domingo, 1 de dezembro de 2013

Aula 10 – MORDOMIA INTELECTUAL E EMOCIONAL


 
EDUCAÇÃO CRISTÃ CONTINUADA

Texto Básico: Hebreus 5:12-14

 

“Ora, todo aquele que se alimenta de leite é inexperiente na palavra da justiça, porque é criança” (Hb 5:13)

 

INTRODUÇÃO


Quando falamos em Mordomia Intelectual e Emocional estamos falando de mordomia da alma. A alma é a parte do homem interior que nos distingue dos demais seres, onde ficam nossos sentimentos, nossa vontade, nosso entendimento e nossa personalidade. É a alma que nos faz diferentes das demais pessoas e onde é feita a escolha para servirmos a Deus ou não.

Na alma situam-se as seguintes faculdades: Intelecto, a Vontade e o Sentimento. Administrar a alma, controlar suas faculdades é uma tarefa impossível de ser realizada pelo homem natural. Porém, para o homem que passou pelo processo do novo nascimento esta tarefa se torna possível, como veremos nesta Aula.

Considerando, pois, que a alma é a própria vida, visto que um corpo sem alma é um corpo morto, então diríamos que a Mordomia da Alma consiste na administração da própria vida. Uma vida bem administrada terá seus reflexos benéficos e positivos vistos através do corpo. Uma vida má administrada terá seus reflexos maléficos e negativos estampados, também, através do corpo.
A expressão popular que afirma que “quando o homem não tem ‘cabeça’ é corpo que sofre”, talvez pudesse corresponder melhor à realidade se disséssemos que quando a alma não é bem administrada, o corpo é que padece.

I. MORDOMIA DO INTELECTO


O Intelecto está relacionado com a nossa mente. É nele que se situa a nossa capacidade de pensar, de conhecer, de julgar entre o certo e o errado, de tomar decisões. Diríamos que o exercício da Mordomia do Intelecto, ou a administração da mente, subjugando-a para pensar e agir conforme a vontade do Senhor, é uma tarefa impossível de ser realizada pelo homem natural. Salomão afirmou que “a estultícia do homem perverterá o seu caminho...”. A Bíblia, na Linguagem de Hoje, diz: “A falta de juízo é o que faz a pessoa cair na desgraça; no entanto ela põe a culpa em Deus, o Senhor”(Pv 19:3). É um exemplo de má administração do intelecto, porém, o homem procura transferir para Deus a responsabilidade pelos seus próprios erros. No entanto, aquilo que é impossível ao homem natural, é possível ao homem espiritual. O homem nascido de novo, o homem guiado pelo Espírito de Deus adquire a capacidade de poder pensar da forma que Jesus pensava, visto que Paulo declarou que “... nós temos a mente de Cristo”(1Co 2:16). Quando o homem, movido pelo Espírito Santo, consegue sintonizar sua mente com a própria mente de Cristo, como se fosse uma só, então torna-se possível o exercício da Mordomia do Intelecto, podendo viver em paz – “Tu conservarás em paz aquele cuja mente está firme em ti...” (Is 26:3).

Na área do Intelecto situam-se a imaginação, a memória e a razão.

1. A Mordomia da Imaginação. Administrar a Imaginação de forma a submetê-la à vontade de Deus é tarefa impossível de ser realizada pelo homem natural. A imaginação do homem natural está voltada para as coisas vãs e para o mal – ”... os povos imaginam coisas vãs” (Salmo 2:1). Sobre o ímpio se diz: “A prevaricação do ímpio diz no íntimo do seu coração: não há temor de Deus perante os seus olhos... maquina o mal na sua cama; põe-se em caminho que não é bom; não aborrece o mal” (Salmo 36:1,4). Diz a Bíblia na Linguagem de Hoje: “Deitado em sua cama, ele planeja maldades”. Assim funciona a imaginação do ímpio.

Podemos afirmar que é neste Laboratório da Alma que os pensamentos que as ideias são concebidas e amalgamadas, transformando-se em calúnias, em injúrias, em difamações, em contendas que destroem pessoas, famílias, que causam escândalos e prejuízos à Obra de Deus. Disse Salomão: “Perversidade há no coração; todo o tempo maquina o mal; anda semeando contenda”(Pv 6:14). A Bíblia, na Linguagem de Hoje, diz: “As suas mentes perversas estão sempre planejando o mal, e eles espalham confusão por toda parte”(Pv 6 14).

Para o mordomo de Deus, porém, no exercício da Mordomia da Imaginação, a Palavra de Deus recomenda: “Não maquines mal contra o teu próximo...” (Pv 3:29). O homem de Deus precisa direcionar o seus pensamentos para as coisas de Deus, conforme ensinou Paulo: “Pensai nas coisas que são de cima, e não nas que são da terra”(Cl 3: 2); “Quanto ao mais irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é honesto, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se há alguma virtude, e se há algum louvor, nisso pensai”(Fp 4: 8).

2. A Mordomia da Memória. Tal como os computadores modernos, embora com muito mais precisão e eficiência, com muito mais capacidade de armazenamento, nossa Memória registra e arquiva todos os nossos feitos.

Há quem ligue a memória a um dos livros que serão abertos no julgamento do Grande Trono Branco – “e abriram-se os livros”. Na memória de cada homem está registrado, com precisão, o histórico de sua vida. É claro que não podemos, aqui, discorrer sobre as atitudes da memória. Vamos, contudo, afirmar que tudo o que fazemos fica gravado neste “compartimento” da alma. Não diríamos apagar, mas, diríamos neutralizar ali uma ofensa recebida, uma “raiz de amargura”, uma ideia nociva, é sempre uma tarefa difícil para o homem de Deus, e, impossível para o homem natural – Esaú conservou viva em sua memória a ideia de vingança contra Jacó, por cerca de vinte anos (Gn 32:7-8).

O Mordomo Fiel, no exercício da Mordomia do Intelecto, precisa ter as chaves deste “compartimento” da alma, chamada memória. Deve saber e poder tirar dali, sempre que precisar, as coisas boas, agradáveis e que possam ser usadas para glória de Deus. O homem de Deus, no exercício da Mordomia do Intelecto luta e sofre para manter trancadas as “portas deste arquivo da alma” a fim de não permitir que sejam liberadas as lembranças adversas, as ofensas perdoadas, as cicatrizes das feridas da alma. É certo que as feridas são curadas, mas as cicatrizes ficam gravadas na memória.

3. A Mordomia da Razão. A Razão está ligada ao Intelecto, ou à mente, sendo, portanto, uma faculdade da Alma. Pela Razão o homem foi capacitado a pensar, a julgar, a distinguir o verdadeiro do falso, a entender e separar o bem do mal. Isto, no entanto, só se torna possível quando o homem vive sob o controle do Espírito de Deus. Vivendo assim, no exercício da Mordomia do Intelecto, ele pode fazer suas as palavras ditas por Jesus: “Eu não posso de mim mesmo fazer coisa alguma; como ouço, assim julgo; e o meu juízo é justo, porque não busco a minha vontade, mas a vontade do Pai que me enviou”(João 5:30). O homem natural, o homem sem o controle do Espírito Santo, às vezes se torna pior que os animais irracionais: age mal, julga mal, prejudica seus semelhantes. É difícil administrar as coisas da alma que vive sob o poder e influência do pecado, porque “os homens maus não entendem o juízo...”(Pv 28:5).

Portanto, como mordomos de Deus, devemos:

·       Ocupar a nossa mente com pensamentos bons e agradáveis a Deus. Isso só será alcançado se vivermos de acordo com os ensinamentos bíblicos – “Sejam agradáveis as palavras da minha boca e a meditação do meu coração perante a tua face, SENHOR, rocha minha e libertador meu!” (Sl 19:14). Lembre-se: “como o homem pensa em seu íntimo, assim ele é” (Pv 23:7).

·       Alimentar a nossa mente com a Palavra de Deus, pois os pensamentos que nela estão expostos são os pensamentos do próprio Deus, e assim, quando a lemos ou ouvimos sua mensagem, estamos abrindo a mente e permitindo que ela se encha com os melhores pensamentos. O apóstolo Paulo recomenda: “tudo o que é verdadeiro, tudo o que é honesto, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se há alguma virtude, e se há algum louvor, nisso pensai” (Fp 4:8).

·       Disciplinar a nossa mente, levando cativo todo pensamento à obediência de Cristo(2Co 10:5). É bom lembrar que “nós temos a mente de Cristo” (1Co 2:16).

II. MORDOMIA DA VONTADE


Vontade é a faculdade que tem o ser humano de querer, de escolher, de livremente praticar ou deixar de praticar certos atos. Somos dotados de vontade, pois podemos querer e desejar algo de nós mesmos. Embora Deus tenha a Sua vontade, Ele criou o homem com liberdade e deixa um espaço para que o homem possa fazer a sua vontade ou a vontade de Deus, que chamamos de "vontade permissiva de Deus". O homem não é um robô, um autômato, que é programado para executar as tarefas que lhe foram confiadas. Muito pelo contrário, Deus fez o homem com o poder de escolher, ou não, cumprir o propósito que Deus tem estabelecido para cada indivíduo.

O homem, por ser dotado de vontade, é responsável pelos seus atos. Somente a liberdade poderia gerar responsabilidade pelos atos praticados. Quando vemos que o homem prestará contas pelos atos que tiver cometido, consequência da sua condição de mordomo, isto somente faz sentido na medida em que o homem é dotado de livre-arbítrio, da capacidade de escolher fazer, ou não, aquilo que foi determinado por Deus. Caso o homem não pudesse escolher, jamais poderia ser obrigado a prestar contas, pois não poderia responder pelos atos cometidos, já que não teriam tido origem nele mesmo mas em Deus.

Devemos sacrificar a nossa vontade e fazer a vontade de Deus. Na oração-modelo, Jesus diz-nos que devemos pedir a Deus que o Seu reino venha e que a Sua vontade se faça assim na terra como no céu(Mt 6:10). Ora, ao assim afirmar, Jesus deixa-nos bem claro que o reino de Deus, ou seja, o governo de Deus, o senhorio de Deus somente é possível na medida em que a Sua vontade se realiza na Terra e no Céu. É interessante verificar que Jesus coloca a Terra em primeiro lugar, numa ordem contrária a da criação (cf.Gn 1:1), exatamente porque está se referindo a uma comunicação entre Deus e o homem, que é o mordomo na Terra (cf.Gn 1:26). Para que o senhorio de Deus se estabeleça, é fundamental que a vontade divina se realize na Terra e isto somente será possível na medida em que o homem, que é o supremo administrador da criação na Terra, coloca-se em atitude de submissão a Deus e sacrifique a sua vontade em favor da vontade de Deus.

No Getsêmane, temos o primeiro passo para que Cristo fosse vencedor, pois ali o homem Jesus completou o sacrifício da Sua vontade, aceitando morrer por nós. Quando orava no Jardim do Getsêmane, declarou: “... Pai, se queres, passa de mim este cálice, todavia não se faça a minha vontade, mas atua” (Lc 22: 42). Devemos seguir-lhe o exemplo, sacrificando, também, a nossa vontade para que a vontade de Deus se faça plenamente em nós. Davi foi chamado homem segundo o coração de Deus, exatamente porque se propôs a executar toda a vontade do Senhor(At 13:22) e Paulo demonstrou, claramente, que o importante é vivermos para cumprir a vontade de Deus(At 21:13,14). Só quem faz a vontade de Deus permanece para sempre(1João 2:17).

Temos sacrificado a nossa vontade em prol da vontade de Deus ou temos querido servir a Deus do nosso modo, da nossa maneira, como se pudéssemos agir assim? O verdadeiro mordomo não faz o que quer, mas o que é da vontade do seu Senhor.

O homem sem Deus muitas vezes não consegue exercer o domínio sobre a sua vontade e se torna escravo dela. É então que entram em cena os vícios, os hábitos, as compulsões. O homem passa a ser dominado pela sua vontade. Muitos não conseguem compreender que o problema dos vícios não é gerado no corpo, mas é gerado na alma. Uns procuram tratar ou castigar o corpo, porém, sem resultados. 

Cleptomania é uma psicopatia, ou um distúrbio mental que provoca uma vontade mórbida de furtar. Não importa o valor do objeto, a pessoa sente necessidade de furtar. Assim, se cortarmos as mãos de um cleptomaníaco, ele não vai deixar de sentir vontade de furtar. Não são as mãos que furtam; as mãos, bem como todo o corpo, são apenas instrumentos usados pelas faculdades da alma para a prática do pecado.

O mesmo aconteceria se cortássemos a língua de uma pessoa dominada pela vontade mórbida de caluniar, injuriar, difamar. Mesmo sem a língua ela continuaria, pôr outros meios, caluniando, injuriando e difamando. O mal não é gerado na língua, nem em nenhum outro órgão do corpo. A fonte dos desejos e vontades situa-se na alma.

Conta-nos a história que Origines, considerado um dos pais da Igreja, e que viveu entre 185 e 254 d.C., talvez obcecado pelo medo de pecar, se automutilou, castrando-se. Certamente Origines não sabia que os desejos e vontades são gerados na alma. O corpo, pôr si mesmo, não peca. Ele não pode pecar por não ter vida própria. O corpo é usado pelas faculdades da alma, entre elas, a vontade. Assim, quem peca é a alma. Ela usa o corpo, seus órgãos, seus sentidos, para conduzir o homem ao pecado.

Como Mordomo de nossa Vontade devemos:

·       Obedecer a Deus. Só obedecemos a Deus quando nossa vontade é submetida à vontade dEle, sendo também essa a melhor forma de agrada-lo - “Porém Samuel disse: Tem, porventura, o SENHOR tanto prazer em holocaustos e sacrifícios como em que se obedeça à palavra do SENHOR? Eis que o obedecer é melhor do que o sacrificar; e o atender melhor é do que a gordura de carneiros” (1Sm 15:22).

·       Fazer escolhas corretas. Uma vontade bem administrada produzirá decisões corretas, mas, quando mal orientada, levará a decisões erradas – “ Porque não faço o bem que quero, mas o mal que não quero, esse faço” (Rm 7:19). Como administradores da nossa vontade, seremos avaliados pelas decisões que tomarmos. Daniel tomou uma decisão certa, ao não participar das iguarias da mesa do rei de Babilônia (Dn 1:8). Saul tomou uma decisão precipitado naco obedecendo a Palavra de Deus, o que lhe custou a rejeição de Deus para não reinasse mais sobre o povo de Israel (1Sm 15:9-11).

·       Fazer o bem. Nossas escolhas alegrarão o coração de Deus quando utilizamos nossa vontade, não apenas para termos intenções nobres, mas também para produzir boas obras. Paulo assim recomenda: “Então, enquanto temos tempo, façamos o bem a todos, mas principalmente aos domésticos da fé”(Gl 6:10). É preciso que as boas intenções sejam transformadas em ações. Assim recomenda Tiago: “E sede cumpridores da palavra e não somente ouvintes, enganando-vos com falsos discursos” (Tg 1:22).

III. A MORDOMIA DAS EMOÇÕES


A faculdade do sentimento é também identificada como afeição ou emoção. Essa faculdade é de extrema importância na personalidade humana, pois diz respeito à capacidade de saber administrar e controlar a parte afetiva do nosso ser.

O ser humano foi feito um ser dotado de sentimento, um ser sensível, um ser que sente emoções, paixões e dores, alegria, tristeza, gozo ou prazer. Infelizmente, o pecado deturpou os sentimentos humano, escravizando-os e alternando os seus valores reais. Cristo veio também para reorganizar nossas emoções e canalizá-las na direção correta. Como mordomos de Deus, temos o dever de estar atentos para que as nossas emoções sejam controladas e desenvolvidas conforme a vontade de Deus.

Após ter percebido estar só, o homem sentiu solidão, o que não foi agradável a Deus, que, então, criou a mulher. Em seguida à queda, o homem sentiu medo (Gn 3:10) e, como consequência do pecado, passaria a mulher a sentir muitas dores na conceição(Gn 3:16), e o homem, dores na luta pela sobrevivência(Gn 3:17). Algum tempo depois, Caim sentiu ira e ódio de seu irmão, a ponto de matá-lo (Gn 4:5,8). Como podemos perceber, portanto, o homem é um ser que sente, mas este sentimento deve ser disciplinado e conduzido pelo Senhor, se quisermos ser fiéis mordomos. Devemos ter o mesmo sentimento que houve em Jesus (Fp 2:5).

O primeiro sentimento que devemos ter é o de submissão a Deus, é o de que somos servos e Ele, o Senhor. Foi este o sentimento que norteou a vida de Jesus em Seu ministério terreno e é o exemplo que devemos seguir.

Quando reconhecemos o senhorio de Deus em nossas vidas, nossas paixões, nossos sentimentos passam a ser controlados pelo Senhor e, assim, não seremos por eles escravizados. Paulo bem demonstrou isto ao afirmar que, por se rebelarem contra Deus, os homens foram abandonados à própria sorte, sendo, então, facilmente aprisionados pelos mais perversos sentimentos (Rm 1:24,26,27).

Do ponto de vista sentimental e emocional a alma é, sobremodo, inconstante. Motivada, ou atormentada pela insegurança da vida presente, e mais ainda pela incerteza da vida após morte, a alma do homem sem Deus apresenta um alto grau de inconstância e vulnerabilidade. As crises de natureza psíquica, as doenças psicossomáticas se multiplicam, e a pessoa sem Deus não tem paz. A pessoa de Deus, contudo, precisa aprender a administrar seus sentimentos e a controlar suas emoções. Isto só é possível através da ação do Espírito de Deus na vida dessa pessoa.

O descontrole sentimental prejudica o relacionamento entre as pessoas, principalmente entre os casais, quebrando a estabilidade matrimonial e desfazendo os laços familiares.

Quando a pessoa (homem ou mulher) de Deus falha na administração de seus sentimentos os reflexos serão sentidos em sua vida espiritual e no exercício de sua fé. Um homem ou uma mulher de Deus precisa ter firmeza sentimental e controle emotivo - “Amarás, pois, o Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma e de todo o teu poder” (Dt 6:5). Este amor dedicado a Deus, e que por extensão alcança sua Obra, a Igreja, os irmãos, e até os inimigos, não pode sofrer constantes mutações, não pode mudar ao sabor das circunstâncias favoráveis ou adversas.

A Mordomia da alma, no que diz respeito à administração dos sentimentos, é difícil, mas é necessária e possível desde que nos submetamos à vontade de Deus e a submissão de seu Espírito. O Espírito Santo pode fortalecer nossos sentimentos nos abatimentos de nossa alma, como aconteceu com o Salmista: “Por que estás abatida, ó minha alma, e por que te perturbas em mim?”... (Salmo 42:5). Aconteceu com o Salmista, também pode acontecer comigo e com você. Porém, em nossos abatimentos, podemos ter uma esperança – “Espera Em Deus, pois ainda o Louvarei na salvação de sua presença” (Salmo 42:5). Administrar os nossos Sentimentos é difícil, mas, é possível e necessário. Pense nisso!

Como Mordomo de Deus, devemos usar nossas emoções para:

. Adorar a Deus. A adoração a Deus é uma das maneiras de usarmos nossas faculdades da alma como Ele quer. Deus tem prazer em nos ver expressando, com sinceridade, reverência e amor, profunda adoração a Ele.

. Crescer espiritualmente. Buscamos, laboriosamente, a maturidade espiritual, no afã de atingirmos a estatura de varão perfeito, que se dará na glorificação. As emoções desempenham um papel básico no nosso crescimento espiritual. E nem sempre é fácil atingir todo o nosso desenvolvimento emocional, pois isto só acontecerá quando formos capazes de ter a mesma atitude de Cristo: ”De sorte que haja em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus”(Fp 2:5). Que sentimento foi este de Cristo que Paulo quis dizer? Humildade integral e Obediência até à morte para o benefício dos outros (Fp 2:5-8). A humildade integral de Cristo deve existir em todos aqueles que se dizem cristãos, os quais foram chamados para viver com sacrifício e renúncia, cuidando dos outros e fazendo-lhes o bem.

. Manifestar o Fruto do Espírito: “amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão e domínio próprio” (Gl 5:22). Somos responsáveis pelo “jardim” do nosso ser emocional, precisando arrancar as ervas daninhas como: amargura, paixões ilícitas, ira e outros sentimentos que são igualmente condenados pelo Senhor (Gl 5:19-22;Ef 4:31).

A mordomia do sentimento leva-nos, obrigatoriamente, à busca do amor divino, o caminho mais excelente que pode ser trilhado por um verdadeiro mordomo de Deus (1Co 12:31). É preciso que tenhamos amor a Deus. Ora, amor é apego, é o desejo de se estar junto a alguém. Assim, temos de querer estar junto a Deus, de nos apegarmos a Ele e só o faremos se observarmos a Sua Palavra, pois só ama a Deus quem guarda os seus mandamentos (João 15:14). Se amamos a Deus, amaremos o nosso próximo(1João 4:20). Assim fazendo, teremos os melhores sentimentos com o foco no outro e não em nós mesmos e, assim nos conduzindo, estaremos tendo o mesmo sentimento que houve em Cristo Jesus e, deste modo, nossos sentimentos gerarão atitudes que correspondem às qualidades do fruto do Espírito (Gl 5:22).

O amor é a mais complexa e sublime de todas as virtudes, bem como de todos os elementos do fruto do Espírito. Aliás, todos eles estão ligados ao amor, como mostra a figura abaixo. Para Deus, se não houver amor, nada mais valerá a pena na vida.




 
 
 
CONCLUSÃO

É na Alma onde são gerados os grandes conflitos. É na Alma onde se travam as grandes batalhas espirituais que podem abrir profundas feridas que só o Senhor pode curar. “Eu dizia: Senhor, tem piedade de mim; Sara a minha alma, porque pequei contra ti” (Salmo 41:4). Porém, quando a Alma é inundada pela graça ela passa a ter apenas um desejo –“A minha alma tem sede de Deus, do Deus vivo...” (Salmo 42:2). Uma Alma redimida é uma benção! Pense nisso!

------- 

Elaboração: Luciano de Paula Lourenço – Assembleia de Deus –Ministério Bela Vista/Fortaleza-CE.

----------

Bibliografia:

Dr. Caramuru Afonso Francisco – A Mordomia da Alma. PortalEBD.

Bíblia de Estudo Pentecostal.

Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal.

Comentário Bíblico Popular do Novo Testamento – William Macdonald.

Comentário do Novo Testamento – Aplicação Pessoal. CPAD.

 

Nenhum comentário:

Postar um comentário