1º
Trimestre/2013
Subsídio para lição 4 da revista
da EBD – Educação Cristã Continuada.
Tema do Trimestre: “Igreja –
Missão e Crescimento”
Lição 4: ORGANIZAÇÃO DA IGREJA
Leitura
Básica: Atos 20:25-28
“Todos os
vossos atos sejam feitos com amor”(1Co 16:14)
INTRODUÇÃO
A Igreja é um Organismo vivo, e é Organizada. Assim sendo, é necessária
que nela haja ordem e, por conseguinte, progresso, mesmo porque o Seu criador e formador
é o próprio Deus Todo-Poderoso – o qual não é de confusão, mas de ordem -, que
arquitetou-a antes mesmo da “fundação do mundo para
que fôssemos santos e irrepreensíveis diante dele em amor” (Ef 1:3,4). No Universo criado pelo Senhor Deus
Onipotente tudo obedece às normas estabelecidas por Ele. Não haveria de ser
diferente na sua nova criação, a Igreja. Todavia, é bom ressaltar que Jesus
não fundou uma organização eclesiástica
e nem estrutural. Ele criou um organismo vivo, com a Sua presença, em
obediência a princípios divinos, a fim de prevalecer sobre o império das trevas
e da maldade. Mas com o crescimento da Igreja, fez-se sentir a necessidade de
haver uma estrutura organizacional administrativa e eclesiástica, de recrutar
pessoas dedicadas para ajudarem nas tarefas espirituais e sociais da mesma. E
onde há pessoas servindo deve haver quem as lidere, para que o seu serviço seja
harmonioso e sem atropelos. Isto é, cada grupo de serviço deve possuir a sua
liderança, por sua vez também sujeita a uma liderança superior, que culmina no
Senhor Jesus, o supremo Líder (cf. 1Co 12:28).
I. A IMPORTÂNCIA DA ADMINISTRAÇÃO ECLESIÁSTICA
Administração Eclesiástica é o
estudo dos diversos assuntos ligados ao trabalho do pastor no que tange à sua
função de líder ou administrador principal da igreja a que serve. Não é algo que se faz de maneira aleatória. Ela exige que
haja uma estrutura formal e bem estabelecida, na qual sobressaem a um só tempo
quatro palavras-chaves: objetivo, organização, planejamento e comando. Sem
essas premissas não se chega a lugar algum. Qualquer empreendimento, para
cumprir suas finalidades, terá de ter, portanto, objetivos bem definidos,
organização com sequências lógicas, simples e precisas, planejamento que
preveja todas as etapas do processo e comando capaz de gerir a administração.
É válido lembrar que a igreja é,
simultaneamente, um Organismo vivo (que atua como agente do Reino de Deus) e
uma Organização (que precisa dispor de todas as ferramentas humanas para a
realização de seus objetivos). E por ser um Organismo vivo e organizada, essa
igreja tende a crescer naturalmente impulsionada pelo Espírito Santo motivada
pela pregação do Santo Evangelho. E para que essa igreja cresça de forma
satisfatória e equilibrada, independentemente de sua estrutura organizacional,
é indispensável que ela produza sustento próprio, líderes e segurança
administrativa. Se a igreja local tiver a capacidade de suprir suas próprias
necessidades, ou seja, caminhar com seus próprios pés, então ela tem
possibilidade de ajudar a estabelecer outras igrejas, contribuindo
poderosamente para que ocorra um incremento na propagação do Evangelho. É
imprescindível que o líder possua pleno senso de responsabilidade espiritual, e
saiba com inteligência otimizar os recursos espirituais e materiais que o
Espírito Santo, através dos fiéis, canaliza à igreja.
Nenhuma igreja local vive sem
administração, assim como nenhuma empresa sobrevive desorganizada. Muitos
exemplos bíblicos temos de homens que foram verdadeiros administradores, quer
na condução dos assuntos relacionados com a obra de Deus, quanto na
sobrevivência de seu povo: Jetro, José no Egito, Daniel, os apóstolos, etc. Vou
citar dois exemplos clássicos de boa organização e administração eclesiástica.
- O primeiro exemplo de
organização foi mentado por Jetro, sogro de Moisés. Ele deu conselhos
inteligíveis a Moisés a fim de aliviá-lo da pesada carga que sozinho suportava
na liderança do povo (Ex 18:20,22). Ao ver que Moisés decidia sozinho todas as
causas do povo, que se aglomerava todos os dias para ser atendido por ele,
Jetro, dentro de sua experiência, sugeriu a Moisés que efetuasse a
descentralização do poder, resolvendo apenas as causas mais graves, criando
maiorais de mil, de cem, cinquenta e de dez, para resolver as “pequenas
causas”, trazendo agilidade, eficiência e eficácia na liderança e paz para o
povo de Israel. Moisés prontamente atendeu ao conselho de Jetro(Ex 18:24). Que
grande qualidade de um líder: o de ouvir conselhos. Muitos, na atualidade, são
arrogantes e soberbos, que não aceitam os conselhos de pessoas mais experientes
e que muito podem ajudar na eficácia da liderança. Se é certo que o líder deve
seguir a orientação divina, também é certo que Deus, como escolheu um povo, põe
à disposição dos líderes pessoas que têm capacidades e habilidades para dar
bons conselhos e auxiliar no sucesso e êxito da obra do Senhor. Salomão,
o homem mais sábio de toda a terra, não abriu mão dos conselheiros e, inspirado
pelo Espírito de Deus, disse o seguinte: “Onde não há conselho os projetos
saem vãos, mas, com a multidão de conselheiros, se confirmarão” (Pv 15:22).
- O segundo exemplo que citamos
de organização é o que ocorreu no princípio da Igreja. Os
apóstolos fizeram eleger uma equipa de ajudantes que aliviassem a sua tarefa
(At 6:2–4). Eles deviam dedicar-se primariamente ao estudo da Palavra e à
oração. Mais tarde foram eleitos presbíteros em cada igreja para que cuidassem
do rebanho enquanto os apóstolos viajavam na sua missão (At 14:23). Paulo
aconselhou a Tito para que em cada cidade estabelecesse presbíteros capazes,
com formação moral, social e teológica, a fim de cuidarem do povo do Senhor (Tt
1:5–9). O relacionamento das igrejas locais foi sempre de cooperação (Rm
15:26,27; 2Co 8:4; 2Co 11:8; Fl 2:25). Jamais alguém deverá dizer: “Não preciso
de ti”, porque todos os membros são necessários ao corpo (1Co 12:20–22).
Para atender à missão para a qual
Deus a constituiu, a Igreja é organizado em três pilares: espiritual, social e
econômico.
1. Quanto as aspecto espiritual. As
assembleias da igreja são ocasiões para adorar o Senhor e edificar aqueles que
participam. Podemos ver claramente a natureza espiritual das atividades das
igrejas primitivas: os santos oravam juntos (Atos 4:31; 1Tm 2:1-2). Eles
pregavam o evangelho (Atos 4:33). Eles se reuniam para participar da Ceia do
Senhor (Atos 20:7; 1Co 11:17-34). Os cristãos primitivos louvavam a Deus e
edificavam-se uns aos outros cantando salmos, hinos e cânticos espirituais (Ef
5:19; Cl 3:16).
2. Quanto ao aspecto
social. Enquanto a importância da obra da igreja é claramente
espiritual, há também um aspecto social. Em Atos 4:32-37, os discípulos
contribuíram para aliviar as necessidades dos santos. A igreja de Jerusalém
ajudou as viúvas pobres de seu meio (Atos 6:1-2). Quando as necessidades dos
santos excederam a capacidade da igreja local, outras congregações enviaram
dinheiro para ajudá-los (Atos 11:29-30; Rm 15:25-26; 1Co 16:1; 2C 8:4; 9:1-2;
etc.). Deste modo, as igrejas mais ricas ajudavam as mais pobres, demonstrando
a verdadeira fraternidade do amor que deverá caracterizar as igrejas locais de
Cristo.
Infelizmente, os complicados
sistemas de obras sociais em muitas igrejas modernas não se parecem nem um
pouco com a simplicidade do plano do Novo Testamento. Em vez de terem fé para
converter o mundo a Cristo, muitas igrejas estão atarefadas convertendo a
igreja para se ajustar às expectativas do mundo. Algumas usam apelos a desejos
carnais para atrair pessoas ou adquirir fundos. Em nome da religião, algumas
usam bandas de "rock" ou outros programas musicais especiais. Outras
oferecem festas completas com bebidas alcoólicas e danças. Muitas outras
prometem bênçãos materiais e boa saúde para aqueles que se juntarem a suas
igrejas. O interesse neste mundo tornou-se tão forte que algumas igrejas
parecem mais como organizações sociais do que corpos espirituais. Precisamos
não perder nossa concentração no céu, pensando que podemos corrigir todos os
males sociais de um mundo dominado pelo pecado.
3. Quanto ao aspecto
econômico. A missão principal da igreja é pregar o Evangelho.
Os cristãos têm o privilégio de propagar a mensagem de salvação do evangelho.
Devemos partilhar da atitude expressada por Paulo: "Pois não me envergonho
do evangelho, porque é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê"
(Rm 1:16). É por isto que os cristãos primitivos de Jerusalém foram tão
diligentes em seu trabalho (Atos 5:42). Nossa missão hoje é a mesma que a
missão dos tessalonicenses, que levavam diligentemente o evangelho às regiões
próximas da Macedônia e Acaia (1Tes 1:8). Todavia, para cumprir esta missão
também requer empenho financeiro.
As igrejas de hoje podem mandar
evangelistas para pregar em outros lugares, como fez a igreja de Antioquia
(Atos 13:1-3; 14:26-28). Aqueles evangelistas eram às vezes sustentados pelas igrejas
para que pudessem dedicar-se à obra de pregar (Fp 4:5-8; 1Co 9:14-15). Paulo
ensinava que o mesmo tipo de apoio financeiro poderia também ser dado aos
presbíteros (1Tm 5:17-18). De acordo com a instrução apostólica, os cristãos
aproveitavam as assembleias no primeiro dia da semana para recolher dinheiro
que seria usado para fazer a obra de que Deus incumbiu à igreja (1Co 16:1-2).
Muitas igrejas se enredaram nos
negócios da sociedade moderna, investindo suas provisões em dinheiro em
negócios, tais como hospitais, fazendas, empresas(geralmente registradas no
nome do líder), etc. Se essas igrejas agem assim, então, elas estão mostrando
claro desrespeito pelo plano que Deus deu. O uso dos recursos financeiros,
oriundos exclusivamente das contribuições voluntárias dos fiéis, deve ser
efetivado nos modos aprovados por Deus.
Quando seguimos o modelo
fornecido pelo Novo Testamento, a igreja será suficiente para fazer a obra e
terá fartura de obra para fazer. Não temos necessidade nem permissão para
envolver a igreja em outros projetos, organizações e obras inventados pelos
homens. Assim como Deus rejeitou o fogo oferecido por Nadabe e Abiú (Lv
10:1-7), ele rejeitará obras estranhas que os homens introduzem nas igrejas.
Tão certo como o Senhor desagradou-se quando Uzá estendeu uma mão de ajuda para
fazer o que lhe parecia direito (2Sm 6:1-11), ele não quer nossa
"ajuda" para encontrar um modo mais eficaz de fazer sua obra. Em
ambos casos de pecados fatais, o problema fundamental foi uma falta em seguir
exatamente o que Deus tinha instruído. Se desconsideramos suas instruções, não
podemos esperar melhor sorte. "Há caminho que ao homem parece direito, mas
o fim dele são os caminhos da morte" (Pv 14:12).
II.
NOÇÕES DE ORGANIZAÇÃO DA IGREJA
A organização de uma igreja local
obedece a seguinte estrutura, no caso
da Assembleia de Deus (adaptado da postagem exibida pelo pastor Geremias do
Couto, em seu blog: “Princípios de liderança e administração eclesiástica “):
1. OS ATOS CONSTITUTIVOS
Uma igreja, para constituir-se,
precisa basicamente de três documentos:
a) Ata da
Assembleia constitutiva;
b) Estatuto,
onde se determinam a natureza, os fins, as responsabilidades, a organização, a
forma de governo, a competência, a administração e questões afins, e
c) Regimento
Interno, onde se particularizam as normas da instituição, que não podem jamais
conflitar com o Estatuto.
Uma coisa precisa ficar bastante
clara nos atos constitutivos: como e porque a igreja foi constituída, bem como
a denominação a que pertence, para que haja o seu reconhecimento segundo os
critérios da convenção que abriga a denominação. Só de posse desses documentos
a igreja adquirirá personalidade jurídica e poderá cumprir perante a lei não só
suas funções espirituais, mas suas atividades jurídicas e sociais, como, por
exemplo, a aquisição e alienação de bens.
2. O ORGANOGRAMA.
O organograma é o ordenamento
funcional da estrutura eclesiástica. Há pequenas diferenças de uma para outra,
dependendo das peculiaridades locais, mas basicamente as igrejas adotam o
seguinte modelo estrutural:
2.1.
Assembleia. Compõe-se dos membros regulares e se constitui no poder
máximo de discussão e decisão, cabendo aos órgãos da igreja cumprir o que for
aprovado em Assembleia sob pena de prevaricação. Há dois tipos de Assembleia: Ordinária
e Extraordinária. A primeira trata dos assuntos do dia-a-dia. A
segunda, dos assuntos que se constituem exceção, como: admissão ou
exoneração do pastor, aquisição ou alienação de bens, aprovação ou reforma de
Estatuto e aprovação ou reforma de Regimento Interno. Em ambos os casos o
Estatuto prevê o quorum necessário para que suas decisões sejam legitimas.
2.2. Diretoria.
Compõe-se normalmente de presidente, dois vice-presidentes, dois secretários e
dois tesoureiros e tem a responsabilidade de conduzir a administração.
Ao presidente cabe:
a) Convocar
e dirigir todas as Assembleias, bem como as reuniões da Diretoria e do Corpo
Ministerial;
b) Representar
a igreja judicial e extrajudicialmente;
c) Assinar,
com o 1º secretário e o 1º tesoureiro, escrituras de compra e venda, de
hipoteca e de alienação de bens imóveis, sempre mediante autorização prévia e
nos termos do Estatuto;
d) Assinar
as atas das Assembleias da igreja, depois de aprovadas;
e) Assinar,
com o 1º tesoureiro, cheques e outros documentos de crédito em conta conjunta;
f)
Autorizar, com o 1º tesoureiro, todas as contas e gastos,
assinando os recibos e demais documentos da tesouraria, de acordo com as
decisões administrativas;
g) Velar
pelo bom desempenho da igreja, observar e fazer cumprir o Estatuto, o Regimento
Interno e as resoluções da Assembleia;
h) Representar,
de fato, a igreja perante suas coirmãs e convenções. Na qualidade de pastor é
também de sua responsabilidade a direção dos atos de cultos e das reuniões
solenes, bem como a orientação espiritual e doutrinária dos membros.
2.3. Corpo ministerial. Compõe-se
dos pastores que servem à igreja, seja na sede, seja nas congregações, os quais
se reúnem sob convocação do presidente para a discussão prévia dos assuntos que
serão levados à ordem do dia para a apreciação da Assembleia.
2.4. Conselho Fiscal. Compõe-se
normalmente de três membros, com a responsabilidade de auditar as contas da
igreja e emitir parecer sobre o balancete a ser apreciado em Assembleia.
2.5. Departamento de
Administração. Como o próprio nome indica, esse departamento cuida das
questões administrativas e responde pelas seguintes áreas: Serviços Gerais,
Diaconia, Obras, Compras e Almoxarifado, Patrimônio, Transportes, Segurança e
Finanças.
2.6. Departamento de
Evangelização e Missões. Estas são basicamente as suas áreas de atuação:
Cruzadas Evangelísticas, Evangelismo Explosivo, Hospitais e Presídios, Casas de
Recuperação, Grupos Alternativos, Missões Nacionais e Missões Transculturais.
2.7. Departamento de Educação
Cristã. Estão sob sua responsabilidade as seguintes áreas: Escola
Bíblica Dominical, Integração e Discipulado, Cursos Teológicos e Seminários de
Formação e Reciclagem.
2.8. Departamento de Assistência
Social. Compreende basicamente as seguintes tarefas: Atendimento
Ambulatorial, Farmácia, Caixa Funerária, Cestas Básicas e Campanhas Sociais.
2.9. Departamento de Apoio
Espiritual. O Departamento de Apoio Espiritual é de vital importância para
a vida da igreja. Estão sob sua coordenação as seguintes áreas: Movimento de
Oração, Visitação Doméstica, Apoio Pastoral e Aconselhamento.
2.10. Departamento de Música. Cuida
dos Grupos Musicais, Equipe de Louvor e Formação de Músicos.
2.11. Departamento de Núcleos de
Crescimento. Esta é outra área importante de sustentação do crescimento
da igreja. Aqui estão os núcleos (ou grupos familiares), que dispõem de uma
estrutura própria para o seu desenvolvimento assim estabelecido: coordenador
geral, supervisores de áreas, dirigentes, vice-dirigentes e secretários de
núcleos.
3. A ACEITAÇÃO DE NOVOS MEMBROS
O crescimento da igreja é um alvo
a ser constantemente buscado. Ele se dá em três direções:
a) crescimento
vertical (para com Deus);
b) crescimento
horizontal (uns para com os outros);
c) crescimento
quantitativo (a inclusão de novos membros).
Os dois primeiros podem ser
denominados de crescimento qualitativo. Eles representam os três primeiros
objetivos da Declaração de Propósitos de Rick Warren: Celebrar a Deus,
ministrar ao próximo e ensinar a obediência. O crescimento quantitativo
corresponde aos dois últimos objetivos da mesma declaração: batizar e fazer
discípulos. Uma igreja que cresce em qualidade o resultado será o crescimento
quantitativo. Uma coisa chama a outra.
Assim, há
três maneiras de se aceitar os novos membros na igreja:
3.1. Pelo
batismo. Os que se convertem devem ser preparados e levados ao
batismo depois de assinarem a Declaração de Propósitos da igreja, tomando assim
conhecimento de seus deveres e privilégios como membros do Corpo de Cristo.
3.2. Por carta de transferência. Aqui se
refere àqueles que vêm com carta de transferência de outras igrejas. É
conveniente que essas pessoas não sejam logo recebidas, mas passem por um
"tempo sabático", conheçam primeiro a igreja para a qual estão se
transferindo, leiam e assinem a Declaração de Propósitos para então se tornarem
membros.
3.3. Recebimento de desviados. Neste
caso, há duas considerações a fazer: se ele foi membro da mesma igreja e agora
está de retorno, precisa renovar seus compromissos para ser recebido e dar
claro testemunho de sua decisão. Mas se sua origem é diferente, é recomendável
informar a sua nova condição à igreja de onde se desviou para que então possa
ser livremente recebido após assinar a Declaração de Propósitos.
4. PADRÕES BÍBLICOS PARA LÍDERES
Toda organização bem estruturada
precisa de um líder que saiba delegar poder, pois somente um verdadeiro líder
será capaz de treinar outro líder e enviá-lo a realizar o trabalho. Pelo que se
pode observar no livro de Atos, a apóstolo Paulo se preocupou com este mister.
Ele servia por um bom tempo em centros estratégicos e depois deixava líderes
treinados para dar continuidade ao serviço na igreja que havia fundado. Após
treinar aquele líder ele partia para outra localidade ou região. Após algum
tempo ele voltava para visitar aquelas igrejas, isso é o que caracteriza um
verdadeiro apóstolo. Paulo fez a seguinte recomendação a Timóteo: “E o que
de minha parte ouviste, através de muitas testemunhas, isso mesmo transmite a
homens fiéis e também idôneos para instruir a outros”(2Tm 2:2).
Líder nada mais é que do que um
membro da igreja que acumula a responsabilidade de liderar. Líder não é
ditador. Enquanto administra a igreja do Senhor, o obreiro deve se distinguir
como um autêntico líder, pois liderar não é só mandar, é ir à frente para que
seus liderados o tomem como exemplo, e nunca considerar alguém uma ameaça para
sua liderança; basta permanecer sob a direção Divina. É indispensável que haja
uma sintonia entre o líder e os liderados. Sem comunicação, não pode haver
comunhão e sem comunhão, não há como se construir uma união onde o Senhor possa
se manifestar e realizar a sua obra (Sl 133).
Os melhores líderes espirituais
são os que passam o tempo todo aprendendo. São aqueles que tem a coragem de
perguntar a si mesmo: “Como posso melhorar? O que posso fazer para influenciar
melhor os meus liderados?”. É necessária uma atitude vencedora! Para tal é
preciso ser apaixonado pela oração, comprometido com a santidade e a palavra de
Deus, pois somente sendo possuidor de um objetivo único, o verdadeiro líder
alcançará o sucesso ministerial para a glória do Senhor Jesus Cristo, que é:
manter-se fiel a Deus até à morte.
5. PADRÕES BÍBLICOS PARA UMA BOA DISCIPLINA
A disciplina objetiva evitar que
um erro seja repetido. Uma pessoa sem disciplina não consegue entender seus
próprios limites, nem a consequência de seus atos. Disciplinar é, antes de tudo, ensinar, para depois cobrar o
que foi ensinado.
Embora o cristão esteja livre, por
força da obra redentora de Cristo no Calvário, a liberdade tem, como
correspondente necessário, a responsabilidade. Jesus mesmo ensinou-nos que,
para segui-lo é necessário, antes, renunciar a si mesmo e tomar a sua cruz (Mt
16:24; Mc 8:34; Lc 9:23; 14:27), ou seja, a liberdade que há em Cristo exige
uma disciplina, uma conduta, pois não fazemos o que queremos, mas cumprimos a
vontade do Senhor. É interessante observar que os seguidores de Jesus são
chamados de “discípulos”, ou seja, “alunos”, “aprendizes”, mas a palavra
“discípulo” está diretamente relacionada com a palavra “disciplina”. Servir a
Jesus, portanto, é sujeitar-se a uma disciplina, a um regulamento, a um modelo,
é obedecer a uma série de preceitos, sem os quais não se atingirá o objetivo da
nossa fé no Senhor, que é a salvação de nossas almas (1Pe 1:9). O Senhor deixou
claro que a sujeição a esta conduta é a característica do discípulo (Lc 14:27).
A Cabeça da Igreja, o Senhor
Jesus, foi quem instituiu a disciplina na Sua Igreja com o objetivo de
restringir o pecado na vida do crente, de modo que o servo venha a ser
obediente à Palavra do seu Senhor. No Evangelho segundo Mateus, o próprio Jesus
dá aos discípulos o poder de aplicar a disciplina quando disse: “Se teu irmão
pecar contra ti, vai argui-lo entre ti e ele só. Se ele te ouvir, ganhaste a
teu irmão. Se, porém, não te ouvir, toma ainda contigo uma ou duas pessoas,
para que, pelo depoimento de duas ou três testemunhas, toda palavra se
estabeleça. E, se ele não os atender, dize-o à igreja; e, se recusar ouvir
também a igreja, considera-o como gentio e publicano. Em verdade vos digo que
tudo o que ligardes na terra terá sido ligado nos céus, e tudo o que
desligardes na terra terá sido desligado nos céus” (Mt 8:15-18). Nesse texto,
vemos como a disciplina deve ser aplicada e como deve ser o seu procedimento.
Exemplos de punições aplicadas no Novo Testamento são os casos de Ananias e
Safira em Atos capítulo 5, o caso do mágico Simão(Atos 8:24) e do caso de
fornicação na igreja de Corinto (1Co cap. 5).
Portanto,
quando falamos de disciplina na Igreja é transmitida a mesma ideia: fazer com
que o cristão se mantenha nos caminhos do Senhor, a fim de que o mesmo não
transgrida os preceitos colocados por Deus na sua Santa Palavra. Caso haja a
transgressão, é necessária a aplicação da disciplina. Cremos que muitas
igrejas, atualmente, estão em ruína, porque não tem dado o devido valor à
Palavra do Senhor.
CONCLUSÃO
“A
Igreja, em sua concepção divina, rege-se pelos princípios maiores das
Escrituras Sagradas. Em sua caminhada terrena, como comunidade local,
submete-se às leis para que o seu funcionamento seja legitimamente reconhecido.
Todavia, sempre que houver colisão entre as leis humanas e as leis de Deus
estas continuarão sendo o nosso padrão absoluto de referência para o nosso
viver eclesiástico” (pr. Geremias do Couto).
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Elaboração: Luciano de Paula Lourenço – Prof.
EBD – Assembléia de Deus – Ministério Bela Vista. Disponível no Blog: http://luloure.blogspot.com
Referências Bibliográficas:
Bíblia de Estudo Pentecostal.
Bíblia de estudo – Aplicação Pessoal.
O Novo Dicionário da Bíblia – J.D.DOUGLAS.
Princípios
de liderança e administração eclesiástica – pr. Geremias do Couto.
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