardes a sua sega, então, trareis um molho das primícias da vossa sega ao sacerdote; e ele moverá o molho perante o SENHOR, para que sejais aceitos; ao seguinte dia do sábado, o moverá o sacerdote. E, no dia em que moverdes o molho, preparareis um cordeiro sem mancha, de um ano, em holocausto ao SENHOR” (Lv.23:9-12).
O Salmo 148 exorta todos os seres criados, inclusive a natureza, a louvarem o seu Criador:
1. Louvai ao SENHOR! Louvai ao SENHOR desde os céus, louvai-o nas alturas.
2. Louvai-o, todos os seus anjos; louvai-o, todos os seus exércitos.
3. Louvai-o, sol e lua; louvai-o, todas as estrelas luzentes.
4. Louvai-o, céus dos céus, e as águas que estão sobre os céus.
5. Que louvem o nome do SENHOR, pois mandou, e logo foram criados.
6. E os confirmou para sempre e lhes deu uma lei que não ultrapassarão.
7. Louvai ao SENHOR desde a terra, vós, baleias e todos os abismos,
8. fogo e saraiva, neve e vapores e vento tempestuoso que executa a sua palavra;
9. montes e todos os outeiros, árvores frutíferas e todos os cedros;
10. as feras e todos os gados, répteis e aves voadoras;
11. reis da terra e todos os povos, príncipes e todos os juízes da terra;
12. rapazes e donzelas, velhos e crianças.
13. Que louvem o nome do SENHOR, pois só o seu nome é exaltado; a sua glória está sobre a terra e o céu.
14. Ele também exalta o poder do seu povo, o louvor de todos os seus santos, dos filhos de Israel, um povo que lhe é chegado. Louvai ao SENHOR!
III. O SER HUMANO É DO SENHOR
A teologia de Levítico apregoa a sacralidade da vida humana como imagem e semelhança de Deus. Deus criou Adão e Eva à sua própria imagem, para comunhão amorável e pessoal com o ser humano por toda a eternidade. Deus projetou o ser humano como um ser trino e uno (corpo, alma e espírito), que possui mente, emoção e vontade, para que possa comunicar-se espontaneamente com Ele, adorá-lo e servi-lo com fé, lealdade e gratidão. Deus desejou de tal maneira esse relacionamento com a raça humana que, quando Satanás conseguiu tentar Adão e Eva a ponto de se rebelarem contra Deus e desobedecer aos seus mandamentos, Ele prometeu enviar um Salvador para redimir a humanidade das consequências do pecado (cf. Gn.3:15). Daí Deus teria um povo para sua própria possessão, cujo prazer estaria nEle, que o glorificaria, e que viveria em retidão e santidade diante dEle (Is.60:21; 61:1-3; Ef.1:11,12; 1Pd.2:9). A culminação do propósito de Deus na criação está no livro do Apocalipse, onde João descreve o fim da história com estas palavras: “... com eles habitará, e eles serão o seu povo, e o mesmo Deus estará com eles e será o seu Deus” (Ap.21:3).
1. O ser humano é a imagem de Deus. O livro de Levítico corrobora a teologia do Gênesis, ao mostrar que o ser humano foi criado por Deus (Gn.1:26). Este texto diz que o homem é a obra-prima da criação, a coroa da criação. Quando Deus disse: “Façamos o homem”, Ele desejava criar um ser distinto de todas as demais criaturas terrestres; alguém que tivesse personalidade, vontade, sentimento, e fosse capaz de representá-lo sobre a Terra. Por esta razão, Ele criou o homem “à sua imagem e semelhança”. De certa forma, o homem partilha características semelhantes com o Senhor: Deus é uma Trindade (Pai, Filho e Espírito Santo), e o homem é um ser tripartite (corpo, alma e espírito); como Deus, o homem possui intelecto, juízo moral, poder de se comunicar com os outros e uma natureza emocional que transcende seus instintos. Não há indicação de semelhança física no texto. Ao contrário dos animais, o homem é um ser criador e adorador, e se comunica com clareza.
Por ser obra prima da criação, o povo de Deus da Antiga Aliança era intimado a cuidar de seu corpo tanto exterior quanto interiormente – “Portanto, santificai-vos e sede santos, pois eu sou o SENHOR, vosso Deus” (Lv.20:7). Nem marcas nem tatuagens eram admitidas – “...não dareis golpes na vossa carne; nem fareis tatuagem alguma sobre vós. Eu sou o SENHOR” (Lv.19:28). Ou seja, para o crente da Antiga Aliança agradar a Deus era necessário buscar a excelência divina em toda a sua maneira de ser, existir e pensar.
Este princípio da teologia de Levítico é plenamente aplicável ao povo de Deus da Nova Aliança. A teologia neotestamentária adverte:
- “Ou não sabeis que o nosso corpo é o templo do Espírito Santo, que habita em vós, proveniente de Deus, e que não sois de vós mesmos? Porque fostes comprados por bom preço; glorificai, pois, a Deus no vosso corpo e no vosso espírito, os quais pertencem a Deus” (1Co.6:19,20).
- “[...] apresenteis o vosso corpo por sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional (Rm.12:1).
·         “Templo do Espírito Santo”. Quando Paulo afirma que o nosso corpo é templo do Espírito Santo, está nos dizendo: que o corpo deve ser uma parte do homem que deve ser destinada a agradar ao Senhor; um local onde devemos adorar a Deus; um lugar onde devemos demonstrar a pureza de nosso interior; um lugar que deve demonstrar o perdão dos nossos pecados; um lugar onde tudo o que façamos tenha por objetivo agradar a Deus; um lugar que glorifique a Deus.
·         “Apresenteis o vosso corpo por sacrifício vivo”. Esse sacrifico é descrito como “vivo” em contraste com os sacrifícios do culto levítico cuja vida era tirada antes de ser apresentada sobre o altar. Esse sacrifico é descrito como “santo”, isto é, consagrado, separado e reservado para o serviço de Deus. Este sacrifico vivo é descrito como “agradável a Deus”, como o ascender em sua presença da oferta aromática de outrora oferecida no ritual levítico. Não oferecemos mais um cordeiro morto no altar, mas nosso corpo vivo. Como pode o corpo tornar-se um sacrifício? Deixe que o olho não veja nada mau, e ele se tomará um sacrifício; permita que a língua não diga nada vergonhoso, e ela se tornará uma oferta; deixe que a mão não faça nada ilegal, e ela se tornará uma oferta em holocausto.
·         “Culto racional”. Paulo diz que a oferta do nosso corpo a Deus como sacrifício vivo, santo e agradável é nosso culto racional. A palavra “racional”, no original grego, carrega a ideia de razoável, lógico e sensato. Trata-se, portanto, de um culto oferecido de mente e coração, culto espiritual em oposição a culto cerimonial. O culto racional ou espiritual que prestamos a Deus pela consagração do nosso corpo não é prestado apenas no edifício da igreja, mas na vida do lar e no local de trabalho. John Stott diz que nenhum culto é agradável a Deus quando é unicamente abstrato e místico. Nossa adoração deve expressar-se em atos concretos de serviço manifestados em nosso corpo.
·         Glorificai a Deus no vosso corpo”. Quando glorificamos a Deus em nosso corpo? Quando contemplamos o que é santo; quando nossos ouvidos se deleitam no que é puro; quando nossas mãos praticam o que é reto; quando nossos pés caminham por veredas de justiça.
2. A vida humana é sagrada. A vida humana é sagrada e inviolável em cada momento da sua existência porque a sua origem é divina. Desde o seio materno, o homem pertence a Deus que tudo perscruta e conhece; que o vê quando ainda é um pequeno embrião informe, e que nele entrevê o adulto de amanhã. O povo de Deus da Antiga Aliança foi exortado a ver a vida humana nesta perspectiva. Por isso, não poderia, sob hipótese alguma, consagrar sua descendência aos ídolos – “E da tua semente não darás nenhum para fazer passar pelo fogo perante Moloque; e não profanarás o nome de teu Deus. Eu sou o SENHOR” (Lv.18:21).
- A vida humana é sagrada, porque foi criada por Deus. Embora a ciência e a filosofia procurem a origem da vida em fontes obscuras e complexas, a verdade bíblica é uma só: Deus criou o homem – “E formou o Senhor Deus o homem do pó da terra, e soprou em suas narinas o fôlego da vida e o homem foi feito alma vivente”(Gn.2:7). Esta é a única verdade, quer a ciência e a filosofia queira ou não.
- A vida humana é sagrada, por isso é um bem inalienável. O Pós-Modernismo ignora o que diz a Palavra de Deus, defendendo, em todo o mundo, a legalização da intervenção do homem, quer para selecionar quem pode nascer, quer para determinar quem deve morrer. Entretanto, exterminar a vida, em qualquer circunstância, é uma afronta ao Príncipe da Vida (At.3:15). Portanto, biblicamente, a vida pertence a Deus – “...pois ele mesmo é quem dá a todos a vida, e a respiração, e todas as coisas”(Atos 17:25). Desta feita, ninguém pode dizer que a “vida é minha, eu faço dela o que quero”. Foi Deus quem criou, santificou e abençoou a vida humana. Ele é, pois, o Criador, o Doador e o Senhor da vida. Só Ele pode tirá-la (1Sm.2:6). Ao homem Ele ordenou: “Não Matarás”.
3. O ser humano é servo e adorador a Deus. A essência da teologia do livro de levítico: santidade, adoração e serviço. Se os israelitas tivessem observado os ditames da Lei que o Senhor tinha dado a eles através de Moisés, eles não teriam sofrido dificuldades em viver a essência dessa teologia. O Livro de Levítico foi dado como manual a fim de orientá-los a uma vida de santidade, pureza e serviço ao Senhor. Todavia, não permaneceram nos caminhos traçados por Deus; apostataram-se da fé. Por causa de sua rebelião e apostasia não puderam alcançar o cerne teológico das celebrações e sacrifícios prescritos. Sofreram terríveis consequências por causa disso. No tempo de Isaías, a situação espiritual do povo de Israel estava de tal forma degenerada, que Deus censurou-a energicamente:
“Porque o Senhor disse: Pois que este povo se aproxima de mim e, com a boca e com os lábios, me honra, mas o seu coração se afasta para longe de mim, e o seu temor para comigo consiste só em mandamentos de homens, em que foi instruído” (Is.29:13).
“De que me serve a mim a multidão de vossos sacrifícios, diz o SENHOR? Já estou farto dos holocaustos de carneiros e da gordura de animais nédios; e não folgo com o sangue de bezerros, nem de cordeiros, nem de bodes. Quando vindes para comparecerdes perante mim, quem requereu isso de vossas mãos, que viésseis pisar os meus átrios? Não tragais mais ofertas debalde; o incenso é para mim abominação, e também as Festas da Lua Nova, e os sábados, e a convocação das congregações; não posso suportar iniquidade, nem mesmo o ajuntamento solene. As vossas Festas da Lua Nova, e as vossas solenidades, as aborrece a minha alma; já me são pesadas; já estou cansado de as sofrer. Pelo que, quando estendeis as mãos, escondo de vós os olhos; sim, quando multiplicais as vossas orações, não as ouço, porque as vossas mãos estão cheias de sangue. Lavai-vos, purificai-vos, tirai a maldade de vossos atos de diante dos meus olhos e cessai de fazer mal” (Is.1:10-16).
O Livro de Levítico, portanto, deixa claro o padrão de vida santa que os israelitas deveriam seguir. Eles precisavam estar separados e distintos das nações pagãs que os cercavam. Eles teriam de portar-se como nação messiânica, pois tinha como missão principal, embora inconsciente, revelar Jesus Cristo ao mundo (João 4:22).
A santificação foi uma reivindicação apresentada não somente a Israel. O apóstolo Pedro repete-a ao povo de Deus da Nova Aliança: “mas, como é santo aquele que vos chamou, sede vós também santos em toda a vossa maneira de viver, porquanto escrito está: Sede santos, porque eu sou santo” (1Pd.1:15,16). Todos os crentes da Nova Aliança devem ser separados do pecado e dedicados a Deus. Sobre santidade ao Senhor, veja a Aula anterior.
CONCLUSÃO
A teologia de Levítico pode ser resumida numa única expressão: obediência e fé. Esta teologia continua ainda em vigor. O Deus que exortou Israel à santidade requer, de igual modo, a nossa obediência e fé, santificação e adoração sincera, e reverência nos cultos que prestamos a Ele. Como bem diz o Pr. Claudionor de Andrade, “se o nosso culto não for acompanhado de fé e obediência, Deus jamais se agradará de nós. De nada adianta uma liturgia bonita e imponente; liturgia sem piedade é coisa inútil. Se o nosso culto, porém, vier acompanhado pelo amor, haverá, então, resgate de preciosas almas e promoção do Reino dos Céus na Terra. Que o Senhor nos ajude em nossa peregrinação”.
-----------
Luciano de Paula Lourenço
Disponível no Blog: http://luloure.blogspot.com
Referências Bibliográficas:
Bíblia de Estudo Pentecostal.
Bíblia de estudo – Aplicação Pessoal.
Comentário Bíblico popular (Novo Testamento) - William Macdonald.
Comentário Bíblico popular (Antigo Testamento) - William Macdonald.
Revista Ensinador Cristão – nº 75. CPAD.
Comentário Bíblico Pentecostal. CPAD.
Comentário do Novo Testamento – Aplicação Pessoal. CPAD.
Comentário Bíblico Bacon.
C.H. Mackintosh. Estudo sobre o Livro de Levítico.
Paul Hoff. O Pentateuco.
Pr. Claudionor de Andrade. Adoração, Santificação e Serviço – Os princípios de Deus para sua Igreja em Levítico. CPAD.
Paul Hoff – O Pentateuco. Ed. Vida.
Leo G. Cox -  O Livro de Êxodo - Comentário Bíblico Beacon. CPAD.
Victor P. Hamilton - Manual do Pentateuco. CPAD.

sábado, 28 de julho de 2018

Aula 05 – SANTIDADE AO SENHOR - Subsídio 02


3º Trimestre/2018
Atenção: Irmãos, apresento a vocês outa maneira de ministrar esta Aula.
Texto Base: Levítico 20:1-10
“E ser-me-eis santos, porque eu, o SENHOR, sou santo e separei-vos dos povos, para serdes meus” (Lv.20:26).
INTRODUÇÃO
NA AULA 02
ESTUDAMOS ACERCA DA BELEZA E A GLÓRIA DO CULTO LEVÍTICO.
NA ANTIGA ALIANÇA NÃO HAVIA CULTO NEM ADORAÇÃO SEM SACRIFÍCIOS.
NÃO HAVIA CULTO SEM ALTAR.
OS SACRIFÍCIOS APONTAVAM PARA AQUILO QUE CRISTO IRIA REALIZAR, DE FORMA VICÁRIA, NA CRUZ DO CALVÁRIO.
NÃO HÁ CULTO SEM O SIGNIFICADO DA CRUZ.
NÃO HÁ CULTO SEM JESUS CRISTO, AQUELE QUE FOI IMOLADO, MAS QUE AGORA VIVE E REINA PARA TODO O SEMPRE, E TEM AS CHAVES DA MORTE E DO INFERNO (AP.1:18).
ATRAVÉS DO CULTO, EXTERNAMOS AQUILO QUE JÁ ESTÁ EM NOSSO CORAÇÃO, OU SEJA, A CONVICÇÃO, A CERTEZA E O RECONHECIMENTO DE QUE DEUS É DIGNO, DE QUE DEUS MERECE TODA A HONRA, TODA A VENERAÇÃO, TODO O RESPEITO.
NO CULTO DIVINO, O MAIS IMPORTANTE E ESSENCIAL NÃO É O RITUALISMO OU A POMPA DEMONSTRADA NOS RITUAIS, MAS O QUEBRANTAMENTO DE CORAÇÃO E A INTEGRIDADE DE ESPÍRITO.
UM CULTO QUE SE IMPÕE PELO RITUALISMO NÃO AGRADA A DEUS.
POR ISSO, QUE EM MUITAS OCASIÕES O CULTO LEVÍTICO FOI REPROVADO POR DEUS, POIS O MESMO ERA FEITO OBEDECENDO A UM RITUAL DESCRITO NUM MANUAL (VIDE ML.1:10; IS.1:11-15).
“De que me serve a mim a multidão de vossos sacrifícios, diz o SENHOR? Já estou farto dos holocaustos de carneiros e da gordura de animais nédios; e não folgo com o sangue de bezerros, nem de cordeiros, nem de bodes.
12. Quando vindes para comparecerdes perante mim, quem requereu isso de vossas mãos, que viésseis pisar os meus átrios?
13. Não tragais mais ofertas debalde; o incenso é para mim abominação.....
15. Pelo que, quando estendeis as mãos, escondo de vós os olhos; sim, quando multiplicais as vossas orações, não as ouço, porque as vossas mãos estão cheias de sangue.
É NECESSÁRIO QUE AQUELES QUE DESEJAM CULTUAR AO SENHOR O FAÇAM EM ESPÍRITO E EM VERDADE (JOÃO 4:24).
PORTANTO,
CULTUAR A DEUS NÃO É UM HÁBITO NEM UM SIMPLES RITUAL, MAS A EXPRESSÃO MÁXIMA DE NOSSA DEVOÇÃO AO SENHOR, DE NOSSA DEPENDÊNCIA À SUA PALAVRA E DE NOSSA NECESSIDADE DE PRESTAR-LHE SERVIÇO.
NUM CULTO A GLÓRIA DE DEUS DEVE SER REAL (Lv.9:23,24).
SEM A GLÓRIA DE DEUS, NENHUM CULTO TEM LEGITIMIDADE.
HOJE, PODEMOS AFIRMAR QUE A PRESENÇA DE DEUS É REAL EM NOSSO CULTOS? JESUS DISSE: “Porque onde estiverem dois ou três reunidos em meu nome, aí estou eu no meio deles” (Mt.18:20).
PODEMOS TESTEMUNHAR ISSO NOS CULTOS QUE APRESENTAMOS?
NA AULA 03
TRATAMOS A RESPEITO DOS MINISTROS RESPONSÁVEIS PELO CULTO AO SENHOR, QUE CONDUZIAM A ADORAÇÃO E REPRESENTAVAM O POVO DIANTE DE DEUS NA ANTIGA ALIANÇA.
SER MINISTRO NÃO ERA PARA QUALQUER UM, NÃO. EXISTIA PRE-REQUISITOS PARA TÃO NOBRE MINISTÉRIO:
- ERA PRECISO SER CHAMADO E SER EXCLUSIVO, TER EXCELÊNCIA E SER DEDICADO AO SERVIÇO.
- ERA PRECISO SER DA TRIBO DE LEVI, DA FAMÍLIA DE COATE E DA CASA DE ARÃO.
SER ESCOLHIDO PARA TAL FUNÇÃO ERA UM PRIVILÉGIO, UMA HONRA, MAS TAMBÉM UMA GRANDE RESPONSABILIDADE E ABNEGAÇÃO, JÁ QUE OS DESCENDENTES DE LEVI NÃO TERIAM HERANÇA COMO ÀS DEMAIS TRIBOS.
O SENHOR SERIA A HERANÇA DELES E O SUSTENTO VIRIA DAS OUTRAS TRIBOS.
ERA PRECISO TER FÉ E VIVER DELA.
NA NOVA ALIANÇA, PARA SER ESCOLHIDO A OBREIROS NA OBRA DO SENHOR HÁ TAMBÉM PRÉ-REQUISITOS (1Tm.3:1-7):
1. Esta é uma palavra fiel: Se alguém deseja o episcopado, excelente obra deseja.
2. Convém, pois, que o bispo seja irrepreensível, marido de uma mulher, vigilante, sóbrio, honesto, hospitaleiro, apto para ensinar;
3. não dado ao vinho, não espancador, não cobiçoso de torpe ganância, mas moderado, não contencioso, não avarento;
4. que governe bem a sua própria casa, tendo seus filhos em sujeição, com toda a modéstia
5. (porque, se alguém não sabe governar a sua própria casa, terá cuidado da igreja de Deus?);
6. não neófito, para que, ensoberbecendo-se, não caia na condenação do diabo.
7. Convém, também, que tenha bom testemunho dos que estão de fora, para que não caia em afronta e no laço do diabo.
SE OBEDECER A ESTAS ORIENTAÇÕES, A IGREJA ESTARÁ BEM ASSISTIDA.
NA AULA 04
TRATAMOS ACERCA DA FUNÇÃO SOCIAL DOS SACERDOTES.
AS FUNÇÕES DO SACERDOTE IAM ALÉM DA LITURGIA.
MUITAS OUTRAS FUNÇÕES OS SACERDOTES DESEMPENHAVAM, DENTRE ELAS ESTAVA A FUNÇÃO SOCIAL, COMO, POR EXEMPLO, PURIFICAR OS IMUNDOS (LV.15:30,31), DECIDIR OS CASOS DE CIÚME (NM.5:14,15), DECIDIR OS CASOS DE LEPRA (LV.13:2-59), JULGAR OS CASOS DE CONTROVÉRSIA (DT.17:9-13; 21:5), ENSINAR A LEI (DT.33:10; ML.2:7), ENCORAJAR O POVO QUANDO IAM À GUERRA (DT.20:1-4).
O SACERDOTE TINHA QUE TER DISCERNIMENTO ENTRE O QUE ERA PURO E IMPURO, CERTO OU ERRADO, SANTO E PROFANO, POIS DEVERIA SER O MAIS ALTO REFERENCIAL DA NAÇÃO NO QUE TANGE À PALAVRA DE DEUS, À INSTRUÇÃO E À ADMINISTRAÇÃO DA JUSTIÇA.
 “Porque os lábios do sacerdote guardarão a ciência, e da sua boca buscarão a lei, porque ele é o anjo do SENHOR dos Exércitos” (Ml.2:7).
NESTA AULA
TRATAREMOS A RESPEITO DA SANTIDADE AO SENHOR.
DEUS, E SOMENTE DEUS, É SANTO NA SUA ESSÊNCIA, E POR SER ASSIM, POSSUI ABSOLUTA PUREZA MORAL, NÃO PODENDO, POIS, PECAR. DEUS É, ETERNAMENTE, SANTO.
ALIÁS, SANTIDADE É O TEMA PRINCIPAL DO LIVRO DE LEVÍTICO.
HÁ CINCO PASSAGENS NO LIVRO DE LEVÍTICO QUE NOS FALA DE SANTIDADE:
- “Porque eu sou o SENHOR, vosso Deus; portanto, vós vos santificareis e sereis santos, porque eu sou santo; e não contaminareis a vossa alma por nenhum réptil que se arrasta sobre a terra” (Lv.11:44).
- “Porque eu sou o SENHOR, que vos faço subir da terra do Egito, para que eu seja vosso Deus, e para que sejais santos; porque eu sou santo” (Lv.11:45).
- “Fala a toda a congregação dos filhos de Israel e dize-lhes: Santos sereis, porque eu, o SENHOR, vosso Deus, sou santo” (Lv.19:2).
- “Portanto, santificai-vos e sede santos, pois eu sou o SENHOR, vosso Deus” (Lv.20:7).
- “E ser-me-eis santos, porque eu, o SENHOR, sou santo e separei-vos dos povos, para serdes meus” (Lv.20:26).
DEUS É SANTO, POR ISSO ISRAEL TINHA A OBRIGAÇÃO DE APRESENTAR-SE A DEUS E AO MUNDO COMO A NAÇÃO SANTA, ZELOSA E SERVIDORA POR EXCELÊNCIA.
O TABERNÁCULO E SEUS MÓVEIS ERAM SANTOS, SANTOS ERAM OS SACERDOTES, SANTAS ERAM AS SUAS VESTIMENTAS, SANTAS ERAM AS OFERTAS, SANTAS ERAM AS FESTAS, E TUDO ERA SANTO PARA QUE ISRAEL FOSSE SANTO.
I. SANTIDADE, A MARCA DO POVO DE DEUS
A SANTIDADE É O QUE IDENTIFICA O POVO DE DEUS.
POR ISSO, A EXIGÊNCIA PERMANENTE DE DEUS COM RELAÇÃO À SANTIDADE DO SEU POVO, TANTO NA ANTIGA COMO NA NOVA ALIANÇA.
O TEXTO ÁUREO DE LEVÍTICO ENFATIZA ESTA REALIDADE DOGMÁTICA:
FALA A TODA A CONGREGAÇÃO DOS FILHOS DE ISRAEL E DIZE-LHES: SANTOS SEREIS, PORQUE EU, O SENHOR, VOSSO DEUS, SOU SANTO” (LV.19:2).
“FALA A TODA A CONGREGAÇÃO”.
OBSERVE QUE A MARCA, A SANTIDADE, NÃO É SOMENTE PARA OS LÍDERES, MAS A TODA “A CONGREGAÇÃO DOS FILHOS DE ISRAEL”, OU SEJA, A TODA A IGREJA DO SENHOR DO ANTIGO TESTAMENTO. DEUS DIZ: “SANTOS SEREIS”.
QUAL A RAZÃO DA DEMANDA DO SENHOR À CONGREGAÇÃO DE ISRAEL? A BÍBLIA RESPONDE: “PORQUE EU, O SENHOR, VOSSO DEUS, SOU SANTO”.
COMO IGNORAR AS PRERROGATIVAS DAQUELE QUE NOS CHAMOU À PERFEIÇÃO?
TODAVIA, SANTIDADE NÃO SIGNIFICA LEVAR-NOS A SAIR DO MUNDO OU DO MUNDO ISOLAR-SE.
LEMBREMO-NOS DA ORAÇÃO SACERDOTAL DE JESUS: "NÃO PEÇO QUE OS TIRES DO MUNDO, E SIM QUE OS GUARDES DO MAL" (JOÃO 17:15, ARA).
PORTANTO, NA ÓTICA BÍBLICA, SANTIFICAR-SE NÃO SIGNIFICA ISOLAR-SE DA SOCIEDADE, MAS, NESTA SOCIEDADE, ATUAR COMO TESTEMUNHA FIEL DE DEUS.
MESMO NO DESERTO DEUS EXIGIA SANTIDADE DO SEU POVO.
MESMO ALI, AINDA SEM CONTATAR POVO ALGUM, DEVERIAM OS ISRAELITAS CONSAGRAR-SE INTEIRAMENTE COMO SERVOS DO SENHOR.
EMBORA ESTEJAMOS NO LUGAR MAIS IMPROVÁVEL E ÁRIDO, DEVEMOS BUSCAR A SANTIDADE.
SE O POVO HEBREU DEVERIA SOBRESSAIR-SE PELA SANTIDADE, O QUE NÃO ESPERAR DA IGREJA DE CRISTO?
SEM A SANTIDADE REQUERIDA POR DEUS NENHUM DE NÓS CHEGARÁ À JERUSALÉM CELESTE (HB.12:14; AP.21:8).
MAIS AINDA:
a)   DEVEMOS SER SANTOS PORQUE SOMOS FILHOS DE DEUS - “AMADOS, AGORA SOMOS FILHOS DE DEUS...”(1JOÃO 3:2). QUANDO UM FILHO AMA SEU PAI ELE SE ORGULHA QUANDO ALGUÉM DIZ QUE ELE SE PARECE COM O PAI. O MESMO SENTIMENTO COMPARTILHA O PAI QUANDO ALGUÉM DIZ QUE SEU FILHO É A “SUA CARA”. CONTUDO, NÃO HAVENDO AMOR ESSA MESMA DECLARAÇÃO ABORRECE TANTO O FILHO COMO O PAI.
b)  DEVEMOS SER SANTOS PORQUE QUEREMOS FAZER A VONTADE DO PAI -  “PORQUE ESTA É A VONTADE DE DEUS, A VOSSA SANTIFICAÇÃO...”(1TES.4:3). TODO BOM FILHO SENTE PRAZER E SE ESFORÇA PARA FAZER A VONTADE DE SEU PAI. TODO PAI FICA FELIZ QUANDO SEU FILHO PROCURA SER-LHE AGRADÁVEL.
c)   DEVEMOS SER SANTOS PORQUE QUEREMOS SER MORADA DE DEUS E UM TEMPLO PARA O SEU ESPÍRITO - “JESUS RESPONDEU, E DISSE-LHE: SE ALGUÉM ME AMA, GUARDARÁ A MINHA PALAVRA, E MEU PAI O AMARÁ, E VIREMOS PARA ELE, E FAREMOS NELE MORADA”(JOÃO 14:23); “OU NÃO SABEIS QUE O VOSSO CORPO É O TEMPLO DO ESPÍRITO SANTO, QUE HABITA EM VÓS...”(1CO.6:9). NÓS, COM TODAS NOSSAS IMPUREZAS, NÃO SENTIMOS BEM HABITANDO, OU CONVIVENDO NUM LUGAR SUJO, IMUNDO, QUANTO MAIS DEUS. DAÍ, SE EU QUERO QUE ELE HABITE EM MIM, ENTÃO PRECISO NÃO APENAS ESTAR LIMPO, PRECISO ESTAR PURIFICADO.
d)  DEVEMOS SER SANTOS PORQUE QUEREMOS SER UM VASO NAS MÃOS DE DEUS. SANTIFICAÇÃO SIGNIFICA SER SEPARADO PARA USO DE DEUS. ASSIM SENDO, QUALQUER QUE DESEJAR SER UM VASO NAS MÃOS DE DEUS, TEM QUE SER UM VASO SEPARADO PARA SEU USO. ESTA É A CONDIÇÃO EXIGIDA PELA PALAVRA DE DEUS, CONFORME ESCREVEU PAULO: “....SE ALGUÉM SE PURIFICA DESTAS COISAS, SERÁ VASO PARA HONRA, SANTIFICADO E IDÔNEO PARA USO DO SENHOR E PREPARADO PARA TODA BOA OBRA”(2TM.2:20,21).
e)   DEVEMOS SER SANTOS PORQUE SOMOS PEREGRINOS À CAMINHO DA CANAÃ CELESTIAL - “...ANDAI EM TEMOR, DURANTE O TEMPO DA VOSSA PEREGRINAÇÃO”(1PD.1:17). OS QUE NÃO CONHECEM A BÍBLIA PENSAM QUE PARA SER SANTO É PRECISO ESTAR MORANDO NO CÉU. PENSAM QUE É SOMENTE LÁ QUE VIVEM OS SANTOS. PORÉM, PELA PALAVRA DE DEUS SABEMOS QUE DEUS EXIGIU QUE ISRAEL FOSSE SANTO DURANTE A PEREGRINAÇÃO ATRAVÉS DO DESERTO. FOI LÁ NO MONTE SINAI QUE DEUS DISSE: “...SANTOS SEREIS, PORQUE EU, O SENHOR, VOSSO DEUS, SOU SANTO”(LV.19:2). NAQUELE DESERTO, ISRAEL TERIA QUE ANDAR COM DEUS. PORÉM, O PROFETA AMÓS, PERGUNTA:ANDARÃO DOIS JUNTOS, SE NÃO ESTIVEREM DE ACORDO?”(AMÓS 3:3). DEUS É SANTO. SÓ EXISTE UMA MANEIRA DE PODER ANDAR COM ELE: SENDO SANTO.
f)    DEVEMOS SER SANTOS PORQUE QUEREMOS MORAR NO CÉU - “SENHOR, QUEM HABITARÁS NO TEU TABERNÁCULO? QUEM MORARÁ NO TEU SANTO MONTE? (SALMO 15:1). O SENHOR DEUS DIZ: “OS MEUS OLHOS PROCURARÃO OS FIÉIS DA TERRA, PARA QUE ESTEJAM COMIGO; O QUE ANDA NUM CAMINHO RETO, ESSE ME SERVIRÁ”(SALMO 101:6). SOMENTE OS SANTOS MORARÃO NO CÉU. QUE O SENHOR NOS AJUDE A ANDAR DE VALOR EM VALOR ATÉ QUE VENHAMOS A COMPLETAR A NOSSA CARREIRA ESPIRITUAL.
O PROCESSO DE SANTIFICAÇÃO.
A SANTIFICAÇÃO NÃO SE ESGOTA NA “SANTIFICAÇÃO POSICIONAL”, MAS NELA TEM APENAS O SEU INÍCIO. ELA É UM PROCESSO CONTÍNUO. ELA É A CONTINUAÇÃO DA OBRA SALVADORA NA VIDA DO SALVO PARA QUE ELE PERMANEÇA NA POSIÇÃO DE SANTIDADE EM QUE FOI POSTO QUANDO DE SEU ARREPENDIMENTO, DO PERDÃO DE SEUS PECADOS, DE SUA CONVERSÃO, DE SUA JUSTIFICAÇÃO, DE SUA REGENERAÇÃO E DE SUA ADOÇÃO. É A CHAMADA “SANTIFICAÇÃO PROGRESSIVA”, SEGUNDO A QUAL O SALVO VAI SE SANTIFICANDO A CADA DIA, OU SEJA, A CADA INSTANTE E A CADA MOMENTO DE SUA VIDA VAI SE DISTANCIANDO DO PECADO E SE APROXIMANDO DO SENHOR. É O QUE AS ESCRITURAS DENOMINAM DE “APERFEIÇOAMENTO DOS SANTOS” (Ef.4:12). DAÍ PORQUE A BÍBLIA RECOMENDA QUE NOS SANTIFIQUEMOS AINDA MAIS (Ap.22:11). DEUS EXIGE DE CADA SALVO UMA CONTÍNUA SANTIFICAÇÃO, POIS ELE É SANTO E EXIGE QUE TAMBÉM O SEJAMOS (1PD.1:15,16), EXIGÊNCIA, ALIÁS, QUE VEM DESDE A ANTIGA ALIANÇA (Lv.11:44; 19:2; 20:7).
O PROCESSO DE SANTIFICAÇÃO, NA VIDA DO POVO DE ISRAEL, TEVE INÍCIO COM O AMOR QUE ELE TRIBUTAVA A DEUS – “AMARÁS, POIS, O SENHOR, TEU DEUS, DE TODO O TEU CORAÇÃO, E DE TODA A TUA ALMA, E DE TODO O TEU PODER”(DT.6:5).
PORTANTO, O AMOR A DEUS É O PRINCIPAL PILAR DE SUSTENTAÇÃO DA SANTIDADE, TANTO PARA O POVO DE DEUS DA ANTIGA COMO DA NOVA ALIANÇA.
A PARTIR DESSE MOMENTO, O FIEL PASSA A CUMPRIR TODOS OS MANDAMENTOS DO SENHOR (Êx.20).
QUANDO O CRENTE DEIXA DE AMAR A DEUS E PASSA A AMAR O MUNDO, A SUA QUEDA É FATAL E SUA SEPARAÇÃO DE DEUS É INEVITÁVEL.
PORTANTO, NÃO EXISTE PROCESSO DE SANTIFICAÇÃO SEM O AMOR A DEUS. ALIÁS, O PRIMEIRO MANDAMENTO É: AMAR A DEUS (Mc.12:30):
“Amarás, pois, ao Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu entendimento, e de todas as tuas forças; este é o primeiro mandamento”.
QUANTO MAIS O AMAMOS, MAIS NOS TORNAMOS SANTOS.
NA NOVA ALIANÇA
O PROCESSO TEM INÍCIO AO PÉ DA CRUZ. NO EXATO INSTANTE EM QUE ACEITAMOS JESUS, SOMOS IMEDIATAMENTE ELEVADOS À POSIÇÃO DE SANTOS.
PORÉM, ISSO NÃO SIGNIFICA QUE O PROCESSO DE NOSSA SANTIFICAÇÃO HAJA SE COMPLETADO ALI. POSTO QUE A SANTIFICAÇÃO É UM PROCESSO PROGRESSIVO, E NÃO UM ATO.
CRISTO NOS SEPARA DO PECADO, NOS DÁ PODER SOBRE O PECADO, PORÉM, NOS DEIXA A MISSÃO DE NOS LIVRARMOS DOS EFEITOS DOS PECADOS.
COMO SOMOS LIBERTOS DOS EFEITOS DO PECADO?
- ATRAVÉS DA ORAÇÃO, DO ESTUDO DA PALAVRA DE DEUS, DA NOSSA SUBMISSÃO AO ESPÍRITO SANTO PARA QUE ELE NOS ENSINE TODAS AS COISAS.
ASSIM, VAMOS NOS SEPARANDO CADA VEZ MAIS DO PECADO, DAS COISAS IMUNDAS DO MUNDO, ATÉ CHEGARMOS A ESTATURA DE CRISTO, QUE É O ALVO A SER BUSCADO.
COMO AFIRMA O PR. CLAUDIONOR DE ANDRADE, A SANTIDADE DEVE SER VISTA COMO UM POSICIONAMENTO E NÃO COMO UM PROCESSO DEVIDAMENTE ENCERRADO.
SEREMOS CONSTRANGIDOS, DURANTE A NOSSA PEREGRINAÇÃO À CIDADE CELESTE, A BUSCAR OS MEIOS DA GRAÇA, A FIM DE ALCANÇARMOS A PERFEIÇÃO: ORAÇÃO, LEITURA DA BÍBLIA, JEJUNS, FREQUÊNCIA AOS CULTOS E DISCIPLINA ESPIRITUAL.
ENQUANTO ESTIVERMOS NESTE MUNDO, SOAR-NOS-Á AOS OUVIDOS A EXORTAÇÃO APOSTÓLICA:
"SEGUI A PAZ COM TODOS E A SANTIFICAÇÃO, SEM A QUAL NINGUÉM VERÁ O SENHOR" (HB.12:14).
QUE A RECOMENDAÇÃO DO APÓSTOLO PAULO SEJA APLICADA NA ÍNTEGRA EM CADA ETAPA DE NOSSA EXISTÊNCIA NESTE MUNDO:
“E o mesmo Deus de paz vos santifique em tudo; e todo o vosso espírito, e alma, e corpo sejam plenamente conservados irrepreensíveis para a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo” (1Ts.5:23).
II. A SANTIDADE NO MINISTÉRIO LEVÍTICO
“OS SACERDOTES DEVERIAM SER UMA REFERÊNCIA PERFEITA À NAÇÃO DE ISRAEL NO QUE TANGE À SANTIDADE E À PUREZA.
AFINAL DE CONTAS, ERAM OS RESPONSÁVEIS PELA SANTIFICAÇÃO DO POVO, A FIM DE TORNÁ-LO PROPÍCIO DIANTE DE DEUS”.
1. SANTIDADE EXTERIOR.
NO PERÍODO LEVÍTICO, O SENHOR IMPUSERA AOS MINISTROS DA CASA DE DEUS UMA SÉRIE DE RESTRIÇÕES, PARA QUE NÃO VIESSEM A COMPROMETER O MINISTÉRIO SAGRADO.
DESOBEDECER ÀS NORMAS INSTITUÍDAS POR DEUS PODERIA CAUSAR ATÉ MESMO A MORTE DO MINISTRO.
COMO ACONTECEU COM OS FILHOS DE ARÃO, QUE MINISTRAVAM DE FORMA IRREVERENTE E EM PECADO NA CASA DO SENHOR (LV.10:1,2).
O QUE PODEMOS APRENDER DESSE EPISÓDIO?
ANTES DE TUDO, QUE DEUS EXIGE SANTIDADE, VERDADEIRA REVERÊNCIA DE SEUS MINISTROS.
ENTÃO, TOMEMOS CUIDADO PARA NÃO NOS APRESENTARMOS DIANTE DO SENHOR COM FOGO ESTRANHO.
O DEUS QUE PUNIU A NADABE E ABIÚ NÃO MORREU.
DEUS NÃO SE DEIXA ESCARNECER. CONSCIENTIZEMO-NOS DISSO.
QUANTO AO SUMO SACERDOTE, ELE ERA A PERSONIFICAÇÃO DE ISRAEL E SEMPRE ERA SEU DEVER TRAZER À MEMÓRIA DE SEU POVO A SANTIDADE DE DEUS.
ELE DEVERIA, SEMPRE, PORTAR NO TURBANTE (MITRA) UMA LÂMINA DE OURO PURO COM AS PALAVRAS "SANTIDADE AO SENHOR" (ÊX.28:36) GRAVADAS SOBRE ELA.
PROCLAMAVA QUE A SANTIDADE É A ESSÊNCIA DA NATUREZA DE DEUS E INDISPENSÁVEL A TODO O VERDADEIRO CULTO PRESTADO A ELE.
NA NOVA ALIANÇA
DEUS, TAMBÉM, EXIGE DOS PASTORES DO REBANHO DO SENHOR SANTIDADE EXTERIOR.
HÁ UMA GRANDE NECESSIDADE DE MANTERMOS UMA CONDUTA EXEMPLAR.
SOMOS EXORTADOS, PELA PALAVRA DE DEUS, COMO DEVE SER A NOSSA CONDUTA –
“PARA QUE VOS TORNEIS IRREPREENSÍVEIS E SINCEROS, FILHOS DE DEUS INCULPÁVEIS NO MEIO DE UMA GERAÇÃO PERVERTIDA E CORRUPTA, NA QUAL RESPLANDECEIS COMO LUZEIROS NO MUNDO” (FP.2:15).
UMA VEZ QUE O CRENTE RECEBE A JUSTIFICAÇÃO POR MEIO DE JESUS CRISTO, DEVE ANDAR DE MODO DIGNO DA VOCAÇÃO A QUE FOI CHAMADO.
ISSO SERÁ DEMONSTRADO ATRAVÉS DE SUA CONDUTA, DO SEU VIVER DIÁRIO.
A CONDUTA DO CRENTE DEVE REFLETIR A DE UMA PESSOA TRANSFORMADA, QUE FOI LAPIDADA PELO PODER DO ESPÍRITO SANTO.
O PR. CLAUDIONOR DE ANDRADE ESTÁ CORRETO EM SEU ARGUMENTO, QUE EXPONHO AQUI:
“DEVERÍAMOS NÓS, OS OBREIROS DE CRISTO, TER UMA POSTURA MAIS SANTA E REVERENTE.
ÀS VEZES, NO PÚLPITO, COMPORTAMO-NOS COMO MEROS COMEDIANTES. CONTAMOS PIADAS; LEMBRAMOS PILHÉRIAS; EVOCAMOS IMAGENS FORTES E ATÉ SENSUAIS.
IMAGINAMOS QUE, COM UMA DESENVOLTURA MAIS LEVE E SOLTA, LEVAREMOS O POVO DE DEUS AO CÉU.
COMO SE NÃO BASTASSE, VEMOS ALGUNS HOMENS, TIDOS COMO DE DEUS, ENVOLVIDOS EM DESINTELIGÊNCIAS, RESMUNGOS, ESCÂNDALOS E CORRUPÇÃO.
ACHAM-SE ELES TÃO ACOSTUMADOS À IMPENITÊNCIA, QUE JÁ NÃO TEMEM OFENDER O ESPÍRITO SANTO.
SEGUINDO A DOUTRINA DE BALAÃO E ERRANDO PELOS CAMINHOS DOS NICOLAÍTAS, USAM A BÍBLIA PARA CORROMPER O POVO DE DEUS. POR INTERMÉDIO DA TEOLOGIA, DESVIAM OS JOVENS E TRANSVIAM OS COMPANHEIROS DE MINISTÉRIO. A IGREJA DE CRISTO, TÊM-NA COMO UM NEGÓCIO VANTAJOSO.
O QUE FALAR DOS DIVÓRCIOS JÁ TÃO COMUNS ENTRE OS MEMBROS DO MINISTÉRIO SAGRADO? NÃO NOS ENGANEMOS, O MESMO DEUS QUE NÃO DEIXOU IMPUNE NADABE E ABIÚ CONTINUA A REIVINDICAR, DE CADA UM DE SEUS TRABALHADORES, UMA VIDA ÍNTEGRA, IMACULADA E IRREPREENSÍVEL.
CERTA VEZ, UM QUERIDO AMIGO DISSE-ME QUE DEUS COMEÇARIA A PUNIR OS MAUS OBREIROS COM A MORTE. NA HORA, ACHEI A EXPRESSÃO UM POUCO CARREGADA. TODAVIA, SE ACREDITAMOS QUE O DEUS DE LEVÍTICO CONTINUA O MESMO, ENTÃO QUE BUSQUEMOS A MISERICÓRDIA DAQUELE QUE, APESAR DE NOSSAS MALDADES, QUER RESTABELECER-NOS PRONTAMENTE”.
2. SANTIDADE INTERIOR.
A SANTIDADE DO SACERDOTE NÃO PODERIA SER APENAS EXTERIOR; SUA PUREZA EXTERNA DEVERIA SER UM PERFEITO REFLEXO DE SUA SANTIDADE INTERIOR.
“PORQUE OS LÁBIOS DO SACERDOTE GUARDARÃO A CIÊNCIA, E DA SUA BOCA BUSCARÃO A LEI, PORQUE ELE É O ANJO DO SENHOR DOS EXÉRCITOS” (ML.2:7).
NA NOVA ALIANÇA
A CONDUTA DO MINISTRO CRISTÃO, TAMBÉM, ESTÁ BASEADA EM TER-SE UMA ATITUDE CERTA PARA COM NOSSO DEUS.
A ATITUDE COM QUE FAZEMOS, REALIZAMOS, RECEBEMOS AS COISAS, DEMONSTRA COMO ESTÁ O NOSSO NÍVEL DE SANTIDADE PARA COM DEUS.
O CRENTE FOI JUSTIFICADO, NO ENTANTO, DEVE PROCURAR VIVER UMA VIDA DE SANTIDADE INTERIOR.
VIVER DE SÓ DE APARÊNCIA DEUS NÃO ACEITA.
CERTA FEITA, JESUS CRITICOU O VIVER DE APARENCIA DOS ESCRIBAS E FARISEUS:
“Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! Pois que limpais o exterior do copo e do prato, mas o interior está cheio de rapina e de iniquidade” (Mt.23:25).
“Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! Pois que sois semelhantes aos sepulcros caiados, que por fora realmente parecem formosos, mas interiormente estão cheios de ossos de mortos e de toda imundícia” (Mt.23:27).
III. A SANTIDADE DO POVO DE DEUS
A SANTIDADE DA CLASSE SACERDOTAL DEVERIA REFLETIR-SE, NECESSÁRIA E EFICAZMENTE, NA VIDA DIÁRIA DE ISRAEL COMO POVO, COMO CONGREGAÇÃO E EM CADA FAMÍLIA (OS.4:9-11).
DA MESMA FORMA, O SENHOR EXIGE, DE CADA UM DE NÓS, A SANTIFICAÇÃO DE NOSSOS FILHOS E DE NOSSA VIDA CONJUGAL, POIS A NOSSA PUREZA EXPRESSA A SUA VONTADE.
1. A SANTIFICAÇÃO DOS FILHOS.
DEUS PROIBIU AOS ISRAELITAS, EXPRESSA E ENERGICAMENTE, APRESENTAREM SEUS FILHINHOS COMO OFERENDA A MOLOQUE (LV.20:1-5). A PENA: ERA MORTE POR APEDREJAMENTO.
DEUS DISSE QUE O ISRAELITA QUE ENTREGASSE SUA SEMENTE, OU SEUS FILHOS A MOLOQUE, EQUIVALERIA A CONTAMINAR O SEU SANTUÁRIO E PROFANAR O SEU SANTO NOME.
TRATAVA-SE DE ADULTÉRIO ESPIRITUAL.
MOLOQUE ERA UM ÍDOLO HORRENDO. ESCULPIDO TODO EM BRONZE, SEUS SACERDOTES RECHEAVAM-NO DE PRODUTOS INFLAMÁVEIS.
EM SEGUIDA, AQUECIAM-NO ATÉ QUE SE FIZESSE INFERNALMENTE RUBRO.
JÁ TODO AVERMELHADO E SOB SÁDICO OLHAR DE SEUS SACERDOTES, VINHAM-LHE OS ADORADORES COMO QUE HIPNOTIZADOS POR TODOS OS DEMÔNIOS PARA LHE OFERECEREM O QUE DE MAIS PRECIOSO HAVIAM RECEBIDO DO ÚNICO E VERDADEIRO DEUS: SEUS FILHOS.
E, AGORA, SOB O RUFAR DOS TAMBORES, COLOCAVAM SUAS CRIANÇAS NAS MÃOS ENRUBESCIDAS DO FALSO DEUS MOLOQUE.
ASSIM ERAM ASSASSINADAS MILHARES DE CRIANÇAS, DE FORMA COVARDE E BARBARAMENTE.
MAS, ISSO NÃO FOI SOMENTE NO ANTIGO TESTAMENTO. NÃO.
INFELIZMENTE, NESTE EXATO MOMENTO, HÁ MUITOS PAIS OFERECENDO SEUS FILHOS A MOLOQUE, QUANDO, POR EXEMPLO, ADOTAM A POLÍTICA CRIMINOSA DO ABORTO E QUANDO NÃO OS EDUCAM CONFORME RECOMENDA A PALAVRA DE DEUS (PV.22:6; EF.6:4).
QUANTOS PAIS NÃO ESTÃO A AGIR EXATAMENTE COMO O SACERDOTE ELI.
APESAR DE CONHECEREM A PALAVRA DE DEUS E AS SUAS JUSTAS E INEGOCIÁVEIS REIVINDICAÇÕES, NÃO SE PREOCUPAM EM CONDUZIR OS FILHOS NO CAMINHO DO BEM.
VEJA QUÃO EXECRÁVEIS ERAM OS FILHOS DESSE SACERDOTE:
“ERAM, PORÉM, OS FILHOS DE ELI FILHOS DE BELIAL E NÃO CONHECIAM O SENHOR. ERA, POIS, MUITO GRANDE O PECADO DESSES JOVENS PERANTE O SENHOR” (1SM.2:12,17).
“ERA, PORÉM, ELI JÁ MUITO VELHO E OUVIA TUDO QUANTO SEUS FILHOS FAZIAM A TODO O ISRAEL E DE COMO SE DEITAVAM COM AS MULHERES QUE EM BANDOS SE AJUNTAVAM À PORTA DA TENDA DA CONGREGAÇÃO”(1SM.2:22).
DE TÃO ÍMPIOS QUE ERAM, NÃO HAVIA MAIS LUGAR DE ARREPENDIMENTO EM SEU CORAÇÃO; PERDERAM A VIDA E A ALMA.
SE INSTRUIRMOS NOSSOS FILHOS CONFORME RECOMENDA A PALAVRA DE DEUS, TEREMOS UMA FAMÍLIA DE HOMENS E MULHERES SANTOS, PIEDOSOS E IRREPREENSÍVEIS.
ENSINE, POIS, SEUS PEQUENINOS NA ADMOESTAÇÃO DO SENHOR, PARA QUE SEJAM PESSOAS DE BEM (EF.6:4).
2. A SANTIFICAÇÃO CONJUGAL.
A FIM DE PRESERVAR A INTEGRIDADE FAMILIAR, O SENHOR PROIBIU TERMINANTEMENTE A INFIDELIDADE CONJUGAL E O ADULTÉRIO.
O JUÍZO DE DEUS ERA RIGOROSO ÀQUELES QUE PRATICASSEM TAIS ATOS –
“TAMBÉM O HOMEM QUE ADULTERAR COM A MULHER DE OUTRO, HAVENDO ADULTERADO COM A MULHER DO SEU PRÓXIMO, CERTAMENTE MORRERÁ O ADÚLTERO E A ADÚLTERA”(LV.20:10).
O OBJETIVO DE DEUS ERA TORNAR A FAMÍLIA ISRAELITA UM EXEMPLO PARA OS GENTIOS, CONFORME DESCREVE-A O SALMISTA (CF. SL.128).
A INFIDELIDADE CONJUGAL É UM PROCESSO MALIGNO QUE TEM INÍCIO NA MENTE.
EM UMA SOCIEDADE EROTIZADA COMO A CONTEMPORÂNEA, ONDE AS EXPRESSÕES ERÓTICAS E PORNOGRÁFICAS SE TORNARAM MAIS EXPLÍCITAS E OUSADAS, A LUTA CONTRA A TENTAÇÃO DO ADULTÉRIO NÃO É UMA BATALHA INDIVIDUAL, MAS ENVOLVE A PARTICIPAÇÃO MÚTUA DO CASAL.
ATUALMENTE, O MUNDO VÊ O ADULTÉRIO COMO ALGO NORMAL, NATURAL E ATÉ ESPERADO NO CASAMENTO.
PASMEM! RECENTE PESQUISA FEITA NO BRASIL DEMONSTROU QUE DOIS TERÇOS DAS PESSOAS ESPERAM SER TRAÍDAS POR SEU CÔNJUGE E CONSIDERAM SER ISTO NATURAL E COMPREENSÍVEL.
ENTRETANTO, O ADULTÉRIO É ABOMINÁVEL AOS OLHOS DE DEUS, TANTO QUE SEU ALCANCE FOI AMPLIADO POR JESUS NO SERMÃO DO MONTE (MT.5:27-30).
SUA PRÁTICA É CONSIDERADA LOUCURA PELA PALAVRA DE DEUS (PV.6:32-35).
O ADULTÉRIO, ALÉM DE DESTRUIR A FAMÍLIA - CÉLULA MATER DA SOCIEDADE -, DÁ PÉSSIMO EXEMPLO AOS FILHOS QUE, SEM O EXEMPLO DOS PAIS, PERDEM O REFERENCIAL DO CERTO E DO ERRADO, SENDO, A PARTIR DE ENTÃO, ALVOS FÁCEIS DO INIMIGO DE NOSSAS ALMAS.
NA BÍBLIA, O ADÚLTERO É PUNIDO COM A MORTE ETERNA, TAMANHO O MAL QUE REPRESENTA (LER 1CO.6:9).
AS ESCRITURAS SAGRADAS AFIRMAM QUE O PRÓPRIO DEUS É QUEM JULGARÁ OS ADÚLTEROS (CF. HB.13:4).
A PALAVRA DE DEUS PERMANECE PARA SEMPRE E ELA CONTINUA A NOS ENSINAR QUE FICARÃO DE FORA OS ADÚLTEROS E OS FORNICÁRIOS (AP.21:8; 22:15).
DEUS NÃO MUDOU E NEM MUDARÁ; SEU MANDAMENTO, PORTANTO, CONTINUA IMPERIOSO: “NÃO ADULTERARÁS” (ÊX.20:14).
3. A SANTIFICAÇÃO E A VONTADE DE DEUS.
DEUS QUERIA QUE ISRAEL FOSSE DIFERENTE DAS OUTRAS NAÇÕES, POR ISSO, EXIGIA QUE AFASTASSE DE SEUS COSTUMES:
"NÃO FAREIS SEGUNDO AS OBRAS DA TERRA DO EGITO... NEM FAREIS SEGUNDO AS OBRAS DA TERRA DE CANAÃ" (LV.18:3).
ESTÁ ESCRITO: “Porque esta é a vontade de Deus, a vossa santificação...” (1Ts.4:3).
SEM A SANTIFICAÇÃO JAMAIS VEREMOS O SENHOR
 – “SEGUI A PAZ COM TODOS E A SANTIFICAÇÃO, SEM A QUAL NINGUÉM VERÁ O SENHOR” (HB.12:14).
SEM SANTIDADE, O SENHOR NÃO REALIZA MARAVILHAS NO MEIO DO SEU POVO –
“DISSE JOSUÉ TAMBÉM AO POVO: SANTIFICAI-VOS, PORQUE AMANHÃ FARÁ O SENHOR MARAVILHAS NO MEIO DE VÓS“ (JS.3:5).
MUITOS, CONFORMADOS COM O MUNDO, ESTÃO A DIZER QUE “DEUS SÓ QUER O CORAÇÃO”.
MAS, DEUS QUER TODO O NOSSO SER: CORPO, ALMA E ESPIRITO.
"E O MESMO DEUS DE PAZ VOS SANTIFIQUE EM TUDO; E TODO O VOSSO ESPÍRITO, E ALMA, E CORPO SEJAM PLENAMENTE CONSERVADOS IRREPREENSÍVEIS PARA A VINDA DE NOSSO SENHOR JESUS CRISTO" (1TS.5:23).
OS DIAS DE HOJE SÃO DIFÍCEIS E NÃO SÃO POUCOS OS QUE TÊM SE ESFORÇADO EM ENCONTRAR GUARIDA PARA AS SUAS “INCLINAÇÕES DA CARNE”.
MAS O SENHOR, NA SUA PALAVRA, É BEM CLARO, É CLARÍSSIMO: OS QUE ESTÃO NA CARNE, NÃO PODEM AGRADAR A DEUS(RM.8:8).
PORTANTO,
- O SANTIFICAR-SE NÃO É UMA OPÇÃO NA VIDA DO SALVO, É UMA ORDENANÇA DIVINA: “SANTIFICAI-VOS E SEDE SANTOS, POIS EU SOU O SENHOR, VOSSO DEUS” (LV.20:7).
É BOM RESSALTAR QUE AINDA ESTAMOS NESTE MUNDO E, POR CAUSA DISTO, ESTAMOS SUJEITOS A PECAR, MESMO TENDO ACEITADO A CRISTO COMO NOSSO SENHOR E SALVADOR.
O APÓSTOLO JOÃO AFIRMA QUE NÃO ESTAMOS LIVRES TOTALMENTE DO PECADO (1JOÃO 1:8-2:2), POIS AINDA NÃO FOMOS LIBERTOS DO “CORPO DO PECADO”.
NO ENTANTO, O VERDADEIRO SALVO NÃO É UMA PESSOA QUE TENHA UM MODO DE VIDA VOLTADO PARA AS COISAS PECAMINOSAS, CUJOS PROPÓSITOS E TENDÊNCIAS SEJAM TODAS NO SENTIDO DA SEPARAÇÃO DE DEUS MEDIANTE A PRÁTICA DA INIQUIDADE.
O VERDADEIRO CRENTE PROCURA SE DESVIAR, CADA DIA, DOS EFEITOS DO PECADO, UTILIZANDO OS MEIOS NECESSÁRIOS DA GRAÇA: ORAÇÃO, JEJUM, DISCIPLINA ESPIRITUAL, ESTUDO DA PALAVRA DE DEUS.
O VERDADEIRO CRENTE ORA COMO O SALMISTA:
“Sonda-me, ó Deus, e conhece o meu coração; prova-me e conhece os meus pensamentos. E vê se há em mim algum caminho mau e guia-me pelo caminho eterno” (Sl.139:23,24).
O CRESCIMENTO DO CRENTE "EM SANTIFICAÇÃO" OCORRE À MEDIDA QUE O ESPÍRITO SANTO O REGE SOBERANAMENTE E, O CRENTE, POR SUA VEZ, BUSCA-O, EM COOPERAÇÃO COM DEUS.
"SEDE VÓS TAMBÉM SANTOS EM TODA A VOSSA MANEIRA DE VIVER" (1PD.1:15).
CONCLUSÃO
O SENHOR JESUS QUE É SANTO, VIRÁ BUSCAR OS QUE SÃO SANTOS (1TS.3:13; 5:23; 2TS.1:10; HB.12:14).
POR ISSO, A VONTADE DE DEUS PARA A VIDA DO CRENTE É QUE ELE SEJA SANTO, SEPARADO DO PECADO (1TS.4:3). 
MAS OBSERVE, A BÍBLIA EXIGE A SEPARAÇÃO DO PECADO, NÃO DOS PECADORES.
O PRÓPRIO JESUS DEU O EXEMPLO: EM TODO O SEU MINISTÉRIO, JAMAIS SE ISOLOU DOS PECADORES, TANTO QUE ISTO FOI UM DOS PONTOS PRINCIPAIS DA CENSURA DOS FARISEUS AO SENHOR (MT.9:10,11), CENSURA QUE FOI REPELIDA POR CRISTO (MT.9:12,13).
CONTUDO, A SANTIFICAÇÃO É UM PROCESSO QUE EXIGE DISCIPLINA, ESFORÇO E UM PROFUNDO AMOR A DEUS (1CO.9:27).
NESSE PROCESSO, LENTO E DOLOROSO, TODO O NOSSO SER TEM DE ESTAR ENVOLVIDO.
"E O MESMO DEUS DE PAZ VOS SANTIFIQUE EM TUDO; E TODO O VOSSO ESPÍRITO, E ALMA, E CORPO SEJAM PLENAMENTE CONSERVADOS IRREPREENSÍVEIS PARA A VINDA DE NOSSO SENHOR JESUS CRISTO" (1TS.5:23).
----------
Luciano de Paula Lourenço
Disponível no Blog: http://luloure.blogspot.com
Fonte: http://luloure.blogspot.com/2018/07/aula-05-santidade-ao-senhor.html