Texto Básico: Hebreus 5:12-14
“Ora, todo aquele que se alimenta de
leite é inexperiente na palavra da justiça, porque é criança” (Hb 5:13)
INTRODUÇÃO
Quando falamos em
Mordomia Intelectual e Emocional estamos falando de mordomia da alma. A alma é
a parte do homem interior que nos distingue dos demais seres, onde ficam nossos
sentimentos, nossa vontade, nosso entendimento e nossa personalidade. É a alma
que nos faz diferentes das demais pessoas e onde é feita a escolha para
servirmos a Deus ou não.
Na alma situam-se
as seguintes faculdades: Intelecto, a Vontade e o Sentimento.
Administrar a alma, controlar suas faculdades é uma tarefa impossível de ser
realizada pelo homem natural. Porém, para o homem que passou pelo processo do
novo nascimento esta tarefa se torna possível, como veremos nesta Aula.
Considerando,
pois, que a alma é a própria vida, visto que um corpo sem alma é um corpo
morto, então diríamos que a Mordomia da Alma consiste na administração da
própria vida. Uma vida bem administrada terá seus reflexos benéficos e
positivos vistos através do corpo. Uma vida má administrada terá seus reflexos
maléficos e negativos estampados, também, através do corpo.
A expressão popular que afirma que “quando o homem não tem ‘cabeça’ é corpo que sofre”, talvez pudesse corresponder melhor à realidade se disséssemos que quando a alma não é bem administrada, o corpo é que padece.
A expressão popular que afirma que “quando o homem não tem ‘cabeça’ é corpo que sofre”, talvez pudesse corresponder melhor à realidade se disséssemos que quando a alma não é bem administrada, o corpo é que padece.
I.
MORDOMIA DO INTELECTO
O
Intelecto está relacionado com a nossa mente. É nele que se situa
a nossa capacidade de pensar, de conhecer, de julgar entre o certo e o errado,
de tomar decisões. Diríamos que o exercício da Mordomia do Intelecto, ou a
administração da mente, subjugando-a para pensar e agir conforme a vontade do
Senhor, é uma tarefa impossível de ser realizada pelo homem natural.
Salomão afirmou que “a estultícia do homem perverterá o seu caminho...”.
A Bíblia, na Linguagem de Hoje, diz: “A falta de juízo é o que faz a pessoa
cair na desgraça; no entanto ela põe a culpa em Deus, o Senhor”(Pv 19:3). É
um exemplo de má administração do intelecto, porém, o homem procura transferir
para Deus a responsabilidade pelos seus próprios erros. No entanto, aquilo que
é impossível ao homem natural, é possível ao homem espiritual. O homem nascido
de novo, o homem guiado pelo Espírito de Deus adquire a capacidade de poder
pensar da forma que Jesus pensava, visto que Paulo declarou que “... nós
temos a mente de Cristo”(1Co 2:16). Quando o homem, movido pelo
Espírito Santo, consegue sintonizar sua mente com a própria mente de Cristo,
como se fosse uma só, então torna-se possível o exercício da Mordomia do
Intelecto, podendo viver em paz – “Tu conservarás em paz aquele cuja mente
está firme em ti...” (Is 26:3).
Na área do
Intelecto situam-se a imaginação, a memória e a razão.
1. A Mordomia da Imaginação.
Administrar a Imaginação de forma a submetê-la à vontade de Deus é tarefa
impossível de ser realizada pelo homem natural. A imaginação do homem natural
está voltada para as coisas vãs e para o mal – ”... os povos imaginam coisas
vãs” (Salmo 2:1). Sobre o ímpio se diz: “A prevaricação do ímpio diz no
íntimo do seu coração: não há temor de Deus perante os seus olhos... maquina o
mal na sua cama; põe-se em caminho que não é bom; não aborrece o mal”
(Salmo 36:1,4). Diz a Bíblia na Linguagem de Hoje: “Deitado em sua cama, ele
planeja maldades”. Assim funciona a imaginação do ímpio.
Podemos afirmar
que é neste Laboratório da Alma que
os pensamentos que as ideias são concebidas e amalgamadas, transformando-se em
calúnias, em injúrias, em difamações, em contendas que destroem pessoas,
famílias, que causam escândalos e prejuízos à Obra de Deus. Disse Salomão: “Perversidade
há no coração; todo o tempo maquina o mal; anda semeando contenda”(Pv
6:14). A Bíblia, na Linguagem de Hoje, diz: “As suas mentes perversas estão
sempre planejando o mal, e eles espalham confusão por toda parte”(Pv 6 14).
Para o mordomo de
Deus, porém, no exercício da Mordomia da Imaginação, a Palavra de Deus
recomenda: “Não maquines mal contra o teu próximo...” (Pv 3:29). O homem
de Deus precisa direcionar o seus pensamentos para as coisas de Deus, conforme
ensinou Paulo: “Pensai nas coisas que são de cima, e não nas que são da
terra”(Cl 3: 2); “Quanto ao mais irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que
é honesto, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o
que é de boa fama, se há alguma virtude, e se há algum louvor, nisso pensai”(Fp
4: 8).
2. A Mordomia da Memória.
Tal como os computadores modernos, embora com muito mais precisão e eficiência,
com muito mais capacidade de armazenamento, nossa Memória registra e arquiva
todos os nossos feitos.
Há quem ligue a
memória a um dos livros que serão abertos no julgamento do
Grande Trono Branco – “e abriram-se os livros”. Na memória de cada
homem está registrado, com precisão, o histórico de sua vida. É claro que não
podemos, aqui, discorrer sobre as atitudes da memória. Vamos, contudo, afirmar
que tudo o que fazemos fica gravado neste “compartimento” da alma. Não diríamos
apagar, mas, diríamos neutralizar ali uma ofensa recebida, uma “raiz de
amargura”, uma ideia nociva, é sempre uma tarefa difícil para o homem de Deus,
e, impossível para o homem natural – Esaú conservou viva em sua memória
a ideia de vingança contra Jacó, por cerca de vinte anos (Gn 32:7-8).
O Mordomo Fiel,
no exercício da Mordomia do Intelecto, precisa ter as chaves deste
“compartimento” da alma, chamada memória. Deve saber e poder tirar dali, sempre
que precisar, as coisas boas, agradáveis e que possam ser usadas para glória de
Deus. O homem de Deus, no exercício da Mordomia do Intelecto luta e sofre para
manter trancadas as “portas deste arquivo
da alma” a fim de não permitir que sejam liberadas as lembranças adversas,
as ofensas perdoadas, as cicatrizes das feridas da alma. É certo que as feridas
são curadas, mas as cicatrizes ficam gravadas na memória.
3. A Mordomia da Razão.
A Razão está ligada ao Intelecto, ou à mente, sendo, portanto, uma faculdade da
Alma. Pela Razão o homem foi capacitado a pensar, a julgar, a distinguir
o verdadeiro do falso, a entender e separar o bem do mal. Isto, no entanto, só
se torna possível quando o homem vive sob o controle do Espírito de
Deus. Vivendo assim, no exercício da Mordomia do Intelecto, ele pode fazer
suas as palavras ditas por Jesus: “Eu não posso de mim mesmo fazer coisa
alguma; como ouço, assim julgo; e o meu juízo é justo, porque não busco a minha
vontade, mas a vontade do Pai que me enviou”(João 5:30). O homem natural,
o homem sem o controle do Espírito Santo, às vezes se torna pior que os animais
irracionais: age mal, julga mal, prejudica seus semelhantes. É difícil
administrar as coisas da alma que vive sob o poder e influência do pecado,
porque “os homens maus não entendem o juízo...”(Pv 28:5).
Portanto, como
mordomos de Deus, devemos:
·
Ocupar a nossa mente
com pensamentos bons e agradáveis a Deus. Isso só será alcançado se
vivermos de acordo com os ensinamentos bíblicos – “Sejam agradáveis as palavras
da minha boca e a meditação do meu coração perante a tua face, SENHOR, rocha
minha e libertador meu!” (Sl 19:14). Lembre-se: “como o homem pensa em seu
íntimo, assim ele é” (Pv 23:7).
·
Alimentar a nossa mente
com a Palavra de Deus, pois os pensamentos que nela estão expostos são
os pensamentos do próprio Deus, e assim, quando a lemos ou ouvimos sua
mensagem, estamos abrindo a mente e permitindo que ela se encha com os melhores
pensamentos. O apóstolo Paulo recomenda: “tudo o que é verdadeiro, tudo o
que é honesto, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo
o que é de boa fama, se há alguma virtude, e se há algum louvor, nisso pensai”
(Fp 4:8).
·
Disciplinar a nossa mente,
levando cativo todo pensamento à obediência de Cristo(2Co 10:5). É bom lembrar
que “nós temos a mente de Cristo” (1Co 2:16).
II.
MORDOMIA DA VONTADE
Vontade é a
faculdade que tem o ser humano de querer, de escolher, de livremente praticar
ou deixar de praticar certos atos. Somos dotados de
vontade, pois podemos querer e desejar algo de nós mesmos. Embora Deus tenha a
Sua vontade, Ele criou o homem com liberdade e deixa um espaço para que o homem
possa fazer a sua vontade ou a vontade de Deus, que chamamos de "vontade
permissiva de Deus". O homem não é um robô, um autômato, que é programado
para executar as tarefas que lhe foram confiadas. Muito pelo contrário, Deus
fez o homem com o poder de escolher, ou não, cumprir o propósito que Deus tem
estabelecido para cada indivíduo.
O homem, por ser
dotado de vontade, é responsável pelos seus atos.
Somente a liberdade poderia gerar responsabilidade pelos atos praticados.
Quando vemos que o homem prestará contas pelos atos que tiver cometido,
consequência da sua condição de mordomo, isto somente faz sentido na medida em
que o homem é dotado de livre-arbítrio, da capacidade de escolher fazer, ou
não, aquilo que foi determinado por Deus. Caso o homem não pudesse escolher,
jamais poderia ser obrigado a prestar contas, pois não poderia responder pelos
atos cometidos, já que não teriam tido origem nele mesmo mas em Deus.
Devemos sacrificar
a nossa vontade e fazer a vontade de Deus. Na
oração-modelo, Jesus diz-nos que devemos pedir a Deus que o Seu reino venha e
que a Sua vontade se faça assim na terra como no céu(Mt 6:10). Ora, ao assim
afirmar, Jesus deixa-nos bem claro que o reino de Deus, ou seja, o governo de
Deus, o senhorio de Deus somente é possível na medida em que a Sua vontade se
realiza na Terra e no Céu. É interessante verificar que Jesus coloca a Terra em
primeiro lugar, numa ordem contrária a da criação (cf.Gn 1:1), exatamente
porque está se referindo a uma comunicação entre Deus e o homem, que é o
mordomo na Terra (cf.Gn 1:26). Para que o senhorio de Deus se estabeleça, é
fundamental que a vontade divina se realize na Terra e isto somente será
possível na medida em que o homem, que é o supremo administrador da criação na
Terra, coloca-se em atitude de submissão a Deus e sacrifique a sua vontade em
favor da vontade de Deus.
No Getsêmane,
temos o primeiro passo para que Cristo fosse vencedor, pois ali o homem Jesus
completou o sacrifício da Sua vontade, aceitando morrer por nós. Quando orava
no Jardim do Getsêmane, declarou: “... Pai, se queres, passa de mim este
cálice, todavia não se faça a minha vontade, mas atua” (Lc 22: 42). Devemos
seguir-lhe o exemplo, sacrificando, também, a nossa vontade para que a vontade
de Deus se faça plenamente em nós. Davi foi chamado homem segundo o coração de
Deus, exatamente porque se propôs a executar toda a vontade do Senhor(At 13:22)
e Paulo demonstrou, claramente, que o importante é vivermos para cumprir a
vontade de Deus(At 21:13,14). Só quem faz a vontade de Deus permanece para
sempre(1João 2:17).
Temos sacrificado
a nossa vontade em prol da vontade de Deus ou temos querido servir a Deus do
nosso modo, da nossa maneira, como se pudéssemos agir assim? O verdadeiro mordomo
não faz o que quer, mas o que é da vontade do seu Senhor.
O homem sem Deus
muitas vezes não consegue exercer o domínio sobre a sua vontade e se
torna escravo dela. É então que entram em cena os vícios, os hábitos, as
compulsões. O homem passa a ser dominado pela sua vontade. Muitos não
conseguem compreender que o problema dos vícios não é gerado no corpo, mas é
gerado na alma. Uns procuram tratar ou castigar o corpo, porém, sem
resultados.
Cleptomania é
uma psicopatia, ou um distúrbio mental que provoca uma vontade mórbida de
furtar. Não importa o valor do objeto, a pessoa sente necessidade de furtar.
Assim, se cortarmos as mãos de um cleptomaníaco, ele não vai deixar de sentir
vontade de furtar. Não são as mãos que furtam; as mãos, bem como todo o corpo,
são apenas instrumentos usados pelas faculdades da alma para a prática do
pecado.
O mesmo
aconteceria se cortássemos a língua de uma pessoa
dominada pela vontade mórbida de caluniar, injuriar, difamar. Mesmo sem a
língua ela continuaria, pôr outros meios, caluniando, injuriando e difamando. O
mal não é gerado na língua, nem em nenhum outro órgão do corpo. A fonte dos
desejos e vontades situa-se na alma.
Conta-nos
a história que Origines, considerado um dos pais da Igreja, e
que viveu entre 185 e 254 d.C., talvez obcecado pelo medo de pecar, se automutilou,
castrando-se. Certamente Origines não sabia que os desejos e vontades são
gerados na alma. O corpo, pôr si mesmo, não peca. Ele não pode pecar por
não ter vida própria. O corpo é usado pelas faculdades da alma, entre
elas, a vontade. Assim, quem peca é a alma. Ela usa o corpo, seus
órgãos, seus sentidos, para conduzir o homem ao pecado.
Como
Mordomo de nossa Vontade devemos:
·
Obedecer a Deus. Só
obedecemos a Deus quando nossa vontade é submetida à vontade dEle, sendo também
essa a melhor forma de agrada-lo - “Porém Samuel disse: Tem, porventura, o
SENHOR tanto prazer em holocaustos e sacrifícios como em que se obedeça à
palavra do SENHOR? Eis que o obedecer é melhor do que o sacrificar; e o atender
melhor é do que a gordura de carneiros” (1Sm 15:22).
·
Fazer escolhas corretas.
Uma vontade bem administrada produzirá decisões corretas, mas, quando mal
orientada, levará a decisões erradas – “ Porque não faço o bem que quero,
mas o mal que não quero, esse faço” (Rm 7:19). Como administradores da
nossa vontade, seremos avaliados pelas decisões que tomarmos. Daniel tomou uma
decisão certa, ao não participar das iguarias da mesa do rei de Babilônia (Dn
1:8). Saul tomou uma decisão precipitado naco obedecendo a Palavra de Deus, o
que lhe custou a rejeição de Deus para não reinasse mais sobre o povo de Israel
(1Sm 15:9-11).
·
Fazer o bem.
Nossas escolhas alegrarão o coração de Deus quando utilizamos nossa vontade,
não apenas para termos intenções nobres, mas também para produzir boas obras.
Paulo assim recomenda: “Então, enquanto temos tempo, façamos o bem a todos,
mas principalmente aos domésticos da fé”(Gl 6:10). É preciso que as boas
intenções sejam transformadas em ações. Assim recomenda Tiago: “E sede
cumpridores da palavra e não somente ouvintes, enganando-vos com falsos
discursos” (Tg 1:22).
III.
A MORDOMIA DAS EMOÇÕES
A faculdade do
sentimento é também identificada como afeição ou emoção.
Essa faculdade é de extrema importância na personalidade humana, pois diz respeito
à capacidade de saber administrar e controlar a parte afetiva do nosso ser.
O ser humano foi feito um ser dotado de
sentimento,
um ser sensível, um ser que sente emoções, paixões e dores, alegria, tristeza,
gozo ou prazer. Infelizmente, o pecado deturpou
os sentimentos humano, escravizando-os e alternando os seus
valores reais. Cristo veio também para reorganizar nossas emoções e
canalizá-las na direção correta. Como mordomos de Deus, temos o dever de estar
atentos para que as nossas emoções sejam controladas e desenvolvidas conforme a
vontade de Deus.
Após ter percebido estar só, o homem sentiu
solidão,
o que não foi agradável a Deus, que, então, criou a mulher. Em seguida à
queda, o homem sentiu medo (Gn 3:10) e, como
consequência do pecado, passaria a mulher a sentir muitas dores na conceição(Gn
3:16),
e o homem, dores na luta pela sobrevivência(Gn 3:17). Algum tempo
depois, Caim sentiu ira e ódio de seu irmão, a ponto de matá-lo (Gn
4:5,8).
Como podemos perceber, portanto, o homem é um ser que sente, mas este
sentimento deve ser disciplinado e conduzido pelo Senhor, se quisermos ser
fiéis mordomos. Devemos ter o mesmo sentimento que houve em Jesus (Fp
2:5).
O
primeiro sentimento que devemos ter é o de submissão a Deus, é o de que somos
servos e Ele, o Senhor. Foi este o sentimento que norteou a vida de Jesus em
Seu ministério terreno e é o exemplo que devemos seguir.
Quando reconhecemos o senhorio de Deus em
nossas vidas,
nossas paixões, nossos sentimentos passam a ser controlados pelo Senhor e, assim,
não seremos por eles escravizados. Paulo bem demonstrou isto ao afirmar que,
por se rebelarem contra Deus, os homens foram abandonados à própria sorte,
sendo, então, facilmente aprisionados pelos mais perversos sentimentos (Rm
1:24,26,27).
Do ponto de vista sentimental e emocional
a alma é, sobremodo, inconstante. Motivada, ou atormentada pela
insegurança da vida presente, e mais ainda pela incerteza da vida após morte, a
alma do homem sem Deus apresenta um alto grau de inconstância e
vulnerabilidade. As crises de natureza psíquica, as doenças psicossomáticas
se multiplicam, e a pessoa sem Deus não
tem paz. A pessoa de Deus, contudo,
precisa aprender a administrar seus sentimentos e a controlar suas emoções.
Isto só é possível através da ação do Espírito de Deus na vida dessa pessoa.
O descontrole
sentimental prejudica o relacionamento entre as pessoas, principalmente entre os casais,
quebrando a estabilidade matrimonial e desfazendo os laços familiares.
Quando a pessoa
(homem ou mulher) de Deus falha na administração de seus sentimentos
os reflexos serão sentidos em sua vida espiritual e no exercício de sua fé. Um
homem ou uma mulher de Deus precisa ter firmeza sentimental e controle emotivo
- “Amarás, pois, o Senhor teu Deus de
todo o teu coração, e de toda a tua alma e de todo o teu poder” (Dt 6:5).
Este amor dedicado a Deus, e que por extensão alcança sua Obra, a Igreja, os
irmãos, e até os inimigos, não pode sofrer constantes mutações, não pode mudar
ao sabor das circunstâncias favoráveis ou adversas.
A Mordomia da
alma, no
que diz respeito à administração dos sentimentos, é difícil, mas é
necessária e possível desde que nos submetamos à vontade de Deus e a submissão
de seu Espírito. O Espírito Santo pode fortalecer nossos sentimentos nos
abatimentos de nossa alma, como aconteceu com o Salmista: “Por que estás abatida, ó minha alma, e por que te perturbas em mim?”...
(Salmo 42:5). Aconteceu com o Salmista, também pode acontecer comigo e com
você. Porém, em nossos abatimentos, podemos ter uma esperança – “Espera Em Deus, pois ainda o Louvarei na
salvação de sua presença” (Salmo 42:5). Administrar os nossos Sentimentos é
difícil, mas, é possível e necessário. Pense nisso!
Como Mordomo de
Deus, devemos usar nossas emoções para:
. Adorar
a Deus. A adoração a Deus é uma das maneiras de
usarmos nossas faculdades da alma como Ele quer. Deus tem prazer em nos ver
expressando, com sinceridade, reverência e amor, profunda adoração a Ele.
.
Crescer
espiritualmente. Buscamos, laboriosamente, a
maturidade espiritual, no afã de atingirmos a estatura de varão perfeito, que
se dará na glorificação. As emoções desempenham um papel básico no nosso
crescimento espiritual. E nem sempre é fácil atingir todo o nosso
desenvolvimento emocional, pois isto só acontecerá quando formos capazes de ter
a mesma atitude de Cristo: ”De sorte que haja em vós o mesmo sentimento que
houve também em Cristo Jesus”(Fp 2:5). Que sentimento foi este de Cristo que
Paulo quis dizer? Humildade integral e Obediência até à morte para o
benefício dos outros (Fp 2:5-8). A humildade integral de Cristo deve
existir em todos aqueles que se dizem cristãos, os quais foram chamados para
viver com sacrifício e renúncia, cuidando dos outros e fazendo-lhes o bem.
. Manifestar
o Fruto do Espírito: “amor, alegria, paz, longanimidade,
benignidade, bondade, fidelidade, mansidão e domínio próprio” (Gl 5:22). Somos
responsáveis pelo “jardim” do nosso ser emocional, precisando arrancar as ervas
daninhas como: amargura, paixões ilícitas, ira e outros sentimentos que são igualmente
condenados pelo Senhor (Gl 5:19-22;Ef 4:31).
A mordomia do sentimento leva-nos,
obrigatoriamente, à busca do amor divino, o caminho mais excelente que pode ser
trilhado por um verdadeiro mordomo de Deus (1Co
12:31).
É preciso que tenhamos amor a Deus. Ora, amor
é apego, é o desejo de se estar junto a alguém. Assim, temos de querer
estar junto a Deus, de nos apegarmos a Ele e só o faremos se observarmos a Sua
Palavra, pois só ama a Deus quem guarda os seus mandamentos (João
15:14).
Se amamos a Deus, amaremos o nosso
próximo(1João 4:20). Assim fazendo,
teremos os melhores sentimentos com o foco no outro e não em nós mesmos e,
assim nos conduzindo, estaremos tendo o mesmo sentimento que houve em Cristo
Jesus e, deste modo, nossos sentimentos gerarão atitudes que correspondem às
qualidades do fruto do Espírito (Gl 5:22).
O amor é a mais
complexa e sublime de todas as virtudes, bem como de
todos os elementos do fruto do Espírito. Aliás, todos eles estão ligados ao
amor, como mostra a figura abaixo. Para Deus, se não houver amor, nada mais
valerá a pena na vida.
CONCLUSÃO
É na Alma onde são
gerados os grandes conflitos. É na Alma onde se travam as grandes batalhas
espirituais que podem abrir profundas feridas que só o Senhor pode curar. “Eu
dizia: Senhor, tem piedade de mim; Sara a minha alma, porque pequei contra ti”
(Salmo 41:4). Porém, quando a Alma é inundada pela graça ela passa a ter apenas
um desejo –“A minha alma tem sede de Deus, do Deus vivo...” (Salmo 42:2). Uma
Alma redimida é uma benção! Pense nisso!
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Elaboração:
Luciano de Paula Lourenço – Assembleia de Deus –Ministério Bela
Vista/Fortaleza-CE.
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Bibliografia:
Dr. Caramuru Afonso Francisco – A Mordomia
da Alma. PortalEBD.
Bíblia de Estudo Pentecostal.
Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal.
Comentário Bíblico Popular do Novo
Testamento – William Macdonald.
Comentário do Novo Testamento – Aplicação
Pessoal. CPAD.
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