2º Trimestre/2019
Texto Base: Êxodo 25:23,30,31; 26:31-37; 30:1,6-8
19/05/2019
“Porque um
tabernáculo estava preparado, o primeiro, em que havia o candeeiro, e a mesa, e
os pães da proposição; ao que se chama o Santuário” (Hb.9:2).
Êxodo
25:23,30,31
23-Também
farás uma mesa de madeira de cetim; o seu comprimento será de dois côvados, e a
sua largura, de um côvado, e a sua altura, de um côvado e meio,
30-E
sobre a mesa porás o pão da proposição perante a minha face continuamente.
31-Também
farás um castiçal de ouro puro; de ouro batido se fará este castiçal; o seu pé,
as suas canas, as suas copas, as suas maçãs e as suas flores serão do mesmo.
Êxodo 26:31-37
31-Depois,
farás um véu de pano azul, e púrpura, e carmesim, e linho fino torcido; com
querubins de obra prima se fará.
32-E
o porás sobre quatro colunas de madeira de cetim cobertas de ouro, sobre quatro
bases de prata; seus colchetes serão de ouro.
33-Pendurarás
o véu debaixo dos colchetes e meterás a arca do Testemunho ali dentro do véu; e
este véu vos fará separação entre o santuário e o lugar santíssimo.
34-E
porás a coberta do propiciatório sobre a arca do Testemunho no lugar
santíssimo,
35-e
a mesa porás fora do véu, e o castiçal, defronte da mesa, ao lado do
tabernáculo, para o sul; e a mesa porás à banda do norte.
36-Farás
também para a porta da tenda uma coberta de pano azul, e púrpura, e carmesim, e
linho fino torcido, de obra de bordador,
37-e
farás para esta coberta cinco colunas de madeira de cetim, e as cobrirás de
ouro; seus colchetes serão de ouro, e far-lhe-ás de fundição cinco bases de
cobre.
Êxodo 30:1,6-8
1-E
farás um altar para queimar o incenso; de madeira de cetim o farás.
6-E
o porás diante do véu que está diante da arca do Testemunho, diante do
propiciatório que está sobre o Testemunho, onde me ajuntarei contigo.
7-E
Arão sobre ele queimará o incenso das especiarias; cada manhã, quando põe em
ordem as lâmpadas, o queimará.
8-E,
acendendo Arão as lâmpadas à tarde, o queimará; este será incenso contínuo
perante o SENHOR pelas vossas gerações.
INTRODUÇÃO
Continuamos a nossa
jornada dentro do Tabernáculo de Deus. Já passamos pela única Porta, nossos
pecados já foram expiados no Altar de bronze, já tivemos a experiência da
purificação na Pia de bronze. Agora, estamos prontos para adentrar no recinto
mais sagrado do Tabernáculo: a Tenda da Congregação.
Neste Lugar havia dois
compartimentos: o Lugar Santo e o Lugar Santíssimo. Entre os dois
compartimentos havia um Véu de linho com desenhos em cor azul, púrpura e
carmesim, adornado com figuras de querubins. Primeiramente, vamos explorar o
Lugar Santo. Este era um local de serviço, adoração ao Senhor Deus e de estrita
comunhão com Ele.
Na Aula passada vimos que
as Coberturas da Tenda apontavam para a obra completa de salvação. Nesta Aula,
veremos a importância do serviço, da comunhão e da adoração a Deus refletida no
Lugar Santo.
I. O LUGAR SANTO
1. O Lugar Santo - a primeira divisão da Tenda da
Congregação.
Este era um Lugar de
Serviço e Adoração onde somente os sacerdotes podiam entrar para ministrar
(Hb.9:6).
Não havia cadeiras no
Santo Lugar, pois o trabalho dos sacerdotes nunca terminava.
Ao entrar nesse Lugar, uma
nova visão descortinava-se ante os olhos dos sacerdotes. Eles viam as paredes
cobertas de ouro, o azul, a púrpura, o escarlate, misturados ao linho branco e
os querubins tão habilmente bordados conforme Deus estabelecera. Tudo isto
revelado pelo brilho das sete lâmpadas sobre o Candelabro. Era uma visão
deslumbrante.
Quando alguém está na
presença de Deus, esse lugar passa ser de profundas experiências.
-Moisés, quando teve um encontro com Deus pela primeira vez, escondeu seu rosto.
-Isaías bradou: "ai de mim".
-Daniel caiu sobre o rosto em terra.
-João, o apóstolo amado, na ilha de Patmos, caiu como morto ao ver Cristo
glorificado.
-Paulo disse ter ouvido palavras inexprimíveis.
- Conosco não é diferente. A reação espontânea do
cristão que aprofunda sua caminhada com Deus quase sempre é: "Isto é como
o Paraíso para mim!".
O povo comum tinha acesso
ao Pátio (Átrio), mas a entrada para o Tabernáculo lhe era proibida. Porém,
após Cristo entrar no Tabernáculo espiritual - Lugar Santo e no Lugar
Santíssimo - com o seu próprio sangue, todos os crentes em Cristo, redimidos e
santificados, têm o privilégio de entrar na presença de Deus e exercer uma nova
posição em Cristo como "sacerdotes de Deus" (ver Ef.2:18,19;
Hb.10:19-22).
“Tendo, pois, irmãos,
ousadia para entrar no Santuário, pelo sangue de Jesus, pelo novo e vivo
caminho que ele nos consagrou, pelo véu, isto é, pela sua carne, e tendo um
grande sacerdote sobre a casa de Deus, cheguemo-nos com verdadeiro coração, em
inteira certeza de fé; tendo o coração purificado da má consciência e o corpo
lavado com água limpa” (Hb.10:19-22).
2. O Lugar Santo - lugar da experiência de uma Nova
Dimensão.
Quando o sacerdote
entrava no Lugar Santo, seus passos dirigiam-se a uma dimensão e cenário
totalmente novos. Não se via mais a cor escura e pardacenta da primeira
Cobertura da Tenda, constituída de peles de texugo; era só beleza e glória.
Assim é com a pessoa do
mundo, que nunca compreenderá a razão pela qual o crente em Cristo tanto se
maravilha acerca do seu modo cristão de viver. Tudo o que conseguem ver é a
falta de atrativos das “peles de texugo”. Mas, a beleza, o descanso, a alegria,
a paz e a satisfação total só serão percebidas quando se entra numa vida com
Cristo. Esta é a nova dimensão do viver e a experiência que irrompe sobre a
vida da pessoa.
O Cristianismo começou
com o canto de hostes angelicais: "Glória a Deus nas alturas". A
Igreja começou com línguas de fogo e um vento impetuoso, e participará da Ceia
das Bodas do Cordeiro quando for raptada deste mundo.
Deus planejou muitas
experiências gloriosas e maravilhosas pelo caminho e nós não precisaremos nos
deter no Altar de bronze, na Pia ou em qualquer Lugar entre eles. Há mais,
muito mais além deles. Há uma "vida em Cristo" à disposição daqueles
que quiserem continuar a jornada dentro do Tenda e chegar ao Lugar Santíssimo. É
neste Lugar que atingiremos a “estatura de varão perfeito”. Só atingiremos este
status se conseguirmos atravessar o segundo Véu e chegar incólume ao Lugar
Santíssimo, ou seja, junto ao trono de Deus.
Portanto, continuemos em
nossa santa comunhão com o Senhor, no ponto em que o Espírito Santo nos revela
Jesus em toda a sua beleza, a saber no Lugar Santo.
O escritor aos Hebreus
faz a seguinte colocação:
"Pelo que, deixando
os rudimentos da doutrina de Cristo, prossigamos até a perfeição..."
(Hb.6:1).
3. O Lugar Santo – um Lugar de serviço e de
comunhão com Deus.
Para entrar nesse Lugar,
necessariamente o sacerdote deveria lavar-se com água (cf. Ex.30:20,21).
“Quando entrarem na tenda
da congregação, lavar-se-ão com água, para que não morram...”.
Para se chegar a Deus, é
preciso, antes, que os pecadores alimpem as mãos (Tg.4:8).
“Chegai-vos a Deus, e ele
se chegará a vós. Limpai as mãos, pecadores; e, vós de duplo ânimo, purificai o
coração”.
Isto significa que para a
pessoa servir ao Senhor e agradar-lhe é preciso que, antes, tenha sido
purificada no sangue de Jesus, tenha sido perdoado dos seus pecados.
II. AS TRÊS PEÇAS
QUE COMPUNHAM O INTERIOR DO LUGAR SANTO
O Lugar Santo era o
espaço de preparação dos sacerdotes para a entrada no Lugar mais sagrado de
todo o Tabernáculo, o Lugar Santíssimo. Era a antessala do Trono de Deus.
1. Os mobiliários do Lugar Santo.
Lá encontravam-se três
móveis: a Mesa dos pães, o Castiçal e o Altar do incenso. Estes móveis
indicavam como a nação sacerdotal podia prestar culto a Deus e servi-lo de uma
forma aceitável.
Alguns estudiosos da
Bíblia pensam que na Obra de Cristo encontra-se o simbolismo destes móveis: o
Castiçal de ouro representa a Cristo, a luz do mundo. A Mesa dos pães
representa a provisão de Deus para com o seu povo; é Ele quem nos dá o pão
nosso de cada dia. O Altar do incenso representa a Cristo, o intercessor.
Tendo em vista que os que
oficiavam no Lugar Santo eram os sacerdotes comuns, simbolizando os crentes da
Nova Aliança (1Pd.2:9; Ap.1:6), é lógico considerar que o uso dos móveis do
Lugar Santo prefigurava o culto e o serviço dos cristãos.
2. O Castiçal de ouro (Êx.25:31-37).
“Também farás um castiçal
de ouro puro; de ouro batido se fará este castiçal; o seu pé, as suas canas, as
suas copas, as suas maçãs e as suas flores serão do mesmo” (Êx.25:31).
Entrar no Lugar Santo era
certamente uma experiência profundamente tocante. Não havia janela nem abertura
para a luz natural ali penetrar. A atenção era imediatamente levada ao belo
Castiçal de Ouro com as sete lâmpadas de ouro em suas hastes. Certamente, este
não era um lugar triste, escuro, pois o brilho das lâmpadas refletia-se nas
paredes de ouro, iluminando todo o aposento.
-O Castiçal era feito de 01(um) talento de puro ouro batido. Não há tamanho
declarado para o Castiçal, apenas declara-se que devia conter um talento de
ouro. Alguns sustentam que um talento equivalia, aproximadamente, a 100 libras
(45,3 quilos), mas, qualquer que fosse a medida, aceitamos o fato de que aos
olhos de Deus era a medida certa.
-O Castiçal de ouro simbolizava o povo de Israel. Ensinava que Israel
devia ser "luz dos gentios" (Is.49:6; 60:1-3; Rm.2:19), dando
testemunho ao mundo por meio de uma vida santa e da mensagem proclamada do
Senhor.
-O Castiçal de ouro simbolizava Jesus Cristo. Ele é o cumprimento
pleno da vontade de Deus para a salvação do homem. A representação desse fato é
o ouro batido.
Jesus disse: "Porventura, não convinha que o Cristo padecesse
essas coisas e entrasse na sua glória?" (Lc.24:26).
Isaías profetizou seu sofrimento: "Mas ele foi ferido
pelas nossas transgressões e moído pelas nossas iniquidades; o castigo que nos
traz a paz estava sobre ele, e, pelas suas pisaduras, fomos sarados. Todos nós
andamos desgarrados como ovelhas; cada um se desviava pelo caminho, mas o
Senhor fez cair sobre ele a iniquidade de nós todos" (Is.53:5,6).
Em Hebreus 5:8 está escrito: "... aprendeu a
obediência, por aquilo que padeceu". Nosso Salvador foi espancado e
maltratado, mas o ouro puro de modo algum foi ferido ou diminuído em valor. Ele
é a luz verdadeira em um mundo de trevas.
-O Castiçal de ouro simbolizava a Igreja de Cristo. Em Apocalipse 1:12,13, o
Castiçal é utilizado como figura da Igreja de Jesus Cristo. Está escrito: “E virei-me para ver quem falava comigo. E,
virando-me, vi sete castiçais de ouro; e, no meio dos sete castiçais, um
semelhante ao Filho do Homem, vestido até aos pés de uma veste comprida e
cingido pelo peito com um cinto de ouro”.
“...os sete
castiçais, que viste, são as sete igrejas” (Ap.1:20).
A Igreja não é uma
organização a ser dirigida e regulada por pastores e Convenções fazendo
"negócios para Deus".
A Igreja deve ser aquela
na qual Jesus é o "Senhor," onde Ele não precisa ser convidado a
entrar, mas ao contrário, onde as pessoas venham encontrá-lo.
Assim como o tronco do
castiçal unia os sete braços e suas lâmpadas, assim também Jesus Cristo está no
meio de suas igrejas e as une.
João viu Jesus andando em
meio a “Castiçais de Ouro”, com cabelo parecendo lã, brancos como a neve, e com
olhos como chamas de fogo. Seus pés, como bronze polido, sua voz, como som de
muitas águas (Ap.1:13,14). Este é o Jesus que anda no meio da Sua Igreja.
Para a igreja que já
perdeu seu primeiro amor, Jesus diz: "Tenho,
porém, contra ti que deixaste o teu primeiro amor. Lembra-te, pois, de onde
caíste, e arrepende-te, e pratica as primeiras obras; quando não, brevemente a
ti virei e tirarei do seu lugar o teu castiçal, se não te arrependeres"
(Ap.2:4,5).
Jesus não diz: "Farei com que feches as portas de tua igreja,
e tu não mais te reunirás como igreja". Suas palavras são contundentes: "... tirarei do seu lugar o teu
castiçal". Isto significa que eles ainda estariam se reunindo,
cantando hinos, fazendo orações, pregando sermões, mas o Castiçal já se teria ido.
O poder do Espírito Santo e a Luz de Deus já teriam partido.
Sejamos, portanto, o
Castiçal do Senhor e nos preenchamos regularmente com o Espírito Santo para que
as lâmpadas se acendam com claridade, e assim Jesus estará caminhando em nosso
meio.
-O Castiçal de ouro consistia de um Eixo Central principal com uma
lâmpada em cima, e de cada lado saiam três hastes. Eis a importância de Cristo
como o centro. As seis hastes dos lados constituem o número do homem. Com a
inclusão do centro o número é sete, isto é, o número da perfeição de Deus.
Sem Jesus no centro, a
igreja é apenas um clube social. Pode ter bons e nobres objetivos em mente, mas
Jesus não está lá. Conseguimos ver as pegadas de Jesus na igreja onde
congregamos?
-As lâmpadas necessitavam ser cheias de Azeite duas vezes por dia para
mostrarem-se acesas (Êx.27:20,21).
“Tu, pois, ordenarás aos
filhos de Israel que te tragam azeite puro de oliveiras, batido, para o
candeeiro, para fazer arder as lâmpadas continuamente. Na tenda da congregação
fora do véu, que está diante do Testemunho, Arão e seus filhos as porão em
ordem, desde a tarde até pela manhã...".
O azeite utilizado era de
oliveira especial, que tipifica o Espírito Santo. Vemos assim quão dependentes
eram as lâmpadas.
Arão e seus filhos deviam
dispensar-lhes cuidados e serviços diários. As lâmpadas precisavam de
suprimentos de azeite regularmente. Todos os dias um sacerdote trazia azeite
fresco para o castiçal, de modo que a luz ardesse desde a tarde até ao
amanhecer (Êx.27:20,21).
Do mesmo modo, o crente
necessita receber todos os dias o óleo do Espírito Santo (Salmo 92:10) para que
sua luz brilhe diante dos que andam na escuridão espiritual. Se o crente não
tem a presença e o poder do Espírito em sua vida, não será uma boa testemunha.
“Não me lances fora da
tua presença e não retires de mim o teu Espírito Santo” (Sl.51:11).
3. A Mesa com os Pães da Proposição (Êx.25:23,30).
“Também farás uma mesa de madeira de cetim; o
seu comprimento será de dois côvados, e a sua largura, de um côvado, e a sua
altura, de um côvado e meio, e sobre a mesa porás o pão da proposição perante a
minha face continuamente”.
O Senhor deu a Moisés o
modelo de uma mesa medindo 88cm (comprimento) x 44cm (largura) x 66cm (altura).
Ela foi construída com madeira de acácia e recoberta de ouro. Em seu contorno
foi fixado um beiral de ouro puro, medindo "quatro dedos de largura",
que servia como enfeite (pode ser também para evitar que os pães caíssem da
mesa e se tornassem cerimonialmente impuros). Nesse beiral foram fixadas quatro
argolas de ouro, por onde passariam cabos confeccionados com madeira de acácia
e revestidos de ouro, quando a mesa tivesse que ser transportada.
Sobre a mesa havia duas
bandejas e dois pratos grandes (Êx.25:29 e 37:16), onde eram colocados doze pães
(seis em cada bandeja, cf. Lv.24:6). Havia também duas taças com incenso puro,
copos, uma jarra com água e outra com vinho. Todos esses objetos eram de ouro
polido.
O total de doze
simbolizava as tribos de Israel, que se beneficiariam do resultado do ritual.
Nas taças, ao lado de
cada pilha de pães, era colocado incenso puro como oferta ao Senhor.
Os sacerdotes que
ministravam no Lugar Santo se alimentavam desses pães, e todos os sábados,
quando eram renovados, o incenso era queimado como oferta ao Senhor. Na
verdade, os sacerdotes se alimentavam de quase todas as oferendas que lhes eram
entregues: (a) oferta dos cereais (Lv.2.3); (b) a carne das ofertas pelo pecado
e pelas transgressões (Lv.6:26; 7.6); (c) o azeite para as ofertas de cereais
(Lv.14:10); (d) um molho das primícias (Lv.23:10,11); (e) as ofertas pacíficas
(Lv.7:11-36); (f) os doze pães da proposição (Lv.24:8,9).
Os pães que estavam sobre
a Mesa eram fabricados por mãos humanas; conquanto sagrados, saciavam a fome
apenas por um momento. Mas, o “Pão que desceu do Céu”, Jesus Cristo, tem pleno
poder para saciar a fome e a sede do ser humano perpetuamente.
A simbologia dos Pães da Proposição
-Simbolizavam a presença do Deus da provisão. A frase “pães da
proposição” significava literalmente “pães do rosto”, e em algumas versões da
Bíblia se traduz “pão da presença”, pois o pão era colocado continuamente na
presença de Deus. Quer no tabernáculo quer fora dele, o pão sempre simbolizou a
presença de Deus entre o seu povo.
No Lugar Santo, colocado
sobre a mesa continuamente (Ex.25:30), o pão representava a presença do Senhor
como sustentador de Israel na sua vida em geral.
Os pães simbolizavam o
fato de que a pão diário do povo é um presente de Deus. Sugerem também que o
trabalho das mãos do crente deve ser devolvido a Deus, que dá ao crente aquilo
com que ele trabalha.
-Representavam oferta de gratidão a Deus. Os doze pães colocados
na mesa também representavam uma oferta de gratidão a Deus da parte das doze
tribos de Israel, pois o pão era ao mesmo tempo uma dádiva de Deus e fruto dos
esforços humanos. Por isso, o povo reconhecia que havia recebido seu sustento
de Deus e ao mesmo tempo consagrava a Ele os frutos de seu trabalho. Portanto,
a mesa dos pães refere-se também à mordomia dos bens materiais.
-Simbolizam a Palavra de Deus. A Palavra de Deus é o
nosso sustento diário. No Lugar Santo do Tabernáculo, não podia faltar pão
sobre a mesa (cf.Êx.25:30). Os sacerdotes alimentavam-se desse pão sagrado
(Êx.24:9).
A Palavra de Deus é vida
e saúde para nós; é dela que, diariamente, os sacerdotes da Nova Aliança
(1Pd.2:9) se alimentam. Em Provérbios 4:20-22, Deus nos adverte a ficarmos
atentos às Suas Palavras porque elas nos fornecem vida e saúde:
“Filho meu, atenta para
as minhas palavras; às minhas razões inclina o teu ouvido. Não as deixes
apartar-se dos teus olhos; guarda-as no meio do teu coração. Porque são vida
para os que as acham e saúde, para o seu corpo” (Pv.4:20,22).
A Bíblia Sagrada deve ser
o nosso alimento espiritual diário, para sermos fortes e vigorosos na fé que
professamos. Precisamos ter: decisão para ler a Palavra constantemente; graça
para assimilá-la; presteza para reproduzi-la no viver diário e; conhecimento
para darmos testemunho dela aos outros.
Se alguém não possui o
necessário entendimento para isso, o útil conselho que a própria Escritura dá
é: “Se, porém, algum de vós necessita de sabedoria, peça-a a Deus, que a todos
dá liberalmente e nada lhes impropera; e ser-lhe-á concedida” (Tg.1:5).
Bem-aventurados são
aqueles que diariamente se alimentam da Palavra de Deus.
A Palavra é:
ü Leite que nutre – “desejai ardentemente, como crianças
recém-nascidas, o genuíno leite espiritual, para que, por ele, vos seja dado
crescimento para salvação” (1Pd.2:2).
ü Água que limpa – “tendo-a purificado por meio da lavagem e
da água pela palavra” (Ef.5:26).
ü Mel que deleita – “Oh! Quão doces são as tuas palavras ao meu
paladar! Mais doces do que o mel à minha boca” (119:103).
O Salmo primeiro faz-nos entender que é impossível uma pessoa
ser bem-aventurada sem seguir e meditar continuamente na Palavra de Deus.
O justo possui um apetite
insaciável pela Palavra do Senhor, ama a Bíblia Sagrada e medita a seu respeito
de dia e de noite. Desse modo, sua vida é enriquecida, e ele se torna canal de
benção para outros.
Tomar tempo para
alimentar a alma com a Palavra de Deus é essencial à nossa experiência. Que
possamos dizer como o salmista:
"Guardo no coração as tuas palavras, para
não pecar contra ti" (Sl.119:11). “A tua palavra é muito pura; por isso, o
teu servo a ama” (Sl.119:140).
4. O Altar de Incenso (Êx.30:1-10).
“E farás um altar para
queimar o incenso; de madeira de cetim o farás” (Êx.30:1).
À semelhança dos outros
móveis da tenda, o Altar do Incenso era feito de acácia e revestido de ouro, por
isso era chamado de Altar de ouro (Êx.40:26). Tinha seus quatro lados iguais;
cada lado media meio metro e sua altura era aproximadamente de um metro. Os
seus ornatos compunham-se de quatro chifres, bordas, quatro argolas e dois
varais; tudo revestido de fino ouro.
O sumo sacerdote espargia
sangue sobre os chifres do altar uma vez por ano, demonstrando que, embora o
culto humano seja imperfeito (Rm.8:26,27), somos "agradáveis a si no
Amado" por seu sangue expiador e sua intercessão perpétua (Ef.1:6,7; Rm.8:34;
Hb.9:25).
“Uma vez no ano, Arão
fará expiação sobre os chifres do altar com o sangue da oferta pelo pecado; uma
vez no ano, fará expiação sobre ele, pelas vossas gerações; santíssimo é ao
SENHOR” (Êx.30:10).
Ø O Altar do Incenso estava no centro (Êx.30:6). Ficava em frente ao Véu
que separava o Lugar Santo do Lugar Santíssimo, a mostrar que a oração é o meio
pelo qual se dá o contato entre o homem e Deus.
“Porás o altar defronte
do véu que está diante da arca do Testemunho, diante do propiciatório que está
sobre o Testemunho, onde me avistarei contigo”.
Ø A queima do incenso era contínua (Êx.30:7,8). Duas vezes por dia
acendia-se o incenso sobre o Altar e ele ardia durante o dia todo. Isto ensina
que os filhos de Deus devem estar em constante oração.
Acendia-se o incenso com o fogo do Altar de bronze, o que nos leva a notar
que a oração aceitável ao Senhor se relaciona com a expiação do pecado e a
consagração do crente.
Se o incenso não queimava, não havia cheiro
agradável. Igualmente, o crente necessita do fogo do Espírito Santo para que
faça arder o incenso da devoção (Ef.6:18). As orações frias não sobem ao trono
da graça.
Ø O Incenso deveria ter uma composição especial
(Êx.30:34-38). Não era admitido incenso estranho (Ex.30:9). Isto nos fala que a oração
não pode ser feita de qualquer modo, mas deve ter um conteúdo do agrado de
Deus. Daí porque Jesus ter nos ensinado como devemos orar, a fim de que o nosso
“incenso” suba até à presença do Senhor, onde Ele está a interceder por nós
(Rm.8:34).
Esta era a composição do
incenso para o Altar do Incenso: “estoraque, ônica e
gálbano” (Êx.30.34-36).
“Disse mais o SENHOR a
Moisés: Toma especiarias aromáticas, estoraque, e ônica, e gálbano; estas
especiarias aromáticas e incenso puro de igual peso; e disto farás incenso, um
perfume segundo a arte do perfumista, temperado, puro e santo; e dele, moendo,
o pisarás, e dele porás diante do Testemunho, na tenda da congregação, onde eu
virei a ti; coisa santíssima vos será”.
Observe que a receita do
perfume não constituía nenhum segredo; todavia, se alguém o reproduzisse para
uso profano seria punido severamente.
O incenso destinado ao
Altar de ouro não podia ser usado indistintamente, era de uso exclusivo do
Senhor (Êx.30:37,38)
“Porém o incenso que
farás conforme a composição deste, não o fareis para vós mesmos; santo será
para o SENHOR. O homem que fizer tal como este para cheirar será extirpado do
seu povo”.
Ø O incenso deveria ser temperado e puro (Ex.30:35). Isto nos mostra que a
oração que agrada a Deus, a oração por Ele exigida deve ser temperada, ou seja,
deve ser feita com domínio próprio, sem fanatismo, feita conscientemente, com
propósito e discernimento. Além de temperada, a oração deve ser pura, ou seja,
a oração deve ser tal que a pessoa que está orando deve estar devidamente
purificada de seus pecados.
Ø O incenso deveria ser santo (Êx.30:35). Além de temperado e puro
o incenso deveria ser santo. Assim deve ser a oração, santa.
O incenso que chega à
presença de Deus é a oração dos santos (Ap.5:8). A santificação é uma condição
para que se veja a Deus (Hb.12:14). O Altar do Incenso ficava no Lugar Santo, a
mostrar que, sem santidade, não há como orar.
A oração é um privilégio
dos sacerdotes, ou seja, daqueles que alcançaram a salvação na pessoa de Jesus
Cristo e que, por isso, têm as vestes brancas (Ap.3:18). Somente aqueles que
estão santificados em Cristo Jesus são chamados santos (1Co.1:2), e somente
estes, que têm as vestes brancas (como os sacerdotes na Antiga Aliança –
Ex.28:40-43), podem orar; e por orarem, comunicando-se com o Senhor aqui,
estarão para sempre com Ele na eternidade (Ap.3:4,5).
III. O VÉU QUE
DEMARCA O LUGAR SANTO E O LUGAR SANTÍSSIMO
1. O primeiro Véu (Êx.26:36).
“Farás também para a
porta da tenda uma coberta de pano azul, e púrpura, e carmesim, e linho fino
torcido, de obra de bordador”.
Este Véu era o que cobria
o acesso ao Lugar Santo. Ele era feito com linho torcido bordado (Êx.26:36).
Tinha o objetivo de demarcar o espaço entre o Pátio e o Lugar Santo.
Os sacerdotes, ao entrar
no Lugar Santo se deparava, em primeiro lugar, com essa Cortina (Véu). Isto
deixava patente o propósito sacro do Lugar. Começava, aqui, a ficar claro os
espaços permeados de sacralidade no Tabernáculo. Esta Cortina (Véu) apontava
Cristo como o caminho para obtermos comunhão com Deus (Ef.2:18; 3:12).
2. O segundo Véu (Êx.26:31-33).
“Depois, farás um véu de pano azul, e púrpura,
e carmesim, e linho fino torcido; com querubins de obra prima se fará”
(Êx.26:31).
Esta era a única peça do
Tabernáculo que separava o Lugar Santo do Lugar Santíssimo. Ele excluía todos
os homens, com exceção do sumo sacerdote, acentuando que Deus é inacessível ao
homem pecador.
Somente por via do
mediador nomeado por Deus e do sacrifício do inocente podia o homem
aproximar-se de Deus. Com a morte de Jesus, algo aconteceu: o Véu do Templo se
rasgou em dois, de alto a baixo (Mc.15:38).
Nosso Sumo Sacerdote
entrou uma vez e para sempre com seu próprio sangue para fazer propiciação por
nossos pecados e expiá-los. Agora temos livre acesso à presença do Senhor Deus.
Aleluia!
“E o véu do templo se
rasgou em dois, de alto a baixo” (Mc.15:38).
“Tendo, pois, irmãos,
ousadia para entrar no Santuário, pelo sangue de Jesus, pelo novo e vivo
caminho que ele nos consagrou, pelo véu, isto é, pela sua carne, e tendo um
grande sacerdote sobre a casa de Deus, cheguemo-nos com verdadeiro coração, em
inteira certeza de fé; tendo o coração purificado da má consciência e o corpo
lavado com água limpa, retenhamos firmes a confissão da nossa esperança, porque
fiel é o que prometeu” (Hb.10:19-23).
CONCLUSÃO
Saímos do Átrio e
cruzamos o Primeiro Véu. Ao adentrar no Santo Lugar participamos da plena
comunhão de Deus.
O primeiro móvel que
deparamos foi a Mesa do Paes da Proposição. Ela estava posta nos aguardando
para cear com o Senhor.
No Lugar Santo a Mesa do
Senhor está sempre posta. Um Dia estaremos com o Senhor ceando com Ele nas
Bodas do Cordeiro. Aqueles que foram lavados pelo sangue do Cordeiro virão do
Leste e do Oeste, do Norte e do Sul, e assentar-se-ão com Aquele que os
redimiu.
Após cearmos com o
Senhor, a nossa atenção foi imediatamente levada ao belo Castiçal de Ouro com
as sete lâmpadas de ouro, cuja luz refletia nas paredes de ouro, iluminando
todo o aposento. Este Castiçal tipificava o nosso Salvador Jesus, a luz do
mundo. Ele é o cumprimento da vontade de Deus para a salvação do homem.
Continuando a nossa
caminhada no Lugar Santo, avistamos agora, logo à direita, perto do segundo
Véu, o Altar de Ouro, o Altar de incenso. Neste Altar levamos o suave incenso
do louvor e adoração. No átrio, junto ao Altar de Bronze, o sacerdote oficiava
por nós; porém, junto ao Altar de ouro, vimos pessoalmente perante o Senhor, na
qualidade de sacerdotes, em uma experiência absolutamente única. Nesse Altar temos
plena comunhão e intimo relacionamento com Deus.
Na próxima Aula daremos
continuidade à nossa caminhada na Tenda da Congregação. Espero em Deus que
possamos atravessar incólume o segundo Véu e, assim, estarmos juntos no Lugar
mais sagrada do Tabernáculo - o trono de Deus, o Lugar Santíssimo.
Acheguemo-nos, com ousadia e confiança, diante de Deus. Até lá, então!
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Luciano de Paula Lourenço
Disponível no Blog: http://luloure.blogspot.com
Referências Bibliográficas:
Bíblia de Estudo Pentecostal.
Bíblia de estudo – Aplicação Pessoal.
Comentário Bíblico popular (Antigo e Novo
Testamento) - William Macdonald.
Revista Ensinador Cristão – nº 78. CPAD.
Comentário Bíblico Pentecostal. CPAD.
Comentário do Novo Testamento – Aplicação
Pessoal. CPAD.
Paul
Hoff – O Pentateuco. Ed. Vida.
Leo
G. Cox - O Livro de Êxodo - Comentário Bíblico Beacon. CPAD.
Victor
P. Hamilton - Manual do Pentateuco. CPAD.
Elienai
Cabral. O Tabernáculo – Símbolos da Obra redentora de Cristo. CPAD.
Alvin
Sprecher. Estudo Devocional do Tabernáculo no Deserto. CPAD.
Abraão
de Almeida. O Tabernáculo e a Igreja. CPAD.
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