2º
Trimestre/2013
Texto
Básico: Gênesis 2:18-24
07/04/2013
“E disse o Senhor Deus: Não é bom que o homem esteja
só; far-lhe-ei uma adjutora que esteja como diante dele” (Gn 2:18).
INTRODUÇÃO
O primeiro grupo social a que uma pessoa pertence é a
Família, grupo criado pelo próprio Deus (Gn 2:23,24) e que procura suprir as
necessidades sentimentais, afetivas e emocionais básicas do ser humano. A
função da Família é, precisamente, impedir que haja o sentimento de solidão, que
caracterizava Adão antes da formação da mulher (Gn 2:20).
A Igreja, principalmente a Igreja
Local, é formada pela soma de suas Famílias. A Igreja é o reflexo das Famílias.
Famílias bem estruturadas formam Igrejas bem estruturadas. Isto é verdade, e
Satanás sabe disto! Por esta razão, de forma mais acentuada nestes “últimos
dias”, ele tem investido, pesadamente, contra a estrutura familiar, de forma
especial, através da televisão, usando, principalmente, suas novelas:
desmoralizando o casamento, incentivando as uniões ilícitas, incentivando o
homossexualismo, enaltecendo a liberdade sexual, quebrando a hierarquia
familiar, retirando ou coibindo a autoridade dos pais, e coisas correlatas. O
objetivo de Satanás é enfraquecer, desmoralizar, acabar com a estrutura
familiar. Porém, seu alvo principal é a Igreja. Ele sabe que combatendo a
Família, está prejudicando a Igreja.
Certamente que o assunto deste
Trimestre – Família Cristã no século XXI(protegendo seu lar dos ataques do
inimigo) -, é oportuno e será de grande proveito para cada crente em Cristo, em
particular, e para a Igreja, no seu todo.
Nesta Aula inaugural, o assunto
proposto é “A Família, criação de Deus”. Veremos, portanto, a Família tal como
foi planejada por Deus, sem entrar nos detalhes das atribuições -
responsabilidades e deveres de seus membros, os quais serão vistos nas Aulas
posteriores.
I.
A FAMÍLIA NO PLANO DIVINO
Deus, o criador da
Família
De todas as coisas que Deus
criou, apenas uma, no seu julgamento, não estava boa – “E disse o Senhor Deus:
não é bom que o homem esteja só...”. Esta constatação foi feita por Deus logo
após o homem ter conhecido e nomeado cada uma de todas as espécies animais - “Havendo
pois o Senhor Deus formado da terra todo o animal do campo, e toda a ave dos
céus, os trouxe a Adão, para ver como lhes chamaria; e tudo o que Adão chamou a
toda a alma vivente isso foi o seu nome. E Adão pôs os nomes a todo o gado, e
às aves dos céus; e a todo o animal do campo..”(Gn 2:19).
Para ser companheira do homem,
Deus criou uma mulher – “E disse o Senhor Deus: não é bom que o homem esteja
só: far-lhe-ei uma adjutora que esteja como diante dele” (Gn 2:18). Esta
foi a decisão de Deus para suprir a carência afetiva e física do homem.
Qualquer desvio deste principio contraria a decisão de Deus, e constitui
pecado!
E Deus criou a mulher – “Então
o Senhor Deus fez cair um sono pesado sobre Adão, e este adormeceu; e tomou uma
de suas costelas, e cerrou a carne em seu lugar. E da costela que o Senhor Deus
tomou do homem, formou uma mulher; e trouxe-a a Adão”(Gn 2:22). Observemos
a simplicidade da declaração bíblica, ao dizer: “formou uma mulher”.
Esta mulher foi formada como
resultado da decisão de Deus de que não era bom que o homem estivesse só.
Assim, biblicamente, para ser companheira do homem, Deus formou uma mulher.
Qualquer distorção a este principio viola a decisão de Deus.
O Espírito Santo, ao inspirar
Moisés, quando este escrevia o Livro de Gênesis, foi criterioso ao declarar que
Deus criou macho e fêmea – “E criou Deus o homem à sua imagem; à imagem de
Deus o criou; macho e fêmea os criou “(Gn 1:17).
O “macho” a Bíblia chama de
“homem”; a “fêmea” a Bíblia chama de “mulher”. O macho, o homem, é chamado de
um ser do sexo masculino; a fêmea, a mulher, é chamada de um ser do sexo feminino.
Para a Bíblia existem, apenas, dois tipos de sexo: ou a criatura é Homem, ou,
então, é Mulher. Não existe a “coluna do meio”. Um Homem e uma Mulher,
biblicamente, formam um casal.
A
Primeira Família
A primeira Família, formada
pelo próprio Deus, teve como principio a formação de um casal, ou seja, Deus
uniu, com a sua bênção, um homem e uma mulher – “E Deus os abençoou, e Deus
lhes disse: frutificai e multiplicai-vos, e enchei a terra, e sujeitai-a”(Gn
1:28). Estava, assim, realizado, pelo próprio Deus, o primeiro casamento, e
determinado uma de suas três funções: a perpetuação da raça humana através da
geração de filhos.
Portanto, segundo o plano de
Deus, o modelo para formação de uma Família é a união de um casal, de um Homem
e de uma Mulher, ou seja, de um macho e de uma fêmea - “Portanto deixará o
varão o seu pai e a sua mãe, e apegar-se-á à sua mulher, e serão ambos uma
carne”(Gn 2:24). Qualquer tentativa de formar uma Família contrariando este
principio estabelecido por Deus, é contrária à Bíblia Sagrada.
O Senhor Jesus Cristo fez questão
de confirmar este principio declarando: “Porém, desde o principio da
criação, Deus os fez macho e fêmea. Por isso deixará o homem a seu pai e a sua
mãe, e unir-se-á à sua mulher. E serão os dois uma só carne; e assim já não
serão dois mas uma só carne”(Mc 10:6-8).
Portanto, pelo casamento entre um
homem e uma mulher, forma-se uma Família. Essa Família poderá, ou não, ter
filhos. Os filhos são um complemento da Família, porém, a família pode
subsistir sem eles.
O
propósito de Deus ao criar a Família
a)
Proporcionar ao ser humano abrigo e relacionamento. O texto bíblico de Gênesis
2:18 mostra isso: “Far-lhe-ei uma adjutora, que esteja como diante dele”.
Segundo o pr. Elinaldo Renovato, “atualmente temos visto e vivido um tempo
de escassez na área dos relacionamentos. Estamos ficando cada vez mais
superficiais, frios e distantes uns dos outros”. Jesus mesmo nos alertou
que isso aconteceria nos últimos dias - “por se multiplicar a iniquidade, o
amor de muitos esfriará” (Mt 24:12). Devemos fazer de tudo para que este
amor não seja esfriado no âmbito familiar. Quando o amor fenece o
relacionamento sadio e tolerável também se esvai, e é isso que o inimigo das
nossas almas deseja. Um família sadia significa uma igreja sadia. Esforcemos,
pois, em investirmos no bom relacionamento familiar.
b) Um dos
propósitos de Deus ao instituir a Família foi a propagação da raça humana. O
plano de Deus foi fazer da Família um núcleo pelo qual as bênçãos do Senhor
seria, espalhadas sobre toda a Terra – “E Deus os abençoou e Deus lhes
disse: Frutificai, e multiplicai-vos, e enchei a terra, e sujeitai-a; e dominai
sobre os peixes do mar, e sobre as aves dos céus, e sobre todo o animal que se
move sobre a terra.” (Gn 1:28). Assim, a união de dois homens, ou de duas
mulheres, contraria este propósito de Deus. Portanto, qualquer tentativa de
formar uma Família através da união de duas pessoas do mesmo sexo, não procede
de Deus e não pode ter a concordância de Sua Igreja.
Jesus
e a Família
Nosso Senhor Jesus Cristo
valorizou a Família. Veio ao mundo através de uma Família. Além de pais, teve
irmãos e irmãs (Mt 13:55-57). Teve seu crescimento físico, social, intelectual
e espiritual no seio da Família (Lc 2:52). No seu ministério, não costumava a
hospedar-se em hotéis, mas desfrutava da hospitalidade de um lar (Mt 8:14; Lc
10:38-42). Em muitos milagres, demonstrou seu cuidado para com a Família (Mt
8:14-15; Lc 7:12-16). Seu primeiro milagre foi realizado numa festa de
casamento (João 2:12). Ensinou-nos a orar, chamando Deus de "Pai
Nosso" (Mt 6:9). Enfatizou o quarto mandamento, mandando honrar pai e mãe
(Mt 15:3-6; Mc 7:10-13). Teve um trato especial com as crianças, abençoando-as
(Mc 10:13-16).
II.
A QUEDA E AS SUAS CONSEQUENCIAS PARA A FAMÍLIA
1. O ataque do inimigo. A queda
de Adão e Eva é apresentada, literalmente, na Bíblia, de modo explícito. Não
foi um relato teórico ou figurativo, mas um histórico da queda humana. A
essência do primeiro pecado está na desobediência do homem à vontade divina e
na realização de sua própria vontade. O seu pecado foi uma transgressão
deliberada ao limite que Deus lhe havia colocado. A tentação veio de fora, da
parte de Satanás, que os instigou a desobedecer à ordem de Deus. Satanás
sabia que não seria tão fácil convencer o casal a desobedecer a Deus. Ele
investiu, então, sobre a mulher, porque entendia que ela, como um ser mais
frágil que o homem, facilmente cederia as suas provocações.
A sutileza é a marca registrada do diabo (João 8:44) e, portanto,
tudo quanto se referir a tal comportamento tem como mentor e inspirador o
inimigo das nossas almas. As Escrituras registram ser ele o mais sutil de todos
os seres criados por Deus e não há coisa alguma sutil que não esteja, de modo
direto ou indireto, relacionado a ele.
Observamos, no relato da queda do primeiro casal, que o
diabo surge como uma serpente, ou seja, de forma quase imperceptível, quase sem
ser notada, apresentando-se à mulher de repente, de surpresa, num momento em
que a mulher não esperava e que, o texto nos leva a crer, estava solitária, sem
a companhia de seu marido, diríamos que num instante de distração. O
diabo apareceu como uma serpente no Éden e, ante à distração do primeiro casal,
conseguiu entrar no Jardim para efetuar a sua tarefa destruidora.
A distração, o “cochilo espiritual”, são fatais para a saúde
espiritual da Igreja. O caminho da vigilância está relacionado com a meditação
diuturna da Palavra de Deus. Quando meditamos nas Escrituras, quando as
estudamos ininterruptamente, o adversário não encontra brecha para agir. Eva,
porém, estava distraída e, por causa disto, o diabo pôde se aproximar e iniciar
um diálogo com a mulher, lançando-a no campo da dúvida: “É assim que Deus
disse: não comereis de toda árvore do jardim?” (Gn 3:1b). Diante de tanta
amabilidade, Eva aceitou o diálogo, porém, não mostrou firmeza, pois, em sua
resposta não correspondeu aquilo que, de fato, Deus havia dito. Nossas dúvidas
e inseguranças na Palavra de Deus tornam Satanás mais ardiloso.
Falseando a Palavra, Eva respondeu: “...do fruto
das árvores do jardim comeremos, mas, do fruto da árvore que está no meio do
jardim, disse Deus: não comereis dele, nem nele tocareis, para que não morrais”.
Percebe-se que a mulher demonstrou desconhecimento da Palavra de Deus. Enquanto
a ordem divina era para que não se comesse da árvore do conhecimento do bem e
do mal (cf. Gn 2:16,17), a mulher respondeu à serpente que a ordem era a
proibição de se comer e se tocar na árvore que estava no meio do jardim (Gn
3:3). Vemos aqui, portanto, que a mulher alterou em dois pontos a ordem divina,
a saber: a) árvore da ciência do bem e do mal por árvore que está no meio do
jardim; b) não comereis por não comereis nem tocareis. Agora Satanás estava em
condições de contraditar o próprio Deus, pois, sentiu que já tinha o controle
sobre a mulher. Mais uma vez, com muita sutileza, lançou dúvidas quanto
à veracidade da Palavra do próprio Deus - “...certamente não
morrereis”. Uma maneira muito sutil de afirmar que Deus havia
mentido.
Não
tendo havido nenhuma reação por ter ouvido que a Palavra do Criador não era
verdadeira, então Satanás com maior sutileza deu sua cartada final
despertando, agora, a soberba e o desejo de ser como Deus: “Porque
Deus sabe que, no dia em que dele comerdes, se abrirão os vossos olhos, e
sereis como Deus, sabendo o bem e o mal”(Gn 3:1-5).
Sem
qualquer ameaça, sem nenhuma palavra forte, apenas na sutileza, Satanás
já estava com a mulher na “palma de sua mão”. Eva se deixou enganar – pensou
que seria como Deus. Olhou – “Vendo a mulher que a árvore era boa para
se comer, agradável aos olhos”; Desejou – “...árvore desejável para dar
entendimento...”; Tomou – “...tomou-lhe do fruto...”; Comeu -
“...comeu...”; Morreu – A Palavra de Deus era verdadeira – “...no
dia em que dela comeres, certamente morrerás”(Gn 2:17).
O diabo
mentiu, pôs em descrédito os ditos do Senhor e criou fantasias nas quais o
primeiro casal acreditou e que foram a sua derrocada. Assim também trabalha
ainda hoje. Uma vez se desprendendo das Escrituras, os homens são iludidos com
falsas promessas e fantasias (que as Escrituras denominam de “fábulas”, ou
seja, “contos da carochinha” (1Tm 1:4; 4:7; 2Tm 4:4; 2Pe 1:16), falsidades que
a seu tempo se revelarão e que, infelizmente, para muitos, significarão a morte
eterna.
2. Os resultados da Queda no relacionamento familiar
Em primeiro lugar, a rebelião. Adão acusou a mulher por lhe ter
oferecido o fruto proibido - “a mulher que me deste por companheira, ela me deu
da árvore, e comi” (Gn 3:12). Daí já se percebe que o relacionamento entre o
casal já não era como dantes.
A rebelião de Adão e Eva encerrou o relacionamento íntimo que eles haviam
desfrutado com Deus. A natureza de sua rebelião foi tal que rompeu a sua
maneira de se relacionar não só com Deus mas também um com o outro. Em vez do
mútuo amor e compromisso, sua rebelião contra Deus resultou em vergonha mútua
(Gn 3:7). Seu relacionamento interpessoal não era mais harmonioso. Essa
rebelião resultou, acima de tudo, na separação de Deus e na percepção de que
Deus era Alguém a quem temer, Alguém de quem eles precisavam se esconder (Gn
3:8-10). Deus e os seres humanos não estavam mais unidos em amor e harmonia. O
que era necessário era um ato de reconciliação.
Em segundo lugar, a desigualdade de gênero, ou seja,
a diferença de tratamento entre o homem e a mulher. Feitos para serem iguais diante
de Deus, pois, para Deus, não há acepção de pessoas (Dt 10:17), homem e mulher,
por causa do pecado, passaram a ter posições diferenciadas no relacionamento
entre si, tendo o Senhor determinado o domínio do homem sobre a mulher (Gn
3:16). Este domínio não é desejo divino, mas reação divina ao pecado cometido.
O pecado é gerador de desigualdade, pois é iniquidade e, em virtude disto, a
humanidade sob o pecado é um triste quadro de injustiças, de desigualdades e de
dominações. Entre tais desigualdades, destaca-se a “desigualdade de gênero”.
Em terceiro lugar, a contaminação da vida familiar. O pecado, ao trazer a
desigualdade de gênero, já tornou tensas as relações entre marido e mulher, mas,
logo em seguida, com o primeiro homicídio, bem demonstrou que vinha a atacar de
forma direta a própria Família. Desde então, o pecado tem transtornado
muitíssimo a vida familiar, vida esta que se encontra, nos nossos dias, em
frangalhos, por causa, precisamente, do pecado. O pecado gera a destruição da
vida familiar, pois desfaz a pureza e a estabilidade entre marido e mulher,
retirando assim a necessária autoridade moral indispensável para o
relacionamento entre pais e filhos, gerando milhares e milhares de vidas sem
afeto e sem amor.
3. A vida
familiar depois da Queda. Quando Deus criou a Família, Ele
o fez em um ambiente perfeito: o Éden. A Família não foi criada em meio a um
ambiente de conflitos, guerras e desgraças, ou de doenças e falta de recursos
para provisão. O plano de divino era que Adão e Eva pudessem frutificar perto
da presença de Deus, e não distante dEle.
A queda, como registrada em Gênesis, trouxe transtornos e
males irreparáveis para a Família e, por conseguinte, para toda raça humana(Gn
3:17-19; Gl 3:21). Toda natureza passou a sofrer as consequências do pecado,
que introduziu a morte no mundo e destituiu o homem de sua perfeita comunhão
com o Criador (Gn 3:16-19). Entenda-se morte, aqui, não apenas como a separação
física dos entes queridos, mas, sobretudo, a separação espiritual e eterna de
Deus (Rm 5:12). Esse é o efeito mais dramático da desobediência de nossos
primeiros pais, já que Deus não os criou para morte, mas para a vida. É tanto
que a luta pela sobrevivência é algo inato em qualquer ser humano. Sua expulsão
do jardim do Éden, todavia, é o símbolo perfeito dessa perda (Gn 3:22-24). A
enfermidade física é um fato incontestável, e a Escritura afirma que o primeiro
motivo deste terrível mal sobre a humanidade foi a queda de Adão e Eva.
Mas, o inimigo ainda não parou a
sua investida contra a Família. Por ser de origem divina, o inimigo tem atacado
a Família de maneira implacável. As tentações aos pais de família,
principalmente na área do sexo e do mau relacionamento com os filhos tem sido
constante; os ataques aos filhos, lançando-os contra os pais; dos pais contra
os filhos; o problema das drogas, do sexo ilícito, da pornografia, de outros
vícios, do homossexualismo. Estamos vendo isso com muita intensidade nestes
últimos dias da Igreja na Terra. Satanás sabe que ele já está julgado e quer
levar o maior número de pessoas com ele parta o Inferno (ler Salmo 9:17).
O domínio do pecado sobre o homem
faz com que sejam praticadas as chamadas “obras da carne” (Gl 5:19-21), que
prejudicam grandemente a própria convivência e sobrevivência da humanidade. O
pecado, a começar da Família, dilapida a estrutura social e instala a barbárie
e o egoísmo como modos de sobrevivência e de permanência no convívio social.
Por mais tecnologicamente civilizados que estejam os homens, o aumento do
pecado produz cada vez mais pecado, cada vez mais maldade, cada vez mais
selvageria. Santifiquemo-nos ainda mais, pois Jesus está voltando!
III. A CONSTITUIÇÃO FAMILIAR AO LONGO DOS SÉCULOS
1. Modelos de Famílias surgidas
ao longo dos séculos. A Família está inserida dentro de um contexto
social, e portanto, sujeita a mudanças. Porém, os princípios divinos para as
Famílias são eternos e imutáveis (Mt 24:35). Ao longo dos séculos o modelo
familiar teve várias mudanças. Vejamos, sucintamente, alguns modelos que a
Bíblia apresenta:
a) Família patriarcal, quando o
homem tem pelo menos duas esposas. Neste modelo, o
pai(pater) era visto como o senhor da casa e da Família. As esposas e os
filhos não tinham liberdade de escolha, pois a palavra final era sempre do
patriarca. Este modelo é visto em todo Antigo Testamento, a partir de
Lameque(descendente de Caim) – Gênesis 4:19 – “E tomou Lameque para si duas
mulheres; o nome de uma era Ada, e o nome da outra, Zilá”. Lameque foi o
primeiro a rejeitar o princípio do casamento monogâmico, ordenado por Deus (Gn
2:22-24). A partir daí a depravação hereditária se alastrou progressivamente no
lar e na Família.
b) Famílias
monoparenterais, quando há somente a presença de um dos
pais, como é o caso de Agar e Ismael, depois de serem expulsos por Sara.
c) Família de
solteiros, como parece ser o caso de Marta, Maria
e Lázaro.
d) Famílias nucleares
(monogâmica), que são
aquelas Famílias compostas de pai, mãe e filhos, como é o caso da Família
formada por José, Maria, Jesus e seus irmãos. A poligamia vai contra o
princípio divino do marido e da esposa ser uma só carne (Gn 2:24; Mt 19:5).
e) Família conjugal, que é aquela
cujo casal ainda não tem filhos ou que não teve filhos, como é o caso de
Áquila e Priscila.
f) Família ampliada, que á aquela em cuja convivência há pessoas
além dos cônjuges e filhos, como é o caso de Pedro, que possivelmente tinha a
sua sogra por perto.
g) Famílias unipessoais, onde só uma pessoa mora numa casa, podendo ser um pessoa
solteira, uma viúva, ou uma divorciada, muito comum nos nossos dias, e não
muito difícil de encontrar em nossas igrejas.
Portanto, sendo a Família uma
instituição criada pelo próprio Deus, ao homem é indispensável que mantenha o
modelo previsto pelo Senhor, pois só assim poderá cumprir o seu papel na ordem
universal e se apresentar como alguém submisso ao senhorio de Deus. Como
crentes, não podemos jamais querer ser tidos como verdadeiros e autênticos
servos do Senhor, se não estivermos vivendo uma vida familiar de acordo com a
vontade do Senhor, que é o modelo estampado na Sua Santa Palavra.
2. A
Família na atualidade. Temos ouvido nesses últimos anos uma frase que
parece que a cada dia que passa, tem mais simpatizantes, ei-la: “A Família é
uma instituição falida”. Este é o conceito de Família para a maioria das
pessoas do mundo moderno, e de fato, esta instituição formada por Deus,
apresenta assustadoras estatísticas de sua desintegração. Eis alguns dos
sintomas de degeneração familiar que se nos apresentam nesses dias: crises,
desencantos e desilusões nos casamentos; separações e divórcios; crianças
abandonadas; filhos irreverentes e indiferentes aos pais; brigas constantes
entre os casais; etc. Como inverter este triste quadro e transformar meu lar em
um exemplo mais vívido dos propósitos e objetivos de Deus?
Para a sua estabilidade a Família
necessita urgentemente de um motivo espiritual. Não será com o conforto dos
lares modernos que iremos construir lares felizes. A Família é um projeto divino,
nasceu no coração e na mente de Deus, não é um acidente histórico ou uma
necessidade social, ou ainda, um sistema para funcionar – A Família é ideia de
Deus.
Sem a Família não pode
o homem atingir o propósito estabelecido por Deus quando de sua criação. Não há
como o homem atender ao que lhe é exigido pelo seu Criador sem que exista a
Família.
Sem a Família o homem
não pode sequer ser considerado um homem no sentido estrito da Palavra e as
consequências que têm vindo à sociedade moderna em virtude do intenso e
progressivo processo de desintegração familiar que temos contemplado é uma
prova do que estamos a dizer. Via de regra, os criminosos mais hediondos que
têm surgido, que nem sequer se portam como seres humanos, tamanha a sua
bestialidade, são pessoas que foram vítimas da ausência da instituição familiar
no histórico de suas vidas. A destruição da instituição familiar representa,
assim, a própria destruição da humanidade, da imagem e semelhança de Deus na
vida dos seres humanos e é por isso que o adversário de nossas almas, que nos
odeia e nos detesta, tem investido tanto na destruição desta instituição.
Destrua-se a Família e estarão destruídos os seres humanos e, por conseguinte,
toda a sociedade.
CONCLUSÃO
Ao
criar a primeira Família, Deus constituiu, nos limites do Jardim do Éden, o seu
espaço de habitação (Gn 2: 7-15). O lar em que os primeiros cônjuges viveriam
um para o outro, teriam filhos e juntos desfrutariam de tudo quanto Deus lhes
preparara. Era um lugar de bênçãos que cumpriria as verdadeiras funções do lar.
Esse foi e continua sendo o propósito de Deus para a Família.
Podemos
fazer do lugar em que habitamos, com a ajuda de Deus, um abrigo de paz contra
as tempestades que nos cercam, onde pais e filhos possam dar-se as mãos numa
vida de permanente celebração da glória de Deus e alcançarem, por fim, uma
velhice feliz e vitoriosa. Amém!!
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Elaboração: Luciano de Paula Lourenço – Prof.
EBD – Assembléia de Deus – Ministério Bela Vista. Disponível no Blog: http://luloure.blogspot.com
Referências Bibliográficas:
William Macdonald – Comentário Bíblico popular (Antigo
Testamento).
Bíblia de Estudo Pentecostal.
Bíblia de estudo – Aplicação Pessoal.
O Novo Dicionário da Bíblia – J.D.DOUGLAS.
Comentário Bíblico NVI – EDITORA VIDA.
Revista Ensinador Cristão – nº 54 – CPAD.
A Teologia do Antigo Testamento – Roy B.Zuck.
Comentário Bíblico Beacon, v.2 – CPAD.
Comentário do Novo Testamento –
Aplicação Pessoal.
A Promessa de um Lar Feliz – Dr.
Caramuru Afonso Francisco – Portal EBD.
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