3º
Trimestre de 2024
SUBSÍDIO PARA A LIÇÃO 11
Texto
Base: Ester 6:1-14
“E Hamã
tomou a veste e o cavalo, e vestiu a Mardoqueu, e o levou a cavalo pelas ruas
da cidade, e apregoou diante dele: Assim se fará ao homem de cuja honra o rei
se agrada!” (Ester 6:11).
Ester 6:
1.Naquela mesma noite, fugiu o sono do rei; então, mandou trazer o
livro das memórias das crônicas, e se leram diante do rei.
2.E achou-se escrito que Mardoqueu tinha dado notícia de Bigtã e
de Teres, dois eunucos do rei, dos da guarda da porta, de que procuraram pôr as
mãos sobre o rei Assuero.
3.Então, disse o rei: Que honra e galardão se deu por isso a
Mardoqueu? E os jovens do rei, seus servos, disseram: Coisa nenhuma se lhe fez.
4.Então, disse o rei: Quem está no pátio? E Hamã tinha
entrado no pátio exterior do rei, para dizer ao rei que enforcassem a Mardoqueu
na forca que lhe tinha preparado.
5.E os jovens do rei lhe disseram: Eis que Hamã está no pátio. E
disse o rei que entrasse.
6.E, entrando Hamã, o rei lhe disse: Que se fará ao homem de cuja
honra o rei se agrada? Então, Hamã disse no seu coração: De quem se agradará o
rei para lhe fazer honra mais do que a mim?
7.Pelo que disse Hamã ao rei: Quanto ao homem de cuja honra o rei
se agrada,
8.traga a veste real de que o rei se costuma vestir, monte também
o cavalo em que o rei costuma andar montado, e ponha-se-lhe a coroa real na sua
cabeça;
9.e entregue-se a veste e o cavalo à mão de um dos príncipes do
rei, dos maiores senhores, e vistam dele aquele homem de cuja honra se agrada;
e levem-no a cavalo pelas ruas da cidade, e apregoe-se diante dele: Assim se
fará ao homem de cuja honra o rei se agrada!
10.Então, disse o rei a Hamã: Apressa-te, toma a veste e o cavalo,
como disseste, e faze assim para com o judeu Mardoqueu, que está assentado à
porta do rei; e coisa nenhuma deixes cair de tudo quanto disseste.
11.E Hamã tomou a veste e o cavalo, e vestiu a Mardoqueu, e o
levou a cavalo pelas ruas da cidade, e apregoou diante dele: Assim se fará ao homem
de cuja honra o rei se agrada!
12.Depois disso, Mardoqueu voltou para a porta do rei; porém Hamã
se retirou correndo a sua casa, angustiado e coberta a cabeça.
13.E contou Hamã a Zeres, sua mulher, e a todos os seus amigos
tudo quanto lhe tinha sucedido. Então, os seus sábios e Zeres, sua mulher, lhe
disseram: Se Mardoqueu, diante de quem já começaste a
cair, é da semente dos judeus, não prevalecerás contra ele; antes,
certamente cairás perante ele.
14.Estando eles ainda falando com ele, chegaram os eunucos do rei
e se apressaram a levar Hamã ao banquete que Ester preparara.
INTRODUÇÃO
I. O REI SE LEMBRA DA BOA AÇÃO DE MARDOQUEU
1. Uma noite decisiva
Enquanto o
rei Assuero se retirava para seus aposentos após o banquete oferecido por
Ester, Hamã saía cheio de júbilo, sentindo-se prestigiado tanto pelo rei quanto
pela rainha. No entanto, sua exultação rapidamente se transformou em fúria ao
avistar Mardoqueu, que permanecia impassível e não lhe prestava nenhuma
reverência (Ester 5:9). A presença indiferente de Mardoqueu despertou em Hamã
um ódio incontrolável. Apesar de sua ira, Hamã se conteve temporariamente e foi
desabafar com seus amigos e sua esposa, Zeres. Ele revelou que toda sua riqueza
e alta posição no reino eram insuficientes enquanto Mardoqueu continuasse vivo
e não lhe prestasse respeito.
Planejando
a vingança
O conselho
de Zeres e dos amigos de Hamã foi pragmático e cruel: construir uma forca de 25
metros de altura e pedir ao rei, no dia seguinte, a execução de Mardoqueu
(Ester 5:14). Satisfeito com o plano, Hamã foi dormir certo de que a morte de
Mardoqueu estava iminente. Sua determinação em eliminar Mardoqueu antes do dia
previsto para a matança dos judeus revela a profundidade de seu ódio. No entanto,
enquanto Hamã planejava a destruição de Mardoqueu, algo extraordinário
acontecia no palácio do rei.
Naquela
noite, o rei Assuero não conseguia dormir (Ester 6:1). Este detalhe
aparentemente trivial foi um ato de providência divina. Incapaz de descansar, o
rei pediu que os registros do reino fossem lidos para ele. Durante a leitura,
ele foi lembrado da lealdade de Mardoqueu, que havia exposto uma conspiração
para assassinar o rei (Ester 2:21-23). Ao perceber que Mardoqueu não havia sido
recompensado por sua boa ação, Assuero decidiu que era o momento de honrá-lo.
Reviravolta
dramática
A insônia
do rei Assuero foi uma intervenção divina crucial que desencadeou uma série de
eventos inesperados. Enquanto Hamã dormia, seguro de sua vingança iminente, o rei
planejava a honra de Mardoqueu. Na manhã seguinte, Hamã entrou no pátio do
palácio para pedir a execução de Mardoqueu, sem saber que o destino estava
prestes a mudar dramaticamente. Assuero, ao ver Hamã, perguntou-lhe como
deveria honrar um homem que o rei desejava exaltar. Na presunção de que ele
próprio era o destinatário da honra, Hamã sugeriu um tratamento grandioso,
apenas para descobrir que seria ele mesmo a realizar essas honrarias para
Mardoqueu (Ester 6:6-11). O início da derrota melancólica de Hamã estava
iniciando.
Este
episódio ressalta a soberania de Deus e Sua habilidade de virar situações
aparentemente desesperadoras em favor dos Seus. A providência divina guiou cada
detalhe, desde a insônia do rei até a lembrança da boa ação de Mardoqueu. A
narrativa também sublinha a futilidade da arrogância e do ódio desmedido,
exemplificados pela queda de Hamã. Em contraste, a integridade e a lealdade de
Mardoqueu foram recompensadas de maneira surpreendente.
Aplicações
contemporâneas
A história
nos desafia a confiar na justiça divina e a manter nossa integridade, mesmo
quando enfrentamos adversidades. Deus é capaz de usar as circunstâncias mais
simples para realizar Seus propósitos. A arrogância, como a de Hamã, leva à
queda, enquanto a humildade e a fidelidade, como a de Mardoqueu, são exaltadas.
Esta lição nos lembra que Deus está no controle de todas as coisas e que Seu
tempo e planos são perfeitos.
2. Forca
ou honra
Na noite crucial narrada no livro de Ester, o destino de Mardoqueu
estava sendo decidido por duas pessoas: Hamã e Assuero. Hamã, consumido pelo
ódio, planejava erigir uma forca para executar Mardoqueu (Ester 5:14). Em
contraste, o rei Assuero, após ser lembrado da boa ação de Mardoqueu ao expor
uma conspiração contra ele, planejava honrá-lo (Ester 6:1-3). A questão que
pairava era: qual desses planos prevaleceria? Esta situação ilustra a realidade
de que, gostemos ou não, as ações e intenções das pessoas ao nosso redor podem
ter consequências significativas em nossas vidas.
A importância dos relacionamentos interpessoais
Diante dessa realidade, é fundamental que nossos relacionamentos
interpessoais estejam pautados no temor a Deus. A ética cristã ensina que a
interdependência humana é essencial e que a autossuficiência, ou
individualismo, é um estilo de vida antibíblico. A Bíblia nos instrui a
"dar a cada um o que é devido" (Romanos 13:7), reconhecendo que
ninguém se realiza plenamente sozinho, independente das pessoas ao seu redor.
Esse reconhecimento é contrário ao individualismo moderno, que prega a
autossuficiência.
O Novo Testamento contém inúmeros versículos que enfatizam a
importância dos relacionamentos interpessoais com a expressão "uns aos
outros". Por exemplo, Jesus ensina a seus discípulos a amarem uns aos
outros como Ele os amou (João 13:34). Paulo exorta os cristãos a se encorajarem
mutuamente (1Tessalonicenses 5:11), e Tiago instrui a confessarem os pecados
uns aos outros e a orarem uns pelos outros (Tiago 5:16). Esses mandamentos
destacam a interdependência dos cristãos e como Deus trabalha através dos
relacionamentos humanos.
A providência Divina e a proteção
de Deus
Coisas boas e ruins podem nos alcançar através das pessoas que nos
cercam. No entanto, quando tememos a Deus, Ele é capaz de interceptar o mal e
fazer com que a bênção nos alcance (Salmos 91:5-10). A maldição não atinge
aqueles que são abençoados por Deus, como está claro na história de Balaão e
Balaque, onde Balaão afirmou: "Como posso amaldiçoar quem Deus não
amaldiçoou? Como posso denunciar quem o Senhor não quis denunciar?"
(Números 23:8). Deus transformou a maldição planejada por Balaque em bênção
para Israel (Deuteronômio 23:5), demonstrando que Sua proteção é eficaz contra
qualquer plano maligno (Provérbios 26:2).
3. Cinco
anos depois
Cinco anos haviam se passado desde que Mardoqueu revelara a
conspiração contra Assuero, aparentemente caindo no esquecimento. Contudo,
Deus, que governa sobre todas as coisas, inclusive a fisiologia humana, tirou o
sono do rei naquela noite específica (Salmos 127:2). Sem conseguir dormir,
Assuero mandou trazer e ler diante dele o livro de registros do reino (Ester
6:1). Entre tantos relatos de treze anos de reinado, a providência divina guiou
a leitura exatamente para o trecho que mencionava o feito de Mardoqueu, que
desmantelou a conspiração contra o rei. Esse momento crucial destaca a verdade
das Escrituras: "E sabemos que todas as coisas contribuem juntamente para
o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados por seu decreto"
(Romanos 8:28).
Essa sincronia entre o esquecimento humano e a oportuna recordação
divina ilustra como Deus orquestra eventos aparentemente triviais para cumprir
Seus propósitos maiores. A leitura do registro no momento certo trouxe à
memória do rei o feito heroico de Mardoqueu, que merecia ser honrado. Esse
desenrolar dos acontecimentos foi essencial para frustrar os planos malignos de
Hamã e exaltar Mardoqueu, demonstrando que nada escapa ao controle soberano de
Deus.
A insegurança humana e a soberania
Divina
A história de Mardoqueu nos lembra que, mesmo quando as boas ações
parecem esquecidas pelos homens, elas nunca são esquecidas por Deus. Em tempos
de aparente silêncio e espera, a providência divina está em ação, preparando o
momento certo para trazer à luz o reconhecimento e a recompensa. Isso nos
encoraja a confiar plenamente em Deus, sabendo que Ele vê e se lembra de todas
as nossas ações, recompensando-nos no tempo certo.
II. HAMÃ É
CHAMADO PARA HONRAR MARDOQUEU
1. Um ato
de justiça
A leitura das crônicas naquela noite insone levou Assuero a lembrar-se
de Mardoqueu e de sua heroica ação ao desmascarar uma conspiração contra o rei.
Curioso sobre a recompensa dada a Mardoqueu, Assuero perguntou aos seus servos:
“Que honra e recompensa Mardoqueu recebeu por isso?”. A resposta foi clara:
“Coisa nenhuma se lhe fez” (Ester 6:3). A maneira como o rei se referiu
diretamente ao nome de Mardoqueu indica que ele o conhecia bem e reconhecia a
importância de seu ato.
Nesse momento crucial, vemos a providência divina em ação.
Enquanto Assuero buscava uma forma de recompensar Mardoqueu, Hamã estava no
pátio exterior do palácio, esperando uma oportunidade para pedir ao rei que
permitisse enforcar Mardoqueu na forca que havia preparado. Hamã, dominado pelo
ódio e pela vingança, não tinha ideia de que Deus estava prestes a virar o jogo
de uma forma que ele nunca poderia prever.
A ironia divina é evidente quando Assuero pede a opinião de Hamã
sobre a melhor forma de honrar um homem a quem o rei deseja exaltar, sem
mencionar o nome de Mardoqueu. Hamã, presunçoso e pensando que o rei estava
falando dele, sugeriu as maiores honras possíveis: vestir o homem com trajes
reais, colocá-lo no cavalo do rei e conduzi-lo pelas ruas da cidade,
proclamando sua honra (Ester 6:6-9).
A inversão do destino
Quando Assuero instruiu Hamã a fazer exatamente isso para
Mardoqueu, a surpresa e o horror de Hamã devem ter sido imensos. O homem que
ele planejava matar seria agora exaltado por sua própria mão. Hamã ia conduzir
o cavalo no qual Mardoqueu, seu arqui-inimigo, estava montado. Parecia ironia
do destino, mas não era; era Deus humilhando o inimigo e exaltando o seu servo
(Mateus 23:12). Esse momento revela a verdade contida em Gênesis 50:20: “Vocês
planejaram o mal contra mim, mas Deus o tornou em bem”. A providência divina
transformou os planos malignos de Hamã em uma ocasião de honra para Mardoqueu.
Essa passagem de Gênesis 50:20 nos ensina sobre a justiça e a
soberania de Deus. Mesmo quando os justos são esquecidos pelos homens, Deus
lembra e age no tempo certo. Ele pode usar até mesmo os inimigos para cumprir
Seus propósitos e exaltar aqueles que O servem fielmente. A história de
Mardoqueu e Hamã nos encoraja a confiar na justiça divina, sabendo que Deus
trabalha todas as coisas para o bem daqueles que O amam (Romanos 8:28).
2. Presunção
e autoconfiança
Hamã estava extasiado. A proposta do rei Assuero sobre honrar
alguém que lhe agradava (Ester 6:6) encheu Hamã de presunção, levando-o a crer
que ele próprio era o destinatário da honra. Este equívoco fez com que ele
momentaneamente esquecesse sua sede de vingança contra Mardoqueu e a forca que
havia preparado. Hamã é um exemplo clássico de alguém que precisa
constantemente inflar seu ego para se sentir realizado, revelando um quadro
profundamente doentio de narcisismo e autossuficiência.
A presunção de Hamã, achando-se digno de uma honra destinada a
outro, é uma manifestação clara de soberba e orgulho. Este tipo de orgulho é um
dos pecados mais antigos e perigosos, remontando à queda de Lúcifer, que em sua
arrogância desejou ser igual a Deus (Isaías 14:13,14). Lúcifer não só caiu por
causa de seu orgulho, mas também instilou esse mesmo sentimento na mente de
Eva, levando-a a desobedecer a Deus (Gênesis 3:1-5). A Bíblia nos adverte
repetidamente sobre os perigos do orgulho, afirmando que ele precede a ruína
(Provérbios 16:18,19).
A humildade de Cristo como exemplo
Em contraste com a presunção de Hamã, somos chamados a seguir o
exemplo de humildade de Cristo. Jesus, mesmo sendo Deus, não considerou o ser
igual a Deus algo a que devia apegar-se, mas esvaziou-se a si mesmo, tomando a
forma de servo (Filipenses 2:3-8). A humildade de Cristo nos liberta de
ambições egoístas e nos ensina a considerar os outros superiores a nós mesmos.
Este espírito de humildade nos protege do orgulho destrutivo e nos guia para um
relacionamento saudável com Deus e com os outros.
A fonte verdadeira de alegria
Ao invés de condicionar nossas emoções ao reconhecimento humano ou
às circunstâncias momentâneas, devemos buscar a alegria verdadeira no Senhor.
Jesus nos oferece uma alegria completa e duradoura (João 15:11). Paulo exorta
os cristãos a se regozijarem sempre no Senhor (Filipenses 4:4-7) e Pedro
exorta-nos a lançar sobre Jesus todas as nossas ansiedades (1Pedro 5:7). Esta
confiança em Deus nos fortalece contra a necessidade de aprovação externa e nos
mantém firmes em meio às adversidades.
3. O
devido lugar de honra
O rei Assuero perguntou: "Que se fará ao homem de cuja honra
o rei se agrada?" (Ester 6:6). Hamã, cheio de presunção, achou que o rei
se referia a ele e sugeriu que o homem fosse vestido com a veste real, montasse
o cavalo do rei, recebesse a coroa real e fosse conduzido por um dos maiores
príncipes do rei, com uma proclamação pública: "Assim se fará ao homem de
cuja honra o rei se agrada!" (Ester 6:6-9). O rei imediatamente acatou a
sugestão, mas Hamã não imaginava que o honrado seria Mardoqueu e que ele
próprio teria que conduzi-lo pela cidade (Ester 6:10,11). Esta reviravolta
deixou Hamã furioso e profundamente envergonhado (Ester 6:12).
Alegrar-se com a honra alheia
Devemos nos alegrar quando alguém é honrado. Incomodar-se com a
honra alheia pode ser uma expressão de orgulho e inveja. A Bíblia nos ensina a
honrar os que são dignos de honra, pois isso agrada a Deus (1Pedro 2:17;
1Tessalonicenses 5:12,13). Honra genuína não deve ser confundida com bajulação.
É uma virtude reconhecer e celebrar as conquistas e virtudes dos outros, pois
isso reflete um coração puro e humilde.
A humildade de Mardoqueu
Apesar da grande honra recebida, Mardoqueu voltou para a porta do
rei (Ester 6:12). Sua reação demonstra uma humildade exemplar. A verdadeira
honra não deve nos desviar de nossos deveres e responsabilidades. Honras
efêmeras podem facilmente inflar nosso ego e nos fazer perder de vista nosso
verdadeiro propósito. Manter os pés no chão e continuar servindo fielmente é
uma característica dos verdadeiramente honrados.
III. A
SÍNDROME DE IMPERADOR
1. A
soberba de Hamã
Quando Hamã sugeriu ao rei Assuero como deveria ser honrado o
homem de cuja honra o rei se agrada, ele revelou seu desejo de ser tratado como
um imperador. Hamã queria a roupa de rei, o cavalo de rei e a coroa de rei
(Ester 6:8). Este desejo desenfreado de honra e poder é uma clara manifestação
de soberba e presunção. A síndrome de imperador, onde alguém deseja ser tratado
como um monarca absoluto, é um problema antigo que ainda se manifesta em
diferentes contextos hoje.
Síndrome de imperador nas famílias
e o papel dos pais
Atualmente, a "síndrome do imperador" tem sido
identificada em adolescentes e jovens. Esses jovens se comportam de maneira
egocêntrica, reinam dentro e fora de casa, ditam as regras e exigem o que
querem. Essa atitude pode ser resultado de uma educação permissiva e falta de
limites claros. Sem correção adequada, esses filhos podem chegar à vida adulta
como Hamã, cheios de soberba e presunção (Provérbios 23:13-14; 29:15,17,23;
30:17). É crucial que os pais entendam a importância da disciplina e do ensino
dos valores corretos desde cedo.
Deus deseja que tenhamos famílias saudáveis, onde a disciplina e o
amor coexistem em harmonia (Salmos 127:1-5; 128:1-6). Os pais têm um papel
fundamental em guiar seus filhos com amor responsável, dedicando tempo de
qualidade e vivendo em constante vigilância e oração (Hebreus 12:7-9; Jó 1:5;
Salmos 144:12). A correção, quando feita com amor e sabedoria, é uma forma de
demonstrar cuidado e preparar os filhos para uma vida de humildade e serviço.
Prevenindo a síndrome de imperador
Para prevenir a síndrome do imperador, é essencial que os pais:
a)
Estabeleçam limites claros. Crianças
precisam de limites para entender o que é aceitável e o que não é. Esses
limites devem ser consistentes e justos.
b)
Modelem comportamentos humildes. Os pais
devem ser exemplos de humildade e serviço. As crianças aprendem observando os
adultos ao seu redor.
c)
Encorajem a empatia. Ensinar
as crianças a se colocarem no lugar dos outros ajuda a combater o egocentrismo.
d)
Promovam a responsabilidade. As
crianças devem aprender a assumir responsabilidades adequadas à sua idade,
desenvolvendo um senso de dever e cooperação.
e)
Dedicação de tempo de qualidade. O tempo
de qualidade com os filhos fortalece os laços familiares e permite que os pais
ensinem valores importantes de forma natural.
2. Um mau
prenúncio
Depois de ser humilhado ao honrar Mardoqueu, Hamã voltou para casa
arrasado. Ele esperava encontrar consolo na sua esposa e amigos, mas o que
recebeu foi uma advertência ainda mais desalentadora. Eles declararam: “Se
Mardoqueu, diante de quem já começaste a cair, é da semente dos judeus, não
prevalecerás contra ele; antes, certamente cairás perante ele” (Ester
6:13). Esta afirmação foi um mau prenúncio para Hamã, sinalizando que sua sorte
estava prestes a mudar para pior.
Reconhecimento da providência
Divina
A declaração dos amigos e da esposa de Hamã revela um
reconhecimento implícito da providência divina sobre os judeus. Eles pareceram
entender que a história dos judeus está repleta de episódios onde, apesar das
adversidades, Deus intervém para proteger e salvar Seu povo. A percepção de que
Hamã estava começando a cair diante de Mardoqueu, um judeu, reforça a crença de
que forças maiores estavam em ação.
A história dos judeus é marcada por inúmeros episódios de
sofrimento e ameaças, mas também de livramentos miraculosos. Desde a libertação
do Egito até os tempos de Ester, os judeus experimentaram a intervenção divina
de maneiras poderosas e inesperadas. A Bíblia está cheia de relatos onde Deus
reverte situações aparentemente impossíveis para o bem do Seu povo (Êxodo
14:21-31; Daniel 3:16-28).
O desespero de Hamã
Hamã, que estava tão seguro de seu plano e de sua posição, agora
se via confrontado com uma realidade que não conseguia controlar. A confiança
de seus familiares e amigos na inevitabilidade da queda de Hamã, devido à sua
oposição a Mardoqueu, apenas aumentou seu desespero. Esse momento marcou uma
virada na narrativa, onde o orgulho e a presunção de Hamã começaram a ser
recompensados com a ruína iminente.
Reflexão sobre soberba e humildade
A história de Hamã serve como um poderoso lembrete das consequências
da soberba e do orgulho. Aqueles que se exaltam, eventualmente, serão
humilhados (Lucas 14:11). Em contraste, a humildade e a confiança em Deus, como
demonstrado por Mardoqueu e Ester, resultam em honra e livramento (1Pedro 5:6).
CONCLUSÃO
Este estudo sobre "A Humilhação de Hamã e a Honra de
Mardoqueu" destaca a providência divina e a justiça de Deus em ação. Hamã,
movido pela soberba e pelo ódio, acabou enfrentando a ruína, enquanto
Mardoqueu, pela sua integridade e humildade, foi honrado pelo rei. Estes
eventos sublinham a importância de confiar em Deus e agir com humildade,
mostrando que, mesmo em situações difíceis, a justiça divina prevalece. A
narrativa nos lembra que Deus está no controle e que a verdadeira honra vem de
viver de acordo com Seus princípios.
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Luciano de Paula Lourenço – EBD/IEADTC
Referências Bibliográficas:
Bíblia de Estudo Pentecostal.
Bíblia de estudo – Aplicação Pessoal.
Bíblia de Estudo – Palavras Chave – Hebraico e Grego. CPAD
William Macdonald. Comentário Bíblico popular (Antigo e Novo
Testamento).
Comentário do Novo Testamento – Aplicação Pessoal. CPAD.
Comentário Bíblico Pentecostal do Novo Testamento. CPAD.
Pr. Hernandes Dias Lopes. Rute – uma perfeita história de amor.
Pr. Elinaldo Renovato de Lima. O caráter do cristão. CPAD.
Comentário Bíblico Beacon. Volume 2.
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