3º Trimestre/2023
Subsídio para a Lição 11
Texto
Base: 1Tessalonicenses 2:1-12
“Porque
a nossa exortação não foi com engano, nem com imundícia, nem com fraudulência”
(1Ts.2:3).
1Tessalonicenses
2:
1.Porque vós mesmas, irmãos, bem sabeis
que a nossa entrada para convosco não foi vã;
2.mas, havendo primeiro padecido e sido
agravados em Filipos, como sabeis, tornamo-nos ousados em nosso Deus, para vos
falar o evangelho de Deus com grande combate.
3.Porque a nossa exortação não foi com
engano, nem com imundícia, nem com fraudulência;
4.mas, como fomos aprovados de Deus
para que o evangelho nos fosse confiado, assim falamos, não como para agradar
aos homens, mas a Deus, que prova o nosso coração.
5.Porque, como bem sabeis, nunca usamos
de palavras lisonjeiras, nem houve um pretexto de avareza; Deus é testemunha.
6.E não buscamos glória dos homens, nem
de vós, nem de outros, ainda que podíamos, como apóstolos de Cristo, ser-vos
pesados;
7.antes, fomos brandos entre vós, como
a ama que cria seus filhos.
8.Assim nós, sendo-vos tão afeiçoados,
de boa vontade quiséramos comunicar-vos, não somente o evangelho de Deus, mas
ainda a nossa própria alma; porquanto nos éreis muito queridos.
9.Porque bem vos lembrais, irmãos, do
nosso trabalho e fadiga; pois, trabalhando noite e dia, para não sermos pesados
a nenhum de vós, vos pregamos o evangelho de Deus.
10.Vós e Deus sois testemunhas de
quão santa, justa e irrepreensivelmente nos houvemos para convosco, os que crestes.
11.Assim como bem sabeis de que modo
vos exortávamos e consolávamos, a cada um de vós, como o pai a seus
filhos,
12.para que vos conduzísseis dignamente
para com Deus, que vos chama para o seu reino e glória.
INTRODUÇÃO
Nesta Lição trataremos da convicção
cristã. Convicção é a ação de convencer, isto é, ter uma ideia ou opinião
sobre algo de modo pertinaz, crendo absolutamente naquilo que acredita e
transmitindo isso para as outras pessoas. Ter convicção é o mesmo que ter a
firme certeza sobre algo em que acredita, sendo esta segurança oriunda a partir
de motivos ou provas de natureza particular. A origem da palavra
"convicção" está no latim convictio, que significa
"prova" ou "refutação". Este termo, por sua vez, deriva
de convincere, que quer dizer "vencer" ou "superar
decisivamente". Nesta Lição, veremos que todo crente em Jesus Cristo precisa
cultivar uma profunda convicção espiritual, moral e social a fim de ser capaz
de dar um verdadeiro testemunho neste mundo mergulhado em trevas.
I. CONVICÇÃO ESPIRITUAL
1. Poder do Espírito Santo
Na Segunda Viagem Missionária de Paulo
(49-52 d.C.), por orientação divina, o evangelho de Cristo foi proclamado na
Europa. Após ter sido impedido pelo Espírito Santo de anunciar a Palavra na
Ásia e na Bitínia (Atos 16:6,7), o apóstolo teve uma visão em que um homem lhe
dizia: “Passa à Macedônia e ajuda-nos!” (Atos 16:9). A partir dessa revelação a
mensagem da cruz foi anunciada em Filipos e depois em Tessalônica (Atos 16:10-12;
17:1). Paulo afirma que o evangelho chegou nesta região “não tão somente em
palavra, mas, sobretudo, em poder, no Espírito Santo e em plena convicção...”(1Ts.1:5-ARA).
Veja que Paulo afirma que o evangelho chegou nesta região de três formas
gloriosas:
a)
Em palavras. O apóstolo usou métodos inteligentes de
abordagens para apresentar Jesus por meio das Escrituras. Ele arrazoou, expôs,
demonstrou e anunciou (Atos 17:2,3).Todos esses métodos foram endereçados ao
entendimento dos tessalonicenses. Porém, Paulo não dependeu de sua própria
habilidade, eloquência e sabedoria. A pregação dele não foi meramente uma
declaração, uma retórica vazia e sem coração. A pregação de Paulo não era um
simples discurso. O evangelho não consiste em meras palavras. O pr. Hernandes
Dias Lopes afirma que “Paulo pregava aos ouvidos e aos olhos. Ele falava e
demonstrava. Ele tinha palavra e poder”.
b)
Em poder, no Espírito Santo. A palavra utilizada por Paulo para
“poder”, “dynamis”, é usada
geralmente para denotar a energia divina. Pregar em poder, portanto, significa
pregar na força e energia do próprio Deus. O evangelho não consiste de meras
palavras. Palavras humanas seriam inúteis se a mensagem não fosse dada em
poder. O evangelho é o poder de Deus que trabalha no coração do ser humano.
Havia dinamite (dynamis) espiritual na mensagem de Paulo, explosivo suficiente
para demolir os ídolos (1Ts.1:9).
Paulo estava convencido de que nenhum
método era por si suficiente para alcançar os corações. Ele dependia totalmente
do poder do Espírito Santo em sua pregação. Paulo não colocava o uso da razão
como algo contrário à ação do Espírito; ele usava os melhores métodos e se
esmerava na preparação da mensagem, mas confiava totalmente no poder do
Espírito para aplicar a mensagem. Martyn Lloyd-Jones disse “que se não houver
poder, também não haverá pregação. A verdadeira pregação, afinal de contas,
consiste na atuação de Deus. A pregação é lógica pegando fogo. É teologia em
chamas. Pregação é teologia que extravasa de um homem que está em chamas”.
c)
Em convicção. Paulo tinha plena convicção do poder da mensagem
que anunciava. Martyn Lloyd-Jones corrobora que “Paulo sabia que algo estava
acontecendo, e tinha consciência disso. Ninguém pode ser cheio do Espírito
Santo sem saber o que está acontecendo. Esse enchimento do Espírito Santo propicia
clareza de pensamento, clareza e facilidade de expressão, um profundo senso de
autoridade e confiança na pregação, além da certeza de um poder vindo do Alto,
que se manifesta ardentemente por todo o nosso ser, com um senso indescritível
de alegria. Nada provém de nosso próprio esforço; somos um mero instrumento, um
canal, um veículo; o Espírito nos usa e contemplamos tudo com grande júbilo e
admiração”.
O pr. Hernandes Dias Lopes, citando
William Hendriksen, diz que “a convicção é um efeito imediato da presença e do
poder do Espírito Santo nos corações dos embaixadores. A referência aqui é a
plena convicção dos missionários à medida que pregavam a Palavra”. Como afirma
o pr. Douglas Baptista, na ausência de convicção espiritual, a Palavra de Deus
é reduzida a mero intelectualismo humano e seu resultado é ineficaz na
transformação de vidas (Mt.7:29; 1Co.2:1-5).
2. Confiança em Deus
Antes de pregar em Tessalônica, Paulo
pregou em Filipos, por ocasião de sua Segunda Viagem Missionária. Em Filipos
foi espancado com varas e ultrajado. Diz o texto sagrado: “uma multidão
revoltada se juntou contra Paulo e Silas, e os magistrados ordenaram que os
dois fossem despidos e açoitados com varas. Depois de serem severamente
açoitados, foram lançados na prisão. O carcereiro recebeu ordens para não os
deixar escapar, por isso os colocou no cárcere interno, prendendo-lhes os pés
no tronco” (Atos 16:22-24).
Apesar dessa severa provação, não
esmoreceram, mas, impelidos pelo Espírito, vieram à Tessalônica e pregaram o
evangelho com confiança em Deus. Na cidade, em meio às suas lutas, e com ousadia
e confiança, anunciaram a Cristo. Apesar da severa oposição, Paulo diz que a
sua fé não estava abalada: “Sabem como fomos maltratados e quanto sofremos em
Filipos, antes de chegarmos aí. E, no entanto, com confiança em nosso Deus,
anunciamos a vocês as boas-novas de Deus, apesar de grande oposição” (1Ts.2:2).
Muitos poderiam tirar férias ou dar um tempo no ministério depois de tão
violenta perseguição, mas Paulo se dispôs a pregar a Palavra de Deus
ousadamente em Tessalônica.
Todavia, o Ministério de pregação em
Tessalônica foi também em meio a uma luta agônica. Os críticos de Paulo queriam
desacreditar sua pessoa, assacando contra ele pesadas e levianas acusações.
Havia quem dizia em Tessalônica que Paulo tinha ficha policial e que não era
mais que um delinquente que estava fugindo da justiça, e que obviamente não se
poderia dar ouvidos a um homem dessa índole. Porém, assim como as trevas não
podem prevalecer contra a luz e a mentira não pode triunfar sobre a verdade, as
acusações mentirosas dos inimigos não puderam destruir a reputação do apóstolo
de Cristo. Como afirma o pr. Douglas Baptista, “nessa perspectiva, somos
encorajados a não desfalecer na pregação do Evangelho, mas confiados em Deus,
jamais recuar, mesmo diante das ameaças de prisão ou de morte.
3. Fidelidade na pregação
Deus confiou a Paulo a pregação do
evangelho. Foi fiel e aprovado por Deus (1Ts.2:4). Paulo tinha não apenas a
revelação, mas também aprovação. Foi aprovado porque ele pregava para agradar a
Deus e não a homens. Ele não pregava o que o povo queria ouvir, mas o que o
povo precisava ouvir. Ele não pregava para entreter os bodes, mas para
alimentar as ovelhas. A pregação da verdade não é popular, mas é vital para a
salvação.
Paulo assegura que o Evangelho
anunciado em Tessalônica “não foi com engano, nem com imundícia, nem com
fraudulência” (1Ts.2:3a). Ele possuía o conteúdo glorioso do evangelho de Deus
e uma vida reta diante do Senhor. Sua pregação era respaldada pela sua vida, e
seu ministério foi plantado no solo fértil de uma vida piedosa. Vida com Deus
precede ministério para Deus. A vida é a base do ministério e precede ao
ministério. A maior prioridade do obreiro não é fazer a obra de Deus, mas ter
comunhão com o Deus da obra (Mc.3:14). Vida com Deus é a base do trabalho para
Deus. Na verdade, Deus está mais interessado em quem nós somos do que no que
nós fazemos. Por isso, “devemos viver de uma maneira que traga atenção positiva
e a honra a Deus. Devemos sempre examinar a nós mesmos, para assegurar que as
nossas vidas sejam dignas de nos identificar com Cristo, representar o seu
caráter e transmitir a sua mensagem a outras pessoas. Só seremos capazes de
fazer isto, confiando na graça e no poder de Deus” (Bíblia de Estudo Pentecostal).
II. CONVICÇÃO MORAL
1. Retidão nas ações
A conduta de retidão nas ações é uma
virtude do crente regenerado. Disse o apóstolo Paulo aos crentes de Colossos: “Tudo
quanto fizerdes, fazei-o de todo o coração, como para o Senhor e não para
homens” (Col.3:23). Todo o trabalho é digno se o fizermos de forma honesta, com
retidão, e todo o trabalho é espiritual se o fazemos para o Senhor.
A retidão nas ações de uma pessoa é um
sinal clarividente que ela é convertida, pois a conversão, como ensina o pr.
Douglas Baptista, opera a transformação moral na vida do crente salvo (2Co.5:17).
Paulo foi um obreiro irrepreensível diante das pessoas. Escrevendo aos crentes
de Tessalônica, ele reivindica a retidão das próprias ações ao afirmar: “A verdade
é que nunca usamos de linguagem de bajulação, como sabeis, nem de intuitos
gananciosos. Deus é testemunha” (1Tess.2:5). Aqui, ele menciona dois fatores da
sua irrepreensibilidade:
a) Ele não era um bajulador
(1Ts.2:5a). A palavra “bajulação” usada por Paulo descreve a adulação que
pretende ganhar algo, a lisonja por motivos de lucros. É o engano mediante a
eloquência, para ganhar os corações das pessoas a fim de explorá-las. O
bajulador é aquele que fala uma coisa e sente outra. Ele tem a voz macia como a
manteiga e o coração duro como uma pedra. Ele tem palavras aveludadas e uma
motivação ferina como uma espada. Havia plena sintonia entre o que Paulo falava
e o que ele sentia. Paulo apresenta seu testemunho diante de todos: “[...] como
sabeis (1Ts.1:5; 2:1,5,11; 3:3,4; 4:2; 5:2). E também dá seu testemunho diante
de Deus: “Deus é testemunha” (1Ts.2:5). Somente o falso cristão é que busca
poder e influência por meio da bajulação mentirosa (Rm.16:18).
b) Ele não era mercenário
(1Ts.2:5b). Paulo não pregava para
arrancar o dinheiro das pessoas, mas para arrancar-lhes do peito o coração de
pedra, a fim de receberem um coração de carne. Paulo não buscava lucro, mas
salvação. Sua recompensa não era dinheiro, mas vidas salvas. Os motivos de
Paulo em fazer a obra de Deus eram puros. Ele não fazia do ministério uma
plataforma para se enriquecer. Ele não estava atrás do dinheiro das pessoas,
mas ansiava pela salvação delas.
Além destes fatores, a Bíblia orienta a
deixar a mentira e falar a verdade (Ef.4:25), deixar o furto e ser honesto (Ef.4:28),
não pronunciar palavras torpes e dizer apenas o que edifica (Ef.4:29).
2. Reputação ilibada
"Reputação ilibada" é uma
expressão que se refere a uma reputação impecável, imaculada ou irrepreensível.
Ela indica que uma pessoa ou entidade possui um histórico livre de qualquer
tipo de mancha, má conduta, escândalo, atividade criminosa ou desonestidade.
Ter uma reputação ilibada implica em ser reconhecido(a) como alguém que age de
forma ética, honesta e respeitável em todos os aspectos de sua vida pessoal e
profissional.
Com relação ao apóstolo Paulo, ele
avalia sua reputação com esta frase: “Também jamais andamos buscando glória de
homens, nem de vós, nem de outros” (1Tes.2:6). Paulo não pregava para alcançar
glória e prestígio humano, não andava atrás de lisonjas humanas. Ele não
buscava prestígio pessoal nem glória de pessoas. Ele não dependia desse
reprovável expediente, pois sabia quem era e o que devia fazer. Ele não
precisava bajular nem receber bajulação. Sua realização pessoal não procedia da
opinião das pessoas, mas da aprovação de Deus. É digno observar que em
1Tessalonicenses 1:5, Paulo não disse: “Eu cheguei até vós”, mas disse: “o
nosso evangelho chegou até vós”. O foco não estava no homem, mas no evangelho.
O culto à personalidade é um pecado. Toda a glória que não é dada a Deus é
vanglória, é glória vazia. Aos coríntios, escreveu que o crente deve gloriar-se
no Senhor e não em si próprio (1Co.1:29-31). A conclusão é clara: os que
aspiram fama e prestígio caem em tentação e maculam o Evangelho. Nosso viver
deve glorificar a Deus. A Ele seja a glória, na igreja e em Cristo Jesus, para
sempre! (Ef.3:21).
3. Vida irrepreensível
O adjetivo “irrepreensível” é
frequentemente usado para descrever indivíduos que são admirados por sua
integridade e caráter exemplar, que seguem uma conduta ética consistente e que
evitam qualquer tipo de comportamento prejudicial ou inadequado. Assim como no
caso da "reputação ilibada", ter uma "vida irrepreensível"
é considerado um atributo altamente valorizado, especialmente em contextos nos
quais a confiança, a responsabilidade e a ética são fundamentais, como em
liderança, cargos públicos ou atividades que envolvam relações de confiança e
responsabilidade.
Uma "vida irrepreensível"
refere-se a um estilo de vida ou conduta que é considerado sem falhas morais,
éticas ou comportamentais. Significa viver de acordo com padrões elevados de
moralidade, ética e integridade, evitando ações que possam ser julgadas como
erradas, questionáveis ou condenáveis pela sociedade, pela lei ou por
princípios pessoais.
Uma pessoa que leva uma vida
irrepreensível geralmente é vista como alguém que age de maneira justa, honesta
e respeitosa em todas as áreas de sua vida, seja em relacionamentos pessoais,
profissionais ou comunitários. Nesse contexto, o apóstolo Paulo invoca a Deus e
a igreja em Tessalônica como testemunhas de sua postura “santa, justa e
irrepreensível” (1Ts.2:10). Como bem afirma o pr. Douglas, “essas designações
implicam obediência nas questões morais, atitude de retidão exemplar e conduta
sem motivo algum de reprovação (1Co.9:16-23); denotam o padrão de comportamento
para com Deus, para com os homens e para consigo mesmo (1Co.9:27)”.
Paulo viveu de forma irrepreensível
(1Tess.2:10). A palavra “irrepreensível” tem a ver com o reflexo público da
vida. Isso fala de uma relação correta com os outros. Os inimigos de Paulo
podiam odiá-lo, acusá-lo, e até assacar contra ele pesadas e levianas
acusações, mas não podiam encontrar nada para envergonhá-lo. Paulo era um
obreiro irrepreensível. Ciente da influência que sua vida exercia sobre os
fiéis, o apóstolo diz: “para vos dar em nós mesmos exemplo, para nos imitardes”
(2Ts.3:9). Assim, o grau de comprometimento adotado pelo crente com os valores
do Reino é o reflexo do nível de sua comunhão com Deus (1Co.10:32).
III. CONVICÇÃO SOCIAL
1. Bem-estar comum
O papel da igreja é o de proclamar o
Evangelho (Mt.28:19) e aliviar o sofrimento promovendo o bem-estar social entre
os irmãos (Tg.2:15-17). Paulo teve essa preocupação em seu ministério. Veja o
que ele disse à Igreja de Tessalônica:
“Embora,
como apóstolos de Cristo, pudéssemos ter sido um peso, tornamo-nos bondosos
entre vocês, como uma mãe que cuida
dos próprios filhos. Sentindo, assim, tanta afeição por vocês, decidimos
dar-lhes não somente o evangelho de Deus, mas também a nossa própria vida,
porque vocês se tornaram muito amados por nós” (1Tes.2:7,8).
Paulo foi como uma mãe para os crentes
de Tessalônica. Uma mãe é aquela que quando tem apenas um pão para repartir
fala para o filho que não está com fome. Uma mãe se dispõe a renunciar aos seus
direitos a favor dos filhos. De modo semelhante, Paulo tinha o direito de
exigir dos tessalonicenses o seu sustento, mas ele abnegada e voluntariamente
abriu mão desses direitos para suprir as necessidades dos tessalonicenses como
uma mãe carinhosa que acaricia os próprios filhos. Paulo não era um mercenário,
mas um pastor. Ele não apascentava a si mesmo, mas o rebanho de Deus. Ele
colocava a necessidade dos outros acima das suas necessidades.
Como uma mãe, Paulo cuidou dos seus
filhos espirituais com sacrifício cabal (1Tes.2:8). Ele estava pronto a dar a
própria vida pelos crentes de Tessalônica. O pastor verdadeiro, aquele que
imita o supremo Pastor, dá a vida pelas suas ovelhas (João 10:11); ele não vive
para explorá-las, mas para servi-las; seu ministério é de doação e não de
exploração. Seu sacrifício é cabal, igual a uma mãe que está pronta a dar sua
própria vida para proteger o filho; seu amor é sacrificial. Foi esse fato que
permitiu ao rei Salomão descobrir qual mulher era a mãe verdadeira da criança
sobrevivente (1Rs.3:16-28).
O procedimento de Paulo também se
equipara ao procedimento de um pai amoroso que se interessa pelos problemas dos
filhos (1Ts.2:11b). Era assim que Paulo encorajava, confortava e servia de
exemplo à igreja (1Ts.2:11a). Um pai não deve apenas sustentar a família com
trabalho e ensinar-lhe com exemplo, mas também deve ter tempo para conversar
com os membros da família. Paulo sabia da importância de ensinar os novos
crentes.
Paulo não era um pregador estrela que
só gostava do glamour da multidão. Ele passava tempo com cada pessoa. Ele era
um pai para quem cada filho tinha um valor singular e por quem estava pronto a
dar sua própria vida. O propósito de Paulo ao ensinar os seus filhos na fé era
que eles vivessem de modo digno diante de Deus. O alvo de Paulo era levar os
crentes à maturidade espiritual; os tessalonicenses deveriam atingir a
plenitude da estatura de Cristo.
Assim como fez Paulo, a Igreja de hoje
deve agir na busca da maturidade cristã e espiritual, jamais olvidando o
bem-estar comum das pessoas, quer seja crente ou descrente. Como diz o pr.
Douglas, a dedicação exclusiva de uma parte em detrimento da outra não retrata
o Evangelho de Cristo (Tg.4:17).
2. Dedicação altruísta
Altruísmo é um tipo de comportamento em
que as ações voluntárias de um individuo beneficiam outros. No sentido comum do
termo, é, muitas vezes, percebida como sinônimo de solidariedade. O apóstolo
Paulo foi um dedicado altruísta que visava somente o bem das pessoas. Ele não
mediu esforços para que o Evangelho de Cristo fosse propagado, pois visava que
as pessoas saíssem das trevas da incredulidade, e viessem à luz de Cristo e
fossem salvas (Atos 20:24).
Pela dedicação altruísta e exclusiva na
evangelização, no discipulado e no pastoreado, Paulo tinha o direito de ser
sustentado pela Igreja, mas ele decidiu nada receber (cf.1Ts.2:7). Desta feita,
para prover o seu sustento, Paulo valeu-se de seu ofício de fabricante de tendas
(Atos 18:3). Acerca disso, recordava aos irmãos do seu labor e fadiga; e de
como, noite e dia laborava para não viver à custa de nenhum dos irmãos (1Ts.2:9).
Para não se tornar um fardo para a igreja, ele se desgastou numa atividade
laboral extenuante.
Embora a igreja de Filipos tenha
enviado duas vezes dinheiro para ajudá-lo em Tessalônica (cf.Fp.4:15,16),
embora fosse seu direito exigir sustento da igreja (1Ts.2:7), Paulo decidiu
trabalhar para se sustentar (2Ts.3:6-12). Ninguém podia acusá-lo de ganância
financeira (Atos 20:31; 2Co.12:14). Mesmo tendo o direito legitimo de exigir
seu sustento (1Co.9:14; 1Tm.5:18), não dependia dele para fazer a obra de Deus.
Paulo não usou dessa justa prerrogativa, porque conhecia a extrema pobreza da
igreja de seu tempo (2Co.8:1,2); suportou as restrições financeiras para não
criar obstáculo ao Evangelho (1Co.9:11,12), e que tudo fez para ganhar o maior
número possível de pessoas para Cristo (1Co.9:19). Paulo não estava no
ministério por causa de dinheiro. Sua motivação nunca foi o dinheiro, mas a
glória de Deus, a salvação dos perdidos e a edificação da Igreja do Senhor
Jesus.
Aprendemos com Paulo que o amor
sacrificial, o trabalho voluntário e despreendido são essenciais para o
crescimento do Reino de Cristo, e devem fazer parte de uma profunda convicção
cristã como contraponto claro ao “espírito da Babilônia” que é o oposto do
altruísmo cristão.
CONCLUSÃO
Sendo o apóstolo Paulo um paradigma à
nossa maturidade cristã, moral e espiritual, concluímos esta Lição enfatizando a
necessidade de cada crente manter firme a sua convicção cristã em defesa dos
interesses do Reino de Deus na Terra. É imperioso que busquemos ter uma
convicção espiritual resultante do poder do Espírito Santo (1Ts.2:4), uma
convicção moral como reflexo do temor que temos a Deus (1Ts.2:5) e uma
convicção social que deve ser demonstrada pela abnegação em servir (1Ts.2:9).
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Luciano
de Paula Lourenço – EBD/IEADTC
Referências Bibliográficas:
Bíblia de Estudo Pentecostal.
Bíblia de estudo – Aplicação Pessoal.
Bíblia de Estudo – Palavras Chave – Hebraico e
Grego. CPAD
William Macdonald. Comentário Bíblico popular
(Antigo e Novo Testamento).
Pr. Douglas Baptista. A IGREJA DE CRISTO E O
IMPÉRIO DO MAL. CPAD.
Rev. Hernandes Dias Lopes. Colossenses. A suprema
grandeza de Cristo, o cabeça da igreja.
Rev. Hernandes Dias Lopes. 1 e 2
Tessalonicenses. Como se preparar para a segunda vinda de Cristo.
Glorias ao Eterno!!!! Deus continue cuidando de ti e derramando bênçãos mil sobre ti e os teus.
ResponderExcluirGostaria de saber,o motivo porque o comentarista Luciano de Oaula Lourenço,ficou um tempo sem comentar as liçoes? Vi na pagina de processos;falendo em espolio de Luciano.Achei que tinha falecido!
ResponderExcluirkkkkk. Santo Deus! Se eu fosse aposentado, estaria sem receber salário. Ainda estou vivo, amado irmão! Mas acho que não por muito tempo. Se eu manter o curso da vida sem nenhuma doença fatal, talvez viverei mais uns vinte anos. É o que gostaria, mas Deus é quem sabe, né?
ExcluirNão elaborei subsidio nos três primeiros trimestres de 2023 foi porque eu tinha já determinado em parar, pois estou com a minha visão muito debilitada. Tenho treze graus de miopia no olho direito, que ainda consigo enxergar. O esquerdo não enxergo desde nascença, problema de fabricação. E ainda tenho uma forte incidência de mosca volante, pelo fato do meu alto grau de miopia.
Voltei neste 3º trimestre por insistência de inúmeros irmãos em todo Brasil. Vou tentar ainda fazer subsídios neste 4º Trimestre, mas tá difícil! Ainda trabalho e passo mais de 10 horas no computador, e a tela do monitor deixa mais ainda debilitada a minha visão. Vou dar tudo de mim para concluir o quarto trimestre.
Paz de Cristo! Abraços”
Paz pastor, que o senhor Deus restaure sua visão e te dê muita saúde, não fico sem suas aulas, é com ela que eu dou aulas na minha igreja o senhor me ajuda muito amo suas explicações q Deus te abençoe sempre muito obrigada
ResponderExcluirOi
ResponderExcluirMuito obrigada por me ajudar tanto com suas aulas, uso toda semana na minha igreja
ResponderExcluirOro para que Deus restaure sua visão e te dê muita saúde
ResponderExcluir