4° Trimestre/2022
Texto Base: Ezequiel
38:1-6; 39:1-10
”E sairá a enganar as
nações que estão sobre os quatro cantos da terra, Gogue e Magogue, cujo número
é como a areia do mar para as ajuntar em batalha” (Ap.20:8).
Ezequiel 38:
1.Veio
mais a mim a palavra do SENHOR, dizendo:
2.Filho
do homem, dirige o rosto contra Gogue, terra de Magogue, príncipe e chefe de
Meseque e de Tubal, e profetiza contra ele.
3.E
dize: Assim diz o Senhor JEOVÁ: Eis que eu sou contra ti, ó Gogue, príncipe e
chefe de Meseque e de Tubal.
4.E
te farei voltar, e porei anzóis nos teus queixos, e te levarei a ti, com todo o
teu exército, cavalos e cavaleiros, todos vestidos bizarramente, congregação
grande, com escudo e rodela, manejando todos a espada;
5.persas,
etíopes e os de Pute com eles, todos com escudo e capacete;
6.Gomer
e todas as suas tropas; a casa de Togarma, da banda do Norte, e todas as suas
tropas, muitos povos contigo.
Ezequiel 39:
1.Tu,
pois, ó filho do homem, profetiza ainda contra Gogue e dize: Assim diz o Senhor
JEOVÁ: Eis que eu sou contra, ó Gogue, príncipe e chefe de Meseque e de Tubal.
2.E
te farei voltar, e te porei seis anzóis, e te farei subir das bandas do Norte,
e te trarei aos montes de Israel.
3.E
tirarei o teu arco da tua mão esquerda e farei cair as tuas flechas da tua mão
direita.
4.Nos
montes de Israel, cairás, tu, e todas as tuas tropas, e os povos que estão
contigo; e às aves de rapina, e às aves de toda a asa, e aos animais do campo,
te darei por pasto.
5.Sobre
a face do campo cairás, porque eu falei, diz o Senhor JEOVÁ.
6.E
enviarei um fogo sobre Magogue e entre os que habitam seguros nas ilhas; e
saberão que eu sou o SENHOR.
7.E
farei conhecido o meu santo nome no meio do meu povo de Israel e nunca mais
deixarei profanar o meu santo nome; e as nações saberão que eu sou o Senhor, o
Santo em Israel.
8.Eis
que é vindo e se cumprirá, diz o Senhor JEOVÁ; este é o dia de que tenho
falado.
9.E
os habitantes das cidades de Israel sairão, e totalmente queimarão as armas, e
os escudos, e as rodelas, com os arcos, e com as flechas, e com os bastões de
isso por sete anos.
10.E
não trarão lenha do campo, nem a cortarão dos bosques, mas com as armas
acenderão fogo; e roubarão aos que os roubaram e despojarão aos que despojaram,
diz o Senhor JEOVÁ.
INTRODUÇÃO
Nesta
Aula trataremos da profecia de Ezequiel a respeito de Gogue e Magogue,
possivelmente, uma coalizão de nações que têm o mesmo objetivo: destruir o povo
de Israel. Esta profecia ainda não se cumpriu, mas já estamos vendo bem de
perto a movimentação para que isso ocorra. O livro de Ezequiel trata de
profecias que ainda não se cumpriram em Israel; isso significa que elas se
cumprirão no futuro, pois a Palavra de Deus não falha. Os recentes
acontecimentos na Ucrânia têm alimentado as chamas do fervor escatológico de
muitos cristãos e também dos judeus.
As
profecias da Bíblia, a respeito da nação de Israel, são um testemunho poderoso
da intervenção divina no mundo. É bom ressaltar que Gogue e Magogue de Ezequiel
é completamente diferente do Gogue e Magogue de Apocalipse; são dois eventos
completamente distintos. O de Ezequiel trata de uma colisão de nações que se
levantará para invadir e destruir a nação de Israel; a profecia deixa claro que
essa invasão será para o ”fim dos anos” (Ez.38:8); “no fim dos dias” (Ez.38:16),
depois da restauração do Estado de Israel (Ez.38:12). Isso significa que será
antes da Grande Tribulação, ou, talvez, logo no início dela, portanto, não é a
mesma batalha do Armagedom (Ap.16:16). No livro de Apocalipse, trata-se
de um conflito que ocorrerá no final do Milênio, uma rebelião contra o reino de
Cristo, que é descrita em Ap.20:7-10; uma rebelião que envolverá os “quatro
cantos da terra”. Em Ezequiel, a invasão de Gogue e seu bando se restringirá aos
termos de Israel. O número do efetivo na rebelião apocalíptica é “como a areia
do mar”, e o de Ezequiel é de “grande multidão”. Na rebelião apocalíptica, Deus
imporá seu último juízo aqui na terra sobre a humanidade, antes do juízo do
Grande Trono Branco. Após isto, Deus estabelecerá para sempre o seu glorioso
Estado Eterno, onde os salvos estarão para sempre com o Senhor.
I. SOBRE A IDENTIDADE DOS POVOS INVASORES (PARTE 1)
1. Os
invasores (Ez.38:5,6; 39:2)
“persas, etíopes e os
de Pute com eles, todos com escudo e capacete; Gomer e todas as suas tropas; a
casa de Togarma, da banda do Norte, e todas as suas tropas, muitos povos
contigo. E te farei voltar, e te porei seis anzóis, e te farei subir das bandas
do Norte, e te trarei aos montes de Israel”.
Ezequiel
38:5,6 e 39:2 mostram quem serão os invasores de Israel, liderados pelo
“príncipe de Rosh” (Ez.38:2). Para muitos estudiosos das profecias de Ezequiel
38 e 39, Gogue é o príncipe de Rosh, ou o presidente de Rosh, pelo
que, será provavelmente o presidente da Rússia, uma vez que Rosh era
um dos antigos nomes dados à Rússia moderna. É necessário, pois, identificar
esses povos no contexto em que vivia o profeta e procurar identificá-los nos
tempos atuais, quando possível; isso tornará a profecia compreensível e mais
vívida em nossos dias. Com a ajuda de alguns estudiosos e historiadores,
apontamos esses invasores da seguinte forma:
a)
Pérsia.
Incluído nesta aliança está o reino da Pérsia que, nos dias de Ezequiel, era um
poder menos conhecido ao leste da Babilônia. Hoje, a Pérsia é conhecida como
Irã e existe como uma das maiores ameaças à nação de Israel. Em nenhum outro
momento da história houve uma aliança em que a Pérsia e a Rússia se uniram
contra a terra de Israel. Hoje a Rússia é aliada do Irã, fornecendo tecnologia
nuclear ao país, ajudando-o a construir usinas nucleares e sistemas de
centrifugação. O Irã também contratou a Rússia para comprar sistemas
sofisticados de defesa antimísseis e aeronaves para protegê-lo das ameaças de
Israel de destruir suas ambições nucleares. Na guerra atual entre a Rússia e a Ucrânia,
noticia-se que Irã está fornecendo drones kamikazes para atacar a infraestrutura
da Ucrânia. Isto é um forte sinal de aliança inquebrável entre estas duas
nações. A Pérsia (Irã), juntamente com outras nações do Norte, atacará Israel
nos “últimos dias”.
b) Etiópia. “Cush”
é o nome antigo da Etiópia, que inclui as nações ao sul do Egito. Embora a
Etiópia seja historicamente uma nação cristã, os muçulmanos fizeram grandes
incursões para ganhar poder não apenas na Etiópia, mas também no Sudão. Essas
nações estão unidas em seu ódio contra Israel.
c) Líbia (Pute).
Este é outro aliado da Rússia e outra nação islâmica com uma história de ser um
inimigo da nação de Israel. É uma nação antiga fundada por comerciantes
fenícios como uma colônia. O general Hannibal é um dos descendentes mais
famosos desta terra. Atualmente sua população é composta de 97% de muçulmanos
sunitas, desde 1966. Na época do ditador Muamar Al-Khadaffi, por muitos anos, a
Líbia foi um dos principais financiadores dos terroristas árabes, em especial
dos palestinos, tendo tido sempre alinhamento com a União Soviética.
A
profecia de Ezequiel diz que estes países - Irã, Etiópia e Líbia - estarão com
“escudo e capacete”, ou seja, a expressão bíblica indica que participarão da
operação militar desencadeada pela Rússia com soldados, pois escudo e capacete
são equipamentos utilizados pelos soldados, o que nos permite vislumbrar que se
tentará uma guerra convencional.
d) Gomer. Originalmente,
é o filho mais velho de Jafé, irmão de Magogue (Gn.10:2). O povo descendente de
Gomer fará parte da aliança contra Israel nos últimos dias. No capítulo 10 de
Gênesis, Jafé é listado como tendo sete filhos, sendo quatro deles incluídos na
lista de nações que virão contra a terra de Israel. Os judeus entendem que
Gomer representa a Alemanha; o nome Alemanha é pensado por ter vindo do termo
Gomerland. Além disso, os judeus da Alemanha são conhecidos como judeus
asquenazes, em homenagem a Ashkenaz, um dos filhos de Gomer. “Os filhos de
Gomer são: Asquenaz, Rifate e Togarma“(Gn.10:3).
e)
Togarma.
O quinto país aliado mencionado pela
profeta é Togarma. Este é outro filho de Gomer, conhecido por trocar
cavalos com os mercadores de Tiro (Ez.27:14). Este país é identificado com a
Armênia, que fica a leste do Mar Negro, conhecida por sua criação e comércio de
cavalos com a Pérsia e a Babilônia. Hoje a Armênia é identificada como aliada
da Rússia e da Pérsia.
f)
“muitas pessoas … com você” (Ez.38:6). A profecia mostra que a lista de nações não é
abrangente, mas inclui outros grupos de pessoas nesta aliança de nações que vêm
contra Israel. Essas nações poderiam invadir Israel com base em um mandato da
ONU por causa da política de Israel em relação a seus vizinhos árabes. Os
possíveis motivos para justificar um ataque a Israel podem ser os seguintes:
- Israel pode
atacar um Estado palestino declarado pelas Nações Unidas.
- Israel pode
rejeitar uma divisão mandatada pela ONU em Jerusalém.
- Israel pode
assumir o controle do Domo da Rocha em um esforço para começar a
construção do terceiro Templo.
- Israel pode
revidar algum ataque à sua soberania sobre as suas reservas de gás.
Contudo,
estas nações serão derrotadas pela intervenção divina. O capítulo 39 descreve a
derrocada de Gogue e os seus confederados (Ez.39:4-6). Como podemos, pois,
observar, os movimentos da política internacional continuam sinalizando para um
estado de aliança político-militar entre a Rússia e as nações que a profecia
bíblica indica serem aquelas que auxiliarão na frustrada invasão da Terra de
Israel, na guerra que será promovida por Gogue, príncipe de Tubal e de Meseque,
na terra de Magogue, contra o povo de Israel.
2.
Compreendendo a profecia
Ezequiel
descreve uma coalizão de nações que farão um ataque final contra Israel depois
da restauração de Israel à sua pátria, na tentativa de destruir a nação e
apossar-se da sua terra. A profecia de Ezequiel aponta para um período em que
Israel se restabelecerá novamente como nação, ou seja, quando Deus fizer
regressar o seu povo da diáspora vindo de todas as nações da terra (Ez.36:24).
Alguém tem dúvida que isto já aconteceu? Certamente, não há dúvida! Logo,
estamos no limiar desse impressionante acontecimento, que deixará a humanidade
bastante apreensiva.
O
profeta afirma que o líder dessas nações invasoras se chama Gogue (Ez.38:2-23).
As nações invasoras, porém, não terão êxito, serão derrotadas pelo próprio
Deus, que confundirá os exércitos invasores, de modo que algumas nações se
voltarão contra os seus aliados. Ele também derrotará diretamente os exércitos
por meio de terremotos, enfermidades e outros meios catastróficos
(cf.Ez.38:21,22). Os exércitos de Gogue se encherão de terror por causa da
peste e do sangue, chuva inundante, grandes pedras de saraiva, fogo e enxofre
que Deus enviará (Ez.38:17-23). A destruição dos inimigos do povo de Deus traz
à lembrança a promessa do Senhor em Isaias 54:17: “Toda arma forjada contra ti
não prosperará [...] esta é a herança dos servos do Senhor”.
3. Gogue
(Ez.38:2a; 39:1a)
O
profeta descreve Gogue como “príncipe do Rôs, de Meseque e Tubal”, que, na
opinião de alguns, são os nomes antigos da Rússia, de Moscou e de Tobolsk. Percebe-se,
portanto, que este personagem, que a Bíblia denomina de Gogue, e que é o
príncipe de Meseque e de Tubal, terá a audácia de invadir a terra de Israel,
quando haverá uma relativa sensação de paz no meio do povo de Israel (“o povo
que se ajuntou entre as nações”), buscando dominar os recursos naturais
existentes na região. A primeira dificuldade que se tem é a identificação de
quem seja Gogue. A Bíblia diz que se trata de uma pessoa, de uma autoridade, o
príncipe de Meseque e de Tubal, lugares situados na terra de Magogue. Para que
tenhamos condição de saber a que lugar o texto sagrado está se referindo,
devemos verificar a relação de nações surgidas da confusão das línguas em
Babel, o chamado “índice das nações”, que se encontra no capítulo 10 do livro
de Gênesis. Lá está dito que, entre os filhos de Jafé, um dos filhos de Noé,
estavam Magogue, Tubal e Meseque (Gn.10:2). Flávio Josefo, o grande historiador
judeu, ao comentar esta relação de nações, indica que Magogue foi o pai dos
citas, povo bárbaro que vivia, na época de Josefo (século I d.C.), na região
que hoje pertence à Rússia, enquanto Tubal teria dado origem aos iberos, povo
que habitou a região da Península Ibérica (Portugal e Espanha atuais) e Meseque
teria sido o pai dos capadócios, povo que habitou a Capadócia, região que hoje
pertence à Turquia (cf. Flávio JOSEFO. História dos hebreus).
O
texto bíblico diz que Gogue é o príncipe de Tubal e de Meseque, que se
encontram na terra de Magogue. Portanto, trata-se de uma autoridade que tem sua
base na região que foi ocupada pelos Citas na época de Josefo, ou seja, a
Rússia, que é o principal país que se situa ao norte de Israel, pois a profecia
bíblica de Ezequiel diz claramente que este invasor virá do Norte (Ez.39:2) e,
como foi muito bem demonstrado pelos estudiosos, em especial o pastor Abraão de
Almeida, se traçarmos uma linha reta de Jerusalém rumo ao norte, esta linha
passará por Moscou, a capital russa.
Mas
como dizer que Gogue é uma autoridade da Rússia, se, como vimos, Tubal seria a
nação dos iberos e Meseque, a nação dos capadócios, duas regiões bem distantes
da Rússia e que nem sequer se situam precisamente no norte de Israel (pelo
menos a Península Ibérica)? Muitos estudiosos, inclusive, ao analisarem o fato
de Gogue ser chamado de “príncipe de Tubal e de Meseque”, associam os nomes
bíblicos de Tubal e de Meseque, não aos filhos de Javé, ou seja, às nações
surgidas das descendências destes dois filhos de Javé, mas, sim, a nomes de
lugares, pois a referência à descendência, à nacionalidade, somente se dá na
expressão “terra de Magogue” e, portanto, Tubal e Meseque seriam apenas nomes
de locais. Assim, Tubal e Meseque, em Ez.38:2, não representariam as nações
surgidas de Tubal e de Meseque, mas cidades da terra de Magogue, cidades que,
edificadas por descendentes de Magogue, fazem menção, em seus nomes, a estes
irmãos de Magogue, a título de homenagem, como se vê, por exemplo, no caso de
Caim, que, ao edificar uma cidade, deu a ela o nome de seu filho Enoque
(Gn.4:17).
As
denominações proféticas destes locais, Tubal e Meseque, correspondem,
nitidamente, em mais das inúmeras demonstrações da infalibilidade das
Escrituras às localidades hoje conhecidas como Tobolsk e Moscou, que, não
coincidentemente, são duas das principais cidades da Rússia. Com efeito,
Tobolsk foi fundada pelos russos em 1587, quando eles começaram a ocupar a
Sibéria (nome que recebe a parte norte da Ásia e que se confunde com a própria
Rússia asiática), sendo, desde então, considerada a capital histórica da Rússia
asiática, o símbolo do domínio russo sobre esta parte da Ásia. Moscou, por sua
vez, capital do principado de Moscóvia, é a capital de toda a Rússia desde a
unificação dos vários principados da região, o que se deu em 1495 sob o reinado
de Ivã III. Antes, em 1453, logo após a queda de Constantinopla, Moscou fora
considerada a nova capital da cristandade pelos cristãos orientais, a “terceira
Roma”, o que demonstra como é antiga a pretensão dos russos de se arvorarem em
estandarte da Cristandade Oriental e, assim, terem direito sobre a Terra Santa.
Deste modo, percebemos, com clareza, que Gogue é o chefe da Rússia, ou seja, o
governante da Rússia que, nos últimos tempos, resolverá invadir Israel
juntamente com várias outras nações já definidas aqui.
II. SOBRE A IDENTIDADE DOS POVOS INVASORES (PARTE 2)
1. Magogue
(Ez.38:2b; 39:1b, 6a)
Em
Gênesis 10:2 Magogue é um dos filhos de Jafé, que era filho de Noé. De acordo
com Ezequiel 38:2 é um povo cujo território será futuramente governado por
Gogue (talvez já esteja ocorrendo). Em Ez.38:2, lê-se literalmente: “Firma bem
a tua face contra Gogue, contra a terra de Magogue […]”. O historiador judeu
Flávio Josefo (37-103 d.C.), mundialmente respeitado e conhecido pela sua
obra "As Guerras dos Judeus", identifica Magogue com os Citas; estes
eram originários daquilo que é hoje o Sul do Irão; eram guerreiros que montavam
cavalos e que habitavam em muito do território que hoje compõe a Geórgia, a
Arménia, e parte das regiões do sul da Ucrânia e da Rússia por cerca de 1300
anos, desde o 7º século a.C. até ao 4º século d.C. A costa Norte do Mar Negro
era completamente Cita. Mas o que há de tão especial com os Citas? Flávio
Josefo tinha uma interessante teoria acerca deles e das terras onde viveram.
Segundo as suas conclusões, aquelas terras onde eles habitaram
eram Magogue, tal como lemos na Bíblia sobre Gogue e Magogue (Ez.38 e 39).
É essa agora, pois, a razão da efervescência recente entre os estudiosos dos
sinais apocalípticos, logo que os acontecimentos na Ucrânia começaram a despertar
a atenção mundial. Para muitos estudiosos, a expectativa de estarmos a viver
nos "últimos dias" é tão grande, que este é mais um grande sinal do
fim, talvez o princípio do fim. No Novo Testamento os Citas aparecem juntamente
com os bárbaros (Cl.3:11), e que, talvez, muitos deles tenham se convertido a
Cristo.
2. Meseque
e Tubal (Ez.38:2c; 39:1c)
Originalmente,
assim como Magogue, Meseque e Tubal eram filhos de Jafé, que era filho de Noé
(Gn.10:2). Como foi dito no item 3 do tópico I, Tubal e Meseque, em Ez.38:2,
são cidades da terra de Magogue, cidades que, edificadas por descendentes de
Magogue, fazem menção, em seus nomes a estes irmãos de Magogue, a título de
homenagem, como se vê, por exemplo, no caso de Caim, que, ao edificar uma
cidade, deu a ela o nome de seu filho Enoque (Gn.4:17). Estas denominações
proféticas destes locais, Tubal e Meseque, correspondem, nitidamente, em mais
das inúmeras demonstrações da infalibilidade das Escrituras, às localidades
hoje conhecidas como Tobolsk e Moscou, que, não coincidentemente, são duas das
principais cidades da Rússia.
3. A
coalização de Gogue (Ez.38:5)
Como
já foi dito no item 1 do tópico I, conforme a profecia de Ezequiel haverá uma
coalizão de nações que farão um ataque final contra Israel depois de sua
restauração como nação, na tentativa de destruí-la e apossar-se da sua terra. Com
vimos, o líder dessas nações chama-se Gogue. As nações invasoras, porém, não terão
êxito, serão derrotadas pelo próprio Deus. Por causa dessa invasão, Deus
castigará a terra de Magogue; Ele enviará uma saraiva de fogo na terra de
Magogue e nas áreas ao redor dela (Ez.39:6). Pela destruição dos exércitos das
nações perversas e invasoras, o Senhor manifestará a sua glória de tal maneira
que todos saberão que somente Ele é o Senhor (Ez.39:6).
“Far-te-ei
que te volvas” (Ez.38:4). Deus está puxando essa aliança para Israel. O próprio
Deus está envolvido nesta próxima batalha. Gogue é retratado como um animal com
ganchos nas mandíbulas sendo puxados para o conflito; Deus coloca os ganchos
nas mandíbulas de Gogue.
“Todo
o teu exército” (Ez.38:5). A profecia deixa claro que o exército que virá
atacar Israel é uma força imensa que exigirá o enterro dos mortos por sete
meses. Deus usará esses exércitos para se revelar às nações em seu conflito com
Israel. As armas descritas no texto são termos com os quais Ezequiel e sua
plateia estariam familiarizados - cavalos, cavaleiros, broquéis e espadachins.
Ele faz menção a todos os tipos de armaduras, incluindo armas modernas.
Pelos
últimos acontecimentos no mundo, principalmente na Ucrânia, essa coalizão
brevemente será formada e a invasão será concretizada. Todos somos sabedores
que Israel, hoje, é um país soberano, organizado política e economicamente, e
considerado um dos países mais desenvolvido do mundo, apesar de sua recente
independência, que se deu em 1948. E com a recente descoberta de gás, com uma
reserva bastante volumosa, isto nos alerta que muito breve esse acontecimento
se concretizará; já estamos vendo o movimento do tabuleiro no mundo político;
já estamos vendo as angústias das nações tomando posições para este momento
espetacular e ao mesmo tempo desastroso da história da humanidade. Mas, não
somente Israel será afetado, também todos os países do mundo sofrerão as
sequelas desse conflito, haja vista que estamos vivendo num mundo globalizado, em
que um país afetado pelo outro terá reflexo aos demais. A Igreja, mais do que
nunca, precisa estar alerta e observando todos esses acontecimentos, pois a
iminência da volta do Senhor nunca foi tão vibrante e audível.
III. SOBRE O CONTEXTO ESCATOLOGICO
1. Gogue e
Magogue
Como
já foi dito anteriormente, Gogue, da terra de Maogogue, será o líder político
que organizará uma aliança de nações contra Israel. Ezequiel o identifica como
o “príncipe de Rosh, Meseque e Tubal”. O historiador judeu Josefo identificou a
terra de Magogue como Cítia, a progenitora da Rússia, ao norte de Israel.
Também na tabela das nações, Gênesis capítulo 10, Magogue é identificado como
um dos filhos de Jafé. Portanto, na época de Ezequiel e no futuro, sua prole
seria uma nação importante. Gogue de Magogue liderará a aliança de nações
contra Israel, mas a profecia deixa claro que essas nações serão derrotadas
vergonhosamente (Ez.39:4), e o nome de Deus será glorificado entre seu povo e
entre as demais nações (Ez.39:7).
2. Como a
Rússia aparece nesse contexto?
Aparece
no contexto porque a profecia diz que a iniciativa da invasão é do “príncipe e
chefe de Meseque e Tubal” (Ez.38:2 - ARC). Na Almeida e Atualizada diz:
“príncipe de Rôs, de Meseque e Tubal”. A palavra hebraica para chefe é “Ro’sh”,
de significado amplo - “cabeça, chefe, pico, monte, parte superior”. Algumas
traduções o traduzirão como príncipe principal em vez de príncipe de Rosh, com
base em suas opiniões. Independentemente disso, Gogue é identificado como um
líder do extremo norte, que é o chefe dos descendentes de Meseque e Tubal, na
terra de Magogue. Foi a semelhança de Sons e a localização geográfica que levou
muitos estudiosos a identificarem Rosh com a Rússia; Meseque, com Moscou, atual
capital da Rússia; e Tubal com Tobolsk, cidade russa.
3. Origem
da interpretação
“Esse
pensamento não veio dos pentecostais e nem se trata de uma ideia oriunda dos
dispensacionalistas, como equivocadamente dizem os críticos. Essa interpretação
vem de longe, desde Gesenius (1787-1842), famoso orientalista alemão. Em seu
léxico hebraico, o Roshe de Ezequiel 38.2 são os russos. Depois da
Guerra Fria, o assunto foi ficando no esquecimento. Mas com a guerra da Ucrânia
em 2022, a relação entre Rússia e o Ocidente está voltando ao cenário
mundial, o que era antes da Queda do Muro de Berlim em 1989” (LBM.CPAD).
“O importante em nosso
estudo não é a identidade de Gogue e seus confederados, isso são detalhes, mas
mostrar ao mundo a veracidade da Palavra de Deus. Os expositores céticos das
Escrituras, aqueles que não acreditam em milagres e nem na possibilidade de o
Espírito anunciar as coisas futuras por meio dos profetas, procuram explicar as
profecias que já foram cumpridas como se fossem extraídas do fato ocorrido.
Eles chamam essa suposta ”pia fraude” de vaticinium ex eventu,
”vaticínio-predição-oráculo a partir do evento fato”, como se a profecia fosse
escrita depois do acontecimento. Agora, com o cumprimento de profecias bíblicas
na atualidade, eles não têm argumento em favor do vaticinium ex evento”
(Esequias Soares).
CONCLUSÃO
Aprendemos
nesta Aula, conquanto superficialmente, sobre uma coalizão de nações, liderada
por um governante poderoso, que achamos que seja o governante da Rússia, que
pretenderá invadir a nação de Israel “no fim dos anos” (cf. Ez.38:8), isto é,
nos últimos dias (que todos sabemos que é o período histórico que se inicia com
o final da dispensação da graça e vai até o final da história, no término do
milênio). Aprendemos também que o conflito descrito no livro do profeta
Ezequiel não deve ser confundido com dois outros eventos que também ocorrerão,
a saber: a batalha do Armagedom, que é o conflito que haverá entre os exércitos
do Anticristo e Israel, que ocorrerá no final da Grande Tribulação; e a
rebelião final de Gogue e Magogue, ou seja, o conflito que haverá entre os que
se rebelarem contra o reino de Cristo, no final do milênio, que é descrita em
Ap.20:7-10.
Vimos
que Tubal e Meseque, na terra de Magogue, é a Rússia e, portanto, o que a
Bíblia nos diz é que o governante da Rússia invadirá Israel, querendo tomar-lhe
as riquezas. Para tanto, chefiará uma aliança de nações. A Bíblia diz que esta
decisão de Gogue se dará quando houver uma sensação de paz na região do Oriente
Médio. O texto sagrado afirma que Gogue, ao contemplar que os moradores de
Israel estão seguros, decidirá pelo ataque (Ez.38:11). Esta afirmativa bíblica
explica porque a União Soviética, em pleno capitalismo de estado, nunca poderia
ter sido a potência que invadiria Israel. Para que haja a invasão, a Bíblia diz
que deveria haver um sentimento de segurança em Israel e a política soviética à
época era, precisamente, a de causar intranquilidade no Oriente Médio, pois a
Guerra Fria nada mais era que uma sequência de atitudes de instabilidade que
tanto os Estados Unidos quanto a União Soviética semeavam nos demais países, a
fim de favorecer ou enfraquecer os governos que lhes eram alinhados, ou não.
Enquanto perdurasse a Guerra Fria, jamais poderia haver clima favorável à paz
no Oriente Médio e isto é uma condição indispensável para que haja este
conflito entre Israel e Magogue. Vemos, portanto, claramente, que jamais a
guerra predita em Ez.38
e 39 poderia ser considerada a derrocada
final do comunismo, como foi alardeado, pois a existência da Guerra Fria
impediria que houvesse uma sensação de segurança e de paz na Palestina, que é
predito como sendo o ambiente a ser vivido por Israel quando ocorrer essa
invasão. Estejamos, pois, preparados porque Jesus breve virá!
----------------------
Luciano de Paula Lourenço – EBD/IEADTC
Referências Bibliográficas:
Bíblia de Estudo Pentecostal.
Bíblia de estudo – Aplicação Pessoal.
Bíblia de Estudo – Palavras Chave – Hebraico e Grego. CPAD
William Macdonald. Comentário Bíblico popular (Antigo e Novo
Testamento).
Ezequias Soares. A justiça divina: preparação do povo de Deus para
os últimos dias no Livro de Ezequiel. CPAD.
J.Kenneth Grider. O Livro de Ezequiel. Comentário Bíblico Beacon.
CPAD.
Daniel Block. Ezequiel.
Pr. Caramuru Afonso Francisco. A guerra entre Israel e Magogue.
Portal EBD_2004.
Flavio Josefo. A guerra entre Israel e Magogue.
Pr. Abraão de Almeida. Israel, Gogue e o Anticristo. CPAD.
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