4° Trimestre de 2024
SUBSÍDIO PARA A LIÇAO 05
Texto Base: João 3:14-21
“Na verdade, na verdade vos digo que quem ouve a minha palavra e crê
naquele que me enviou tem a vida eterna e não entrará em condenação, mas passou
da morte para a vida” (João 5:24).
João 3:
14.E, como Moisés levantou a serpente no deserto, assim importa que o
Filho do Homem seja levantado,
15.para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida
eterna.
16.Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho
unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida
eterna.
17.Porque Deus enviou o seu Filho ao mundo não para que condenasse o
mundo, mas para que o mundo fosse salvo por ele.
18.Quem crê nele não é condenado; mas quem não crê já está condenado,
porquanto não crê no nome do unigênito Filho de Deus.
19.E a condenação é esta: Que a luz veio ao mundo, e os homens amaram
mais as trevas do que a luz, porque as suas obras eram más.
20.Porque todo aquele que faz o mal aborrece a luz e não vem para a luz
para que as suas obras não sejam reprovadas.
21.Mas quem pratica a verdade vem para a luz, a fim de que as suas obras
sejam manifestas, porque são feitas em Deus.
INTRODUÇÃO
Nesta lição, exploraremos a promessa mais sublime e central de toda a
Bíblia: a promessa de salvação. Essa promessa não apenas representa o ápice do
plano divino, mas também revela a profundidade do amor de Deus por toda a
humanidade. A salvação é o que confere significado eterno à nossa existência.
Sem ela, prosperidade e saúde tornam-se meramente temporais e vazios. Através
da doutrina da salvação, entendemos a extensão da graça divina, manifestada de
forma mais plena em Jesus Cristo, que se entregou por nós para que pudéssemos
ter vida eterna (João 3:16). A salvação é, portanto, o maior presente que Deus
oferece ao ser humano, e sua aceitação transforma não apenas nosso destino, mas
nossa própria natureza.
I. A PROMESSA DA SALVAÇÃO
1. Uma maravilhosa Salvação
A Salvação não é apenas maravilhosa, ela é infinitamente grande. Foi
Jesus quem disse:
“Porque Deus amou o
mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que
nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna” (João 3:16).
Neste texto, Jesus explicou a Nicodemos o porquê de a Salvação ser tão
grande (adaptado do livro: “João, as
glórias do Filho de Deus”, de Hernandes Dias Lopes):
a) Porque procede de Deus, o autor da vida e da Salvação: “Porque Deus
amou...”. A salvação procede do coração de Deus, do seu íntimo. O
Criador do universo, o Senhor dos céus e da terra, o Deus eterno, colocou o Seu
coração em nós e nos amou desde a fundação do mundo. Deus nos amou não por
causa dos nossos méritos, mas apesar dos nossos deméritos. A causa do amor de
Deus por nós não está em nós, a causa do amor de Deus por nós está nEle mesmo.
Deus nos amou de forma incondicional; Ele nos amou desde toda a eternidade;
amou-nos apesar de sermos fracos, ímpios, pecadores e Seus inimigos.
b) Porque o seu alcance é universal: “Porque Deus amou o mundo...”. Essa salvação é tão
grande e maravilhosa não somente por causa da sua procedência, mas também por
causa de seu alcance. O mundo aqui são as pessoas de todos os tempos, de todas
as etnias, de todos os lugares, de todos os extratos sociais, de todos os
segmentos religiosos. Este mundo aqui extrapola as fronteiras geográficas,
culturais, filosóficas, ideológicas, religiosas.
Deus ama a todos indistintamente. Deus não faz acepção de pessoas. Deus
ama o pobre, o rico, o analfabeto, o doutor; Deus ama o homem do campo, da
cidade, o religioso, o não religioso. O amor de Deus não tem a sua causa em
nós, tem a sua causa em Seu próprio coração amoroso.
A questão aqui não é que Deus tenha amado um mundo tão grande. A questão
aqui é que Deus tenha amado um mundo tão mau, um mundo que é hostil, inimigo de
Deus. A despeito disso, Deus nos amou grandiosamente com amor eterno.
c) Porque ninguém pode dimensionar a sua intensidade: “Porque Deus
amou o mundo de tal...”. Note isso, Deus não amou o mundo de uma
maneira pequena, limitada. Deus amou o mundo ao ponto de Se dar por nós, de Se
sacrificar por nós. Esse amor é superlativamente intenso. Esse amor é eterno.
Esse amor é sacrificial. Esse amor é perseverante. O apóstolo Paulo diz que
Deus não poupou o Seu próprio Filho, antes por todos nós o entregou (Rm.8:32).
Essa é a grandeza; esta é a intensidade do amor de Deus por você e por mim.
d) Porque o sacrifício que proporciona essa salvação é insubstituível e
vicário: “Que deu o Seu Filho Unigênito...”. Deus não nos amou
a ponto de dar ouro e prata. Deus não nos amou a ponto de dar as riquezas das
entranhas da terra. Deus não nos amou a ponto de dar um anjo. Deus nos amou de
tal maneira que deu o Seu Filho Unigênito. E deu para vir ao mundo e Se
esvaziar de Sua glória. E deu para entrar neste mundo e vestir pele humana, e
aqui ser humilhado, ser esbofeteado, ser pregado na cruz. Deus nunca recuou deste
amor a nós. O Cordeiro de Deus foi morto desde a fundação do mundo. Esse
decreto estava tomado desde a eternidade. Deus jamais retrocedeu neste amor
imenso.
e) Porque a sua oportunidade é única e insubstituível: “Para que todo
aquele que nEle crê...”. Deus providenciou essa salvação e
oferece essa salvação: Não àqueles que são religiosos. Não àqueles que são
sinceros. Não àqueles que praticam boas obras. Não àqueles que fazem
penitências e sacrifícios. Diz o texto sagrado que “Deus amou o mundo de tal
maneira que deu o Seu Filho para todo aquele que nEle crê”. Não é crer em Jesus
e acrescentar a esta fé alguma coisa a mais: não é crer em Jesus e em Pedro; não
é crer em Jesus e em Maria; não é crer em Jesus e no pastor; não é crer em
Jesus e no padre; não é crer em Jesus e na igreja.... É crer unicamente em
Jesus. Ele é absolutamente suficiente para dar a você e a mim essa grande e maravilhosa
salvação. Ele é o caminho, a verdade e a vida. Ele é o único mediador entre
Deus e os homens pelo qual possamos chegar a Deus. Ninguém pode ir a Deus senão
por Jesus. Portanto, é preciso crer em Jesus.
f) Porque essa Salvação é um grande livramento: “Não pereça...”. O texto diz: “Porque
Deus amou o mundo de tal maneira [...] não pereça...”. Jesus está nos alertando
acerca de um perigo enorme: perecer eternamente. O que é perecer aqui? Não é
apenas morrer fisicamente. Não é apenas, como muitos imaginam, ser extinto. Não.
Jesus fala de uma condenação eterna, de trevas exteriores, de banimento para
sempre da presença de Deus. Jesus fala de uma condenação eterna. Jesus fala de
um fogo que não se apaga, de um bicho que não para de roer. Jesus fala de choro
e ranger de dentes. Jesus fala de inferno, de condenação para sempre no lago de
fogo e enxofre. Aquele que não crer vai perecer. Pense nisso!
g) Enfim, a salvação é tão grande e maravilhosa porque a sua oferta é
bendita e gloriosa: “a vida eterna”. O texto termina dizendo: “Porque
Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo
aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna”.
O que é a vida eterna? Não é apenas uma vida que nunca vai acabar,
porque aqueles que vão para o inferno também nunca vão cessar de existir, com
tormento. Vida eterna é uma qualidade excelente de vida, de riqueza perenal, de
santidade, de contentamento, de alegria, de pureza, que nunca vai terminar. É
quando Deus vai enxugar de nossos olhos toda lágrima. É quando não haverá mais
dor. É quando não haverá mais luta. É quando não haverá mais tristeza. É quando
não haverá mais despedida. É quando não haverá mais velhice. É quando não
haverá mais tropeço. É quando não haverá mais cortejo fúnebre. É quando não
haverá mais cansaço. É quando estaremos com Deus e para Deus eternamente: numa
festa e no melhor lugar, com as melhores companhias, com as melhores iguarias,
com as melhores roupas, com as melhores músicas, desfrutando das venturas
celestes que Cristo preparou para nós e que haveremos de desfrutar para sempre,
e sempre, e sempre.
E quando o salvo em Cristo Jesus ultrapassar os umbrais da morte, ele
estará de posse dessa vida eterna. É quando alcançaremos a estatura de varão
perfeito. É quando alcançaremos a felicidade plena. Essa é a tão grande e
maravilhosa salvação que Deus nos dá através de Seu Filho Jesus Cristo. Como
escaparemos nós, se não atentarmos para uma tão grande salvação?
2. A obra de salvação
O Evangelho de João revela que a salvação é uma iniciativa divina, uma
expressão do amor de Deus que visa resgatar o ser humano da condenação eterna.
Esta obra de salvação não é apenas uma simples oferta, mas uma intervenção
profunda e necessária para libertar a humanidade da escravidão do pecado e do juízo
eterno.
A salvação se manifesta plenamente quando uma pessoa recebe Jesus Cristo
como seu único e suficiente Salvador. Nesse momento, ocorre uma transformação
espiritual instantânea: somos libertos do domínio do pecado e somos
justificados diante de Deus. O apóstolo Pedro, em Atos 4:12, enfatiza que não
há salvação em nenhum outro nome além de Jesus, e o apóstolo Paulo enfatiza que
Ele é o único mediador entre Deus e os homens (1Tm.2:5). Em Romanos 6:4-11, Paulo
nos ensina que, ao nos unirmos a Cristo, tanto em Sua morte quanto em Sua
ressurreição, participamos de uma nova vida, uma vida que é liberta do poder
destrutivo do pecado e segura em sua promessa de eternidade. Assim, a obra de
salvação não é apenas um conceito teológico, mas uma realidade transformadora
que redefine nosso destino e nos reconcilia com Deus, garantindo-nos uma vida
plena e eterna.
A essência da obra de
salvação está fundamentada na entrega sacrificial do Filho de Deus, Jesus
Cristo, como Aquele que pagou o preço supremo pelo pecado da humanidade. Jesus
é o Salvador, como proclamado desde o Seu nascimento (Lucas 2:11) até a Sua
obra redentora, reconhecida pelos primeiros cristãos (João 4:42; Atos 5:31;
2Pedro 1:11).
O Evangelho de João
revela a condição universal do ser humano: todos foram corrompidos pelo pecado,
e, por isso, necessitam desesperadamente de um Salvador. Esse Salvador, Jesus
Cristo, é apresentado como a resposta divina ao problema do pecado e da
condenação eterna. João 3:16,17 destaca que Deus, em Seu infinito amor, enviou
Seu Filho ao mundo não para condená-lo, mas para salvá-lo, oferecendo a cada
pessoa a oportunidade de crer e receber a vida eterna.
Jesus, como Salvador,
não apenas oferece uma solução para o pecado, mas também garante uma transformação
radical na vida daqueles que se arrependem e creem nEle. A salvação que Ele
oferece é abrangente e eterna. Aqueles que permanecem em Cristo estão seguros
contra a condenação eterna e são preservados para a vida eterna. A obra de
Jesus como Salvador é, portanto, a pedra angular da fé cristã, pois é por meio
dEle que a promessa de salvação é acessível a todos os que nEle crerem,
garantindo não apenas a libertação do pecado, mas também a comunhão eterna com
Deus.
II. A NATUREZA DA PROMESSA DE SALVAÇÃO
Veja alguns aspectos salvíficos do processo da Salvação.
1. Justificação
A justificação é um dos aspectos centrais da obra salvífica, descrito na
Bíblia como o ato pelo qual Deus declara justo aquele que crê em Seu Filho,
Jesus Cristo. Este conceito teológico é profundamente transformador, pois se
refere ao momento em que o pecador, ao ser alcançado pelo Evangelho e responder
em fé, é absolvido de toda culpa e das consequências do pecado. A justificação
não é simplesmente um perdão, mas uma declaração divina de que o crente, embora
culpado, é considerado justo diante de Deus.
Esse ato jurídico espiritual significa que o crente é tratado como se
nunca tivesse cometido pecado algum. Em Romanos 5:1, Paulo afirma que, ao
sermos justificados pela fé, temos paz com Deus por meio de nosso Senhor Jesus
Cristo. Isso implica que a barreira que o pecado havia erguido entre Deus e o
ser humano é derrubada, permitindo uma relação restaurada e harmoniosa com o
Criador. A justificação, portanto, não só remove a condenação que o pecado
traz, mas também garante uma nova posição diante de Deus, onde o crente é visto
através da justiça de Cristo.
Essa declaração de justiça é fundamental para a natureza da promessa de
salvação, pois é a base sobre a qual se constrói a paz, a segurança e a certeza
da vida eterna. A justificação é, portanto, um dom da graça de Deus, oferecido
a todos que colocam sua fé em Jesus, e é um dos maiores benefícios da obra
redentora de Cristo.
2. Regeneração
A regeneração, ou Novo Nascimento, é um elemento essencial na
experiência da salvação, como destacado no Evangelho de João, capítulo 3. Para
que a promessa de salvação se concretize na vida do crente, é indispensável que
ocorra uma transformação profunda e interior, conhecida como regeneração. Este
processo é mais do que uma simples mudança de comportamento ou de perspectiva;
trata-se de uma renovação radical do coração e da mente, operada diretamente
pelo Espírito Santo.
Jesus explicou a Nicodemos que, para entrar no Reino de Deus, é
necessário nascer de novo, uma referência clara à regeneração (João 3:1-6).
Este Novo Nascimento é um milagre espiritual onde o Espírito Santo atua de
forma soberana para transformar o ser humano, levando-o de uma condição de
morte espiritual para uma vida nova em Cristo. Essa obra do Espírito Santo
envolve a convicção do pecado (João 16:7-11), o arrependimento e a subsequente
criação de um novo coração, sensível às coisas de Deus e inclinado a seguir
Seus caminhos.
A regeneração não apenas restaura a comunhão com Deus, mas também
redefine a identidade do crente, que passa a ser visto como filho de Deus,
participante da natureza divina e membro da família celestial (Romanos 8:16,17;
2Coríntios 5:17). Como nova criatura, o crente é chamado a viver em novidade de
vida, evidenciando o poder transformador do Evangelho em todas as áreas de sua
existência.
Essa transformação é o início de uma jornada contínua de santificação,
onde o crente, regenerado pelo Espírito, cresce em conformidade com a imagem de
Cristo. A regeneração, portanto, é um testemunho poderoso da graça de Deus, que
não apenas nos perdoa, mas nos renova completamente, habilitando-nos a viver
para a Sua glória e a desfrutar da plenitude da vida eterna.
A santificação é uma
etapa crucial no processo de salvação, que se desenrola a partir da obra
redentora de Cristo no Calvário. Este aspecto da salvação é multidimensional,
englobando tanto uma santificação posicional quanto uma progressiva.
Primeiramente, a
santificação posicional ocorre no momento em que o crente é justificado e
regenerado. Nesse instante, ele é separado por Deus, declarado santo e colocado
em uma nova posição diante do Criador. Essa santificação inicial é um ato
divino, onde o crente, embora ainda esteja em um corpo corruptível e sujeito ao
pecado, é considerado santo pela justiça de Cristo que lhe é imputada. A
santificação posicional, portanto, é um status dado por Deus, que marca o
início da nova vida em Cristo e assegura ao crente a sua aceitação diante de
Deus.
No entanto, a
santificação não se limita a este ato inicial. Ela é também um processo
contínuo e progressivo, onde o crente, com a indispensável ajuda do Espírito
Santo, cresce em santidade ao longo de sua vida. Este crescimento se dá através
de um relacionamento profundo e constante com Cristo, onde o crente, à medida
que se submete à Palavra de Deus e à direção do Espírito Santo, vai sendo
moldado à imagem de Cristo. A santificação progressiva é um chamado à vida de
santidade, onde o crente se esforça para afastar-se do pecado e aproximar-se de
Deus, refletindo cada vez mais o caráter de Cristo em sua vida diária.
Este processo
culminará na glorificação, a etapa final da santificação, que ocorrerá no
arrebatamento da Igreja. Naquele dia, os crentes serão transformados, recebendo
corpos glorificados semelhantes ao corpo ressurreto de Jesus (Filipenses 3:21).
Esta transformação final libertará os crentes de toda a presença do pecado,
completando a obra que Deus começou em nós. A santificação, portanto, é tanto
um presente imediato quanto uma jornada de vida, que nos prepara para a glória
eterna com Cristo.
III. PROMESSA E PERSEVERANÇA NA SALVAÇÃO
1. A base da promessa de salvação é Cristo
A promessa de salvação tem sua base firmemente estabelecida na pessoa e
na obra de Jesus Cristo. João 3 revela que Jesus é o centro dessa promessa,
demonstrando que a salvação não é apenas um conceito abstrato, mas uma
realidade viva, encarnada no Filho de Deus. O propósito eterno de Deus,
conforme descrito em Efésios 1:4, é escolher um povo para si mesmo, não baseado
em mérito humano, mas na graça soberana. Esse povo é composto por aqueles que,
em arrependimento e fé, se voltam para Cristo como Senhor e Salvador.
Cristo, portanto, é a âncora da nossa salvação. Sua obra redentora no
Calvário é o fundamento sobre o qual toda a nossa esperança está edificada. Por
meio de Seu sacrifício, Ele não apenas pagou o preço do pecado, mas também nos
reconciliou com Deus, permitindo que nos tornássemos parte do Seu Corpo, a
Igreja. Em Efésios 1:7, Paulo nos lembra que a redenção e o perdão dos pecados,
que são elementos centrais da nossa salvação, foram alcançados pelo sangue de
Cristo.
Além disso, Efésios 1:9,10 enfatiza que Cristo é o ponto de convergência
de todo o plano divino. Deus, em Sua sabedoria, uniu todas as coisas em Cristo,
tanto as que estão nos céus quanto as que estão na terra, fazendo de Jesus o
centro do Seu propósito redentor. Essa união em Cristo não é apenas uma
promessa futura, mas uma realidade presente para aqueles que estão em Cristo
Jesus.
Portanto, a base da promessa de salvação não está em nossos esforços ou
realizações, mas exclusivamente em Cristo e na obra que Ele consumou. É por
causa dEle que podemos ser chamados filhos de Deus, e é nEle que encontramos a
garantia de nossa salvação eterna. Assim, ao nos unirmos a Cristo pela fé,
participamos dessa promessa, sendo feitos membros do Seu Corpo, vivendo sob a
certeza de que nossa salvação está segura nAquele que é o autor e consumador da
nossa fé.
Apostasia deriva-se
da expressão grega “apostásis”, que significa afastamento. Em termos bíblicos,
envolve o abandono consciente e deliberado da fé. Trata-se de uma renúncia
intencional dos ensinamentos fundamentais da Palavra de Deus (apostasia
doutrinária) ou de um retorno voluntário à prática do pecado (apostasia moral).
Ambos os caminhos levam à separação de Deus, uma vez que a pessoa rejeita a
graça salvadora que lhe foi concedida e rompe o relacionamento que tinha com o
Senhor.
No Antigo Testamento,
a apostasia era considerada adultério espiritual. Israel era chamado de “esposa
de Jeová”, e sempre que Israel seguia a outros deuses, ou se curvava diante de
ídolos, era acusado de apostasia. Esta foi, inclusive, a causa principal do
cativeiro babilônico.
Não se pode confundir
apostasia com heresia. Apostasia é a perda total da fé, enquanto heresia é a
negação parcial, ou seja, é a negação de uma ou outra verdade da fé.
A apostasia
individual é uma das advertências mais sérias encontradas nas Escrituras sobre
a promessa da salvação. A Bíblia deixa claro que, embora a salvação seja
oferecida pela graça através da fé em Cristo, ela não é uma condição estática
ou irreversível. Jesus, em João 3:18-20, enfatiza que a rejeição da luz, isto
é, a recusa em crer e seguir a verdade de Deus, resulta em condenação. Essa
rejeição pode ocorrer não apenas entre aqueles que nunca aceitaram o Evangelho,
mas também entre aqueles que um dia professaram fé em Cristo.
As Escrituras nos
alertam repetidamente sobre esse perigo. Em Atos 14:21,22, Paulo e Barnabé
exortam os novos convertidos a permanecerem firmes na fé, afirmando que é
necessário passar por muitas tribulações para entrar no Reino de Deus. Isso
indica que a perseverança na fé é essencial para a manutenção da salvação. Da
mesma forma, em 1Timóteo 6:10-12, Paulo adverte sobre o perigo do amor ao
dinheiro e outras paixões que podem desviar alguém da fé, encorajando Timóteo a
lutar o bom combate e a agarrar-se à vida eterna.
O livro de Hebreus é
especialmente enfático sobre os riscos da apostasia. Em Hebreus 2:1-3, somos
advertidos a prestar muita atenção ao que ouvimos, para que não nos desviemos.
O autor sublinha que negligenciar uma salvação tão grande resulta em
consequências severas, destacando a gravidade da rebelião contra Deus e do abandono
da fé.
Portanto, a apostasia
individual não é apenas uma possibilidade teórica, mas uma realidade que as
Escrituras reconhecem e contra a qual nos advertem. É uma decisão voluntária e
consciente de abandonar a fé e rejeitar a salvação, o que resulta em uma
separação definitiva de Deus. Este perigo deve ser encarado com a máxima
seriedade, lembrando-nos da importância de perseverar na fé, mantendo-nos
firmes em Cristo, o autor e consumador da nossa fé, até o fim.
3. A promessa e a segurança da Salvação
A promessa de
salvação, conforme revelada nas Escrituras, não apenas oferece esperança, mas
também garante uma segurança consoladora aos que verdadeiramente creem e
permanecem em Cristo. O apóstolo Paulo, ao escrever em Filipenses 1:23,
expressa essa confiança ao afirmar seu desejo de partir e estar com Cristo,
reconhecendo que tal estado é "ainda muito melhor". Essa declaração
reflete a certeza que permeia o Novo Testamento: a de que, ao passarem pela
morte, os salvos estão imediatamente na presença de Cristo.
A segurança da
salvação não é baseada em méritos humanos, mas na fidelidade e na obra
consumada de Jesus Cristo. O apóstolo João reforça essa verdade ao afirmar que
aqueles que creem em Jesus e o reconhecem como Senhor têm a vida eterna (1João
5:13). Essa vida eterna não é apenas uma promessa futura, mas uma realidade
presente para aqueles que mantêm um relacionamento pessoal com Cristo.
Contudo, essa
segurança é acompanhada por um chamado à perseverança. A garantia da salvação é
dada aos que permanecem firmes na fé, que continuam a submeter-se a Cristo como
seu Senhor e Salvador. A salvação, portanto, é uma promessa que traz paz e
segurança, mas também uma responsabilidade contínua de viver em obediência e
comunhão com Deus.
Essa segurança não
deve ser confundida com uma "permissão" para viver de forma
desleixada ou distante de Deus. Em vez disso, é um incentivo poderoso para
buscar uma vida de santidade, gratidão e serviço, sabendo que, em Cristo, nossa
salvação está firmada e segura. A certeza de estar com Cristo após a morte,
como Paulo descreve, não é apenas um conforto para o futuro, mas uma força
motivadora para a vida presente, impulsionando-nos a viver de forma digna da
nossa chamada em Cristo.
Assim, a promessa de
salvação traz consigo não apenas a esperança de uma vida futura na presença de
Deus, mas também a segurança de que, enquanto permanecermos em Cristo, essa
vida eterna já começou e nada pode nos separar do amor de Deus que está em
Cristo Jesus, nosso Senhor (Romanos 8:38,39). Essa segurança é o alicerce da
nossa fé e o motivo pelo qual podemos viver com confiança, tanto agora quanto
na eternidade.
CONCLUSÃO
A Promessa da Salvação nos convoca a viver com diligência e reverência
diante de Deus e do mundo. Embora a salvação seja uma obra soberana de Deus,
que estende sua mão ao pecador perdido, ela também exige uma resposta humana.
Aceitar, com humildade, o amor e a graça de Deus é fundamental. Aqueles que
creem em Jesus Cristo recebem o dom da salvação e são libertos do poder do
pecado e da condenação eterna. Entretanto, aqueles que rejeitam essa oferta
divina permanecem presos em seus delitos e pecados (Efésios 2:1). Portanto, a
Promessa da Salvação é tanto um chamado à fé quanto um lembrete da
responsabilidade que temos de viver de acordo com essa nova vida em Cristo.
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Luciano de Paula Lourenço – EBD/IEADTC
Referências Bibliográficas:
Bíblia de Estudo Pentecostal.
Bíblia de estudo – Aplicação Pessoal.
Bíblia de Estudo – Palavras Chave – Hebraico e Grego. CPAD
William Macdonald. Comentário Bíblico popular (Antigo e Novo
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Comentário do Novo Testamento – Aplicação Pessoal. CPAD.
Comentário Bíblico Pentecostal do Novo Testamento. CPAD.
Comentário Bíblico Beacon. CPAD.
Dicionário VINE.CPAD.
O Novo Dicionário da Bíblia. VIDA NOVA.
Lawrence O. Richards. Guia do Leitor da Bíblia. CPAD.
Pr. Hernandes Dias Lopes. Filipenses, a alegria triunfante no meio das
provas. HAGNOS.
Pr. Hernandes Dias Lopes. Romanos, o evangelho segundo Paulo. HAGNOS.
Pr. Hernandes Dias Lopes. João, as glórias do Filho de Deus. HAGNOS.
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