Neste último
Trimestre de 2023, vamos explorar um tema fundamental em nossas Escolas Bíblica
Dominical em todo o Brasil: “Até os Confins da Terra – Pregando o Evangelho a
Todos os Povos até a Volta de Cristo”.
O comentarista das Lições é o pastor WAGNER GABY.
A Missão de pregar o Evangelho a todos os povos até a volta de Cristo é
um tema intrinsecamente ligado à essência da missão cristã. Essa missão
transcende o tempo e o espaço, abrangendo todas as eras da igreja e todas as
nações da Terra.
Como Introdução do Trimestre, vejamos alguns aspectos teológicos dessa
missão, sua base bíblica e as implicações para nossa fé e prática cristã.
1. A Base Bíblica
da Missão
A base bíblica para a missão de pregar o Evangelho a todos os povos é
incontestável. Jesus Cristo, em Mateus 28:19,20, deu um mandamento claro a Seus
discípulos: "Portanto, ide, fazei discípulos de todas as nações,
batizando-os em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, ensinando-os a
guardar todas as coisas que vos tenho ordenado". Este é o chamado
imperativo de Cristo a cada cristão, que, por sua natureza, abrange todas as
nações e povos.
É fundamental compreender a importância desse mandamento. O Evangelho é
a boa notícia da salvação em Cristo Jesus, a mensagem que oferece perdão de
pecados, reconciliação com Deus e vida eterna. Essa mensagem transcende
fronteiras geográficas, culturais e étnicas. Ela é para todos os povos, línguas
e nações. Como embaixadores do Evangelho, somos chamados a compartilhar essa
esperança transformadora com todos que encontrarmos, independentemente de quem
são ou onde vivem.
2. A Teologia da
Missão
A missão é transcultural. Ela é uma extensão da própria natureza de
Deus, que é amor e deseja que todos sejam salvos (1Timóteo 2:4). A teologia da
missão nos ensina que Deus escolheu a igreja como Seu instrumento para levar a
mensagem da salvação a todas as nações. A missão não é uma atividade secundária
da igreja, mas seu propósito central.
A missão também nos leva a refletir sobre a doutrina da reconciliação.
Em Cristo, Deus reconciliou o mundo consigo mesmo (2Coríntios 5:19). Portanto,
nossa missão é proclamar essa reconciliação, convidando as pessoas a se
reconciliarem com Deus por meio de Jesus Cristo.
3. Os Desafios
Teológicos da Missão
Ao embarcar nessa missão, encontramos desafios teológicos
significativos. Por exemplo, a questão da pluralidade religiosa e cultural nos
leva a considerar como comunicar o Evangelho de maneira relevante e eficaz em
contextos diversos. Devemos lembrar que a verdade do Evangelho é universal, mas
sua aplicação pode variar culturalmente.
Os desafios que enfrentamos ao cumprir a Grande Comissão de Jesus,
principalmente quando se trata de missões transculturais, são muitos. Primeiro,
a diversidade cultural e religiosa do mundo requer sensibilidade e compreensão
para alcançar diferentes grupos de pessoas. Cada cultura tem sua própria
maneira de ver o mundo e sua espiritualidade, e devemos abordá-las com respeito
e amor. Além disso, a barreira do idioma pode ser um obstáculo significativo,
mas a tradução das Escrituras e a aprendizagem de línguas estrangeiras são
ferramentas essenciais para superá-la.
Outro desafio é a oposição e a perseguição que alguns missionários podem
enfrentar em áreas hostis ao cristianismo. No entanto, devemos lembrar que Deus
está conosco em todos os momentos e que Ele pode transformar até mesmo as
situações mais adversas em oportunidades para a Sua glória. A perseverança e a
oração são nossos aliados nessa jornada.
Outro desafio é a compreensão da justiça social na missão. A missão não
é apenas espiritual, mas também social, buscando transformar vidas e
comunidades. Isso requer um entendimento profundo da teologia da justiça e da
compaixão.
Mas, apesar dos desafios, há inúmeras bênçãos associadas à obediência a
esse chamado. Em primeiro lugar, a alegria de ver vidas transformadas pelo
Evangelho é incomparável. Testemunhar almas perdidas sendo encontradas por
Cristo e vendo comunidades inteiras se voltando para Ele é uma experiência indescritível.
Além disso, o Senhor promete estar conosco sempre, fortalecendo-nos e
guiando-nos ao longo do caminho.
4. As Implicações
Práticas
As implicações práticas dessa missão são vastas. Significa sair da nossa
zona de conforto, superar barreiras culturais e linguísticas, e estar disposto
a sacrificar-se pelo bem do reino de Deus. Requer também uma abordagem
holística, considerando tanto as necessidades espirituais quanto as físicas das
pessoas. Além disso, a missão nos lembra da importância da formação teológica e
do conhecimento das Escrituras. Um conhecimento sólido da Palavra de Deus é
essencial para comunicar com precisão o Evangelho.
5. A Grande
Comissão
A Grande Comissão é, sem sombra de dúvidas, a suprema tarefa da igreja.
Templos, escolas, orfanatos, asilos para idosos, creches e hospitais devem ser
encarados no contexto da igreja local como acessórios, entretanto a
evangelização dos povos deve ocupar a primazia dos recursos financeiro e
pessoal. A igreja pode fazer tudo aqui na terra, mas se não cumprir a grande
Comissão, não fez nada. Pregar o Evangelho é urgente e essencial! A Grande
Comissão (Mt.28:19,20), envolve:
-Ir. Proclamar o Evangelho em palavras e
ações a toda criatura.
-Ensinar. Ensinar tanto aos novos convertidos
como aos maturados na fé, tornando-os fiéis seguidores de Cristo.
-Batizar. Integrar os novos convertidos na
igreja local, a fim de que cresçam na graça e no conhecimento por intermédio da
ação do Espírito Santo em sua vida, desfrutando sempre da comunhão dos santos.
A Grande Comissão vai além do simples ato de falar de Jesus, o que
denominamos comumente de evangelizar. Trata-se de um processo pelo qual Jesus
se torna vivo e presente na vida dos fiéis, de forma que eles ajam de acordo
com os padrões divinos. É tornar o Evangelho uma prática na vida das pessoas.
Não é apenas falar de Jesus e esperar que a pessoa se decida por influência da
pregação.
É bom ressaltar que “pregar o evangelho” não é apenas fazer um sermão,
uma exposição da Palavra de Deus a um grupo de ouvintes, com eloquência, com
unção do Espírito Santo. Isto também é pregar, mas não é esta a única forma que
se tem para pregar o Evangelho, nem a só a isto que Jesus Se refere na “Grande
Comissão”.
“Pregar o evangelho” é mostrar antecipadamente o Cristo, de forma
adiantada, antes que se mostre quem é Ele nas Escrituras, que dEle testificam
(João 5:39). Mas como podemos mostrar Jesus antes que O mostremos na Bíblia
Sagrada? Através de nossas próprias vidas! O povo de Antioquia, ao ouvir a
mensagem do Evangelho, começou a chamar os discípulos de cristãos, porque, ao
compararem o modo de vida de cada crente com o que era mostrado nas Escrituras,
descobriram que os crentes daquela igreja eram “parecidos com Cristo”, ou seja,
eram “cristãos”. Portanto, a melhor e mais impressionante forma de pregarmos o
Evangelho é vivermos de acordo com o Evangelho, é termos uma vida sincera e
irrepreensível diante de Deus e dos homens.
LIÇÕES PROPOSTAS A SEREM ESTUDADAS AO LONGO DO TRIMESTRE:
Lição 01 - A Grande Comissão: Um Enfoque Etnocêntrico.
A Grande Comissão, que instrui os discípulos a fazerem discípulos de
todas as nações, transcende as barreiras culturais e étnicas. Ela nos desafia a
superar quaisquer obstáculos cultural e social, e a levar o Evangelho a todos
os povos, reconhecendo a diversidade e a igualdade de valor de todas as pessoas
aos olhos de Deus.
Portanto, a Grande Comissão não é apenas um chamado à evangelização, mas
também um chamado a transcender fronteiras culturais e étnicas. Ela demanda que
os discípulos levem o Evangelho a todos os povos, reconhecendo e respeitando
suas diversas identidades culturais.
Lição 02 - Missões Transculturais: À sua Origem na Natureza de Deus.
As missões transculturais têm suas raízes na natureza de Deus, que é
amor e deseja a salvação de todos os seres humanos. Deus é transcultural, e seu
plano de redenção abrange todas as culturas, línguas e etnias. As missões
refletem esse caráter divino, levando a mensagem da salvação a todos os cantos
do mundo
Lição 03 - Missões Transculturais no Antigo Testamento.
No Antigo Testamento, vemos exemplos de missões transculturais por meio
da vida de profetas e personagens como Jonas e Noé. Deus usou esses homens para
comunicar sua vontade e chamar povos estrangeiros ao arrependimento e à fé. Embora
de maneira prenunciada, vemos também a bênção de Abraão, que tinha o propósito
de abençoar todas as nações por meio dele.
Lição 04 - Missões Transculturais no Novo Testamento.
O Novo Testamento é rico em narrativas e ensinamentos sobre missões
transculturais, especialmente a expansão do cristianismo pelos apóstolos. Eles
foram comissionados a pregar o Evangelho a todas as nações, estabelecendo um
modelo para a evangelização transcultural que ainda nos inspira hoje.
Lição 05 - Uma Perspectiva Pentecostal de Missões.
A perspectiva pentecostal enfatiza a obra do Espírito Santo na
capacitação e direção dos missionários e evangelistas; realça a importância do
Espírito Santo no avanço das missões, conferindo poder, ousadia e habilidades
linguísticas para superar barreiras culturais e levar o Evangelho a todos os
cantos da terra.
Lição 06 - Orando, Contribuindo e Fazendo Missões.
Envolvimento integral na missão transcultural envolve oração fervorosa
pelo avanço do Evangelho, contribuição financeira para sustentar missionários e
participação direta na obra missionária, seja indo ao campo ou apoiando de
outras maneiras.
Lição 07 - A Responsabilidade da Igreja com os Missionários.
A igreja deve apoiar e sustentar os missionários de forma integral,
proporcionando suporte emocional, espiritual e financeiro ao longo de sua
jornada missionária.
Lição 08 - Missionários Fazedores de Tendas.
Esta Lição destaca a importância da auto-sustentabilidade dos
missionários, permitindo que eles se envolvam eficazmente na cultura local.
Lição 09 - A Igreja e o Sustento Missionário.
A igreja tem o papel vital de prover recursos financeiros para sustentar
os missionários, garantindo que possam dedicar-se plenamente à sua missão.
Lição 10 - O Desafio da Janela 10/40.
O Desafio da Janela 10/40 refere-se a uma estratégia de evangelismo e
missões que foca na região do mundo entre as latitudes 10 e 40 graus ao norte
do equador. Essa região inclui muitos países com uma alta concentração de
não-cristãos e acesso limitado ao Evangelho, sendo vista como um importante
campo missionário. O desafio busca direcionar esforços missionários para
alcançar as pessoas que vivem nesse "cinturão" geográfico, visando
compartilhar a mensagem do Evangelho e promover o avanço do Cristianismo nesses
lugares.
Lição 11 - Missões e a Igreja Perseguida.
As missões transculturais muitas vezes envolvem a propagação do Evangelho
em áreas onde os cristãos enfrentam discriminação, hostilidade ou perseguição
devido à sua fé em Cristo. Em muitos lugares como, por exemplo, países comunistas
e mulçumanos, os cristãos vivem em condições adversas, enfrentando desafios
como restrições legais, violência e opressão. Missões nesses contextos buscam
apoiar, fortalecer e compartilhar a fé em meio às dificuldades, muitas vezes
promovendo a mensagem do Evangelho de maneira discreta e adaptada à situação de
risco.
Lição 12 - O Modelo de Missões da Igreja de Antioquia.
A Igreja de Antioquia fornece um modelo inspirador de envio missionário,
onde a comunidade eclesiástica se mobiliza e apoia ativamente os missionários.
Lição 13 - O Propósito de Missões.
O propósito principal das missões é a expansão do Reino de Deus e a
proclamação do Evangelho, visando a transformação de vidas e comunidades.
Lição 14 - Missões e a Volta do Senhor Jesus.
O mandato missionário está intrinsecamente ligado à expectativa da
segunda vinda de Cristo, impulsionando a urgência e dedicação na realização da
missão até sua gloriosa e tão esperada volta.
CONCLUSÃO
Estas Lições ilustram que a missão transcultural é uma responsabilidade
central da fé cristã, impulsionada pelo amor, direcionada pela Palavra de Deus
e vital para a realização da Grande Comissão até a volta gloriosa de Jesus
Cristo.
O mandamento de pregar o Evangelho a todos os povos até a volta de
Cristo é uma tarefa divina que nos foi confiada; é um chamado que requer
sacrifício, coragem e persistência, mas que também traz inúmeras bênçãos
espirituais e alegria indescritível. Devemos abraçar essa missão com zelo e
dedicação, sabendo que Deus está conosco a cada passo do caminho.
E é bom enfatizar que o Ide de Jesus não foi apenas para os cristãos da
Igreja do primeiro século, mas a todos os cristãos sem exceção. Onde há um
pecador, sem o conhecimento do Evangelho, se encontra um campo missionário; e
qualquer cristão pode evangelizá-lo com seu testemunho pessoal.
Que o amor de Cristo nos inspire a levar Seu Evangelho aos confins da
Terra, para que todos os povos possam conhecer a esperança que encontramos
Nele. Que Deus abençoe a Igreja nessa gloriosa jornada missionária enquanto
buscamos obedecer ao grande mandamento de nosso Senhor e Salvador: “Ide por
todo o mundo e pregai o evangelho a toda criatura. Quem crer e for batizado
será salvo; quem, porém, não crer será condenado” (Mc.16:15,16).
Luciano de Paula
Lourenço
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