1º Trimestre/2014
Texto Base: Êxodo 28:1-11
“ E para o nosso Deus os fizestes reis
e sacerdotes; e eles reinarão sobre a terra” (Ap 5:10)
INTRODUÇÃO
Dando continuidade a nossa “Jornada de Fé”
rumo à Terra Prometida, trataremos nesta Aula acerca da escolha de Arão e seus
filhos para o sacerdócio. Israel ainda está no Sinai. Já foi reconhecida como
nação eleita, ao entrar em um relacionamento de aliança com Deus (Êx 19:3-8).
Já recebeu o Decálogo, como estatutos perpétuos a serem obedecidos (Êx 20:6;
24:12). O Tabernáculo já foi definido (Êx 25:8) como o lugar de adoração ao
único Deus verdadeiro. Agora, Deus estabelece e define o sacerdócio, no qual a
pessoa vocacionada teria a responsabilidade de ensinar ao povo o caminho da
verdadeira adoração.
Deus separou a tribo de Levi para o serviço
no Tabernáculo e para o santo ministério sacerdotal. Originalmente, Deus nomeou
a Arão e seus filhos para constituírem o sacerdócio. Os levitas, que não eram
sacerdotes, eram os ajudantes destes; eles assistiam os sacerdotes em seus
deveres, transportavam o Tabernáculo e cuidavam dele. O capítulo 28 de Êxodo,
bem como o Livro de Levítico, trata acerca disso.
A vocação sacerdotal seria hereditária, de
modo que os sacerdotes podiam transmitir a seus filhos as leis detalhadas
relacionadas com o culto e com as numerosas regras às quais os sacerdotes
viviam sujeitos, a fim de manterem a pureza legal que lhes permitisse
aproximar-se de Deus.
I. O SACERDÓCIO (Êx 28:1-5)
O ministério sacerdotal surgiu como uma
necessidade para que houvesse o devido relacionamento entre Deus e os homens,
ante a entrada do pecado no mundo.
1.
O sacerdote. Deus ordenou a Moisés que separasse a Arão
e seus filhos para este tão grande e sublime mister. Essa
escolha divina foi confirmada mediante a unção, que seguiu um rito todo
especial, determinado pelo próprio Deus (cf Lv cap. 8). O
sacerdote era um mediador que ensinava a lei, mas principalmente oficiava os
cultos religiosos dos israelitas. Eles só podiam vir da tribo de
Levi. No entanto, o simples fato de alguém ser levita não fazia dele um
sacerdote.
Para atuar como sacerdote, era necessário o
chamado de Deus - "Ninguém,
pois, toma esta honra para si mesmo, senão quando chamado por Deus, como
aconteceu com Arão" (Hb 5:4). Então, ser sacerdote era uma honra
especial, e os que desempenhavam essa função eram diretamente chamados por
Deus. Os demais levitas, embora desempenhassem trabalhos importantes na
vida religiosa de Israel, não eram sacerdotes. Os sacerdotes da ordem levítica
eram consagrados ou separados por Deus para esse trabalho especial (Êx
28:1-4). Isso significa que eram santos, não devendo ser consideradas pessoas
comuns.
Além disso, para que alguém fosse sacerdote,
essa pessoa precisava não só ser da tribo de Levi, ser chamada por Deus para o
trabalho e ser consagrada, mas tinha de estar isenta de deformidades físicas e
de outras contaminações (veja Levítico 21). Ainda que uma pessoa
preenchesse alguns dos outros requisitos, se fosse cega, coxa ou de algum modo
deformada, não podia atuar como sacerdote. Então, vemos que os que eram
sacerdotes no sistema do Antigo Testamento eram especiais, santos e sem
deficiências. Isso apontava para o Sumo Sacerdote da Nova Aliança, Jesus Cristo
(Hb 6:20), que é perfeito e seu sacrifício por nós foi único, completo e aceito
pelo Pai.
1.1) Os sacerdotes viviam sob leis
especiais.
a)
Não podiam se casar nem com viúva, nem com repudiada; casavam-se com virgens da
linhagem da casa de Israel, ou viúva que fosse viúva de sacerdote (Ez 44:22).
b)
Não podiam contaminar-se pelos mortos, exceto pelos parentes mais próximos (Lv
21:1-6).
c)
Não podiam beber vinho, enquanto estivessem servindo no tabernáculo (Lv 10:9;
Ez 44:21).
d)
Não podiam contaminar-se, comendo o que tinha morrido por si mesmo (Lv 22:8).
e)
Enquanto estivessem imundos, não podiam realizar qualquer serviço (Lv 22:1.2;
Nm 19:6.7).
f)
Enquanto estivessem imundos, não podiam comer das coisas santas (Lv 22:3-7).
g)
Nenhum hóspede ou servo contratado podia comer de sua porção (Lv 22:10).
i)
Seus filhos, casados com estranhos, não podiam comer sua porção (Lv 22:12).
j) As
pessoas que ignorantemente comessem de suas coisas santas, tinham de fazer restituição
(Lv 22:14-16).
k)
Eram castigados aqueles que invadissem seu oficio (Nm 16:1-35; 10:7; 2Cr
26:16-21).
1.2) As deficiências (veja Hebreus
8:7-8).
a) Os próprios sacerdotes eram pecadores. O
sumo sacerdote tinha de oferecer, no dia da expiação, quando entrava no lugar
santíssimo, em primeiro lugar, um sacrifício por si mesmo (Lv 16:11), prova de
que o sumo sacerdote era um ser humano e, como tal, dotado de natureza
pecaminosa, dependendo, assim, do perdão divino. O primeiro ato da consagração
dos sacerdotes era a lavagem com água (Lv.8:6), ato de purificação e que,
portanto, é outra maneira de se dizer que o sumo sacerdote era homem como
qualquer outro, dependente da purificação dos seus pecados. Veja Lv 10:1,2;
9:7,8; Hb 8:3; 9:6,7.
b) Ofereciam sacrifícios contínuos. Os
sacrifícios tinham de ser oferecidos repetidas vezes - "Faz-se recordação de pecados todos os anos"
(Hb 10:3). Ficamos perplexos quando lemos o Antigo Testamento com detença
e vemos os vários sacrifícios que tinham de ser oferecidos pelos sacerdotes a
favor de cada israelita, e a frequência com que tinham de ser oferecidos. Veja Êx
29:38,41,42; 30:10; Nm 28:1-3.
c)
os sacrifícios que ofereciam pelo povo não podiam eliminar o pecado (Hb
10:1-4; 9:9,10). O efeito da expiação era temporário - "Porque é impossível que o sangue de touros e
de bodes remova pecados"(Hb 10:4). Debaixo do sistema
transitório da lei, Deus aceitava sacrifícios de animais como substituto do
único sacrifício que poderia realmente eliminar o pecado: o sacrifício do
“Cordeiro de Deus”, que não tinha pecado.
2.
O ministério dos sacerdotes. O ministério sacerdotal
era, essencialmente, de intercessão. O sacerdote era um mediador entre o povo e
Deus, e não apenas no que diz respeito ao oferecimento de sacrifícios para
expiação das culpas do povo, mas também no sentido mais comum, de orar em favor
do povo.
Destacamos
várias outras funções:
a)
Tomar conta do tabernáculo (Nm 18:1,5.7).
b)
Cobrir os objetos sagrados do santuário antes de sua remoção (Nm 4:5-15).
c)
Oferecimento de sacrifício (Lv 1 a 6; 2Cr 29:34; 35:11).
d)
Acender e conservar em ordem as lâmpadas do santuário (Êx 27:20,21; Lv 24:3,4).
e)
Conservar sempre aceso, o fogo do altar (Lv 6:12,13).
f)
Queimar o incenso (Êx 30:7,8; Lc 1:9).
g)
Colocar e remover os pães da proposição (Lv 24:5-9)
h) Oferecer
os primeiros frutos (Lv 23:10,11; Dt 26:3,4).
i)
Abençoar o povo (Nm 6:23-27).
j)
Purificar os imundos (Lv 15:30,31).
k)
Decidir os casos de ciúme (Nm 5:14,15).
l)
Decidir os casos de lepra (Lv 13:2-59).
m)
Julgar os casos de controvérsia (Dt 17:9-13; 21:5).
n)
Ensinar a lei (Dt 33:10; Ml 2:7).
o)
Tocar as trombetas em várias ocasiões (Nm 10:1-10; Is 6:3.4).
p)
Transportar a Arca (Js 3:6,17; 6:12).
q)
Encorajar
o povo, ao irem à guerra (Dt 20:1-4).
Na
época de Davi, os sacerdotes foram divididos em 24 turnos,
para ordenar melhor o serviço de cada um no Santuário (1Cr 24); e os levitas
passaram a exercer trabalhos ainda mais especializados, como os de cantores e
músicos (1Cr 25), porteiros (1Cr 26:1-19), guardas dos tesouros e zeladores do
Templo (1Cr 26:20-28), oficiais e juízes (1Cr 26:29-32).
A
Bíblia diz que originalmente Deus desejava tornar a nação de Israel, como um
todo, em um reino sacerdotal (cf. Êx 19:5,6), entretanto, devido ao
comportamento da nação, Ele escolheu a família de Arão como linhagem
sacerdotal. O sacerdote universal envolvendo todo o povo de Israel terá o seu
cumprimento no reino milenial de Cristo, conforme Isaías 61:6 – “Vós sereis chamados sacerdotes do Senhor, e
vos chamarão ministros de nosso Deus”.
3.
O Sumo Sacerdote. Era o sacerdote mais importante. Arão foi o
primeiro sumo sacerdote da história de Israel (Êx 28:1-3), cuja função era,
primordialmente, a de interceder a Deus por todo o povo, notadamente no dia da
expiação (Lv 16; 23:26-32), quando ingressava no lugar santíssimo e ali, depois
de ter feito sacrifício antes por si mesmo, oferecia um sacrifício em nome de
todo o povo, ocasião em que Deus aplacava a sua ira e diferia, por mais um ano,
a punição pelos pecados cometidos. Era responsabilidade do sumo sacerdote aspergir
sangue sobre o propiciatório - como era chamada a tampa de ouro da arca do
concerto -, que ficava dentro do lugar santíssimo, e este sangue trazia favor
ao povo de Israel, pois, por causa deste sangue, o pecado do povo era coberto e
Deus se mostrava favorável, não castigando o povo pelo pecado cometido.
O
sumo sacerdócio era
um cargo hereditário (Ex 28:43), dado ao primogênito do vigente sumo
sacerdote, com exceção dos casos de enfermidade ou mutilação previstos pela Lei
(Nm 3:1-13; Lv 21:16-23). No caso da família de Arão, como o primogênito Nadabe
e seu irmão Abiú foram mortos por levarem fogo estranho diante de Deus, Eleazar
sucedeu o sumo sacerdócio (Nm 20:25,26).
Somente
o Sumo Sacerdote usava
o peitoral com os nomes das doze tribos de Israel e atuava como mediador
entre toda a nação e Deus. Somente ele tinha o direito de consultar ao Senhor
mediante Urim e Tumim. Embora o
sacerdote em alguns aspectos prefigure o cristão, o sumo sacerdote simbolizava
Jesus Cristo (ver 1Pe 2:5,9; Hb 2:17; 4:14).
Restrições: Por ser tão honrosa
e de muita responsabilidade, o sumo sacerdote era cercado de uma série de
restrições, muito superiores a todo e qualquer outro israelita. Assim, por
exemplo, não podia descobrir a sua cabeça, nem tampouco rasgar os seus vestidos
(Lv 21:10), como também não poderia se chegar a qualquer cadáver, nem mesmo de
seus pais (Lv 21:11), tendo de casar com mulher virgem, sendo-lhe vedado casar
com mulher repudiada ou, mesmo, viúva (Lv 21:13,14).
4. Jesus Cristo é o nosso
perfeito Sacerdote. Os sacerdotes de Israel eram apenas sombras
do nosso grande Sumo Sacerdote, o Senhor Jesus Cristo. Algumas passagens nos
dão uma compreensão da perfeição encontrada no caráter sacerdotal de Cristo:
a) Cristo como Sacerdote foi designado e
escolhido por Deus - "Assim também Cristo não se
glorificou a si mesmo, para se fazer sumo sacerdote, mas aquele que lhe disse:
Tu és meu Filho, Hoje te gerei"(Hb 5:5).
b) Ele não tem pecado - “Porque
nos convinha tal sumo sacerdote, santo, inocente, imaculado, separado dos
pecadores, e feito mais sublime do que os céus”(Hb 7:26).
c) O Seu sacerdócio é inalterável -
"E, na verdade, aqueles foram feitos sacerdotes em grande número, porque
pela morte foram impedidos de permanecer, mas este, porque permanece
eternamente, tem um sacerdócio perpétuo"(Hb 7:23-24).
d) O Seu oferecimento é perfeito e
definitivo - “Nem também para a si mesmo se oferecer muitas vezes,
como o sumo
sacerdote cada ano entra no santuário com sangue alheio; De outra
maneira, necessário lhe fora padecer muitas vezes desde a fundação do mundo.
Mas agora na consumação dos séculos uma vez se manifestou, para aniquilar o
pecado pelo sacrifício de si mesmo. E, como aos homens está ordenado morrerem
uma vez, vindo depois disso o juízo, assim também Cristo, oferecendo-se uma vez
para tirar os pecados de muitos, aparecerá segunda vez, sem pecado, aos que o
esperam para salvação"(Hb 9:25-28).
e) Ele Intercede continuamente - “Mas
este, porque permanece eternamente, tem um sacerdócio perpétuo. Portanto, pode
também salvar perfeitamente os que por ele se chegam a Deus, vivendo sempre
para interceder por eles"(Hb 7:24-25).
f) Ele é o único Mediador -
"Porque há um só Deus, e um só Mediador entre Deus e os homens, Jesus
Cristo homem" (1Tm 2:5).
II. A INDUMENTÁRIA DO SACERDOTE
1.
As vestes do Sacerdote. Os sacerdotes, quando estivessem
ocupados com as funções sacerdotais deviam usar “vestes santas” (Êx 28:3). Essas
vestes eram feitas do melhor linho fino, que era um símbolo de pureza. Os
materiais para fazer as vestes sacerdotais eram os mesmos das cortinas e do véu
do Tabernáculo (Êx 26:1,31,32;28:5,6). Eram obras primorosas para que os
sacerdotes estivessem vestidos com dignidade e formosura. Eles não poderiam
apresentar-se diante do Senhor de qualquer maneira. Havia quatro vestes
prescritas por Deus aos sacerdotes:
-
Os calções de linho, que serviam para cobrir as partes íntimas e
as coxas do sacerdote (Êx 28:42).
- O
manto ou túnica de linho fino e branco (Êx 28:39,40). Isto
lhe recordava seu dever de viver uma vida pura e santa. Também, apontava para a
pureza, perfeição e justiça de Cristo.
- O
cinturão de linho, com bordado e usado para prender as roupas
(Êx 28:39,40).
- A
tiras para a cabeça, isto é, para o turbante ou mitra (Êx
28:37,40).
2.
As vestes do Sumo Sacerdote. Além das quatro peças básicas
anteriormente citadas, havia outras quatro que eram usadas apenas pelo sumo
sacerdote. As vestimentas manifestavam a dignidade da mediação sacerdotal e
lembrava ao intercessor que ele deveria se comportar com o devido decoro, bem
como levava o povo a se comportar em santa reverência diante de Deus.
a)
O Manto azul (Êx 28:31-35). Esta peça era usada sobre
a túnica branca. Ela se estendia do pescoço até abaixo dos joelhos. As orlas do
Manto eram adornadas com campainhas de ouro e romãs azuis que se alternavam.
Como a romã tem muitas sementes, é considerada símbolo de uma vida frutífera.
As campainhas de ouro anunciavam os movimentos do sumo sacerdote à congregação
fora do Tabernáculo no Dia da Expiação. Desse modo, sabiam que ele não havia
morrido ao entrar no lugar santíssimo, mas que sua mediação havia sido aceita.
Alguns estudiosos da Bíblia têm visto igualmente aí uma verdade espiritual para
o cristão; segundo eles, as campainhas podem representear o testemunho verbal,
e as romãs, o fruto do Espírito. Ambos andam juntos e devem ser de igual
importância para o cristão.
b)
O Éfodo ( Êx 28:6-14). Ele consistia em um colete com as
partes da frente e de trás unidas por tiras sobre cada ombro e por um cinturão
à altura da cintura. Era feito de linho nas cores ouro, azul, púrpura e
escarlate. Nas tiras sobre os ombros, havia
duas pedras sardônicas, uma de cada lado, trazendo o nome das doze tribos de Israel – seis nomes em uma pedra e os
outros seus nomes na outra (Êx
28:9,10). O texto bíblico diz que a ordem dos nomes era “segundo as suas
gerações” (Êx 28:10), o que significa dizer que a disposição dos nomes nas
pedras obedecia à ordem de nascimento dos doze filhos de Israel que davam nome
às tribos. O fato de o sumo sacerdote levar o nome das doze tribos nos ombros
tinha um significado claro: ele, como intercessor entre o povo e Deus, levava em seus ombros todo o povo de
Israel. O propósito divino era que, cada vez que o sumo sacerdote vestisse o
éfode, se lembrasse disso (Êx 28:12).
c)
O peitoral do juízo (Êx 28:15-30). Esta peça era colocada
sobre o éfode, na frente. Era uma bolsa quadrada de aproximadamente vinte
centímetros. Era a parte mais magnífica e mística das vestes sacerdotais. Tinha
na frente doze pedras de diferentes
tipos e cores; cada pedra preciosa
tinha o nome de uma das tribos de Israel
(Ex 28:21). O significado aqui é claro: no éfode, o sumo sacerdote levava os nome das tribos de Israel
sobre os ombros, a parte do corpo que representa a força e; no peitoral, sobre seu coração, o órgão
representativo da reflexão e do amor. Ele não somente representava Israel
diante de Deus, mas também intercedia em favor da nação. A verdadeira
intercessão brota do coração e se realiza com todo o vigor. Ele é, sobretudo,
uma imagem de nosso grande Intercessor no Céu, em cujas mãos estão gravados
nossos nomes (Is 49:16).
Urim e Tumim. O
sumo sacerdote usava dentro do peitoral o Urim
e o Tumim, que significavam “luzes e
perfeições”. Eram empregados para consultar ao Senhor. Segundo se crê, era
duas pedrinhas, uma indicando resposta negativa e a outra, resposta positiva.
Não se sabe como eram usadas, mas é provável que, em situações difíceis, fossem
retiradas de algum lugar ou lançadas ao acaso, ao fazer-se uma consulta
propondo uma alternativa: “farei isto ou aquilo?” e, segundo saísse Urim ou Tumim, interpretava-se a resposta, segundo a vontade de Deus (Êx
29:10; Nm 16:40; 27:21; Ed 2:63; 1Sm 14:36-42; 2Sm 5:19).
d)
Lâmina de ouro à sua testa (Êx 28:36-38). Esta peça era usada
na frente da mitra sacerdotal, isto, do turbante (Êx 28:37) com as seguintes
palavras gravas sobre ela: “Santidade ao Senhor” (Êx 28:36). Isto
proclamava que a santidade é a essência da natureza de Deus e indispensável a
todo o verdadeiro culto prestado a Ele. O sumo sacerdote era a personificação
de Israel e sempre era seu dever trazer à memória do povo a santidade de Deus.
Ao povo da Nova Aliança é exigido santidade,
quando nos apresentamos ao Senhor para prestar-lhe culto. Como nós somos
templos do Espirito Santo (1Co 6:19), logo a santidade deve ser buscada
constantemente. Está escrito: “Sede santos em toda a vossa maneira de viver”(1Pe
1:15).
Assim como as vestes sujas do sumo sacerdote
Josué, na visão do profeta Zacarias, representavam a sua iniquidade (Zc 3:3,4),
as vestes santas dos sumo sacerdotes representavam a pureza e a perfeição de
Cristo como o nosso Sumo Sacerdote definitivo e por excelência (Hb 7:26).
Silas Daniel citando Matthew Henry diz que
“o nosso adorno agora, sob o evangelho, tanto o dos ministros quanto o de todos
os cristãos, não deve ser de ouro ou pérolas, nem custoso, mas deve ser
composto das vestes da salvação e do manto da justiça” (Is 61:10; Sl 132:9,16).
III. MINISTROS DE CRISTO PARA A IGREJA
A Igreja é chamada “reino sacerdotal” (1Pe
2:9), cujo único Sumo Sacerdote é o
Senhor Jesus. Ele ofereceu o sacrifício de Si mesmo, e entrou no santuário
celestial, apresentando-se diante do Pai (Hb 2:17; 4:15).
Assim como os sacerdotes do Antigo
Testamento, os ministros de Cristo precisam ser consagrados ao Senhor, ser
purificados de toda culpa, ungidos com o Espirito Santo, afim de que o culto
tenha a qualidade desejada pelo Senhor, sendo, assim, aceitável diante dEle. Além
disso, a vida do ministro deve ser coerente com o culto ou serviço que prestam
a Deus.
O sacerdote do Antigo Testamento não podia
se contaminar, pois era consagrado a Deus. Suas magnificas vestes representavam
uma vida caracterizada pela beleza do testemunho, por valores espirituais e
pureza moral. As roupas, em muitos textos bíblicos, simbolizam um modo de agir,
um estilo de vida (Ap 19:8). Se todos os cristãos devem estar à altura das
exigências de Deus para os sacerdotes, o que dizer dos ministros Eclesiastes?
O sacerdote não era perfeito, mas devia
estar sempre disposto a reconhecer seus pecados, abandoná-los e oferecer o
sacrifício correspondente. Jesus já ofereceu o sacrifico definitivo. O que
precisamos, então, é de uma apropriação pela fé dos méritos do Calvário, que
nos limpam e nos colocam em condições de entrarmos no santuário de Deus.
É válido ressaltar que o ministro do Senhor
Jesus nos dias de hoje também deve observar o chamado divino para a sua vida, a
santificação e a unção de Deus para exercer o seu ministério, o principio da
submissão no seu dia a dia e a necessidade de exercer o seu ministério conforme
a vontade de Deus (cf 1Tm 3:1-7; 6:11,12; Tt 1:7-9; 1Pe 5:1-4). Ainda, o
ministro deve se lembrar de que sua função no reino de Cristo não é simplesmente
um cargo ou uma forma de se alcançar status
seja ele qual for. Pense nisso!
CONCLUSÃO
O sacerdócio de Arão
apontava para Cristo, o único mediador entre Deus e os homens e que intercede
diante do Pai por nós (1Tm 2:5). No Novo Testamento, não há mais linhagens de
sumo sacerdotes, porque o nosso único e definitivo Sumo Sacerdote é Cristo, que
através do seu sacrifício acabou com a necessidade de novas ofertas e
sacrifícios (Hb 7:1-8). Todos os cristãos são sacerdotes diante de Deus (1Pe
2:5,9; Ap 1:5,6; 5:9,10). Portanto, todo
o povo de Deus da Nova Aliança pode se apresentar diretamente a Deus para
oferecer-lhe sua adoração (Hb 10:19-23; 13:15). Por isso, devemos ter uma vida
exemplar, quer em atitudes quer em palavras.
------
Elaboração: Luciano
de Paula Lourenço – Assembleia de Deus – Ministério Bela Vista. Disponível no
Blog: http://luloure.blogspot.com
Referências Bibliográficas:
Bíblia de Estudo Pentecostal.
Bíblia de estudo – Aplicação Pessoal.
Revista Ensinador Cristão – nº 57 – CPAD.
Eugene
H. Merrill – História de Israel no Antigo Testamento. CPAD.
Paul
Hoff – O Pentateuco. Ed. Vida.
Leo
G. Cox - O Livro de Êxodo -
Comentário Bíblico Beacon. CPAD.
Victor
P. Hamilton - Manual do Pentateuco. CPAD.
Silas Daniel – Uma jornada de Fé (Moisés, o
Êxodo e o Caminho à Terra Prometida). CPAD.
A paz do Senhor , seus comentários sobre as lições tem me ajudado muito.
ResponderExcluirPaz do Senhor, essa é a primeira vez que visito o seu blog, gostei, me ajudou bastante na preparação de minha aula. Jesus continue lhe abençoando
ResponderExcluir