3º Trimestre/2023
Subsídio para a Lição 13
Texto
Base: MATEUS 1:21-23; GÁLATAS 4:3-7
“Eis
que a virgem conceberá, e dará à luz um filho, e ele será chamado pelo nome de
Emanuel. (Emanuel traduzido é: Deus conosco) ” (Mt.1:23).
MATEUS
1:
21.E ela dará à luz um filho, e
lhe porás o nome de Jesus, porque ele salvará o seu povo dos seus
pecados.
22.Tudo isso aconteceu para que se
cumprisse o que foi dito da parte do Senhor pelo profeta, que diz:
23.Eis que a virgem conceberá e
dará à luz um filho, e ele será chamado pelo nome de Emanuel. (Emanuel traduzido
é: Deus conosco).
Gálatas
4:
3.Assim também nós, quando éramos
meninos, estávamos reduzidos à servidão debaixo dos primeiros rudimentos
do mundo;
4.mas, vindo a plenitude dos
tempos, Deus enviou seu Filho, nascido de mulher, nascido sob a lei,
5.para remir os que estavam
debaixo da lei, a fim de recebermos a adoção de filhos.
6 - E, porque sois filhos, Deus enviou
aos nossos corações o Espírito de seu Filho, que clama: Aba, Pai.
7.Assim que já não és mais servo, mas
filho; e, se és filho, és também herdeiro de Deus por Cristo.
INTRODUÇÃO
Nesta última Lição do 3º Trimestre de
2023, estudaremos a respeito do Reino de Deus no Mundo dos homens. O Reino de
Deus está entre nós (Lc.17:21), mas este Reino é espiritual. A Igreja de Cristo
é a expressão visível do Reino de Deus no mundo; nesse sentido, há um contraste
entre os que representam os valores do Reino e os que representam os valores do
Mundo. A Igreja de Cristo pertence ao Reino de Deus, apesar de ainda viver no Reino
dos homens. Jesus, em sua oração sacerdotal, disse: ¹⁵Não peço que os tires do
mundo, e sim que os guardes do mal. ¹⁶Eles não são do mundo, como também eu não
sou” (João 17:15,16).
No presente, o Reino de Deus significa
Deus intervindo e predominando no mundo, para manifestar seu poder, sua glória
e suas prerrogativas contra o domínio de Satanás e a condição atual deste
mundo. Trata-se de algo além da salvação ou da igreja; é Deus revelando-se com
poder na execução de todas as suas obras.
O Reino é antes de tudo uma
demonstração do poder divino em ação. Deus inicia seu domínio espiritual na
terra, nos corações do seu povo e no meio deste (João 14:23; 20:22). Ele entra
no mundo com poder (Is.64:1; Mc.9:1; 1Co.4:20); não se trata de poder no
sentido material ou político, e sim, espiritual. O Reino não é uma teocracia
relígio-política; ele não está vinculado ao domínio social ou político sobre as
nações ou reinos deste mundo (João 18:36). Deus não pretende, atualmente,
redimir e reformar o mundo através de ativismo social ou político, da força, ou
de ação violenta. O mundo, durante a presente era, continuará inimigo de Deus e
do seu povo (João 15:19; Rm.12:1,2; Tg.4:4; 1João 2:15-17; 4:4). O governo de
Deus mediante o juízo direto e à força só ocorrerá no fim da dispensação desta
era (Ap.19:11-21).
Embora vivamos grandes desafios no
Reino do Mundo, o Reino de Deus permanece agindo por meio da Igreja (Mt.5:16).
Mas, muito em breve, a Igreja estará definitivamente no Reino de Deus em sua
forma literal.
I. O REINO DE DEUS NO MUNDO
1. A encarnação de Cristo
As Escrituras testemunham que quando
chegou para Deus a “plenitude do tempo” (Gl.4:4), Ele enviou Seu Filho Jesus
Cristo ao mundo, e aqui Ele nasceu e viveu. No tempo determinado, Cristo se fez
homem, de modo que Ele participou da nossa natureza para expiar os nossos
pecados (Hb.2:14-18). A este fato dá-se o nome de “encarnação”, que significa
“na carne”, e aplica-se a Cristo, porque a Bíblia diz que Ele se “encarnou” (João
1:14; Rm.1:3; 8:3). Vale salientar que este ato de Deus em mandar Seu
Filho ao mundo não foi um mero capricho, havia uma tremenda necessidade
para que isso acontecesse (Gn.3:15; João 3:16).
Com a encarnação de Cristo Deus mostra
que o tempo que Ele havia determinado havia chegado, se completado, e agora Ele
estaria inaugurando uma nova ordem, um tempo novo. Os dias de Jesus entre os
homens foram os “dias de sua carne” (Hb.5:7). A encarnação de Cristo se deu no
tempo exato de acordo com o que Deus havia planejado. Aliás, toda a vida de
Jesus ocorreu debaixo do plano de Deus Pai, tudo o que aconteceu com Ele foi na
hora certa (João 2:4; 7:6,8,30; 8:20; 12:23; 13:1; 17:1), e conforme a Sua vontade
(Atos 2:22-23; 4:27,28).
2. A mensagem do Reino
A mensagem do Reino de Deus é
facilmente vista nas palavras de Jesus, descrita por Marcos: "o tempo está
cumprido, e o Reino de Deus está próximo. Arrependei-vos e crede no
evangelho" (Mc.1:15). Aqui, o evangelista Marcos expôs o que ele e outros
escritores inspirados denominaram o Evangelho (boa nova ou boa mensagem) do
Reino. As palavras de Jesus representam boas novas porque oferecem liberdade,
justiça e esperança. Tratava-se de uma mensagem simples e objetiva, que diz:
ü “o
tempo está cumprido” – Jesus tinha vindo cumprir tudo quanto havia sido escrito
pelos profetas a Seu respeito. Como nos ensina o apóstolo Paulo, havia chegado
“a plenitude dos tempos” (Gl.4:4).
ü “o
reino de Deus está próximo” – O reino não havia chegado, mas estava próximo, ou
seja, ele não se imporia sobre o povo de Israel, mas, a exemplo da lei, estava
sendo oferecido, era tornado acessível a todos quantos o aceitassem.
ü “Arrependei-vos”
– O reino de Deus não era uma estrutura política, social ou econômica que seria
imposta aos judeus, mas seria o estabelecimento de uma comunhão entre Deus e
cada um dos israelitas. Para tanto, necessário se faria a remoção dos pecados.
Para que o reino de Deus se instalasse, era necessário o arrependimento.
ü “e
crede no Evangelho” – As duas coisas que deveriam ser feitas pelo povo judeu
seria o arrependimento de seus pecados e a fé na mensagem trazida pelo Senhor.
Entretanto, o Reino de Deus não se
instalou na nação judaica, porque ela não recebeu o Senhor, não creu nEle nem
em Sua mensagem. Ante a rejeição de Israel, a pregação do Reino de Deus se
estendeu aos gentios (Mt.21:43; Atos 11:18; Rm.11:11), ou seja, chegou até nós.
Vive-se o momento da oportunidade para que todos aceitem a Cristo como Salvador
(Mt.24:14; 28:19; Mc.16:15).
Tornar-se parte do reino de Deus exige
uma transformação do coração e da mente que somente Deus pode produzir à medida
que confiamos a nossa vida a Ele. Assim que os propósitos do reino de Deus
começam a se desenvolver dentro de uma pessoa, ela começa a desenvolver um
caráter semelhante ao de Cristo, que inclui “justiça, e paz, e alegria no
Espírito Santo” (Rm.14:17). Somente o arrependimento e a fé na obra expiatória
e redentora de Cristo podem restaurar o pecador diante de Deus (Atos 3:19; Rm.3:23-25;
2Co.7:10). Assim sendo, a Igreja precisa proclamar a mensagem do Reino em todo
o mundo (Mt.24:14); este é o seu papel principal.
3. Os valores do Reino
Muitos são os valores do Reino de Deus.
Quando o homem ouve e aceita a mensagem do Reino de Deus (o Evangelho), ocorre
uma mudança radical em sua vida. Seu comportamento, a partir desta experiência,
passa a ser controlado pelo próprio Deus através do Espírito Santo. Então ocorre:
a) Mudança na maneira de ser e de agir
– mudança de vida (cf.2Co.5:17). A partir da conversão, o
comportamento dos filhos do Reino passa a ser controlado pelo próprio Deus
através do Espírito Santo. Se uma pessoa se diz “salva”, mas não apresenta
sinais visíveis de mudança de vida, alguma coisa deve estar errada. Se disser
que está “salva”, mas continuar andando “como andam também os gentios”, então
nada mudou. Ora, se nada mudou, biblicamente, não houve Conversão, mudança de
vida.
b) Mudança de filiação.
Antes de ouvir, crer e aceitar a Palavra de Deus, o homem era “filho da
desobediência”, “filho da ira”, ou, na expressão mais pesada, dita pelo próprio
Jesus, era “filho do diabo” (João 8:44). Agora, como salvo, o homem se torna
“filho da luz”, conforme afirmou Paulo aos tessalonicenses: “Porque todos vós
sois filhos da luz e filhos do dia”(1Tess.5:5); ou, segundo declarou João:
“Amados, agora somos filhos de Deus...”(1João 3:2). Assim a mensagem do Reino
de Deus(o Evangelho) opera no coração daquele que crê: uma mudança de filiação
- o homem passa de “filho do diabo” para a condição de “filho de Deus”.
c) Mudança de atitude.
Disse Pedro: “Como filhos obedientes, não vos conformando com as
concupiscências que antes havia em vossa ignorância” (1Pd.1:14). Se o homem diz
que está salvo, mas continua conformado e não procura mudar seus hábitos, ou
costumes, alguma coisa deve estar errada.
Também, as bem-aventuranças proferidas
por Jesus no Sermão do Monte expõem o padrão ideal para o cidadão do Reino de
Deus (Mt.5:3-12). As qualidades descritas e aprovadas são totalmente opostas às
que o mundo valoriza. Esse sermão nos mostra que a real vida em Cristo requer a
substituição de nosso padrão de justiça. Ser um cidadão do Reino independe do
que temos ou fazemos, mas do que somos. É um estado interior. O Sermão do Monte
é a base para todos os que desejam viver realmente o cristianismo bíblico. Ali,
como bem descreve o Pr. Douglas Baptista, Cristo revela a ética e a moral do
Reino, onde destacam-se: o necessário controle da ira (Mt.5:21,22); a fuga da
imoralidade sexual (Mt.5:27,28); a indissolubilidade do casamento (Mt.5:31,32);
a honestidade no falar (Mt.5:33-37); o não revidar as ofensas (Mt.5:38-44); a
esmola, a oração e o jejum a partir de um coração sincero (Mt.6:1,5,16); o não
julgar os outros (Mt.7:1,2); o alerta sobre os dois caminhos (Mt.7:13,14); a
advertência contra os falsos profetas (Mt.7:15-23); e a exortação para a
prática desses valores (Mt.7:24-35). Todos os súditos do Reino, porém, anseiam
e procuram viver de acordo com esses princípios do reino, pois eles nos chamam
para uma vida de perfeição em Cristo (Mt.5:48) e nos convida a priorizar o
Reino de Deus e sua justiça (Mt.6:33).
II. AS BÊNÇÃOS DE UMA VIDA NO REINO
1. Remissão dos pecados
Uma das bênçãos do Reino de Deus é a
remissão dos pecados. Na plenitude do tempo, “Deus enviou seu Filho, nascido de
mulher, nascido sob a lei” (Gl.4:4) para remir a humanidade da escravidão do
pecado (Gl.4:5a). Antes, o ser humano estava perdido e escravizado pelo pecado,
mas na cruz do calvário, Jesus clamou em alta voz: “Pai, nas tuas mãos entrego
o meu espírito! Dito isto, expirou” (Lc.23:46). Esse brado foi uma
voz de triunfo de quem estava consumando a obra da redenção ao custo
incomensurável de sua morte. Jesus estava consumando sua obra, triunfando sobre
o diabo e suas hostes e comprando-nos para Deus. A morte expiatória de Cristo
libertou o homem da maldição da lei e da potestade das trevas (Gl.3:13; Cl.1:13).
Na cruz Deus estava em Cristo reconciliando o ser humano consigo mesmo
(2Co.5:19), já que ele foi criado para viver em comunhão com Deus, em pleno
relacionamento de dependência com o Criador (At.17:28).
Jesus não morreu como um mártir, Ele se
entregou como sacrifício remidor, como sacrifício pelos pecados da humanidade;
voluntariamente Ele deu Sua vida (João 10:11,15,17,18). O pecado, além de ser
horrendo, faz separação entre o homem e Deus (Is.59:2); além disso, o pecado
deteriora o ser humano, degenera o seu caráter, deforma nele a imagem divina.
Mas o sacrifício de Jesus Cristo, trouxe de volta a integridade humana e
restabelece plenamente o caráter de todos aqueles que aceitam o Seu sacrifício
e o recebem como único e suficiente Senhor e Salvador (2Co.5:17-19; 2Pd.3:9).
Agora perdoados, fomos elevados à condição de filhos por adoção e herdeiros de
Cristo (Gl.5:4,5b).
2. Adotados e Herdeiros de Cristo
Outra bênção do Reino de Deus é a Adoção
de filho (Rm.8:15) e coerdeiros de Cristo. Paulo escrevendo aos crentes de Roma
disse: “Porque não recebestes o espírito de escravidão, para, outra vez,
estardes em temor, mas recebestes o espírito de adoção de filhos,
pelo qual clamamos: Aba, Pai” (Rm.8:15).
Quando um indivíduo nasce de novo,
recebe o espírito de adoção, ou seja, torna-se parte da família de Deus como um
filho. Um instinto espiritual o leva a olhar para Deus e chamá-lo
de Aba, Pai. Aba é uma forma carinhosa da palavra pai,
como “papai” ou “paizinho”. Apesar de hesitarmos em usar uma linguagem tão
intima para nos dirigir a Deus, não deixa de ser verdade que Ele é, ao mesmo
tempo, infinitamente exaltado e intimamente próximo. Todo cristão é filho de
Deus, no sentido de que nasceu na família na qual Deus é o Pai. Noutro tempo,
éramos estranhos e inimigos, mas agora somos filhos reconciliados em Cristo (Cl.1:21).
O processo de adoção pelo qual todos
nós passamos ao aceitarmos a salvação que há em Cristo é prova do grande amor
que Deus tem por nós, seus filhos (1João 3:1). Agora, o assombro da culpa do
pecado, das angústias da perdição eterna e a insignificância de ser escravo do
pecado não perturbam mais (Ef.6:23), pois nenhuma condenação há para os que
estão em Cristo Jesus (Rm.8:1). Como resultado de nossa adoção como filhos,
somos “também herdeiros de Deus por Cristo” (Gl.4:7-ARC). Nessa herança estão
inclusas as promessas à Abraão (Gl.3:29) e a vida eterna (Tt.3:7; Ef.3:6).
Na lei romana, os filhos adotivos
desfrutavam dos mesmos direitos dos filhos legítimos. Um filho adotivo recebia
o nome da nova família e tornava-se herdeiro natural dessa família. Somos
filhos de Deus. Recebemos um novo nome, uma nova herança. Os filhos de Deus
passam a ter garantias e direitos (Rm.8:17) de filhos legítimos enxertados
(Rm.11:17) na oliveira verdadeira, que é Cristo. Eles passam a ter um novo nome
(Ap.2:17); passam a fazer parte de uma nova família (Ef.2:19); estão livres e
emancipados da lei que gera morte (Gl.3:25).
Todos os filhos de Deus são herdeiros
de Deus e coerdeiros com Cristo (Rm.8:17). Tudo que o Pai possui é nosso. Ainda
não estamos desfrutando de todos os benefícios, mas certamente o faremos no
futuro. Quando Cristo voltar para reinar sobre o mundo, teremos parte com ele
em todas as riquezas do Pai. Temos uma herança incorruptível, incontaminável e
imarcescível que está reservada nos céus para nós (1Pd.1:4).
Enquanto não tomamos posse definitiva
dessa herança imarcescível e gloriosa, cruzamos aqui vales escuros, desertos
esbraseados e caminhos juncados de espinhos. O sofrimento com Cristo sempre há
de preceder a glória com Cristo. É confortador saber que todos quantos
participam do sofrimento de Cristo por fim ouvirão de seus lábios as palavras
de boas-vindas: “Bem está servo bom e fiel. Entra em meu descanso” (Mt.25:23)
Portanto, embora desfrutemos, aqui na
Terra, dos benefícios da adoção espiritual, a alegria completa dessa realidade
se dará somente quando da manifestação plena e literal de Jesus Cristo, na
ocasião da sua gloriosa vinda.
III. OS MALES DE UMA VIDA NO MUNDO
1. A escravidão do pecado
O pecado não somente separa, ele
escraviza. Além de nos afastar de Deus, ele também nos mantém cativos. Como o
pecado é uma corrupção interna da natureza humana, ele nos mantém escravizados.
Não são alguns atos ou hábitos que nos escravizam, mas sim a infecção maligna
de onde eles procedem.
A condição do homem sem Cristo é
desesperadora, ele está morto espiritualmente (Ef.2:1), e um cadáver não vê,
não houve, não sente, não tem fome nem sede. Além de morto, está separado da
vida de Deus (Ef.4:18), separado de Deus por causa do pecado (Is.59:2), sem
entendimento de Deus (Ef.4:18; Cl.1:21), filhos da ira (Ef.2:3) e sem percepção
da Sua presença (Atos 28:26).
Muitas vezes, no Novo Testamento, somos
descritos como “escravos”. Podemos nos ofender com isso, mas é a pura verdade.
Jesus provocou a indignação de certos fariseus quando disse a eles: “Se vós
permanecerdes na minha palavra, sois verdadeiramente meus discípulos; e
conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará”. Eles retrucaram: “Somos
descendência de Abraão e jamais fomos escravos de alguém; como dizes tu: Sereis
livres?”. Jesus respondeu: “Em verdade, em verdade vos digo: Todo o que comete
pecado é escravo do pecado”.
Por várias vezes, em suas epístolas,
Paulo descreve a servidão humilhante imposta a nós pelo pecado:
-”...outrora, escravos do pecado...”
(Rm.6:17).
-“entre
os quais também todos nós andamos outrora,
segundo as inclinações da nossa carne, fazendo a vontade da carne e dos
pensamentos...” (Ef.2:3).
-“Pois
nós também, outrora, éramos néscios,
desobedientes, desgarrados, escravos de toda sorte de paixões e prazeres,
vivendo em malícia e inveja, odiosos e odiando-nos uns aos outros” (Tt.3:3).
Há um verdadeiro contraste entre a
condição atual dos crentes e sua condição anterior, quando estavam fora do
Reino de Deus. Antes, nós éramos escravos do pecado; agora, somos salvos pela
graça de Deus (Ef.2:5). Antes, nós éramos objeto da ira de Deus; agora, somos
beneficiários de sua misericórdia (Ef.2:4). Antes, estávamo-nos presos pelas
garras da morte espiritual; agora, ressuscitamos para uma nova vida (Ef.2:5,6).
Antes, caminhávamos pela estrada dos desobedientes; agora, usufruímos da
companhia de Deus (Ef.2:5,6).
O sacrifício de Cristo no Calvário
operou a nossa redenção, ou seja, pagou o preço dos nossos pecados e, por isso,
estamos libertos do poder do pecado. A libertação do pecado, portanto,
significa que passamos a ter paz com Deus, e esta paz representa a nossa separação
do pecado, a nossa separação do mundo (Tg.4:4; 1João 2:15). O pecado não mais
tem domínio sobre nós, pois fomos libertos por Jesus Cristo (Rm.6:22).
Fomos libertos do pecado para uma nova
vida em Cristo. Ele nos arrancou do cativeiro do pecado. Estávamos debaixo de
um jugo opressor. Vivíamos na masmorra da culpa, atormentados pelo medo. Livres
desse maldito cativeiro, fomos feitos servos da justiça. Pela conversão, saímos
de um reino para outro, de um senhor para outro, de um estilo de vida para outro.
Vivíamos no reino das trevas, agora estamos no reino da luz. Éramos escravos do
diabo, agora somos servos de Cristo. Vivíamos entregues às paixões e
iniquidades, agora nos dedicamos à prática da justiça. Disse Paulo:
“¹⁷Mas graças a Deus porque, outrora,
escravos do pecado, contudo, viestes a obedecer de coração à forma de doutrina
a que fostes entregues;¹⁸e, uma vez libertados do pecado, fostes feitos servos
da justiça “ (Rm.6:17,18).
2. Filhos da ira e condenação eterna
O apóstolo Paulo enfatiza que os homens
escravizados pelos desejos e pensamentos da carne são por natureza filhos da
ira - “... todos nós andamos outrora, segundo as inclinações da nossa carne,
fazendo a vontade da carne e dos pensamentos; e éramos, por natureza, filhos
da ira, como também os demais” (Ef.2:3).
O ser humano não convertido, por
natureza, é filho da ira e, pelas obras, é filho da desobediência. A pessoa
incrédula, que rejeita a salvação de Deus, dada gratuitamente através de Jesus
Cristo, está condenada; está condenada porque se recusa a crer “no nome do
Unigênito Filho de Deus” (João 3:18 -ARC). À parte de Cristo, o homem está
morto por causa do pecado, escravizado pelo mundo, pela carne e pelo diabo,
além de condenado sob a ira de Deus.
A ira de Deus é sua reação pessoal
frente a qualquer pecado, qualquer rebelião contra Ele. É Sua santa repulsa a
tudo aquilo que conspira contra Sua santidade. A ira de Deus não é apenas para
esta vida, mas também para era vindoura. Aqueles que vivem debaixo da ira de
Deus são entregues a si mesmos pela escolha deliberada que fizeram de rejeitar
o conhecimento de Deus e de se entregar a toda sorte de idolatria e devassidão;
além disso, terão de suportar por toda a eternidade a manifestação plena do
furor do Deus Todo-Poderoso.
CONCLUSÃO
O Reino de Deus num mundo dominado pelo
Império do mal é um contraste irreconciliável. “Sabemos que somos de Deus e que
o mundo inteiro jaz no Maligno” (1João 5:19). O “Reino de Deus” não é um
lugar, nem mesmo é o Céu. Se fosse o céu, não faria sentido a afirmação de
Paulo de que nós já saímos do império das trevas e fomos transportados para
esse Reino (Cl.1:13). Se o Reino é o céu, também não faria sentido a declaração
de Jesus em Lc.17:20,21: “Não vem o reino de Deus com visível aparência. Nem
dirão: Ei-lo aqui! Ou: Lá está! Porque o reino de Deus está dentro de vós”. Assim
sendo, buscar o Reino de Deus não é viver esperando o céu, mas é fazer a
vontade de Deus aqui. Até mesmo porque, como disse Jesus, “nem todo o que me
diz: Senhor, Senhor! Entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de
meu Pai, que está nos céus” (Mt.7:21)
O “Reino de Deus” é o pleno
senhorio de Deus na vida de cada ser humano que aceita submeter-se a Ele. Não é
algo que tenha aparência exterior, pois a submissão é uma decisão interior de
cada ser humano. Por isso, o “Reino de Deus” não é comida nem bebida, mas
justiça, paz e alegria no Espírito Santo (Rm.14:17).
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Luciano
de Paula Lourenço – EBD/IEADTC
Referências Bibliográficas:
Bíblia de Estudo Pentecostal.
Bíblia de estudo – Aplicação Pessoal.
Bíblia de Estudo – Palavras Chave – Hebraico e
Grego. CPAD
William Macdonald. Comentário Bíblico popular
(Antigo e Novo Testamento).
Comentário do Novo Testamento – Aplicação Pessoal.
CPAD.
Pr. Douglas Baptista. A IGREJA DE CRISTO E O
IMPÉRIO DO MAL. CPAD.
Rev. Hernandes Dias Lopes. Gálatas. A CARTA DA
LIBERDADE CRISTÃ
Rev. Hernandes Dias Lopes. Efésios –
Igreja, a noiva gloriosa de Cristo.
Pr. Caramuru Afonso Francisco - Reino de Deus, a
realidade trazida pelo Evangelho.
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