1º Trimestre_2013
Texto Básico: 1Reis 18:36-40
“Então,
Elias se chegou a todo o povo e disse: Até quando coxeareis entre dois
pensamentos? Se o SENHOR é
Deus, segui-o; e, se Baal, segui-o. Porém o povo lhe não respondeu nada”(1Rs
18:21).
INTRODUÇÃO
Nesta Aula veremos um dos embates
mais espetaculares que as Escrituras Sagradas registram: o confronto entre o
deus Baal e o Deus de Israel, ou seja, entre a mentira e a verdade, entre o
falso e o verdadeiro. O Deus de Israel exporia Baal, Aserá e os falsos profetas
destes falsos deuses, para deixá-los exatamente como eram: menos do que nada. E
isto aconteceria em uma competição entre Elias e os “profetas” de Baal no monte
Carmelo (1Rs 18:19). Assim como Elias foi chamado para mostrar que o Deus de
Israel é o verdadeiro Deus, todos nós que pertencemos ao novo concerto somos
chamados a defender o evangelho de Cristo contra distorções, transigência com o
mal e desvio doutrinário, e que somente Jesus Cristo é o “Caminho, a Verdade e
a Vida, e que ninguém vai ao Pai, senão por Ele”(João 14:6), e que “há um só
Deus, e um só Mediador entre Deus e os homens, Jesus Cristo, homem”(1Tm 2:5).
I.
CONFRONTANDO OS FALSOS DEUSES
A diferença entre o Deus Criador
de todas as coisas, o Deus da Bíblia, e os falsos deuses é tremendamente
gritante. Primeiro, porque o Deus da Bíblia é o Deus vivo e eterno, criador de
todas as coisas – “Mas o Senhor é o Deus verdadeiro; ele é o Deus vivo; o rei
eterno"(Jr 10:10). Segundo, os falsos deuses, são apenas imaginação do
homem sem Deus, logo eles são inacessíveis, porque não existem.
Uma das características
fundamentais do Deus da Bíblia, que o difere dos falsos deuses, é o fato de Ele
sempre procurar se comunicar com suas criaturas. O Deus da Bíblia, em sua
transcendência, sempre quis e quer comunicar-se com o ser humano, de forma
imanente, para demonstrar seu amor e seu cuidado, visando à sua salvação. Os
deuses, criados pela imaginação humana, sempre se mostraram inacessíveis ao
relacionamento com seus adoradores, porque eles simplesmente não existem. Veja
o caso do profeta Elias no Monte Carmelo, quando do embate que teve com os 850
“profetas” dos falsos deuses Baal e Aserá (1Rs 18:19).
- Os seguidores do falso deus
Baal: “E, tomando o novilho que se lhes dera, prepararam-no,
e invocaram o nome de Baal, desde a manhã até o meio-dia, dizendo: Ah Baal,
responde-nos! Porém não houve voz; ninguém respondeu. E saltavam em volta do
altar que tinham feito. Sucedeu que, ao meio-dia, Elias zombava deles, dizendo:
Clamai em altas vozes, porque ele é um deus; pode ser que esteja falando, ou
que tenha alguma coisa que fazer, ou que intente alguma viagem; talvez esteja
dormindo, e necessite de que o acordem. E eles clamavam em altas vozes e,
conforme o seu costume, se retalhavam com facas e com lancetas, até correr o
sangue sobre eles. Também sucedeu que, passado o meio dia, profetizaram eles
até a hora de se oferecer o sacrifício da tarde. Porém não houve voz; ninguém
respondeu, nem atendeu”(1Rs 18:26-29).
- Elias, o seguidor do Deus vivo: “Sucedeu,
pois que, sendo já hora de se oferecer o sacrifício da tarde, o profeta Elias
se chegou, e disse: Senhor, Deus de Abraão, de Isaque, e de Israel, seja
manifestado hoje que tu és Deus em Israel, e que eu sou teu servo, e que
conforme a tua palavra tenho feito todas estas coisas. Responde-me, ó Senhor, responde-me para que
este povo conheça que tu, ó Senhor, és Deus, e que tu fizeste voltar o seu
coração. Então caiu fogo do Senhor, e
consumiu o holocausto, a lenha, as pedras, e o pó, e ainda lambeu a água que
estava no rego”(1Rs 18:36-38).
Perceberam a diferença? Os
falsos deuses são apenas imaginação humana, eles não existem. O Deus da Bíblia
é vivo e verdadeiro e ouve a nossa oração e se comunica com o seu povo. Hoje,
através de Jesus Cristo, único mediador entre Deus e os homens, o ser humano
tem acesso ao Soberano Senhor do universo e de todas as coisas.
1.
Conhecendo o falso deus Baal. Era o deus supremo dos cananeus.
Em hebraico, Baal significa senhor. Seus adoradores acreditavam que o
ídolo fosse o responsável pela abundância da terra e pela fertilidade do
ventre. Sendo o deus da fertilidade, seu culto era marcado pela crueldade e por
uma devassidão que envergonharia até Sodoma e Gomorra. Em suas cerimônias havia
sacrifícios de vítimas humanas, orgias e os mais inimagináveis desregramentos;
e, logicamente, louvores a Baal.
- O Moderno culto a Baal. O velho Baal
continua o mesmo; tudo faz para induzir os santos à impureza. Seus profetas e
adoradores também não mudaram. Vejamos, a seguir, alguns exemplos, como os seus
cultos manifestam-se em nossos dias:
a) Pornografia. Não são
poucos os filhos de Deus que se acham arruinados espiritualmente em
consequência de revistas, filmes, vídeos pornográficos, internet e a maioria
das novelas. O Senhor não atura tais coisas; são abomináveis aos seus olhos.
Ele é Santo! E de seus filhos exige vida santa e irrepreensível – “Mas, como é santo
aquele que vos chamou, sede
vós também santos
em toda a vossa maneira de viver” (1Pe 1:15; veja ainda: Lv 20:7; Ex 19:6).
b) Diversões carnais.
Infelizmente, somos obrigados a mencionar os shows promovidos em nossos
púlpitos. Cantores e artistas, dizendo-se evangélicos, mas flagrantemente
divorciados da graça de Deus, além de nos roubarem todo o tempo da Palavra,
arrastam nossos jovens a uma vida leviana e descompromissada com Deus. A Igreja
do Senhor não necessita de artistas e animadores em seus cultos, mas de homens
e mulheres comprovadamente santos. Cheios do Espírito Santo, hão de adorar ao
Pai em espírito e em verdade (João 4:23,24).
c) Infidelidade conjugal. Numa
sociedade permissiva e erotizada como a nossa, o adultério não é visto mais
como algo reprovável. É toleravelmente aceito; é socialmente incentivado; é
legalmente ignorado. A Bíblia não mudou! Adultério é adultério. Pecado é
pecado. Ainda que busquemos justificativas teológicas a tais comportamentos, a
verdade bíblica não será alterada (Ex 20:14; Mt 5:28).
2.
Identificando a falsa divindade Aserá. Aserá era uma
falsa deusa cananéia muito antiga. Uma inscrição suméria datando de 1750 a.C.
se refere a ela como a esposa de El, o deus pai do panteão cananeu.
Como o símbolo astrológico de Baal era o Sol, Aserá é frequentemente associada
com a Lua, mas seu símbolo era o planeta Vênus.
Na época do profeta
Jeremias as mulheres hebréias e canaanitas amassavam pães com sua figura e
eram benditos e comidos ritualmente. Pode-se constatar isso em Jeremias 7:18 – “Os filhos apanham a
lenha, e os pais acendem o fogo, e as mulheres preparam a massa, para fazerem
bolos à rainha dos céus, e oferecem
libações a outros deuses, para me provocarem à ira”.
Os cananeus, povo que
vivia entre os israelitas, adoravam Aserá como deusa da fertilidade,
talvez mesmo como deusa da sexualidade. Os misteriosos “postes-ídolos”
associados aos ritos de adoração a deusa eram aparentemente troncos de árvores
sem galhos. A função exata desses postes-ídolos – muitas vezes ligados à
prostituição masculina e feminina – não é clara. Sabe-se somente que os
profetas os consideravam repulsivos e ordenavam aos reis de Israel que os
derrubassem onde quer que estivessem erigidos. O profeta Jeremias refere-se a Aserá
quando menciona a "rainha dos céus" nos capítulos 7:18 e 44:17,19.
Em cada escavação arqueológica
importante na Palestina são encontradas figuras femininas, datadas entre 2.000
a.C até 600 a.C. É possível que as mulheres usassem estas diminutas imagens
para pedir a Aserá sua ajuda no parto ou para que lhes concedesse fertilidade.
Aserá foi a
deusa de Tiro e de Sidom em épocas longínquas, ao menos desde 1200 a.C, e foi
provavelmente uma esposa sidônia de Salomão quem a introduziu na corte deste
rei de Israel. No reinado de Roboão, filho de Salomão, se adorava Aserá (1Rs
14:23); e isto persistiu em vários reinados de Judá (cf. 1Rs 15:13; 2Cr 15:16),
num claro ato de sincretismo religioso, provocando à ira o Senhor Jeová.
No reino do Norte, o rei Acabe de
Israel se casou com Jezabel, filha de um rei da Sidônia, e o culto a Aserá e
ao seu filho Baal foi estabelecido na corte. O
culto à Aserá em Israel, persistiu até 722 a.C., mas permaneceu em Betel, pois
lemos que Josias, rei de Judá, destruiu os altares que haviam sido erigidos por
Jeroboão e como destruiu os postes-ídolos de Aserá – “Demais disto também Josias tirou todas as casas
dos altos que havia nas cidades de Samaria, e que os reis de Israel tinham
feito para provocarem à ira o Senhor; e lhes fez conforme todos os atos que
tinha feito em Betel” (2Rs 23:19)
Em fim, a repugnante e falsa
deusa Aserá exerceu uma influência negativa muito grande em Israel e em
Judá (Jz 2:13; 3:7; 1Rs 11:33), o que serviu de laço para o desvio espiritual
destes dois reinos, e o desvirtuamento do verdadeiro culto ao Senhor Jeová. Por
isso a persistência tão exaustiva dos profetas em combater a esta maligna
idolatria.
II.
CONFRONTANDO OS FALSOS PROFETAS
Numa impressionante demonstração
de coragem e fé, Elias desafiou 850 falsos profetas, que eram sustentados pela
esposa do rei, a enfrentá-lo no Monte Carmelo. Eles aceitaram o desafio, e o
povo de Israel foi testemunhar a grande disputa. Este era o mesmo povo que
Elias procurava converter. Ele queria mostrar-lhe a grande diferença entre o
Deus verdadeiro e os falsos deuses que o rei deles adorava - "Então, Elias
se chegou a todo o povo e disse: Até quando coxeareis entre dois pensamentos?
Se o Senhor é Deus, segui-o; se é Baal, segui-o" (1Reis 18:21).
Os israelitas, tão acostumados a
seguir cegamente seus chefes religiosos, não responderam. Seus sentimentos
estavam tão embotados por gerações de tradições pecaminosas que eram
praticamente incapazes de distinguir o certo do errado.
Deus mostrou ao povo a diferença.
Elias e os profetas de Baal prepararam dois sacrifícios. Construíram altares,
puseram lenha neles e prepararam seus sacrifícios de novilhos. Elias convidou
os profetas de Baal a serem os primeiros a oferecer seus sacrifícios, exceto
que eles não acenderiam o fogo. Eles deveriam orar ao seu deus para que
mandasse fogo para consumir o sacrifício. Elias sabia que Deus podia fazer
isto, porque já tinha consumido outros sacrifícios em gerações anteriores. Mas,
e Baal? Poderia produzir fogo? Seus profetas oraram, dançaram, e até se feriram
para obter sua atenção, mas Baal não respondeu. Elias escarneceu-os, sugerindo
que deveriam gritar mais alto para acordar seu deus. Eles berraram com mais
força, mas o impotente Baal nada fez.
Elias preparou seu sacrifício.
Para ter certeza de que ninguém pudesse reclamar que ele tivesse usado de
alguma trapaça, ele pediu que fosse trazida água para molhar totalmente o
sacrifício, a madeira e o altar. Eles trouxeram tanta água que o rego que ele
tinha escavado em volta do altar encheu-se. Somente a ação de Deus poderia
incendiar este sacrifício! E foi exatamente isto que aconteceu. Elias orou:
"Responde-me, Senhor, responde-me, para que este povo saiba que tu,
Senhor, és Deus e que a ti fizeste retroceder o coração deles" (1Reis
18:37). Deus não deixou dúvida. "Então, caiu fogo do Senhor, e consumiu
o holocausto, e a lenha, e as pedras, e a terra, e ainda lambeu a água que
estava no rego. O que vendo todo o povo, caiu de rosto em terra e disse: O
Senhor é Deus! O Senhor é Deus!" (1Reis 18:38-39). Os falsos profetas
de Baal que tinham enganado o povo foram mortos.
III.
CONFRONTANDO A FALSA ADORAÇÃO
Elias pediu que o povo, os
profetas de Baal e de Aserá se apresentassem num lugar determinado por ele. O
povo se reuniu e Elias, sem medo, apresentou-se ao povo, exigindo dele uma
definição resoluta - “Até quando coxeareis entre dois pensamentos? Se o
Senhor é Deus, segui-o e, se é Baal, segui-o” (1Rs 18:21). Apesar da grande
demonstração do poder de Deus, numa seca que já durava três anos e seis meses,
numa clara prova de que Baal não era deus algum, não detinha controle algum
sobre a natureza, o povo ainda estava coxeando entre dois pensamentos,
preferindo as benesses do poder oferecidas por Jezabel no culto a Baal, bem
como as seduções deste culto, que era um culto sensual, depravado e repleto de
tudo aquilo que agradava a natureza pecaminosa do homem. Dinheiro, prazer,
posição social eram ofertados pelos baalins e, assim, muitos, apesar de todas
as evidências do poder do Senhor, continuavam titubeantes e, neste duvidar,
acabavam sendo arrastados para a idolatria.
Elias desafiou o povo a fazer uma
escolha definitiva entre seguir a Deus ou a Baal. Os israelitas achavam que
podiam adorar o Deus verdadeiro e também Baal. O pecado deles era o de terem o
coração dividido, querendo servir a dois senhores. O próprio Cristo advertiu
contra essa atitude fatal (Mt 6:24; combine com Dt 30:19). O desafio de Elias
foi apresentado: o Deus verdadeiro deveria responder com fogo a aceitação do
sacrifício que lhe fosse dado. Elias tinha experimentado o pleno domínio de
Deus sobre a natureza e tinha, assim, portanto, convicção de que somente Deus
responderia com fogo a um sacrifício. Os profetas de Baal e de Asera, num total
de oitocentos e cinquenta (1Rs 18:19), tentaram, durante toda a manhã, resposta
de seus deuses para o sacrifício, sem resultado.
Elias, então, depois que havia
deixado tempo suficiente para que Baal respondesse ao sacrifício, oferece o seu
sacrifício diante de Deus. Como Deus não é Deus de confusão (1Co 14:33),
reparou o altar, que estava quebrado, bem como pôs água abundante para que não
houvesse qualquer dúvida de que era Deus quem iria operar. Este cuidado do
profeta é um exemplo a seguirmos na atualidade: a operação de Deus é algo de
que devemos ter certeza e convicção. Por isso, nada deve ser feito sem a devida
preparação espiritual, a devida santificação (o reparo do altar), como também
tudo deve ser feito às claras diante do povo, com transparência, decência e
ordem (1Co 14:40). Quantos altares desmantelados na atualidade têm buscado o
“fogo divino”! e, como Deus não opera em lugares assim, recorrem a
subterfúgios, a astuciosos estratagemas para impressionar o povo. Entretanto,
não nos iludamos, Deus não é Deus de confusão.
Mas, além de ter reparado o altar
e não deixado margem a qualquer dúvida, Elias fez uma oração. Elias não
“determinou” coisa alguma a Deus, pois sua “determinação” era a disposição
firme de servir a Deus, não qualquer exigência que devesse ser feita, como
muitos iludidos atrevem-se a fazer em os nossos dias. Elias fez uma oração, um
pedido a Deus, reconhecendo a Sua soberania, o Seu senhorio – “e que eu sou
teu servo”(1Rs 18:36). Ele poderia chamar Deus de Senhor, porque havia
experimentado o controle de Deus sobre todas as coisas: o corvo, a panela da
viúva, a vida do filho da viúva. Relembrou ao povo, que o escutava, que Deus
era o Deus do pacto feito com os patriarcas, o Deus que havia formado a nação
de Israel e que ele, Elias, era tão somente um servo dEle. Mal acabou a oração,
o Senhor consumiu tudo com o fogo e o povo não teve mais dúvida alguma: só o
Senhor é Deus! (1Rs 18:36-39).
A luta contra a falsa adoração
continua ainda hoje por parte dos que desejam ser fiéis a Deus. Não há como
negar que ao nosso redor ecoam ainda os dons advindos de vários cultos falsos,
alguns deles, transvestidos da piedade cristã. Assim como Elias, uma igreja
triunfante deve levantar a sua voz a fim de que a verdadeira adoração
prevaleça. É bom ressaltar que Deus não procura somente adoração, Ele procura
verdadeiros adoradores (João 4:24).
IV.
CONFRONTANDO O SINCRETISMO RELIGIOSO ESTATAL
1. O perigo do sincretismo
religioso. Sincretismo é a fusão de doutrinas de diversas origens, seja na
esfera das crenças religiosas, seja nas filosóficas. Na história das religiões,
o sincretismo é uma fusão de concepções religiosas diferentes, ou, a influência
exercida por uma religião nas práticas de uma outra.
O
sincretismo que apresentamos aqui como elemento condenável, refere-se aquele
que de uma forma muito direta desobedecia e afrontava os padrões morais
estabelecidos para o povo de Israel, e o próprio Senhor Deus; falando
especificamente do culto sensual - aonde eram incluídas imoralidade sexual
religiosa, tendo para isso prostitutas cultuais -, e da adoração a outros
deuses, conhecendo a verdade existencial do Deus verdadeiro que se revelou às
nações por meio de Israel. Essa prática sem dúvida atraia muitos israelitas.
Deus, por sua vez, exigia padrões morais para o seu povo, vida de consagração,
adoração com reverência. Em Israel, à
época de Acabe e Jezabel, a adoração verdadeira ao Deus verdadeiro havia se
misturado com a falsa, ao deus Baal, e o resultado não podia ser mais
desastroso.
Não há uma precisão da época em
que começou o sincretismo entre os israelitas. Os registros bíblicos relacionam
ao período da saída do povo de Israel do Egito e entrada na terra de Canaã.
Israel viveu 430 anos sob o domínio egípcio e sob a influência de suas
religiões. O povo egípcio sempre foi politeísta, adorava os deuses Rá
(deus do sol), Toth (sabedoria, conhecimento, representante da Lua), Hórus
(céu), Osiris (vida após a morte), Isis (amor, magia), Ged (terra),
entre outros. Os filhos de Israel certamente se envolveram com estas divindades
e seu culto, conforme comprova Josué: “Agora temam o Senhor e sirvam-no com
integridade e fidelidade. Joguem fora os deuses que os seus antepassados
adoraram além do Eufrates e no Egito, e sirvam ao Senhor” (Js 24:23).
Com base nisto, é possível
afirmar que Israel começou a praticar o sincretismo já no Egito, pois também
eram conhecedores do Deus dos patriarcas de Israel. O primeiro caso que a
Bíblia apresenta da prática do sincretismo pelos israelitas, depois da saída do
Egito, foi quando Moisés subiu ao monte para falar com Deus no início da
caminhada pelo deserto do Sinai. O povo vendo que ele tardava em descer pediu a
Arão que fizesse um deus para eles. Isto demonstra que a adoração a outros
deuses além do Deus criador, não era algo novo entre os filhos de Israel. Mas,
este sincretismo sempre acarretou consequências drásticas aos israelitas, pois
eram recorrentemente julgados por Deus por causa disso. Israel deveria ser
modelo de obediência a Deus para outras nações, porém desobedeceu e foi infiel
à Aliança. As muitas derrotas em batalhas, destruição do Reino do Norte e até o
cativeiro Babilônico são tidos como consequências do sincretismo.
Principalmente no reino do Norte,
o sincretismo religioso estatal era insistente e ameaçador. Apesar dos
profetas, dia e noite, terem alertados sobre perigo do sincretismo, os reis não
absorveram as mensagens transmitidas pelos profetas do Senhor. O reino de Acabe
foi o mais danoso ao povo de Israel. A adoração verdadeira havia se misturado
com a falsa e o resultado não podia ser mais desastroso.
A fidelidade a Jeová e à sua
aliança era a condição necessária para que o rei e a nação tivessem a bênção do
Senhor; se o rei fosse infiel, ele e o povo sofreriam as consequências. Quando
Israel entrou em Canaã lhe foi dito “(…) não vos mistureis com estas nações
que restaram entre vós. Não façais menção dos nomes dos seus deuses, nem por
eles façais jurar, nem os sirvais, nem os adoreis” (Josué 23:7). Antes, misturaram-se com eles
e adoraram os seus deuses, fizeram tudo o que lhes ordenara que não fizessem.
O sincretismo foi combatido por
séculos, mediante profetas que instavam com Jerusalém e com Samaria, para que
não se misturassem com as nações que o Senhor desarraigava de diante deles.
Eles deveriam destruir tudo, e sequer mencionar os seus deuses, não aprender a
sua cultura, nem vivenciar a comunhão e intercâmbio de elementos. Porém, o povo
de Israel não atendeu o clamor dos profetas, pelo contrário, desprezou-os. E
isto lhe custou muito caro: foi desterrado da terra que o Senhor lhe dera. Deus
usou a Assíria para punir ferozmente o povo de Israel por causa dos pecados continuados,
da idolatria, das práticas pagãs, da desobediência à lei de Deus e do desprezo
pelos profetas.
2. A
resposta divina ao sincretismo. Seguir a falsos deuses é
abandonar o Deus vivo e isto constitui em um terrível pecado, passível de
punição. O texto sagrado diz que logo após o Senhor ter respondido com fogo a
oração de Elias (1Rs 18:38), o profeta deu a seguinte instrução ao povo:
"Lançai mão dos profetas de Baal, que nem um deles escape. Lançaram mão
deles; e Elias os fez descer ao ribeiro de Quisom e ali os matou" (1Rs
18:40). A decisão de Elias não foi tomada por sua própria conta, mas seguia a
orientação divina dada pelo Senhor a Moisés: “Não terás outros deuses diante
de mim” (Ex 20:3); “O que sacrificar aos deuses e não só ao SENHOR será morto” (Ex
22:20).
O culto é bíblico ou anátema.
Deus não quer sacrifício, Ele requer obediência (1Sm 15:22,23). Não podemos
sacrificar a verdade para atrair as pessoas à igreja, nem podemos acrescentar
coisa alguma aos preceitos de Deus. O pragmatismo se interessa pelo que dá
certo, e não pelo que é certo. Ele busca o que dá resultados, e não o que é
verdade. Ele tem como objetivo agradar o homem, e não a Deus.
Hoje vemos florescer o
sincretismo religioso nas igrejas ditas evangélicas, principalmente promovidas pelo
segmento dito neopentecostalismo. Práticas pagãs são assimiladas nas igrejas
para atrair as pessoas. Cerimônias e ritos totalmente estranhos à Palavra de
Deus são introduzidos no culto para agradar o gosto dos adoradores. O
sincretismo está na moda. Mas ele ainda continua provocando a ira de Deus!
O culto a Deus é composto de
proclamação da palavra, explicação da mesma, louvores ao Senhor, orações e
intercessões e comunhão – “Que fareis, pois, irmãos? Quando vos ajuntais,
cada um de vós tem salmo, tem doutrina, tem revelação, tem língua, tem
interpretação. Faça-se tudo para edificação” (1Co 14:26). Portanto, não há
lugar para palhaçada e feitiçaria na igreja. Atos como esses não passam de
sensualidade e libertinagem, vasão à carne e oportunidade ao pecado, criancice
espiritual e brechas para Satanás agir e roubar a atenção, e difundir mal
testemunho e confusão.
Afirmou Deus a Israel algo que
plenamente se aplica à Igreja: "Sucederá, porém, que, se de qualquer
maneira te esqueceres de Senhor teu Deus, e se seguires após outros deuses, e
os servires, e te encurvares perante eles, testifico hoje contra ti que
certamente perecerás. Como as nações que o Senhor vem destruindo diante de vós,
assim vós perecereis, por não quererdes ouvir a voz do Senhor vosso Deus"
(Dt 8:19-20). Pense nisso!
CONCLUSÃO
Do mesmo modo que Israel foi
punido pela adoração e misturas de praticas religiosas de outras divindades,
também qualquer povo será assim tratado a partir do momento em que se voltar a
uma prática religiosa a outros deuses, depois de terem conhecido o Deus
verdadeiro.
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Elaboração: Luciano de Paula Lourenço – Prof.
EBD – Assembléia de Deus – Ministério Bela Vista. Disponível no Blog: http://luloure.blogspot.com
Referências Bibliográficas:
William Macdonald – Comentário Bíblico popular (Antigo
Testamento).
Bíblia de Estudo Pentecostal.
Bíblia de estudo – Aplicação Pessoal.
O Novo Dicionário da Bíblia – J.D.DOUGLAS.
Comentário Bíblico NVI – EDITORA VIDA.
Revista Ensinador Cristão – nº 53 – CPAD.
A Teologia do Antigo Testamento – Roy B.Zuck.
Comentário Bíblico Beacon, v.2 – CPAD.
Porção Dobrada – Pr. José Gonçalves – CPAD.
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