4°Trimestre/2023
Subsídio para a Lição 12
Texto Base: Atos 11.19-26; 13.1-5
“E, servindo eles ao Senhor e jejuando, disse o Espírito Santo:
Apartai-me a Barnabé e a Saulo para a obra a que os tenho chamado” (Atos 13:2).
Atos 11:
19.E os que foram dispersos pela perseguição que sucedeu por causa de
Estêvão caminharam até a Fenícia, Chipre e Antioquia, não anunciando a ninguém
a palavra senão somente aos judeus.
20.E havia entre eles alguns varões de Chipre e de Cirene, os quais,
entrando em Antioquia, falaram aos gregos, anunciando o Senhor Jesus.
21.E a mão do Senhor era com eles; e grande número creu e se converteu
ao Senhor.
22.E chegou a fama destas coisas aos ouvidos da igreja que estava em
Jerusalém; e enviaram Barnabé até Antioquia,
23.o qual, quando chegou e viu a graça de Deus, se alegrou e exortou a
todos a que, com firmeza de coração, permanecessem no Senhor.
24.Porque era homem de bem e cheio do Espírito Santo e de fé. E muita
gente se uniu ao Senhor.
25.E partiu Barnabé para Tarso, a buscar Saulo; e, achando-o, o conduziu
para Antioquia.
26.E sucedeu que todo um ano se reuniram naquela igreja e ensinaram
muita gente. Em Antioquia, foram os discípulos, pela primeira vez, chamados
cristãos.
Atos 13
1.Na igreja que estava em Antioquia havia alguns profetas e doutores, a
saber: Barnabé, e Simeão, chamado Níger, e Lúcio, cireneu, e Manaém, que fora
criado com Herodes, o tetrarca, e Saulo.
2.E, servindo eles ao Senhor e jejuando, disse o Espírito Santo:
Apartai-me a Barnabé e a Saulo para a obra a que os tenho chamado.
3.Então, jejuando, e orando, e pondo sobre eles as mãos, os despediram.
4.E assim estes, enviados pelo Espírito Santo, desceram a Selêucia e
dali navegaram para Chipre.
5.E, chegados a Salamina, anunciavam a palavra de Deus nas sinagogas dos
judeus; e tinham também a João como cooperador.
INTRODUÇÃO
Nesta Aula, trataremos da primeira igreja cristã composta por
não-judeus: a igreja de Antioquia da Síria. Analisaremos como ela foi
estabelecida, suas atividades ministeriais e de comunhão, bem como os
resultados alcançados por meio da obra missionaria. O modelo de missões da
Igreja de Antioquia era marcado por uma abordagem direcionada e fervorosa. Eles
praticavam um ciclo de busca e execução da vontade divina, impulsionado por
jejum e oração para receber a orientação do Espírito Santo. Este processo era seguido
por outro período de jejum e oração, dedicado a implementar as direções
recebidas no âmbito missionário. A igreja operava com uma profunda dependência
do Espírito Santo em todas as etapas de sua atividade missionária, resultando
em uma prática missionária eficaz e alinhada com a vontade de Deus. Este modelo
revela uma dinâmica simples, mas poderosa, baseada na comunhão com o Espírito
Santo e uma abordagem missionária centrada na Comissão de Jesus (Mt.28:19,20).
I. A
IGREJA DE ANTIOQUIA: NATUREZA E CARACTERÍSTICAS
1.
Antioquia da Síria
Antioquia da Síria foi uma das mais significativas e influentes cidades
da antiguidade, situada no Sul do que é hoje a Turquia moderna, quase na
fronteira com a Síria. Foi fundada em 300 a.C. por Seleuco I Nicátor, um dos
generais de Alexandre, o Grande. A cidade rapidamente se tornou um centro
cultural, comercial e político vital no Império Selêucida. A cidade tinha uma
população estimada de 500 mil habitantes.
No contexto bíblico, Antioquia é conhecida por ter uma comunidade cristã
proeminente. Foi lá que os seguidores de Jesus foram chamados pela primeira vez
de "cristãos" (Atos 11:26). A igreja de Antioquia se destacou por ser
uma das primeiras a incluir gentios (não-judeus) em sua comunidade cristã, o
que foi uma etapa significativa no desenvolvimento do cristianismo.
A cidade era diversificada em termos étnicos e culturais, o que se
refletia na composição da igreja. Paulo e Barnabé foram enviados da igreja de
Jerusalém para Antioquia para fortalecer e ensinar os crentes ali. A partir de
Antioquia, Paulo iniciou suas três viagens missionárias que foram cruciais para
a disseminação do cristianismo em todo o mundo romano.
Antioquia também foi um importante centro para o desenvolvimento da
teologia cristã no princípio da Igreja e um local de debates e concílios
eclesiásticos. A cidade desempenhou um papel fundamental na expansão e
consolidação do cristianismo nos primeiros séculos. Não por acaso, essa cidade
tornou-se “a segunda capital do Cristianismo”, depois de Jerusalém, e a sede de
Missões da Igreja Cristã. Por isso, o evangelista Lucas altera o foco de sua
narrativa, outrora centralizada em Jerusalém, para o ministério aos gentios, a
partir de Antioquia da Síria,
e a subsequente disseminação da igreja pelo mundo (Atos 11:19).
2. A Igreja
em Antioquia
A Igreja em Antioquia desempenhou um papel crucial no desenvolvimento e
expansão do cristianismo no primeiro século, especialmente após a perseguição
que se seguiu à morte de Estevão, levando à dispersão dos membros da igreja de
Jerusalém para várias regiões, incluindo a Judéia e Samaria (Atos 8:1). Guiados
pelo Espírito Santo, esses primeiros cristãos dispersos foram direcionados até
Antioquia da Síria (Atos 11:22,23).
Em Antioquia ocorreram numerosas conversões, marcando a fundação da
primeira igreja gentílica (Atos 11:26). Este evento foi de grande importância,
pois simbolizou a inclusão dos não-judeus no “Corpo de Cristo”, ampliando a
comunidade cristã para além das fronteiras culturais e étnicas.
Antioquia da Síria, sendo uma das cidades mais significativas da época,
tornou-se um centro vital para a Obra Missionária. As muitas conversões e o
fervor cristão na cidade estabeleceram uma base sólida para a propagação do
Evangelho. Paulo, o apóstolo dos gentios, teve uma ligação profunda com essa
igreja, e Antioquia se tornou um ponto central para suas viagens missionárias,
a partir das quais ele disseminou a mensagem do Evangelho em diferentes
regiões.
A localização estratégica de Antioquia, sendo uma das cidades mais
importantes de seu tempo, permitiu que o Evangelho pregado a partir dali se
propagasse de maneira eficaz para outras áreas, desempenhando um papel crucial
na expansão do cristianismo nos primeiros anos da igreja. Portanto, o Evangelho
pregado a partir de Antioquia para outras regiões do mundo era espiritualmente
estratégico.
3. Uma
obra de leigos
Os primeiros a propagar o Evangelho aos gentios e fundar a igreja em
Antioquia não foram apenas os apóstolos ou obreiros, mas os leigos, discípulos
e crentes em geral que foram dispersos de Jerusalém devido à perseguição (Atos
11:19). Foi através de seu testemunho e proclamação do Evangelho que a mão do
Senhor agiu poderosamente, resultando na conversão de muitas pessoas em
Antioquia.
A notícia desse movimento chegou a Jerusalém, levando os apóstolos a
enviarem Barnabé para verificar o que estava acontecendo. Barnabé percorreu
mais de 400 quilômetros de Jerusalém até Antioquia, e ao chegar, ficou
extremamente feliz ao testemunhar a graça de Deus se manifestando em meio a
muitas pessoas. Ele encorajou todos a permanecerem firmes no Senhor.
Nessa ocasião especial, pela primeira vez, os discípulos da igreja em
Antioquia foram chamados de cristãos, marcando um momento significativo na
história da igreja em seu princípio (Atos 11:26). Esse título refletia a
identidade e a devoção dos seguidores de Cristo naquela comunidade,
solidificando a presença e a expansão da fé cristã além das fronteiras de
Jerusalém.
Nota:
Conforme nota da Bíblia de Estudo Pentecostal, “a palavra ‘cristão’ (gr.
christianos) ocorre apenas três vezes no Novo Testamento (Atos 11:26; 26:28;
1Pd.4:16). Originalmente era um termo que descrevia servos e seguidores devotos
de Cristo que não tinham medo de se separarem da impiedade, da corrupção e da
imoralidade na sociedade, a fim de se identificarem com Cristo. Hoje o termo se
tornou um nome genérico aplicado a quase todos os que afirmam crer em Jesus
Cristo. Como resultado, o termo foi quase esvaziado do significado original do
Novo Testamento. O termo deveria sugerir […] a ideia da nossa relação pessoal
profunda e da nossa devoção a Cristo (Rm.8:38,39)” (Bíblia de Estudo
Pentecostal Edição Global. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2022, p.1962).
II. UMA
IGREJA MISSIONÁRIA EM AÇÃO
1. “Havia
alguns profetas e doutores” (At.13:1)
Na igreja em Antioquia, Deus estabeleceu profetas e doutores (1Co.12:28;
Ef.4:11). O papel desses líderes na igreja primitiva, especificamente na igreja
em Antioquia, é de grande importância e destaca a diversidade de dons e
liderança que Deus estabeleceu para fortalecer e orientar a Igreja Local.
a) Profetas. Os profetas eram
indivíduos capacitados pelo Espírito Santo para transmitir mensagens de Deus à Igreja.
Eles eram instrumentos de revelação divina e, sob inspiração do Espírito Santo,
comunicavam a vontade de Deus ao povo. Essas mensagens proféticas podiam se
referir a orientações, encorajamento, advertências ou ensinamentos. Eram uma
forma importante de direção espiritual para a igreja, auxiliando na tomada de
decisões e no entendimento das Escrituras.
b) Doutores. Os doutores, também
chamados de mestres, eram indivíduos capacitados pelo Espírito Santo para
compreender e ensinar as Escrituras com profundidade e sabedoria. Eles tinham
uma habilidade especial para interpretar e explicar os ensinamentos bíblicos,
permitindo que a igreja crescesse em conhecimento e compreensão da Palavra de
Deus. Sua função era fundamental para a edificação e instrução da igreja.
Ambos os papéis, profetas e doutores, eram guiados e capacitados pelo
Espírito Santo. Eles não agiam com base em sabedoria meramente humana, mas eram
movidos pela sabedoria divina. Isso garantia que as mensagens transmitidas e o
ensino ministrado estivessem alinhados com os princípios e a vontade de Deus
para a igreja.
Essa diversidade de dons e liderança no princípio da Igreja reflete a
visão de Deus para uma igreja forte e bem fundamentada na fé. Cada dom e função
contribui para o crescimento espiritual, a unidade e a edificação do Corpo de
Cristo, fortalecendo assim a missão da igreja de proclamar o evangelho e
transformar vidas. A colaboração harmoniosa entre profetas, doutores e outros
membros da igreja é vital para a saúde espiritual e o êxito da igreja de Cristo.
2. Uma
liderança servidora (Atos 13:2)
A igreja de Antioquia, como descrita em Atos 13:2, é um belo exemplo de
diversidade e comunhão entre os cristãos, independentemente de suas origens
étnicas, culturais ou espirituais. Essa comunidade multifacetada reflete o
ideal cristão de unidade na diversidade, onde todos são aceitos e valorizados,
servindo juntos para expandir o Reino de Deus.
·
Barnabé - consolação. Barnabé era
conhecido como o "filho da consolação" ou "filho da
exortação". Ele tinha um coração misericordioso e encorajador, o que o
tornava um pilar essencial na igreja de Antioquia. Sua disposição de apoiar e
ajudar os outros foi fundamental para fortalecer a igreja e estabelecer uma
atmosfera de amor e encorajamento.
·
Simeão - diversidade étnica. A presença de
Simeão, que era negro, africano", destaca a diversidade étnica na igreja
de Antioquia. Isso mostra que a fé cristã transcende barreiras culturais e
raciais, unindo pessoas de diferentes origens para adorar a Deus como uma
família unida.
·
Lúcio – cireneu,
africano. Era originário de Cirene (atual Líbia); isto representa a conexão com
as regiões africanas. Sua presença na igreja de Antioquia demonstra a expansão
do cristianismo para além das fronteiras geográficas tradicionais, abrangendo
diversas culturas e contextos.
·
Manaém. É descrito como
irmão de criação de Herodes Antipas, aquele que matou João Batista; isto
destaca a inclusão de pessoas com diferentes históricos e relações familiares.
Isso evidencia que na igreja de Antioquia as pessoas eram aceitas
independentemente de suas origens ou históricos familiares.
·
Saulo (Paulo). Saulo, inicialmente
um fariseu e perseguidor da igreja, tornou-se uma figura central na igreja de
Antioquia após sua conversão. Sua transformação representa a redenção e o poder
da graça de Deus para mudar vidas, mostrando que todos têm a oportunidade de
serem reconciliados e servirem a Deus.
Essa diversidade na liderança e na comunidade da igreja de Antioquia
resultou em uma perspectiva ampliada da missão cristã. Eles estavam unidos em
adoração, oração e serviço, impulsionados pela convicção de pregar o evangelho às
multidões não alcançadas. Essa visão missionária transcendeu barreiras e
influenciou a expansão do cristianismo, especialmente na Ásia Menor e na
Europa, marcando um momento crucial na história da igreja primitiva.
A igreja de Antioquia é um exemplo inspirador de como a diversidade pode
enriquecer a igreja e fortalecer sua missão de pregar o amor e a mensagem de
Cristo ao mundo.
3.
“Apartai-me a Barnabé e a Saulo” (Atos 13:2)
Este texto descreve um momento importante na história da igreja de
Antioquia, onde Barnabé e Saulo foram separados, pela orientação do Espírito
Santo, para uma missão específica, após um período de jejum e oração. Esse
episódio destaca a importância do discernimento espiritual, busca pela
orientação do Espírito e o papel vital do jejum e oração na obra missionária e
em outros projetos na obra de Deus. O Espirito se manifesta a uma igreja
centralizada na Palavra e a uma igreja que ora e jejua (Atos 13:2,3).
O Espirito Santo não age à parte da igreja, mas em sintonia com ela. É a
igreja que jejua e ora. Em Antioquia, certamente, um dos profetas da igreja
recebeu a mensagem que os conclamou a separar dois dos seus líderes para a
tarefa por Deus conferida. É a igreja que impõe as mãos e despede, mas é o
Espirito quem envia os missionários. Assim, os missionários exercem seu
ministério pelo Espirito Santo. Foi o próprio Espirito Santo quem enviou os
missionários para o campo de trabalho (Atos 13:3,4).
Concordo com o pr. Hernandes Dias Lopes que afirma que não podemos fazer
a obra de Deus sem a direção do Espírito Santo. Ele nos foi enviado para estar
para sempre conosco. Ele nos guia a toda a verdade. Sempre precisamos do
Espirito Santo. Sempre dependemos Dele. A Igreja não pode conseguir uma única
conversão sem a obra do Espirito Santo. Os pregadores não terão virtude e poder
para pregar sem a ação do Espirito Santo.
Note que, antes de receberem a orientação do Espírito Santo, a liderança
(profetas, mestres) e toda a igreja estavam no propósito de jejum e oração (Atos
13:2). Esta prática é mencionada repetidamente na Bíblia como um meio de buscar
a vontade de Deus, fortalecer a fé, encontrar direção e estar em comunhão com o
Espírito Santo. É um ato de dedicação, humildade e submissão, onde os crentes
buscam se alinhar com os planos de Deus para suas vidas e ministérios.
A lição que podemos extrair desse evento em Antioquia é que, ao nos
envolvermos em qualquer empreendimento relacionado à obra de Deus, é
fundamental começar com um coração voltado para o jejum e a oração. Ao fazer
isso, buscamos a direção de Deus e estamos mais propensos a receber orientação
e discernimento espiritual para agir de acordo com Sua vontade. Se isto, hoje,
fosse colocado em prática, não teríamos tanto insucesso na obra missionária e
não veríamos tanto decepção e escândalos como estamos vendo hoje.
Portanto, o ato de jejuar e orar não apenas nos conecta mais intimamente
com Deus, mas também nos prepara para cumprir as tarefas e missões que Ele tem
para nós na obra missionária e em outros aspectos da vida cristã.
III. O
SERVIÇO DE MISSÕES
1. O
início das missões cristãs
A principal lição de Lucas é que a obra missionaria foi inaugurada pelo
próprio Deus. Lucas narra que Primeira Viagem Missionária de Paulo começou em
Antioquia com a escolha de Barnabé e Paulo, pelo Espírito Santo, para uma obra
especial. Quando partiram para Chipre, na sua primeira viagem missionária,
levaram João Marcos em sua companhia (Atos 13:5). Porém, ao chegarem a Perge,
na Ásia Menor, Marcos os deixou e regressou para Jerusalém (Atos 13:5).
O relato da Primeira Viagem Missionária de Paulo, conforme descrito por
Lucas em Atos dos Apóstolos capitulo 13, destaca que a obra missionária é
iniciada e conduzida pela direção do Espírito Santo. Deus escolheu Barnabé e
Paulo para essa missão específica e os guiou ao longo do caminho.
A presença de João Marcos inicialmente na jornada e sua subsequente
saída ressalta que a obra missionária pode encontrar desafios e mudanças
inesperadas. Nem sempre o caminho é linear ou livre de obstáculos. O fato de
Marcos ter retornado a Jerusalém pode ter sido um desafio inesperado para
Barnabé e Paulo, mas a obra missionária continuou.
Essa narrativa ilustra a importância de confiar na direção divina,
adaptar-se às mudanças e persistir na missão, mesmo diante de adversidades.
Deus pode ter outros planos e propósitos que vão além do que inicialmente
imaginamos, e é crucial permanecer sensíveis à Sua orientação ao longo do
caminho.
Portanto, a principal lição é reconhecer que a obra missionária é uma
missão com Deus, sendo vital depender da orientação e liderança do Espírito
Santo para realizar a Sua vontade e alcançar aqueles que necessitam do
Evangelho. É uma jornada de fé, obediência e confiança em Deus,
independentemente dos desafios e mudanças que possamos enfrentar.
2.
Roteiro da viagem e atividades missionárias
Os capítulos 13 e 14 de Atos oferecem uma visão detalhada das atividades
missionárias de Paulo e Barnabé em várias localidades durante sua Primeira
Viagem Missionária. As estratégias de evangelização e as experiências que
enfrentaram refletem uma abordagem dinâmica e diversificada na propagação do
Evangelho.
ü Missões em Chipre
(Atos 13:4-13). Iniciando sua jornada, Paulo e Barnabé pregaram o Evangelho em Chipre,
encontrando tanto receptividade quanto oposição. Quando esses missionários
chegaram a Pafos, o procôncul Sérgio Paulo, homem inteligente, demonstrou
interesse em ouvir a Palavra de Deus. Mas, imediatamente, certo judeu, mágico,
falso profeta, de nome Barjesus, opôs-se a eles. Esse mensageiro do diabo
envidou todos os esforços para afastar da fé o procônsul. É nesse momento que
Paulo assume o comando da obra missionaria e repreende com autoridade o
instrumento do engano (veja Atos 13:10,11). O resultado foi que, ao ver o
ocorrido, o procônsul creu, maravilhado com a doutrina do Senhor (Atos 13:12).
O que deixou o procônsul atônito foi a combinação entre a palavra e o sinal, o
ensino do apóstolo e a derrota do feiticeiro. Esse episódio marcou a mudança do
nome judaico Saulo para o nome grego Paulo e o início da liderança de Paulo na
obra missionária da Igreja. A partir desse momento, Paulo não é mais uma pessoa
que acompanha a Barnabé, mas desponta como o maior líder do cristianismo.
ü Missões em Antioquia
da Pisídia (Atos 13:14-52). Nessa cidade, eles pregaram nas sinagogas,
enfrentando resistência dos líderes religiosos e muitos judeus, mas encontrando
aceitação entre os gentios.
ü Missões em Icônio
(Atos 14:1-7). Novamente, a pregação resultou em conversões e perseguições vindas de
judeus descontentes.
ü Missões em Listra
(Atos 14:8-20a). Aqui, Paulo e Barnabé realizaram um milagre, sendo inicialmente
confundidos com deuses pagãos, mas logo enfrentaram uma reviravolta, sendo
apedrejados.
ü Missões em Derbe
(Atos 14:20b-21b). Apesar das dificuldades, houve um número significativo de discípulos em
Derbe, e a igreja continuou a ser fortalecida.
ü Missões em lugares
antigos e novos (Atos 14:21b-28). Eles revisitaram algumas cidades,
fortalecendo os discípulos e ordenando líderes para as igrejas. Também
expandiram seu alcance a novas localidades.
ü Regresso à Antioquia
da Síria (Atos 14:27). Finalmente, os missionários retornaram a Antioquia
da Síria, compartilhando relatórios animados sobre o que Deus tinha feito.
Esse panorama mostra que a obra missionária é multifacetada e dinâmica,
exigindo flexibilidade, determinação e confiança em Deus diante das várias
situações que surgem. Eles enfrentaram desafios, mas também testemunharam
muitas conversões e o crescimento do Evangelho. Ao retornar a Antioquia,
puderam compartilhar com alegria o progresso da obra e a manifestação do poder
de Deus nas vidas das pessoas.
Enfim, essa Primeira Viagem Missionária de Paulo e Barnabé ilustra a
importância de perseverar na missão, mesmo diante de adversidades, e confiar na
orientação do Espírito Santo para cumprir o propósito de Deus na propagação do
Evangelho.
3.
Prestando contas
Ao final de cada uma das viagens missionárias, Paulo e sua equipe
prestavam contas à igreja que os havia recomendado.
O relato das viagens missionárias de Paulo e sua equipe, conforme
descrito em Atos, oferece valiosas lições e princípios para a obra missionária
e para a vida cristã em geral:
ü Responsabilidade e
Igreja na Missão. Paulo e sua equipe não eram missionários independentes. Eles estavam
conectados a uma comunidade local (a igreja de Antioquia) e prestavam contas a
ela sobre suas atividades e resultados (Atos 14:27,28). Isso destaca a
importância da comunhão e responsabilidade dentro da igreja ao realizar a obra
de Deus. Portanto, a ideia “missionários independentes”, que respondem “somente
ao Senhor”, não é bíblica.
ü Perseverança diante
das adversidades. As perseguições e obstáculos que Paulo e sua equipe enfrentaram não os
desencorajaram, mas os fortaleceram em sua determinação de continuar a obra
missionária. Isso ressalta a necessidade de perseverar diante das dificuldades
e confiar em Deus para superar os desafios.
ü Manifestação do poder
de Deus. A presença e a manifestação do poder de Deus eram evidentes ao longo
das viagens missionárias. Curas divinas, libertação e a conversão de muitas
pessoas destacam o papel do Espírito Santo na obra missionária e a eficácia do
Evangelho.
ü Abertura aos gentios. O grande legado
missionário deixado pela igreja de Antioquia foi a porta da fé que Deus abriu
aos gentios (Atos 14:27). Essa igreja foi um instrumento crucial na abertura da
porta da fé aos gentios. Isso ressalta a importância da orientação do Espírito
Santo à expansão do Evangelho para todas as nações, conforme instruído por
Jesus (Mt.28:18-20).
ü Fé e colheita na Obra
Missionária. O Salmo 126:6 destaca a importância de semear com fé na obra
missionária, mesmo diante das dificuldades. Aqueles que semeiam com lágrimas
colherão com alegria, mostrando a promessa da colheita frutífera resultante do
trabalho árduo e fiel.
Essas lições fornecem princípios essenciais para qualquer cristão
envolvido na obra missionária ou em servir a Deus em diferentes habilidades. É
uma chamada para permanecer ligado à Igreja Local, perseverar nas adversidades,
confiar no poder de Deus e semear com fé a semente do Evangelho, sabendo que
Deus trará a colheita no tempo certo.
CONCLUSÃO
Com base nessa valiosa lição, podemos afirmar que a essência da igreja
cristã é cumprida quando a missão se torna uma parte intrínseca de sua vida
diária. Um dos sinais tangíveis da atuação do Espírito Santo na igreja é o
investimento fervoroso em missões. Portanto, é nossa responsabilidade
evangelizar, apoiar os projetos missionários de nossa igreja, dedicar tempo à
oração e ao jejum pela expansão do Evangelho, contribuir financeiramente e
oferecer-se voluntariamente, quando tiver certeza de sua chamada, para alcançar
aqueles que anseiam por ouvir sobre Jesus. Quando o Espírito Santo encontra
corações abertos e desejosos pela salvação das almas, Ele capacita com
habilidades e dons espirituais para que sejamos lançados de todo coração na
missão mais nobre: ganhar vidas para o Reino de Deus. Que assim seja!
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Luciano de Paula Lourenço – EBD/IEADTC
Referências Bibliográficas:
Bíblia
de Estudo Pentecostal.
Bíblia
de estudo – Aplicação Pessoal.
Bíblia
de Estudo – Palavras Chave – Hebraico e Grego. CPAD
William
Macdonald. Comentário Bíblico popular (Antigo e Novo Testamento).
Comentário
do Novo Testamento – Aplicação Pessoal. CPAD.
Caramuru
Afonso Francisco – Evangelização, a Missão máxima da Igreja.
Pr.
Hernandes Dias Lopes. Atos, A ação do Espirito Santo na vida da igreja.
Pr.
Caramuru Afonso Francisco. A Evangelização: a missão máxima da Igreja.
PortalEBD_2007.
Ruben
Tito Paredes. A Dimensão Transcultural do Evangelho.
Parabéns meu irmão, sempre nos ajudando com excelência!
ResponderExcluirDeus seja louvado por sua vida! Prossiga em conhecer ao Senhor e compartilhar conhecimento. Um abraço!
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