terça-feira, 29 de outubro de 2013

Aula 05 – ALÉM DAS VERDADES FUNDAMENTAIS

4º Trimestre/2013
Revista: Educação Cristã Continuada


Texto Básico: Hb 6:1-6

Pelo que, deixando os rudimentos da doutrina de Cristo, prossigamos até a perfeição...” (Hb 6:1)


INTRODUÇÃO
Em Hebreus 6:1,2, o autor mostra algumas doutrinas que são básicas, ou fundamentais que outras. Ele as consideram como “ensinos elementares” ou “rudimentos”(RAC) a respeito de Jesus Cristo. Nestes textos, os cristãos hebreus são exortados a deixar de lado os “rudimentos [princípios elementares - ARA] da doutrina de Cristo”. Entende-se que isso se refere às doutrinas básicas da religião ensinadas no Antigo Testamento e destinadas a preparar Israel para a vinda do Messias. Essas doutrinas estão listadas na última parte do versículo 1 e no versículo 2; elas não completavam o Cristo ressurreto e glorificado; eram ensinos de natureza elementar que formavam a base para a construção posterior. A exortação é para deixar esses princípios básicos, não no sentido de abandoná-los como inúteis, mas de avançar deles para a maturidade. Estabelecido o fundamento, o próximo passo é construir sobre ele. As grandes verdades do Novo Testamento quanto a Cristo, sua pessoa e obra representam o ministério da maturidade.
I. EDIFICAÇÃO
1. Enxergando o alvo. Um dos objetivos essenciais da nossa vida como cristão é alcançar a verdadeira maturidade espiritual, mas infelizmente, muitos cristãos se recusam a crescer; outros parecem perdidos pelo caminho, alguns andando em círculos, sem conseguir ir em frente. Isso é falta de assimilação e prática daquilo que foi ensinado. Os fundamentos da nossa experiência cristã precisam estar bem firmes para irmos além das verdades fundamentais. O período do judaísmo foi um período de infância espiritual; o cristianismo representa a fase adulta.
Em Hebreus 6:1,2 o autor critica os crentes que não haviam saído dos rudimentos da fé, contentando-se apenas em saber a respeito do “arrependimento de obras que estão mortas e de fé em Deus, da doutrina do batismo e da imposição de mãos, da ressurreição dos mortos e do juízo eterno“. O autor alerta a esses cristãos que não cederia à imaturidade deles, provendo-os somente com “leite”, porque apresentar as doutrinas básicas sob uma nova forma não os ajudaria a resistir à tentação de se desviar de Cristo. Eles deviam ganhar um entendimento mais profundo, movendo-se para além dos rudimentos da doutrina de Cristo.
Naturalmente, “deixar” esses ensinamentos não significa que os crentes não precisassem mais deles; certamente, os ensinamentos elementares são essenciais para que todos os crentes entendam.
Isso se aplica a todos os cristãos da atualidade, ou seja, “devemos crescer e continuar sempre crescendo, pois se lançarmos continuamente os alicerces de uma obra não haverá progresso. Já não somos mais principiantes na fé, devemos estar entre os que ocupam o nível mais elevado: aqueles que não precisam mais que as primeiras lições lhes sejam sempre repetidas”.
Todavia, vivemos dias tão difíceis que a realidade dos tempos apostólicos é apenas um ideal a ser atingido. Por incrível que pareça, esses temas criticados pelo escritor aos Hebreus são desconhecidos de grande parte dos que cristãos dizem ser. Diante desta realidade de esmaecimento espiritual por que passa o cristianismo hoje, quando observamos os dias dos apóstolos, vemos que os crentes considerados atrasados e de desenvolvimento espiritual comprometido eram crentes que, se vivessem nos nossos dias, seriam tidos como os crentes mais espirituais de sua congregação.
2. Como alcançar o alvo –E isso faremos, se Deus o permitir” (Hb 6:3). O autor exorta a esses cristãos Hebreus que eles precisavam ir além dos princípios básicos de sua fé para um entendimento de Cristo como o Sumo Sacerdote perfeito e o cumprimento de todas as profecias do Antigo Testamento. Em vez de discutirem sobre os méritos respectivos do judaísmo e do cristianismo, eles precisavam buscar um entendimento mais profundo de Deus, estudando os conceitos mais difíceis de sua Palavra.
Observe que o autor expressa o desejo de ajudá-los a fazer isso, se Deus permitir. Contudo, o fator limitante está do lado deles, e não de Deus. Deus os capacitará a avançar para alcançar o alvo, a saber, a maturidade espiritual, mas eles precisam exercitar a verdadeira fé e a perseverança, de forma contínua sob a influência do Espirito Santo. Isso se aplica a todos os cristãos da atualidade, ou seja, para alcançarmos o alvo exige-se esforço e também a intervenção contínua do poder atuante do Espírito Santo em nossa vida.
3. Prosseguindo. Na caminhada em busca da maturidade espiritual, ou seja, alcançar a completa estatura de Cristo, muitos cristãos ainda estão envolvidos com os princípios elementares da fé, os primeiros ensinamentos. Precisam sair de onde estão se querem alcançar o alvo proposto; precisam crescer e continuar sempre crescendo, pois se lançarmos continuamente os alicerces de uma obra não haverá progresso. Já não somos mais principiantes na fé, devemos estar entre os que ocupam o nível mais elevado: aqueles que não precisam mais que as primeiras lições lhes sejam sempre repetidas.
Paulo tinha consciência deste esforço em prosseguir para o alvo. Disse ele: “prossigo para o alvo, pelo prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus” (Fp 3:14). O objetivo de Paulo era conhecer a Cristo, ser como Cristo, e ser tudo o que Cristo tinha em mente para ele. Esse objetivo absorvia a sua energia. Isto fornece um exemplo útil: não devemos permitir que nada desvie os nossos olhos do alvo que é conhecer a Cristo; o pleno conhecimento de Cristo é o prêmio final pelo qual os crentes alegremente deixam de lado todas as outras coisas. Com a simplicidade de um atleta em treinamento, devemos deixar de lado tudo que seja prejudicial e abandonar tudo o que possa impedir o nosso crescimento espiritual.
É bom ressaltar que nesta caminhada rumo à maturidade cristã, precisamos saber que o fundamento da igreja – de todos os crentes – é Jesus Cristo. Foi Paulo quem disse: “Porque ninguém pode pôr outro fundamento, além do que já está posto, o qual é Jesus Cristo” (1Co 3:11). Portanto, para prosseguir na busca da maturidade espiritual é necessário que estejamos fundamentados em Cristo.
II. BASE ESPIRITUAL (Hb 6:1,2)
Pelo que, deixando os rudimentos da doutrina de Cristo, prossigamos até a perfeição, não lançando de novo o fundamento do arrependimento de obras mortas e de fé em Deus, e da doutrina dos batismos, e da imposição das mãos, e da ressurreição dos mortos, e do juízo eterno”.
O “fundamento” doutrinário foi assentado no Antigo Testamento e incluiu os seus ensinamentos básicos listados. Eles constituem o ponto de partida, a Base Espiritual. Esses primeiros princípios representavam o judaísmo e eram preparatórios para a vinda de Cristo.  Os cristãos não deveriam satisfazer-se com isso, mas avançar para a revelação mais completa que tinham agora em Cristo. Os leitores são incitados a passar “da sombra para a substância, do tipo para o antítipo, da casca para a semente, das formas mortas da religião de seus ancestrais para as vivas realidades do Cristo”.
Nada indica, entretanto, que esses ensinamentos constituíam a totalidade do ensino cristão para os crentes da igreja primitiva, embora fossem os fundamentos. Consideremos esses ensinamentos como pedras fundamentais da base de um edifício (a maturidade cristã).
Essas seis pedras são divididas basicamente em três grupos de duas cada uma: as duas primeiras, a base, são as condições para se tornar um cristão; as duas seguintes são exemplos de práticas na vida cristã; e, as duas últimas, são as doutrinas relacionadas ao futuro. Vamos analisar, suscintamente, essas pedras que formam a base espiritual da vida cristã.
1. Arrependimento.  A primeira doutrina do Antigo Testamento, mencionada pelo escritor aos Hebreus é o “arrependimento de obras” que estão “mortas”. Isso foi constantemente pregado pelos profetas, assim como pelo precursor do Messias. Todos eles clamaram ao povo a deixar suas obras, que estavam “mortas” no sentido de que eram destituídas de fé. “Obras mortas” também podem se referir às obras que inicialmente eram corretas, mas que agora são “mortas” desde a vinda de Cristo. Todos os serviços relacionados à adoração no Templo, por exemplo, tornaram-se obsoletos com a obra de Cristo concluída.
O arrependimento é o primeiro fundamento para se tornar um cristão. O Senhor Jesus quando esteve na Galiléia, no início de seu ministério, ele pregou a mensagem básica para se entrar no Reino de Deus: o arrependimento (Mc 1:15). Para os homens ser qualificados a entrar no reino teriam de dar meia-volta na vida de pecado e crer nas boas-novas acerca do Senhor Jesus.
O verdadeiro arrependimento implica na mudança de atitude e conduta daquele que pecou; é uma firme decisão interior, uma verdadeira mudança de mente, de direção; começa com choro, humilhação e quebrantamento diante de Deus (ler 2Cr 7:14). Aliás, arrependimento é a tristeza profunda e suficiente para não repetir o erro. A orientação amorosa do Senhor Jesus é: “vai-te e não peques mais” (João 8:11). Deus restaura o pecador que verdadeiramente se arrepende e muda de atitude.
Portanto, o arrependimento dos pecados é o primeiro elemento da nossa experiência cristã; e ele é originado pela ação da Palavra de Deus no coração do pecador. Hoje vemos a pregação da fé sem o arrependimento e da salvação sem a conversão; vemos muita adesão e pouca conversão, muito ajuntamento e pouco quebrantamento. O pragmatismo com a sua numerolatria está em voga hoje. Muitos pregadores abandonaram a pregação bíblica para alcançar um número maior de pessoas. Pregam o que o povo quer ouvir e não o que ele precisa ouvir. Pregam sobre cura e prosperidade e não sobre salvação. Pregam para agradar e não para conduzir ao arrependimento. Desta forma, multidões estão entrando para a igreja sem conversão. A Palavra de Deus tem sido deixada de lado para atrair as pessoas e isso é um mal.
2. Fé em Deus. A segunda doutrina que o escritor aos Hebreus menciona é a “Fé em Deus”. De novo trata-se de uma ênfase do Antigo Testamento. No Novo Testamento, Cristo é quase invariavelmente apresentado como o Objeto da fé. Não que isso substitua a fé em Deus; mas a fé em Deus que deixa Cristo fora tornou-se inadequada.
A Fé é um elemento fundamental na vida espiritual do crente, a ponto de a Bíblia dizer que sem fé é impossível agradar a Deus (cfr. Hb 11:6a).
A salvação é um dom da Graça de Deus, mas somente podemos recebê-la em resposta à fé, do lado humano. A Fé origina-se como uma semente que o Espírito Santo lança no coração do homem quando este ouve a Palavra de Deus. Esta semente germinada representa a fé salvífica. Todo o processo de crescimento, em suas diversas etapas, ou estágios, se fará a partir da fé salvífica.
Na caminhada para o Céu, a “fé” é o combustível; e sem esta fé jamais se conseguirá chegar ao destino, ao fim das nossas almas: a salvação.
3. Batismos. A terceira doutrina mencionada pelo autor aos Hebreus: “batismos”. O ensino sobre os “batismos” não se se refere ao batismo cristão, mas à cerimônia de lavagens, que era uma figura de destaque na vida religiosa dos sacerdotes e do povo de Israel. Para o “batismo” cristão, originalmente, a palavra usada geralmente é babtisma”; Em Hb 6:2 é “babtismoí”, que significa “rituais de lavagem”.
O batismo é uma ordenança dada à Igreja. É preciso destacar três tipos básicos de batismos:
a) Batismo no corpo de Cristo, através do novo nascimento (1Co 12:11,13). Realizado pelo Espírito Santo. No batismo pelo Espírito Santo, o batizador é o Espírito de Deus (1Co 12:13); o batizando é o novo convertido; e, o elemento em que o recém-convertido é imerso é a igreja, como corpo místico de Cristo (1Co 12:27; Ef 1:22, 23), ou seja, o crente, ao ser salvo, passa a integrar o povo de Deus, o corpo de Cristo, passa a pertencer à “nação santa” , ao “povo adquirido” (1Pe 2:9). Portanto, o Espírito Santo realiza esse batismo espiritual no momento da nossa conversão, inserindo o crente na Igreja. Portanto, todos os salvos são batizados "pelo" Espírito Santo para pertencerem ao corpo de Cristo: a Igreja.
b) Batismo nas águas (Mt 6:1-4), como uma evidência da nossa experiência com Cristo. Ao instituir a Igreja, Jesus não só constituiu o governo da Igreja, como as suas funções, como também determinou que a Igreja realizasse dois ritos, duas cerimônias: o batismo nas águas e a ceia do Senhor. Por isso, estas duas atividades da Igreja são denominadas de “ordenanças”, porque são ordens dados pelo Senhor para a Igreja.
A primeira ordenança de Cristo é o batismo nas águas, que é uma ordem a ser cumprida por quem se arrependeu dos seus pecados (At 2:38) e receberam de bom grado a Palavra de Deus (At 2:41). É uma confissão pública que se faz da conversão e do novo nascimento. Deste modo, não podem ser batizadas crianças recém-nascidas, vez que não têm o discernimento do que é, ou não, pecado e, portanto, não podem se arrepender dos seus pecados, como também não podem ser batizadas pessoas que não tenham demonstrado que, efetivamente, creram no Evangelho e nasceram de novo. Só é lícito o batismo daquele que realmente creu de todo o seu coração (At 8:37). O batismo não é para salvação, mas, sim, para o salvo. É uma declaração que o salvo faz de que faz parte da Igreja, de que tem Jesus como seu Senhor e Salvador.  
c) Batismo com o Espírito Santo, que é um revestimento de poder (Mt 3:11).E eu, em verdade, vos batizo com água, para o arrependimento; mas aquele que vem após mim é mais poderoso do que eu; não sou digno de levar as suas sandálias; ele vos batizará com o Espírito Santo e com fogo”.
A promessa do batismo com ou no Espírito Santo foi feita no Antigo Testamento(Jl 2:28-32) e cumprida no Novo Testamento(At 2:1-4), e permanece em nossos dias. É um revestimento de poder, com a evidência física inicial das línguas estranhas para o ingresso do crente numa vida de profunda adoração e eficiente serviço a Deus (Lc 24:49; At 1:8; 10:46; 1Co 14:14, 26). Essa promessa é concedida a todos os que creem em Cristo, e não há qualquer versículo no Novo Testamento que comprove que essa experiência ficou restrita à época dos discípulos. É algo a ser vivenciado pela Igreja em nossos dias.
O texto de Mateus 3:11 foi proferido por João Batista. João batizou com água, para arrependimento; água era cerimonial e não tinha nenhum efeito purificador; o arrependimento, apesar de sincero, não trazia uma pessoa à total salvação. João via seu ministério como preparatório e parcial. O Messias ofuscaria totalmente João. Ele seria mais poderoso, mais digno, seu trabalho alcançaria uma área mais longínqua, pois ele batizaria “com o Espírito Santo e com fogo”.
Alguns ensinam que o batismo com o Espírito Santo e o batismo com fogo fazem parte do mesmo acontecimento. Ou seja, muitos ensinam que o batismo com fogo poderia se referir às línguas de fogo que apareceram quando o Espírito Santo foi dado no Pentecostes. À luz de Mateus 3:12, que equipara o fogo com julgamento, provavelmente não – “Em sua mão tem a pá, e limpará a sua eira, e recolherá no celeiro o seu trigo, e queimará a palha com fogo que nunca se apagará”.
Imediatamente após essa referência ao batismo com fogo, João fala de julgamento. O Senhor é descrito usando uma “pá” para lançar o debulho ao vento. O “trigo” (os verdadeiros cristãos) cai diretamente no chão e é carregado para o “celeiro”. “A palha” (os descrentes) é carregada por uma curta distância pelo vento e então ajuntada e queimada “em fogo inextinguível”. O fogo no versículo 12 significa julgamento, e tendo em vista que esse versículo é uma ampliação do versículo 11, é razoável concluir que o batismo com fogo é um batismo de julgamento (William Macdonaldo - Comentário Popular – Novo Testamento).
4. A quarta doutrina mencionada pelo autor: “imposição de mãos” (Hb 6:2). O ritual de “imposição de mãos” é descrito em Levítico 1:4; 3:2; 16:21. O ofertante, ou o sacerdote, impunha as mãos sobre a cabeça de um animal como ato de identificação. Simbolicamente, o animal levava os pecados do povo que estavam associados a ele. Essa cerimônia simbolizava expiação vicária.
Não acreditamos que haja neste ponto alguma referência à imposição de mãos como praticada pelos apóstolos e outros na igreja primitiva (At 8:17; 13:3; 19:6). A imposição de mãos é uma prática cristã que a Palavra de Deus considera uma verdade fundamental. Jesus impôs as mãos sobre as crianças, abençoando-as (Mc 10:16).
5. A quinta doutrina mencionada: “Ressurreição dos mortos”. No Antigo Testamento, a “ressurreição dos mortos” é ensinada em Jó 19:25-27, Salmos 17:15, Daniel 12:2, deduzida em Isaías 53:10-12. O que se vê indistintamente no Antigo Testamento é revelado do modo claro no Novo Testamento (1Co 15:12-28), e que é manifesta, agora, pela aparição de nosso Salvador Jesus Cristo, o qual aboliu a morte e trouxe à luz a vida e a incorrupção, pelo evangelho (2Tm 1:10).
A palavra ressurreição significa a nova união da alma e espírito com o corpo liberto do poder da morte. Essa verdade fundamental é o elemento mais importante da vida cristã. É a maior esperança da Igreja. Sem essa esperança seria vã a nossa fé.
A Bíblia é bastante clara quanto à ressurreição, e esta esperança era viva na vida de cada servo do Senhor; além de ser assunto da pregação do evangelho. Infelizmente muitos pastores deixam de lado este assunto, envolvidos pelo materialismo e levando o rebanho para um “outro evangelho”.
6. A sexta doutrina mencionada: “Juízo eterno”. Na relação que o escritor aos Hebreus faz das doutrinas básicas do ensino da Palavra, o último é, precisamente, o referente à doutrina do juízo eterno (Hb 6:2), que seria como que a “última disciplina” a ser ensinada num curso de discipulado no princípio da Igreja. A verdade fundamental do Antigo Testamento era o “juízo eterno” (Sl 9:17; Is 66:24).
O apóstolo Paulo em seu discurso em Atenas, no Areópago, foi explícito: “porquanto tem determinado um dia em que com justiça há de julgar o mundo, por meio do varão que destinou; e disso deu certeza a todos, ressuscitando-o dos mortos (At 17:31).
O Novo Testamento menciona sete categorias de Julgamentos definitivos:
a) Julgamento da Igreja (2Co 5:10). O julgamento da Igreja é o chamado “Tribunal de Cristo”, que ocorrerá logo após o arrebatamento, antes das Bodas do Cordeiro. Acontecerá nas regiões celestiais. Neste tribunal, os crentes serão julgados pelas obras que tiverem feito por meio do corpo, ou bem, ou mal (Rm 14:10; 2Co 5:10). Os critérios do julgamento e o seu tratamento são descritos em 1Co 3:12-15.
b) Julgamento de Israel (Ez 20:34-38;Ml 3:2-5). O segundo julgamento é o julgamento de Israel, o povo escolhido de Deus. A Grande Tribulação será o instante em que Deus tratará com a nação israelita e, ao término da Grande Tribulação, Deus terá provado este povo e só o remanescente será salvo (Rm 9:27).
c) O Juízo sobre o Anticristo e o Falso profeta. Assim está narrado o fim do Anticristo e do Falso profeta: "E a besta foi presa e, com ela, o falso profeta, que, diante dela, fizera os sinais com que enganou os que receberam o sinal da besta e adoraram a sua imagem. Estes dois foram lançados vivos no ardente lago de fogo e enxofre" (Ap 19.20). Portanto, o Anticristo e o Falso profeta, na batalha do Armagedon, serão aniquilados pela espada que sai da boca de Cristo (isto é, por sua Palavra), e serão lançados vivos no lago de fogo e enxofre, que é o inferno propriamente dito (Ap 19:20). É o fim das duas “bestas”.
d) Julgamento das Nações (Mt 25:31-46). Esse julgamento acontecerá na terra sobre aqueles que sobreviveram ao Armagedon. Serão julgados com base no tratamento dado a mensagem do Reino, aos seus mensageiros e ao modo como trataram a nação de Israel. Esse julgamento terá como finalidade apartar os “bodes” das “ovelhas”, ou seja, decidir quem passará com Cristo o Reino milenial e quem não passará o milênio, ficando a aguardar o julgamento final e definitivo.
e) Julgamento dos anjos maus (1Co 6:3;Jd 6). Judas revela o fato de que anjos serão trazidos a julgamento: “e aos anjos que não guardaram o seu principado, mas deixaram a sua própria habitação, reservou na escuridão e em prisões eternas até ao juízo daquele grande Dia” (Jd 6). Serão julgados e condenados ao lago de fogo juntamente com o Diabo, logo após o Milênio e antes do juízo do Trono Branco (Mt 25:41).
f) O Juízo sobre o Dragão (Ap 20:9). Quando se completarem os mil anos, Satanás será solto da sua prisão e sairá a seduzir as nações hostis a Cristo que há nos quatro cantos da Terra, chamados de Gogue e Magogue(Ap 20:7-8). Aqui, Gogue e Magogue não devem ser confundidos com os dos textos de Ezequiel 38-39. Na passagem do Antigo Testamento, Magogue é um território extenso ao norte de Israel, e Gogue é seu governante. Neste texto de Apocalipse, as palavras se referem às nações do mundo em geral. Em Ezequiel, o contexto é pré-milenar; Em Apocalipse, é pós-milenar.
Após os exércitos de Satanás ser devorados por Cristo, Satanás será, para sempre, destruído, esmagado – “E o diabo, que os enganava, foi lançado no lago de fogo e enxofre, onde está a besta e o falso profeta; e de dia e de noite serão atormentados para todo sempre” (Ap 20:10). O julgamento divino é a destruição e ruína total de Satanás. No inferno (o lago de fogo e enxofre), ele não reinará, sendo sempre atormentado, dia e noite, eternamente.
g) Julgamento do Grande Trono Branco (Ap 20:11-15). Este é o chamado “Julgamento Final” ou “Juízo Final” ou, ainda, o “Juízo do Trono Branco”, que terá lugar depois do término do reino milenial de Cristo. Logo após os rebeldes serem devorados pelo fogo do céu que cairá sobre os exércitos que estarão a cercar o lugar santo em Israel, terá findado a história humana. O tempo deixará de existir e Deus chamará à sua presença todos os seres humanos que foram criados e que ainda não tinham sido julgados até então, ou seja, todo ser humano que não pertence nem à Igreja, nem ao Israel salvo e nem ao grupo dos mártires da Grande Tribulação, que já terão sido julgados. Estes outros homens são os que serão levados a julgamento neste último grande tribunal da história.
CONCLUSÃO
Para continuar a amadurecer em nossa compreensão, precisamos ir além (mas não para longe) dos ensinos elementares, tendo uma compreensão mais completa da fé. E isto é o que o escritor aos Hebreus pretende que seus leitores façam (Hb 6:3). Os cristãos maduros devem ensinar as doutrinas básicas aos novos cristãos. Então, agindo de acordo com o que conhecem, os que são maduros aprenderão ainda mais da Palavra de Deus.
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Elaboração: Luciano de Paula Lourenço – Prof. EBD – Assembleia de Deus – Ministério Bela Vista.
Referências Bibliográficas:
Bíblia de Estudo Pentecostal.
Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal.
Comentário Bíblico Popular do Novo Testamento – William Macdonald.
Comentário do Novo Testamento – Aplicação Pessoal. CPAD.



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