domingo, 26 de maio de 2024

RESISTINDO À TENTAÇÃO NO CAMINHO

         2º Trimestre de 2024

SUBSÍDIO PARA A LIÇÃO 09

Texto Base: Mateus 4:1-11

“Vigiai e orai, para que não entreis em tentação; na verdade, o espírito está pronto, mas a carne é fraca” (Mateus 26:41).

Mateus 4:

1.Então, foi conduzido Jesus pelo Espírito ao deserto, para ser tentado pelo diabo.

2.E, tendo jejuado quarenta dias e quarenta noites, depois teve fome;

3.E, chegando-se a ele o tentador, disse: Se tu és o Filho de Deus, manda que estas pedras se tornem em pães.

4.Ele, porém, respondendo, disse: Está escrito: Nem só de pão viverá o homem, mas de toda a palavra que sai da boca de Deus.

5.Então o diabo o transportou à Cidade Santa, e colocou-o sobre o pináculo do templo,

6.e disse-lhe: Se tu és o Filho de Deus, lança-te daqui abaixo; porque está escrito: Aos seus anjos dará ordens a teu respeito, e tomar-te-ão nas mãos, para que nunca tropeces em alguma pedra.

7.Disse-lhe Jesus: Também está escrito: Não tentarás o Senhor, teu Deus.

8.Novamente, o transportou o diabo a um monte muito alto; e mostrou-lhe todos os reinos do mundo e a glória deles.

9.E disse-lhe: Tudo isto te darei se, prostrado, me adorares.

10.Então, disse-lhe Jesus: Vai-te, Satanás, porque está escrito: Ao Senhor, teu Deus, adorarás e só a ele servirás.

11.Então, o diabo o deixou; e, eis que chegaram os anjos e o serviram.

INTRODUÇÃO

Na jornada cristã, a tentação é uma realidade inevitável. Desde os primórdios da história humana, o ser humano tem enfrentado a tentação em suas diversas formas. No entanto, como discípulos de Cristo, somos chamados a resistir à tentação e permanecer firmes na fé.

Nesta lição, exploraremos o conceito bíblico de tentação e examinaremos como Jesus, nosso exemplo supremo, enfrentou as tentações no deserto (Mateus 4:1-11). Além disso, aprenderemos princípios práticos para resistir à tentação ao longo de nossa jornada espiritual, lembrando-nos da exortação do próprio Jesus para vigiar e orar para não cairmos em tentação (Mateus 6:13; 26:41 – NVT). Efésios 6:11 (ARC) insta: "Revesti-vos de toda a armadura de Deus, para que possais estar firmes contra as astutas ciladas do diabo".

Que este estudo nos capacite a enfrentar as tentações com sabedoria e fé, confiando na graça e no poder de Deus para nos sustentar.

I. A TENTAÇÃO E SUA ESFERA HUMANA

1. Conceito bíblico de tentação

Na perspectiva bíblica, a tentação é um desafio moral que confronta o indivíduo com a escolha entre o bem e o mal. É um teste ou prova que expõe a inclinação do coração humano para o pecado e a necessidade de resistir às influências malignas.

Na Bíblia, as palavras hebraicas e gregas usadas para descrever a tentação destacam sua natureza de teste ou prova, mostrando que ela pode surgir como uma atração para fazer o mal visando a obtenção de prazer ou benefício pessoal.

No Antigo Testamento, a palavra hebraica "massáh" é frequentemente usada para se referir à tentação ou prova. Alguns exemplos de sua ocorrência são em Deuteronômio 4:34; 9:22 e Salmo 95:8.

No Novo Testamento, encontramos duas palavras gregas principais relacionadas à tentação: a primeira é "peirasmós", que significa "teste" ou "prova"; esta palavra é encontrada em passagens como Atos 20:19; 1Coríntios 10:13 e Tiago 1:2,12. A segunda palavra grega é o verbo "peirázõ", que significa "testar" ou "submeter à prova"; esta palavra é usada em versículos como João 6:6; Gálatas 6:1 e Apocalipse 2:2,10.

Assim, a tentação não é apenas uma simples sugestão de pecado, mas uma situação que coloca à prova a fidelidade e a integridade do indivíduo diante de Deus.

2. Duas vias da tentação

As duas vias da tentação, conforme descritas na Palavra de Deus, revelam a complexidade desse desafio espiritual que o ser humano enfrenta. Primeiramente, temos a tentação que vem do Diabo, como evidenciado desde os primórdios da história, no relato do pecado original no Jardim do Éden (Gênesis 3); nesse caso, a tentação é externa, originada pelo adversário espiritual, cujo objetivo é desviar os seres humanos do propósito e plano de Deus para suas vidas. O Diabo emprega estratégias sutis e enganosas para nos afastar da vontade de Deus, oferecendo promessas de prazer, poder ou conhecimento que contradizem a palavra de Deus.

Por outro lado, temos a tentação que surge de dentro do próprio ser humano, como mencionado na Epístola de Tiago (Tiago 1:14,15). Essa tentação está enraizada nos desejos pecaminosos e na natureza caída do homem, que é inclinada para o mal desde o nascimento. Ela se manifesta quando cedemos aos impulsos da carne, aos desejos egoístas e aos vícios da alma, em vez de submeter-nos à vontade de Deus. Essa via da tentação reflete a batalha interior entre a carne e o espírito, conforme descrita por Paulo em suas epístolas (Gálatas 5:17).

Ambas as vias da tentação operam na esfera humana, representando um desafio constante e universal para os crentes. Enquanto a tentação externa busca desviar-nos do caminho da fé e obediência a Deus, a tentação interna apela para os desejos pecaminosos que residem em nossos corações. Portanto, compreender essas duas vias da tentação é fundamental para enfrentá-las com sabedoria e resistir aos seus efeitos maléficos, permanecendo firmes na fé e na dependência de Deus.

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3. Tentação: um fenômeno humano

A tentação é, de fato, um fenômeno humano que tem suas raízes na natureza pecaminosa do ser humano e nas influências do mundo ao seu redor. O apóstolo Tiago é claro ao afirmar que Deus não é o autor da tentação para o mal, pois Ele é absolutamente bom e justo (Tiago 1:13). No entanto, Tiago também reconhece que as provações e testes que enfrentamos podem ser usados por Deus para nos aperfeiçoar e fortalecer nossa fé (Tiago 1:2-4).

A distinção entre a provação permitida por Deus e a tentação que nos leva ao mal é crucial. Enquanto as provações são projetadas para nos fortalecer e nos conduzir à maturidade espiritual, as tentações têm a intenção de nos desviar do caminho da justiça e nos levar ao pecado. Jesus também advertiu sobre a natureza sedutora da tentação, destacando que o simples ato de olhar com desejo já é considerado pecado (Mateus 5:28).

No entanto, a responsabilidade pela queda na tentação recai sobre o ser humano, pois somos nós que cedemos aos desejos pecaminosos de nossa natureza carnal (Romanos 8:6). Embora o inimigo possa nos tentar e nos influenciar, a decisão final de sucumbir ao pecado é nossa. A Bíblia nos assegura que Deus nos concede o poder para resistir à tentação e nos fornece uma saída para não cairmos (1Coríntios 10:13).

Portanto, a tentação é, de fato, um fenômeno humano, que ocorre na esfera terrena e está intrinsecamente ligada à natureza pecaminosa do ser humano. No entanto, Deus nos capacita a resistir à tentação e a vencer o mal por meio de sua graça e do poder do Espírito Santo em nós.

II. O SENHOR JESUS E A TENTAÇÃO

1. A provação do Senhor Jesus

A provação do Senhor Jesus no deserto, conforme registrado nos evangelhos de Mateus (Mateus 4:1-11) e Lucas (Lucas 4:1-13), é um evento significativo que revela não apenas a humanidade de Jesus, mas também sua divindade e sua vitória sobre as tentações do diabo.

Após o batismo de Jesus por João Batista no rio Jordão, o Espírito Santo o conduziu ao deserto, onde ele permaneceu por quarenta dias e quarenta noites, sem comer, em um período de jejum e oração intensos. Durante esse tempo, Jesus foi tentado por Satanás em três ocasiões distintas. Como disse o Pr. Osiel Gomes, “o objetivo de Satanás era fazer com que Jesus desviasse de seu propósito, satisfazendo desejos e necessidades, contrariando a vontade de Deus (cf. Mateus 4:1-11). Por isso, houve um ataque intenso do Maligno contra nosso Senhor, que resistiu sabiamente por meio da oração, do jejum e da Palavra de Deus. Embora fisicamente frágil, o Senhor estava espiritualmente forte”. Comentaremos sobre isto no item seguinte.

Em todas as três tentações, Jesus resistiu ao diabo citando e aplicando as Escrituras de forma precisa e confiante, demonstrando sua total submissão à vontade de Deus e sua confiança no poder da Palavra de Deus para vencer a tentação. Após essas tentações, o evangelho de Lucas destaca que Satanás afastou-se de Jesus até um momento oportuno (Lucas 4:13).

Essa provação no deserto não apenas revela a natureza divina e humana de Jesus, mas também serve como um exemplo para os crentes de como resistir às tentações do diabo por meio da fé, da obediência a Deus e da aplicação da Palavra de Deus em suas vidas.

A experiência de Jesus no deserto nos ensina que, mesmo em nossos momentos mais fracos e vulneráveis, podemos confiar na graça e no poder de Deus para nos capacitar a vencer as tentações e permanecer-mos firmes em nossa fé.

2. As áreas que Jesus foi tentado

Durante o tempo que Jesus passou no deserto, Ele foi tentado por Satanás em três áreas: área física, a natureza divina e área espiritual. A tentação de Jesus nestas três é um evento significativo e emblemático registrado nos Evangelhos. Essas tentações não são apenas episódios isolados, mas representam desafios universais que os crentes em Cristo, ao longo de sua jornada, enfrentam e que Jesus enfrentou como exemplo para nós.

a)   Área física. Na primeira tentação, Satanás tentou induzir Jesus a transformar pedras em pão para satisfazer sua fome física, questionando sua filiação divina e desafiando sua dependência de Deus para prover suas necessidades básicas. Após um longo período de jejum, essa tentação representa o desejo humano básico de satisfazer as necessidades físicas e materiais imediatamente. Jesus respondeu citando a importância da Palavra de Deus, mostrando que o homem não vive apenas de pão, mas de toda palavra que procede da boca de Deus (Mateus 4:3,4). Isso ressalta a prioridade espiritual sobre as necessidades físicas.

b)   Natureza divina. Na segunda tentação, Satanás levou Jesus ao topo do templo em Jerusalém e o instigou a se lançar de lá, desafiando-o a testar a proteção divina e a provar sua filiação divina. A tentação de se jogar do pináculo do Templo, confiando na intervenção divina para evitar a queda, visava testar a confiança de Jesus em seu Pai celestial e, potencialmente, usar um ato miraculoso para obter reconhecimento público. Jesus rejeitou essa tentação, citando novamente as Escrituras para afirmar sua confiança na vontade de Deus e sua fidelidade em obedecer (Mateus 4:5-7).

c)   Área espiritual. Na terceira tentação, Satanás levou Jesus a um monte alto e lhe mostrou todos os reinos do mundo e sua glória, oferecendo-lhe autoridade e poder sobre eles em troca de adoração. Esta tentação final envolve a oferta de todos os reinos do mundo em troca de adoração ao Diabo. Aqui, Satanás oferece a Jesus uma maneira mais fácil e rápida de alcançar sua missão messiânica, evitando o caminho da cruz. No entanto, Jesus rejeita essa oferta, afirmando que só a Deus se deve adorar e servir (Mateus 4:8-10).

Essas três áreas representam os tipos de tentações que todos enfrentamos: a busca por satisfação material, o desafio de confiar em Deus em momentos de dificuldade e a luta contra as seduções do poder e do prestígio. Ao resistir a essas tentações, Jesus nos mostra o caminho para superar as armadilhas do mundo, confiando na vontade de Deus e permanecendo fiéis aos seus princípios.

3. Como Jesus venceu a tentação?

Jesus venceu a tentação utilizando a Palavra de Deus como sua principal arma espiritual. Em cada uma das três tentações no deserto, Ele respondeu ao Diabo com as palavras "está escrito", demonstrando assim sua confiança na autoridade e na veracidade das Escrituras Sagradas.

a)   Na primeira tentação, o Diabo tentou induzir Jesus a usar seus poderes divinos para satisfazer suas necessidades físicas, transformando pedras em pães. No entanto, Jesus respondeu citando Deuteronômio 8:3, declarando que o homem não vive apenas de pão, mas de toda palavra que sai da boca de Deus (Mateus 4:4). Aqui, Jesus enfatizou a importância da dependência de Deus e da obediência à Sua vontade sobre as necessidades materiais.

b)   Na segunda tentação, o Diabo tentou fazer com que Jesus se lançasse do pináculo do Templo para forçar uma intervenção divina e ganhar reconhecimento público. Jesus respondeu citando Deuteronômio 6:16, rejeitando a ideia de testar a Deus. Ele demonstrou que a confiança em Deus não deve ser provada de maneira imprudente, mas sim baseada na fé e na obediência (Mateus 4:7).

c)   Na terceira tentação, o Diabo ofereceu a Jesus todos os reinos do mundo em troca de adoração. Novamente, Jesus recorreu às Escrituras, citando Deuteronômio 6:13, e afirmou que só a Deus se deve adorar e servir. Ele rejeitou a oferta do Diabo, mantendo sua lealdade ao Pai celestial (Mateus 4:10).

Essa abordagem de Jesus nos ensina a importância de conhecer e aplicar as Escrituras em nossas vidas para resistir às tentações e aos ataques espirituais do inimigo. Assim como Jesus, devemos nos armarmos da Palavra de Deus e depender da sabedoria e do poder do Espírito Santo para vencer as investidas do mal (Efésios 6:11,17).

III. RESISTINDO À TENTAÇÃO

1. Todos somos tentados

A tentação é uma realidade inegável na vida de todos os cristãos que se propõem a servir a Deus de todo o coração. Na Bíblia, vemos que desde Adão e Eva no jardim do Éden até os relatos dos patriarcas, profetas, e até mesmo de Jesus e seus discípulos, a tentação sempre foi uma presença constante. A Bíblia confirma essa realidade ao nos ensinar que até mesmo Jesus Cristo foi tentado (Hebreus 4:15), mostrando que a tentação não é um sinal de fraqueza espiritual, mas sim uma parte intrínseca da experiência humana.

A natureza humana é propensa à tentação devido à sua fragilidade, suas paixões e suas inclinações pecaminosas. Mesmo aqueles que se esforçam para viver uma vida piedosa não estão isentos das investidas do inimigo. Como seres finitos e sujeitos às fraquezas do mundo, todos nós estamos sujeitos a cair em tentação em algum momento de nossas vidas.

Além disso, vivemos em um mundo que constantemente nos apresenta valores e ideologias contrárias aos princípios estabelecidos por Deus. A cultura pós-moderna, com sua ênfase no relativismo moral e na busca pelo prazer imediato, exerce uma influência significativa sobre nossas escolhas e comportamentos, tornando-nos ainda mais vulneráveis à tentação.

No entanto, como cristãos, somos chamados a resistir à tentação e a permanecermos firmes na fé. Isso envolve cultivar uma vida de oração, meditação na Palavra de Deus, comunhão com outros crentes e submissão ao Espírito Santo.

Assim como Jesus nos ensinou a orar para não cair em tentação, também devemos seguir seu exemplo e buscar força e orientação divinas para vencer as investidas do mal.

Os cristãos têm recursos espirituais à sua disposição para resistir a tentação. Ao permanecerem vigilantes, comprometidos com a Palavra de Deus e não conformados com os padrões deste mundo (Rm.12:2), podem superar as tentações e viver uma vida que glorifica a Deus.

Em suma, a compreensão de que todos somos tentados nos lembra da importância de permanecermos vigilantes e alertas espiritualmente, reconhecendo nossas fraquezas e dependendo da graça e do poder de Deus para resistir ao mal e permanecer fiéis em nossa jornada de fé.

2. Rejeitemos a tentação!

A ideia de resistir à tentação é central na ética cristã, pois é vista como um elemento crucial na jornada espiritual de um indivíduo. Vários exemplos bíblicos e ensinamentos são frequentemente citados para enfatizar a importância dessa prática. Veja algumas referências bíblicas que abordam o tema da rejeição da tentação:

ü  Mateus 26:41 (NVI): "Vigiem e orem para que não caiam em tentação. O espírito está pronto, mas a carne é fraca".

ü  1 Coríntios 10:13 (NVI): "Nenhuma tentação os assolou, a não ser as que são comuns aos homens. E Deus é fiel; ele não permitirá que vocês sejam tentados além do que podem suportar. Mas, quando forem tentados, ele mesmo providenciará um escape, para que o possam suportar".

ü  Tiago 4:7 (NVI): "Portanto, submetam-se a Deus. Resistam ao Diabo, e ele fugirá de vocês".

ü  Gálatas 5:16 (NVI): "Então eu digo: vivam pelo Espírito, e de modo nenhum satisfarão os desejos da carne".

ü  Romanos 12:2 (NVI): "Não se conformem com este mundo, mas transformem-se pela renovação da sua mente, para que sejam capazes de experimentar e comprovar a boa, agradável e perfeita vontade de Deus".

ü  1Pedro 5:8,9 (NVI): "Estejam alertas e vigiem. O Diabo, o inimigo de vocês, anda ao redor como leão, rugindo e procurando a quem possa devorar. Resistam-lhe, permanecendo firmes na fé, sabendo que os irmãos que vocês têm em todo o mundo estão passando pelos mesmos sofrimentos".

ü  Efésios 6:10,11 (NVI): "Finalmente, fortaleçam-se no Senhor e no seu forte poder. Vistam toda a armadura de Deus, para poderem ficar firmes contra as ciladas do Diabo".

Essas passagens bíblicas oferecem orientação e encorajamento para resistir à tentação e permanecer firmes na fé.

A tentação pode se manifestar de várias formas. Pode ser uma força externa que incita alguém a fazer algo contra seus princípios morais ou religiosos, ou pode ser uma luta interna entre o desejo e o dever. Independentemente de sua forma, a tentação muitas vezes desafia a integridade e a fé de uma pessoa.

Uma das abordagens mais comuns para lidar com a tentação é a prática da autodisciplina e do autocontrole. Isso envolve o desenvolvimento de uma consciência moral sólida e o fortalecimento da vontade para resistir às influências negativas. A autodisciplina pode ser cultivada através da oração, meditação, estudo das escrituras e práticas espirituais que fortalecem o relacionamento com Deus.

Outro aspecto importante na rejeição da tentação é o reconhecimento da natureza transitória e ilusória das gratificações temporárias que ela oferece. Muitas vezes, a tentação promete prazer ou satisfação imediata, mas pode levar a consequências prejudiciais a longo prazo. Reconhecer essa realidade ajuda a fortalecer a determinação em resistir à tentação e escolher o caminho da virtude e da retidão.

Além disso, é essencial cultivar um ambiente que minimize a exposição à tentação. Isso pode envolver evitar situações ou lugares que desencadeiem impulsos negativos, bem como estabelecer limites saudáveis em relacionamentos e atividades. O Pr. Osiel Gomes citou uma célebre frase do reformador Martinho Lutero: “você não pode impedir que os pássaros voem sobre sua cabeça, mas pode impedir que eles se instalem com seus ninhos!”. Segundo ele, a frase revela uma verdade que encontramos na Palavra de Deus. Podemos percebê-la na fuga de José diante da mulher de Potifar (Gn.39:12) e na atitude de Jó de fugir do mal (Jó 1:1).

No entanto, é importante reconhecer que rejeitar a tentação nem sempre é fácil e que todos estão sujeitos a fraquezas e falhas, mas com a força do Espírito Santo, podemos evitar que ela nos domine. Por isso, precisamos seguir o que o apóstolo Paulo escreveu a Timóteo: “Fuja de tudo que estimule as paixões da juventude” (2Tm.2:22 – NVT). Portanto, ao longo de nossa jornada, a melhor estratégia é fugir da tentação.

Em última análise, rejeitar a tentação é um ato de liberdade e escolha consciente. É a afirmação da dignidade e do propósito moral de uma pessoa em meio às pressões e influências do mundo. Ao fazê-lo, o indivíduo busca não apenas sua própria integridade e bem-estar, mas também o cumprimento de sua relação com Deus e o serviço aos outros.

3. “Arrependa-se”

Quando um crente cede à tentação e comete um erro, o arrependimento desempenha um papel fundamental na restauração do relacionamento com Deus e na busca pela reconciliação espiritual. Veja alguns textos bíblicos pertinentes:

ü  2Crônicas 7:14): “se o meu povo, que se chama pelo meu nome, se humilhar, orar, me buscar e se converter dos seus maus caminhos, eu ouvirei dos céus, perdoarei os seus pecados e sararei a sua terra”.

ü  Provérbios 28:13: “Quem encobre as suas transgressões jamais prosperará; mas o que as confessa e abandona alcançará misericórdia”.

ü  Atos 3:19: “Portanto, arrependam-se e se convertam, para que sejam cancelados os seus pecados”. 

ü  1João 1:9: “Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça”. 

O arrependimento não é apenas um reconhecimento superficial do erro, mas um processo profundo de mudança de coração e mente, que leva a uma transformação genuína e duradoura.

a)   Reconhecimento do erro. O primeiro passo no arrependimento é reconhecer sinceramente o pecado cometido. Isso envolve uma avaliação honesta de nossas ações, reconhecendo que transgredimos os princípios e mandamentos de Deus.

b)   Remorso genuíno. O arrependimento verdadeiro é acompanhado por um profundo remorso pelo pecado cometido. Esse remorso não é apenas pelo medo das consequências ou do castigo, mas pela dor de ter desapontado e desobedecido a Deus.

c)   Confissão. Uma parte essencial do arrependimento é a confissão do pecado a Deus. Isso envolve humildemente admitir diante de Deus nossas falhas e pedir perdão por nossos erros. A confissão permite que nos aproximemos de Deus, reconhecendo nossa necessidade de Sua graça e misericórdia.

d)   Abandono do pecado. O arrependimento não é apenas sobre reconhecer e lamentar o pecado, mas também sobre abandoná-lo. Isso significa tomar medidas práticas para evitar situações de tentação semelhantes no futuro e buscar ativamente viver de acordo com os princípios de Deus.

e)   Restauração da comunhão com Deus. O arrependimento verdadeiro abre o caminho para a restauração do relacionamento com Deus. Ao nos arrependermos sinceramente, podemos experimentar o perdão e a graça de Deus, restaurando nossa comunhão com Ele.

f)    Aprendizado e crescimento espiritual. O arrependimento também é uma oportunidade de aprendizado e crescimento espiritual. Ao refletir sobre nossas falhas e buscar mudança, podemos crescer em nossa fé e fortalecer nossa determinação de seguir a vontade de Deus em todas as áreas de nossas vidas.

Portanto, o arrependimento não é apenas um ato isolado, mas um processo contínuo de transformação espiritual. É um convite para voltarmos ao caminho de Deus, renovando nosso compromisso com Ele e buscando viver uma vida que O honre em todas as nossas ações e decisões.

CONCLUSÃO

Resistir à tentação no caminho da fé é um desafio constante e inevitável para todos os crentes. No entanto, é um desafio que pode ser superado através da orientação e fortalecimento proporcionados pela comunhão com Deus, pelo poder do Espírito Santo e pela aplicação dos princípios ensinados nas Escrituras Sagradas.

Ao longo desta jornada espiritual, é essencial reconhecer que todos somos suscetíveis à tentação e que podemos cometer erros. No entanto, a resposta adequada diante da tentação não é desespero ou desânimo, mas sim uma postura de vigilância, autodisciplina e prontidão para buscar a ajuda e a orientação divinas.

Quando cedemos à tentação, o arrependimento sincero nos oferece um caminho de cura, restauração e renovação espiritual. Através do arrependimento, podemos experimentar o perdão e a graça de Deus, e ser capacitados a seguir adiante com uma determinação renovada para viver uma vida que reflita os valores do Reino de Deus.

Portanto, que possamos perseverar na busca pela santidade e pela retidão, resistindo à tentação com coragem, fé e confiança na promessa de que, com a ajuda de Deus, somos mais do que vencedores em Cristo Jesus.

Que nossa jornada seja marcada pela constante busca da comunhão com Deus, do crescimento espiritual e da dedicação em viver de acordo com Sua vontade, para a glória do Seu nome. Que Ele nos guie e nos fortaleça em cada passo do caminho, capacitando-nos a resistir à tentação e a perseverar até o fim.

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Luciano de Paula Lourenço – EBD/IEADTC

Referências Bibliográficas:

Bíblia de Estudo Pentecostal.

Bíblia de estudo – Aplicação Pessoal.

Bíblia de Estudo – Palavras Chave – Hebraico e Grego. CPAD

William Macdonald. Comentário Bíblico popular (Antigo e Novo Testamento).

Comentário do Novo Testamento – Aplicação Pessoal. CPAD.

Pr. Hernandes Dias Lopes. 1João – Como ter a garantia da salvação.

Pr. Hernandes Dias Lopes. Hebreus, a superioridade de Cristo.

Pr. Hernandes Dias Lopes. Mateus – Jesus, o Rei dos reis.

Comentário Bíblico Pentecostal do Novo Testamento. CPAD.

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