sexta-feira, 4 de outubro de 2013

Aula 01 – A Maturidade do Cristão


4º Trimestre/2013

Revista: Educação Cristã Continuada


Texto Básico:  Ef 4:12-16

 
Cresçamos em tudo naquele que é a cabeça, Cristo” (Ef 4:15).

 








INTRODUÇÃO


Neste trimestre, estudaremos dois temas importantes: Maturidade e Mordomia cristã. Estudaremos lições sobremaneira importantes para entendermos como interagem esses dois temas na vida do cristão. Mesmo depois de entregar sua vida a Cristo, o homem só experimentará a comunhão que Deus deseja ter com ele, quando aceitar o propósito divino para sua vida. E o desejo de Deus é fazê-lo conforme a imagem de Cristo.

Objetivos das lições do trimestre:

1. Explicar a propensão ao crescimento, inerente à vida espiritual, e permitir que isso o ajude a crescer em Cristo.

2. Relacionar maturidade espiritual com vida diária, de maneira a fazer distinção entre o bem e o mal, e a aplicar as passagens bíblicas.

3. Explicar por que o cristão não é capaz de crescer se não tiver comunhão com Deus.

4. Descrever o papel do Espírito Santo na nossa maturidade cristã.

5. Explicar as experiências pessoais a fim de analisar o progresso obtido no exercício da sua vontade, visando desenvolver-se espiritualmente.

6. Experimentar a maturidade cristã, aumentando, de modo geral, nossa participação no ministério, na igreja e na ajuda a outros.

Que neste trimestre letivo, através das lições propostas, o Senhor nos abençoe e nos ajude a alcançar a maturidade em Cristo.

Mordomia diz respeito à administração de bens alheios. No seu sentido bíblico, a doutrina da Mordomia Cristã ressalta a Soberania de Deus sobre tudo e sobre todas as coisas e a nossa responsabilidade como administradores dos bens que ele nos confiou - são bens morais, espirituais e materiais, incluindo a nossa própria vida e o nosso próprio corpo. Nós não somos donos de nada; somos mordomos de Deus. Desta feita, ao dizermos “restitui tudo o que é meu”, não tem respaldo diante deste conceito, haja vista que somos apenas mordomo de tudo que é de Deus, o genuíno proprietário.

Nesta Aula, estudaremos sobre a “Maturidade do Cristão”. A salvação nos é dada pela graça mediante a fé em Cristo Jesus. Mas, o crescimento espiritual na salvação depende de esforço e disciplina constante para que cheguemos à estatura de varão perfeito, segundo o modelo de Cristo Jesus. Então a salvação que alcançamos pela fé na obra redentora de Cristo, não é o fim, mas o início da caminhada. Nenhum esforço humano poderia ter causado a salvação, pois a redenção da alma é caríssima. Entretanto, uma vez salvo, temos o dever de desenvolver a nossa salvação até o ponto da maturidade plena no Senhor Jesus.

I. O QUE É MATURIDADE CRISTÃ?

1. É refletir o caráter de Cristo através da atitude. Caráter é o que você é no escuro. Reconhecimento é o que as pessoas dizem a seu respeito; Caráter é o que Deus diz de você. Deus diz que são as suas atitudes que determinam se você é maduro ou não. Deus quer que você cresça e tenha atitudes como as de Cristo (Ef 4:13, Gl 4:19, Cl 1:28).

2. É Renúncia. Tirar tudo o que impede o crescimento – Ler Cl 3:8-17.

3. É dar bom exemplo de um genuíno cristão. O exemplo fala mais alto do que as palavras. A maturidade exige irrepreensibilidade (Ler Tito 2:7-10).

4. É saber reagir positivamente diante das adversidades e correções(Ler Tg 1:2-4). Maturidade é sinônimo de estabilidade emocional. A pessoa madura sabe administrar suas emoções de raiva, de ódio, de ira, de tristeza; ele sabe conviver com tudo isto, sabe sentir, porém, não permite que isto venha dominá-lo. “Irai-vos, mas não pequeis” (Ef 4:26). “Perturbai-vos e não pequeis; falai com o vosso coração sobre a vossa cama, e calai-vos” (Salmos 4:4). “De maneira que nós mesmos nos gloriamos de vós nas igrejas de Deus por causa da vossa paciência e fé, e em todas as vossas perseguições e aflições que suportais”(2Ts 1:4).“Se suportais a correção, Deus vos trata como filhos; porque, que filho há a quem o pai não corrija?” ( Hb 12:7).

5. É sempre estar apto a crescer e aprender. "Portanto, deixemos os ensinos elementares a respeito de Cristo e avancemos para a maturidade, sem lançar novamente o fundamento do arrependimento de atos que conduzem à morte da fé em Deus" (Hb 6:1).

"Quando eu era menino, pensava como menino; mas, logo que cheguei a ser homem, acabei com as coisas de menino" (1Co 13:11 ).

"O propósito é que não sejamos mais como crianças... antes, seguindo a verdade em amor, cresçamos em tudo, naquele que é a cabeça, Cristo" (Ef 4:14,15 ).

Antes, crescei na graça e conhecimento de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. A ele seja dada a glória, assim agora como no dia da eternidade. Amém!” (2Pe 3:18).

Não era esta a posição dos cristãos Hebreus. Hebreus 5:12-14. Veja o que foi escrito acerca deles:

12 Porque, devendo já ser mestres pelo tempo, ainda necessitais de que se vos torne a ensinar quais sejam os primeiros rudimentos das palavras de Deus; e vos haveis feito tais que necessitais de leite e não de sólido mantimento.

13 Porque qualquer que ainda se alimenta de leite não está experimentado na palavra da justiça, porque é menino.

14 Mas o mantimento sólido é para os perfeitos [maduros], os quais, em razão do costume, têm os sentidos exercitados para discernir tanto o bem como o mal.

6. Dar liberdade ao Espírito Santo para que produza as características de Cristo no seu interior. A Palavra de Deus fala claramente da recompensa que o crente tem ao dar liberdade ao Espírito Santo para que produza as características de Cristo no seu interior. Em 2Pedro 1:10,11, a Bíblia nos fala da necessidade de o crente desenvolver as dimensões espirituais [Estudo da Palavra, oração, amor, união, comunhão, temor a Deus, fé, esperança, obediência aos mandamentos do Senhor] da sua nova vida em Cristo. Com este desenvolvimento vem a maturidade, a firmeza e a perseverança, que permitem ao crente viver vitoriosamente no tocante à velha e pecaminosa natureza adâmica – “ Porque fazendo isto, nunca jamais tropeçareis. Porque assim vos será amplamente concedida a entrada no Reino eterno de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo”.
 
II.  SANTO DESEJO DE CRESCER

“Antes crescei na graça e conhecimento de nosso Senhor e Salvador, Jesus Cristo. A ele seja dada a glória, assim agora, como no dia da eternidade. Amém” (2Pe 3:18).

Não existe "maturidade instantânea". Deus não oferece uma fórmula que produza cristãos completamente amadurecidos da noite para o dia. Há crentes que ainda são meninos em Cristo (1Co 3:1), lactentes (Hb 5:12), que ainda são espiritualmente fracos, sem desenvolvimento (Rm 14:2). Tudo isto nos prova que o crescimento não é automático e exige um contínuo esforço por parte do cristão. Ao comparar a vida espiritual ao desenvolvimento de uma videira, Jesus mostrou que se trata de um processo lento, continuado e não de um toque de mágica. A formação do Fruto do Espírito não acontece num único ato, mas, é um processo formado por muitos atos “Até que todos cheguemos... a varão perfeito, à medida da estatura completa de Cristo”(Ef 4:13).

1. Estágios da maturidade cristã. A Bíblia não nos chama de família de Deus por acaso, toda a família tem gente adulta, jovem, imatura e madura, e isso também ocorre na família de Deus. Nascemos nela pela fé no Senhor Jesus Cristo.

A maturidade cristã obedece a três estágios do Progresso Espiritual do Crente, como se vê em 1João 2:12-14: “Filhinhos, escrevo-vos porque, pelo seu nome, vos são perdoados os pecados. Pais, escrevo-vos porque conhecestes aquele que é desde o principio. Jovens, escrevo-vos, porque vencestes o maligno. Eu vos escrevi, filhos, porque conhecestes o Pai. Eu vos escrevi, pais, porque já conhecestes aquele que é desde o principio. Eu vos escrevi, jovens, porque sois fortes, e a Palavra de Deus está em vós, e já vencestes o maligno”.

Certamente que João ao se dirigir aos Filhinhos, aos Jovens e aos Pais, não estava se referindo à idade cronológica das pessoas; ele não diria “vos são perdoados os pecados”, caso estivesse falando às criancinhas, ou filhinhos. Filhinhos, jovens e pais representam três estágios, ou fases, do desenvolvimento espiritual do crente. Vejamos uma análise dessas três fases: “Filhinhos"; "jovens"; "pais".

a) Filhinhos - Primeira Fase, ou Estágio. Foi, por certo, uma maneira carinhosa que o Apóstolo do Amor usou para se dirigir aos crentes novos convertidos, aos recém-nascidos na fé. Também Pedro usou a expressão “meninos” para se referir aos crentes novos, dizendo: “Desejai afetuosamente, como meninos novamente nascidos, o leite racional, não falsificado, para que, por ele, vades crescendo”(1Pe 2:2). Para estes crentes, João destaca a importância do conhecimento de Deus e a certeza do perdão dos pecados através de Jesus - “...pelo seu nome, vos são perdoados os pecados”.

O conhecimento de Deus, a certeza do perdão dos pecados é fundamental para que o novo convertido permaneça firme na fé - “E agora, filhinhos, permanecei nele...”(1João 2:28). Daí a necessidade de Classes Especiais em nossa Escola Dominical para que se possa ministrar aos crentes novos o ensino básico e essencial para levá-los ao progresso espiritual, como diz Pedro “...para que, por ele, vades crescendo”.

b) Jovens - Segunda Fase, ou Estágio do Crescimento Espiritual - Eu vos escrevi, jovens, porque sois fortes, e a Palavra de Deus está em vós, e já vencestes o maligno”. Os que eram “filhinhos”, agora são jovens - são chamados de “filhos”. Cresceram! Ficaram fortes! Uma das causas deste progresso espiritual é porque “a Palavra de Deus está em vós”. Começaram sendo alimentados com “leite racional”; depois receberam alimento sólido e substancial, como afirmou o escritor aos Hebreus: “Mas o mantimento sólido é para os perfeitos, os quais, em razão do costume, têm os sentidos exercitados para discernir tanto o bem como o mal”(Hb 5:14).

O Jovem é forte, tem muito mais resistência do que o “filhinho” e os “pais”. Ele não tem a fraqueza das crianças e nem as doenças dos velhos. Um jovem sadio tem que ser forte - jovem fraco é jovem doente. O desenvolvimento da Obra de Deus está confiado aos crentes jovens. Lembrando-se que o Apóstolo João não está se referindo à idade cronológica.

Por outro lado, os crentes Hebreus, devendo ser jovens e fortes, continuavam na condição de “filhinhos” - “Porque, devendo já ser mestres pelo tempo, ainda necessitais de que vos torne a ensinar quais sejam os primeiros rudimentos das palavras de Deus; e vos haveis feito tais que necessitais de leite e não de sólido alimento. Porque qualquer que ainda se alimenta de leite não está experimentado na palavra de justiça, porque é menino”(Hb 5:12-13).

Você, meu irmão, pelo tempo de crente, que já não é mais um novo convertido, já se tornou um jovem? Já alcançou o segundo estágio do Progresso Espiritual e a Palavra de Deus está em você, e não apenas com você?

c) Pais - Terceira Fase, ou Estágio do crescimento espiritual do crente - Pais, escrevo-vos, porque conhecestes aquele que é desde o principio...”(1João 2:13). Pais são aqueles que geraram filhos; que ganharam almas e que cuidam delas.  São crentes que servem de referência para os “Jovens”. Perceba que João não usou a expressão “velhos”, mas, “pais”. Pais, fala de firmeza espiritual, experiência na fé. Fala de crentes idôneos, maduros, sábios.

Se você, meu irmão, é um “Pai”, não importa o número de anos de crente, ou de vida, que você tem, sinta-se forte como Moisés; você conhece aquele “que é desde o principio”, e pode dizer como Paulo: “...porque eu sei em quem tenho crido e estou certo de que é poderoso para guardar o meu depósito até aquele Dia”(2Tm 1:12). Paulo tinha crido naquele “que é desde o principio”. Quando ele fez esta declaração ele tinha mais de trinta anos de ministério e cerca de uns sessenta e cinco anos de idade, e estava numa fétida e úmida prisão em Roma. Era um “Pai” exemplar; havia passado por todas as fases do Progresso, do Crescimento, ou do Desenvolvimento Espiritual do Crente.

2. As evidências do crescimento espiritual da igreja podem ser vistas em quatro aspectos:

a) A maturidade espiritual, ou semelhança com Cristo (4.13 - "Até que todos cheguemos à unidade da fé e do pleno conhecimento do Filho de Deus, ao estado de homem feito, à medida da estatura da plenitude de Cristo”. Nossa meta é o crescimento espiritual. Cristo é nossa vida, nosso exemplo, nossa meta e nossa força. Devemos imitá-lo e chegar à plenitude da sua estatura. Precisamos ser um reflexo do próprio Cristo, pois ele vive em nós.

b) A estabilidade espiritual (Ef 4:14). "Para que não mais sejamos mais inconstantes como crianças, levados ao redor por todo vento de doutrina, pela mentira dos homens, pela astúcia na invenção do erro". Naturalmente, devemos ser semelhantes às crianças em sua humildade e inocência (Mt 18:3; 1Co 14:20), mas não em sua ignorância nem em sua instabilidade. As crianças instáveis são como barquinhos num mar tempestuoso, inteiramente à mercê dos ventos e das ondas. O que Paulo nos ensina que um crente maduro não é jogado de um lado para o outro pelos modismos espirituais que surgem no mercado da fé. Há crentes que vivem embarcando em todas as ondas de novidades heterodoxas que assaltam a igreja e jamais se firmam na verdade. Vivem atrás de experiências e não têm discernimento para identificar os falsos ensinos. Os modismos vêm e vão. “As novidades religiosas são como goma de mascar, perdem logo o doce, e as pessoas começam a mastigar borracha e, logo, precisam de outra novidade”.

c) Seguir a verdade em amor (Ef 4:15) - "Pelo contrário, seguindo a verdade em amor, cresçamos em tudo naquele que é a cabeça, Cristo". A verdade sem amor é brutalidade, mas amor sem verdade é hipocrisia. Aquilo que os cristãos defendem e a maneira como o fazem deve contrastar totalmente com os homens mencionados no versículo 14. Esses homens enganam os outros em benefício próprio, ao passo que o cristão deve levar adiante a verdade a fim de trazer benefício espiritual aos outros e deve fazer isso de uma forma tão cativante como só o amor é capaz de fazer.

d) A cooperação espiritual (4:16) - "Nele o corpo inteiro, bem ajustado e ligado pelo auxílio de todas as juntas, segundo a correta cooperação de cada parte, efetua o seu crescimento para edificação de si mesmo no amor”. É só de Cristo, como Cabeça, o corpo recebe toda sua capacidade para crescer e para desenvolver sua atividade, recebendo, assim, uma direção única para funcionar como entidade coordenada. Cada membro do corpo, não importa o quão insignificante pareça ser, tem um ministério importante a exercer para o bem do corpo. O corpo cresce, quando os membros crescem. E eles crescem quando alimentam uns aos outros com a Palavra de Deus. Crianças não podem se cuidar sozinhas. Precisamos uns dos outros. Um cristão isolado não pode ministrar aos outros nem receber ministração. A igreja de Cristo deve demonstrar amor, unidade, diversidade e maturidade sempre crescente.

III. ALGUNS ASPECTOS INTRÍNSECOS À MATURIDADE CRISTÃ

1. O cristão maduro valoriza a Palavra de Deus - Procura apresentar-te diante de Deus aprovado, como obreiro que não tem de que se envergonhar, que maneja bem a palavra da verdade”(2Tm 2:15). Para que o povo de Deus adquira maturidade cristã é indispensável que demos o devido valor à Palavra de Deus, Palavra que o próprio Deus engrandeceu a tal ponto de a pôr acima de Si mesmo (Sl.138:2). Sem esta atitude, de nada adiantará desenvolver “cursos teológicos”, “cursos bíblicos”, “cursos de preparação de obreiros” e tantas outras coisas que têm sido inventadas e postas em prática na atualidade.

Portanto, como filhos de Deus, não podemos afastar-nos jamais das Sagradas Escrituras. Quanto mais as estudarmos, mais íntimos seremos de seu Autor. Devemos observar que o estudo da Bíblia não é de exclusividade da liderança eclesiástica, como muitos pensam. Todos os cristãos, sejam leigos, sejam clérigos, têm obrigação de estudar a Bíblia e buscar o seu conhecimento adequando de acordo com as normas de interpretação reconhecidas.

2. O cristão maduro é humilde. Em 1Pedro 5:5-7, encontramos a advertência sobre a humildade, e ali encontramos o apóstolo Pedro dizendo: “Humilhai-vos”, isto é nossa responsabilidade. Não é algo que o Espírito Santo tem que fazer, mas é algo que nós fazemos. A responsabilidade é humana. Nós nos humilhamos, e Deus nos exalta.

Como é que podemos nos humilhar? Quando, de maneira prática, nas situações que aparecem no dia a dia, o fazemos. Quando nos choques de opiniões, sabemos ceder. Quando nos conflitos de relacionamento, tomamos para nós a responsabilidade de andarmos a segunda milha. Quando dizemos aos irmãos ou à esposa: “perdoa-me, fui eu quem errou”, ainda que cada um tenha uma parcela de culpa. Saiba que a vida cristã madura não é uma questão de ação, mas de reação.

Em João 12:1-5, Jesus tomou a toalha e cingiu-se com ela, lavando aos pés dos discípulos. Ele estava mostrando que Sua maturidade e estatura permitiam servir sem sentir-se menosprezado; pelo contrário, Ele enfrentava com fé e autoridade sua missão. A responsabilidade de humilhar, levando nossos direitos, nossas desculpas e até nossos orgulhos ou complexos diante da cruz, é nossa. Entendemos que não é Deus quem faz isto em nós, mas nós mesmos quem o fazemos. Na lista das virtudes do fruto do Espírito de Gl. 5:22, não encontramos humildade. Por quê? Porque o Espírito Santo não faz isto em nós. Humildade é fruto de nossa própria decisão.

3. O cristão maduro é apto para discernir tanto o bem como o mal – “Mas o mantimento sólido é para os perfeitos, os quais, em razão do costume, têm os sentidos exercitados para discernir tanto o bem como o mal” (Hb 5:14).

Quem é imaturo na fé não tem sensibilidade nem discernimento espiritual para perceber o que é bom e o que é mau nesta vida, e aquilo que honra a Deus e o que o desonra. Por outro lado, o crente espiritualmente maduro é aquele que tem seus sentidos espirituais treinados para distinguir claramente entre o bem e o mal mediante a prática constante da justiça e da obediência a Deus e à sua Palavra. E, por ser capacitado pelo Espirito Santo para ver as coisas do ponto de vista de Deus, está apto a receber o alimento sólido da sua Palavra e crescer segundo a estatura completa de Cristo (Ef 4:13).

4. Maturidade cristã não é medida pela quantidade de dons espirituais ou ministeriais.  A igreja de Corinto possuía todos os dons (1Co 1:7), mas o exercício dos mesmos resultava em imaturidade e atitudes carnais (1Co 3:1-4). A desordem era tal que o próprio culto tornou-se um entrave para o progresso espiritual dos crentes. Se você fosse a uma das reuniões daquela igreja (excetuando a Ceia), com certeza gostaria do "movimento pentecostal" que lá havia. Entretanto, a espiritualidade ali retratada desfazia-se no primeiro obstáculo que o crente precisasse enfrentar. Isso é um sintoma de que não havia em Corinto uma verdadeira espiritualidade. Podemos até dizer que no confronto entre o padrão moral externado e a espiritualidade apresentada havia um verdadeiro paradoxo. O que isso significa? Puro emocionalismo! Imaturidade espiritual!

É o caráter do cristão, que chamamos de Fruto do Espírito, que identifica o genuíno cristão. O Fruto do Espírito é gerado pela ação do Espírito Santo, e se desenvolve dentro do “homem interior”; ele passa a fazer parte da personalidade do “novo homem”. Sendo gerado dentro do homem, o Fruto testifica das qualidades do homem, conforme ensinou o Senhor Jesus: Ou fazei a árvore boa, e o fruto bom, ou fazei a árvore má, e o seu fruto mau; porque pelo fruto se conhece a árvore”(Mt 12:33).

CONCLUSÃO

Devemos nos conscientizar, pois, que a busca constante da maturidade espiritual é um desafio que está posto a todos nós que aspiramos a concretização do alvo que Jesus estabeleceu para todos nós, o Céu. O que era responsabilidade de Deus fazer, Ele efetivamente fez. Temos, então, de cumprir a nossa parte no processo, desenvolvendo-nos na fé, confiados no poder que Deus liberou-nos pela presença do Espírito Santo que em nós habita. Ainda não somos perfeitos na qualidade e proporção que o Senhor deseja. Mas, estamos a caminho, perseguindo a perfeição até que um Dia cheguemos a estatura de varões perfeitos em Cristo.

É bom ressaltar que o crescimento cristão é obtido mediante perseverança firme, corajosa, aplicando e obedecendo ao que você ouve e aprende do Espírito Santo, enfrentando os problemas sem esmaecer a fé, a esperança e o amor (pilares essências da vida cristã). Compreenda que maturidade é não fugir dos reveses; mas, confrontá-los, encará-los, atravessá-los resilientemente e sairmos mais fortes em Cristo (ler Rm 5:1-5). Amém?

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Elaboração: Luciano de Paula Lourenço – Prof. EBD – Assembleia de Deus – Ministério Bela Vista.

Referências Bibliográficas:

Bíblia de Estudo Pentecostal.

Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal.

Comentário Bíblico Beacon – CPAD.

A gloriosa unidade da Igreja - Rev. Hernandes Dias Lopes.

Filipenses – A alegria triunfante no meio das provas – Rev. Hernandes Dias Lopes.

Aula 08 (CPAD)-  3º Trimestre/2013 – “A suprema aspiração do crente” – Luciano de Paula Lourenço.

 

 

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