4° Trimestre de 2024
SUBSÍDIO PARA A LIÇÃO 02
Texto Base: Gênesis 12:1-3; Romanos 9:1-5
“E abençoarei os que te abençoarem e amaldiçoarei
os que te amaldiçoarem; e em ti serão benditas todas as famílias da terra” (Gn.12:3).
Gênesis 12:
1.Ora, o Senhor disse a Abrão: Sai-te da tua terra, e da tua parentela,
e da casa de teu pai, para a terra que eu te mostrarei.
2.E far-te-ei uma grande nação, e abençoar-te-ei, e engrandecerei o teu
nome, e tu serás uma bênção.
3.E abençoarei os que te abençoarem e amaldiçoarei os que te
amaldiçoarem; e em ti serão benditas todas as famílias da terra.
Romanos 9:
1.Em Cristo digo a verdade, não minto (dando-me testemunho a minha
consciência no Espírito Santo):
2.tenho grande tristeza e contínua dor no meu coração.
3.Porque eu mesmo poderia desejar ser separado de Cristo, por amor de
meus irmãos, que são meus parentes segundo a carne;
4.que são israelitas, dos quais é a adoção de filhos, e a glória, e os
concertos, e a lei, e o culto, e as promessas;
5.dos quais são os pais, e dos quais é Cristo, segundo a carne, o qual é
sobre todos, Deus bendito eternamente. Amém!
INTRODUÇÃO
Deus, ao prometer a vinda do Messias, o
Salvador do mundo, deu início a um plano grandioso revelado em Gênesis 3:15.
Para concretizar essa promessa, Ele escolheu um homem, Abraão, a partir do qual
formaria uma nação singular, destinada a cumprir um papel crucial no plano
redentor de Deus. Quando Abraão foi chamado, as promessas que lhe foram feitas
iam além de simplesmente formar uma grande nação; elas envolviam o
estabelecimento de Israel como um povo único, separado para realizar os
propósitos divinos na Terra.
Essas promessas, inicialmente dadas a
Abraão, foram posteriormente reafirmadas a seus descendentes, Isaque e Jacó, e,
mais tarde, a Davi. Todas elas encontraram sua confirmação máxima no advento de
Jesus Cristo. Ao estudarmos essas promessas, veremos como elas moldaram
profundamente a identidade de Israel e permanecem centrais para a compreensão
do plano divino. A fidelidade de Deus em cumprir cada uma dessas promessas
ressalta a certeza de que Ele, de fato, vela por Sua Palavra, garantindo que
tudo o que prometeu se realizará.
I. ISRAEL: A PROMESSA DA CRIAÇÃO DE UMA GRANDE NAÇÃO
Para cumprir essa promessa Deus, primeiramente, deu uma ordem a Abraão
(Gn.12:1), e essa ordem implica vários estágios:
-A primeira ordem: “Sai da tua
terra, da tua parentela e da casa de teu pai ”. O chamamento é ouvido
pela primeira vez em Ur (Atos 7:2-4).
-A segunda ordem: “vai para a terra
que te mostrarei”. Antes de Abrão ir, ele precisava romper com sua terra pagã,
com sua parentela que adorava outros deuses e com a casa de seu pai.
Só depois do rompimento com o passado é que existe uma caminhada rumo ao
futuro. Os ancestrais de Abrão viviam em Ur dos caldeus e adoravam a falsos
deuses (Js.24:2). O Senhor o tirou não só de sua terra, mas também do
politeísmo idolátrico, para ser o grande representante do monoteísmo na
história. Abrão deixou para trás sua terra, seu povo, sua cultura, sua religião.
Abrão tinha 75 anos quando Deus o chamou, o que mostra que a idade não é um
obstáculo para aceitar novos e grandes desafios na vida.
Junto com a ordem, Deus fez uma promessa a Abrão (Gn.12:2,3); essa
promessa não foi apenas uma bênção pessoal, mas um plano abrangente que traria
bênçãos espirituais para todo o mundo por meio de sua descendência. A primeira
parte dessa promessa revela o início de uma série de bênçãos que culminariam no
plano redentor de Deus:
1. “E far-te-ei uma grande nação” (Gn.12:2)
Aqui, Deus promete a Abrão que de sua linhagem surgiria uma grande
nação. Essa promessa não se referia apenas ao crescimento numérico de um povo,
mas a formação de uma nação especial, escolhida por Deus para cumprir um papel
singular no plano divino. Israel seria essa grande nação, moldada para ser uma
luz entre as nações, um povo que, pela sua existência e pelos seus atos,
refletiria os propósitos e a glória de Deus no mundo. Esta nação, originada de
Abraão, não só prosperaria, mas também seria o canal através do qual Deus
traria a bênção suprema ao mundo: o Messias, Jesus Cristo.
A magnitude da promessa a Abrão, que à época tinha 75 anos de idade,
esposo de uma mulher estéril, testa a fé dele ao limite máximo. Ao não se
entregar à incredulidade, Abrão serve como um modelo para o povo pactual: “Olhem
para Abraão, seu pai, e para Sara, que os deu à luz. Porque Abraão
era um só, quando eu o chamei, o abençoei e o multipliquei” (Is.51:2).
2. “E abençoar-te-ei, engrandecerei o teu nome e tu serás uma bênção” (Ge.12:2)
A segunda parte da promessa feita por Deus a Abrão em Gênesis 12:2
reflete uma profunda manifestação do favor divino e do propósito de Deus em
estabelecer a linhagem de Abrão como central no plano redentor para a
humanidade.
a) “...abençoar-te-ei” (Gn.12:2b). A palavra
"abençoar" aparece cinco vezes em Gênesis 12:1-3, sublinhando a
intenção divina de conceder não apenas favor, mas também poder, vitalidade, e
crescimento a Abrão e à sua descendência. A bênção de Deus, neste contexto,
transcende as simples bênçãos materiais; ela inclui o fortalecimento espiritual
e a capacidade de cumprir o propósito divino. Ao abençoar Abrão, Deus estava
imbuindo-o com a capacidade de influenciar e impactar não só sua família e sua
nação, mas, eventualmente, toda a humanidade através de sua linhagem,
culminando na vinda do Messias.
b) “...e engrandecerei o teu nome” (Gn.12:2c). No antigo Oriente
Médio, o nome de uma pessoa era mais do que uma simples identificação; ele
representava o caráter, a essência e o legado de alguém. Quando Deus prometeu
engrandecer o nome de Abrão, Ele não estava apenas falando de fama ou
notoriedade, mas da exaltação de um caráter exemplar e de um legado duradouro.
Um "grande nome" implicava em ter uma reputação de honra, integridade
e respeito universal. Abrão tornou-se uma figura incomparável, reverenciada por
sua fé e obediência. Seus títulos ao longo da Bíblia - pai de numerosas nações,
confidente de Deus, profeta, príncipe de Deus, servo de Deus, e amigo de Deus -
refletem a forma como Deus engrandeceu seu nome, elevando-o a um status que
transcende gerações e permanece inigualável. Essa promessa assegurou que o nome
de Abrão seria lembrado e honrado como um símbolo de fé, compromisso, e aliança
com Deus, influenciando não apenas a nação de Israel, mas todas as nações que
seriam abençoadas por meio dele.
Esses aspectos da promessa destacam como Deus planejou fazer de Abrão
uma figura central no Seu plano para a redenção da humanidade, não apenas como
o patriarca de uma grande nação, mas como um exemplo eterno de fé e obediência
a Deus.
3. “E abençoarei os que te abençoarem e amaldiçoarei os que te
amaldiçoarem” (Gn.12:3)
Gênesis 12:3 destaca a dimensão global e eterna da aliança de Deus com
ele, estabelecendo uma promessa dupla que envolve tanto bênçãos quanto
maldições, refletindo a soberania divina e a proteção especial concedida a
Abrão e seus descendentes.
“E abençoarei os que
te abençoarem e amaldiçoarei os que te amaldiçoarem” (Gn.12:3). Nesta promessa, Deus
estabelece uma relação direta entre a forma como as nações e indivíduos tratam
Abrão e a resposta divina a essas atitudes. A bênção prometida aos que
abençoarem Abrão implica em um favor especial de Deus para aqueles que
reconhecem e apoiam o papel divino de Abrão e sua linhagem. Essa bênção não se
limita a benefícios materiais, mas inclui prosperidade espiritual, proteção e
favor divino contínuo.
Por outro lado, a maldição pronunciada sobre aqueles que amaldiçoarem
Abrão sublinha a gravidade de se opor ao plano de Deus. Maldiçoar, nesse
contexto, significa tratar com desprezo, desdém ou inimizade. Aqueles que se
levantarem contra Abrão e sua descendência estariam, na verdade, se colocando
em oposição direta a Deus, atraindo sobre si mesmos a ira divina. Essa parte da
promessa reforça a inviolabilidade da aliança de Deus com Abrão e a seriedade
de apoiar ou rejeitar o propósito divino.
Essa promessa não foi apenas uma proteção pessoal para Abrão, mas
estabeleceu um princípio que se estenderia à sua posteridade. Israel, como
nação, carregou essa bênção e maldição ao longo da história, sendo uma nação
que, quando abençoada por outras nações, viu essas nações prosperarem; mas
quando rejeitada ou oprimida, trouxe maldição sobre aqueles que a maltrataram.
Essa dinâmica espiritual foi reiterada mais tarde em Números 24:9, confirmando
que a proteção e o favor divinos continuariam a acompanhar os descendentes de
Abrão.
A influência mundial de Abrão, assegurada por essa promessa, não se
limita ao seu tempo de vida, mas perdura através de sua linhagem e, mais
amplamente, através da fé que ele exemplificou. Essa promessa, portanto,
estabelece a centralidade de Abrão no plano redentor de Deus, destacando a
relação entre as nações e o povo de Deus ao longo da história.
4. “E em ti serão benditas todas as famílias da terra” (Gn.12:3c)
Essa promessa divina sublinha que a bênção concedida a Abrão não seria
limitada à sua pessoa ou descendência imediata, mas que, por meio dele, uma
corrente de bênçãos fluiria para todas as famílias da terra. Abrão se torna, assim,
o canal através do qual Deus manifestaria Suas bênçãos a toda a humanidade.
Essa bênção não é apenas material, mas profundamente espiritual, atingindo seu
clímax no cumprimento da promessa messiânica.
O apóstolo Paulo, em Gálatas 3:16, esclarece que o
"descendente" mencionado na promessa é Cristo, que, como descendente
de Abrão, cumpriu a promessa de que em Abrão todas as nações seriam abençoadas.
Jesus Cristo, como o Messias, trouxe a bênção da salvação e a reconciliação com
Deus para todas as pessoas, independentemente de sua origem étnica ou
nacionalidade. Assim, a promessa feita a Abrão encontra seu pleno cumprimento
em Cristo, através do qual todos que creem são integrados à família de Deus.
Em Gálatas 3:7, Paulo afirma que aqueles que têm fé em Cristo são
considerados filhos de Abrão. Não é a descendência física de Abrão que define a
bênção, mas a fé no Messias prometido. Os que creem em Jesus são herdeiros da
mesma promessa e, por isso, são "abençoados com o crente Abrão"
(Gl.3:9). Isso significa que a bênção prometida a Abrão se estende a todos os
que compartilham da fé que ele teve, tornando-se participantes da aliança
divina e das bênçãos prometidas.
Essa promessa, então, não apenas exalta a figura de Abrão como
patriarca, mas também conecta sua fé com a obra redentora de Cristo, destacando
a continuidade do plano de Deus desde a chamada de Abrão até a salvação
disponível a todos por meio de Jesus. A bênção prometida a Abrão transcende
tempo e espaço, abrangendo toda a humanidade e apontando para a universalidade
do evangelho e o desejo de Deus de abençoar todas as nações através de Sua
aliança com Abrão.
5. Interstício entre a promessa e a sua concretização
Deus disse a Abraão, quando ele pisava Canaã, que sua descendência seria
peregrina em terra estranha (Egito), e seria escravizada por 400 anos (cativeiro
no Egito). Deus também prometeu libertar o seu povo do cativeiro - “Então disse
a Abrão: Sabes, de certo, que peregrina será a tua descendência em terra
alheia, e será reduzida à escravidão, e será afligida por quatrocentos anos.
Mas também eu julgarei a nação, à qual ela tem de servir, e depois sairá com
grande riqueza” (Gn.15:13,14). Todavia, Deus disse a Abraão que a quarta
geração dele voltaria para a terra que ele pisava - “E a quarta geração tornará
para cá; porque a medida da injustiça dos amorreus não está ainda
cheia” (Gn.15:16).
6. Materialização das promessas
a) Deus, Senhor da História, cumpriu suas promessas. Após 430
anos no Egito (Ex.12:40,41), sob a liderança de Moisés, Deus retira os
hebreus do Egito, em cerca de 1446 a.C (cf. 1Rs.6:1); e sob a
liderança de Josué, Deus concretiza a promessa feita a Abraão.
b) A conquista da Terra Prometida (Js.5:13-12:24). Deus mandou
que Josué conduzisse os israelitas à Terra Prometida (à época conhecida como
Canaã) e conquistasse-a. A conquista de Canaã começou cerca de 1405 a.C., e
a liderança de Josué sobre Israel durou cerca de vinte e cinco anos.
A entrada de Israel em Canaã pode ser chamada de “figuras” que
foram “escritas para aviso nosso”(1Co.10:11):
- A terra prometida e sua
conquista pelo povo de Deus tipificam, não o Céu, mas a herança espiritual
atual dos crentes e sua salvação em Cristo.
- Conquanto os crentes já
possuam a salvação e, em certo sentido, já estejam “nos lugares celestiais
em Cristo”(Ef.1:3), ainda precisam combater o bom combate da fé a fim de
assegurarem sua posse da salvação final(a glorificação) e do repouso
eterno(1Tm.1:18-20; 4:16; 6:12). Assim como foi a conquista de Canaã,
tomar posse da salvação e da vida eterna também envolve guerras e vitórias
espirituais (Ef.6:10-20).
II. OUTRAS PROMESSAS A ISRAEL
1. A promessa de um filho a Abraão
Dentre as promessas grandiosas que Deus fez a Abraão, a promessa de um
filho era especialmente significativa, pois não só envolvia o cumprimento
pessoal e familiar, mas também era essencial para a realização dos propósitos
divinos a longo prazo. Abraão, já idoso, e Sara, sua esposa, além de avançada
em idade, era estéril. Esses fatores tornavam, do ponto de vista humano, a
concepção de um filho algo impossível. Contudo, a impossibilidade humana é o
cenário onde o poder de Deus se manifesta com maior clareza.
Quando Deus prometeu a Abraão que ele teria um filho de sua própria
carne, o patriarca, em sua humanidade, expressou dúvidas, sugerindo que talvez
seu servo Eliezer pudesse ser seu herdeiro. Essa sugestão refletia uma
tentativa de Abraão de conciliar a promessa divina com as limitações naturais
que ele e Sara enfrentavam. Porém, Deus foi categórico em Sua resposta: o
herdeiro prometido não seria Eliezer, mas um filho biológico de Abraão: “Este não será o teu herdeiro; mas aquele
que das tuas entranhas sair, esse será o teu herdeiro” (Gn.15:4).
Com essas palavras, Deus reafirmou Sua intenção de realizar algo
extraordinário e sobrenatural na vida de Abraão. O filho da promessa seria um
testemunho vivo da fidelidade de Deus e da sua capacidade de realizar o
impossível. A promessa foi confirmada mais uma vez, quando Abraão, a despeito
de sua idade avançada e da esterilidade de Sara, creu em Deus, e sua fé foi
considerada como justiça (Gn.15:6).
O cumprimento dessa promessa veio com o nascimento de Isaque
(Gn.21:1-7), um evento que não só trouxe alegria e realização a Abraão e Sara,
mas também confirmou o poder de Deus em cumprir Suas promessas,
independentemente das circunstâncias. Isaque não era apenas um filho, mas o
início da concretização das promessas divinas que culminariam na formação de
uma grande nação e, eventualmente, na vinda do Messias.
Portanto, a promessa de um filho a Abraão é uma demonstração da
soberania de Deus sobre as leis naturais e de Sua fidelidade inabalável em
cumprir Suas promessas, mesmo quando essas parecem impossíveis aos olhos
humanos. O nascimento de Isaque solidifica a identidade de Abraão como o
"pai da fé" e prefigura a realização do plano redentor de Deus para
toda a humanidade, mostrando que nada é impossível para Deus (Lucas 1:37).
Aplicação: A promessa de um
filho a Abraão nos ensina que a fé em Deus nos capacita a confiar em Suas
promessas, mesmo quando as circunstâncias parecem impossíveis. Assim como
Abraão creu e viu o impossível acontecer, somos chamados a crer que Deus é fiel
e capaz de cumprir Suas promessas em nossa vida, independentemente dos
desafios.
2. A promessa de um filho a Isaque
A promessa de um filho a Isaque destaca a continuidade do plano divino
através das gerações, reforçando a fidelidade de Deus em cumprir Suas promessas
não apenas a Abraão, mas também a sua descendência. Após a morte de Abraão,
Deus continuou a executar Seu propósito por meio de Isaque, o filho da
promessa, assegurando que a aliança estabelecida com Abraão se estenderia às
futuras gerações.
A busca por uma esposa para Isaque
Antes de sua morte, Abraão tomou providências para garantir que o
propósito de Deus continuasse a ser cumprido através de Isaque. Ele enviou seu
servo de confiança, Eliézer, à Mesopotâmia, a fim de encontrar uma esposa para
seu filho entre sua parentela, evitando assim alianças com os povos de Canaã,
que não partilhavam da mesma fé e valores. A escolha de Rebeca, guiada pela mão
de Deus, foi um passo crucial na preservação da linhagem que Deus havia
prometido abençoar.
O nascimento de Esaú e Jacó
Depois de se casar com Rebeca, Isaque teve que esperar pelo cumprimento
da promessa de descendência. No tempo certo, Deus concedeu a Rebeca dois filhos
gêmeos, Esaú e Jacó. Esse nascimento foi significativo, pois marcou a
continuidade da promessa de Deus em fazer de Isaque uma "grande
nação". Apesar das dificuldades que marcaram a relação entre Esaú e Jacó,
Deus usaria essa descendência para continuar o Seu plano redentor.
Continuidade da promessa
A história do nascimento de Esaú e Jacó sublinha a soberania de Deus em
dirigir os eventos da vida de Isaque para o cumprimento do Seu propósito.
Embora Isaque tivesse apenas dois filhos, a promessa de uma grande descendência
estava em movimento, mostrando que a fidelidade de Deus não falha, mesmo quando
os caminhos parecem complicados. Jacó, em particular, seria o escolhido por
Deus para continuar a linhagem da promessa, provando que Deus já tinha um plano
detalhado para essa linhagem, independentemente das circunstâncias humanas.
Portanto, a promessa de um filho a Isaque reforça a importância da
obediência e confiança em Deus na continuidade de Suas promessas, mostrando que
Ele é fiel e soberano em cumprir Seus desígnios, não apenas em uma geração, mas
através de toda a história.
Aplicação: A história da
promessa de um filho a Isaque nos ensina que Deus é fiel em cumprir Suas
promessas, independentemente do tempo que leve ou das dificuldades que surgem.
Assim como Isaque esperou pacientemente pela esposa e pela descendência
prometida, devemos confiar no tempo e na direção de Deus, sabendo que Ele
sempre cumpre Suas promessas de maneira perfeita e no momento certo. Essa confiança
nos fortalece a seguir em frente, mesmo quando os caminhos parecem incertos,
sabendo que Deus está no controle e que Suas promessas são certas.
3. A promessa renovada
A renovação da promessa feita a Jacó destaca a fidelidade e a soberania
de Deus em garantir a continuidade de Seu plano através das gerações,
independentemente das falhas humanas e das circunstâncias adversas.
A promessa reiterada a Jacó
Depois de Abraão e Isaque, a promessa de Deus foi confirmada a Jacó,
garantindo-lhe a posse da terra que havia sido prometida aos seus antepassados.
Esta renovação da promessa simboliza a aliança contínua de Deus com a linhagem
escolhida, demonstrando que Suas promessas são duradouras e independem das
circunstâncias imediatas. Apesar das complicações na vida de Jacó, como a
rivalidade com seu irmão Esaú e os desafios enfrentados na casa de Labão, Deus
manteve Sua palavra e garantiu que Jacó seria o pai de uma grande nação.
O direito de primogenitura e a bênção
O direito de primogenitura, que deveria ter sido de Esaú, foi perdido
devido à sua falta de valorização do que isso significava, trocando-o por um
prato de comida. Essa ação sublinha a importância de reconhecer o valor das
bênçãos espirituais que Deus oferece, pois negligenciar essas bênçãos pode levar
à perda de oportunidades divinas. A bênção que Esaú perdeu foi passada a Jacó,
que, embora tenha obtido a primogenitura de maneira controversa, estava dentro
do plano soberano de Deus para cumprir a promessa feita a Abraão.
A formação das 12 tribos de Israel
A vida de Jacó, marcada por desafios e conflitos, resultou na formação
das 12 tribos de Israel, que seriam a base para a nação de Israel. Através de
suas esposas Léia e Raquel, e de suas servas Bila e Zilpa, Jacó teve 12 filhos,
que se tornaram os patriarcas das tribos de Israel. Essa diversidade de origens
dentro da família de Jacó ressalta a complexidade do plano de Deus e a maneira
como Ele pode usar diferentes situações e pessoas para cumprir Seus propósitos.
A esterilidade de Raquel e o nascimento de José e Benjamim
Raquel, a esposa amada de Jacó, enfrentou a dor da esterilidade, mas
Deus, em Seu tempo, abriu sua madre, permitindo-lhe dar à luz José e Benjamim.
O nascimento desses filhos foi particularmente significativo, pois José se
tornaria uma figura central na preservação da família de Jacó durante os anos
de fome no Egito, e Benjamim teria um papel importante na história futura de
Israel. Esse evento sublinha que, mesmo quando a situação parece desesperadora,
Deus pode intervir de maneira poderosa e transformadora.
Portanto, a renovação da promessa a Jacó e a formação das 12 tribos de
Israel são testemunhos da fidelidade de Deus em cumprir Suas promessas, mesmo
quando as circunstâncias parecem desfavoráveis. Elas também nos ensinam que
Deus usa pessoas e eventos de maneiras inesperadas para realizar Seus
propósitos maiores, garantindo que Seu plano redentor se cumpra através das
gerações.
Aplicação: A renovação da
promessa a Jacó nos ensina que a fidelidade de Deus transcende nossas falhas e circunstâncias.
Mesmo quando enfrentamos desafios ou nos deparamos com situações difíceis, como
Jacó enfrentou, podemos confiar que Deus continua fiel às Suas promessas. Assim
como Deus usou a complexidade da vida de Jacó para formar as 12 tribos de Israel,
Ele também pode transformar nossos momentos de dificuldade em partes essenciais
de Seu plano redentor. Devemos valorizar as bênçãos espirituais que Deus nos
oferece e reconhecer que, mesmo em tempos de espera ou incerteza, Deus está
trabalhando para cumprir Seus propósitos em nossa vida.
4. Promessa do Reino do Messias
A promessa do Reino do Messias é central no plano de Deus para a
redenção de Israel e da humanidade. Através do profeta Isaías, Deus revelou que
o Messias viria da linhagem de Jessé, pai de Davi, estabelecendo uma conexão
direta com a dinastia davídica. Essa promessa não só assegura a continuidade da
aliança de Deus com Israel, mas também expande o alcance da salvação para toda
a humanidade.
Jesus Cristo, identificado como o "Filho de Davi," é o
cumprimento dessa profecia. Sua vinda ao mundo, nascido de uma virgem, é a
realização da promessa de um Salvador que seria "Deus conosco"
(Emanuel). Essa promessa sublinha a união única e definitiva entre o divino e o
humano em Cristo, tornando-o o mediador perfeito da Nova Aliança. O Reino do
Messias, portanto, é a consumação das promessas feitas a Abraão, Isaque, Jacó,
e Davi, garantindo que a redenção e o governo divino sobre todas as nações
sejam estabelecidos através de Jesus.
Essa promessa não se limita ao passado; ela aponta para o futuro, onde o
Reino do Messias será plenamente realizado na segunda vinda de Cristo, quando
Ele governará com justiça e paz sobre toda a criação.
Aplicação: A promessa do Reino
do Messias nos chama a viver com esperança e expectativa, sabendo que Jesus, o
"Filho de Davi," é o cumprimento de todas as promessas de Deus. Assim
como Ele veio ao mundo para redimir a humanidade, Ele também retornará para
estabelecer Seu Reino em plenitude. Essa certeza nos motiva a viver em alinhamento
com os valores do Reino de Deus, buscando a justiça, a paz e a comunhão com o
Senhor. Devemos também confiar que, assim como Deus cumpriu Suas promessas no
passado, Ele continuará a ser fiel em nossas vidas, nos guiando e sustentando
até o dia em que veremos Seu Reino estabelecido em toda a terra.
III. A PROMESSA DE SALVAÇÃO PARA ISRAEL
1. A queda de Israel
A queda de Israel, conforme apresentada no Novo Testamento, reflete o
fracasso da nação em cumprir seu papel como povo sacerdotal e testemunha de
Deus entre as nações. Lucas 21:24 destaca a dispersão e sofrimento de Israel
como consequência de sua desobediência e rejeição ao Messias, Jesus Cristo. Nos
capítulos 9 a 11 de Romanos, Paulo aborda questões fundamentais sobre as
promessas de Deus a Israel, especialmente à luz de sua rejeição ao evangelho. Paulo
explica que, embora Israel esteja em um estado de rebelião e endurecimento
espiritual, isso não significa que as promessas de Deus foram revogadas. Pelo
contrário, ele enfatiza que as promessas de Deus são irrevogáveis (Rm.11:29).
Israel, como nação, não reconheceu Jesus como o Messias, o que resultou
em sua queda temporária. No entanto, essa queda abriu caminho para a inclusão
dos gentios no plano redentor de Deus (Rm.11:11,12). Paulo também afirma que
essa situação não é definitiva e que há uma esperança futura para Israel. Ele
profetiza que, após a "plenitude dos gentios" entrar, todo Israel
será salvo (Rm.11:25,26), indicando que Deus ainda tem um propósito redentor
para a nação.
Portanto, a queda de Israel serve como um lembrete do impacto da
desobediência e incredulidade, mas também destaca a fidelidade de Deus em
cumprir Suas promessas, garantindo que, mesmo na queda, há esperança de
restauração e salvação para Israel.
Aplicação: A queda de Israel
nos ensina sobre as sérias consequências da desobediência e da incredulidade
diante das promessas de Deus. Embora Israel tenha falhado em reconhecer e
aceitar Jesus como o Messias, resultando em sua queda temporária, essa história
nos lembra da fidelidade imutável de Deus. Assim como Ele não revogou Suas
promessas a Israel, mesmo diante da rebelião, Deus também é fiel para cumprir
Suas promessas em nossa vida.
A aplicação espiritual é clara: devemos permanecer vigilantes em nossa
fé e obediência, reconhecendo a importância de aceitar e seguir a vontade de
Deus em nossa jornada. Mesmo quando falhamos, há sempre uma oportunidade de
restauração e renovação, pois Deus não abandona Seus planos e promessas para
nós. Nossa confiança deve estar firmada na certeza de que, independentemente
das circunstâncias, a fidelidade de Deus é eterna e Suas promessas são seguras.
2. A tristeza de Paulo por Israel
“tenho grande tristeza e contínua dor no meu
coração” (Rm.9:2).
A profunda tristeza de Paulo por Israel, como descrito no texto acima,
revela o coração de um apóstolo que carrega um amor imenso e uma preocupação
sincera pela salvação de seu próprio povo.
Paulo expressa seu pesar por seus compatriotas judeus que ainda não
reconheceram Jesus como o Messias, apesar de Ele ser descendente direto deles
conforme a carne (Rm.9:5). A dor de Paulo é uma combinação de amor, compaixão e
um desejo ardente de ver seu povo reconciliado com Deus.
Paulo, que sabe da importância de Cristo para a salvação de todos, sente
profundamente a alienação dos judeus da promessa que eles mesmos ajudaram a
trazer ao mundo. Sua tristeza vai além do lamento; ela é um impulso para a ação
e um chamado para a evangelização. Ele não apenas lamenta a condição espiritual
de Israel, mas também nos dá um exemplo de como os cristãos devem se envolver
na tarefa de compartilhar o evangelho com fervor e dedicação.
Esse sentimento de tristeza e compromisso de Paulo nos desafia a
refletir sobre nossa própria atitude em relação à evangelização, especialmente em
contextos onde a mensagem de Cristo ainda não foi recebida. O apóstolo Paulo
nos ensina que devemos ter um coração compassivo e uma determinação constante
em levar a mensagem de Cristo a todos, incluindo os judeus, reconhecendo a
urgência e a importância da salvação para todos os povos.
Portanto, a tristeza de Paulo serve como um lembrete para que, como
cristãos, não apenas nos compadeçamos pelos que ainda não conhecem a Cristo,
mas também nos empenhemos ativamente em compartilhar a mensagem de salvação com
amor e dedicação.
3. Promessa de salvação a Israel
A promessa de salvação para Israel, conforme descrita em Romanos 9:3-5 e
outros textos, é um testemunho da fidelidade de Deus para com Seu povo
escolhido. Paulo destaca que, apesar da atual condição de rejeição ao Messias,
Israel continua sendo o povo com quem Deus fez acordos fundamentais, como a
adoção de filhos, a glória, os concertos, a lei, o culto e as promessas. Essas
qualificações sublinham a importância contínua de Israel no plano redentor de Deus.
Embora o povo de Israel esteja temporariamente em um estado de
endurecimento, a promessa de salvação permanece firme. Paulo afirma que, no
final dos tempos, Deus cumprirá Sua promessa de restaurar e salvar Israel. O
“remanescente fiel” será salvo, e o Libertador que virá de Sião, isto é, o
próprio Cristo, desempenhará um papel crucial nesse processo de redenção
(Rm.11:25,26):
“Porque não quero, irmãos, que vocês ignorem este
mistério, para que não fiquem pensando que são sábios: veio um endurecimento em
parte a Israel, até que tenha entrado a plenitude dos gentios. E, assim,
todo o Israel será salvo, como está escrito: "O Libertador virá de
Sião e afastará de Jacó as impiedades”.
Este ensino nos lembra que, mesmo em face de aparentes dificuldades e
rejeições temporárias, o propósito de Deus para a salvação de Israel não foi
abandonado. A fidelidade de Deus às Suas promessas é garantida, e Ele está
comprometido em cumprir Suas palavras para com Israel. Esse princípio de
fidelidade é uma âncora para nossa fé, mostrando que Deus é fiel para completar
o que começou, não apenas com Israel, mas também em nossas vidas pessoais.
Portanto, a promessa de salvação para Israel é uma afirmação poderosa da
certeza de que Deus continuará a cumprir Suas promessas, oferecendo esperança
tanto para Israel quanto para todos os que creem Nele. Este conhecimento nos
encoraja a confiar na fidelidade de Deus e a buscar a Sua justiça, sabendo que
Ele nunca falha em cumprir Suas promessas.
Aplicação do tópico
III:
A promessa de salvação para Israel, conforme revelada em Romanos 9:3-5 e
Romanos 11:26, oferece uma aplicação espiritual importante para a vida cristã:
a) Confiança na Fidelidade de Deus. A certeza de que Deus cumprirá Suas
promessas para Israel nos lembra da confiança que podemos ter em Sua
fidelidade. Assim como Deus não abandonou Suas promessas a Israel, Ele também é
fiel para cumprir Suas promessas em nossas vidas. Isso nos encoraja a manter a
fé mesmo em meio a desafios e aparentes contradições.
b) Esperança na Redenção. A promessa de que o “remanescente
fiel” de Israel será salvo nos ensina sobre a esperança inabalável na redenção.
Independentemente das circunstâncias atuais, sempre há uma esperança de
restauração e salvação. Isso deve nos motivar a manter a esperança e a
perseverança em nossas próprias jornadas espirituais, confiantes de que Deus
completará a obra que começou em nós.
c) Compromisso com a Evangelização. Reconhecendo que Deus tem um plano
específico para Israel, somos lembrados da importância de compartilhar o
evangelho com todos, incluindo os judeus. A oração e o esforço contínuo para a
evangelização devem ser um reflexo do amor e da compaixão que Deus tem por
todos os povos.
d) Valor das Promessas de Deus. O cumprimento das promessas de Deus a
Israel sublinha o valor e a certeza das promessas divinas em geral. Devemos
viver com a consciência de que as promessas de Deus são verdadeiras e
confiáveis, e isso deve moldar a forma como vivemos, oramos e esperamos.
Em resumo, a promessa de salvação para Israel nos ensina sobre a
fidelidade de Deus, a importância da esperança, a necessidade de evangelização
e o valor das promessas divinas. Que possamos aplicar essas lições em nossa
vida, confiando em Deus e permanecendo firmes em Sua Palavra.
CONCLUSÃO
As promessas divinas feitas a Abraão, Isaque e Jacó são um testemunho da
fidelidade de Deus, e sua realização não está sujeita a falhas. Embora já
tenhamos visto a concretização parcial dessas promessas, com o estabelecimento
de Israel como uma grande nação e o cumprimento de várias bênçãos, a plenitude
dessas promessas ainda está por vir. Deus prometeu a Abraão que suas
descendências seriam uma bênção para todas as nações e que o Messias viria
através de sua linhagem. Estas promessas têm implicações que se estendem além
do tempo presente, culminando na vinda gloriosa do Senhor Jesus Cristo e na
instauração do Reino Milenar prometido.
A certeza de que Deus cumpre Suas promessas é reafirmada pela declaração
de Isaías 43:13: “Ainda antes que houvesse dia, eu sou; e ninguém há que possa
fazer escapar das minhas mãos; operando eu, quem impedirá?”. Este versículo nos
lembra que o plano de Deus é imutável e que Ele tem o poder absoluto para
realizar tudo o que prometeu. Mesmo quando enfrentamos desafios ou dúvidas,
podemos confiar na certeza de que Deus está no controle e que Sua Palavra se
cumprirá.
Portanto, o tema estudado, “As promessas de Deus para Israel”, nos
convida a refletir sobre a imutabilidade da fidelidade divina e a nos
posicionar com esperança e fé, aguardando o cumprimento completo dessas
promessas. Que essa compreensão nos inspire a viver com confiança no Senhor,
sabendo que Ele nunca falha e que todas as Suas palavras são verdadeiras e
seguras.
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Luciano de
Paula Lourenço – EBD/IEADTC
Referências Bibliográficas:
Bíblia de Estudo Pentecostal.
Bíblia de estudo – Aplicação Pessoal.
Bíblia de Estudo – Palavras Chave – Hebraico e Grego. CPAD
William Macdonald. Comentário Bíblico popular (Antigo e Novo
Testamento).
Comentário do Novo Testamento – Aplicação Pessoal. CPAD.
Comentário Bíblico Pentecostal do Novo Testamento. CPAD.
Comentário Bíblico Beacon. CPAD.
Dicionário VINE.CPAD.
O Novo Dicionário da Bíblia. VIDA NOVA.
Lawrence O. Richards. Guia do Leitor da Bíblia. CPAD.
Roy. B. Zuck. Teologia do Antigo Testamento. CPAD.
Norman Geisler. Manual Popular de Dúvidas, Enigmas e Contradições da
Bíblia. Editora Mundo Cristão.
Pr. Hernandes Dias Lopes. Romanos, o Evangelho segundo Paulo. HAGNOS.
Bruce K. Waltke. GÊNESIS. Editora cultura cristã.
Paz de Cristo
ResponderExcluirObrigado pela publicações , elas muito me auxiliam na compreensão das lições
Obrigado por compartilhar este excelente subsídio. Que Deus continue abençoando sua vida e família.
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