1º Trimestre/2019
Texto Base: Ap.12:7-10
“E foi
precipitado o grande dragão, a antiga serpente, chamada o Diabo, e Satanás, que
engana todo o mundo; ele foi precipitado na terra, e os seus anjos foram
lançados com ele” (Ap.12:9).
7-E houve batalha no céu: Miguel e os seus
anjos batalhavam contra o dragão; e batalhavam o dragão e os seus anjos,
8-mas não prevaleceram; nem mais o seu lugar
se achou nos céus.
9-E foi precipitado o grande dragão, a antiga
serpente, chamada o diabo e Satanás, que engana todo o mundo; ele foi
precipitado na terra, e os seus anjos foram lançados com ele.
10-E ouvi uma grande voz no céu, que dizia:
Agora chegada está a salvação, e a força, e o reino do nosso Deus, e o poder do
seu Cristo; porque já o acusador de nossos irmãos é derribado, o qual diante do
nosso Deus os acusava de dia e de noite.
INTRODUÇÃO
Os demônios são reais, são seres espirituais e invisíveis. A realidade
dos demônios é ensinada no Novo Testamento. Só no Evangelho de Lucas
encontramos dezenas de textos mostrando esta verdade (Lc.4:41; 6:18; 8:26-39;
9:42). Mas, os liberais, os céticos e incrédulos negam a existência e ação dos
demônios. Para eles, o diabo é uma figura lendária e mitológica. Negar a
existência e ação do diabo é cair nas malhas do mais ardiloso satanismo. Apesar
da pura realidade bíblica sobre os demônios não se deve fazer apologia dos seus
hábitos. Há segmentos chamados evangélicos que falam mais no Diabo do que
anunciam Jesus; pregam mais sobre exorcismo do que arrependimento; vivem
caçando demônios, neurotizados pelo chamado movimento de batalha espiritual.
Isso não deve acontecer numa igreja que se diz cristã.
I. ORIGEM DOS DEMÔNIOS
Muitos antes da formação da Terra, num tempo tão remoto que não se pode
calcular, o Criador criou as hostes angelicais. É o que chamamos de eternidade
passada. A possibilidade do mal não estava neles. Eles eram perfeitos, mas não
tão perfeitos que não pudessem errar e, como assim foram criados, havia igual
possibilidade de permanecer perfeitos ou não. Eram, portanto, dotados de
livre-arbítrio.
A Bíblia Sagrada descreve
que, em momento desconhecido (para alguns na eternidade passada; para outros,
após a criação dos homens; para outros, ainda, no segundo dia da criação),
parte dos anjos seguiram ao "querubim ungido" numa atitude de
rebelião contra Deus (Is.14:4-23; Ez.28; Ap.12:4,9). Os demônios, portanto, são
anjos que acompanharam o "querubim ungido" quando este foi expulso em
rebelião contra Deus. “Eles foram criados por Deus e eram originalmente bons e,
assim como o ser humano, dotados de livre-arbítrio; porém, sob a direção de
Satanás, eles pecaram e rebelaram-se contra Deus, tornando-se maus. São
identificados como “espíritos imundos”, “espíritos malignos”, “demônios”
(Declaração de Fé das Assembleias de Deus. Rio de Janeiro: CPAD, 2017, p.89).
1. Os anjos caídos e os
demônios. Não sabemos exatamente
quando Deus criou os anjos, mas o que sabemos de certeza é que Deus criou tudo
bom porque Deus, em Sua santidade, não pode criar nada impuro. Então, quando
Satanás, que era o anjo Lúcifer, rebelou-se contra Deus e caiu do céu (Is.14;
Ez.28), um terço do grupo angelical uniu-se à sua insurreição (Ap.12:3-4;9).
Não há nenhuma dúvida de que esses anjos caídos são agora conhecidos como
demônios. E o destino deles já está sentenciado: o inferno (Mt.25:41).
“Então dirá também aos que estiverem à sua
esquerda: Apartai-vos de mim, malditos, para o fogo eterno, preparado para o
diabo e seus anjos”.
Jesus, ao usar o pronome
possessivo “seus”, deixa bem claro
que esses anjos pertencem a Satanás.
Apocalipse 12:7-9
descreve uma batalha angelical do fim dos tempos entre Miguel, o diabo e “seus
anjos”. Nestas passagens e em outras semelhantes é bem claro que demônios e
anjos caídos são a mesma coisa.
Quando a terra foi
criada, todos os anjos ainda estavam unidos (Jó 38:4-7):
“Onde estavas tu quando eu fundava a terra?
Faze-mo saber, se tens inteligência. Quem lhe pôs as medidas, se tu o sabes? Ou
quem estendeu sobre ela o cordel? Sobre que estão fundadas as suas bases, ou
quem assentou a sua pedra de esquina, quando as estrelas da alva juntas
alegremente cantavam, e todos os filhos de Deus rejubilavam?”.
Observe que a expressão “filhos de Deus” e o termo “estrelas”, são usados aqui e em outras
passagens da Bíblia referindo-se a anjos (cf. Jó 1:6; Ap.12.4). Em Jó 38:4-7,
nada é dito sobre divisão ou rebelião, todos os anjos rejubilavam juntos com a
criação da terra. Porém, esta união não continuou, aconteceu uma terrível
divisão entre os anjos. O principal de todos os anjos pecou contra Deus,
exatamente como traduziu a Nova Versão Internacional:
“Por meio do seu amplo comércio, você
encheu-se de violência e pecou. Por isso eu o lancei, humilhado, para longe do
monte de Deus, e o expulsei ó querubim guardião, do meio das pedras
fulgurantes” (Ez.28:26).
Em Ezequiel 28:11-19, nós encontramos a descrição desse anjo:
11. Veio mais a mim a palavra do SENHOR,
dizendo:
12. Filho do homem, levanta uma lamentação
sobre o rei de Tiro e dize-lhe: Assim diz o Senhor JEOVÁ: Tu és o aferidor da
medida, cheio de sabedoria e perfeito em formosura.
13. Estavas no Éden, jardim de Deus; toda
pedra preciosa era a tua cobertura: a sardônia, o topázio, o diamante, a
turqueza, o ônix, o jaspe, a safira, o carbúnculo, a esmeralda e o ouro; a obra
dos teus tambores e dos teus pífaros estava em ti; no dia em que foste criado,
foram preparados.
14. Tu eras querubim ungido para
proteger, e te estabeleci; no monte santo de Deus estavas, no meio das pedras
afogueadas andavas.
15. Perfeito eras nos teus caminhos, desde o
dia em que foste criado, até que se achou iniquidade em ti.
16. Na multiplicação do teu comércio, se
encheu o teu interior de violência, e pecaste; pelo que te lançarei, profanado,
fora do monte de Deus e te farei perecer, ó querubim protetor, entre pedras
afogueadas.
17. Elevou-se o teu coração por causa da tua
formosura, corrompeste a tua sabedoria por causa do teu resplendor; por terra
te lancei, diante dos reis te pus, para que olhem para ti.
18. Pela multidão das tuas iniquidades, pela
injustiça do teu comércio, profanaste os teus santuários; eu, pois, fiz sair do
meio de ti um fogo, que te consumiu a ti, e te tornei em cinza sobre a terra,
aos olhos de todos os que te veem.
19. Todos os que te conhecem entre os povos
estão espantados de ti; em grande espanto te tornaste e nunca mais serás para
sempre.
Esta profecia foi profetizada para o rei de Tiro, mas o que foi dito é
impossível de se aplicar ao líder humano de Tiro. Vejamos:
- Foi dito que ele era o modelo da perfeição
(v.12).
- Foi dito que ele estava no Éden, Jardim de Deus
(v.13).
- Foi dito que ele foi criado e não nascido
(v.13,15).
- Foi dito que ele era um anjo (v.14).
- Foi dito que ele estava no monte santo de Deus
(v.14,16).
Sendo assim, esta narração refere-se a quem estava influenciando o rei de
Tiro, a saber, o anjo querubim que pecou contra Deus. A Bíblia identifica este
anjo de uma forma muito clara em Apocalipse 12:7-9:
“E houve guerra no céu: Miguel e seus anjos
batalhavam contra o dragão. E o dragão e os seus anjos batalhavam, mas
não prevaleceram, nem mais o seu lugar se achou nos céus. E foi precipitado o
grande dragão, a antiga serpente, que se chama diabo e Satanás, que engana a
todo o mundo. Ele foi precipitado na terra, e os seus anjos foram lançados
com ele”.
Portanto, os anjos caídos e os demônios são os anjos que seguiram Satanás
após a sua rebelião contra Deus (Ap.12:9).
2. A expulsão do querubim ungido. Deus criou o querubim ungido, um anjo perfeito em sabedoria e formosura
(Ez.28:12-15). Ele havia sido estabelecido para glorificar a Deus e “chefiar”
esta glorificação. Mas o querubim ungido quis situar-se acima do trono do
Altíssimo, quis ser glorificado e não glorificar a seu Deus e Criador, o que
representava um desvio, uma distorção do fim instituído pelo Senhor e, por
isso, pecou. Por causa de sua rebelião, foi expulso do Céu (Is.14:12-15), e
saíram com ele milhares de anjos que aderiram à rebelião, e uma parte deles
continua em prisão (2Pd.2:4; Jd.6).
Jesus disse: “quem comete pecado é do Diabo; porque o Diabo peca desde o
princípio. Para isto o Filho de Deus se manifestou: para destruir as obras do
Diabo” (1João 3:8). Este versículo mostra que o pecado se iniciou nas regiões
celestiais devido à ação arrogante do querubim ungido. O pecado do querubim foi
a soberba. O querubim perdeu a sua posição de glória.
Após a criação do homem e da mulher, Satanás passou a agir para que o
homem se desviasse do plano de Deus. O primeiro casal, feito para lavrar e
guardar o jardim do Éden, bem como para dominar sobre a criação terrena,
adorando a Deus e lhe obedecendo, também resolveu “saber” o bem e o mal, para
ser igual a Deus (Gn.3:5) e, por causa disto, também se desviaram da rota
traçada pelo Senhor, pecando.
O pecado, portanto, é um desvio de finalidade, de objetivo, de rumo,
quando se deixa o que foi estabelecido por Deus e, mediante um mau uso da
liberdade de escolha, opta-se por algo diverso do alvo predeterminado por Deus.
Daí porque o salvo deve sempre repetir as palavras do apóstolo Paulo: “…uma coisa faço e é que, esquecendo-me das
coisas que atrás ficam, e avançando para as que estão diante de mim, prossigo
para o alvo, pelo prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus ”
(Fp.3:13b,14). Deus, também, ordena ao homem: “Este é o caminho; andai nele, sem vos desviardes nem para a direita nem
para a esquerda” (Is.30:21).
O pecado tornou-se tão generalizado na humanidade que assim registrou o
profeta:
“Pereceu da terra o homem piedoso; e entre os
homens não há um que seja reto; todos armam ciladas para sangue; caça cada um a
seu irmão com uma rede. As suas mãos estão sobre o mal para o fazerem
diligentemente; o príncipe e o juiz exigem a peita, e o grande manifesta o
desejo mau da sua alma; e assim todos eles tecem o mal” (Mq.7:2,3).
Apesar desse quadro lastimável, o profeta confia em Deus: “Eu, porém, confiarei no Senhor; esperarei no
Deus da minha salvação. O meu Deus me ouvirá” (Mq.7:7). Um Dia, que não
está muito longe, estaremos na Nova Jerusalém celestial, a morada de Deus com
os homens, um lugar onde Deus se manifestará na sua glória. Teremos o privilégio,
que um dia foi do querubim ungido, de contemplar a glória de Deus para todo o
sempre.
II. A BATALHA NO CÉU
1. O arcanjo Miguel e o Dragão. O arcanjo Miguel é associado aos acontecimentos que envolvem a nação de
Israel. Ele é o anjo príncipe dos filhos de Israel, na qualidade de arcanjo, e
lidera uma guarnição angelical (Dn.10:13,21; 12:1; Jd.9). Em Daniel 12:1, lemos
que, nos últimos dias, levantar-se-á Miguel, o grande príncipe, para proteger a
nação hebreia. Não fosse a intervenção divina, certamente Israel não mais
existiria, pois muitos são os seus inimigos.
“E, naquele tempo, se levantará Miguel, o grande
príncipe, que se levanta pelos filhos do teu povo, e haverá um tempo de
angústia, qual nunca houve, desde que houve nação até àquele tempo; mas,
naquele tempo, livrar-se-á o teu povo, todo aquele que se achar escrito no
livro” (Dn.12:1).
É válido ressaltar que Deus não precisa dos anjos para favorecer e ajudar
o seu povo, mas tem os anjos como um dos instrumentos que estão à sua
disposição. Assim, por exemplo, na vida de Israel, para derrotar Senaqueribe e
seu exército, utilizou-se de um anjo que, em uma só noite, matou cento e
oitenta e cinco mil soldados (2Rs.19:35).
A passagem de Daniel 10:12,13 trata da grande batalha travada entre o
arcanjo Miguel e as potestades com relação à resposta da oração de Daniel. Este
estava aspirando ao cumprimento da profecia de Jeremias a respeito do retorno
do seu povo à terra de Israel. O príncipe da Pérsia (isto é, um anjo maligno)
estava impedindo que Daniel recebesse do anjo do Senhor a resposta de Deus. Por
causa desse conflito, Daniel teve que esperar 21 (vinte um) dias para receber a
revelação. Esse “príncipe da Pérsia” não era um potentado humano, mas um anjo
satânico. Só foi derrotado quando Miguel, o príncipe de Israel (Dn.10:21),
chegou para ajudar o anjo mensageiro. Os poderes satânicos queriam impedir o recebimento
da revelação, mas o príncipe angelical de Israel (Dn.12:1) demonstrou
superioridade. Esse incidente nos dá um vislumbre das batalhas invisíveis que
são travadas na esfera espiritual a nosso favor.
Note que Deus já tinha respondido a oração de Daniel, mas que a ação
satânica retardou a resposta da mensagem por vinte e um dias. Visto que o
crente sabe que Satanás sempre quer impedir nossas orações (2Co.2:11), deve
perseverar na oração (cf.Lc.18:1-8).
O Dragão é identificado com o próprio Diabo e Satanás, a antiga serpente
(Ap.12:9), em uma referência à serpente do Éden (Gn.3:1-4,13-15).
2. A expulsão de Satanás (Ap.12:7-9).
“E houve batalha no céu: Miguel e
os seus anjos batalhavam contra o dragão; e batalhavam o dragão e os seus
anjos, mas não prevaleceram; nem mais o seu lugar se achou nos céus. E foi
precipitado o grande dragão, a antiga serpente, chamada o diabo e Satanás, que
engana todo o mundo; ele foi precipitado na terra, e os seus anjos foram
lançados com ele”.
Encontramos nestes versículos uma referência à batalha que ocasionou a
queda de Satanás; entretanto, os versículos trazem uma informação mais profunda
ainda. Percebemos que esta batalha irá se repetir no período da Grande
Tribulação. Nesse período tenebroso, irromperá uma guerra no Céu (Ap.2:7);
Miguel lutará contra o dragão e seus anjos. Miguel é mais poderoso do que o
dragão, pois peleja pelo poder de Deus e, juntamente com os seus liderados,
expulsarão Satanás e seus anjos de suas moradas nas regiões celestiais
(Ap.12:8,9).
Apocalipse 12:12 deixa claro que o trono do inimigo, o seu quartel
general, que atualmente é nos ares, passará a ser na Terra, pois com o
arrebatamento da Igreja, Satanás será expulso dos ares. Por isso, a grande
advertência do escritor sagrado:
“Ai dos que habitam na terra e no mar! Porque
o diabo desceu a vós e tem grande ira, sabendo que já tem pouco tempo”.
Na Grande Tribulação, a Igreja terá sido arrebatada e o Espírito Santo
não habitará plenamente no homem como na dispensação da Graça; desta feita, o
Diabo terá mais “liberdade” para atuar.
Ao descer à Terra definitivamente, Satanás sabe que tem pouco tempo para agir, porque com a volta de Jesus ele será lançado no abismo por mil anos (cf. Ap.20:1-3), logo, o seu tempo é de 7 anos. A ira e o ódio de Satanás serão enormes.
Ao descer à Terra definitivamente, Satanás sabe que tem pouco tempo para agir, porque com a volta de Jesus ele será lançado no abismo por mil anos (cf. Ap.20:1-3), logo, o seu tempo é de 7 anos. A ira e o ódio de Satanás serão enormes.
Se nos dias de hoje o mundo jaz no maligno, como será na Grande Tribulação?
Como ficará o mundo sem o Espírito Santo habitando no coração daqueles que creem,
sem a Igreja (luz do mundo e sal da Terra)? Com o Diabo agindo livremente com
todo ódio? Com a soltura dos anjos caídos mais tenebrosos? Com o Anticristo
manifesto e com os terríveis castigos sobre a Terra? Não tenha dúvida, será uma
grande e terrível tribulação jamais vista pelo ser humano!
Quando o Diabo for jogado definitivamente na Terra, concentrará toda a
sua fúria contra Israel, entretanto, Deus guardará esta nação. Destruir a nação
de Israel, significa tentar impedir que Jesus volte para reinar sobre ela e
sobre a toda a Terra. De uma forma rápida (asas de águia), o remanescente escapará.
Será guardado durante o período em que o Anticristo avançará com ímpeto sobre a
nação de Israel, com todo o poder de Satanás. Mais uma vez é dito que Israel
será guardado na última metade da Grande Tribulação (3,5 anos). O Dragão
(Satanás) tentará ir atrás da mulher (Israel), mas sua tentativa será em vão. O
local preparado pelo Senhor dará condições para que Israel escape ileso.
“E, quando o dragão viu que fora lançado na
terra, perseguiu a mulher que dera à luz o varão. E foram dadas à mulher duas
asas de grande águia, para que voasse para o deserto, ao seu lugar, onde é
sustentada por um tempo, e tempos, e metade de um tempo, fora da vista da
serpente. E a serpente lançou da sua boca, atrás da mulher, água como um rio,
para que pela corrente a fizesse arrebatar. E a terra ajudou a mulher; e a
terra abriu a boca e tragou o rio que o dragão lançara da sua
boca”(Ap.12:13-16).
3. A vitória final sobre Satanás. Uma coisa é certa, a derrota do Dragão, Satanás, o inimigo do povo de
Deus, já está decretada (Ap.20:1-3,10).
“E vi descer do céu um anjo que tinha a chave
do abismo e uma grande cadeia na sua mão. Ele prendeu o dragão, a antiga
serpente, que é o diabo e Satanás, e amarrou-o por mil anos”.
“E o diabo, que os enganava, foi lançado no
lago de fogo e enxofre, onde está a besta e o falso profeta; e de dia e de
noite serão atormentados para todo o sempre”.
Observe que o Anticristo e o Falso profeta ainda estarão no inferno
depois de mil anos. Tal fato refuta a doutrina da aniquilação, como também o faz
a declaração: “e de dia e de noite serão
atormentados para todo o sempre”.
Diante das arremetidas do adversário, sejamos valentes e confiantes na
pronta intervenção divina, pois temos, nesta luta, uma gloriosa promessa de que
Deus esmagará em breve Satanás debaixo dos nossos pés (Rm.16:20).
“E o Deus de paz esmagará em breve Satanás
debaixo dos vossos pés. A graça de nosso Senhor Jesus Cristo seja convosco.
Amém!”.
III. O MAIORAL DOS DEMÔNIOS
A Bíblia diz que Satanás é o maioral dos demônios (Mt.12:24; 25:41).
“Então, dirá também aos que estiverem à sua
esquerda: Apartai-vos de mim, malditos, para o fogo eterno, preparado para o
diabo e seus anjos” (Mt.25:41).
Ele é o Diabo, a antiga serpente que enganou Eva (Gn.3:1-4,14,15), o
grande dragão (Ap.12:9).
“E foi
precipitado o grande dragão, a antiga serpente, chamada o
diabo e Satanás, que engana todo o mundo; ele foi precipitado na
terra, e os seus anjos foram lançados com ele”(Ap.12:9)..
Ele é perito em enganar como fez com Eva e ainda hoje esta é uma de suas
especialidades (2Co.2:11; 11:3).
“Mas temo que, assim como a serpente
enganou Eva com a sua astúcia, assim também sejam de alguma sorte
corrompidos os vossos sentidos e se apartem da simplicidade que há em Cristo”
(2Co.11:3).
1. Ele é um ser pessoal (Ap.12:9). Ele não é um mito, uma figura lendária ou
folclórica. Ele não é uma energia negativa. Ele é um anjo caído, um ser que tem
vontade, planos e estratégias. Ele tem sentimentos, pois está cheio de ira (Ap.12:12).
Ele tem inteligência, pois é capaz de seduzir (Ap.12:4). Ele tem objetivos
claros, perseguir o Messias (Ap.12:4) e sua igreja (Ap.12:13).
2. Ele é um inimigo que exerce influência sobre os
sistemas do mundo. Ele é o deus deste
século (Ap.12:9). Na Grande Tribulação exercerá influência universal (Ap.12:3).
“E viu-se outro sinal no céu, e eis que era um
grande dragão vermelho, que tinha sete cabeças e dez chifres e, sobre as
cabeças, sete diademas”.
a) Sete cabeças.
Representam que ele
exercerá poder e grande autoridade de forma universal. Cabeça fala de
inteligência, de sabedoria, de capacidade de governo, de liderança.
Sete fala de plenitude. Ele não é apenas poderoso, mas, é inteligente, e tem a plenitude da astúcia. Antes de sua queda, ele era descrito como - “...aferidor da medida, cheio de sabedoria e perfeito em formosura” (Ez.28:12).
Sete fala de plenitude. Ele não é apenas poderoso, mas, é inteligente, e tem a plenitude da astúcia. Antes de sua queda, ele era descrito como - “...aferidor da medida, cheio de sabedoria e perfeito em formosura” (Ez.28:12).
b) Dez chifres. Chifres, na Bíblia, simboliza poder; ele tem
poder para destruir. Dez chifres fala da plenitude de seu poder de destruição. Ele
é o Abadom e o Apolion, o destruidor. Jesus o chama de homicida (João 8:44).
Ele é o ladrão que veio para matar, roubar e destruir (João 10:10).
c) Sete
diademas. Fala de sua capacidade
para governar. Seu governo será universal. Esta breve descrição do poder de
Satanás, ou do dragão, teve como objetivo uma avaliação do poder e da força do
Anticristo. Na concepção de Satanás, o Anticristo representará a segunda pessoa
da trindade satânica. Certamente que, na trindade satânica, o Anticristo será
muito parecido com o “dragão”. Portanto, será, na verdade, um super-homem.
3. Ele é um inimigo destruidor (Ap.12:3). Ao chamá-lo de um “grande dragão”, evidencia
que ele é um inimigo terrível, perigosíssimo, destruidor. Ao chamá-lo de “vermelho”,
denota a sua capacidade de provocar destruição e morte. Essa descrição revela
que o dragão é assassino, sanguinário, cruel.
4. Ele é um inimigo sedutor (Ap.12:4,9).
“E a sua cauda levou após si a terça parte das
estrelas do céu e lançou-as sobre a terra; e o dragão parou diante da mulher
que havia de dar à luz, para que, dando ela à luz, lhe tragasse o filho”.
“E foi precipitado o grande dragão, a antiga
serpente, chamada o diabo e Satanás, que engana todo o mundo; ele foi
precipitado na terra, e os seus anjos foram lançados com ele”.
a) Sedutor no
mundo angelical (Ap.12:4).
Ele era perfeito até que se achou iniquidade em seu coração (Ez.28:15). Ele
conseguiu enredar uma terça parte dos anjos que foram expulsos do céu (Ap.12:4).
Esses anjos em vez de espíritos ministradores de Deus (Hb.1:14), tornaram-se
vassalos do diabo.
b) Sedutor de
todo o mundo (Ap.12:9).
Ele foi o protagonista da queda de Adão e Eva no Éden. Para tentar nossos
primeiros pais ele usou o disfarce, a dúvida, a inversão da Palavra de Deus, a
negação da Palavra de Deus, a exaltação do homem, a acusação contra Deus, a
sedução do homem. Ele ainda, hoje, usa essas mesmas artimanhas para seduzir as
pessoas.
5. Ele é um inimigo acusador (Ap.12:9,10). O dragão é mentiroso e acusador. É no prólogo
do livro de Jó que Satanás aparece pela primeira vez como ser espiritual que
acusa os justos diante de Deus (Jó 1:9,10). Ele acusa os nossos irmãos (Ap.12:10).
Sua acusação é ininterrupta (Ap.12:10b). Ele não descansa, não dorme nem tira
férias. Ele é perseverante. Ele tentou destruir o Filho da mulher, Jesus (Ap.12:5),
e tentou e tentará destruir a mulher, Israel (Ap.12:13). Ele pesquisa a nossa
vida, e não perde oportunidade para nos acusar (Rm.8:33).
6. Ele é um inimigo adversário (Ap.12:9). Satanás significa opositor, adversário. Foi
ele quem se opôs a Moisés através dos magos no Egito (Ex.7:20-22; 8:6,7,16,17).
Foi ele quem se opôs ao sumo sacerdote Josué (Zc.3:1). Foi ele quem se opôs a
Paulo e barrou-lhe o caminho (1Ts.2:18).
“Pelo que bem quisemos, uma e outra vez, ir
ter convosco, pelo menos eu, Paulo, mas Satanás no-lo impediu”.
7. Ele é um inimigo cheio de cólera (Ap.12:12). Ele está cheio de cólera porque foi expulso
do céu e sabe que lhe resta pouco tempo. Ele está cheio de cólera porque não
pôde destruir o Filho da mulher (Ap.12:5). Ele está cheio de cólera porque sabe
que a nação de Israel (a Mulher) é protegida por Deus (Ap.20:6).
8. Ele é o Diabo. O diabo é o acusador. Ele é o pai da mentira. A especialidade dele
é enganar e acusar. Jesus disse que a essência da natureza dele é a mentira:
"Vós tendes por pai ao diabo e quereis
satisfazer os desejos de vosso pai; ele foi homicida desde o princípio e não se
firmou na verdade, porque não há verdade nele; quando ele profere mentira, fala
do que lhe é próprio, porque é mentiroso e pai da mentira" (João 8:44).
9. Mas, ele é um inimigo limitado (Ap.12:7-9,12,13,16).
7. E houve batalha no céu: Miguel e os seus
anjos batalhavam contra o dragão; e batalhavam o dragão e os seus anjos,
8. mas
não prevaleceram; nem mais o seu lugar se achou nos céus.
9. E
foi precipitado o grande dragão, a antiga serpente, chamada o diabo e Satanás,
que engana todo o mundo; ele foi precipitado na terra, e os seus anjos foram
lançados com ele.
12. Pelo que alegrai-vos, ó céus, e vós que
neles habitais. Ai dos que habitam na terra e no mar! Porque o diabo desceu a
vós e tem grande ira, sabendo que já tem pouco tempo.
13. E, quando o dragão viu que fora lançado na
terra, perseguiu a mulher que dera à luz o varão.
16. E a terra ajudou a mulher; e a terra abriu
a boca e tragou o rio que o dragão lançara da sua boca.
a) Limitação de espaço (v. 8,9,13). Satanás, o grande dragão, não encontrou mais
lugar no céu. Ele não pode tentar mais ninguém que está no céu. Ele foi atirado
para a terra e com ele os seus anjos.
b) Limitação de tempo (v. 12). Satanás é uma serpente golpeada na cabeça que
está furiosa, no estertor da morte, sabendo que pouco tempo lhe resta e que sua
sentença já foi lavrada. Em breve será lançado no lago do fogo (Ap.20:10). O
diabo sabe que ele está derrotado, mas luta para que os homens não saibam.
c) Limitação de poder (v.7,8,16). Hoje muitos superenfatizam o poder de Satanás.
A demonologia está em alta. Mas o diabo é vencido por Jesus (Ap.12:5), é
vencido pelos anjos (Ap.12:7,8) e é vencido pelos santos do Senhor (Ap.12:11). Um
Dia, Satanás deixará de estar em evidência com seus atos malignos e
influenciadores nos sistemas de todo o mundo, e será, definitivamente, jogado
no Inferno, "o fogo eterno preparado para o diabo e seus anjos"
(Mt.25:41).
IV. O PODER DE JESUS SOBRE OS DEMÔNIOS
Durante seu ministério, Jesus mostrou o seu poder sobre a doença, a
morte, a natureza e os demônios. Embora Deus tivesse se utilizado de outros
profetas para realizar sinais e prodígios que envolveram a agitação das leis
naturais - como a passagem do mar vermelho por intermédio de Moisés (Ex.14:15-26),
ou a passagem pelo rio Jordão por Elias (2Rs.2:8), ou, ainda, o flutuar do
ferro de um machado por Eliseu (2Rs.6:5-7) -, Jesus a todos superou, a ponto de
Seus discípulos, em um destes milagres, ter exclamado: “…quem é este que até o
vento e o mar lhe obedecem? ” (Mc.4:41). Enquanto Moisés passou o mar em seco
(Ex.14:22), Jesus andou sobre as águas (João 6:19); enquanto Eliseu fez com que
vinte pães satisfizessem cem homens (2Rs.4:42-44), Jesus, partindo poucos pães,
por duas oportunidades, saciou a milhares de homens, fora mulheres e crianças
(Mt.14:14-21, Mc.6:34-44, Lc.9:11-17, João 6:3-14; Mt.15:32-38: Mc.8:1-9).
Vemos, pois, que Jesus demonstrou, com muito maior intensidade, o poder de Deus
em sua vida, a comprovar que era distinto de todos os demais profetas, pois
além de Homem, é também Deus.
Além do seu domínio sobre a natureza, Jesus tem poder sobre toda a sua
criatura, inclusive sobre os demônios. Estes tremiam de pavor quando Jesus
chegava. Jesus veio para destruir as obras do Diabo (1João 3:8). Ele veio para
que as pessoas tenham vida, e a tenham em abundância (João 10:10).
1. Veja o exemplo do endemoninhado gadareno
(Mc.5:6-15).
·
Jesus libertou esse homem
da escravidão dos demônios (Mc.5:6-15). Diante de Jesus, todo joelho precisa se dobrar; até os demônios estão
debaixo da autoridade de Jesus. Mediante a autoridade da palavra de Jesus a
legião de demônios bateu em retirado e o homem escravizado ficou
livre. Aonde Jesus chega, os demônios tremem e os cativos são libertos.
·
Jesus devolveu a esse homem
a dignidade da vida (Mc.5:15) - “e foram ter com Jesus, e viram
o endemoninhado, o que tivera a legião, assentado, vestido e em perfeito juízo,
e temeram”. Mediante a autoridade da palavra de Jesus, a legião de demônios
bateu em retirada e o homem escravizado ficou livre (Lc.8:33). Jesus restituiu
a esse homem sua sanidade mental. Aonde Jesus chega, ele restaura a mente, o
corpo, a alma. Esse homem não é mais violento. Ele não oferece mais nenhum
perigo à família nem à sociedade. Não há outro poder que transforma além do
poder de Jesus. Só Ele cura; só Ele restaura; só Ele salva. Ele continua
transformando monstros em homens santos; escravos de Satanás em homens livres;
abortos vivos da sociedade em vasos de honra. Glórias sejam dadas ao Seu santo
nome!
Logo que Jesus desembarcou em Gadara, o homem possesso correu cheio de
medo, e prostrou-se aos seus pés para adorá-lo (Lc.8:28). Os demônios sabiam
quem era Jesus; sabiam que Jesus é o Filho do Deus Altíssimo, que tem todo
poder para atormentar os demônios e mandá-los para o abismo. Os demônios creem
na divindade de Cristo, na sua total autoridade. Eles creem nas penalidades
eternas – “.... Vieste aqui
atormentar-nos antes do tempo? ” (Mt.8:29).
Cristo é o atormentador dos demônios e o libertador dos homens. Aonde Ele
chega, os demônios tremem e os cativos são libertos. Satanás tentou matar Jesus
na tempestade quando estava indo em direção a Gadara, e agora tenta impedi-lo
de entrar na região de Gadara. Mas em vez de intimidar-se com a legião de
demônios, Jesus é quem espalha terror no exército demoníaco, porque Ele tem
poder sobre os demônios.
Jesus libertou o homem gadareno da escravidão dos demônios (Lc.8:6-15).
Jesus se manifestou para destruir as obras do diabo (1João 3:8). Até os
demônios estão debaixo da sua autoridade.
2. Veja outro exemplo do poder de Jesus sobre os demônios, narrado por Lucas (Lc.9:37-42).
37. E aconteceu, no dia seguinte, que,
descendo eles do monte, lhes saiu ao encontro uma grande multidão.
38. E eis que um homem da multidão clamou,
dizendo, Mestre, peço-te que olhes para meu filho, porque é o único que eu
tenho.
39. Eis que um espírito o toma, e de repente
clama, e o despedaça até espumar; e só o larga depois de o ter quebrantado.
40. E roguei aos teus discípulos que o
expulsassem, e não puderam.
41. E Jesus, respondendo, disse: Ó geração
incrédula e perversa! Até quando estarei ainda convosco e vos sofrerei?
Traze-me cá o teu filho.
42. E, quando vinha chegando, o demônio o
derribou e convulsionou; porém Jesus repreendeu o espírito imundo, e curou o
menino, e o entregou a seu pai.
A casta de
demônios fazia esse jovem ranger
os dentes, convulsionava-o e lançava-o no fogo e na água, para matá-lo. Os
sintomas desse jovem apontavam para uma epilepsia, mas não era um caso comum de
epilepsia, pois além de estar sofrendo dessa desordem convulsiva, era também um
surdo-mudo. O espírito imundo que estava nele o havia privado de falar e ouvir.
Os ataques àquele jovem eram tão frequentes e fortes que o menino não crescia,
ia se definhando.
A possessão demoníaca é uma realidade dramática que tem afligido muitas
pessoas ainda hoje. O Diabo não poupa nem mesmo as crianças. Aquele jovem vivia
dominado por uma casta de demônios desde a sua infância (Mc.9:21). Há uma
orquestração do inferno para atingir as crianças. Se Satanás investe desde cedo
na vida das crianças, não deveríamos nós, com muito mais fervor investir na
salvação delas? Se as crianças podem ser cheias de demônios, não poderiam ser
também cheias do Espírito de Deus?
É válido ainda salientar que o poder demoníaco que estava sobre esse
jovem agia com requinte de crueldade – “... o despedaça até espumar; e só o
larga depois de o ter quebrantado” (Lc.9:39). Esse jovem era filho único (Lc.9:38).
Ao atacar esse rapaz, o diabo estava destruindo os sonhos de uma família. Onde
os demônios agem, há sinais de desespero. Onde eles atacam, a morte mostra sua
carranca. Onde eles não são confrontados, a invasão do mal desconhece limites.
Isso não é mito, é uma triste realidade.
Todavia, Jesus tem poder sobre Satanás e os seus demônios, e brevemente
"esmagará Satanás debaixo de nossos pés" (Rm.16:20). Amém!
CONCLUSÃO
Os demônios e sua força destrutiva é uma realidade. Todavia, o cristão
que é cheio do Espírito Santo, que está em contínua comunhão com Deus, está
guardado e não há porque temer as forças do mal (Rm.8:38,39; Lc.10:18,19; Ef.6:10-18);
antes, Jesus disse: "Eis que vos dou poder para pisar serpentes, e
escorpiões, e toda a força do Inimigo, e nada vos fará dano algum"
(Lc.10:19). Temos plena confiança que Deus está no controle de tudo, e que
Satanás não agirá sem a devida permissão de Deus. Creia nisso!
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Luciano de Paula Lourenço
Disponível no Blog: http://luloure.blogspot.com
Referências Bibliográficas:
Bíblia de Estudo Pentecostal.
Bíblia de estudo – Aplicação Pessoal.
Comentário Bíblico popular (Novo Testamento) -
William Macdonald.
Revista Ensinador Cristão – nº 77. CPAD.
Comentário Bíblico Pentecostal. CPAD.
Comentário do Novo Testamento – Aplicação
Pessoal. CPAD.
Rev. Hernandes Dias Lopes. Como ser um
vencedor na batalha espiritual.
Rev. Augustus Nicodemus Lopes. Quatro
Princípios Bíblicos para se Entender a Batalha Espiritual.
Dr. Caramuru Afonso Francisco. A Rebelião dos
anjos. PortalEBD.
Rev. Hernandes Dias Lopes. Marcos. O Evangelho
dos Milagres.
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