1º Trimestre/2019
Texto Base: Atos 16:16-22
“Mas o que é espiritual discerne bem tudo, e ele de ninguém é
discernido” (1Co.2:15).
Atos 16:16-22
16-E aconteceu que, indo
nós à oração, nos saiu ao encontro uma jovem que tinha espírito de adivinhação,
a qual, adivinhando, dava grande lucro aos seus senhores.
17-Esta, seguindo a Paulo
e a nós, clamava, dizendo: Estes homens, que nos anunciam o caminho da
salvação, são servos do Deus Altíssimo.
18-E isto fez ela por
muitos dias. Mas Paulo, perturbado, voltou-se e disse ao espírito: Em nome de
Jesus Cristo, te mando que saias dela. E, na mesma hora, saiu.
19-E, vendo seus senhores
que a esperança do seu lucro estava perdida, prenderam Paulo e Silas e os
levaram à praça, à presença dos magistrados.
20-E, apresentando-os aos
magistrados, disseram: Estes homens, sendo judeus, perturbaram a nossa cidade.
21-E nos expõem costumes
que nos não é lícito receber nem praticar, visto que somos romanos.
22-E a multidão se
levantou unida contra eles, e os magistrados, rasgando-lhes as vestes, mandaram
açoitá-los com varas.
INTRODUÇÃO
Dando prosseguimento ao estudo sobre Batalha Espiritual, trataremos nesta
Aula do “Discernimento de espíritos – um Dom imprescindível”. Este Dom faz
parte do grupo de dons que manifestam a sabedoria de Deus, a saber: o Dom da
Palavra da Ciência, pelo qual o Senhor habilita uma pessoa a saber de fatos
que só pela revelação divina poderiam ser conhecidos, como foi o caso de Pedro,
a quem Deus fez conhecer a fraude de Ananias e Safira; o Dom da Palavra da
Sabedoria, pelo qual o Senhor concede sabedoria para a resolução de
problemas vitais relacionados à vida na igreja, como foi no caso do Concílio em
Jerusalém, acerca das práticas que os gentios recém-convertidos deveriam ter no
dia a dia e; o Dom de Discernimento de espíritos, pelo qual o Senhor nos
concede a capacitação de distinguir se determinada manifestação vem do Espírito
de Deus, do espírito humano ou de Satanás, como foi ocaso da jovem de Filipos
que tinha um espírito de adivinhação.
O crente que estuda a Palavra de Deus sabe com facilidade discernir os
falsos mestres, mas às vezes, as doutrinas proferidas por eles são tão sutis
que o discernimento se torna impossível sem a ajuda do Espírito Santo. A Bíblia
é clara ao dizer que sempre houve no meio do povo de Deus manifestações espirituais
por meio de falsos profetas (Dt.13:1-3), falsos mestres, falsos apóstolos. Satanás
é muito sagaz; ele usa todos os seus ardis para ludibriar o povo de Deus. Está
escrito que ele e os seus agentes se transformam em anjos de luz, e seus
mensageiros, em ministros de justiça (2Co.11:13-15). Em todos os lugares e em
todas as épocas, sempre existiram falsas imitações, e só com o Dom de Discernimento
é possível identificar a fonte de tais manifestações. Isso mostra a importância
e a atualidade deste Dom (1Co.12:10). Sem dúvida, no mundo espiritual, o Discernimento
de espíritos é um Dom imprescindível.
I. DISCERNIMENTO DE ESPÍRITOS, UM DOM IMPRESCINDÍVEL
1. "Discernimento"
e “Discernimento de Espíritos”. O termo “Discernimento” significa “julgamento” e “distinção”. Conforme
afirma o comentarista da Lição, este termo aparece três vezes no Novo
Testamento e, em cada uma delas, o significado é diferente:
· Primeiro, com o sentido de "briga"
ou "julgamento" (Rm.14:1).
“Ora, quanto ao que está enfermo na fé,
recebei-o, não em contendas sobre dúvidas”.
· Segundo, como "distinção" em que se
julgam pelas evidências se os espíritos são malignos ou se provém de Deus (1Co.12:10).
“e a outro, a operação de maravilhas; e a
outro, a profecia; e a outro, o dom de discernir os Espíritos....”.
· Terceiro, para discernir entre o bem e o mal
(Hb.5:14).
“Mas o mantimento sólido é para os perfeitos,
os quais, em razão do costume, têm os sentidos exercitados para discernir tanto
o bem como o mal”.
- Discernimento de espíritos. “Esta expressão envolve uma percepção capaz
de distinguir espíritos, cuja preocupação é proteger-nos dos ataques de Satanás
e dos espíritos malignos (1João 4:1). Da mesma forma que os demais dons do
Espírito Santo, este não eleva o indivíduo a um novo nível de capacidade; tampouco
concede a alguém a capacidade de sair olhando as pessoas e declarando do que
espírito são. É um dom específico para ocasiões específicas” (HORTON, Stanley
M. Teologia Sistemática; Uma Perspectiva Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD,
1996, p.475).
2. O Discernimento como capacidade de compreender situações, de separar
o certo do errado (Hb.5:14) – “Mas o mantimento sólido é para os perfeitos,
os quais, em razão do costume, têm os sentidos exercitados para discernir tanto
o bem como o mal”.
Quando o homem aceita a Cristo, ele passa a ter a direção do Espírito
Santo, que vem nele habitar e, a partir de então, sabe bem diferençar o que é certo
e o que é errado, o que agrada a Deus do que não agrada a Deus. Esta capacidade
de separação é complemento do conhecimento da Palavra, é o resultado de uma
vida de comunhão e de intimidade com o Espírito Santo.
O crente vê o invisível (Hb.11:27), não anda por vista, mas por fé (2Co.5:7)
e, desta maneira, não se guia pela lógica, pelo raciocínio humano, mas, sim,
pela orientação divina. O salmista diz que os passos do servo do Senhor são
confirmados pelo Senhor (Sl.37:23).
Como entender a construção de um grande navio (arca), como fez Noé, num
mundo onde nunca havia chovido? Como compreender que Moisés mande o povo
marchar em direção a um mar? Como raciocinar que um pequeno pastor de ovelhas
vá à luta contra um guerreiro gigantesco experiente levando apenas um funda e
seis pedrinhas? Não dá para entender, mas o homem espiritual discerne as coisas
de outro ponto-de-vista, de um critério muito mais sublime que a lógica humana,
porque tem discernimento espiritual.
É fundamental, pois, nestes dias trabalhosos em que vivemos, que saibamos
distinguir entre o que é certo e o que é errado, distinção esta que só se fará
mediante a ação do Espírito Santo e o conhecimento da Palavra de Deus. É
essencial que tenhamos comunhão com o Senhor e que ouçamos a Sua voz, a fim de
bem nos portarmos neste mundo, embora isto nos leve a uma cada vez maior
incompreensão por parte daqueles que não têm Cristo como seu Senhor e Salvador.
3. O Dom de Discernimento
de espíritos -
“E
a outro [...] o dom de discernir os espíritos”(1Co.12:10). Discernimento de espíritos descreve o
poder de determinar se uma pessoa está falando pelo poder do Espírito Santo ou
de Satanás. A pessoa que recebe esse dom tem a capacidade especial de
discernir, por exemplo, se alguém é um impostor ou oportunista. Pedro desmascarou Simão e revelou que o
mágico se encontrava amargurado e preso por laço de iniquidade (Atos 8:18-23).
“E Simão, vendo que pela imposição das
mãos dos apóstolos era dado o Espírito Santo, lhes ofereceu dinheiro, dizendo:
Dai-me também a mim esse poder, para que aquele sobre quem eu puser as mãos
receba o Espírito Santo. Mas disse-lhe Pedro: O teu dinheiro seja contigo
para perdição, pois cuidaste que o dom de Deus se alcança por dinheiro. Tu
não tens parte nem sorte nesta palavra, porque o teu coração não é reto
diante de Deus. Arrepende-te, pois, dessa tua iniquidade e ora a Deus, para
que, porventura, te seja perdoado o pensamento do teu coração; pois vejo que
estás em fel de amargura e em laço de iniquidade”.
O
Senhor Jesus, sabendo de nossa vulnerabilidade, quis dotar a Igreja do Dom de
Discernimento dos espíritos, para que alguns vasos por Ele escolhidos sejam
usados para mostrar a toda a comunidade a procedência autêntica, ou não, de
manifestações espirituais. É um dom extremamente necessário nestes últimos dias
da Igreja; mas, lamentavelmente, ante a frieza espiritual de muitos, sua falta
tem contribuído enormemente para a apostasia de muitos que cristãos dizem ser.
É
importante observar que o Dom de Discernimento é uma identificação súbita e
momentânea, numa determinada situação, da operação espiritual, não se
confundindo com o discernimento corriqueiro que todo cristão deve ter, por
estar em comunhão com o Senhor e ter em si o Espírito Santo que o orienta a
cada dia.
O
texto base desta Aula, Atos 16:16-22, mostra a forma como Paulo agiu em
Filipos, quando estava “indo para um lugar de oração”. Paulo e seus
companheiros depararam-se com uma jovem possessa de espírito adivinhador. A
jovem saiu ao encontro dos missionários e, por muitos dias, seguia-os, dizendo:
“estes homens são servos do Deus Altíssimo e vos anunciam o caminho da
salvação”. Sua proclamação era verdadeira, mas Paulo se recusou a aceitar o
testemunho do espírito maligno. Para um crente incauto, aquela mulher estava,
de certa forma, ajudando a pregação de Paulo. Entretanto, devemos ter em mente
que qualquer revelação que tenha por fonte o Diabo é uma revelação que, ainda
que contenha uma parte de verdade, deve ser repreendida em nome do Senhor
Jesus. Angustiado com a situação infeliz da jovem, o apóstolo ordenou no nome
de Jesus Cristo que o demônio se retirasse dela. Na mesma hora, ela foi liberta
daquela escravidão terrível e se tornou uma pessoa equilibrada e racional.
Aqui, houve a manifestação do Dom de Discernimento de espíritos.
4. A importância do
Dom do Discernimento. Sem dúvida alguma, o Dom Discernimento é de
extrema importância em nossos dias, como sempre o foi desde a Igreja Primitiva,
pois através dele a Igreja de Cristo passa a conhecer as coisas de forma sobrenatural.
Recomenda-nos o apóstolo João:
“Amados, não creiais em todo espírito, mas provai
se os espíritos são de Deus, porque já muitos falsos profetas se têm
levantado no mundo”(1João 4:1).
Em nossos dias, onde reinam a mentira e a falsidade, também em relação a
assuntos espirituais, Deus espera que a Igreja utilize esse Dom para que ela se
mantenha pura e pronta para o retorno do Senhor, para que ela possa enxergar a
linha divisória entre o santo e o profano, entre o certo e o errado, entre o bem
e o mal, para que a igreja possa enxergar e refutar com veemência os ardis de
Satanás. Há coisas na vida que não se discerne com habilidade intelectual, ou
sabedoria humana, mas por uma ação sobrenatural de Deus. Não se pode querer
discernir o que é espiritual com instrumentalidade carnal.
Nos
dias de tanto engano e de tanta atuação do “espírito do anticristo”, mais do
que nunca, torna-se preciso que tenhamos o devido discernimento de tudo o que
acontece à nossa volta e de tudo o que se quer introduzir no nosso meio.
Devemos ter a mesma estrutura da igreja de Éfeso que pôs à prova os que se
diziam apóstolos, mas não o eram (Ap.2:2). Quantos problemas seriam evitados na
igreja se funcionasse, correta e biblicamente, o Dom do Discernimento de
espíritos.
Busquemos,
pois, o Dom de Discernimento dos espíritos, pois, conquanto seja o Espírito
Santo quem distribui os dons conforme o Seu querer (1Co.12:11), Ele necessita
de pessoas dispostas a realizar a Sua obra. Se todos nos pusermos à disposição
do Senhor, certamente escolherá alguns para que todos nós sejamos ricamente
abençoados e evitemos ser tragados pelo engano destes dias difíceis em que
vivemos.
II. A ADIVINHADORA DE FILIPOS
1. Uma escrava de
Satanás (Atos16:16).
Em Filipos, por ocasião de sua segunda viagem missionária, o apóstolo Paulo e
seus companheiros estavam indo à oração, e encontraram uma jovem escrava
possessa de espírito adivinhador. A possessão demoníaca lhe permitia prever o
futuro e fazer revelações assombrosas; com isso, a escrava dava grande lucro
aos seus senhores.
A
adivinhação do futuro era comum na cultura grega e romana. As pessoas usavam
muitos métodos de superstição para tentar prever o futuro – desde interpretar
sinais da natureza a tentativa de comunicar-se com os espíritos dos mortos. Essa
jovem escrava tinha um espirito demoníaco, e ela enriquecia seus senhores
interpretando sinais e adivinhando o futuro. Seus senhores estavam explorando a
sua condição infeliz, visando ganhos pessoais. Essa jovem estava possessa,
tomada pelo espírito das trevas; logo, a mensagem dela não vinha de si mesma,
mas do espírito que a oprimia. Satanás é o pai da mentira (João 8:44) e o
principal opositor da obra de Deus (At.13:10).
2. Uma proclamação autêntica, porém reprovável (Atos
16:17).
Por muitos dias aquela jovem escrava seguia os missionários e dizia: “estes
homens são servos do Deus Altíssimo e vos anunciam o caminho da salvação”. Sua
proclamação era verdadeira, embora a origem do seu conhecimento fosse um
demônio. Paulo e seus companheiros realmente eram servos do Deus Altíssimo e
estavam realmente anunciando o caminho da salvação, porém, ficou incomodado com
aquelas palavras lisonjeiras, e recusou aceitar o testemunho do demônio. Por
que um demônio anunciaria a verdade sobre Paulo, e por que isto incomodou o
apóstolo? Se Paulo aceitasse as palavras do demônio, ele pareceria estar conectando
o Evangelho com atividades relacionadas ao demônio, isto sem mencionar a
abordagem da adivinhação lucrativa que os senhores dessa jovem tinham adotado.
Tal associação causaria danos à mensagem de Cristo.
3. O Discernimento espiritual e a distorção da verdade
(Atos16:18-21).
O apóstolo Paulo, pelo Dom do Discernimento, percebeu que a proclamação daquela
jovem não vinha dela mesma, mas de um demônio que falava pela boca dela; ela
era uma mula de Satanás. Angustiado com a situação infeliz da jovem escrava, o
apóstolo Paulo ordenou no nome Todo-poderoso de Jesus Cristo que o demônio se
retirasse dela. Na mesma hora, ela foi liberta daquela escravidão terrível e se
tornou uma pessoa sóbria, isto é, equilibrada e racional.
Entretanto,
isto enfureceu os exploradores daquela jovem, que vinham usando ela e seus
poderes demoníacos. Com fria crueldade, eles não estavam colocando em dúvida a
libertação da jovem, mas ficaram furiosos porque o seu negócio tinha sido
arruinado. Assim, eles arrastaram Paulo e os seus companheiros para a praça, à
presença dos magistrados, para os acusarem de violação das leis romanas. A
acusação não era que os missionários tinham libertado uma escrava, mas sim que eles
eram homens judeus e estavam ensinando costumes que soava contra os costumes
romanos. Eles estavam interpretando a lei, afirmando que a libertação de uma
pessoa da escravidão do demônio consistia em um proselitismo judaico. Assim, as
acusações se tornaram eficientes, foram aceitas, à luz de suas leis.
“E, apresentando-os aos magistrados, disseram:
Estes homens, sendo judeus, perturbaram a nossa cidade. E nos expõem costumes
que nos não é lícito receber nem praticar, visto que somos romanos. E a
multidão se levantou unida contra eles, e os magistrados, rasgando-lhes as
vestes, mandaram açoitá-los com varas” (Atos 16:20-22).
A distorção da
verdade
por esses acusadores foi suficientemente eficaz para fazer com que uma multidão
se unisse rapidamente. Desejosos de manter a paz, os magistrados mandaram que
tirassem as roupas de Paulo e Silas e que fossem açoitados com varas. Depois de
terem recebido muitos açoites, eles foram lançados na prisão (Atos 16:19-22).
Paulo e seus companheiros foram acusados de perturbar a ordem pública e nem
sequer foram ouvidos, ou seja, não tiveram o direito de resposta. Jesus também
tornou-se persona non grata em Gadara por causa do prejuízo dos porqueiros
(Mc.5:16-18). Infelizmente, o lucro monetário fala mais alto ainda hoje. O deus
mamom é o deus deste século.
III. A DIFERENÇA ENTRE ADVINHAÇÃO E PROFECIA BÍBLICA.
Profecias
bíblicas se cumprem sempre, sem exceção. Por isso podemos ter absoluta
confiança nelas. Mas quem confia em adivinhações está perdido. Afirmou assim o
apóstolo Pedro:
“E temos, mui firme, a palavra dos profetas, à
qual bem fazeis em estar atentos, como a uma luz que alumia em lugar escuro,
até que o dia esclareça, e a estrela da alva apareça em vosso coração, sabendo
primeiramente isto: que nenhuma profecia da Escritura é de particular
interpretação; porque a profecia nunca foi produzida por vontade de
homem algum, mas os homens santos de Deus falaram inspirados pelo Espírito
Santo” (1Pd.1:19-21).
1. Adivinhação ou
divinação. É o ato de conhecer por meios sobrenaturais. É comum entre todos
os povos em todos os tempos. A ideia é quase universal que certos deuses e espíritos
têm conhecimento, escondido aos homens, mas que, sob certas condições, esses
espíritos ficam prontos a revelar.
Nas religiões
afro-brasileiras,
o jogo de búzios é um exemplo das artes divinatórias, que consiste no
arremesso de um conjunto de 16 búzios sobre uma mesa previamente
preparada, e na análise da configuração que os búzios adotam ao cair sobre ela.
Antes, o adivinho reza e saúda todos os Orixás, e durante os
arremessos, conversa com as divindades e faz-lhes perguntas. Considera-se que
as divindades afetam o modo como os búzios se espalham pela mesa, dando assim
as respostas às dúvidas que lhes são colocadas.
O "adivinhador"
ou "adivinho" é quem pratica a adivinhação. Como parte da magia, essa
prática é uma antiga prática de predizer o futuro por meios diversificados:
intuição, explicação de sonhos, cartas, leitura de mão, etc. A adivinhação do
futuro pode envolver puro e simples engano visando o lucro fácil. Seja como
for, ela sempre é mentirosa, pecaminosa e de origem diabólica. O reformador
Martim Lutero declarou, com razão: "O Diabo também sabe profetizar – e
mente ao fazê-lo".
2.
Várias maneiras de adivinhação. A Bíblia refere-se a várias maneiras de
adivinhar, que eram praticadas pelos cananeus, e em muitas ocasiões pelos
israelitas desviados do Senhor Deus de Israel. Veja algumas delas:
a)
Astromancia ou
astrologia -
Adivinhação por meio dos astros (Is.47:13; 2Rs.17:16; 21:3; 23.5; Dn.2:27). Os
livros dos que seguiam artes mágicas (At.19:19) naturalmente incluíam os
almanaques e as tábuas de astrologia. Entre as nações somente os judeus foram
ensinados a não seguir artes mágicas nem temer aqueles que as exerciam (ver Is.44:25:
Jr.10:2).
“Porque
tornou a edificar os altos que Ezequias, seu pai, tinha destruído, e levantou
altares a Baal, e fez um bosque como o que fizera Acabe, rei de Israel, e se
inclinou diante de todo o exército dos
céus, e os serviu” (2Rs.21:3).
b)
Belomancia - Adivinhação por meio de flechas. Depois
de marcar as flechas, escolhiam uma, ou sacudiam todas até uma cair fora, de
modo que satisfazia a informação ali ensejada. Ou ainda julgavam pela maneira
de cair a flecha quando lançada para cima.
"Pois o rei de Babilônia parará na
encruzilhada, no cimo dos dois caminhos, para fazer de adivinhações; sacode as suas flechas..." (ver Ez.21:21).
c)
Hepatoscopia - Adivinhação por meio de inspeção do fígado
das vítimas (ver Ez.21:21c). Cada parte do fígado tinha sua própria significação.
A ideia baseava-se em que o deus a quem ofereciam o animal em sacrifício,
revelasse sua vontade pela forma que dera ao fígado, órgão que consideravam
como o centro da vida da vítima.
“...consultará os
terafins, atentando nas entranhas”.
d)
Hidromancia - Adivinhação por meio de água. Deixava-se
um objeto de ouro, de prata, ou uma pedra preciosa, cair em uma vasilha d’água.
O movimento da água ou as figuras resultantes do movimento que resultavam, eram
interpretadas por regras fixas (ver Gn.44:5).
“Não é este o copo
por que bebe meu senhor? E em que ele bem adivinha?”.
e)
Necromancia - Adivinhação por meio de evocação dos mortos
(ver Dt.18:11). Por meio de espíritos familiares, isto é, espíritos que se
podem fazer aparecer por meio de esconjuros, invocações ou exorcismos (ver Is.8:19;
Dt.18:11; 2Rs.21:6; 1Cr.10:13; 1Sm.28:3,7,8,9; Is.19:3; 29:4).
“Entre
ti se não achará quem faça passar pelo fogo o seu filho ou a sua filha, nem adivinhador, nem prognosticador,
nem agoureiro, nem feiticeiro, nem encantador de encantamentos, nem quem
consulte um espírito adivinhante, nem mágico, nem quem consulte os mortos” (Dt.18:10,11).
f)
Rabdomancia - Adivinhação por meio de varinha mágica
(ver Os.4:12).
“O
meu povo consulta a sua madeira, e a sua
vara lhe responde, porque o espírito de luxúria os engana, e eles se
corrompem, apartando-se da sujeição do seu Deus”.
3. A diferença entre Adivinhação e Profecia
bíblica. Quem recebe de Deus uma mensagem profética não deve ser
confundido com um adivinho, nem pode agir como um. Profetas devem falar quando
Deus mandar, e calarem-se quando Deus assim ordenar também. Adivinhos
geralmente são pessoas compradas, que falam mentiras em prol do dinheiro que
poderão ganhar. Motivados pela ganância, tentam predizer o futuro através de
interpretação de sonhos, leitura de cartas e outros meios que impressionam os
incautos.
Ø A adivinhação faz
afirmações vagas e genéricas e não esclarece os fatos; a profecia bíblica é a
história escrita antes que aconteça. Ela parte do próprio Deus Todo-Poderoso,
que tem uma visão panorâmica das eras e as estabeleceu em Seu plano divino. O
próprio Senhor afirma: "lembrai-vos das coisas passadas da antiguidade:
que eu sou Deus, e não há outro, eu sou Deus, e não há outro semelhante a mim;
que desde o princípio anuncio o que há de acontecer e desde a antiguidade, as
coisas que ainda não sucederam; que digo: o meu conselho permanecerá de pé,
farei toda a minha vontade" (Is.46:9,10).
Ø A adivinhação
interpreta algum tipo de sinal; a profecia
bíblica não depende da nossa interpretação, mas se sustenta exclusivamente
em sua própria realização.
Ø Adivinhação e
interpretação de sinais são baseados em mentiras; a profecia divina é a mais absoluta verdade. Balaão era um
"agoureiro" (Nm.24:1) que Balaque, rei dos moabitas, queria usar para
amaldiçoar Israel (Nm.23:24). E justamente esse adivinhador foi obrigado a
reconhecer: "Deus não é homem, para que minta; nem filho de homem, para
que se arrependa. Porventura, tendo ele prometido, não o fará? Ou, tendo
falado, não o cumprirá?" (Nm.23:19).
Ø A adivinhação cria
confusão mental, turva a visão para a verdade bíblica e bloqueia a disposição
das pessoas de crerem no Evangelho de Jesus Cristo; ela embota os sentidos das
pessoas, prende-as a falsos ensinos e torna-as inseguras em suas decisões. A profecia divina, entretanto, liberta e
dá segurança. Por isso, todos deveriam seguir o conselho de Deus: "Eu o disse, eu também o cumprirei; tomei
este propósito, também o executarei. Ouvi-me vós..." (Is.46:11b-12a).
Qualquer pessoa que crê em Jesus Cristo e confia sua vida a Ele
tem um futuro seguro e não precisa ter medo de nada. Quem se entrega a Jesus
passa a viver sob a bênção da profecia encontrada em João 14:3: "E, quando eu for e vos preparar lugar,
voltarei e vos receberei para mim mesmo, para que, onde eu estou, estejais vós
também”.
4. Adivinhação hoje. Assim como ao povo de Deus da Antiga Aliança,
o povo de Deus da Nova Aliança não tem nenhuma autorização divina para a
prática da Adivinhação - “Porque estas nações, que hás de possuir, ouvem
os prognosticadores e os adivinhadores; porém a ti o SENHOR, teu Deus, não
permitiu tal coisa” (Dt.18:14). Parece que essas coisas encantam o
povo, como aconteceu em Samaria com Simão, o mágico (At.8:9-11). Tais práticas
envolvem, direta ou indiretamente, magia, astrologia, alquimia, clarividência,
tarô, búzios, quiromancia, necromancia, numerologia, etc. São práticas
repulsivas aos olhos de Deus porque trata-se de uma forma de idolatria (Ap.21:8;
22:15).
“Ficarão de fora os cães e os feiticeiros, e
os que se prostituem, e os homicidas, e os idólatras, e qualquer que ama e
comete a mentira” (Ap.22:15).
CONCLUSÃO
Diante do que foi
visto, torna-se preciso que tenhamos o devido discernimento de tudo o que
acontece à nossa volta e de tudo o que se quer introduzir no nosso meio.
Satanás é perito no engano e no disfarce, na mentira e na aparência. Está
escrito: "porque o próprio Satanás se transfigura em anjo de luz"
(2Co.11:14). Ele é ardiloso e habilidoso na arte do engano e da mentira; os
seus disfarces só são discerníveis pelo Espirito Santo. Muitos dos que se dizem
cristãos, por falta de vigilância, têm caído no laço do Diabo. Cada crente em
Jesus deve ser sóbrio e vigilante diante da atual avalanche de crenças e
práticas divinatórias disseminadas no atual universo evangélico. Devemos ter a
mesma estrutura da igreja de Éfeso que pôs à prova os que se diziam apóstolos,
mas não o eram (Ap.2:2). Atentemos para que o profeta Jeremias exorta:
"Porque assim
diz o SENHOR dos Exércitos, o Deus de Israel: Não vos enganem os vossos
profetas que estão no meio de vós, nem os vossos adivinhos, nem deis ouvidos
aos vossos sonhos que sonhais"(Jr.29:8).
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Luciano de Paula Lourenço
Disponível no Blog: http://luloure.blogspot.com
Referências Bibliográficas:
Bíblia de Estudo Pentecostal.
Bíblia de estudo – Aplicação Pessoal.
Comentário Bíblico popular (Novo Testamento) -
William Macdonald.
Revista Ensinador Cristão – nº 77. CPAD.
Comentário Bíblico Pentecostal. CPAD.
Comentário do Novo Testamento – Aplicação
Pessoal. CPAD.
Dr. Caramuru Afonso Francisco. Resistindo aos
apelos do mundanismo. PortalEBD_2008.
Caramuru Afonso Francisco - A promessa da verdadeira Prosperidade.
PortalEBD_2007.
Norbert
Lieth - http://www.chamada.com.br.
Dr. Caramuru Afonso Francisco - Os Dons do Espírito Santo.
PortalEBD.
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