4º Trimestre/2013
Texto Básico: Ec
12:1-14
“De tudo o que se tem ouvido, o fim é: Teme a Deus e
guarda os seus mandamentos; porque este é o dever de todo homem” (Ec 12:13).
INTRODUÇÃO
Mais
um ano letivo se finda. Não poderia terminar melhor sem o estudo dos livros de
Provérbios e Eclesiastes. Neste 4º trimestre tivemos momentos de grandes
reflexões acerca da vida nossa de cada dia. O capítulo 12 do livro de
Eclesiastes encerra as reflexões de Salomão a respeito da vida, e este é o
final do discurso: “De tudo o que se tem
ouvido, o fim é: Teme a Deus e guarda os seus mandamentos; porque este é o
dever de todo homem. Porque Deus há de trazer a juízo toda obra e até tudo o
que está encoberto, quer seja bom, quer seja mau” (Ec 12:13,14). Todo o livro de Eclesiastes deve ser interpretado
conforme o contexto destes versículos. Salomão reconhece que a vida é
passageira. Tiago a compara a um “vapor que aparece por um pouco e depois
desvanece" (Tg 4:14). Ela é muito breve, por isso precisamos vivê-la de
modo completo, isto é, temendo a Deus e obedecendo aos seus mandamentos, certo
de que todos seremos um Dia julgados.
1. “TEME A DEUS” EM TODO TEMPO. Temer a Deus é
reconhecer nossas limitações e a grandeza do nosso Criador. O Livro de
Eclesiastes ordena cinco vezes que o homem tema a Deus (Ec 3:14; 5:7;7:18; 8:12,13;
12:13), reconheça quem é Ele
e responda de forma adequada em adoração, reverência, amor, confiança e
obediência.
O temor a Deus
é o princípio da sabedoria e da vida abundante. Quem teme a Deus vive todas
as fases da vida de modo a agradar a Deus. Desperdiçar qualquer fase da vida,
longe de Deus, é suicídio espiritual.
Ser temente a Deus não é ter medo de Deus, mas, muito pelo contrário, ter respeito a Deus,
comportar-se de modo que se reconheça que Deus é o Senhor e que nós somos
apenas Seus servos.
Ser temente a Deus é reconhecer que Deus
deve guiar nossos passos e que nós devemos obedecer-lhe, simplesmente porque
Ele é o Senhor. Aqui repousa, aliás, a própria moralidade do servo do Senhor.
Fazemos ou deixamos de fazer algo não porque tenhamos medo de Deus, mas porque
reconhecemos que Ele é o Senhor e que a Ele cabe ordenar os homens sobre o que
deve ser feito ou não.
Ser temente a Deus é ser dependente de
Deus, é negar o convite feito pelo inimigo de sermos auto-suficientes e de
querermos ser "pequenos deuses", dizendo, para nós mesmos, o que é
certo ou o que é errado, exatamente a mensagem satânica que está sendo
disseminada no mundo, atualmente sob a roupagem do movimento Nova Era.
A Bíblia diz que o temor do Senhor é o princípio da ciência (Pv 1:7), é o princípio da sabedoria (Sl 111:10).
Jó era temente a Deus, reconhecia em Deus
o senhorio sobre o universo e sobre a sua vida e, por isso, aborrecia o mal (Pv 8:13). É no temor de Deus que Jó
depositava a sua confiança (Jó 4:6),
não sendo diferente conosco nestes dias(Pv
14:26), pois, ao temermos a Deus, sabemos que Ele é soberano e,
portanto, reina antes da fundação do mundo, tendo, pois, o absoluto controle
sobre todas as coisas, o que nos deixa tranquilos quanto à Sua bênção sobre nós
e o cumprimento de Suas promessas a nosso respeito.
Só poderemos alcançar a pureza se tivermos o temor do Senhor, pois só Ele
é limpo (Sl 19:9). Não temer a
Deus é ser ímpio e, portanto, sem qualquer parte com o Senhor e com a vida
eterna (Sl 36:1; Rm 3:12-18).
2. “E GUARDA OS SEUS MANDAMENTOS”. O mandamento divino é constituído de
princípios eternos e, para o nosso próprio bem, temos de observá-los e
acatá-los integralmente fazendo tudo quanto o Criador requer de nós, pois esta
é a vontade de Deus – “Porque este é o
amor de Deus: que guardemos os seus mandamentos; e os seus mandamentos não são
pesados” (1João 5:3).
Existem cristãos que não apreciam o
ensino bíblico, declarando que só o amor é importante, como se o cristianismo
fosse algo para viver em superficialidade. Observemos que Jesus ordenou, em
primeiro lugar, a obediência aos seus mandamentos, como prova de nosso amor
para com Ele: “Se me amardes, guardareis
os meus mandamentos”(Jo 14:15). Verificamos pelas Escrituras que o valor
que damos a seu ensino, mostra o relacionamento que temos com Ele: “E aquele que guarda os seus mandamentos nele
está, e ele nele”(1Jo 3:24). Estar nEle garante plena confiança, permite
que O sirvamos, que prossigamos no caminho com autenticidade. Estar firmado
nEle é um fator de estabilidade na vida cristã.
Guardar os
mandamentos de Deus
é guardar a sua Palavra. Desobedecer
aos seus mandamentos é não obedecer à Sua Palavra. Não obedecer à Palavra de
Deus de forma consciente e deliberada peca contra o Espirito Santo. Uma menção
bíblica explícita a respeito deste pecado contra o Espírito Santo é encontrada
no sermão inspirado de Estevão, o primeiro mártir da Igreja. Em At 7:51, em
meio àquela multidão enfurecida de judeus que o haviam levado ao Sinédrio,
Estevão acusa os israelitas de cometerem o pecado de resistência contra o
Espírito Santo: “Homens de dura cerviz, e
incircuncisos de coração e ouvido, vós sempre resistis ao Espírito Santo, assim
vós sois como vossos pais”. Estamos, portanto, neste caso, diante de um
pecado contra o Espírito Santo. Pelo que podemos verificar, a resistência ao
Espírito Santo caracteriza-se por ser uma rejeição de obediência à Palavra de
Deus. Conforme nos dá conta Estevão, o povo de Israel cometera este pecado e,
por isso, havia rejeitado a Jesus, o seu Messias, porque haviam se recusado a
ouvir a Palavra de Deus, a obedecer aos mandamentos divinos, tornando-se
“incircuncisos de coração e de ouvido”, “homens de dura cerviz”. Jesus
declarou: “Se queres, porém, entrar na vida, guarda os mandamentos” (Mt 19:17).
3. “PORQUE ESTE É O DEVER DE TODO HOMEM”. “Dever” é algo que está acima da minha vontade ou
desejos. Posso não gostar de remédios, mas para o bem da minha saúde, preciso
tomar o medicamento receitado. Posso não ter a mínima vontade de pagar
impostos, mas se não o fizer, vou arcar com as consequências. Se Deus mandou
devemos obedecer. No original, essa frase está expressa assim: “isso é tudo do homem”. Isto sugere que
sem um relacionamento correto com Deus o homem não se realiza, nem se entende;
não compreende seu mundo, nem a sua razão de existir.
4. AGUARDANDO O
JULGAMENTO
– “Porque Deus há de trazer a juízo toda
obra e até tudo o que está encoberto, quer seja bom, quer seja mau”. A
mensagem final do Livro de Eclesiastes faz-nos lembrar de uma verdade solene e
inabalável: a prestação de contas do ser humano perante Deus, por todos os seus
atos. O Senhor julgará a todos nós, crentes e incrédulos, isto é, todos os nossos
atos, bons e maus.
Deus julgará cada
pessoa (Hb 9:27). Esse
julgamento será de acordo com a Palavra que Deus revelou através de seu Filho –
“Quem me rejeitar a mim e não receber as
minhas palavras já tem quem o julgue; a palavra que tenho pregado, essa o há de
julgar no último Dia” (João 12:48).
O Novo Testamento menciona sete categorias
de Julgamentos definitivos:
a) Julgamento da Igreja (2Co 5:10). O julgamento da
Igreja é o chamado “Tribunal de Cristo”, que ocorrerá logo após o
arrebatamento, antes das Bodas do Cordeiro. Acontecerá nas regiões celestiais.
Neste tribunal, os crentes serão julgados pelas obras que tiverem feito por
meio do corpo, ou bem, ou mal (Rm 14:10; 2Co 5:10). Os critérios do julgamento
e o seu tratamento são descritos em 1Co 3:12-15.
b) Julgamento de Israel (Ez 20:34-38;Ml
3:2-5).
O segundo julgamento é o julgamento de Israel, o povo escolhido de Deus. A
Grande Tribulação será o instante em que Deus tratará com a nação israelita e,
ao término da Grande Tribulação, Deus terá provado este povo e só o
remanescente será salvo (Rm 9:27).
c) O Juízo sobre o Anticristo e o Falso
profeta.
Assim está narrado o fim do Anticristo e do Falso profeta: "E a besta foi presa e, com ela, o falso
profeta, que, diante dela, fizera os sinais com que enganou os que receberam o
sinal da besta e adoraram a sua imagem. Estes dois foram lançados vivos no
ardente lago de fogo e enxofre" (Ap 19.20). Portanto, o Anticristo e o
Falso profeta, na batalha do Armagedon, serão aniquilados pela espada que sai da
boca de Cristo (isto é, por sua Palavra), e serão lançados vivos no lago de
fogo e enxofre, que é o inferno propriamente dito (Ap 19:20). É o fim das duas
“bestas”.
d) Julgamento das Nações (Mt 25:31-46). Esse julgamento
acontecerá na terra sobre aqueles que sobreviveram ao Armagedon. Serão julgados
com base no tratamento dado a mensagem do Reino, aos seus mensageiros e ao modo
como trataram a nação de Israel. Esse julgamento terá como finalidade apartar
os “bodes” das “ovelhas”, ou seja, decidir quem passará com Cristo o Reino
milenial e quem não passará o milênio, ficando a aguardar o julgamento final e
definitivo.
e) Julgamento dos anjos maus (1Co 6:3;Jd 6).
Judas
revela o fato de que anjos serão trazidos a julgamento: “e aos anjos que não
guardaram o seu principado, mas deixaram a sua própria habitação, reservou na
escuridão e em prisões eternas até ao juízo daquele grande Dia” (Jd 6). Serão
julgados e condenados ao lago de fogo juntamente com o Diabo, logo após o
Milênio e antes do juízo do Trono Branco (Mt 25:41).
f) O Juízo sobre o Dragão (Ap 20:9). Quando se
completarem os mil anos, Satanás será solto da sua prisão e sairá a seduzir as
nações hostis a Cristo que há nos quatro cantos da Terra, chamados de Gogue e
Magogue(Ap 20:7-8). Aqui, Gogue e Magogue não devem ser confundidos com os dos
textos de Ezequiel 38-39. Na passagem do Antigo Testamento, Magogue é um
território extenso ao norte de Israel, e Gogue é seu governante. Neste texto de
Apocalipse, as palavras se referem às nações do mundo em geral. Em Ezequiel, o
contexto é pré-milenar; em Apocalipse, é pós-milenar.
Após os
exércitos de Satanás ser devorados por Cristo, Satanás será, para sempre,
destruído, esmagado – “E o diabo, que os
enganava, foi lançado no lago de fogo e enxofre, onde está a besta e o falso
profeta; e de dia e de noite serão atormentados para todo sempre” (Ap
20:10). O julgamento divino é a destruição e ruína total de Satanás. No inferno
(o lago de fogo e enxofre), ele não reinará, sendo sempre atormentado, dia e
noite, eternamente.
g) Julgamento do Grande Trono Branco (Ap
20:11-15).
Este é o chamado “Julgamento Final” ou “Juízo Final” ou, ainda, o “Juízo do
Trono Branco”, que terá lugar depois do término do reino milenial de Cristo.
Logo após os rebeldes serem devorados pelo fogo do céu que cairá sobre os
exércitos que estarão a cercar o lugar santo em Israel, terá findado a história
humana. O tempo deixará de existir e Deus chamará à sua presença todos os seres
humanos que foram criados e que ainda não tinham sido julgados até então, ou
seja, todo ser humano que não pertence nem à Igreja, nem ao Israel salvo e nem
ao grupo dos mártires da Grande Tribulação, que já terão sido julgados. Estes
outros homens são os que serão levados a julgamento neste último grande
tribunal da história.
Portanto,
quem negligenciou ou rejeitou a graça redentora de Deus não estará justificado
no Dia do julgamento.
CONCLUSÃO
Salomão
começou com uma avaliação negativista da vida como vaidade, algo irrelevante,
mas no fim ele conclui com um sábio conselho, a indicar onde se pode encontrar
o sentido da vida. No temor de Deus, no amor a Ele e na obediência aos seus
mandamentos, temos o propósito e a satisfação que não existem em nada mais. Salomão
nos mostrou que podemos desfrutar a vida, mas isso, de forma alguma, nos isenta
de guardar e cumprir os mandamentos de Deus. Lembre-se: “De tudo o que se tem ouvido, o fim é: Teme a Deus e guarda os seus
mandamentos; porque este é o dever de todo homem” (Ec 12:13). Amém?
Agradeço
sobremaneira a todos os que me acompanharam durante este ano letivo. Acredito
que terminamos o ano melhor do que começamos. Temos mais solidez espiritual. Somos
agora mais maduros espiritualmente. Aprendemos verdades fundamentais que nos
levarão a uma intimidade com Deus mais firme e confiante, contudo, com temor e
tremor. Que o Senhor nos conceda saúde física para podermos continuar neste
precioso trabalho de estudo, aprendizagem e ensino da Palavra de Deus, que Ele
tão bondosamente nos confiou. Feliz 2014!
-------
Elaboração: Luciano
de Paula Lourenço – Assembleia de Deus – Ministério Bela Vista. Disponível no
Blog: http://luloure.blogspot.com
Referências
Bibliográficas:
Bíblia
de Estudo Pentecostal.
Bíblia
de estudo – Aplicação Pessoal.
O Novo
Dicionário da Bíblia – J.D.DOUGLAS.
Revista
Ensinador Cristão – nº 56 – CPAD.
Comentário
Bíblico Beacon – v.3. CPAD.
Sábios Conselhos para um viver Vitorioso –
José Gonçalves. CPAD. 2013.
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