4° trimestre 2024
SUBSÍDIO PARA A LIÇÃO 06
Texto Base: Isaías 53:1-5; Mateus 8:14-17; Tiago 5:14,15
‘‘Verdadeiramente, ele tomou sobre si as nossas
enfermidades e as nossas dores levou sobre si; e nós O reputamos por aflito, ferido
de Deus e oprimido (Isaias 53:4).
Isaías 53:
1.Quem deu crédito à nossa pregação? E
a quem se manifestou o braço do SENHOR?
2.Porque foi subindo como renovo
perante ele, e como raiz de uma terra seca; não tinha beleza nem formosura e, olhando-nos
para ele, não havia boa aparência nele, para que o desejássemos.
3.Era desprezado, e o mais rejeitado
entre os homens, homem de dores, e experimentado nos trabalhos; e, como um de
quem os homens escondiam o rosto, era desprezado, e não fizemos dele caso algum.
4.Verdadeiramente ele tomou sobre si as
nossas enfermidades, e as nossas dores levou sobre si; e nós o reputávamos por
aflito, ferido de Deus, e oprimido.
5.Mas ele foi ferido por causa das
nossas transgressões, e moído por causa das nossas iniquidades; o castigo que
nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados.
Mateus 8:
14.E Jesus, entrando na casa de Pedro,
viu a sogra deste jazendo com febre.
15.E tocou-lhe na mão, e a febre a
deixou; e levantou-se, e serviu-os.
16.E, chegada a tarde, trouxeram-lhe
muitos endemoninhados, e ele com a sua palavra expulsou deles os espíritos, e
curou todos os que estavam enfermos;
17.Para que se cumprisse o que fora
dito pelo profeta Isaías, que diz: Ele tomou sobre si as nossas enfermidades, e
levou as nossas doenças.
Tiago 5:1
14.Está alguém entre vós doentes? Chame
os presbíteros da igreja, e orem sobre ele, ungindo-o com azeite em nome do
Senhor;
15.E a oração da fé salvará o doente, e
o Senhor o levantará; e, se houver cometido pecados, ser-lhe-ão perdoados.
INTRODUÇÃO
A promessa de cura é um dos aspectos
mais preciosos da obra redentora de Cristo. Ao entregarmos nossa vida a Ele,
recebemos não apenas a salvação espiritual, mas também a provisão para a cura
física e emocional. Jesus, durante Seu ministério terreno, manifestou o desejo
divino de aliviar o sofrimento, curando os enfermos e libertando os oprimidos.
Sua obra na cruz do Calvário foi completa, abrangendo tanto a redenção dos
pecados quanto a restauração da saúde. Nesta lição, exploraremos a profundidade
da promessa de cura, fundamentada no poder do sacrifício de Cristo e no amor de
Deus por Seu povo.
I. A PROMESSA BÍBLICA
DA CURA DIVINA
1. A profecia
messiânica de Isaías 53
Isaías 53 é um dos textos mais
poderosos e proféticos do Antigo Testamento, revelando o caráter e a missão do
Messias, Jesus Cristo. Nesse capítulo, Isaías profetiza sobre o Servo Sofredor,
que carregaria sobre Si as dores e enfermidades da humanidade. A descrição é
profundamente detalhada e aponta para a obra expiatória de Cristo na cruz, onde
Ele não apenas tomou sobre Si os pecados do mundo, mas também as nossas
enfermidades.
O versículo 4 declara:
“Verdadeiramente, ele tomou sobre si as nossas enfermidades, e as nossas dores
levou sobre si...”; enquanto o versículo 5 enfatiza: “Mas ele foi ferido por
causa das nossas transgressões, e moído por causa das nossas iniquidades; o
castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos
sarados”. Aqui, a profecia não se limita apenas à redenção do pecado, mas
estende-se também à cura das enfermidades físicas e emocionais. Essa visão
ampla da obra de Cristo mostra que a salvação é uma obra completa, que abrange
a totalidade do ser humano.
O evangelista Mateus, no Novo
Testamento, faz referência direta a Isaías 53:4 ao relatar as curas realizadas
por Jesus, dizendo: "Para que se cumprisse o que fora dito pelo profeta
Isaías, que disse: Ele tomou sobre si as nossas enfermidades, e levou as nossas
doenças" (Mateus 8:17). Este cumprimento no ministério de Jesus confirma
que a cura física está entrelaçada com a redenção espiritual.
A obra de Cristo na cruz é, portanto,
total e suficiente. Ao carregar nossos pecados, Ele também carregou nossas
enfermidades, oferecendo uma cura que transcende o físico e alcança o
espiritual. A profecia de Isaías nos dá a segurança de que, em Cristo, há
provisão tanto para a salvação quanto para a cura. Ele não apenas nos redimiu
do poder do pecado, mas também nos oferece a possibilidade de sermos curados
das doenças e libertos do sofrimento. Assim, podemos afirmar com confiança que
Jesus é o Salvador que cura, conforme a promessa revelada desde os tempos
antigos.
2. O cumprimento profético no ministério de Jesus
O ministério de Jesus
foi marcado por inúmeros milagres e sinais, que não apenas atestaram Sua
identidade messiânica, mas também cumpriram as profecias do Antigo Testamento,
especialmente aquelas encontradas em Isaías 53. Um exemplo claro desse
cumprimento é encontrado em Mateus 8:14-17, onde Jesus cura a sogra de Pedro e,
logo em seguida, liberta muitos outros que estavam possuídos por demônios e
enfermos.
Ao curar a sogra de
Pedro, Jesus demonstra Seu poder sobre as enfermidades físicas, mostrando que
Ele é o Senhor da vida e da saúde. A narrativa de Mateus ressalta que essa cura
não foi um ato isolado, mas parte de uma sequência de milagres que culminam em
uma referência direta à profecia de Isaías 53:4. Mateus declara: “Para que se
cumprisse o que fora dito pelo profeta Isaías, que diz: Ele tomou sobre si as
nossas enfermidades e levou as nossas doenças” (Mt.8:17).
Essa citação é
significativa porque conecta diretamente a obra curativa de Jesus ao propósito
redentor do Messias, conforme predito por Isaías. A profecia de Isaías não se
limita à redenção espiritual, mas abrange também a cura das enfermidades
físicas, revelando um Messias que se importa com o bem-estar integral do ser
humano. Ao cumprir essa profecia, Jesus mostra que o plano de salvação de Deus
é completo e inclui a restauração tanto do corpo quanto da alma.
O cumprimento
profético no ministério de Jesus sublinha que a cura divina não é um elemento
secundário ou periférico na obra redentora, mas uma parte integral do plano de
Deus. Ao curar os enfermos e libertar os oprimidos, Jesus estava demonstrando
que o Reino de Deus havia chegado e que o poder de Deus estava operando para
restaurar todas as coisas, incluindo a saúde física. A cura física, portanto, é
um sinal visível da cura espiritual que Jesus oferece a todos os que n'Ele
creem.
Essa compreensão nos
leva a reconhecer que a obra de Cristo é abrangente, tocando todas as áreas da
vida humana. O ministério de Jesus na terra, ao cumprir as promessas
messiânicas, nos assegura que a salvação que Ele oferece não é apenas uma
promessa futura de vida eterna, mas uma realidade presente que inclui a cura e
a libertação aqui e agora. Isso reforça a nossa fé na suficiência e na
abrangência da obra de Cristo, que continua a operar milagres de cura na vida
daqueles que confiam n'Ele.
3. Os ministros são chamados a orar e ungir os enfermos
A prática de orar e
ungir os enfermos, conforme orientado em Tiago 5:14,15, é uma expressão
concreta da fé cristã no poder curador de Jesus Cristo, que continua a operar
por meio da Igreja. Tiago, em sua epístola, exorta os crentes a chamar os
presbíteros [pastores, diáconos...] da igreja quando alguém estiver doente,
para que esses ministros orem sobre o enfermo, ungindo-o com óleo em nome do
Senhor. Esse ato simbólico reflete a fé na ação do Espírito Santo, que através
da oração e da unção, manifesta a graça de Deus na vida do necessitado.
O uso do óleo na
unção dos enfermos tem raízes tanto no Antigo quanto no Novo Testamento, sendo
um símbolo de consagração e do poder de Deus. No contexto da cura, o óleo
representa o poder do Espírito Santo que age para restaurar a saúde física e
espiritual. A unção, acompanhada da oração da fé, é vista como um meio pelo
qual Deus opera milagrosamente, trazendo cura e restauração. O texto de Tiago é
claro ao afirmar que “a oração da fé salvará o doente, e o Senhor o levantará;
e, se houver cometido pecados, ser-lhe-ão perdoados” (Tg.5:15).
Esse mandamento
revela o papel ativo dos obreiros da igreja na aplicação prática da fé. Os
líderes espirituais, como pastores e presbíteros, são chamados a exercer seu ministério
de intercessão com confiança no poder de Deus. A prática de ungir os enfermos
com azeite não é apenas um ritual, mas uma demonstração de obediência ao ensino
bíblico e de confiança no caráter de Deus, que é misericordioso e poderoso para
curar.
Além disso, Tiago
também menciona a importância da confissão de pecados no processo de cura,
destacando a relação entre a saúde espiritual e física. A confissão e o
arrependimento podem desbloquear a cura que Deus deseja conceder, restaurando
não apenas o corpo, mas também o espírito. Esse aspecto reforça a visão bíblica
de que a cura é uma obra integral de Deus, que abrange todas as dimensões do
ser humano.
A Igreja Primitiva
testemunhou muitas curas e milagres, confirmando que essa prática estava em
conformidade com a fé em Jesus Cristo como o Médico dos médicos. Mesmo nos dias
atuais, há inúmeros relatos de pessoas que foram curadas em resposta à oração e
à unção com óleo, evidenciando que o poder de Deus continua operando de maneira
real e tangível.
Portanto, os obreiros
da Igreja têm uma responsabilidade vital na edificação da fé dos crentes,
ensinando e praticando a oração pela cura. A unção dos enfermos com óleo,
realizada em nome do Senhor, não é apenas um dever, mas um privilégio que
demonstra o cuidado pastoral e a fé no poder redentor e curador de Cristo. É um
meio pelo qual a Igreja continua a proclamar que Jesus Cristo é o mesmo ontem,
hoje e eternamente (Hb.13:8), e que Sua obra de cura, realizada no Calvário,
permanece acessível a todos os que n’Ele confiam.
II. ORIGEM E
CONSEQUÊNCIAS DAS DOENÇAS NO MUNDO
1. A origem das
doenças no Éden
A origem das doenças no mundo está
diretamente ligada ao evento da Queda no Jardim do Éden, conforme descrito em
Gênesis 3. Esse evento não apenas introduziu o pecado na humanidade, mas também
inaugurou uma série de consequências trágicas para toda a criação, incluindo a
introdução das doenças, do sofrimento e da morte.
Antes da Queda, o homem e a mulher
desfrutavam de uma vida perfeita, sem dor, enfermidade ou qualquer tipo de
sofrimento. A criação estava em harmonia completa com Deus, e Adão e Eva viviam
em um estado de inocência, e bem-estar físico e espiritual. No entanto, a
decisão de desobedecer à ordem divina e comer do fruto da árvore do
conhecimento do bem e do mal trouxe uma mudança radical na condição humana e no
estado do mundo.
A desobediência de Adão e Eva não
apenas quebrou a relação de aliança com Deus, mas também trouxe uma maldição
sobre a terra (Gn.3:17-19). Como resultado, o pecado entrou no mundo, e com
ele, vieram as consequências inevitáveis: dor, sofrimento, e a degeneração
física, que se manifesta nas doenças. Essas enfermidades são, portanto, um
reflexo do estado caído da humanidade, uma evidência tangível da ruptura
causada pelo pecado.
A Bíblia revela que o pecado afeta o
ser humano de maneira integral—espiritualmente, emocionalmente e fisicamente.
As doenças são uma das manifestações físicas desse estado de corrupção. Gênesis
3:16-19 ilustra as novas realidades que o homem e a mulher enfrentariam: dores
na concepção e no parto, trabalho árduo e, por fim, a morte, que é a
consequência final do pecado. A entrada do pecado no mundo trouxe, portanto,
uma realidade de sofrimento e enfermidade que nunca foi a intenção original de
Deus para a humanidade.
É importante entender que, enquanto o
pecado é a causa primária da entrada das doenças no mundo, isso não significa
que todas as doenças individuais são causadas por pecados específicos cometidos
pelas pessoas. Jesus esclareceu isso em João 9:2,3, quando Seus discípulos
perguntaram se a cegueira de um homem era devido ao pecado dele ou de seus
pais. Jesus respondeu que não era por causa de nenhum pecado específico, mas
para que as obras de Deus fossem manifestas nele.
A doutrina da Cura Divina, portanto,
está fundamentada na obra redentora de Cristo no Calvário. Jesus veio para
reverter as consequências do pecado, oferecendo não apenas perdão, mas também
cura e restauração. Isaías 53:4,5 conecta a obra expiatória de Cristo ao alívio
do sofrimento físico, indicando que, por Suas feridas, fomos sarados. A cura
divina é, assim, uma antecipação do reino vindouro, onde não haverá mais dor,
enfermidade ou morte (Ap.21:4).
Em resumo, as doenças têm sua origem na
Queda, como parte das trágicas consequências do pecado que corrompeu toda a
criação; no entanto, a esperança cristã está na promessa de redenção total, que
inclui a cura dos corpos e a restauração de todas as coisas em Cristo,
culminando em um novo céu e uma nova terra onde a enfermidade não mais existirá.
2. A consequência do
advento da doença
O advento do pecado trouxe consigo uma
série de consequências devastadoras para a humanidade, afetando não apenas a
espiritualidade, mas também a saúde física e a longevidade do ser humano. Uma
das consequências mais notáveis da introdução do pecado no mundo foi a
corrupção da natureza humana em todas as suas dimensões, incluindo a dimensão
física. Essa corrupção resultou no advento das doenças, que passaram a ser uma
realidade constante na experiência humana, e, com isso, na diminuição gradual
da longevidade humana.
No relato bíblico, vemos que antes da
Queda, o ser humano foi criado para viver eternamente em comunhão com Deus. No
entanto, com a entrada do pecado, a mortalidade se tornou parte da experiência
humana. A partir de Gênesis 3, a morte e a doença começaram a fazer parte da
condição humana, rompendo o plano original de Deus para uma vida longa e
próspera em harmonia com a criação.
A Bíblia nos dá um panorama claro dessa
redução na longevidade. Adão, o primeiro homem, viveu 930 anos, e seus
descendentes imediatos, como Sete (912 anos) e Enos (905 anos), também
desfrutaram de vidas excepcionalmente longas (Gn.5:1-32). Entretanto, à medida
que o pecado se multiplicava, podemos observar uma diminuição progressiva na
expectativa de vida. No período que antecedeu o Dilúvio, Deus determinou que o
limite da vida humana seria de 120 anos (Gn.6:3), uma medida que reflete a
corrupção generalizada da humanidade e o julgamento iminente através do
Dilúvio.
Além disso, o Salmo 90:10, escrito por
Moisés, reflete uma realidade ainda mais sombria, indicando que a duração da
vida humana tinha diminuído para setenta ou, no máximo, oitenta anos. A
descrição no salmo revela que, mesmo nessa expectativa de vida, os anos são
marcados por "canseira e enfado," refletindo o desgaste físico e
emocional que acompanham a vida humana em um mundo caído.
Essa redução na longevidade é um
reflexo direto do efeito do pecado sobre a humanidade. As doenças, que são uma
consequência tangível da corrupção física, desempenham um papel central nesse
encurtamento da vida. O corpo humano, originalmente criado para viver em
perfeita saúde, tornou-se vulnerável à decadência, doenças e à morte.
A presença contínua das doenças ao
longo da história humana serve como um lembrete constante da condição caída do
mundo e da necessidade de redenção. As enfermidades, com todo o sofrimento que
trazem, apontam para a realidade do pecado e suas consequências abrangentes. A
redução da vida humana é, portanto, não apenas uma questão biológica, mas
também teológica, evidenciando a ruptura do relacionamento original do homem
com Deus e a necessidade de restauração.
Em Cristo, porém, encontramos a
promessa de uma nova criação onde essas consequências do pecado serão finalmente
removidas. A obra redentora de Cristo não apenas oferece perdão e reconciliação
com Deus, mas também a esperança de uma restauração completa, onde a morte e a
doença serão abolidas para sempre. A esperança cristã aponta para um futuro
onde, em um novo céu e uma nova terra, a vida eterna e incorruptível será
restaurada aos redimidos, superando todas as consequências do pecado, incluindo
a redução da vida humana.
3. A proliferação de
doenças
A proliferação de doenças ao longo da
história humana é uma consequência direta da Queda do homem e da introdução do
pecado no mundo. Essas enfermidades, que podem ser classificadas em físicas e
mentais, afetam todas as áreas da vida humana e mostram a extensão da corrupção
do corpo e da mente devido ao pecado.
As doenças físicas, como doenças
cardíacas, diabetes e câncer, são responsáveis por ceifar inúmeras vidas e
causam sofrimento tanto aos que são diretamente afetados quanto às suas
famílias. Essas doenças não fazem distinção entre crentes e não-crentes, pois
todos vivem em um mundo caído, sujeito à dor e ao sofrimento. A Bíblia não nos
promete uma imunidade contra essas enfermidades enquanto estivermos neste corpo
corruptível. Pelo contrário, a Escritura nos ensina que o corpo humano, ainda
não redimido, está sujeito à fraqueza e à decadência física (Rm.8:23).
Além das doenças físicas, as
enfermidades mentais, como Alzheimer, depressão, demência e outros transtornos
psicológicos, afetam profundamente a mente e o bem-estar das pessoas. Essas
condições podem ser debilitantes e muitas vezes levam ao isolamento, à perda de
funcionalidade e, em casos extremos, ao suicídio. Assim como as doenças
físicas, as enfermidades mentais não são um sinal de falta de fé ou de fraqueza
espiritual. Elas são, antes, uma expressão da realidade do pecado e da queda,
afetando a mente humana que também foi corrompida.
Dentro da comunidade cristã, é
importante entender que a fé em Deus e a busca por cura divina não excluem o
uso de recursos médicos. No entanto, muitos crentes são enganados por falsas
promessas de cura, que sugerem que a busca por ajuda médica é um sinal de falta
de fé. Isso não apenas coloca a saúde física e mental em risco, mas também
distorce a compreensão bíblica da cura. Deus, em Sua sabedoria, deu ao ser
humano a capacidade de desenvolver conhecimentos médicos que podem aliviar o
sofrimento e curar doenças. Recusar esses meios, especialmente quando estão
disponíveis, pode ser visto como uma negligência do cuidado que Deus deseja que
tenhamos com o corpo que Ele nos deu. Orar por cura e buscar auxílio médico são
práticas complementares e não excludentes.
A história bíblica nos dá exemplos de
Deus usando meios naturais, incluindo médicos e remédios, como parte de Seu
plano de cura. Um dos exemplos mais notáveis é Lucas, que era médico e também o
autor de um dos Evangelhos (Colossenses 4:14). Sua profissão sugere que a
prática da medicina era uma parte aceita e valorizada na sociedade da época, e
ele mesmo pode ter utilizado seus conhecimentos médicos para ajudar as pessoas
enquanto seguia Jesus.
Além de Lucas, o Antigo Testamento
também menciona o uso de remédios naturais. Por exemplo, o profeta Isaías
recomendou que uma pasta de figos fosse aplicada sobre uma úlcera do rei
Ezequias, e ele foi curado (Isaías 38:21). Este é um exemplo claro de como
Deus, em Sua soberania, pode operar cura tanto através de meios sobrenaturais
quanto naturais.
Portanto, a Bíblia mostra que não há
conflito entre a fé em Deus e o uso da medicina. Deus pode escolher curar
diretamente, sem intermediários, mas Ele também pode usar médicos e remédios
como parte de Sua providência. Isso nos ensina que buscar ajuda médica não
diminui nossa fé, mas sim reconhece que toda sabedoria e habilidade, incluindo
a médica, vêm de Deus.
Além disso, é importante entender que,
enquanto vivermos neste mundo, nossos corpos permanecem sujeitos à corrupção e
ao desgaste. A promessa de corpos incorruptíveis será realizada na
ressurreição, quando receberemos novos corpos que não mais conhecerão dor,
doença ou morte. Até lá, viveremos em um estado de tensão entre a esperança da
cura divina e a realidade das doenças físicas e mentais que podem nos afligir.
Assim, os crentes são chamados a uma fé
equilibrada que reconhece tanto o poder milagroso de Deus para curar quanto a
sabedoria dada aos médicos para tratar doenças. Orar por cura e, ao mesmo
tempo, buscar tratamento médico não é um sinal de falta de fé, mas sim uma
expressão de confiança na providência de Deus e de responsabilidade pelo
cuidado do corpo, que é um dom precioso dEle.
III. JESUS CRISTO
CURA SIM
1. A Cura Divina faz
parte do Plano de Deus
A Cura Divina é uma manifestação clara
do cuidado e da misericórdia de Deus para com a humanidade, e faz parte
integrante do Seu plano redentor. Desde os tempos do Antigo Testamento, vemos
Deus revelando Seu poder curador ao Seu povo. Em Êxodo 15:26, Deus Se apresenta
como o "Senhor que te sara", revelando-Se como o Médico de Israel.
Esta declaração não é apenas uma promessa individual, mas uma revelação do
caráter de Deus como Aquele que deseja e pode restaurar a saúde física e
espiritual do Seu povo.
No deserto, Deus demonstrou Seu poder
curador ao proteger os israelitas de doenças e ao curá-los de suas aflições,
estabelecendo um precedente de Seu desejo de trazer alívio ao sofrimento
humano. A obediência às Suas leis era uma condição para experimentar essa cura,
mostrando que a relação entre Deus e Seu povo incluía a provisão de saúde como
uma bênção da Aliança.
Essa intenção divina se manifestou de
forma ainda mais poderosa no ministério de Jesus Cristo. O Novo Testamento está
repleto de relatos onde Jesus cura diversas enfermidades, libertando as pessoas
do sofrimento físico e espiritual. Mateus 9:35,36 nos mostra que, ao percorrer
as cidades e aldeias, Jesus curava todos os tipos de doenças e, ao ver as
multidões, era movido por grande compaixão. Essa compaixão divina reflete o
coração de Deus para com a humanidade, um coração que não apenas deseja salvar,
mas também curar e restaurar.
Assim, a Cura Divina não é um ato
isolado, mas parte integral do plano de Deus, que visa a restauração completa
do ser humano. Jesus, como a manifestação plena desse plano, demonstrou que a
cura é um aspecto do Reino de Deus, já presente entre nós, e que reflete a
promessa de um futuro onde não haverá mais dor ou enfermidade. Portanto, a Cura
Divina deve ser entendida como uma expressão do amor redentor de Deus, que atua
tanto no corpo quanto na alma, trazendo uma antecipação da plena restauração
que será consumada na eternidade.
2. Jesus cura sim
A convicção de que Jesus cura hoje
assim como curou no passado é fundamental para a nossa fé e compreensão da
continuidade do ministério de Cristo. A Bíblia nos garante que Jesus é “o mesmo
ontem, e hoje, e eternamente” (Hb.13:8), e essa imutabilidade inclui Sua
capacidade de curar. As Escrituras relatam numerosos milagres de cura
realizados por Jesus, demonstrando Seu poder e compaixão, e essas ações não são
meramente históricas, mas revelam a natureza contínua de Seu ministério.
No Evangelho de Mateus 9:19-22,
encontramos a história da mulher com fluxo de sangue, que, ao tocar a orla das
vestes de Jesus, foi curada instantaneamente. Essa cura não foi apenas um
evento singular, mas uma manifestação do poder curador de Jesus que ainda está
disponível aos crentes hoje. Da mesma forma, em Marcos 10:46-52, Jesus cura o
cego de Jericó, mostrando que Sua capacidade de restaurar a visão física também
simboliza a restauração espiritual.
Jesus também demonstrou Seu poder sobre
a morte quando ressuscitou a filha de Jairo (Mc.5:35-43), afirmando que Seu
poder não é limitado pelas condições naturais. Esse milagre sublinha a crença
de que Jesus tem autoridade absoluta sobre a vida e a morte, e Seu poder não
diminuiu desde os dias do Seu ministério terreno.
O Novo Testamento também revela que o
mesmo Jesus que realizou esses milagres continua a operar através do Espírito
Santo na vida da Igreja. A obra do Espírito Santo não se restringe apenas ao
passado, mas continua a manifestar o poder de Jesus para curar e transformar. A
Igreja, como o Corpo de Cristo, é chamada a exercer fé e orar por cura,
confiando que o poder curador de Jesus está ativo e presente em nosso meio.
Além disso, a promessa de cura não deve
ser vista como uma garantia de que todos serão curados de todas as doenças
nesta vida, mas sim como uma expressão da vontade de Deus para restaurar e
renovar. A cura divina é uma demonstração do Reino de Deus que veio a nós
através de Jesus, antecipando a plenitude da restauração que será realizada na
consumação do Reino.
Portanto, acreditar que “Jesus cura
sim” é afirmar nossa confiança na continuidade da Sua obra e no poder do
Espírito Santo para operar milagres e trazer cura. É reconhecer que, enquanto
vivemos em um mundo ainda marcado pela dor e pelo sofrimento, temos um Salvador
que continua a agir com poder e compaixão, oferecendo cura e esperança àqueles
que confiam nEle.
3. O que podemos fazer para receber a Cura Divina?
A busca pela cura
divina envolve uma combinação de fé, ação prática e obediência aos princípios
bíblicos estabelecidos. Para receber a cura que Deus promete, há algumas
diretrizes fundamentais a serem seguidas, conforme a Palavra de Deus.
a) Crer no Poder de
Jesus
O primeiro princípio
para experimentar a cura divina é a fé em Jesus Cristo. A Bíblia ensina que é
essencial crer que Jesus tem o poder para curar. Em Mateus 7:7,8, Jesus nos
incentiva a pedir, buscar e bater, prometendo que receberemos, encontraremos e
nos será aberto. A fé é o fundamento sobre o qual pedimos a cura divina. Em
muitos milagres registrados nos Evangelhos, Jesus destaca a fé como um fator
crucial para a cura (Mt.9:22; Mc.5:34).
b) Buscar a Oração e
a Unção dos Líderes da Igreja
Outro princípio
importante é a prática da oração e da unção com azeite, conforme ensinado em
Tiago 5:14-16. Os líderes da igreja são instruídos a orar pelos enfermos e a
ungir com azeite, um símbolo de consagração e cura. A oração da fé é poderosa e
pode trazer cura e restauração. É fundamental que os crentes busquem a
assistência dos líderes espirituais e participem deste ato de fé e obediência.
c) Perseverar na Fé e
na Oração
A perseverança é
crucial no processo de busca pela cura divina. Lucas 18:1-8 relata a parábola
da viúva persistente, que nos ensina a importância da persistência em oração.
Nem sempre recebemos respostas imediatas, pois o tempo de Deus pode ser
diferente do nosso. A persistência demonstra nossa confiança em Deus e nossa
disposição para esperar pelo Seu tempo perfeito.
d) Buscar auxílio médico
Embora a cura divina
seja real e possível, a busca por tratamento médico não deve ser negligenciada.
A Bíblia não contrasta a fé com o cuidado médico; ao contrário, vemos exemplos
de pessoas que buscaram tratamento e receberam a bênção de Deus através dos
médicos (Lc.4:23; 2Tm.4:20). A medicina é uma ferramenta que Deus usa para
promover a cura e o bem-estar. Procurar ajuda médica não é uma demonstração de
falta de fé, mas uma maneira de zelar pela saúde, reconhecendo que Deus pode
operar através da medicina assim como pode fazer milagres sobrenaturais.
e) Reconhecer a
Soberania de Deus
Por fim, é crucial
reconhecer que Deus é soberano sobre todas as coisas, incluindo a cura. Nossa
confiança deve estar em Sua sabedoria e vontade. A cura divina pode ocorrer de
maneiras variadas, e a forma como Deus escolhe agir deve ser aceita com
gratidão e confiança. Em todos os casos, a prioridade é glorificar a Deus e
confiar em Seu plano para nossas vidas.
Seguindo esses
princípios, podemos nos aproximar da experiência da cura divina com uma atitude
de fé, obediência e prática equilibrada. A cura, seja através da intervenção
direta de Deus ou do trabalho dos profissionais de saúde, é uma manifestação do
amor e do poder de Cristo em nossas vidas.
CONCLUSÃO
Nesta lição, exploramos a profunda
verdade de que a obra de Cristo no Calvário não só nos garante a salvação, mas
também a promessa de cura divina. Através do ministério de Jesus, evidenciado
nos Evangelhos e confirmado na Escritura, entendemos que a cura é parte
integrante do plano redentor de Deus.
A promessa de cura divina é uma
extensão do amor de Deus e do poder de Cristo, que permanece imutável. Jesus
Cristo, o mesmo ontem, hoje e eternamente, continua a ser nosso Senhor e
curador. Ele nos convida a abordar a Ele com fé e humildade, crendo em Sua
capacidade de sarar as enfermidades e trazer alívio ao sofrimento.
É fundamental que, ao buscar a cura,
pratiquemos a oração intercessora, a unção com azeite e a perseverança na fé.
Ao mesmo tempo, não devemos esquecer a importância de buscar cuidados médicos,
reconhecendo que a medicina também é uma bênção concedida por Deus para
auxiliar na restauração da saúde.
Assim, devemos viver em confiança e
gratidão, certos de que, através de Jesus Cristo, temos acesso à cura divina.
Jesus cura sim! E, com fé persistente e ação prudente, podemos experimentar a
plenitude das Suas promessas em nossas vidas.
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Luciano de Paula Lourenço –
EBD/IEADTC
Referências Bibliográficas:
Bíblia de Estudo Pentecostal.
Bíblia de estudo – Aplicação Pessoal.
Bíblia de Estudo – Palavras Chave – Hebraico e Grego. CPAD
William Macdonald. Comentário Bíblico popular (Antigo e Novo
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Comentário do Novo Testamento – Aplicação Pessoal. CPAD.
Comentário Bíblico Pentecostal do Novo Testamento. CPAD.
Comentário Bíblico Beacon. CPAD.
Dicionário VINE.CPAD.
O Novo Dicionário da Bíblia. VIDA NOVA.
Lawrence O. Richards. Guia do Leitor da Bíblia. CPAD.
Pr. Hernandes Dias Lopes. Filipenses, a alegria triunfante
no meio das provas. HAGNOS.
Pr. Hernandes Dias Lopes. Romanos, o evangelho segundo Paulo. HAGNOS.
Pr. Hernandes Dias Lopes. Tiago, transformando provas em triunfo.
parabéns, conteúdo de primeira qualidade.
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